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Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista ou 
adiamentos: ADPF 165/DF, RE 591797/SP, RE 626307/SP, RE 631363/SP, RE 632212/SP, RE 795567/PR. 
 
Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em 
peculiaridades do caso concreto: HC 114456/SP, AI 747402 AgR/BA, RE 222239 AgR/RJ. 
 
 
ÍNDICE 
 
Constitucional 
 União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação buscando assegurar gratificação a policial civil do DF. 
 
Direito Administrativo 
 Inconstitucionalidade da ascensão e transposição. 
 
Direito Eleitoral 
 Constitucionalidade do art. 4º da Lei 9.504/97. 
 
Direito Processual Civil 
 União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação buscando assegurar gratificação a policial civil do DF. 
 
Direito Processual Penal 
 Magistrado que julgou PAD contra o réu não está impedido de julgar o processo criminal sobre os mesmos fatos. 
 Competência para o processamento de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica. 
 Progressão de regime para estrangeiro que cumpre pena no Brasil e que está aguardando o cumprimento da extradição. 
 
Direito Tributário 
 Lei estadual não pode exigir garantia de empresa inadimplente para que esta emita nota fiscal. 
 
 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação buscando assegurar gratificação a 
policial civil do DF 
 
A ação proposta com o objetivo de assegurar o pagamento de gratificação a policiais civis do 
Distrito Federal deverá ser proposta contra a União e o DF em litisconsórcio passivo, sendo, 
portanto, julgada pela Justiça Federal. Isso porque compete à União organizar e manter 
(custear) a polícia civil, a polícia militar e os bombeiros do DF, possuindo, assim, interesse na 
demanda (art. 21, XIV, da CF/88). 
STF. 1ª Turma. RE 275438/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 
27/5/2014. 
 
 
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Imagine a seguinte situação adaptada: 
João é policial civil no Distrito Federal e quer ajuizar uma ação pedindo o pagamento de determinada 
gratificação que entende devida. 
 
Quem deverá figurar no polo passivo? De quem será a competência para julgar essa demanda? 
A ação deverá ser proposta contra a União e o Distrito Federal. Como a União irá figurar no polo passivo, 
esta demanda será julgada pela Justiça Federal, nos termos do art. 109, I, da CF/88. 
 
Por que a União figura no polo passivo? 
Segundo o art. 21, XIV, da CF/88, compete à União organizar e manter a polícia civil, a polícia militar e o 
corpo de bombeiros militar do Distrito Federal. Isso significa que a União, além de ter a competência para 
editar leis organizando essas carreiras, tem também o ônus financeiro de mantê-las. Repare que a CF/88 
fala em “organizar e manter” as polícias e os bombeiros do DF. 
Ora, se o ônus financeiro de manter a polícia civil do DF pertence à União, consequentemente, as ações 
propostas com o objetivo de aumentar esse ônus são de interesse da União e devem ser julgadas pela 
Justiça Federal. 
Ao mesmo tempo, existe também interesse do Distrito Federal porque tais polícias integram a estrutura 
daquele ente federativo. 
Logo, a ação deve ser proposta contra a União e o Distrito Federal em litisconsórcio passivo necessário. 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
Inconstitucionalidade da ascensão e transposição 
 
A ascensão e a transposição constituem formas inconstitucionais de provimento derivado de 
cargos por violarem o princípio do concurso público. 
STF. Plenário. ADI 3341/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 29/5/2014. 
 
O que é ascensão funcional? 
Ascensão funcional (também chamada de acesso ou de transposição) é a progressão funcional do servidor 
público entre cargos de carreiras distintas. 
Ocorre quando o servidor é promovido para um cargo melhor, este, no entanto, integrante de uma 
carreira diferente. 
A ascensão funcional era extremamente comum antes da CF/88. Quando o servidor chegava ao último 
nível de uma carreira, ele ascendia para o primeiro nível de carreira diversa (e superior) sem necessidade 
de concurso público. 
Ex1: o indivíduo é servidor público e ocupa o cargo de técnico judiciário; a lei previa que, se ele chegasse à 
última classe de técnico judiciário, poderia ser promovido à analista judiciário. 
Ex2: o agente de polícia de último nível tornava-se delegado de polícia de nível inicial. 
Antes da CF/88, somente se exigia o concurso público para o ato da primeira investidura. 
 
A ascensão funcional é compatível com a CF/88? 
NÃO. A promoção do servidor por ascensão funcional constitui uma forma de “provimento derivado 
vertical”, ou seja, a pessoa assume um outro cargo (provimento) em virtude de já ocupar um anterior (ou 
seja, derivado do primeiro), subindo no nível funcional para um cargo melhor (vertical). 
A ascensão funcional é inconstitucional porque a CF/88 afirma que a pessoa somente pode assumir um 
cargo público após aprovação em concurso público (art. 37, II), salvo as hipóteses excepcionais previstas 
no texto constitucional. Desse modo, a ascensão viola o princípio do concurso público. 
 
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Veja esta ementa bem elucidativa: 
(...) O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de banir o acesso ou ascensão, que 
constitui forma de provimento de cargo em carreira diversa daquela para a qual o servidor ingressou no 
serviço público. (...) STF. 2ª Turma. RE 602795 AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgado em 16/03/2010). 
 
O STF editou até mesmo um enunciado sobre o tema: 
Súmula 685-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, 
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a 
carreira na qual anteriormente investido. 
 
Provimento 
Provimento é o ato pelo qual o cargo público é preenchido, com a designação de seu titular (Hely Lopes 
Meirelles). Existem duas formas de provimento: originário e derivado. 
 
Provimento originário 
Provimento originário ocorre quando o indivíduo passa a ocupar o cargo público sem que existisse 
qualquer vínculo anterior com o Estado. 
Ex: João prestou concurso público e foi aprovado para o cargo de técnico judiciário do TRF, sendo 
nomeado. Trata-se de um provimento originário. Alguns anos depois, João fez novo concurso público e foi 
aprovado, desta vez, para analista judiciário do TRF. Ao ser nomeado para o cargo de analista, houve novo 
provimento originário, uma vez que seu vínculo não decorreu do anterior. 
 
Provimento derivado 
Provimento derivado ocorre quando o indivíduo passa a ocupar determinado cargo público em virtude do 
fato de ter um vínculo anterior com a Administração Pública. O preenchimento do cargo decorre de 
vínculo anterior entre o servidor e o Poder Público. 
 
Existem três espécies de provimento derivado: 
1) Provimento derivado vertical: ocorre quando o servidor muda para um cargo melhor. 
Como exemplos de provimento derivado vertical, podemos citar a ascensão funcional (transposição) e a 
promoção. 
A ascensão funcional, como vimos, é inconstitucional. Assim, atualmente, a única hipótese permitida de 
provimento derivado vertical é a promoção. 
A promoção é a passagem (desenvolvimento funcional) do servidor público de um cargo para outro 
melhor, tudo dentro da mesma carreira. Ex: a Lei prevê que a carreira de Defensor Público é dividida em 3 
classes; a pessoa ingressa como Defensor Público de 3ª classe e, após determinado tempo e cumpridos 
certos requisitos, poderá ser promovida, por antiguidade e merecimento, alternadamente, a Defensor 
Público de 2ª classe e depoisa Defensor Público de 1ª classe. A promoção, como já dito, é constitucional. 
 
2) Provimento derivado horizontal: ocorre quando o servidor muda para outro cargo com atribuições, 
responsabilidades e remuneração semelhantes. É o caso da readaptação (art. 24 da Lei n. 8.112/90). 
 
3) Provimento derivado por reingresso: ocorre quando o servidor havia se desligado do serviço público e 
retorna em virtude do vínculo anterior. Exs: reintegração, recondução, aproveitamento e reversão. 
 
ADI contra as Leis 68/1989 e 82/1989 do DF 
O STF decidiu que os arts. 8º e 17 da Lei 68/1989 e o art. 6º da Lei 82/1989, ambas do Distrito Federal, são 
inconstitucionais. Isso porque tais leis previram que os servidores do DF poderiam ser providos em carreira 
diversa da que entraram, por meio de ascensão e transposição de cargos. 
O Supremo reafirmou sua jurisprudência segundo a qual a ascensão e a transposição constituem formas 
inconstitucionais de provimento derivado de cargos por violarem o princípio do concurso público. 
 
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Contratação por tempo determinado do art. 37, IX, da CF/88 
 
A lei do ente federativo que regulamente o art. 37, IX, da CF/88, deverá especificar as hipóteses 
emergenciais que justificam as medidas de contratação excepcional. Caso não o faça, ela será 
tida por inconstitucional. 
STF. Plenário. ADI 3649/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 28/5/2014. 
 
CONTRATAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO PARA ATENDER A NECESSIDADE TEMPORÁRIA DE 
EXCEPCIONAL INTERESSE PÚBLICO 
 
Redação do art. 37, IX 
O art. 37, IX, prevê o seguinte: 
IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade 
temporária de excepcional interesse público; 
 
O inciso IX do art. 37 consiste em uma norma constitucional de eficácia limitada, dependendo, portanto, 
de lei para produzir todos os seus efeitos. Mais abaixo veremos que lei é essa. 
 
