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I N F O R M A T I V O S 
P O R A S S U N T O 
D E 2 0 1 6 A T É O N T E M
Material elaborado por Roberto Coutinho 
professorroberto.com 
Instagram @r.couttinho 
ISBN: 978-85-540444-3-5 
Fechamento 01.12.2018 
Atualizado até 
STF 924 
STJ 636
 
 1 
 
18TUDIREITO CONSTITUCIONALU18T .................................................................................................................................. 2 
18TUDIREITO ADMNISTRATIVOU18T ................................................................................................................................. 30 
18TUDIREITO EMPRESARIALU18T ...................................................................................................................................... 81 
DIREITO CIVIL..................................................................................................................................................... 54 
18TUDIREITO PROCESSUAL CIVILU18T ............................................................................................................................... 96 
18TUDIREITO DO CONSUMIDORU18T .............................................................................................................................. 126 
18TUESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTEU18T .................................................................................................. 139 
18TUDIREITO PENALU18T ................................................................................................................................................ 143 
18TUDIREITO PROCESSUAL PENALU18T ........................................................................................................................... 168 
18TUEXECUÇÃO PENALU18T ............................................................................................................................................ 196 
18TUDIREITO TRIBUTÁRIOU18T ....................................................................................................................................... 202 
 
 
 
 2 
DIREITO CONSTITUCIONAL 
 
Autoridade fazendária e sigilo fiscal 
As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios podem 
requisitar diretamente das instituições financeiras informações sobre as movimentações bancárias dos contribuintes. 
Esta possibilidade encontra-se prevista no art. 6º da LC 105/2001, que foi considerada constitucional pelo STF. UIsso 
porque esta previsão não se caracteriza como "quebra" de sigilo bancário, ocorrendo apenas “transferência de sigilo” 
dos bancos ao FiscoU. Vale ressaltar que os Estados-Membros e os Municípios somente podem obter as informações 
previstas no art. 6º da LC 105/2001, uma vez regulamentada a matéria de forma análoga ao Decreto Federal 
nº3.724/2001, observados os seguintes parâmetros: 
a) pertinência temática entre a obtenção das informações bancárias e o tributo 
objeto de cobrança no procedimento administrativo instaurado; 
b) prévia notificação do contribuinte quanto à instauração do processo e a todos 
os demais atos, garantido o mais amplo acesso do contribuinte aos autos, permitindo-
lhe tirar cópias, não apenas de documentos, mas também de decisões; 
c) sujeição do pedido de acesso a um superior hierárquico; 
d) existência de sistemas eletrônicos de segurança que fossem certificados e com o 
registro de acesso; e, finalmente, 
e) estabelecimento de mecanismos efetivos de apuração e correção de desvios. 
A Receita Federal, atualmente, já pode requisitar tais informações bancárias porque possui esse regulamento. 
Trata-se justamente do Decreto 3.724/2001 acima mencionada, que regulamenta o art. 6º da LC 105/2001. O art. 5º 
da LC 105/2001, que permite obriga as instituições financeiras a informarem periodicamente à Receita Federal as 
operações financeiras realizadas acima de determinado valor, também é considerado constitucional. STF. Plenário. 
ADI 2390/DF, ADI 2386/DF, ADI 2397/DF e ADI 2859/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgados em24/2/2016 (Info 815). 
 
Quebra de sigilo e divulgação em site oficial 
Os dados obtidos por meio da quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal devem ser mantidos sob reserva. 
Com base nesse entendimento, o Plenário concedeu mandado de segurança para determinar ao Senado Federal que 
retire de sua página na Internet os dados obtidos por meio da quebra de sigilo determinada por comissão parlamentar 
de inquérito (CPI). MS 25940, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 26.4.2018. (MS-25940) 
 
Ensino religioso nas escolas públicas 
O modelo de laicidade adotado no Brasil compreende uma abstenção do Estado, pois impede que o poder público 
favoreça corporações religiosas, prejudique indivíduos em razão de suas convicções ou impeça a liberdade de expressão 
religiosa. Entretanto, abrange também, por expressa previsão constitucional, condutas positivas do poder público para 
assegurar a liberdade religiosa. Nesse contexto, afirmou que a previsão de ensino religioso nas escolas públicas 
configura uma atuação positiva do Estado e demonstra a relevância que a CF conferiu à educação e ao ensino religioso 
na formação do indivíduo. 
Em seguida, pontuou que o art. 210, §1º, da CF, ao prever a oferta do ensino religioso na modalidade facultativa, 
resguarda, de um lado, o desejo dos que querem se aprofundar em determinada fé, e de outro, o desejo dos que não 
querem se sujeitar a determinados dogmas e preceitos. Por essa razão, a procedência da presente ação direta 
acarretaria verdadeira mutação constitucional do sentido da norma, sem os pressupostos que embasam o processo de 
Direitos Fundamentais 
 
 3 
alteração informal do texto constitucional. 
Entendeu que a solução para garantir o legítimo direito constitucional de quem não adota crença ou de quem professa 
religiões minoritárias não pode acarretar a exclusão dos que adotam crenças dominantes do âmbito de proteção da 
norma. Explicou que, Uquando se está diante de uma proteção constitucional ou legal deficiente, seja por um defeito na 
sua redação ou por uma falha em sua aplicação, a solução consentânea com o princípio da dignidade da pessoa humana 
não se dá pela exclusão dos protegidos, mas pela inclusão dos excluídosU. 
Assim, concluiu que o ensino religioso confessional pode ser praticado de forma plural dentro das escolas públicas. Para 
tanto, a sociedade civil deve ser chamada para definir quais os credos que devem ser ofertados, Urespeitando-se, 
sempre, a facultatividade da matrícula. 
O Plenário, em conclusão de julgamento e por maioria, julgou improcedente pedido formulado em ação direta na qual 
se discute o ensino religioso nas escolas públicas do país. Conferiu interpretação conforme à Constituição ao art. 33, 
“caput”, e §§ 1º e 2º (1), da Lei 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB), e ao art. 11, § 1º (2), 
do acordo Brasil-Santa Sé aprovado por meio do Decreto Legislativo 698/2009 e promulgado por meio do Decreto 
7.107/2010, para assentar que o ensino religioso em escolas públicas Upode ter natureza confessional 
 
Vedação ao homeschooling 
A Constituição estabelece princípios, preceitos e regras aplicáveis ao ensino, que integra a educação lato sensu. Isso vale 
para o Estado e para a família. Independentemente do ensino a ser trilhado, o texto exige alguns requisitos inafastáveis: 
a necessidade de ensino básico obrigatório entre quatro e dezessete anos (art. 208, I); a existência de núcleo mínimo 
curricular (art. 210); e a observância de convivência familiar e comunitária (art. 227). 
Aparentemente, a CF veda três das quatro espécies mais conhecidas do ensino domiciliar:a desescolarização radical, a 
moderada e o ensino domiciliar puro. Isso porque elas afastam completamente o Estado do seu dever de participar da 
educação, o que não ocorre com a quarta espécie, denominada homeschooling ou ensino domiciliar utilitarista ou por 
conveniência circunstancial. Essa modalidade pode ser estabelecida pelo Congresso Nacional. 
Para o redator, o ensino domiciliar carece de regulamentação prévia que firme mecanismos de avaliação e fiscalização, 
e respeite os mandamentos constitucionais, especialmente o art. 208, § 3º. Nesse sentido, é necessário que a lei 
prescreva o que será a frequência. Diversamente do ensino público regular, essa frequência possui, também, o fim de 
evitar a evasão, garantir a socialização do indivíduo, além da convivência com a pluralidade de ideias. RE 888815/RS, rel. 
orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 12.9.2018. (RE-888815) 
 
Constitucionalidade do sistema de cotas raciais em concursos públicos 
O STF declarou que essa Lei é constitucional e fixou a seguinte tese de julgamento: "É constitucional a reserva de 20% 
das vagas oferecidas nos concursos públicos para provimento de cargos efetivos e empregos públicos no âmbito da 
administração pública direta e indireta., sendo também legítima a utilização, além da autodeclaração, de critérios 
subsidiários de heteroidentificação, desde que respeitada a dignidade da pessoa humana e garantidos o contraditório 
e a ampla defesa". STF. Plenário. ADC 41/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 8/6/2017 (Info 868). 
A finalidade é combater condutas fraudulentas e garantir que os objetivos da política de cotas sejam efetivamente 
alcançados. Vale ressaltar que tais critérios deverão respeitar a dignidade da pessoa humana e assegurar o contraditório 
e a ampla defesa. 
 
