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Autor: Prof. Tércio Martins
Colaboradores: Prof. Thiago Macrini
 Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Terapias Capilares
Professor conteudista: Tércio Martins
É farmacêutico com modalidade em Indústria pela Universidade Federal do Ceará (UFC), além de especialista em 
Produção e Controle de Medicamentos, mestre em Produção e Controle de Medicamentos na área de Farmacotécnica 
e doutor em Produção e Controle de Medicamentos na área de Cosmetologia, títulos esses obtidos pela Universidade 
de São Paulo (USP). Também faz parte do grupo de pesquisa de Investigação em Farmacognosia e Medicina Tradicional 
da Universidade Nacional Mayor de San Marcos (Lima, Peru) como investigador adjunto, analisando o uso de produtos 
naturais da Amazônia peruana com potencial atividade antioxidante em cosméticos. Publicou diversos artigos em 
revistas nacionais e internacionais, além de ter feito inúmeras apresentações em Congressos. Possui experiência na área 
acadêmica superior como orientador de pesquisas e professor dos cursos de Farmácia, Nutrição, Estética e Cosmética, 
atuando também na área acadêmica de pós-graduação.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
M386t Martins, Tércio.
Terapias Capilares / Tércio Martins. – São Paulo: Editora Sol, 2021.
196 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Cabelo. 2. Cosmético. 3. Tratamento. I. Título.
CDU 687.55
U512.37 – 21
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcello Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Deise Alcantara Carreiro – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Talita Lo Ré
 Jaci Albuquerque
Sumário
Terapias Capilares
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA CAPILAR ......................................................................................................... 11
1.1 O cabelo nas civilizações antigas ................................................................................................... 11
1.2 A importância dos cabelos ............................................................................................................... 14
1.3 Tricologia.................................................................................................................................................. 16
1.4 Anatomia e fisiologia do couro cabeludo .................................................................................. 17
1.5 Anatomia e fisiologia da unidade pilossebácea ....................................................................... 20
1.5.1 Bulbo ............................................................................................................................................................ 22
1.5.2 Bainha dos pelos ..................................................................................................................................... 24
1.6 Embriologia, estrutura do folículo piloso e da haste do pelo ............................................ 24
2 CARACTERÍSTICAS DA HASTE DO PELO .................................................................................................. 25
2.1 Componentes estruturais de pelo e cabelo ............................................................................... 25
2.1.1 Cutícula ....................................................................................................................................................... 26
2.1.2 Complexo da membrana celular (CMC) ......................................................................................... 28
2.1.3 Córtex .......................................................................................................................................................... 28
2.1.4 Medula ........................................................................................................................................................ 30
2.2 Ciclo de crescimento dos cabelos .................................................................................................. 31
2.2.1 Fase anágena ............................................................................................................................................ 31
2.2.2 Fase catágena ........................................................................................................................................... 32
2.2.3 Fase telógena ............................................................................................................................................ 32
2.2.4 Fases exógena e quenógena ............................................................................................................. 33
2.3 Tipos de pelo e cabelo ........................................................................................................................ 33
2.4 Composição química de pelo e cabelo: melanina, cor de pelo e de cabelo ................. 34
Unidade II
3 PELOS ................................................................................................................................................................... 44
3.1 Depilação e epilação ........................................................................................................................... 45
3.2 Técnicas de depilação e epilação e cuidados ............................................................................ 46
3.2.1 Uso de ceras (quente e fria) ................................................................................................................ 46
3.2.2 Lâmina ......................................................................................................................................................... 48
3.2.3 Linha (ou fio) ............................................................................................................................................ 49
3.2.4 Pinça ............................................................................................................................................................. 49
3.3 Técnicas de epilação e cuidados..................................................................................................... 50
3.3.1 Eletrólise ..................................................................................................................................................... 50
3.3.2 Laser ............................................................................................................................................................. 50
3.3.3 Luz pulsada (IPL) ...................................................................................................................................... 58
4 CABELOS .............................................................................................................................................................60
4.1 Tipos de cabelos e diferenças raciais ............................................................................................ 60
4.1.1 Cabelo afro-étnico ................................................................................................................................. 61
4.1.2 Cabelo caucasiano .................................................................................................................................. 62
4.1.3 Cabelo oriental ......................................................................................................................................... 63
4.2 Fatores que interferem no crescimento e na queda do cabelo ......................................... 65
4.2.1 Deficiência nutricional.......................................................................................................................... 65
4.2.2 Alterações hormonais ........................................................................................................................... 66
4.2.3 Genética ...................................................................................................................................................... 67
4.2.4 Oleosidade excessiva ............................................................................................................................ 68
4.2.5 Substâncias químicas e medicamentosas ..................................................................................... 68
4.2.6 Questões climáticas ............................................................................................................................... 68
