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Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 1 
Márcio André Lopes Cavalcante 
 
 
 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
 
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO 
Existência de cadáver em decomposição em reservatório de água 
 
Foi encontrado um cadáver humano em decomposição em um dos reservatórios de água que 
abastece uma cidade. 
Determinado consumidor ajuizou ação de indenização contra a empresa pública 
concessionária do serviço de água e o STJ entendeu que ela deveria ser condenada a reparar os 
danos morais sofridos pelo cliente. 
Ficou configurada a responsabilidade subjetiva por omissão da concessionária decorrente de 
falha do dever de efetiva vigilância do reservatório de água. 
Além disso, restou caracterizada a falha na prestação do serviço, indenizável por dano moral, 
quando a Companhia não garantiu a qualidade da água distribuída à população. 
O dano moral, no caso, é in re ipsa, ou seja, o resultado danoso é presumido. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.492.710-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/12/2014 (Info 553). 
 
 
SERVIDORES PÚBLICOS 
Inaplicabilidade do direito à recondução do art. 29, I, da Lei 8.112/90 a servidor público estadual 
 
Importante!!! 
Se a legislação estadual não prevê a recondução, é possível aplicar a Lei 8.112/90 por analogia? 
NÃO. Não é possível a aplicação, por analogia, do instituto da recondução previsto no art. 29, I, 
da Lei 8.112/1990 a servidor público estadual na hipótese em que o ordenamento jurídico do 
estado for omisso acerca desse direito. 
Segundo a jurisprudência do STJ, somente é possível aplicar, por analogia, a Lei 8.112/90, aos 
servidores públicos estaduais e municipais se houver omissão, na legislação estadual ou 
municipal, sobre direito de cunho constitucional e que seja autoaplicável e desde que tal 
situação não gera o aumento de gastos. Ex: aplicação, por analogia, das regras da Lei 8.112/90 
sobre licença para acompanhamento de cônjuge a determinado servidor estadual cuja 
legislação não prevê esse afastamento (RMS 34.630⁄AC, Rel. Ministro Humberto Martins, 
Segunda Turma, julgado em 18/10/2011). Nesse exemplo, o STJ reconheceu que a analogia se 
justificava para proteção da unidade família, valor protegido constitucionalmente (art. 226 da 
CF/88). 
No caso da recondução, contudo, não é possível a analogia porque esse direito não tem cunho 
constitucional. 
STJ. 2ª Turma. RMS 46.438-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 16/12/2014 (Info 553). 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 2 
 
PENSÃO POR MORTE (LEI 8.112/90) 
Pessoa designada que receberá a pensão 
não precisa ter sido inscrita nos assentos funcionais do servidor 
 
Para fins de concessão da pensão por morte de servidor público federal, a designação do 
beneficiário nos assentos funcionais do servidor é prescindível se a vontade do instituidor em 
eleger o dependente como beneficiário da pensão houver sido comprovada por outros meios 
idôneos. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.486.261-SE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 20/11/2014 (Info 553). 
 
 
DIREITO CIVIL 
 
CONTRATO DE SEGURO 
Via adequada para cobrança de indenização fundada em contrato de seguro de automóvel 
 
A via adequada para cobrar a indenização securitária fundada em contrato de seguro de 
automóvel é a ação de conhecimento sob o rito sumário (e não a ação executiva). 
Não é possível propor diretamente a execução nesse caso porque o contrato de seguro de 
automóvel não se enquadra como título executivo extrajudicial (art. 585 do CPC). 
Por outro lado, os contratos de seguro de vida, por serem dotados de liquidez, certeza e 
exigibilidade, são títulos executivos extrajudiciais (art. 585, III), podendo ser cobrados por 
meio de ação de execução. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.416.786-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 2/12/2014 (Info 553). 
 