Manifestações em universidades e normas eleitorais 
O Plenário referendou, com efeito vinculante e eficácia contra todos, decisão monocrática que, em arguição de 
descumprimento de preceito fundamental (ADPF), suspendeu os efeitos de atos judiciais ou administrativos emanados 
de autoridade pública que possibilitem, determinem ou promovam o ingresso de agentes públicos em universidades 
públicas e privadas, o recolhimento de documentos, a interrupção de aulas, debates ou manifestações de docentes e 
 
 4 
discentes universitários, a atividade disciplinar docente e discente e a coleta irregular de depoimentos desses cidadãos 
pela prática de manifestação livre de ideias e divulgação do pensamento em ambientes universitários ou em 
equipamentos sob a administração de universidades públicas e privadas e serventes a seus fins e desempenhos. 
As autoridades judiciais e policiais, ao impor comportamentos restritivos ou impeditivos do exercício desses direitos, 
proferiram decisões com eles incompatíveis e em afronta, ainda, ao princípio democrático e ao modelo de Estado de 
Direito erigido e vigente no Brasil. 
Por sua vez, as normas previstas nos artigos 206, II e III, e 207 da CF se harmonizam com os direitos às liberdades de 
expressão do pensamento, de informar e de ser informado. Esses direitos são constitucionalmente assegurados, para o 
que o ensino e a aprendizagem se conjugam, de modo a garantir espaços de libertação da pessoa, a partir de ideias e 
compreensões do mundo convindas ou não e expostas para convencer ou simplesmente expressar o entendimento de 
cada qual. 
A autonomia é o espaço de discricionariedade conferido constitucionalmente à atuação normativa infralegal de cada 
universidade para o excelente desempenho de suas funções. As universidades são espaços de liberdade e de libertação 
pessoal e política. Seu título indica a pluralidade e o respeito às diferenças, às divergências para se formarem consensos, 
legítimos apenas quando decorrentes de manifestações livres. Por isso, a Constituição ali garante, de modo expresso, a 
liberdade de aprender e ensinar e, ainda, de divulgar livremente o pensamento. ADPF 548 MC-Ref/DF, rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgamento em 31.10.2018. (ADPF-548) 
 
Sistema de Ensino do Exército e possibilidade de cobrança de contribuição 
A contribuição dos alunos para o custeio das atividades do Sistema Colégio Militar do Brasil não possui natureza 
tributária, considerada a facultatividade do ingresso ao Sistema de Ensino do Exército, segundo critérios meritocráticos, 
assim como a natureza contratual do vínculo jurídico formado. ADI 5082/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 
24.10.2018. (ADI-5082) 
 
Direito à informação 
Pesquisador tem direito de acesso aos áudios das sessões secretas de julgamento ocorridas no STM durante a época 
do regime militar 
O STF deu provimento a recurso em mandado de segurança impetrado por pesquisador que queria ter acesso aos 
áudios das sessões de julgamento do STM ocorridas na década de 1970, época do regime militar. 
Entendeu-se que a coleta de dados históricos a partir de documentos públicos e registros fonográficos, mesmo que 
para fins particulares, constitui-se em motivação legítima a garantir o acesso a tais informações. 
Ocorre que, mesmo com essa decisão judicial, o STM somente autorizou que o pesquisador tivesse acesso aos áudios 
das sessões públicas realizadas (na qual havia leitura do relatório e sustentação oral dos advogados). O Tribunal se 
negou, contudo, a fornecer os áudios das sessões secretas, nas quais os votos dos magistrados eram colhidos. 
Ao autorizar a consulta apenas dos registros relacionados com a parte pública das sessões, o STM violou a decisão do 
Supremo, que deu acesso amplo aos áudios das sessões. Além disso, Ua recusa do STM está em descompasso com a 
ordem constitucional vigente, que garante o acesso à informação como direito fundamentalU. STF. Plenário. Rcl 
11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2017 (Info 857). 
 
Publicação no jornal dos nomes dos clientes que tinham contas de poupança no banco, em determinado período, 
representa quebra do sigilo bancário 
A divulgação de elementos cadastrais dos beneficiários de decisão proferida em ação civil pública que determinou o 
pagamento dos expurgos inflacionários decorrentes de planos econômicos configura quebra de sigilo bancário. STJ. 3ª 
Turma. REsp 1.285.437-MS, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 23/5/2017 (Info 605). 
 
 
 5 
Censura e liberdade de expressão 
A retirada de matéria de circulação configura censura em qualquer hipótese, o que se admite apenas em situações 
extremas. Via de regra, Ua colisão da liberdade de expressão com os direitos da personalidade deve ser resolvida pela 
retificação, pelo direito de resposta ou pela reparação civilU. Concluiu pela existência de interesse público presumido na 
livre circulação de ideias e opiniões. Ademais, Ua pessoa retratada se apresentou como pessoa pública a atuar em espaço 
público, sujeita, portanto, a um grau de crítica maiorU. Rcl 22328/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgamento em 
6.3.2018. 
 
Direito à educação 
A garantia constitucional da gratuidade de ensino não obsta a cobrança por universidades públicas de mensalidade 
em cursos de especialização. STF. Plenário. RE 597854/GO, Rel. Min. Edson Fáchin, julgádo em 26/4/2017 (repercussão 
o geral) (Info 862). 
 
Idade mínima para ingresso na educação infantil e no ensino fundamental 
São constitucionais a exigência de idade mínima de quatro e seis anos para ingresso, respectivamente, na educação 
infantil e no ensino fundamental, bem como a fixação da data limite de 31 de março para que referidas idades estejam 
completas. ADPF 292/DF, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 1º.8.2018. (ADPF-292) ADC 17/DF, rel. Min. Edson Fachin, 
red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgamento em 1º.8.2018. (ADC-17) 
 
Vedação ao homeschooling 
A Constituição estabelece princípios, preceitos e regras aplicáveisao ensino, que integra a educação lato sensu. Isso vale 
para o Estado e para a família. Independentemente do ensino a ser trilhado, o texto exige alguns requisitos inafastáveis: 
a necessidade de ensino básico obrigatório entre quatro e dezessete anos (art. 208, I); a existência de núcleo mínimo 
curricular (art. 210); e a observância de convivência familiar e comunitária (art. 227). 
Aparentemente, a CF veda três das quatro espécies mais conhecidas do ensino domiciliar: a desescolarização radical, a 
moderada e o ensino domiciliar puro. Isso porque elas afastam completamente o Estado do seu dever de participar da 
educação, o que não ocorre com a quarta espécie, denominada homeschooling ou ensino domiciliar utilitarista ou por 
conveniência circunstancial. Essa modalidade pode ser estabelecida pelo Congresso Nacional. 
Para o redator, o ensino domiciliar carece de regulamentação prévia que firme mecanismos de avaliação e fiscalização, 
e respeite os mandamentos constitucionais, especialmente o art. 208, § 3º. Nesse sentido, é necessário que a lei 
prescreva o que será a frequência. Diversamente do ensino público regular, essa frequência possui, também, o fim de 
evitar a evasão, garantir a socialização do indivíduo, além da convivência com a pluralidade de ideias. RE 888815/RS, rel. 
orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 12.9.2018. (RE-888815) 
 
Direito à saúde 
Possibilidade de ressarcimento dos planos de saúde pelo SUS e ofensa reflexa à constituição 
É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei 9.656/1998, o qual é aplicável aos procedimentos médicos, 
hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 4.6.1998, assegurados o contraditório e a ampla 
defesa, no âmbito administrativo, em todos os marcos jurídicos. 
Com esse entendimento, o Plenário negou provimento a recurso extraordinário no qual discutida a validade de débitos 
cobrados a título de ressarcimento ao SUS em decorrência de despesas referentes a atendimentos prestados a 
beneficiários de planos de saúde. 
A Corte registrou que eventual questão envolvendo a possibilidade de fixação de tabelas de ressarcimento dentro dos 
limites mínimo e máximo instituídos pelo § 8º do art. 32 da Lei 9.656/1998 deveria ser resolvida no campo da análise 
infraconstitucional. Isso porque eventual conflito entre normas de 1º e 2º graus reflete, no máximo, ofensa reflexa à 
 
 6 
Constituição, impassível de análise na via do recurso extraordinário. RE 597064/RJ, rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento 
em 7.2.2018. (RE - 597064). 
 
Direito à saúde. Medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS. Fornecimento pelo Poder Público. 
Obrigatoriedade. Caráter excepcional. Requisitos cumulativos. 
A concessão dos medicamentos não incorporados em atos normativos do SUS exige a presença cumulativa dos seguintes 
requisitos: (I) comprovação, por meio de laudo médico fundamentado e circunstanciado expedido por médico que 
assiste o paciente, da imprescindibilidade ou necessidade do medicamento, assim como da ineficácia, para o tratamento 
da moléstia, dos fármacos fornecidos pelo SUS; (II) incapacidade financeira de arcar com o custo do medicamento 
prescrito; e (III) existência de registro na ANVISA do medicamento. REsp 1.657.156-RJ, Rel. Min. Benedito Gonçalves, 
Primeira Seção, por unanimidade, julgado em 25/04/2018, DJe 04/05/2018 
 
Organização do Estado 
Alteração dos limites de um Município exige plebiscito 
Para que sejam alterados os limites territoriais de um Município é necessária a realização de consulta prévia, 
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, nos termos do art. 18, § 4º da CF/88. STF. 
Plenário. ADI 2921/RJ, rel. orig. Min. Ayres Britto, red. p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 9/8/2017 (Info 
872). 
 
Controle de Constitucionalidade 
Declaração de constitucionalidade sem efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo 
Foi proposta ADI contra a Lei nº 3.041/2005, do Estado do Mato Grosso do Sul, que tratava sobre assunto de 
competência da União. Ocorre que esta Lei havia revogado outras leis estaduais de mesmo conteúdo. Desse modo, se a 
Lei nº 3.041/2005 fosse, isoladamente, declarada inconstitucional, as demais leis revogadas "voltariam" a vigorar 
mesmo padecendo de idêntico vício. 
A fim de Uevitar essa "eficácia repristinatória indesejada"U, o PGR, que ajuizou a ação, impugnou não apenas a Lei nº 
3.041/2005, mas também aquelas outras normas por ela revogadas. 
O STF concordou com o PGR e, ao declarar inconstitucional a Lei nº 3.041/2005, afirmou que não deveria haver o 
efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo. O dispositivo do acórdão ficou, portanto, 
com a seguinte redação: "O Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, julgou procedente o pedido 
formulado para declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 3.041/2005, do Estado de Mato Grosso do Sul, inexistindo 
efeito repristinatório em relação às leis anteriores de mesmo conteúdo, (...)" STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori 
Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838). 
 