Servidores temporários 
Os servidores que são contratados com base nesse fundamento são chamados de servidores temporários. 
 
Características 
Para ser válida, a contratação com fundamento no inciso IX deve ser... 
- feita por tempo determinado (a lei prevê prazos máximos) 
- com o objetivo de atender a uma necessidade temporária 
- e que se caracterize como sendo de excepcional interesse público. 
 
Lei de cada ente deverá reger o tema 
Repare que o inciso IX fala que LEI estabelecerá os casos de contratação. Não se trata de uma só lei. O que 
esse dispositivo está afirmando é que cada ente da Federação deverá editar a sua própria lei prevendo os 
casos de contratação por tempo determinado. Não poderia uma só lei dispor sobre o tema porque é 
preciso que se respeite a autonomia administrativa dos entes. 
Ex1: no âmbito federal, a lei que rege o tema é a Lei n. 8.745/93. 
Ex2: em Goiás, quem traz as hipóteses é a Lei estadual n. 13.664/2000. 
Ex3: em Manaus, a contratação por prazo determinado deverá observar a Lei municipal n. 1.425/2010. 
 
Ao fazer concursos estaduais/municipais, é importante verificar se o edital exige a lei de contratação por 
tempo determinado. 
A lei de cada ente irá prever as regras sobre essa contratação, ou seja, as hipóteses em que ela ocorre, seu 
prazo de duração, direitos e deveres dos servidores, atribuições, responsabilidades etc. Vale ressaltar que 
a referida lei não poderá contrariar a moldura (os limites) que o inciso IX do art. 37 da CF/88 deu ao tema. 
 
Lei que institua hipóteses abrangentes e genéricas é inconstitucional 
O STF decidiu que a lei do ente federativo regulamentando o art. 37, IX, da CF/88, não poderá prever 
hipóteses abrangentes e genéricas de contratações temporárias sem concurso público. 
Assim, o STF julgou inconstitucional a Lei 4.599/2005, do Estado do Rio Janeiro, em virtude de ela não 
especificar, suficientemente, as hipóteses emergenciais que justificariam medidas de contratação 
excepcional. 
 
 
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Os Ministros ressaltaram que a lei questionada indicaria a precarização na prestação de alguns tipos de 
serviços básicos, como educação e saúde pública, bem como demonstraria a falta de prioridade dos 
governos nessas áreas. Afirmaram, ainda, que essa lei permitiria contratações de natureza política em 
detrimento da regra fundamental do concurso público. 
 
Modulação dos efeitos 
Em seguida, o STF, por maioria, modulou os efeitos da declaração de inconstitucionalidade para preservar 
os contratos celebrados até a data da sessão de julgamento da ADI. Os referidos contratos poderão ainda 
vigorar pelo prazo de 12 meses a contar da sessão de julgamento. 
 
Obs: para maiores detalhes sobre a contratação por tempo determinado do art. 37, IX, da CF/88, veja o 
Informativo 740 do STF. 
 
 
 
DIREITO ELEITORAL 
 
Constitucionalidade do art. 4º da Lei 9.504/97 
 
É CONSTITUCIONAL o art. 4º da Lei n. 9.504/97, que exige que o partido político tenha no 
mínimo um ano de existência para que possa concorrer nas eleições. 
STF. Plenário. ADI 1817/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/5/2014. 
 
Lei n. 9.504/97 
A Lei n. 9.504/97 estabelece as normas que deverão ser aplicáveis nas eleições. 
O seu art. 4º exige que o partido político tenha no mínimo um ano de existência para que possa concorrer 
nas eleições. Veja a redação: 
Art. 4º Poderá participar das eleições o partido que, até um ano antes do pleito, tenha registrado seu 
estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha, até a data da convenção, 
órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o respectivo estatuto. 
 
Em 1998, determinado partido político ajuizou uma ADI contra esse art. 4º, alegando que essa limitação de 
tempo viola a liberdade partidária, o pluripartidarismo, o regime democrático e o sistema representativo. 
Na época, o STF indeferiu a medida cautelar requerida e manteve válido o dispositivo. 
Agora, em 2014, o Tribunal confirmou a decisão provisória e julgou improcedente a ADI de forma 
definitiva. 
 
Exigência da filiação eleitoral um ano antes das eleições 
Segundo decidiu o STF, de fato, a lei não deve impor restrições indevidas à criação e ao funcionamento dos 
partidos políticos, sob pena de afrontar o art. 17 da CF/88: 
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a soberania 
nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa humana e 
observados os seguintes preceitos: (...) 
 
No entanto, no caso em tela, essa exigência não viola a CF/88. Isso porque a pessoa, para concorrer a um 
cargo eletivo, precisa estar filiada a um partido político até um ano antes das eleições. Essa regra está 
prevista no art. 18 da Lei n. 9.096/95 e encontra fundamento constitucional no art. 14, § 3º, V, da CF/88. 
 
 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
Logo, mesmo que não houvesse a regra do art. 4º da Lei n. 9.504/97, ainda assim o partido somente 
poderia concorrer nas eleições se estivesse constituído há mais de um ano, já que os candidatos teriam 
que estar filiados há pelo menos um ano (art. 18 da Lei n. 9.096/95). 
 
O art. 18 da Lei n. 9.096/95, que faz essa exigência de um ano de filiação, não é inconstitucional porque 
retira fundamento de validade do art. 14, § 3º, V, da CF/88, que afirma que um dos requisitos para a 
pessoa concorrer é a filiação partidária segundo os requisitos estabelecidos em lei. 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação buscando assegurar gratificação a 
policial civil do DF 
 
A ação proposta com o objetivo de assegurar o pagamento de gratificação a policiais civis do 
Distrito Federal deverá ser proposta contra a União e o DF em litisconsórcio passivo, sendo, 
portanto, julgada pela Justiça Federal. Isso porque compete à Uniãoorganizar e manter 
(custear) a polícia civil, a polícia militar e os bombeiros do DF, possuindo, assim, interesse na 
demanda (art. 21, XIV, da CF/88). 
STF. 1ª Turma. RE 275438/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, 
27/5/2014. 
 
Vide os comentários no julgado indexado em Direito Constitucional. 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
Magistrado que julgou PAD contra o réu não está impedido de julgar o processo criminal sobre 
os mesmos fatos 
 
Importante!!! 
Determinado magistrado praticou um fato que se enquadra como crime e infração disciplinar. 
Foram instaurados um PAD e um processo criminal contra o juiz. 
O Desembargador que participou do julgamento do PAD que condenou o magistrado NÃO está 
impedido de também julgar o processo criminal contra esse juiz. 
Essa situação não se enquadra no inciso III do art. 252 do CPP. 
STF. 1ª Turma. HC 120017/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 27/5/2014. 
 
A situação fática, com algumas adaptações, foi a seguinte: 
Determinada juíza federal foi acusada da prática de corrupção passiva, fato que configura infração 
funcional e, ao mesmo tempo, crime. 
Em decorrência disso, o Tribunal Regional Federal instaurou um processo administrativo disciplinar contra 
a magistrada e o Ministério Público Federal ofereceu denúncia. 
Foram, então, abertos dois processos: um administrativo e outro criminal. 
Vale ressaltar que o TRF é competente tanto para julgar o PAD, como a ação penal. 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
O PAD foi concluído primeiro e o órgão especial do TRF condenou a magistrada. 
Algum tempo depois, o processo criminal foi levado a julgamento e o TRF julgou a ação penal procedente. 
 
Determinado Desembargador participou dos dois julgamentos 
Determinado Desembargador Federal participou tanto do julgamento do processo administrativo, como, 
posteriormente, do veredicto do processo criminal. 
Diante disso, a defesa impetrou habeas corpus sustentando que o julgamento criminal foi nulo, 
considerando que esse Desembargador estava impedido de participar, com base no art. 252, III, do CPP: 
Art. 252. O juiz não poderá exercer jurisdição no processo em que: 
III - tiver funcionado como juiz de outra instância, pronunciando-se, de fato ou de direito, sobre a questão; 
 
O STF acolheu a tese da defesa? 
NÃO. O STF entendeu que não havia impedimento, uma vez que a situação relatada não se enquadra no 
inciso III do art. 252 do CPP. 
Quando o inciso III fala em “funcionado como juiz em outra instância”, ele está se referindo à instância 
JUDICIAL. Ex: o juiz “X” condena, em 1ª instância, o réu. O condenado apela. Nesse meio tempo, o juiz é 
promovido a Desembargador. Este magistrado, que já apreciou o caso em 1ª instância, não poderá julgar o 
recurso do réu. 
Logo, o inciso III não abrange a situação relatada, uma vez que o Desembargador havia julgado a ré na 
instância administrativa, não estando, portanto, impedido de julgá-la novamente, agora na instância 
judicial. 
Segundo o STF, o rol do art. 252 do CPP é taxativo e deve ser interpretado restritivamente, não podendo 
esse inciso III ser alargado. 
 