 
INTERDIÇÃO 
Desnecessidade de nomeação de curador especial se a interdição não foi proposta pelo MP 
 
Importante!!! 
A curatela é um encargo (múnus) imposto a um indivíduo (chamado de “curador”) por meio do 
qual ele assume o compromisso judicial de cuidar de uma pessoa (“curatelado”) que, apesar de 
ser maior de idade, possui uma incapacidade prevista no art. 1.767 do CC. 
Para que a curatela seja instituída, é necessária a instauração de um processo judicial por 
meio de uma ação de interdição. 
É necessário que o juiz nomeie curador especial ao interditando? 
• Se a ação de interdição for proposta pelo MP: SIM. O juiz deverá nomear curador à lide 
(curador especial), nos termos do art. 1.179 do CPC. 
• Se a ação de interdição for proposta por outro legitimado: NÃO é necessária a nomeação de 
curador à lide porque o próprio MP já irá fazer a defesa dos interesses do interditando (art. 
1.770 do CC). 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.099.458-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 2/12/2014 (Info 553). 
 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 3 
ALIMENTOS 
Renúncia aos alimentos feita durante a vigência da união estável não perdura se houve fato 
superveniente que reduziu a capacidade de trabalho de um dos conviventes 
 
Importante!!! 
Um homem e uma mulher, na época em que conviviam juntos em união estável, fizeram uma 
declaração, por escritura pública, afirmando que, em caso de dissolução da união, nenhum dos dois 
iria pleitear pensão alimentícia. Em outras palavras, ambos renunciaram ao direito aos alimentos. 
O STJ decidiu que, mesmo com essa renúncia, seria possível que a ex-convivente pedisse e tivesse 
direito aos alimentos na hipótese em que, após essa renúncia, ela tenha sido acometida de uma 
moléstia grave, que reduziu sua capacidade laboral, comprometendo sua situação financeira. 
São irrenunciáveis os alimentos devidos na constância do vínculo familiar (art. 1.707 do CC). 
É válida e eficaz a renúncia manifestada no momento do acordo de separação judicial ou de 
divórcio. No entanto, por outro lado, não pode ser admitida a renúncia feita durante a vigência 
da união estável. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.178.233-RJ, Rel. Min. Raul Araújo, julgado em 18/11/2014 (Info 553). 
 
 
ALIMENTOS 
Verbas eventuais recebidas pelo devedor e reflexo no valor da pensão alimentícia 
 
Tema polêmico! 
ALIMENTOS FIXADOS EM PERCENTUAL SOBRE A REMUNERAÇÃO E VERBAS EVENTUAIS 
RECEBIDAS PELO DEVEDOR 
As parcelas percebidas a título de PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS integram a base 
de cálculo da pensão alimentícia quando esta é fixada em percentual sobre os rendimentos, 
salvo se houve disposição transacional ou judicial em sentido contrário. Assim, se a pensão 
alimentícia foi fixada em percentual (ex: 30% sobre os rendimentos), no mês que o devedor 
receber participação nos lucros da empresa, o percentual incidirá sobre tal valor. 
 
ALIMENTOS ARBITRADOS EM VALOR FIXO NÃO VARIAM SE HOUVER RECEBIMENTO DE 
VERBAS EVENTUAIS PELO DEVEDOR 
O 13º salário, a participação nos lucros e outras gratificações extras (eventuais) não compõem 
a base de cálculo da pensão alimentícia quando esta é estabelecida em valor fixo, salvo se 
houver disposição transacional ou judicial em sentido contrário. 
No caso em que os alimentos tenham sido arbitrados pelo juiz em valor fixo (ex: 10 mil reais, 5 
salários-mínimos etc.), o alimentando não tem direito a receber, com base naquele título 
judicial, quaisquer acréscimos decorrentes de verbas trabalhistas percebidas pelo 
alimentante e ali não previstos. Assim, o credor não terá direito a qualquer acréscimo no valor 
da pensão quando o devedor receber no mês um abono, comissão por produtividade, 13º 
salário, participação nos lucros etc. 
 
AVISO PRÉVIO 
O aviso prévio não integra a base de cálculo da pensão alimentícia, salvo se houve disposição 
transacional ou judicial em sentido contrário. 
Assim, não importa que a pensão tenha sido fixada em valor fixo ou percentual variável, o 
aviso prévio não interfere no valor a ser pagocomo pensão alimentícia. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.332.808-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2014 (Info 553). 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 4 
 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR 
 
RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO 
Inocorrência de dano moral pela simples presença de corpo estranho em refrigerante 
 
Atualize o Info 537-STJ 
A simples aquisição de refrigerante contendo inseto no interior da embalagem, sem que haja a 
ingestão do produto, não é circunstância apta, por si só, a provocar dano moral indenizável. 
Obs: existe precedente em sentido contrário, mas o que prevalece é que não há dano moral. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.395.647-SC, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 18/11/2014 (Info 553). 
 