Inaplicabilidade da cláusula de reserva de plenários (SV 10) para atos de efeitos concreto 
Não viola o art. 97 da CF/88 nem a SV 10 a decisão de órgão fracionário do Tribunal que declara inconstitucional 
decreto legislativo que se refira a uma situação individual e concreta. Isso porque o que se sujeita ao princípio da reserva 
de plenário é a lei ou o ato normativo. Se o decreto legislativo tinha um destinatário específico e referia-se a uma dada 
situação individual e concreta, exaurindo-se no momento de sua promulgação, ele não pode ser considerado como ato 
normativo, mas sim como ato de efeitos concretos. STF. 2ª Turma. Rcl 18165 AgR/RR, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado 
em 18/10/2016 (Info 844). 
 
Não violação da clausula de reserva de plenário no afastamento da legislação federal para a situação analisada 
Não viola a Súmula Vinculante 10, nem a regra do art. 97 da CF/88, a decisão do órgão fracionário do Tribunal que 
 
 7 
deixa de aplicar a norma infraconstitucional por Uentender não haver subsunção aos fatos ou, ainda, que a incidência 
normativa seja resolvida mediante a sua mesma interpretação, sem potencial ofensa direta à ConstituiçãoU. 
Além disso, a reclamação constitucional fundada em afronta à SV 10 não pode ser usada como sucedâneo (substituto) 
de recurso ou de ação própria que analise a constitucionalidade de normas que foram objeto de interpretação idônea 
e legítima pelas autoridades jurídicas competentes. STF. 1ª Turma. Rcl 24284/SP, rel. Min. Edson Fachin, julgado em 
22/11/2016 (Info 848). 
 
Revogação do ato impugnado em ação objetiva e julgamento da ação pelo STF 
Na hipótese do objeto impugnado ter sido revogado antes do julgamento da ação objetiva, em regra, haverá perda 
superveniente do objeto e a ADI não deverá ser conhecida (STF ADI 1203). Vale mencionar as seguintes exceções: 
a) não haverá perda do objeto e a ADI deverá ser conhecida e julgada caso fique demonstrado que houve 
"fraude processual", ou seja, que a norma foi revogada de forma proposital a fim de evitar que o STF a 
declarasse inconstitucional e anulasse os efeitos por ela produzidos (STF ADI 3306). 
b) não haverá perda do objeto se ficar demonstrado que o conteúdo do ato impugnado foi repetido, 
em sua essência, em outro diploma normativo. Neste caso, como não houve desatualização significativa 
no conteúdo do instituto, não há obstáculo para o conhecimento da ação (ADI 2418/DF). 
c) caso o STF tenha julgado o mérito da ação sem ter sido comunicado previamente que houve a 
revogação da norma atacada. Nesta hipótese, não será possível reconhecer, após o julgamento, a 
prejudicialidade da ADI já apreciada.STF. Plenário. ADI 2418/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 
4/5/2016 (Info 824). STF. Plenário. ADI 951 ED/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/10/2016 (Info 
845). 
Análise dos requisitos constitucionais de relevância e urgência e MP que trate sobre situação tipicamente financeira 
e tributária 
O art. 62 da CF/88 prevê que o Presidente da República somente poderá editar medidas provisórias em caso de 
relevância e urgência. UA definição do que seja relevante e urgente para fins de edição de medidas provisórias consiste, 
em regra, em um juízo político (escolha política/discricionária) de competência do Presidente da República, controlado 
pelo Congresso NacionalU. Desse modo, salvo em caso de notório abuso, o Poder Judiciário não deve se imiscuir na 
análise dos requisitos da MP. No caso de MP que trate sobre situação tipicamente financeira e tributária, deve 
prevalecer, em regra, o juízo do administrador público, não devendo o STF declarar a norma inconstitucional por 
afronta ao art. 62 da CF/88. STF. Plenário. ADI 1055/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 15/12/2016 (Info 851). 
 
TJ pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro norma da Constituição Federal 
Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como 
parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados. 
STF. Plenário. RE 650898/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/2/2017 
(repercussão geral) (Info 852). 
 
Na ADI, ADC e ADPF, a causa de pedir (causa petendi) é aberta. 
O STF, ao julgar as ações de controle abstrato de constitucionalidade, não está vinculado aos fundamentos jurídicos 
invocados pelo autor. 
 
 8 
Isso significa que todo e qualquer dispositivo da Constituição Federal ou do restante do bloco de constitucionalidade 
poderá ser utilizado pelo STF como fundamento jurídico para declarar uma lei ou ato normativo inconstitucional. STF. 
Plenário. ADI 3796/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/3/2017 (Info 856). 
 
Modulação de efeitos em recurso extraordinário 
É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de constitucionalidade. STF. 
Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/3/2017 (Info 857). 
 
Cabimento de ADPF contra conjunto de decisões judiciais que determinaram a expropriação de recursos do Estado-
membro 
O Estado do Rio de Janeiro vive uma grave crise econômica, estando em débito com o pagamento de fornecedores e 
atraso até mesmo no pagamento da remuneração dos servidores públicos. Os órgãos e entidades também estão sem 
dinheiro para custear os serviços públicos. 
Diante disso, diversas ações (individuais e coletivas) foram propostas, tanto na Justiça comum estadual como também 
na Justiça do Trabalho, pedindo a realização desses pagamentos. Os órgãos judiciais estavam acolhendo os pedidos e 
determinando a apreensão de valores nas contas do Estado para a concretização dos pagamentos. 
Neste cenário, o Governador do Estado ajuizou ADPF no STF com o objetivo de suspender os efeitos de todas as 
decisões judiciais do TJRJ e do TRT da 1ª Região que tenham determinado o arresto, o sequestro, o bloqueio, a penhora 
ou a liberação de valores das contas administradas pelo Estado do Rio de Janeiro. 
O STF afirmou que a ADPF é instrumento processual adequado para esse pedido e deferiu a medida liminar, por serem 
as decisões questionadas são típicos do Poder Público passíveis de impugnação por meio de APDF. STF. Plenário. ADPF 
405 MC/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 14/6/2017 (Info 869). 
 
Não se admite ADI contra lei que teria violado tratado internacional não incorporado ao ordenamento brasileiro na 
forma do art. 5º, § 3º da CF/88 
Em regra, não é cabível ADI sob o argumento de que uma lei ou ato normativo violou um tratado internacional. 
Em regra, os tratados internacionais não podem ser utilizados como parâmetro em sede de controle concentrado de 
constitucionalidade. STF. Plenário. ADI 2030/SC, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 9/8/2017 (Info 872). 
Exceção: será cabível ADI contra lei ou ato normativo que violou tratado ou convenção internacional que trate sobre 
direitos humanos e que tenha sido aprovado segundo a regra do § 3º do art. 5º, da CF/88. Isso porque neste caso esse 
tratado será incorporado ao ordenamento brasileiro como se fosse uma emenda constitucional. 
 
Se a maioria dos Ministros votou pela procedência da ADI, mas não se obteve maioria absoluta dos votos, a lei não 
deverá ser declarada inconstitucional 
Se no julgamento de ADI não foi alcançado o quórum exigido pelo art. 97 da CF/88 (6 votos), entende-se que o STF não 
pronunciou juízo de constitucionalidade ou inconstitucionalidade da lei. Isso significa que o STF não declarou a lei nem 
constitucional nem inconstitucional. Além disso, esse julgamento não tem eficácia vinculante, ou seja, os juízes e 
Tribunais continuam livres para decidir que a lei é constitucional ou inconstitucional, sem estarem vinculados ao STF. 
STF. Plenário. ADI 4066/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 23 e 24/8/2017 (Info 874). 
 
Inconstitucionalidade de lei que preveja a vinculação de receitas de impostos 
 
 9 
São inconstitucionais as normas que estabelecem vinculação de parcelas das receitas tributárias a órgãos, fundos ou 
despesas, por desrespeitarem a vedação contida no art. 167, IV, da Constituição Federal. ADI 553/RJ, rel. Min. Cármen 
Lúcia, julgamento em 13.6.2018. (ADI-553) 
 
Competências Legislativas 
Lei estadual de bloqueadores de celular é inconstitucional 
Lei estadual que disponha sobre bloqueadores de sinal de celular em presídio invade a competência da União para 
legislar sobre telecomunicações. STF. Plenário. ADI 3835/MS, Rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5356/MS, red. p/ o acórdão 
Min. Marco Aurélio, ADI 5253/BA, Rel. Min. Dias Toffoli, ADI 5327/PR, Rel. Min Dias Toffoli, ADI 4861/SC, Rel. Min. Gilmar 
Mendes, julgados em 3/8/2016 (Info 833). 
 