4.2.7 Envelhecimento ....................................................................................................................................... 68
4.3 Alterações do couro cabeludo e da haste capilar ................................................................... 69
4.3.1 Alterações na haste do cabelo ........................................................................................................... 69
4.3.2 Alterações no couro cabeludo ........................................................................................................... 75
4.4 FICHA DE ANAMNESE COM ESPECIFICAÇÕES CAPILARES ................................................... 91
4.4.1 Análise da haste capilar ....................................................................................................................... 94
4.4.2 Técnicas de higienização capilar ..................................................................................................... 98
Unidade III
5 COLORIMETRIA ...............................................................................................................................................112
5.1 História da coloração ........................................................................................................................112
5.2 Tipos de pigmentos ............................................................................................................................114
5.2.1 Pigmentos naturais .............................................................................................................................. 114
5.2.2 Pigmentos sintéticos ...........................................................................................................................115
5.2.3 Pigmentos metálicos ...........................................................................................................................115
5.3 Sistema de coloração ........................................................................................................................115
5.3.1 Coloração oxidativa ............................................................................................................................. 115
5.3.2 Coloração não oxidativa ................................................................................................................... 117
5.4 Tipos de coloração quanto ao tempo de permanência e sua leitura ............................117
5.4.1 Tinturas temporárias ........................................................................................................................... 117
5.4.2 Tinturas semipermanentes ................................................................................................................ 119
5.4.3 Tinturas permanentes ........................................................................................................................ 120
5.5 Descolorantes .......................................................................................................................................124
5.6 Decapagem ...........................................................................................................................................126
6 COSMÉTICOS QUE ALTERAM A FORMA DOS CABELOS ..................................................................127
6.1 Alisantes temporários ou térmicos .............................................................................................128
6.2 Alisantes definitivos ..........................................................................................................................128
6.3 Classificação dos ativos alisantes definitivos..........................................................................130
6.3.1 Alisantes ácidos (ou redutores) ...................................................................................................... 130
6.3.2 Alisantes alcalinos (ou oxidantes) ................................................................................................. 136
Unidade IV
7 VISAGISMO ......................................................................................................................................................143
7.1 História do visagismo .......................................................................................................................143
7.2 Aplicações ..............................................................................................................................................145
7.2.1 Visagismo e cabelo .............................................................................................................................. 148
7.2.2 Visagismo e cor dos cabelos ............................................................................................................ 153
7.2.3 Maquiagem e visagismo ................................................................................................................... 153
7.2.4 Sobrancelhas e visagismo ................................................................................................................. 158
7.3 Significados e temperamentos .....................................................................................................159
7.3.1 Temperamento colérico ..................................................................................................................... 159
7.3.2 Temperamento sanguíneo ................................................................................................................ 159
7.3.3 Temperamento melancólico ............................................................................................................ 159
7.3.4 Temperamento fleumático ............................................................................................................... 160
8 TERAPIAS CAPILARES PARA HIDRATAÇÃO, NUTRIÇÃO E ALOPECIA .........................................161
8.1 Tratamentos cosméticos ..................................................................................................................161
8.1.1 Hidratação .............................................................................................................................................. 162
8.1.2 Reestruturação e reconstrução ......................................................................................................164
8.1.3 Nutrição .................................................................................................................................................. 165
8.1.4 Argiloterapia capilar ........................................................................................................................... 166
8.1.5 Óleos essenciais .................................................................................................................................... 168
8.2 Tratamentos eletroterápicos ..........................................................................................................170
8.2.1 Alta frequência .....................................................................................................................................170
8.2.2 Laser (light amplification stimulation emission radiation) ..................................................171
8.3 Massagens capilares (couro cabeludo) ......................................................................................174
8.4 PROTOCOLOS ........................................................................................................................................175
8.4.1 Protocolos para tratamentos capilares ....................................................................................... 176
9
APRESENTAÇÃO
A presente disciplina tem como objetivo fornecer ao aluno conhecimentos relevantes sobre os 
cabelos e o couro cabeludo, além dos tratamentos que podem ser aplicados pelos profissionais da 
área. De forma mais específica, a disciplina pretende instruir sobre depilação e tratamentos capilares, 
identificar a anatomia e a fisiologia de pelo e cabelo, abordar os diferentes tipos de cabelo e sua 
composição, além de apresentar as mais modernas técnicas de depilação e tratamentos capilares para 
diversos fins (hidratação, nutrição e revitalização), proporcionando o reconhecimento de patologias e o 
desenvolvimento de protocolos capilares específicos para cada caso que venha a surgir.
O profissional pode orientar tratamentos capilares e alterações de hábitos que podem promover 
melhoras nas condições dos cabelos e do couro cabeludo.