 
PRÁTICAS ABUSIVAS 
Prática de venda casada por operadora de telefonia celular gera dano moral coletivo in re ipsa 
 
Importante!!! 
Configura dano moral coletivo in re ipsa a realização de venda casada por operadora de 
telefonia. 
A prática de venda casada por parte de operadora de telefonia é capaz de romper com os 
limites da tolerância. No momento em que oferece ao consumidor produto com significativas 
vantagens - no caso, o comércio de linha telefônica com valores mais interessantes do que a de 
seus concorrentes - e de outro, impõe-lhe a obrigação de aquisição de um aparelho telefônico 
por ela comercializado, realiza prática comercial apta a causar sensação de repulsa coletiva a 
ato intolerável, tanto que encontra proibição expressa em lei. 
Afastar, da espécie, o dano moral difuso, é fazer tábula rasa da proibição elencada no art. 39, I, 
do CDC e, por via reflexa, legitimar práticas comerciais que afrontem os mais basilares direitos 
do consumidor. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.397.870-MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2/12/2014 (Info 553). 
 
 
BANCOS DE DADOS E CADASTROS DE CONSUMIDORES 
Requisitos para a propositura de ação de exibição de documentos relativos ao Crediscore 
 
Para existir interesse de agir em ação cautelar de exibição de documentos ajuizada por 
consumidor com o objetivo de obter extrato contendo sua pontuação no sistema Crediscore, é 
necessário que o requerente comprove: 
a) que a recusa do crédito se deu em razão da pontuação que lhe foi atribuída pela dita 
ferramenta de scoring; e 
b) que tenha havido resistência da instituição responsável pelo sistema na disponibilização 
das informações requeridas pelo consumidor em prazo razoável. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.268.478-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2014 (Info 553). 
 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 5 
ECA 
 
MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS 
Possibilidade de cumprimento imediato de medida socioeducativa imposta na sentença 
 
Tema polêmico! 
Em regra, a apelação contra a sentença que aplica medida socioeducativa de internação deverá 
ser recebida no efeito meramente devolutivo ou no duplo efeito? 
1ª corrente: apenas no efeito devolutivo, impondo-se ao adolescente infrator o cumprimento 
imediato da medida socioeducativa (STJ. 6ª Turma. HC 301.135/SP). 
2ª corrente: com a revogação do art. 198, VI, do ECA, as apelações interpostas contra sentenças 
menoristas devem ser recebidas, em regra, no duplo efeito, com exceção da hipótese prevista 
no art. 520, VII, do CPC, o qual dispõe que os apelos interpostos contra sentenças que 
confirmam a antecipação dos efeitos da tutela são recebidos apenas no efeito devolutivo (STJ. 
6ª Turma. AgRg no HC 292.200/PA). 
STJ. 6ª Turma. HC 301.135-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 21/10/2014 (Info 553). 
STJ. 6ª Turma. AgRg no HC 292.200/PA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/08/2014. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
INTIMAÇÃO 
Publicação de intimação com erro na grafia do sobrenome do advogado 
 
Importante!!! 
NÃO há nulidade na publicação de ato processual em razão do acréscimo de uma letra ao 
sobrenome do advogado no caso em que o seu prenome, o nome das partes e o número do 
processo foram cadastrados corretamente, sobretudo se, mesmo com a existência de erro 
idêntico nas intimações anteriores, houve observância aos prazos processuais passados, de 
modo a demonstrar que o erro gráfico não impediu a exata identificação do processo. 
O entendimento do STJ é no sentido de que o erro insignificante na grafia do nome do 
advogado, aliado à possibilidade de se identificar o processo por outros elementos, como o seu 
número e o nome da parte, não enseja a nulidade da publicação do ato processual. 
STJ. Corte Especial. EREsp 1.356.168-RS, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. 
Jorge Mussi, julgado em 13/3/2014 (Info 553). 
 
 
AÇÃO RESCISÓRIA 
Prorrogação do termo final do prazo para ajuizamento da ação rescisória 
 
Importante!!! 
Que dia ocorre o trânsito em julgado? 
O trânsito em julgado ocorre no dia imediatamente subsequente ao último dia do prazo para o 
recurso em tese cabível. 
 