Competência para julgamento de contas dos prefeitos 
Para os fins do artigo 1º, inciso I, alínea g, da Lei Complementar 64/1990, a apreciação das contas de Prefeito, tanto 
as de governo quanto as de gestão, será exercida pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas 
competentes, cujo parecer prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. STF. Plenário. 
RE 848826/DF, rel. orig. Min. Roberto Barroso, red. p/ o acórdão Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 10/8/2016 
(repercussão geral) (Info 834). 
Parecer técnico elaborado pelo Tribunal de Contas tem natureza meramente opinativa, competindo exclusivamente à 
Câmara de Vereadores o julgamento das contas anuais do chefe do Poder Executivo local, sendo incabível o julgamento 
ficto das contas por decurso de prazo. STF. Plenário. RE 729744/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 10/8/2016 
(repercussão geral) (Info 834). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual sobre cobrança em estacionamento de veículos 
É inconstitucional lei estadual que estabelece regras para a cobrança em estacionamento de veículos. STF. Plenário. 
ADI 4862/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/8/2016 (Info 835). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que interfira na autonomia universitária (plantão criminal em universidade 
estadual) 
É inconstitucional lei estadual que preveja que o escritório de prática jurídica da Universidade Estadual deverá manter 
plantão criminal nos finais de semana e feriados para atender pessoas hipossuficientes que sejam presas em flagrante. 
Esta lei viola a autonomia administrativa, financeira, didática e científica assegurada às universidades no art. 207 da 
CF/88 (inconstitucionalidade material). Alémdisso, contém vício de iniciativa (inconstitucionalidade formal), na medida 
em que foi usurpada a iniciativa privativa do Governador. STF. Plenário. ADI 3792/RN, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
22/09/2016 (Info 840). 
 
Competência privativa da União para estabelecer certidões no âmbito de licitações 
É inconstitucional lei estadual que exija Certidão negativa de Violação aos Direitos do Consumidor dos interessados 
em participar de licitações e em celebrar contratos com órgãos e entidades estaduais. UEsta lei é inconstitucional porque 
compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação e contratos U(art. 22, XXVII, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 3.735/MS, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 8/9/2016 (Info 838). 
 
 
 10 
Constitucionalidade de lei municipal que veda a realização de eventos patrocinados por bebidas alcoólicas e cigarros 
em imóveis municipais 
Não viola a Constituição Federal lei municipal, de iniciativa parlamentar, que veda a realização, em imóveis do 
Município, de eventos patrocinados por empresas produtoras, distribuidoras, importadoras ou representantes de 
bebidas alcoólicas ou de cigarros, com a utilização da respectiva propaganda. STF. 2ª Turma. RE 305470/SP, rel. orig. 
Min. Ellen Gracie, rel. p/ o ac. Min. Teori Zavascki, julgado em 18/10/2016 (Info 844). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que verse sobre venda de títulos de capitalização 
É inconstitucional lei estadual que estabeleça normas sobre a comercialização de títulos de capitalização, proibindo a 
venda casada e prevendo regras para a publicidade desses produtos. STF. Plenário. ADI 2905/MG, rel. orig. Min. Eros 
Grau, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/11/2016 (Info 847). 
 
Inconstitucionalidade de norma de constituição estadual que confira competência à assembleia legislativa para julgar 
suas próprias contas 
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja que compete privativamente à Assembleia Legislativa 
julgar as contas do Poder Legislativo estadual. Seguindo o modelo federal, as contas do Poder Legislativo estadual 
deverão ser julgadas pelo TCE, nos termos do art. 71, II c/c art. 75, da CF/88. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. 
Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847). 
 
Inconstitucionalidade da norma de constituição estadual que dispense o parecer prévio do TCE, se não apresentado o 
prazo legal 
Determinada Constituição Estadual prevê que, se o TCE não elaborar, no prazo de 180 dias, o parecer prévio na 
prestação de contas do Prefeito, o processo deverá ser encaminhado à Câmara Municipal e esta julgará as contas 
mesmo sem o parecer. 
Esta previsão é inconstitucional por violar o art. 31, § 2º, da CF/88. Pela leitura desse dispositivo, a elaboração do 
parecer prévio é sempre necessária e a Câmara Municipal somente poderá dele discordar se houver manifestação de, 
no mínimo, 2/3 dos Vereadores. 
Assim, a CE/SE criou uma exceção na qual a Câmara Municipal poderia julgar as contas dos Prefeitos mesmo sem 
parecer do TCE. Ocorre que esta nova situação não encontra abrigo na Constituição Federal, sendo, portanto, 
inconstitucional. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 847). 
 
Inconstitucionalidade de dispositivo de constituição estadual que restrinja o acesso ao cargo de Chefe da Polícia Civil 
É inconstitucional dispositivo de CE que exija que o Superintendente da Polícia Civil seja um delegado de polícia 
integrante da classe final da carreira. STF. Plenário. ADI 3077/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 16/11/2016 (Info 
847). 
 
Possibilidade de lei estadual versar sobre norma de consumo em referencia ao direito de informação 
O Plenário julgou improcedente pedido formulado em ação direta de inconstitucionalidade ajuizada em face da Lei 
3.885/2010 do Estado de Mato Grosso do Sul, que dispõe sobre a obrigatoriedade de entrega ao usuário, por escrito, de 
comprovante fundamentado com informações pertinentes a eventual negativa, parcial ou total, de cobertura de 
procedimento médico, cirúrgico ou de diagnóstico, bem como de tratamento e internação. 
O Tribunal afirmou que, ao exigir da operadora de planos privados de assistência à saúde a entrega imediata e no local 
do atendimento médico de informações e documentos, nos termos da lei impugnada, o legislador estadual atuou dentro 
 
 11 
da competência legislativa que lhe foi assegurada constitucionalmente. 
Salientou que a lei questionada instituiu prática essencialmente extracontratual voltada à proteção do consumidor e ao 
acesso à informação. ADI 4512/MS, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento em 7.2.2018. (ADI - 4512). 
 
Possibilidade de lei estadual versar sobre pagamentos de requisição de pequeno valor (RPV) 
O Tribunal afirmou que o art. 87 do ADCT não delimita um piso, irredutível, para o pagamento dos débitos dos estados e 
dos municípios por meio de requisição de pequeno valor. Portanto, é lícito aos entes federados fixar o valor máximo para 
essa especial modalidade de pagamento, desde que se obedeça ao princípio constitucional da proporcionalidade. 
Salientou que no julgamento da ADI 2.868/PI a Corte considerou constitucional lei do Estado do Piauí que fixou em cinco 
salários mínimos o valor máximo para pagamento por meio de requisição de pequeno valor. No caso em exame, a Lei 
1.788/2007 fixa em dez salários mínimos o pagamento para essa modalidade. Como os índices de desenvolvimento 
humano desses dois Estado são muito próximos, reputou Uatendido o princípio constitucional da proporcionalidadeU. ADI 
4332/RO, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 7.2.2017. (ADI - 4332) 
 
Estado-membro pode legislar sobre a concessão, por empresas privadas, de bolsa de estudos para professores 
É constitucional lei estadual que preveja a possibilidade de empresas patrocinarem bolsas de estudo para professores 
em curso superior, tendo como contrapartida a obrigação de que esses docentes ministrem aula de alfabetização ou 
aperfeiçoamento para os empregados da empresa patrocinadora. Plenário. ADI 2663/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado 
em 8/3/2017 (Info 856). 
 
É inconstitucional lei estadual que disponha sobre a segurança de estacionamentos e o regime de contratação dos 
funcionários 
Lei estadual que impõe a prestação de serviço de segurança em estacionamento a toda pessoa física ou jurídica que 
disponibilize local para estacionamento é inconstitucional, quer por violar a competência privativa da União para 
legislar sobre direito civil, quer por violar a livre iniciativa. 
Lei estadual que impõe a utilização de empregados próprios na entrada e saída de estacionamento, impedindo a 
terceirização, viola a competência privativa da União para legislar sobre Direito do Trabalho. STF. Plenário. ADI 451/RJ, 
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017 (Info 871). 
 
É inconstitucional lei estadual que exija que os supermercados do Estado ofereçam empacotadores para os produtos 
adquiridos 
O STF decidiu, em repercussão geral, que são inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à 
prestação de serviços de acondicionamento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa. RE 
839950/RS, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 24.10.2018. (RE-839950) 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que estabeleça exigências nos rótulos dos produtos em desconformidade com 
a legislação federal 
É inconstitucional lei estadual que estabelece a obrigatoriedade de que os rótulos ou embalagens de todos os produtos 
alimentícios comercializados no Estado contenham uma série de informações sobre a sua composição, que não são 
exigidas pela legislação federal. STF. Plenário. ADI 750/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 3/8/2017 (Info 871).12 
Constitucionalirudentdade de lei municipal que verse, de modo reflexo, direito do consumidor ou comercial, mas 
seja essencialmente, de interesse local 
É constitucional lei municipal que proíbe a conferência de produtos, após o cliente efetuar o pagamento nas caixas 
registradoras em empresas, assim como prevê sanções administrativas em caso de descumprimento. Nesse julgado, o 
STF entendeu que a decisão agravada está de acordo com sua jurisprudência no sentido de que os municípios detêm 
competência para legislar sobre assuntos de interesse local, ainda que, de modo reflexo, tratem de direito comercial 
ou do consumidor. RE 1.052.719 AgR/PB, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 25.9.2018. (RE-1052719) 
 