O estudo dos cabelos em nossa área, assim como de tratamentos preventivos e relacionados a 
alterações da fibra e do couro cabeludo, tem crescido e se desenvolvido com o passar dos anos, dando 
origem à disciplina da tricologia. Seu desenvolvimento, aliás, deve-se em grande parte à preocupação, 
de homens e mulheres, com os cuidados com os cabelos.
A tricologia é a ciência que estuda os cabelos possibilitando o entendimento de patologias e 
problemas relacionados com os fios, utilizando desde cosméticos até tratamentos envolvendo 
equipamentos modernos, como os eletroterápicos, a fim de minimizar ou até mesmo erradicar as 
patologias e os danos causados por substâncias externas.
INTRODUÇÃO
Historicamente, os cabelos sempre tiveram um significado importante para a condição social, o poder 
e mesmo para a personalidade de cada indivíduo (podendo ser considerado um aliado na diferenciação 
entre cada um de nós, no ato da conquista e um adorno da estrutura do rosto).
Os gregos ofertavam os seus cabelos como forma de conseguir o que se desejava, como no caso de 
Berenice, que cortou os cabelos e os trocou pela vida de Ptolomeu, homem que amava e que estava na 
guerra. Vale lembrar que, para os gregos, os cabelos estavam relacionados a um padrão de beleza.
No Egito, os cabelos (ou sua substituição por perucas) correspondiam a uma forma de diferenciação 
social. Já para os muçulmanos, a presença de uma mecha de cabelo no topo da cabeça era a forma 
de Maomé conduzi-los ao paraíso. Na Idade Média, os cabelos também estavam relacionados com 
a segregação das classes, como no caso do rei Luiz XIV, também chamado Rei Sol, que utilizava 
rotineiramente uma peruca, ao contrário de seus vassalos, a quem o uso era proibido e, por isso, 
acabavam demonstrando os cabelos descuidados.
Com o passar dos anos, os cabelos foram tomando formas e cores diferentes, no entanto, ainda 
sendo considerados uma forma de segregação social, ainda que os cuidados cosméticos tenham 
se popularizado. 
10
Com a modernidade, surgiu a tricologia, a ciência que estuda os cabelos e o couro cabeludo, suas 
patologias e afecções, bem como seus tratamentos e sua cura.
Com a importância dada aos cabelos por grande parte da população mundial, as fibras capilares 
tornaram-se foco de estudos que tentavam identificar a constituição anatômica, fisiológica e química 
da fibra capilar. Cientificamente, o cabelo é considerado como uma haste fibrosa e formada por células 
sem vida, onde o principal componente é a queratina, substância produzida pelos queratinócitos.
Quanto à anatomia, sabe-se que a constituição da fibra é composta de quatro estruturas distintas: 
cutícula, complexo da membrana celular (CMC), córtex e medula. O desenvolvimento, o crescimento e 
a pigmentação dos fios estão relacionados com o folículo pilossebáceo, unidade constituída por bulbo, 
glândulas sebáceas e músculo eretor. Já o desenvolvimento do ciclo do cabelo é responsabilidade das 
células da zona de Bulge, localizada na região abaixo da raiz. Esse ciclo integra três fases principais: 
anágena, catágena e telógena.
A estrutura química do cabelo tem como base elementos como carbono, oxigênio, nitrogênio, 
hidrogênio e enxofre. Quanto à estrutura química, temos a proteína como principal substância, sendo 
a queratina o principal componente, além da melanina, a responsável pela pigmentação. A forma dos 
cabelos é determinada pela presença de ligações químicas, e como as pontes de hidrogênio e as ligações 
de enxofre, também são conhecidas como pontes dissulfídicas e pontes dissulfeto. 
A fim de abordar todos esses temas, o material foi dividido em quatro partes. Inicialmente, fazemos 
uma introdução à estética capilar, destacando a importância do cabelo ao longo da história da 
humanidade, as características do cabelo em termos de anatomia e fisiologia dos fios, além de observar 
com mais detalhes as áreas que compõem os fios, os ciclos de crescimento, os tipos de cabelos e sua 
composição química.
Na sequência, são destacadas questões relacionadas ao pelo e a sua retirada (como as técnicas 
de depilação e epilação), além de alterações envolvidas nos diversos processos de desenvolvimento e 
crescimento dos cabelos. Abordam-se ainda a importância da ficha de anamnese e questões relacionadas 
a higienização e finalização dos fios capilares.
Posteriormente, são analisados alguns tipos de química que podem ser aplicados nos fios, como a 
calorimetria, tipos de pigmentos e sistemas de pigmentação, agentes capazes de alterar, temporária ou 
definitivamente, a estrutura dos fios e a relação do visagismo como o cabelo.
Por fim, apresentamos alguns tratamentos e protocolos capilares envolvendo o uso de cosméticos, 
argilas, óleos essenciais, equipamentos eletroterápicos e massagem capilar.