DOIS TEMAS CORRELATOS 
Aproveitando que estamos falando sobre impedimento, vejamos dois outros temas relacionados com o 
julgado acima analisado. 
 
SITUAÇÃO 1: 
Se o juiz julgou e condenou o réu em uma ação civil pública, ele estará impedido de julgar a ação penal que 
trata sobre esses mesmos fatos? Ex: em uma comarca de vara única, o magistrado julga procedente uma 
ACP por conta de dano ambiental provocado pelo réu. Este dano gerou também uma ação penal por crime 
ambiental. O juiz estará impedido de julgar o processo penal, com base no art. 252, III, do CPP? 
NÃO. Segundo o STJ, o impedimento previsto no art. 252, III, do CPP, refere-se à hipótese de o magistrado 
ter funcionado como juiz de outra instância, de modo que não se enquadra a situação na qual o julgador 
acumula, no mesmo juízo, jurisdição cível e criminal. 
O referido impedimento busca evitar ofensa ao duplo grau de jurisdição, que ocorreria caso o magistrado 
sentenciante participasse de julgamento do mesmo feito em outra instância. Assim, o impedimento, 
quando presente, ocorre dentro do mesmo processo, não o configurando a simples circunstância de o 
magistrado ter se pronunciado sobre os mesmos fatos em esferas jurídicas distintas, tal como no caso de 
decisão em ação civil pública e, posteriormente, em ação penal. 
 
Em suma: 
Determinado fato pode gerar dois processos distintos: uma ACP e uma ação penal. O juiz que sentencia 
a ACP não está impedido de julgar também o processo criminal, não se enquadrando esta situação no 
art. 252, III, do CPP. 
STJ. 5ª Turma. REsp 1.288.285-SP, Rel. Min. Campos Marques (Desembargador-convocado do TJ-PR), 
julgado em 27/11/2012 (Info 510). 
 
 
 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 8 
SITUAÇÃO 2: 
No julgamento de um recurso, no Tribunal de Justiça de Sergipe, a Desembargadora proferiu voto 
contrário ao réu. 
O condenado interpôs, então, recurso especial contra essa decisão. 
Quando o Resp foi ser julgado no STJ, a mesma Desembargadora que havia participado do julgamento no 
TJ, estava convocada na 5ª Turma do STJ, ou seja, estava lá atuando como Ministra. 
Não se percebeu essa situação, e o recurso do réu foi negado, por unanimidade de votos, pela 5ª Turma do STJ. 
Vale ressaltar que a referida Desembargadora convocada não foi a relatora do Resp, mas votou 
acompanhando o voto do Ministro Relator. 
Diante disso, o réu impetrou habeas corpus no STF, alegando que o julgamento do Resp foi inexistente ou, no 
mínimo nulo, porque houve o impedimento previsto no art. 252, III do CPP. 
 
A 1ª Turma do STF concordou com o pedido da defesa? 
NÃO. Em tema relacionado com nulidades, deve prevalecer o princípio do prejuízo (pas de nullité sans 
grief), segundo o qual “nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a 
acusação ou para a defesa” (art. 563 do CPP). 
Em outras palavras, para a jurisprudência do STF, a decretação de nulidade (seja ela absoluta ou relativa) 
está condicionada à demonstração do prejuízo. 
Isso decorre do fato de que não se deve prestigiar a forma pela forma. Assim, se do vício não defluir 
nenhum prejuízo, o ato deve ser preservado. 
No caso, não houve prejuízo ao réu porque a decisão proferida pela 5ª Turma do STJ (no qual participou a 
Desembargadora convocada) foi tomada por unanimidade de votos. Assim, não haveria alteração no 
julgamento, caso se desconsiderasse a presença da magistrada, uma vez que a Turma é composta por 
cinco Ministros. 
Seria, portanto, inútil pronunciar a nulidade, uma vez que a exclusão do voto da Ministra impedida não 
modificaria o resultado do julgamento. 
 
Em suma: 
Não se verifica prejuízo na hipótese em que Ministro impedido participa de julgamento cujo resultado é 
unânime, pois a subtração do voto desse magistrado não teria a capacidade de alterar o resultado da 
votação. 
STF. 1ª Turma. HC 116715/SE, rel. Min. Rosa Weber, julgado em 5/11/2013 (Info 727). 
 
 
 
Competência para o processamento de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de 
violência doméstica 
 
Importante!!! 
A Lei de Organização Judiciária poderá prever que a 1ª fase do procedimento do júri seja realizada 
na Vara de Violência Doméstica em caso de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de 
violência doméstica. Não haverá usurpação da competência constitucional do júri. 
Apenas o julgamento propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser feito no Tribunal 
do Júri. 
STF. 2ª Turma. HC 102150/SC, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/5/2014. 
 
Imagine a seguinte situação hipotética: 
João, com ciúmes, matou sua esposa Maria. 
O Ministério Público ofereceu denúncia contra o réu perante a Vara Especializada de Violência Doméstica 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado porMárcio André Lopes Cavalcante | 9 
e Familiar contra a Mulher. 
Ao final da primeira etapa do procedimento, o acusado foi pronunciado e, a partir daí, os autos foram 
redistribuídos para vara do Tribunal do Júri. 
Na vara do Tribunal do Júri foi realizada a preparação do processo e o seu julgamento em Plenário no dia 
agendado. 
Vale ressaltar que a Lei de Organização Judiciária do Estado e a Resolução do TJSC preveem que, em caso 
de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica, a Vara de Violência 
Doméstica será competente para instruir o feito até a fase de pronúncia. A partir daí, o processo será 
redistribuído para a Vara do Tribunal do Júri. 
 
Tese da defesa: usurpação da competência constitucional do Júri 
A defesa impetrou habeas corpus alegando que houve nulidade, uma vez que a instrução do processo não 
poderia ser realizada na vara de Violência Doméstica, sob pena de usurpação da competência 
constitucional do Tribunal do Júri. 
Desse modo, mesmo que previsto na Resolução do TJSC, a instrução do processo não poderia ser realizada 
na Vara de Violência Doméstica. 
 
O STF concordou com a tese da defesa? 
NÃO. Não há usurpação da competência constitucional do Tribunal do Júri, uma vez que o julgamento do 
feito será realizado nele. A CF/88 e o CPP não exigem que a 1ª fase do procedimento do Júri (sumário da 
culpa) seja feita na Vara do Tribunal do Júri, podendo tramitar na Vara de Violência Doméstica. 
Desse modo, não há qualquer nulidade a ser sanada. 
 
Obs1: a 1ª fase do procedimento do Júri (sumário da culpa) foi realizada na Vara de Violência Doméstica 
porque havia previsão na Resolução do TJSC e na Lei de Organização Judiciária nesse sentido. Caso não 
houvesse, a competência seria da Vara do Tribunal do Júri ou de outra vara criminal. 
 
Obs2: o art. 424 do CPP autoriza que a Lei de Organização Judiciária atribua a outro juízo até mesmo a fase 
de preparação de julgamento dos crimes dolosos contra a vida. Assim, conclui-se que apenas o julgamento 
propriamente dito é que, obrigatoriamente, deverá ser feito no Tribunal do Júri: 
Art. 424. Quando a lei local de organização judiciária não atribuir ao presidente do Tribunal do Júri o 
preparo para julgamento, o juiz competente remeter-lhe-á os autos do processo preparado até 5 (cinco) 
dias antes do sorteio a que se refere o art. 433 deste Código. 
 
 
 
Progressão de regime para estrangeiro que cumpre pena no Brasil e que está aguardando o 
cumprimento da extradição 
 
Atenção! DPU 
O apenado poderá progredir para o regime semiaberto, mesmo havendo uma ordem de 
extradição ainda não cumprida. 
Segundo decidiu o STF, o fato de estar pendente a extradição do estrangeiro não é motivo 
suficiente para impedir a sua progressão de regime. 
STF. Plenário. Ext 947 QO/República do Paraguai, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 28/5/2014. 
 
O estrangeiro que cumpre pena no Brasil tem direito aos benefícios da execução penal (ex: saída 
temporária etc.)? 
SIM. O fato de o reeducando ser estrangeiro, por si só, não é motivo suficiente para inviabilizar os 
benefícios da execução penal. 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 10 
 
O estrangeiro que cumpre pena no Brasil pode ser beneficiado com a progressão de regime? 
SIM. Conforme dito acima, não existe motivo para negar aos estrangeiros que cumprem pena no Brasil os 
benefícios da execução penal, dentre eles a progressão de regime. Isso porque a condição humana da 
pessoa estrangeira submetida a pena no Brasil é protegida constitucionalmente e no âmbito dos direitos 
humanos. 
Assim, em regra, é plenamente possível a progressão de regime para estrangeiros que cumpram pena no Brasil. 
 