Constitucionalidade de decreto estadual que prevê a contratação temporária de servidor em caso de greve de serviço 
essencial 
A norma previa a instauração de processo administrativo para se apurar a participação do servidor na greve e as 
condições em que ela se deu, bem como o não pagamento dos dias de paralisação, o que está em consonância com a 
orientação fixada pela Corte no julgamento do MI 708. Nele, o Plenário determinou, até a edição da legislação 
específica a que se refere o art. 37, VII, da CF, a aplicação das Leis 7.701/1988 e 7.783/1989 aos conflitos e às ações 
judiciais que envolvam a interpretação do direito de greve dos servidores públicos civis. 
No que se refere à possibilidade de contratação temporária excepcional [CF, art. 37, IX] prevista no decreto, concluiu 
que o Poder Público tem o dever constitucional de prestar serviços essenciais que não podem ser interrompidos, e que 
a contratação, no caso, foi limitada ao período de duração da greve e apenas para garantir a continuidade dos serviços. 
Ademais, a jurisprudência do STF reconhece a inconstitucionalidade da contratação temporária excepcional para 
admissão de servidores para funções burocráticas ordinárias e permanentes (ADI 2.987 e ADI 3.430). ADI 1335/BA, rel. 
Min. Cármen Lúcia, julgamento em 13.6.2017. (ADI-1335) 
 
Ações constitucionais 
Impossibilidade de reexame de matéria fática por reclamação constitucional 
Não cabe reclamação para o STF contra sentença que julgou improcedente pedido de direito de resposta sob o 
fundamento de que não houve, no caso concreto, ofensa. 
Esta sentença não afronta a autoridade da decisão do STF no julgamento da ADPF 130/DF. Como a sentença não violou 
nenhuma decisão do STF proferida em sede de controle concentrado de constitucionalidade, o que se percebe é que o 
autor, por meio da reclamação, deseja que o Supremo examine se a sentença afrontou, ou não, o art. 5º, V, da CF/88. 
Para isso, seria necessário reexaminar matéria de fato, o que não é possível em reclamação, que se presta unicamente 
a preservar a autoridade de decisão do STF. Ademais, isso significaria o exame per saltum, ou seja, "pulando-se" as 
instâncias recursais do ato impugnado diretamente à luz do art. 5º, V, CF/88. STF. 1ª Turma. Rcl 24459 AgR/SP, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 13/12/2016 (Info 851). 
 
A reclamação não é atalho processual destinado a submeter o processo ao STF per saltum 
Neste julgado, duas conclusões devem ser destacadas: 
I - A reclamação ao STF somente é cabível se houver necessidade de preservação da 
competência da Corte ou para garantia da autoridade de suas decisões (art. 102, I, “l”, da CF/88). 
A reclamação não se destina a funcionar como sucedâneo recursal ("substituto de recurso") nem 
se presta a atuar como atalho processual destinado a submeter o processo ao STF “per saltum”, 
ou seja, pulando-se todas as instâncias anteriores. As competências originárias do STF se 
 
 13 
submetem ao regime de direito estrito, não admitindo interpretação extensiva. Em outras 
palavras, o rol de competências originárias do STF não pode ser alargado por meio de 
interpretação. 
II - A regra prevista no art. 654, § 2º, do CPP não dispensa a observância do quadro de 
distribuição constitucional das competências para conhecer do “habeas corpus”. Assim, 
somente o órgão jurisdicional competente para a concessão da ordem a pedido pode conceder 
o “writ” de ofício. Em outras palavras, o Tribunal pode conceder habeas corpus de ofício, mas 
para isso acontecer é necessário que ele seja o Tribunal competente para apreciar eventual 
pedido de habeas corpus relacionado com este caso.STF. Plenário. Rcl 25509 AgR/PR, Rel. Min. 
Edson Fachin, julgado em 15/2/2017 (Info 854). 
 
Possibilidade de admissão do amicus curiae em reclamação 
É cabível a intervenção de amicus curiae em reclamação. STF. Plenário. Rcl 11949/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado 
em 15/3/2017 (Info 857). 
 
Havendo três amici curiae para fazer sustentação oral no STF, o prazo deverá ser considerado em dobro, dividido 
entre eles 
Havendo mais de um amicus curiae, o STF adota a seguinte sistemática: o prazo é duplicado e dividido entre eles. Assim, 
em vez de 15, os amici curiae (plural de amicus curiae) terão 30 minutos, que deverão ser divididos entre eles. 
Dessa forma, se são três amici curiae para fazer sustentação oral, o prazo deverá ser considerado em dobro, ou seja, 30 
minutos, devendo ser dividido pelo número de sustentações orais. Logo, cada um deles terá 10 minutos para 
manifestação na tribuna. STF. Plenário. RE 612043/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 4/5/2017 (Info 863). 
 
LEGITIMIDADE POPULAR PARA PROPOSITURA DE EMENDAS À CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO AMAPÁ 
O STF assentou que a iniciativa popular de emenda à Constituição do estado do Amapá é compatível com a Constituição 
da República 
Na democracia, além dos mecanismos tradicionais por meio dos representantes eleitos, há os de participação direta 
com projeto de iniciativa popular. 
Trata-se de certa democratização no processo de reforma das regras constitucionais estaduais. 
No tocante à simetria, revelou não ser obstativa ante a ausência de regra clara que afaste a faculdade de o estado 
aumentar os mecanismos de participação direta. ADI 825/AP, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgamento em 
25.10.2018. (ADI-825) 
 
Nacionalidade e extradição 
Possibilidade de deportação de brasileiro nato que adquiriu nacionalidade secundária 
Se um brasileiro nato que mora nos EUA e possui o green card decidir adquirir a nacionalidade norte-americana, ele irá 
perdera nacionalidade brasileira. Não se pode afirmar que a presente situação se enquadre na exceção prevista na 
alínea “b” do § 4º do art. 12 da CF/88. Isso porque, como ele já tinha o green card , não havia necessidade de ter adquirido 
a nacionalidade norte- americana como condição para permanência ou para o exercício de direitos civis. O estrangeiro 
titular de green card já pode morar e trabalhar livremente nos EUA. Dessa forma, conclui-se que Ua aquisição da 
cidadania americana ocorreu por livre eU Uespontânea vontadeU. Vale ressaltar que, perdendo a nacionalidade, ele 
perde os direitos e garantias inerentes ao brasileiro nato. Assim, se cometer um crime nos EUA e fugir para o Brasil, 
poderá ser extraditado sem que isso configure ofensa ao art. 5º, LI, da CF/88. 
 
 14 
Art. 12 (...) § 4º —Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que: II —adquirir outra nacionalidade, salvo 
nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como 
condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; STF. 1ª Turma. MS 33864/DF, 
Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em19/4/2016 (Info 822). 
 
Possibilidade de extradição de brasileiro naturalizado 
É possível conceder extradição para brasileiro naturalizado envolvido em tráfico de droga (art. 5º, LI, da CF/88). STF. 1ª 
Turma. Ext 1244/República Francesa,Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 9/8/2016 (Info 834). 
 
O protocolo do pedido de extradição e a data da prisão preventiva não são marcos interruptivos da prescrição 
O Governo da Espanha pediu a extradição de nacional espanhol que está no Brasil em virtude de ele ter sido condenado 
por crime naquele país. O STF negou o pedido, já que houve a prescrição da pretensão executória da pena do 
referido delito segundo a lei brasileira. Estando o crime prescrito, não é possível conceder a Uextradição por faltar 
o requisito da duplaU Upunibilidade U(art. 77, VI, do Estatuto do Estrangeiro). 
 
O que é interessante deste julgado, contudo, é que o Estado requerente sustentava duas teses: 
1ª) que a data do protocolo do pedido da extradição fosse considerada como marco interruptivo da prescrição. Assim, 
não teria se passado o prazo prescricional se fosse computado o período entre a data do trânsito em julgado do 
crime e o dia do protocolo, no STF, do pedido de extradição. 
O STF, porém, não concordou com o pedido e decidiu que isso não tem amparo legal. O Código Penal e a Lei 6.815/80 
(Estatuto do Estrangeiro) não preveem a apresentação do pedido de extradição como causa interruptiva da prescrição. 
Da mesma forma, isso não está previsto no tratado de extradição. Logo, Ucriar um marco interruptivo em desfavor do 
extraditando viola o princípioU Uda legalidade estrita. 
 
2) que a data do cumprimento da prisão preventiva, para fins de extradição, fosse considerada como início do 
cumprimento da pena, causa interruptiva da prescrição, nos termos do art. 117,V, do CP. 
O STF também não concordou com esse argumento. Mesmo em caso de extradição executória (ou seja, extradição para 
que o condenado cumpra pena no exterior), a prisão preventiva dele aqui no Brasil possui natureza cautelar. É uma 
prisão realizada como condição de procedibilidade para o processo de extradição, destinada, em sua precípua função 
instrumental, a assegurar a execução de eventual ordem de extradição. UNão se trata do início do cumprimento da penaU. 
STF. 2ª Turma. Ext 1.346 ED/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 6/9/2016 (Info 838). 
 