Qual é o termo inicial do prazo de 2 anos da ação rescisória? 
O prazo de 2 anos começa a ser contado do exato dia em que ocorre o trânsito em julgado. 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 6 
O termo "a quo" para o ajuizamento da ação rescisória coincide com a data do trânsito em 
julgado da decisão rescindenda. 
Dito de outro modo, o prazo decadencial para a propositura de ação rescisória começa a correr da 
data do trânsito em julgado da sentença rescindenda, incluindo-se-lhe no cômputo o dia do começo. 
 
Se o último dia do prazo da rescisória for sábado, domingo ou feriado, haverá prorrogação para 
o primeiro dia útil subsequente? 
SIM. O termo final do prazo para o ajuizamento da ação rescisória, embora decadencial, 
prorroga-se para o primeiro dia útil subsequente se recair em dia de não funcionamento da 
secretaria do Juízo competente. 
STJ. Corte Especial. REsp 1.112.864-MG, Rel. Min. Laurita Vaz, Corte Especial, julgado em 19/11/2014 
(recurso repetitivo) (Info 553). 
 
 
PROCESSO CAUTELAR 
Ação cautelar de exibição de documentos bancários 
 
A propositura de ação cautelar de exibição de documentos bancários (cópias e segunda via de 
documentos) é cabível como medida preparatória a fim de instruir a ação principal, bastando 
a demonstração da existência de relação jurídica entre as partes, a comprovação de prévio 
pedido à instituição financeira não atendido em prazo razoável, e o pagamento do custo do 
serviço conforme previsão contratual e normatização da autoridade monetária. 
STJ. 2ª Seção. REsp 1.349.453-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Segunda Seção, julgado em 
10/12/2014 (recurso repetitivo) (Info 553). 
 
 
PROCESSO CAUTELAR 
Requisitos para a propositura de ação de exibição de documentos relativos ao Crediscore 
 
Para existir interesse de agir em ação cautelar de exibição de documentos ajuizada por 
consumidor com o objetivo de obter extrato contendo sua pontuação no sistema Crediscore, é 
necessário que o requerente comprove: 
a) que a recusa do crédito se deu em razão da pontuação que lhe foi atribuída pela dita 
ferramenta de scoring; e 
b) que tenha havido resistência da instituição responsável pelo sistema na disponibilização 
das informações requeridas pelo consumidor em prazo razoável. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.268.478-RS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/12/2014 (Info 553). 
 
 
TÍTULOS EXECUTIVOS EXTRAJUDICIAIS 
Contrato de seguro de automóveis não é titulo executivo extrajudicial 
 
A via adequada para cobrar a indenização securitária fundada em contrato de seguro de 
automóvel é a ação de conhecimento sob o rito sumário (e não a ação executiva). 
Não é possível propor diretamente a execução nesse caso porque o contrato de seguro de 
automóvel não se enquadra como título executivo extrajudicial (art. 585 do CPC). 
Por outro lado, os contratos de seguro de vida, por serem dotados de liquidez, certeza e 
exigibilidade,são títulos executivos extrajudiciais (art. 585, III), podendo ser cobrados por 
meio de ação de execução. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.416.786-PR, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 2/12/2014 (Info 553). 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 7 
 
PENHORA 
Possibilidade excepcional de penhora sobre honorários advocatícios 
 
Importante!!! 
Os honorários advocatícios (contratuais ou sucumbenciais) são a remuneração do advogado e, 
portanto, possuem caráter alimentar. Logo, são, em princípio, impenhoráveis, com base no art. 
649, IV, do CPC. 
No entanto, o STJ entende que o art. 649, IV, do CPC não pode ser interpretado de forma literal 
ou absoluta. Em determinadas circunstâncias é possível a sua relativização. 
Assim, se os honorários advocatícios recebidos são exorbitantes e ultrapassam valores que 
seriam razoáveis para sustento próprio e de sua família, a verba perde a sua natureza 
alimentar (finalidade de sustento) e passa a ser possível a sua penhora, liberando-se apenas 
uma parte desse valor para o advogado. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.264.358-SC, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 25/11/2014 (Info 553). 
 
 
EXECUÇÃO FISCAL 
Dispensabilidade da indicação do RG, CPF ou CNPJ do devedor 
 
O juiz não pode indeferir a petição inicial em ação de execução fiscal com o argumento de que 
não houve indicação do RG, CPF ou CNPJ da parte executada. Isso porque tais informações não 
são exigidas pelo art. 6º da Lei nº 6.830/80 (LEF). 
O art. 15 da Lei 11.419/2006 (Lei do Processo Eletrônico) exige que a parte autora informe o 
CPF ou CNJP da ré, mas tal Lei não prevalece sobre a LEF, por ser esta norma específica e 
aquela norma geral. 
 