Estrangeiro com pedido de extradição já deferido 
Imagine agora a seguinte situação: 
“IRS”, paraguaio, é acusado de ter cometido um crime em seu país de origem. Além disso, foi condenado 
por ter praticado aqui no Brasil um outro delito. 
Em 2005, o STF deferiu a extradição de “IRS” a pedido do Paraguai. Ocorre que essa extradição foi 
concedida com a ressalva de que, antes de ser levado, o réu deveria cumprir a pena imposta a ele pela 
Justiça brasileira. Essa possibilidade está prevista no art. 89 do Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80): 
Art. 89. Quando o extraditando estiver sendo processado, ou tiver sido condenado, no Brasil, por crime 
punível com pena privativa de liberdade, a extradição será executada somente depois da conclusão do 
processo ou do cumprimento da pena, ressalvado, entretanto, o disposto no artigo 67. 
 
Com isso, desde 2005, “IRS” encontra-se preso, em regime fechado, cumprindo pena pelo crime ao qual 
foi condenado pela Justiça brasileira. 
 
Em 2014, após cumprir os requisitos objetivos e subjetivos, a defesa de “IRS” requereu ao juízo das 
execuções penais a progressão do regime do fechado para o semiaberto, mas o juiz e o Tribunal de Justiça 
indeferiram o pleito, sob o argumento de que a concessão da extradição impede a progressão e que se ele 
saísse do regime fechado haveria risco de fugir e frustrar a entrega. 
 
A questão chegou até o STF. Poderá ser deferida a progressão de regime a “IRS”? O apenado poderá 
progredir para o regime semiaberto, mesmo havendo uma ordem de extradição ainda não cumprida? 
SIM. O STF afirmou que o fato de estar pendente a extradição de “IRS” não poderia ser motivo suficiente 
para impedir a sua progressão de regime. 
 
Se fosse prevalecer a decisão do tribunal “a quo”, o extraditando teria que cumprir a integralidade da pena 
em regime fechado. Entenda: 
 o estrangeiro não pode progredir de regime porque ainda está pendente a sua extradição; 
 a extradição, por sua vez, somente poderá ser deferida após ele cumprir a pena. 
 desse modo, o estrangeiro nem pode ser extraditado nem receber a progressão. 
 
No caso concreto, se “IRS” fosse brasileiro, com igual condenação, bastaria cumprir um sexto da pena 
(cinco anos de prisão) para receber a progressão. No entanto, ele já havia cumprido nove anos em regime 
fechado e não tinha direito à progressão. 
 
O cenário acima descrito viola o sistema progressivo de cumprimento de pena e conflita com os princípios 
constitucionais da prevalência dos direitos humanos e da isonomia (arts. 4º, II, e 5º, caput, da CF/88). 
 
Assim, com o objetivo de evitar esse impasse, o STF reconheceu que o fato de o estrangeiro estar 
aguardando o processo de extradição não poderia ser motivo suficiente para impedir a sua progressão de 
regime. 
 
 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 11 
 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
Lei estadual não pode exigir garantia de empresa inadimplente para que esta emita nota fiscal 
 
É INCONSTITUCIONAL a lei que exija que a empresa em débito com a Fazenda Pública tenha 
que oferecer uma garantia (ex: fiança) para que possa emitir notas fiscais. Tal previsão 
configura “sanção política” (cobrança do tributo por vias oblíquas), o que viola as garantias do 
livre exercício do trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII), da atividade econômica (art. 170, 
parágrafo único) e do devido processo legal (art. 5º, LIV). 
STF. Plenário. RE 565048/RS, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 29/5/2014. 
 
Credenciamento para emissão de notas fiscais 
Para que o empresário ou sociedade empresária possa emitir nota fiscal, ele precisa se credenciar junto à 
Secretaria de Fazenda do Estado (para negócios que envolvam pagamento de ICMS, como a compra e 
venda de mercadorias) ou Secretaria de Fazenda do Município (para pagamento de ISS). 
Após o cadastramento, o órgão fazendário autoriza que a empresa imprima determinada quantidade de 
notas fiscais. Cada nota fiscal possui um número gerado pela Fazenda para que esta possa controlar 
melhor o pagamento do imposto. Desse modo, a empresa só conseguirá imprimir a quantidade de notas 
que o órgão fazendário autorizar. 
Atualmente, os Estados têm adotado o sistema da nota fiscal eletrônica,sendo a emissão da nota feita por 
meio da internet ou de softwares das Secretarias de Fazenda, o que facilita ainda mais o controle. 
Em suma, para que o empresário ou sociedade empresária possa trabalhar de forma regular e recolher os 
impostos sobre os produtos que vender ou sobre os serviços que prestar, deverá emitir nota fiscal, sendo 
este um procedimento que depende de credenciamento nos órgãos fazendários. 
 
Exigência de garantia para autorizar a impressão de notas fiscais 
A Lei 8.820/89, do Rio Grande do Sul, previu que, se a empresa que pediu autorização para emitir notas 
fiscais estiver em débito com a Fazenda Pública, a SEFAZ poderá exigir, como condição para autorizar a 
emissão, que ela forneça alguma garantia (ex: fiança) de que irá pagar as dívidas tributárias. 
 
Essa exigência é compatível com a CF/88? 
NÃO. O STF decidiu que a exigência, pela Fazenda Pública, de prestação de fiança, garantia real ou 
fidejussória para a impressão de notas fiscais de contribuintes em débito com o Fisco viola as garantias do 
livre exercício do trabalho, ofício ou profissão (art. 5º, XIII, da CF/88), da atividade econômica (art. 170, 
parágrafo único, da CF/88) e do devido processo legal (art. 5º, LIV, da CF/88). 
Assim, o Tribunal declarou a inconstitucionalidade do parágrafo único do art. 42 da Lei 8.820/1989, do 
Estado do Rio Grande do Sul, que previa essa condição. 
 
Cobrança do tributo por vias oblíquas (sanções políticas) 
A Fazenda Pública deverá cobrar os tributos em débito mediante os meios judiciais (execução fiscal) ou 
extrajudiciais (lançamento tributário, protesto de CDA) legalmente previstos. O Fisco possui, portanto, 
instrumentos legais para satisfazer seus créditos. 
Justamente por isso, a Administração Pública não pode fazer a cobrança do tributo por meios indiretos, 
impedindo, cerceando ou dificultando a atividade econômica desenvolvida pelo contribuinte devedor. 
Quando isso ocorre, a jurisprudência afirma que o Poder Público aplicou “sanções políticas”, ou seja, 
formas “enviesadas de constranger o contribuinte, por vias oblíquas, ao recolhimento do crédito 
tributário” (STF ADI 173). Exs: apreensão de mercadorias, não liberação de documentos, interdição de 
estabelecimentos. 
A cobrança do tributo por vias oblíquas (sanções políticas) é rechaçada por quatro súmulas do STF e STJ. 
 
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Súmula 70-STF: É inadmissível a interdição de estabelecimento como meio coercitivo para cobrança de 
tributo. 
 
Súmula 323-STF: É inadmissível a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para pagamento de 
tributos. 
 
Súmula 547-STF: Não é lícito à autoridade proibir que o contribuinte em débito adquira estampilhas, 
despache mercadorias nas alfândegas e exerça suas atividades profissionais. 
 
Súmula 127-STJ: É ilegal condicionar a renovação da licença de veículo ao pagamento de multa, da qual o 
infrator não foi notificado. 
 
A referida Lei gaúcha prevê uma forma de sanção política. Isso porque o aludido dispositivo legal vincula a 
continuidade da atividade econômica do contribuinte em mora ao oferecimento de garantias ou ao 
pagamento prévio do valor devido a título de tributo. Sem poder imprimir notas fiscais, a não ser 
oferecendo garantias, o contribuinte encontra-se coagido a quitar a pendência sem poder questionar o 
passivo, o que pode levar ao encerramento de suas atividades. 
Trata-se, portanto, de medida restritiva de direito, complicadora ou mesmo impeditiva da atividade 
empresarial do contribuinte para forçá-lo ao adimplemento dos débitos. 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
Julgue os itens a seguir: 
1) A ação proposta com o objetivo de assegurar o pagamento de gratificação a policiais civis do Distrito 
Federal deverá ser proposta contra a União e o DF em litisconsórcio passivo, sendo, portanto, julgada 
pela Justiça Federal. ( ) 
2) A ascensão e a transposição constituem formas inconstitucionais de provimento derivado de cargos por 
violarem o princípio do concurso público. ( ) 
3) Haverá usurpação da competência constitucional do Júri caso a lei preveja que instrução do processo 
de crimes dolosos contra a vida praticados no contexto de violência doméstica seja feita na Vara de 
Violência Doméstica. ( ) 
4) O apenado poderá progredir para o regime semiaberto, mesmo havendo uma ordem de extradição 
ainda não cumprida. ( ) 
5) É constitucional a lei que exija que a empresa em débito com a Fazenda Pública tenha que oferecer 
uma garantia para que possa emitir notas fiscais. ( ) 
 
 
Gabarito 
1. C 2. C 3. E 4. C 5. E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 13 
JULGADOS NÃO COMENTADOS 
 
Ônus processual: falha administrativa e tempestividade 
A 1ª Turma deferiu “habeas corpus” para determinar ao STJ a análise do mérito de agravo de instrumento 
em que se pleiteia admissibilidade de recurso especial. No caso, o agravo fora inadmitido naquela Corte 
superior em razão da declaração de intempestividade, uma vez que o carimbo do protocolo da petição do 
recurso especial estaria ilegível, o que impediria a comprovação da data de sua interposição. A defesa 
argumentava que a falha no documento não lhe seria imputável, pois teria decorrido de problema técnico 
na digitalização do processo. A Turma consignou que, em se tratando de recurso criminal, a formação do 
instrumento competiria à secretaria do órgão judicante, de forma que a parte indicaria as peças a serem 
trasladadas, e então cessaria seu ônus processual. Assim, a parte não poderia ser prejudicada por 
deficiência de algum documento digitalizado pela secretaria do STJ. A Turma registrou que, providenciada a 
demonstração da erronia no traslado da peça, estaria superado o problema, e seria admitido o recurso 
supostamente intempestivo. 
HC 114456/SP, rel. Min. Marco Aurélio, 27.5.2014. 
 