Qualificação do crime apenas no Estado requerente e inexistência de consequências práticas no Brasil (sem dupla 
imputação) 
O Brasil não deverá deferir pedido de extradição se o delito praticado pelo extraditando estiver prescrito segundo 
as leis brasileiras, considerando que deverá ser respeitado o requisito da dupla punibilidade (art. 77, VI, do Estatuto do 
Estrangeiro). O fato de o Estado requerente ter qualificado os delitos imputados ao extraditando como de lesa-
humanidade não torna tais crimes imprescritíveis no Brasil. Isso porque: 
1) o Brasil não subscreveu a Convenção sobre a Imprescritibilidade dos Crimes de Guerra e dos Crimes 
contra a Humanidade, nem aderiu a ela; 
2) apenas a lei interna pode dispor sobre prescritibilidade ou imprescritibilidade de crimes no 
 
 15 
Brasil. STF. Plenário. Ext 1362/DF, rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Teori Zavascki, julgado em 
9/11/2016 (Info 846). 
Procedimento simplificado no caso de o extraditando concordar com o pedido 
Em regra, o simples fato de o extraditando estar de acordo com o pedido extradicional e de declarar que deseja 
retornar ao Estado requerente a fim de se submeter ao processo criminal naquele País não exonera (não 
exime) o STF do dever de efetuar o controle da legalidade sobre a postulação formulada pelo Estado 
requerente. 
No entanto, é possível que ocorra uma peculiaridade. É possível que o tratado que rege a extradição entre o 
Brasil e o Estado estrangeiro preveja um procedimento simplificado no caso de o extraditando concordar com 
o pedido. É o caso, por exemplo, da “Convenção de Extradição entre os Estados Membros da Comunidade dos 
Países de Língua Portuguesa”. Este tratado internacional estabeleceu regime simplificado de extradição, que 
autoriza a entrega imediata do extraditando às autoridades competentes do Estado requerente, sempre que 
o súdito estrangeiro manifestar, de forma livre e de modo voluntário e inequívoco, o seu desejo de ser 
extraditado. 
Nesta hipótese, a tarefa do STF será a de homologar (ou não) a declaração do extraditando de que concorda 
com a extradição. STF. 2ª Turma. Ext 1476/DF, rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/5/2017 (Info 864). 
 
Dupla extradição: requisitos e competência 
Em caso de reingresso de extraditando foragido, não é necessária nova decisão jurisdicional acerca da entrega, 
basta a emissão de ordem judicial. 
Com base nesse entendimento, a Segunda Turma julgou dois agravos regimentais em extradição: negou 
provimento ao primeiro e não conheceu do segundo. Ambos foram interpostos pela Defensoria Pública da 
União contra a mesma decisão, que determinou a entrega de extraditando ao governo da Espanha. 
O caso se refere a indivíduo já extraditado que escapou à ação da justiça espanhola e reingressou em território 
brasileiro. A defesa alegou a incompetência do relator para a realização da entrega, a não formalização do 
novo pedido de extradição e a insuficiência de informações sobre o processo para a avaliação da dupla 
punibilidade. 
A Turma entendeu que, embora o art. XIX do Decreto nº 99.340/1990 e o art. 98 da Lei 13.445/2017 tratem 
da nova entrega como procedimento administrativo, verifica-se a necessidade de ordem judicial para a prisão 
do estrangeiro conforme art. 5º, LXI, da Constituição. A legislação, todavia, não impõe que a nova entrega se 
dê por decisão jurisdicional ou julgamento colegiado. Desse modo, a Corte, ao avaliar novamente a questão, 
teria concedido mais garantias ao indivíduo do que a lei prevê. 
Considerou, ainda, suficiente a nota verbal do governo espanhol que postulou a detenção do fugitivo para fins 
de extradição, haja vista a dispensabilidade expressa de formalidades para a nova requisição. 
Nessa perspectiva, a Turma concluiu também pela prescindibilidade de nova demonstração acerca da dupla 
punibilidade ou outro requisito da extradição, porquanto não respaldada legalmente. Ext 1225/DF, rel. Min. 
Gilmar Mendes, julgamento em 21.11.2017. (Ext-1225) 
 
Poder Legislativo 
Cassação de deputado federal e participação do STF 
Em se tratando de processos de cunho acentuadamente político, como é o caso da cassação de mandato parlamentar, 
o STF deve se pautar pela deferência (respeito) às decisões do Legislativo e pela autocontenção, somente intervindo 
 
 16 
em casos excepcionalíssimos. Dessa forma, neste caso, o STF optou pela técnica da autocontenção (judicial self-
restraint), que Ué o oposto do chamado ativismo judicial. Na autocontenção, o PoderU UJudiciário deixa de atuar 
(interferir) em questões consideradas estritamente políticasU. STF. Plenário. MS 34.327/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 8/9/2016 (Info 838). 
 
Imunidade parlamentar e pertinência temática 
A imunidade parlamentar material (art. 53 da CF/88) protege os Deputados Federais e Senadores, qualquer que seja o 
âmbito espacial (local) em que exerçam a liberdade de opinião. No entanto, para isso é necessário que as suas 
declarações tenham conexão (relação) como desempenho da função legislativa ou tenham sido proferidas em razão 
dela. Para que as afirmações feitas pelo parlamentar possam ser consideradas como "relacionadas ao exercício do 
mandato", elas devem ter, ainda de forma mínima, um teor político. STF. 1ª Turma. Inq 3932/DF e Pet 5243/DF, Rel. 
Min. Luiz Fux, julgados em21/6/2016 (Info 831). 
 
Imunidade parlamentar e liberdade de expressão 
O discurso proferido pelo acusado em relação a comunidades quilombolas, as afirmações, embora consubstanciem 
entendimento de diferenciação e até de superioridade, são desprovidas da finalidade de repressão, dominação, 
supressão ou eliminação. Assim, por não se investirem de caráterdiscriminatório, são incapazes de caracterizar o crime 
previsto no art. 20, caput, da Lei 7.716/1989. 
A prikmeira Turma considerou que os pronunciamentos do parlamentar contidos na peça acusatória estão vinculados 
ao contexto de demarcação e proveito econômico das terras e configuram manifestação política que não extrapola os 
limites da liberdade de expressão. Não se pode confundir o interesse na extinção ou diminuição de reservas indígenas 
ou quilombolas com a supressão e eliminação dessas minorias. Ademais, o emprego, no discurso, do termo arroba não 
consiste em ato de desumanização dos quilombolas, no sentido de comparação a animais, mas forma de expressão – 
de toda infeliz –, evocada a fim de enfatizar estar um cidadão específico do grupo acima do peso considerado normal. 
Quanto à incitação a comportamento xenofóbico, reputou insubsistentes as premissas apresentadas pela acusação. O 
delito é de perigo abstrato, cuja tipicidade há de ser materializada teleologicamente. Embora não se exija que do 
discurso dito incitador sobrevenha a efetiva prática de atos discriminatórios, é imprescindível a aptidão material do teor 
das falas a desencadeá-los. 
No caso, as afirmações do denunciado se situam no âmbito da crítica à política de imigração adotada pelo Governo e 
não revelam conteúdo discriminatório ou passível de incitar pensamentos e condutas xenofóbicas pelo público ouvinte. 
O próprio acusado diz não fazer distinção quanto à origem estrangeira do imigrante. A crítica também se insere na 
liberdade de manifestação de pensamento, insuscetível, portanto, de configurar crime. 
Observou, por fim, que o convite referente à palestra se deu em razão do exercício do cargo de deputado federal 
ocupado pelo acusado, a fim de proceder à exposição de visão geopolítica e econômica do País, existindo nexo de 
causalidade entre o que veiculado e o mandato, tem-se a imunidade parlamentar. Inq 4694/DF, rel. Min. Marco Aurélio, 
julgamento em 11.9.2018. (Inq-4694) 
 
Réu em processo criminal é excluído da linha de sucessão do cargo de Presidente da República 
Os substitutos eventuais do Presidente da República a que se refere o art. 80 da CF/88, caso ostentem a posição 
de réus criminais perante o STF, ficarão impossibilitados de exercer o ofício de Presidente da República. No entanto, 
mesmo sendo réus, podem continuar na chefia do Poder por eles titularizados. STF. Plenário. ADPF 402 MC-REF/DF, Rel. 
Min. Marco Aurélio, julgado em 7/12/2016 (Info 850). 
 
Quando a condenação do Deputado Federal ou Senador ultrapassar 120 dias em regime fechado, a perda do 
mandato é consequência lógica 
 
 17 
Se o STF condenar um parlamentar federal e decidir que ele deverá perder o cargo, isso acontece imediatamente ou 
depende de uma deliberação da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal respectivamente? 
• Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de 120 dias em regime fechado: a perda do 
cargo será uma consequência lógica da condenação. Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou 
do Senado apenas declarar que houve a perda (sem poder discordar da decisão do STF), nos 
termos do art. 55, III e § 3º da CF/88. 
• Se o Deputado ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a 
condenação criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do 
Senado irá deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, se o condenado deverá ou não perder o 
mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863). 
Obs: existem decisões em sentido diverso (AP 565/RO - Info 714 e AP 470/MG - Info 692), mas penso que, para fins de 
concurso, deve-se adotar o entendimento acima explicado (AP 694/MT). 
 
Imunidade material alcança o delito do art. 3º da Lei 7.492/86 (“divulgar informação falsa ou prejudicialmente 
incompleta sobre instituição financeira”) 
Deputado Estadual que, ao defender a privatização de banco estadual, presta declarações supostamente falsas sobre 
o montante das dívidas dessa instituição financeira não comete o delito do art. 3º da Lei nº 7.492/86, estando 
acobertado pela imunidade material. STF. 1ª Turma. HC 115397/ES, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 16/5/2017 
(Info 865). 
 