Assim, em ações de execução fiscal, descabe indeferir a petição inicial sob o argumento da falta 
de indicação do RG, CPF ou CNJP da parte executada (pessoa física ou jurídica), visto tratar-se 
de requisito não previsto no art. 6º da Lei 6.830/80 (LEF), cujo diploma, por sua especialidade, 
ostenta primazia sobre a legislação de cunho geral, como ocorre frente à exigência contida no 
art. 15 da Lei 11.419/06. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.450.819-AM e 1.455.091-AM, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgados em 12/11/2014 
(recurso repetitivo) (Info 553). 
 
 
EMBARGOS DE TERCEIRO 
Embargos de terceiro não servem para impugnar decisão se o fundamento invocado pelo autor 
não é a posse, mas sim, unicamente, a propriedade 
 
O proprietário sem posse a qualquer título não tem legitimidade para ajuizar, com 
fundamento no direito de propriedade, embargos de terceiro contra decisão transitada em 
julgado proferida em ação de reintegração de posse, da qual não participou, e na qual nem 
sequer foi aventada discussão em torno da titularidade do domínio. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.417.620-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 2/12/2014 (Info 553). 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 8 
INTERDIÇÃO 
Desnecessidade de nomeação de curador especial se a interdição não foi proposta pelo MP 
 
Importante!!! 
A curatela é um encargo (múnus) imposto a um indivíduo (chamado de “curador”) por meio do 
qual ele assume o compromisso judicial de cuidar de uma pessoa (“curatelado”) que, apesar de 
ser maior de idade, possui uma incapacidade prevista no art. 1.767 do CC. 
Para que a curatela seja instituída é necessária a instauração de um processo judicial por meio 
de uma ação de interdição. 
É necessário que o juiz nomeie curador especial ao interditando? 
• Se a ação de interdição for proposta pelo MP: SIM. O juiz deverá nomear curador à lide 
(curador especial), nos termos do art. 1.179 do CPC. 
• Se a ação de interdição for proposta por outro legitimado: NÃO é necessária a nomeação de 
curador à lide porque o próprio MP já irá fazer a defesa dos interesses do interditando (art. 
1.770 do CC). 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.099.458-PR, Rel. Min. Maria Isabel Gallotti, julgado em 2/12/2014 (Info 553). 
 
 
DIREITO PENAL 
 
AÇÃO PENAL NO CRIME DE ESTUPRO 
Ação penal no caso de crime praticado contra vítima que estava temporariamente vulnerável 
 
O art. 225 do CP prevê que, nos crimes sexuais, em regra, a ação penal é condicionada à 
representação. 
Existem duas exceções previstas no parágrafo único: 
1) Se a vítima é menor de 18 anos: INCONDICIONADA. 
2) Se a vítima é pessoa vulnerável: INCONDICIONADA. 
 
A interpretação que deve ser dada a esse parágrafo único é a de que, em relação à vítima 
possuidora de incapacidade permanente de oferecer resistência à prática dos atos libidinosos, 
a ação penal seria sempre incondicionada. Mas, em se tratando de pessoa incapaz de oferecer 
resistência apenas na ocasião da ocorrência dos atos libidinosos, a ação penal permanece 
condicionada à representação da vítima. 
Assim, procede-se mediante ação penal condicionada à representação no crime de estupro 
praticado contra vítima que, por estar desacordada em razão de ter sido anteriormente 
agredida, era incapaz de oferecer resistência apenas na ocasião da ocorrência dos atos 
libidinosos. 
STJ. 6ª Turma. HC 276.510-RJ, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 11/11/2014 (Info 553). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 9 
USO DE DOCUMENTO FALSO 
Desnecessidade de prova pericial para condenação por uso de documento falso 
 
Importante!!! 
É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com 
fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados da 
confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da 
materialidade do crime, especialmente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a 
realização do referido exame. 
O crime de uso de documento falso se consuma com a simples utilização de documento 
comprovadamente falso, dada a sua natureza de delito formal. 
STJ. 5ª Turma. HC 307.586-SE, Rel. Min. Walter de Almeida Guilherme (Desembargador convocado do 
TJ/SP), julgado em 25/11/2014 (Info 553). 
 