Vícios nas contas de ex-prefeito e ofensa à Constituição 
Em conclusão de julgamento, a 1ª Turma desproveu agravo regimental em agravo de instrumento para 
inadmitir recurso extraordinário em que se discutia a elegibilidade de ex-prefeito diante de irregularidades 
nas contas prestadas — v. Informativo 642. A Turma asseverou que a discussão configuraria ofensa 
meramente reflexa à Constituição, uma vez que o tribunal “a quo” solucionara a controvérsia à luz da LC 
64/1990, com a redação dada pela LC 135/2010, o que inviabilizaria a abertura da via extraordinária. 
AI 747402 AgR/BA, rel. Min. Dias Toffoli, 27.5.2014. 
 
RE: formalização de acordo e perda de objeto 
Em conclusão de julgamento, a 1ª Turma negou provimento a agravo regimental no qual se alegava perda 
de objeto do recurso extraordinário em decorrência de acordo efetuado entre o Estado-membro e os 
autores da demanda, com o consequente pagamento dos débitos estaduais por meio de precatório. No 
extraordinário, discutia-se o valor de vencimentos percebidos por magistrados da justiça estadual, tendo 
em conta o montante recebido por secretários de Estado e por Ministros do STF. A Turma asseverou que os 
fatos relacionados ao acordo, bem como aos pagamentos efetuados pelo Estado-membro, deveriam ser 
devidamente apreciados na origem, e não interfeririam no recurso extraordinário. Frisou incumbir ao 
tribunal local analisar a validade dessa tratativa, bem como o destino das verbas advindas dos cofres 
públicos. Consignou, ademais, que os pagamentos teriam sido realizados e recebidos de boa-fé. O Ministro 
Marco Aurélio ressaltou que o Estado-membro teria negado a formalização do acordo, a revelar 
inconformismo com a execução provisória do julgado, o que seria suficiente para desprover o agravo. 
RE 222239 AgR/RJ, rel. Min. Dias Toffoli, 27.5.2014. 
 
 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
 
R E P E R C U S S Ã O G E R A L 
DJe de 26 a 30 de maio de 2014 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 675.608-SC 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado porMárcio André Lopes Cavalcante | 14 
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPLEMENTAÇÃO DE PENSÃO. EX-FERROVIÁRIO DA REDE FERROVIÁRIA FEDERAL – 
RFFSA. OFENSA INDIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. REPERCUSSÃO GERAL. INEXISTÊNCIA. 
I – O exame da questão constitucional não prescinde da prévia análise de normas infraconstitucionais, o que afasta a possibilidade de reconhecimento 
do requisito constitucional da repercussão geral. 
II – Repercussão geral inexistente. 
 
REPERCUSSÃO GERAL EM RE N. 797.905-SE 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Recurso extraordinário. Repercussão Geral da questão constitucional reconhecida. Reafirmação de jurisprudência. A omissão referente à edição da 
Lei Complementar a que se refere o art. 40, §4º, da CF/88, deve ser imputada ao Presidente da República e ao Congresso Nacional. 2. Competência 
para julgar mandado de injunção sobre a referida questão é do Supremo Tribunal Federal. 3. Recurso extraordinário provido para extinguir o mandado 
de injunção impetrado no Tribunal de Justiça. 
 
Decisões Publicadas: 2 
 
C L I P P I N G D O D JE 
26 a 30 de maio de 2014 
ADI N. 775-RS 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Artigo 53, inciso IV, e art. 81, ambos da Constituição do Estado do Rio Grande do Sul. 
Necessidade de prévia autorização da Assembleia Legislativa para o afastamento do governador e do vice-governador do País por qualquer 
tempo. Princípio da simetria. Princípio da separação dos Poderes. Confirmação da medida cautelar. Procedência. 
1. A Carta da República, em seus arts. 49, inciso III, e 83, dispôs ser da competência do Congresso Nacional autorizar o presidente e o vice-presidente 
da República a se ausentarem do País quando a ausência for por período superior a quinze dias. 
2. Afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria disposição da Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia 
Legislativa para que o governador e o vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. 
3. Trata-se de mecanismo do sistema de freios e contrapesos, o qual somente se legitima nos termos já delineados pela própria Lei Maior, sendo 
vedado aos estados-membros criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro que não derivem explícita ou implicitamente de regra ou 
princípio da Lei Fundamental. Precedentes. 
4. Ação direta julgada procedente. 
*noticiado no Informativo 741 
 
RMS N. 25.476-DF 
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. MARCO AURÉLIO 
TRIBUTO – BASE DE INCIDÊNCIA – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. A fixação da base de incidência da contribuição social alusiva 
ao frete submete-se ao princípio da legalidade. 
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – FRETE – BASE DE INCIDÊNCIA – PORTARIA – MAJORAÇÃO. Surge conflitante com a Carta da República 
majorar mediante portaria a base de incidência da contribuição social relativa ao frete. 
MANDADO DE SEGURANÇA – BALIZAS. No julgamento de processo subjetivo, deve-se observar o pedido formalizado. 
*noticiado no Informativo 707 
 
AG. REG. NO RE N. 613.100-RS 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. CUMULAÇÃO DE DOIS CARGOS DE 
PROFESSOR. COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS. AUSÊNCIA DE CONTROVÉRSIA CONSTITUCIONAL. SÚMULA 279/STF. 
Para dissentir da conclusão do acórdão recorrido, seria necessário nova apreciação dos fatos e do material probatório constantes dos autos. Incidência 
da Súmula 279/STF. Precedentes. 
Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
RE N. 578.543-MT e RE N. 597.368-MT 
RED. P/ O ACÓRDÃO: MIN. TEORI ZAVASCKI 
EMENTA: DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO. DIREITO CONSTITUCIONAL. IMUNIDADE DE JURISDIÇÃO. ORGANIZAÇÃO DAS 
NAÇÕES UNIDAS (ONU). PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO (ONU/PNUD). RECLAMAÇÃO 
TRABALHISTA. CONVENÇÃO SOBRE PRIVILÉGIOS E IMUNIDADES DAS NAÇÕES UNIDAS (DECRETO 27.784/1950). APLICAÇÃO. 
1. Segundo estabelece a “Convenção sobre Privilégios e Imunidades das Nações Unidas”, promulgada no Brasil pelo Decreto 27.784, de 16 de 
fevereiro de 1950, “A Organização das Nações Unidas, seus bens e haveres, qualquer que seja seu detentor, gozarão de imunidade de jurisdição, salvo 
na medida em que a Organização a ela tiver renunciado em determinado caso. Fica, todavia, entendido que a renúncia não pode compreender medidas 
executivas”. 
2. Esse preceito normativo, que no direito interno tem natureza equivalente a das leis ordinárias, aplica-se também às demandas de natureza 
trabalhista. 
3. Recurso extraordinário provido. 
*noticiado no Informativo 706 
 
AG. REG. NA EXECUÇÃO NA ACO N. 381-RJ 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA – EXECUÇÃO – ARTIGO 20 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. De acordo com a jurisprudência do 
Supremo, os honorários advocatícios cabem ao advogado. 
 
AG. REG. NO RE N. 761.510-DF 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. 
ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE CAMARÁ. AUSÊNCIA DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 15 
O Supremo Tribunal Federal, em casos análogos, concluiu que a alegada ofensa ao art. 37, § 6º, da Constituição Federal esbarra na necessidade do 
reexame dos fatos e do material probatório dos autos. Nessas condições, a hipótese atrai a incidência da Súmula 279/STF. 
Agravo regimental a que se nega provimento. 
 