Impedimento à advocacia envolvendo parlamentares 
O art. 30, II, da Lei nº 8.906/94, prevê que os membros do Poder Legislativo (Vereadores, Deputados e Senadores) são 
impedidos de exercer a advocacia contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, 
sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou 
permissionárias de serviço público. Essa proibição abrange a advocacia envolvendo qualquer dos entes federativos 
(União, Estados, DF e Municípios). Assim, o desempenho de mandato eletivo no Poder Legislativo impede o exercício 
da advocacia a favor ou contra pessoa jurídica de direito público pertencente a qualquer das esferas de governo – 
municipal, estadual ou federal. STJ. 1ª Seção. EAREsp 519.194-AM, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 14/6/2017 (Info 
607). 
 
Imunidade parlamentar e medidas cautelares de natureza penal 
O ministro Edson Fachin (Relator das ADI’s 5.824 e 5.825) reputou preenchidos os requisitos do “fumus boni iuris” e do 
“periculum in mora”, e deferiu a medida cautelar, para suspender as normas impugnadas e a eficácia das resoluções. 
Ele foi acompanhado pelos ministros Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia (Presidente). O ministro Fachin fixou 
interpretação conforme a Constituição, no sentido de assentar que as regras estaduais não vedam ao Poder Judiciário 
decretar medidas cautelares de natureza penal em desfavor de deputados estaduais, nem conferem poderes às 
assembleias legislativas para revogar ou sustar os atos judiciais respectivos. Ressaltou que a decretação da prisão 
preventiva e medidas cautelares alternativas envolve um juízo técnico-jurídico que não pode ser substituído pelo juízo 
político emitido pelo Legislativo a respeito de prisão em flagrante. ADI 5.823 MC/RN, rel. Min. Marco Aurélio, ADI 5.824 
MC/RJ, ADI 5.825 MC/MT, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 6 e 7.12.2017. (ADI-5823) (ADI-5824) (ADI-5825) 
 
O trancamento da pauta por conta de MPs não votadas no prazo de 45 dias só alcança projetos de lei que versem 
sobre temas passíveis de serem tratados por MP 
 
 18 
O art. 62, § 6º da CF/88 afirma que “se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados 
de sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas do Congresso Nacional, 
ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver 
tramitando”. 
Apesar de o dispositivo falar em “todas as demais deliberações”, o STF, ao interpretar esse § 6º, não adotou uma 
exegese literal e afirmou que Uficarão sobrestadas (paralisadas) apenas as votações de projetos de leis ordinárias que 
versem sobre temas que possam ser tratados por medida provisória. 
Assim, por exemplo, mesmo havendo medida provisória trancando a pauta pelo fato de não ter sido apreciada no prazo 
de 45 dias (art. 62, § 6º), ainda assim a Câmara ou o Senado poderão votar normalmente propostas de emenda 
constitucional, projetos de lei complementar, projetos de resolução, projetos de decreto legislativo e até mesmo 
projetos de lei ordinária que tratem sobre um dos assuntos do art. 62, § 1º, da CF/88. 
Isso porque a MP somente pode tratar sobre assuntos próprios de lei ordinária e desde que não incida em nenhuma 
das proibições do art. 62, § 1º. STF. Plenário. MS 27931/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 29/6/2017 (Info 870). 
 
Atividade parlamentar e o direito à informação 
O Tribunal entendeu que o parlamentar, na qualidade de cidadão, não pode ter cerceado o exercício do seu direito deacesso, via requerimento administrativo ou judicial, a documentos e informações sobre a gestão pública, desde que não 
estejam, excepcionalmente, sob regime de sigilo ou sujeitos à aprovação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). 
O fato de as casas legislativas, em determinadas situações, agirem de forma colegiada, por intermédio de seus órgãos, 
não afasta, tampouco restringe, os direitos inerentes ao parlamentar como indivíduo. (RE-865401) 
 
Tribunal de Contas 
Possibilidade de indicação excepcional de ocupante de cargo no MP há menos de 10 anos 
Membro do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas de Estados ou do Distrito Federal que ocupa esse cargo há 
menos de dez anos, na existência de outro nas condições exigidas por lei, pode ser indicado para compor lista tríplice 
destinada à escolha de conselheiro da referida corte. STJ. 2ª Turma. RMS 35.403-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, 
julgado em 3/3/2016 (Info 584) 
 
Criação de Procuradoria do Tribunal de Contas e impossibilidade de que tal órgão seja responsável pela cobrança das 
multas 
É constitucional a criação de órgãos jurídicos na estrutura de Tribunais de Contas estaduais, vedada a atribuição de 
cobrança judicial de multas aplicadas pelo próprio tribunalU. É inconstitucional norma estadual que preveja que compete 
à Procuradoria do Tribunal de Contas cobrar judicialmente as multas aplicadas pela Corte de ContasU. 
A Constituição Federal não outorgou aos Tribunais de Contas competência para executar suas próprias decisões. As 
decisões dos Tribunais de Contas que acarretem débito ou multa têm eficácia de título executivo, mas não podem ser 
executadas por iniciativa do próprio Tribunal. STF. Plenário. ADI 4070/RO, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
19/12/2016 (Info 851). 
 
Prazo prescricional para aplicação de multa pelo TCU 
O prazo prescricional para que o TCU aplique multas é de 5 anos, aplicando-se a previsão do art. 1º da Lei nº 9.873/99. 
Caso esteja sendo imputada ao agente público a conduta omissiva de ter deixado de tomar providências que eram de 
sua responsabilidade, tem-se que, enquanto ele permaneceu no cargo, perdurou a omissão. No momento em que o 
 
 19 
agente deixou o cargo, iniciou-se o fluxo do prazo prescricional. STF. 1ª Turma. MS 32201/DF, rel. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 21/3/2017 (Info 858). 
 
Auditoria do TCU e desnecessidade de participação dos terceiros reflexamente prejudicados 
Em auditoria realizada pelo TCU para apurar a gestão administrativa do órgão, os terceiros indiretamente afetados pelas 
determinações do Tribunal (ex: pensionistas) não possuem direito de serem ouvidos no processo fiscalizatório. Não 
existe, no caso, desrespeito ao devido processo legal. 
Nessa espécie de atuação administrativa, a relação processual envolve apenas o órgão fiscalizador e o fiscalizado, sendo 
dispensável a participação dos interessados. 
O contraditório pressupõe a existência de litigantes ou acusados, o que não ocorre quando o Tribunal de Contas atua no 
campo da fiscalização de órgãos e entes administrativos. UO contraditório deve ser garantido pelo órgão de origem, a 
quem cabe o cumprimento da determinação do Tribunal de Contas. 
 
Não aplicação do art. 54 da Lei nº 9.784/99 para as fiscalizações realizadas pelo TC na forma do art. 71, IV, da CF/88 
Em casos de “fiscalização linear exercida pelo Tribunal de Contas”, nos termos do art. 71, IV, da CF/88, não se aplica o 
prazo de decadência previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99. Isso porque em processos de “controle abstrato”, o Tribunal 
de Contas não faz o exame de ato específico do qual decorre efeito favorável ao administrado. 
A Corte está examinando a regularidade das contas do órgão e a repercussão sobre eventual direito individual é apenas 
indireta. STF. 1ª Turma. MS 34224/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/8/2017 (Info 873). 
 
Mandado de Segurança. Legitimidade do Ministério Público de Contas. Impetração contra acórdão do Tribunal de 
Contas Estadual que determinou a extinção e arquivamento de representação. 
O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui legitimidade e capacidade postulatória 
para impetrar mandado de segurança, em defesa de suas prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela 
respectiva Corte de Contas. RMS 52.741-GO, Rel. Min. Herman Benjamin, por unanimidade, julgado em 8/8/2017, DJe 
12/9/2017. 
 
Poder Executivo 
Não há necessidade de prévia autorização da ALE para que o STJ receba denúncia criminal (por crime comum) contra 
o Governador do Estado 
Se a Constituição Estadual exigir autorização da ALE para que o Governador seja processado criminalmente, essa 
previsão é considerada inconstitucional. Assim, é vedado às unidades federativas instituir normas que condicionem a 
instauração de ação penal contra Governador por crime comum à previa autorização da Casa Legislativa. 
O afastamento do cargo não se dá de forma automática. UO STJ, no ato de recebimento da denúncia ou queixa, irá decidir, 
de forma fundamentada, se há necessidade de o Governador do Estado ser ou não afastado do cargoU. 
Vale ressaltar que, além do afastamento do cargo, o STJ poderá aplicar qualquer uma das medidas cautelares penais 
(exs: prisão preventiva, proibição de ausentar-se da comarca, fiança, monitoração eletrônica etc.). STF. Plenário. ADI 
5540/MG, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 3/5/2017 (Info 863). STF. Plenário. ADI 4764/AC, ADI 4797/MT e ADI 
4798/PI, Rel. Min. Celso de Mello, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgados em 4/5/2017 (Info 863). 
 