 
CÓDIGO DE TRÂNSITO 
Denúncia no caso de homicídio culposo deve apontar qual foi a conduta negligente, imprudente 
ou imperita que ocasionou a morte da vítima 
 
É inepta a denúncia que imputa a prática de homicídio culposo na direção de veículo 
automotor (art. 302 da Lei n. 9.503/1997) sem descrever, de forma clara e precisa, a conduta 
negligente, imperita ou imprudente que teria gerado o resultado morte, sendo insuficiente a 
simples menção de que o suposto autor estava na direção do veículo no momento do acidente. 
STJ. 6ª Turma. HC 305.194-PB, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 11/11/2014 (Info 553). 
 
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL 
 
PROVAS 
Compartilhamento de provas em razão de acordo internacional de cooperação 
 
Atenção! Concursos federais 
Não há ilegalidade na utilização, em processo penal em curso no Brasil, de informações 
compartilhadas por força de acordo internacional de cooperação em matéria penal e oriundas 
de quebra de sigilo bancário determinada por autoridade estrangeira, com respaldo no 
ordenamento jurídico de seu país, para a apuração de outros fatos criminosos lá ocorridos, 
ainda que não haja prévia decisão da justiça brasileira autorizando a quebra do sigilo. 
Em outras palavras, o STJ julgou válida a utilização, em processo penal no Brasil, de 
informações bancárias sigilosas obtidas pela Justiça dos EUA e trazidas para o processo aqui 
por força do Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT). 
STJ. 5ª Turma. HC 231.633-PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 25/11/2014 (Info 553). 
 
 
 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 10 
EMENDATIO LIBELLI 
Momento processual em que deve ser realizados 
 
Segundo a jurisprudência majoritária do STF e do STJ, é a sentença o momento processual 
oportuno para a emendatio libelli, a teor do art. 383 do CPP. 
Vale destacar,contudo, que existe importante corrente doutrinária e jurisprudencial que 
afirma ser possível, excepcionalmente, a correção do enquadramento típico logo no ato de 
recebimento da denúncia ou queixa em dois casos: 
• para beneficiar o réu; ou 
• para permitir a correta fixação da competência ou do procedimento a ser adotado. 
 
Neste informativo, foi noticiado julgado do STJ no qual se decidiu que o juiz pode, mesmo antes 
da sentença, proceder à correta adequação típica dos fatos narrados na denúncia para 
viabilizar, desde logo, o reconhecimento de direitos do réu caracterizados como temas de 
ordem pública decorrentes da reclassificação do crime. 
STJ. 6ª Turma. HC 241.206-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 11/11/2014 (Info 553). 
 
 
RECURSOS 
Manutenção do regime inicial fixado, mas com fundamentação diversa 
 
O Tribunal, na análise de apelação exclusiva da defesa, não está impedido de manter a 
sentença condenatória recorrida com base em fundamentação distinta da utilizada em 
primeira instância, desde que respeitados a imputação deduzida pelo órgão de acusação, a 
extensão cognitiva da sentença impugnada e os limites da pena imposta no juízo de origem. 
Isso não viola o princípio do non reformatio in pejus. 
STJ. 6ª Turma. HC 302.488-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/11/2014 (Info 553). 
 
 
DIREITO PENAL / 
PROCESSUAL PENAL MILITAR 
 
COMPETÊNCIA 
Desacato praticado por militar de folga contra militar 
em serviço em local estranho à administração militar 
 
Compete à Justiça Comum Estadual (e não à Justiça Militar Estadual) processar e julgar suposto 
crime de desacato praticado por policial militar de folga contra policial militar de serviço em 
local estranho à administração militar. 
STJ. 6ª Turma. REsp 1.320.129-DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/11/2014 (Info 553). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 11 
DIREITO TRIBUTÁRIO 
 
IMPOSTO DE RENDA 
Correção monetária do valor do IR incidente sobre 
verbas recebidas acumuladamente em ação trabalhista 
 
Até a data da retenção na fonte, a correção do IR apurado e em valores originais deve ser feita 
sobre a totalidade da verba acumulada e pelo mesmo fator de atualização monetária dos 
valores recebidos acumuladamente, sendo que, em ação trabalhista, o critério utilizado para 
tanto é o Fator de Atualização e Conversão dos Débitos Trabalhistas (FACDT). Essa sistemática 
não implica violação do art. 13 da Lei 9.065/1995, do art. 61, § 3º, da Lei 9.430/1996, dos arts. 
8º, I, e 39, § 4º, da Lei 9.250/1995, uma vez que se refere à equalização das bases de cálculo do 
imposto de renda apuradas pelo regime de competência e pelo regime de caixa e não à mora, 
seja do contribuinte, seja do Fisco. Ressalte-se que a taxa SELIC, como índice único de correção 
monetária do indébito, incidirá somente após a data da retenção indevida. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.470.720-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, julgado em 
10/12/2014 (Info 553). 
 