CC N. 7.698-PI 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
COMPETÊNCIA – ATO DE PROCURADOR REGIONAL ELEITORAL – DESTITUIÇÃO DE PROMOTOR ATUANDO NA JUSTIÇA 
ELEITORAL – MANDADO DE SEGURANÇA. Cabe ao juízo da vara federal com atuação no domicílio do impetrante julgar mandado de segurança 
mediante o qual se insurge contra ato do procurador regional eleitoral destituindo-o da função de promotor eleitoral. 
*noticiado no Informativo 746 
 
HC N. 108.748-ES 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
EMENTA: HABEAS CORPUS. DENÚNCIA OFERECIDA E RECEBIDA ANTES DE ENCERRADAS INVESTIGAÇÕES EM INQUÉRITO 
JUDICIAL INSTAURADO PARA APURAR OS MESMOS FATOS OBJETO DA DENÚNCIA. POSTERIOR ARQUIVAMENTO DO 
INQUÉRITO POR ATIPICIDADE DE CONDUTA DO PACIENTE. AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA SUPERVENIENTE. TRANCAMENTO DE 
AÇÃO PENAL. POSSIBILIDADE. ORDEM CONCEDIDA. 
I - Falta de justa causa à ação penal iniciada antes de encerradas as investigações em sede de inquérito instaurado para apurar os mesmos fatos e 
arquivado por decisão judicial, ante a constatação de atipicidade da conduta do paciente. 
II - O trancamento da ação penal, em habeas corpus, constitui medida excepcional que só deve ser aplicada nos casos de manifesta atipicidade de 
conduta, presença de causa de extinção da punibilidade ou ausência de indícios mínimos de autoria e materialidade delitivas. 
III - Na situação sob exame, verifica-se a atipicidade da conduta do paciente, constatada no Inquérito 333, que tramitou o Superior Tribunal de 
Justiça. 
IV - Ordem concedida para trancar a ação penal. 
 
HC N. 114.422-RS 
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES 
Habeas corpus. 2. Execução penal. Falta grave (fuga). 3. PAD não homologado, ao fundamento de não ter sido observado o prazo máximo de 
conclusão previsto no Regimento Disciplinar Penitenciário do Estado do Rio Grande do Sul (prazo de 30 dias). 4. A jurisprudência do STF é no 
sentido de que, diante da ausência de norma específica quanto à prescrição da infração disciplinar, utiliza-se, por analogia, o Código Penal (HC 
92.000/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, DJe 30.11.2007). 5. Quanto ao prazo de 30 dias para o encerramento do PAD, esta Corte já 
considerou que compete privativamente à União legislar sobre direito penal (HC 97.611/RS, Rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, DJe 7.8.2009). 6. Ordem 
denegada. 
*noticiado no Informativo 745 
 
HC N. 117.923-SP 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
EMENTA: HABEAS CORPUS. INTERPOSIÇÃO SIMULTÂNEA DE RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS E DESTE WRIT 
CONTRA ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNALDE JUSTIÇA. VEICULAÇÃO DE IDÊNTICA MATÉRIA EM AMBOS. 
JULGAMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO. PREJUDICIALIDADE DO HC. 
I – No caso sob exame, a defesa impetrou habeas corpus originário paralelamente à interposição de recurso ordinário, suscitando as mesmas questões 
em ambos. Assim, com vistas a prestigiar o sistema recursal vigente, que prevê, contra acórdão proferido pelo STJ em habeas corpus, o recurso 
ordinário em habeas corpus, conhece-se do recurso, mesmo que distribuído em momento posterior à distribuição da impetração originária. 
II – Apreciadas todas as alegações postas pela defesa no julgamento do RHC, fica prejudicada esta impetração e, por conseguinte, revogada a liminar 
concedida. 
III – Habeas Corpus prejudicado, com a revogação da liminar concedida. 
 
RHC N. 118.625-SP 
RELATOR: MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 
EMENTA: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. RECORRENTE CONDENADO PELO DELITO 
DE ESTELIONATO. PENA REDIMENSIONADA PELO STJ EM HC IMPETRADO EM FAVOR DO RECORRENTE. MANUTENÇÃO DE 
REGIME PRISIONAL MAIS GRAVOSO. FUNDAMENTAÇÃO. INOVAÇÃO. CONSTRANGIMENTO ILEGAL. DOSIMETRIA. 
DESLOCAMENTO DE CIRCUNSTÂNCIA JUDICIAL, DA PRIMEIRA PARA A SEGUNDA FASE DA FIXAÇÃO DA PENA. AUSÊNCIA DE 
ILEGALIDADE MANIFESTA. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. 
I – No caso sob exame, o juízo sentenciante fixou o regime inicial semiaberto ao recorrente exclusivamente em razão da quantidade de pena imposta. 
II – O Superior Tribunal de Justiça, ao analisar habeas corpus manejado pela defesa, concedeu parcialmente a ordem, para redimensionar a 
reprimenda imposta ao recorrente para 3 anos, 1 mês e 10 dias de reclusão. Todavia, manteve o regime inicial semiaberto, aduzindo, para tanto, 
argumentos não utilizados pelo magistrado sentenciante. 
III – Não agiu bem a Corte Superior ao inovar a fundamentação para justificar a manutenção do regime inicial semiaberto e negar a substituição da 
pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, no âmbito de habeas corpus manejado em favor do recorrente. 
IV – Não merece censura o acórdão impugnado no ponto em que destacou que “o magistrado singular não se reportou a qualquer conduta do 
paciente capaz de caracterizar a circunstância agravante em análise, quais sejam, a promoção ou organização da cooperação no crime, ou a 
direção de atividade dos demais agentes, ressaltando, apenas, a maior reprovabilidade da sua atuação no planejamento e execução do delito, em 
comparação ao papel desempenhado pelo corréu que também foi condenado”. 
V – Após o redimensionamento realizado pelo STJ, a pena-base imposta ao recorrente restou fixada em 2 anos e 8 meses de reclusão, num intervalo 
que varia de 2 a 12 anos, o que não extrapola os limites da proporcionalidade e da razoabilidade, não havendo, a meu ver, flagrante ilegalidade ou 
teratologia que justifiquem o provimento do recurso. 
VI – Recurso parcialmente provido para determinar ao juízo sentenciante que, tendo em conta a nova quantidade de pena imposta ao recorrente, fixe – 
motivadamente – o regime inicial de cumprimento da reprimenda, bem como analise o preenchimento dos requisitos previstos no art. 44 do Código 
Penal e, em caso positivo, proceda à substituição da pena privativa de liberdade por sanção restritiva de direitos. 
 
AG. REG. NO RE N. 495.681-MG 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. RECURSO PROTOCOLADO EM 
TRIBUNAL DIVERSO. 
A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal já fixou entendimento de que é intempestivo o recurso protocolado por equívoco em tribunal diverso e 
recebido somente após o trânsito em julgado da decisão recorrida. Precedentes. 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 16 
Agravo regimental não conhecido. 
 
AG. REG. NO RE N. 594.410-RS 
RELATOR: MIN. DIAS TOFFOLI 
EMENTA: Agravo regimental no recurso extraordinário. Administrativo. Concurso público. Prequestionamento. Ausência. Prazo de 
validade. Prorrogação. Ato discricionário. Reexame de cláusulas editalícias e de fatos e provas. Impossibilidade. Precedentes. 
1. Não se admite o recurso extraordinário quando os dispositivos constitucionais que nele se alega violados não estão devidamente prequestionados. 
Incidência das Súmulas nºs 282 e 356/STF. 
2. A Corte tem reconhecido a discricionariedade da Administração pública no tocante à prorrogação do prazo de validade de concursos públicos. 
3. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise de cláusulas editalícias e o reexame do conjunto fático-probatório da causa. Incidência das 
Súmulas nºs 454 e 279/STF. 
4. Agravo regimental não provido. 
 
Ext N. 1.333-DF 
RELATORA: MIN. ROSA WEBER 
EMENTA: EXTRADIÇÃO INSTRUTÓRIA. TRÁFICO DE DROGAS SINTÉTICAS E ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. CONCORDÂNCIA DO 
EXTRADITANDO. CONTROLE DA LEGALIDADE. DUPLA INCRIMINAÇÃO CONFIGURADA. PRESCRIÇÃO. INOCORRÊNCIA. 
INEXISTÊNCIA DE ÓBICES LEGAIS À EXTRADIÇÃO. ENTREGA CONDICIONADA À ASSUNÇÃO DE COMPROMISSOS. 
1. Pedido de extradição formulado pelo Governo do Reino dos Países Baixos que atende os requisitos da Lei 6.815/1980 e do Tratado de Extradição 
específico. 
2. A concordância defensiva com o pleito extradicional não afasta o controle da legalidade por este Supremo Tribunal Federal. Precedentes. 
3. Crimes de produção, fabricação, processamento, beneficiamento, posse e transporte de drogas, além de participação em organização criminosa, nos 
termos da Lei Holandesa de Entorpecentes, que correspondem aos crimes previstos nos arts. 33 e 35 da Lei 11.343/2006. Dupla incriminação 
atendida. 
4. Inocorrência de prescrição e inexistência de óbices legais. 
5. Irrelevância da ausência do texto legal estrangeiro referente à prescrição, quando, excepcionalmente, demonstrada sua inocorrência. Precedente. 
6. O compromisso de detração da pena, considerando o período de prisão decorrente da extradição, deve ser assumido antes da entrega do preso, não 
obstando a concessão da extradição. O mesmo é válido para os demais compromissos previstos no art. 91 da Lei nº 6.815/1980. 
7. Extradição deferida. 
 