Procedimento de identificação das comunidades dos quilombos e decreto autônomo 
 
 20 
Segundo o STF, o critério da autoidentificação cumpriria a tarefa de trazer à luz os destinatários do art. 68 do ADCT, e 
não se prestaria a inventar novos destinatários, de forma a ampliar indevidamente o universo daqueles a quem a norma 
fora dirigida. Para os fins específicos da incidência desse dispositivo constitucional transitório, além de uma dada 
comunidade ser qualificada como remanescente de quilombo, também se mostraria necessária a satisfação de um 
elemento objetivo, empírico: que a reprodução da unidade social, que se afirma originada de um quilombo, estivesse 
atrelada a uma ocupação continuada do espaço. ADI 3239/DF, rel. orig. Min. Cezar Peluso, red.p/ o ac. Min. Rosa Weber, 
julgamento em 8.2.2018. (ADI - 3239) 
 
Poder Judiciário 
Impossibilidade do Poder Judiciário interferir, no mérito, na elaboração das leis orçamentárias 
Salvo em situações graves e excepcionais, não cabe ao Poder Judiciário, sob pena de violação ao princípio da separação 
de Poderes, interferir na função do Poder Legislativo de definir receitas e despesas da Administração Pública, emendando 
projetos de leis orçamentárias, quando atendidas as condições previstas no art. 166, §§ 3º e 4º, da Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 5468/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 29 e 30/6/2016 (Info 832). 
 
Não cabimento de mandado de segurança contra decisões negativas do CNJ 
Não cabe mandado de segurança contra ato de deliberação negativa do Conselho Nacional de Justiça, por não se tratar 
de ato que importe a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do Judiciário. Assim, o STF não tem 
competência para processar e julgar ações decorrentes de decisões negativas do CNMP e do CNJ. Como o conteúdo da 
decisão do CNJ/CNMP foi “negativo”, o Conselho não decidiu nada. 
Se não decidiu nada, não praticou nenhum ato. Se não praticou nenhum ato, não existe ato do CNJ/CNMP a ser 
atacado no STF. Em razão do exposto, não compete ao STF julgar MS impetrado contra decisão do CNJ que julgou 
improcedente pedido de cassação de um ato normativo editado por vara judicial. STF. 2ª Turma. MS 33085/DF, 
Rel. Min. Teori Zavascki,julgado em 20/09/2016 (Info 840). 
 
Dever do executivo de efetuar repasses dos duodécimos (art. 168, CR) 
A lei orçamentária anual do Estado do Rio de Janeiro foi aprovada e nela previsto o orçamento do Poder Judiciário. Ocorre 
que o Poder Executivo estadual não estava cumprindo seu dever de repassar os recursos correspondentes às 
dotações orçamentárias do Poder Judiciário em duodécimos. Diante disso, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro 
impetrou mandado de segurança, com pedido de tutela de urgência, contra o ato omissivo do Governador do Estado 
do Rio de Janeiro no atraso do repasse dos referidos recursos. O Governador argumentou que o Estado passa por uma 
crise muito grave e que no ano de 2016 houve um déficit orçamentário de 19,6% em relação ao orçamento que foi 
previsto na Lei orçamentária anual. 
O STF deferiu parcialmente a medida liminar, assegurando-se ao Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro o 
direito de receber, até o dia 20 de cada mês, em duodécimos, os recursos correspondentes às dotações orçamentárias, 
sendo, contudo, facultado ao Poder Executivo fazer um desconto de 19,6% da Receita Corrente Líquida prevista na LOA. 
A crise do Estado e a queda na arrecadação não justificam que o Poder Executivo deixe de repassar o duodécimo ao 
Poder Judiciário. UNo entanto, deve ser autorizado que o Executivo diminua os valores a serem entregues ao TJ de forma 
proporcionalU Uà redução que houve na arrecadação inicialmente prevista pela Lei Orçamentária AnualU. 
Não faz sentido que, diante de uma situação de déficit orçamentário (a realização do orçamento foi muito inferior ao 
previsto), o Poder Executivo reduza seu orçamento e o Poder Judiciário continue com seu duodécimo calculado com 
base na previsão da receita que não foi a verificada na prática. UHavendo frustração de receita, o ônus deve ser 
compartilhado de forma isonômicaU Uentre todos os PoderesU. Em sumaU, a base de cálculo dos duodécimos deve 
 
 21 
observar o valor real de efetivo desempenhoU Uorçamentário e não o valor fictício previsto na lei orçamentáriaU. STF. 1ª 
Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848). 
 
Competência do STF para julgamento de MS proposto pelo TJ contra ato do Governador em que se discute 
repasse de duodécimo 
Compete ao STF julgar mandado de segurança impetrado pelo Tribunal de Justiça contra ato do Governador do Estado 
que atrasa o repasse do duodécimo devido ao Poder Judiciário. Nesta hipótese, todos os magistrados do TJ possuem 
interesse econômico no julgamento do feito, uma vez que o pagamento dos subsídios está condicionado ao 
cumprimento do dever constitucional de repasse das dotações consignadas ao Poder Judiciário estadual pelo chefe 
do Poder Executivo respectivo. Logo, a situação em tela se amolda ao art. 102, I, "n", da CF/88. STF. 1ª Turma. MS 34483-
MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848). 
O Tribunal de Justiça, mesmo não possuindo personalidade jurídica própria, detém legitimidade autônoma para 
ajuizar mandado de segurança contra ato do Governador do Estado em defesa de sua autonomia institucional. 
Ex: mandado de segurança contra ato do Governador que está atrasando o repasse dos duodécimos devidos ao 
Poder Judiciário. STF. 1ª Turma. MS 34483-MC/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 22/11/2016 (Info 848). 
 
Possibilidade de se indenizar por erro judiciário condenado que teve equivocadamente reconhecida reincidência 
No caso em que o reconhecimento da reincidência tenha origem em infração anterior cuja pena tenha sido cumprida ou 
extinta há mais de 5 anos, deferido o pedido revisional para diminuir a pena equivocadamente fixada, será devida a 
indenização ao condenado que tenha sofrido prejuízos em virtude do erro judiciário. 
A defesa ingressa com revisão criminal alegando que a sentença violou o art. 64, I, do CP. O Tribunal, ao julgar 
procedente a revisão, deverá condenar o Poder Público a indenizar o réu pelos prejuízos sofridos (art. 630 do CPP). 
STJ. 5ª Turma. REsp 1.243.516-SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em22/9/2016 (Info 590). 
 
Análise da constitucionalidade de resolução que permite reeleição para cargos de direção no TJ 
É inconstitucional norma do Tribunal de Justiça que permite a reeleição de desembargadores para cargos de direção 
após o intervalo de dois mandatos. Esta previsão viola o art. 93, caput, da CF/88, segundo o qual a regulamentação da 
matéria afeta à elegibilidade para os órgãos diretivos dos tribunais está reservada a lei complementar de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal. Além disso, esta norma afronta o tratamento que foi dado à matéria pelo art. 102 da LOMAN 
(LC 35/79), que regulamenta o art. 93 da CF/88. STF. Plenário. ADI 5310/RJ, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 
14/12/2016 (Info 851). 
 
CNJ, no exercício de controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional 
CNJ pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público para cargos em 
comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. 
Esta decisão do CNJ não configura controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade dos atos 
administrativos do Poder Judiciário. STF. Plenário. Pet 4656/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 19/12/2016 (Info 
851). 
 
Competência originária e concorrente do CNJ 
A CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas disciplinares. Assim, a 
competência do CNJ é autônoma (e não subsidiária). Logo, o CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido dada 
oportunidade para que a corregedoria local pudesse investigar o caso. STF. 1ª Turma. MS 30361 AgR/DF, Rel. Min. Rosa 
 
 22 
Weber, julgado em 29/8/2017 (Info 875). 
 
Pagamento de diárias. Magistrados federais convocados pelos tribunais regionais. Arts. 65, IV, da LOMAN; 58 e 59 da 
Lei n. 8.112/1990. Incidência. Dias de efetivo afastamento. Art. 5º da Resolução CJF n. 51/2009. Limitação das diárias. 
Ilegalidade. 
É ilegal a limitação de duas diárias e meia semanais, à luz do art. 5º da Resolução CJF n. 51/2009, quando o deslocamento 
de juiz federal convocado para substituição em tribunais regionais for superior a esse lapso. REsp 1.536.434-SC, Rel. Min. 
Og Fernandes, por unanimidade, julgado em 17/10/2017, DJe 20/10/2017 
 
Conselho Nacional de Justiça e controle de controvérsia submetida ao Judiciário 
Descabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente administrativas, o controle de 
controvérsia submetida à apreciação do Poder Judiciário. 
Com base nesse entendimento, a 1ª Turma indeferiu mandado de segurança impetrado contra o ato, por meio do qual 
o CNJ determinou o arquivamento de processo administrativo, ante a alegada inviabilidade de controle, pelo Órgão, de 
questão submetida ao crivo do Supremo Tribunal Federal (STF). 
A impetrante postulava no CNJ a sua recondução à titularidade interina de Tabelionato de Notas e Ofício de Protesto de 
Títulos e o consequente afastamento de aprovado em concurso público que assumiu o acervo do cartório. Afirmava o 
descumprimento da decisão liminar em mandado de segurança que suspendeu o mencionado certame. 
A Turma considerou, inicialmente, que o eventual descumprimento de decisão proferida pelo STF não se resolve na 
seara do CNJ, mas, sim, na do próprio Tribunal, mediante reclamação. 
Entendeu, ademais, que o CNJ observou, com acerto, o fato de a controvérsia estar submetida ao Judiciário, quadro 
impeditivo da própria atuação, tendo em conta o disposto nos parágrafos 4º e 5º do artigo 103-B da Constituição 
Federal.MS 28845/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 21.11.2017. (MS-28845) 
 
CNJ: competência normativa e interceptação telefônica

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