 
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS 
Produtos importados estão sujeitos à nova incidência de IPI na operação de revenda 
 
Mudança de entendimento! 
Atualize o Info 535-STJ 
Houve importação do produto de procedência estrangeira e, no momento do desembaraço, 
ocorreu a incidência do IPI. Será possível nova cobrança do tributo quando ele sair do 
estabelecimento do importador para ser vendido? 
• Regra: NÃO. 
• Exceção: será possível nova cobrança do tributo se, entre o desembaraço aduaneiro e a saída 
do estabelecimento do importador, o produto tiver sido objeto de uma das formas de 
industrialização. 
Em síntese: havendo incidência do IPI no desembaraço aduaneiro de produto de procedência 
estrangeira (art. 46, I, do CTN), não é possível nova cobrança do tributo na saída do produto do 
estabelecimento do importador (arts. 46, II, e 51, parágrafo único, do CTN), salvo se, entre o 
desembaraço aduaneiro e a saída do estabelecimento do importador, o produto tiver sido 
objeto de uma das formas de industrialização (art. 46, parágrafo único, do CTN). 
STJ. 1ª Seção. EREsp 1.411.749-PR, Rel. originário Min. Sérgio Kukina, Rel. para acórdão Min. Ari 
Pargendler, julgado em 11/6/2014 (Info 553). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Informativo 553-STJ (11/02/2015) – Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante | 12 
DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
PERÍODO DE GRAÇA 
Comprovação da situação de desemprego para prorrogação do período de graça 
 
Importante!!! 
O § 2º do art. 15 da Lei 8.213/91 prevê que o período de graça do segurado será acrescido de 
12 meses se ele estiver desempregado e comprovar essa situação “pelo registro no órgão 
próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social”. 
 
A situação de desemprego do segurado pode ser provada por outros meios? 
SIM. O registro no órgão próprio do MTE não é o único meio de prova admissível para que o 
segurado desempregado comprove a situação de desemprego para a prorrogação do período 
de graça, sendo admitidas outras provas, como a testemunhal. 
 
O simples fato de não haver anotação na CTPS do segurado é prova suficiente de que ele estava 
desempregado para fins do § 2º do art. 15? 
NÃO. A ausência de anotação laboral na CTPS do indivíduo não é suficiente para comprovar a 
sua situação de desemprego. Isso porque pode ser que ele tenha trabalhado em alguma 
atividade remunerada na informalidade, não tendo assinado carteira. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.338.295-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 25/11/2014 (Info 553). 
 
 
PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL PREVIDENCIÁRIO 
Necessidade de prévio requerimento administrativo para a concessão de benefício 
previdenciário na via judicial 
 
A 1ª Seção do STJ, em julgamento sob a sistemática do recurso repetitivo, aderiu ao 
entendimento do STF firmado no RE 631.240-MG, no qual a Corte decidiu que: 
Em regra, o segurado/dependente somente pode propor a ação pleiteando a concessão do 
benefício previdenciário se anteriormente formulou requerimento administrativo junto ao 
INSS e este foi negado. 
Assim, para que se proponha a ação pleiteando a concessão do benefício previdenciário, é 
preciso que, antes, tenha ocorrido uma das três situações abaixo: 
1) o interessado requereu administrativamente o benefício, mas este foi negado pelo INSS 
(total ou parcialmente); 
2) o interessado requereu administrativamente o benefício, mas o INSS não deu uma decisão 
em um prazo máximo de 45 dias; 
3) o interessado não requereu administrativamente o benefício, mas é notório que, sobre esse 
tema, o INSS tem posição contrária ao pedido feito pelo segurado. 
STJ. 1ª Seção. REsp 1.369.834-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 24/9/2014 (recurso 
repetitivo) (Info 553). 
STF. Plenário. RE 631240/MG, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27/8/2014 (repercussão geral) 
(Info 756).

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