HC N. 106.325-RS 
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO 
Ementa: HABEAS CORPUS IMPETRADO CONTRA DECISÃO MONOCRÁTICA DE MINISTRO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. CRIME DE PORTE ILEGAL 
DE ARMA DE FOGO. TEMPESTIVIDADE DO RECURSO INTERPOSTO PELA DEFESA. ILEGALIDADE FLAGRANTE. 1. O entendimento majoritário da Primeira 
Turma do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o habeas corpus “é incabível quando endereçado em face de decisão monocrática que nega 
seguimento ao writ, sem a interposição de agravo regimental” (HC 113.186, Rel. Min. Luiz Fux). 2. As peculiaridades da causa revelam a 
tempestividade dos recursos interpostos pela parte impetrante. 3. Habeas Corpus extinto sem resolução de mérito por inadequação da via processual. 
Ordem concedida de ofício para determinar que o Superior Tribunal de Justiça prossiga no exame do agravo de instrumento. 
 
HC N. 108.715-RJ 
RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO 
HABEAS CORPUS – JULGAMENTO POR TRIBUNAL SUPERIOR – IMPUGNAÇÃO. A teor do disposto no artigo 102, inciso II, alínea “a”, da 
Constituição Federal, contra decisão, proferida em processo revelador de habeas corpus, a implicar a não concessão da ordem, cabível é o recurso 
ordinário. Evolução quanto à admissibilidade do substitutivo do habeas corpus. 
TIPO PENAL – NORMATIZAÇÃO. A existência de tipo penal pressupõe lei em sentido formal e material. 
LAVAGEM DE DINHEIRO – LEI Nº 9.613/98 – CRIME ANTECEDENTE. A teor do disposto na Lei nº 9.613/98, há a necessidade de o valor em 
pecúnia envolvido na lavagem de dinheiro ter decorrido de uma das práticas delituosas nela referidas de modo exaustivo. 
LAVAGEM DE DINHEIRO – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA E QUADRILHA. O crime de quadrilha não se confunde com o de organização 
criminosa, até hoje sem definição na legislação pátria. 
*noticiado no Informativo 721 
 
RE N. 549.560-CE 
RELATOR: MIN. RICARDOLEWANDOWSKI 
EMENTA: PENAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO PENAL. FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO. DESEMBARGADOR DO 
ESTADO DO CEARÁ. EX-PRESIDENTE E EX-CORREGEDOR GERAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA. COMPETÊNCIA PARA 
JULGAMENTO. DESLOCAMENTO PARA O PRIMEIRO GRAU DE JURISDIÇÃO. SÚMULAS 394 E 451 DO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL. INAPLICABILIDADE. PROVIMENTO VITALÍCIO. GARANTIA CONFERIDA AOS SERVIDORES DA ATIVA PARA 
PERMANECEREM NO CARGO. RECURSO IMPROVIDO. 
I – A vitaliciedade é garantia inerente ao exercício do cargo pelos magistrados e tem como objetivo prover a jurisdição de independência e 
imparcialidade. 
II – Exercem a jurisdição, tão-somente, os magistrados na atividade, não se estendendo aos inativos o foro especial por prerrogativa de função. 
III – A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para processamento e julgamento de eventual ilícito penal para o 
primeiro grau de jurisdição. 
IV – Recurso extraordinário a que se nega provimento. 
*noticiado no Informativo 659 
 
 
Acórdãos Publicados: 430 
 
TRANSCRIÇÕES 
 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 17 
Com a finalidade de proporcionar aos leitores do INFORMATIVO STF uma compreensão mais 
aprofundada do pensamento do Tribunal, divulgamos neste espaço trechos de decisões que tenham 
despertado ou possam despertar de modo especial o interesse da comunidade jurídica. 
 
Reclamação - STF - Ministério Público Estadual - Legitimidade Ativa (Transcrições) 
 
Rcl 15.028/SP* 
 
RELATOR: Ministro Celso de Mello 
 
DECISÃO: Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, na qual se sustenta que o ato judicial ora questionado – emanado da 
colenda Décima Segunda Câmara de Direito Público do E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, no julgamento do AI nº 0142299 - 
83.2012.8.26.0000 – teria transgredido o enunciado constante da Súmula Vinculante nº 10/STF, que possui o seguinte teor: 
 
“Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare 
expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.” (grifei) 
 
Aduz, a parte ora reclamante, para justificar, na espécie, o alegado desrespeito à autoridade do enunciado sumular em questão, as 
seguintes considerações: 
 
“1. Consoante consta dos anexos documentos, a C. 1ª Câmara Reservada ao Meio Ambiente, do Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo, negou provimento a recurso do Ministério Público do Estado de São Paulo, em 18 de outubro de 2.012, para afastar a incidência da 
norma do artigo 18 da Lei n° 7.347/85. 
2. Segundo decidiu referido acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo: 
 
 ‘... a aplicação integral de referida disposição legal – o artigo 18 da Lei 7347/85 – inviabiliza a produção da prova que, 
consoante cópia de fls. 61/62, foi requerida pelo Ministério Público. 
Por outro lado, considerando-se que o Ministério Público tem autonomia financeira, nada obsta o adiantamento do honorário 
através de verba proveniente do Fundo Especial de Despesa de Reparação de Interesses Difusos, solicitando a verba ao gestor do 
referido fundo’ (fls. 82 dos autos copiados). 
 
3. Com base nesse entendimento, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou o prévio recolhimento dos honorários 
periciais, mediante desembolso do Fundo de Interesses Difusos Lesados, criado pelo artigo 13 da mesma Lei 7.347/85. 
…................................................................................................... 
6. Não obstante o Ministério Público, pela sua Procuradoria de Justiça de Interesses Difusos e Coletivos, tenha interposto recurso 
especial visando à reforma do v. acórdão, tal recurso não tem efeito suspensivo. 
7. Daí resulta a admissibilidade da presente reclamação, pois ela é o remédio idôneo para garantia da efetividade desse E. Supremo 
Tribunal Federal (arts. 102, I, ‘l’, e 103-A, § 3º, Constituição de 1988; art. 13, Lei 8.038/90). 
8. A respeitável decisão reclamada nega a autoridade da Súmula Vinculante n. 10 desse E. Supremo Tribunal Federal, pois, como 
fundamentado nas decisões monocráticas acima transcritas, o afastamento da incidência do artigo 18 da Lei 7.347/85, mesmo sem declarar 
expressamente sua inconstitucionalidade, viola a cláusula de reserva de plenário (art. 97, Constituição Federal).” (grifei) 
 
O Ministério Público Federal, em pronunciamento da lavra do eminente Procurador-Geral da República, Dr. RODRIGO JANOT 
MONTEIRO DE BARROS, ao opinar pela procedência da presente reclamação, formulou parecer que está assim ementado: 
 
“Reclamação. Exame da legitimidade ativa do Ministério Público estadual para a propositura de reclamação perante essa Corte. 
Atuação exclusiva do Procurador-Geral da República. Ratificação da inicial. Alegação de afronta à Súmula Vinculante 10. Afastamento da 
aplicação do art. 18 da Lei 7.347/85, o qual estabelece que o autor da ação civil pública não adiantará o pagamento de honorários periciais. 
Decisão de órgão fracionário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Inobservância da cláusula de reserva de plenário. 
- Parecer pela procedência da reclamação.” (grifei) 
 
Sendo esse o contexto, passo ao exame do pedido formulado nesta sede reclamatória. 
Reconheço, preliminarmente, a legitimidade ativa “ad causam” do Ministério Público do Estado de São Paulo para ajuizar, em caráter 
originário, perante o Supremo Tribunal Federal, reclamação destinada a fazer prevalecer a autoridade e a eficácia da súmula vinculante. 
Entendo, na linha de anteriores decisões por mim proferidas (Rcl 7.246/SP, Rcl 9.106-MC/SP, Rcl 10.463-MC/RS, v.g.), que o Ministério 
Público estadual, quando atua no desempenho de suas prerrogativas institucionais e no âmbito de processos cuja natureza justifique a sua formal 
participação (quer como órgão agente, quer como órgão interveniente), dispõe, ele próprio, de legitimidade para ajuizar reclamação, em sede 
originária, perante o Supremo Tribunal Federal: 
 
“MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL. LEGITIMIDADE ATIVA PARA AJUIZAR RECLAMAÇÃO PERANTE O SUPREMO 
TRIBUNAL FEDERAL (...). 
- O Ministério Público dos Estados-membros dispõe de legitimidade ativa ‘ad causam’ para ajuizar, originariamente, perante o 
Supremo Tribunal Federal, reclamação destinada a fazer prevalecer a autoridade de enunciado constante de súmula vinculante, cujo teor 
normativo tenha sido concretamente desrespeitado por ato emanado do Poder Executivo ou do Poder Judiciário. 
- Inexiste qualquer relação de dependência ou de subordinação entre o Ministério Público dos Estados-membros e o Procurador-
Geral da República, considerada a prerrogativa de autonomia institucional de que também se acha investido, por efeito de explícita outorga 
constitucional (CF, art. 127, § 1º), o ‘Parquet’ estadual. 
- Inadmissível, desse modo, exigir-se que a atuação processual do Ministério Público local se faça por intermédio do Procurador-
Geral da República, que não dispõe de poder de ingerência na esfera orgânica do ‘Parquet’ estadual, pois lhe incumbe, unicamente, por 
expressa definição constitucional (CF, art. 128, § 1º), a Chefia do Ministério Público da União.” 
(Rcl 8.907-MC/RS, Rel. Min. CELSO DE MELLO) 
 
Não tem sentido, por implicar ofensa manifesta à autonomia institucional do Ministério Público dos Estados-membros, exigir-se que a sua atuação 
processual se faça por intermédio do Senhor Procurador-Geral da República, que não dispõe de poder de ingerência na esfera orgânica do “Parquet” 
estadual, pois lhe incumbe, unicamente, por expressa definição constitucional (CF, art. 128, § 1º), a Chefia do Ministério Público da União. 
É importante assinalar, porque juridicamente relevante, que o postulado da unidade institucional (que também se estende ao Ministério 
Público dos Estados-membros) reveste-se de natureza constitucional (CF, art. 127, § 1º), a significarque o Ministério Público estadual não é 
representado – muito menos chefiado – pelo Senhor Procurador-Geral da República, eis que é plena a autonomia do “Parquet” local em face do 
eminente Chefe do Ministério Público da União. 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 18 
Mostra-se fundamental insistir na asserção de que o Ministério Público dos Estados-membros não está vinculado nem subordinado, no 
plano processual, administrativo e/ou institucional, à Chefia do Ministério Público da União, o que lhe confere ampla possibilidade de postular, 
autonomamente, em sede de reclamação, perante o Supremo Tribunal Federal. 
Não tem sido por outra razão que esta Corte, tratando-se do Ministério Público do Trabalho – órgão que integra o Ministério Público da União –, 
vem-lhe negando qualidade para agir em sede reclamatória, pelo relevante motivo de a representação institucional do Ministério Público da União caber, com 
exclusividade, ao Procurador-Geral da República (Rcl 4.091-AgR/GO, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 4.453-MC-AgR-AgR/SE, Rel. Min. ELLEN 
GRACIE – Rcl 4.592-AgR/TO, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 5.255-AgR/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE – Rcl 5.381-ED/AM, Rel. Min. 
AYRES BRITTO – Rcl 5.543-AgR/GO, Rel. Min. CELSO DE MELLO – Rcl 5.674-AgR/MG, Rel. Min. EROS GRAU – Rcl 5.793-AgR/AM, Rel. Min. 
ELLEN GRACIE – Rcl 5.958-AgR/PI, Rel. Min. EROS GRAU – Rcl 6.239-AgR/RO, Rel. Min. EROS GRAU, v.g.). 
Inquestionável, desse modo, a plena legitimação ativa “ad causam” do Ministério Público do Estado de São Paulo para ajuizar, perante esta 
Corte Suprema, a presente reclamação. 
Reconhecida, desse modo, a qualidade para agir, em sede originária, perante o Supremo Tribunal Federal, do Ministério Público estadual, 
passo a examinar a pretensão reclamatória ora deduzida na presente causa. 
E, ao fazê-lo, entendo assistir razão à douta Procuradoria-Geral da República, que opinou, no caso, quanto ao mérito, pela procedência 
desta reclamação. 
Observo, por relevante, que essa manifestação do Ministério Público Federal ajusta-se, com absoluta fidelidade, à diretriz jurisprudencial que 
o Supremo Tribunal Federal consagrou na apreciação de controvérsia idêntica à ora em análise (Rcl 11.951/RS, 
Rel. Min. MARCO AURÉLIO – Rcl 12.502/RS, Rel. Min. GILMAR MENDES – Rcl 15.276/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – Rcl 
15.424/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 15.604/SP, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, v.g.): 
 
“AÇÃO CIVIL PÚBLICA – HONORÁRIOS PERICIAIS – ADIANTAMENTO PELO AUTOR – ADMISSIBILIDADE NA ORIGEM – 
ARTIGO 18 DA LEI Nº 7.347/85 – AFASTAMENTO POR ÓRGÃO FRACIONADO – RESERVA DE COLEGIADO – VERBETE 
VINCULANTE Nº 10 DA SÚMULA DO SUPREMO – PROCEDÊNCIA DO PEDIDO.” 
(Rcl 14.536/SP, Rel. Min. MARCO AURÉLIO – grifei) 
 
Sendo assim, pelas razões expostas, acolhendo, ainda, o parecer da douta Procuradoria-Geral da República e com apoio em delegação 
regimental (RISTF, art. 161, parágrafo único, na redação dada pela Emenda Regimental nº 13, de 25/03/2004), julgo procedente a presente 
reclamação, para invalidar o ato judicial ora impugnado (AI nº 0142299-83.2012.8.26.0000), determinando, em consequência, que outra decisão 
seja proferida, como de direito, pelo órgão judiciário reclamado, observada, se for o caso, a regra inscrita no art. 97 da Constituição da República. 
Comunique-se, transmitindo-se cópia da presente decisão ao E. Tribunal de Justiça paulista (AI nº 0142299-83.2012.8.26.0000) e ao eminente 
Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo. 
 
Arquivem-se os presentes autos. 
 
Publique-se. 
Brasília, 13 de fevereiro de 2014. 
(“Dia Estadual do Ministério Público paulista”) 
 
 
Ministro CELSO DE MELLO 
Relator 
 
*decisão publicada no DJe de 18.2.2014 
 
 
INOVAÇÕES LEGISLATIVAS 
26 a 30 de maio de 2014 
 
Medida Provisória nº 646, de 26.5.2014 - Altera a Lei no 9.503, de 23.9.1997, que institui o Código de Trânsito 
Brasileiro. Publicada no DOU em 27.5.2014, Seção 1, p. 1. 
 
Emenda Constitucional 79, de 27.5.2014 - Altera o art. 31 da Emenda Constitucional nº 19, de 4.6.1998, para 
prever a inclusão, em quadro em extinção da Administração Federal, de servidores e policiais militares admitidos pelos 
Estados do Amapá e de Roraima, na fase de instalação dessas unidades federadas, e dá outras providências. Publicada 
no DOU em 28.5.2014, Seção 1, p. 1. 
 
Lei nº 12.982, de 28.5.2014 - Altera a Lei no 11.947, de 16.6.2009, para determinar o provimento de alimentação 
escolar adequada aos alunos portadores de estado ou de condição de saúde específica. Publicada no DOU em 29.5.2014, 
Seção 1, p. 1. 
 
OUTRAS INFORMAÇÕES 
26 a 30 de maio de 2014 
 
Decreto nº 8.246, de 23.5.2014 - Promulga o Acordo entre o Governo da República Federativa do Brasil e o 
Governo da República da Colômbia sobre Facilitação para o Ingresso e Trânsito de seus Nacionais em seus Territórios, 
firmado em Brasília, em 21.8.2007. Publicado no DOU em 26.5.2014, Seção 1, p. 10. 
 
 
Informativo 748-STF (13/06/2014) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 19 
Decreto nº 8.253, de 26.5.2014 - Altera o Decreto nº 4.892, de 25.11.2003, que regulamenta a Lei Complementar 
nº 93, de 4.2.1998, para dispor sobre a concessão de financiamentos com recursos do Fundo de Terras e da Reforma 
Agrária. Publicado no DOU em 27.5.2014, Seção 1, p. 4. 
 
Decreto nº 8.256, de 26.5.2014 - Regulamenta o inciso V do caput do art. 17 da Lei no 8.629, de 25.2.993, que 
dispõe sobre os créditos de instalação no programa de reforma agrária. Publicado no DOU em 27.5.2014, Seção 1, p. 4. 
 
SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) 
Regulamentação – Serviço – Atendimento ao público 
Resolução nº 526/STF, de 22 de maio de 2014 – Regulamenta o serviço de atendimento não presencial prestado 
pelo Supremo Tribunal Federal ao público interno e externo e dá outras providências. Publicada no DJE/STF, n. 99, p. 
1, em 26.5.2014. 
 
Tabela de custas – Tabela – Porte de remessa e retorno dos autos – Valor – Atualização 
Resolução nº 527/STF, de 26 de maio de 2014 – Dispõe sobre as Tabelas de Custas e a Tabela de Porte de Remessa e 
Retorno dos Autos e dá outras providências. Publicada no DJE/STF, n. 101, p. 1, em 28.5.2014. 
 
 
Secretaria de Documentação – SDO 
Coordenadoria de Jurisprudência Comparada e Divulgação de Julgados – CJCD 
CJCD@stf.jus.br 
 
 
mailto:CJCD@stf.jus.br

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