11
TERAPIAS CAPILARES
Unidade I
1 INTRODUÇÃO À ESTÉTICA CAPILAR
1.1 O cabelo nas civilizações antigas
De uma forma geral, o conceito de beleza foi se modificando com o passar dos tempos, até chegar 
aos moldes modernos. As indumentárias de adorno dos cabelos, como pentes e enfeites, e as maquiagens 
estavam e continuam diretamente relacionadas ao estilo de vida, ao comportamento e a indicações 
específicas, como forma de chamar a atenção para determinadas características naturais no intuito de 
exaltar a beleza. 
Historicamente, o cabelo sempre esteve envolvido com as características de cada período, mudando 
conforme as mudanças do cotidiano e do comportamento pessoal de cada época. Assim, cortar, pentear, 
pintar e moldar os cabelos são maneiras de determinar a individualidade de cada ser, podendo levar de 
uma imagem clássica a uma imagem radical. 
Dessa maneira, o cabelo pode ser considerado uma forma de representação de um período histórico, 
designando conceitos de ousadia, juventude, liberdade, sedução e poder,tornando-se uma marca.
Durante toda a história das mais diversas civilizações, o cabelo apresentou muitos estágios e 
significados, estando mesmo presente em importantes rituais de povos primitivos, como descrito em 
alguns relatos antropológicos. O cabelo também esteve associado a conceitos de força, poder e atração 
física, algo que pode ser observado na famosa história bíblica de Sansão.
 Observação
Sansão foi um juiz do povo de Israel durante 20 anos e lutou contra 
seus inimigos, os filisteus. Entre outros fatores, ele se valia da força de 
seu cabelo, feito de sete tranças e que nunca tinha sido cortado (isso em 
razão de uma promessa feita a Deus).
No contexto religioso, o cabelo pode apresentar dois significados. Um deles está relacionado ao 
cabelo cortado ou raspado, que pode estar relacionado ao celibato e à castidade, caso de monges 
budistas e de alguns cristãos. O segundo significado está relacionado ao sacrifício: sabe-se que o cabelo 
era oferecido aos deuses em religiões da Antiguidade.
12
Unidade I
Figura 1 – Monges budistas 
Disponível em: https://bit.ly/3h4qIqf. Acesso em: 5 maio 2021.
Para os hindus, o uso dos cabelos emaranhados e não cortados era um meio de se afastar das 
preocupações mundanas. Por outro lado, o cabelo longo pode ser uma exigência para algumas religiões.
Outra forma da representatividade do cabelo na sociedade, que já foi e ainda é praticada, é o corte 
como punição. Algumas vezes, pode estar relacionada à perda da honra, como no caso das mulheres 
japonesas adúlteras, que têm o cabelo raspado. A mesma forma de punição foi utilizada no período da 
Segunda Guerra Mundial, quando mulheres se envolviam com soldados do exército de ocupação.
Em civilizações antigas, o cabelo era uma forma representativa fundamental da personalidade 
humana, estando relacionado à beleza, ao fascínio, à sedução e até mesmo ao poder e à força, sendo 
considerado um elemento de elevado valor simbólico.
No Egito antigo, o cabelo bem tratado era uma característica do povo, que possuía uma quantidade 
razoável de objetos empregados nos cuidados capilares, como escovas, tesouras e loções de tratamento. 
O valor de tais objetos era tão alto que os produtos eram guardados em caixas decoradas com pedras 
preciosas. Entretanto, com o desenvolvimento e as mudanças na sociedade egípcia, a partir de 3000 a.C., 
passaram a ser considerados sinais de nobreza as cabeças e os corpos raspados e lisos, utilizando-se 
perucas confeccionadas com cabelo humano ou, ainda, com lã de carneiro (DAL’PIZZOL; PSCHEIDT, s.d.).
Ainda na sociedade egípcia, os homens utilizavam barbas postiças, e a cor preta das perucas era obtida 
pelo uso de uma tintura azul-escura, e a hena, que era obtida de folhas da alfena egípcia, promovia um 
tom vermelho-alaranjado aos cabelos e às unhas. As pessoas que não pertenciam à nobreza possuíam 
cabelos com cortes retos e de comprimento bastante variável, que iam desde a altura do queixo até 
abaixo dos ombros, no entanto, o mais comum era a presença da franja (DAL’PIZZOL; PSCHEIDT, s.d.)
Na Grécia antiga, surgiram os primeiros salões de barbeiro, onde aconteciam conversas entre filósofos, 
escritores, poetas e políticos sobre vários temas, como política, esportes e eventos sociais. Durante as 
conversas, os gregos eram barbeados, faziam ondas nos cabelos, cuidavam das mãos e dos pés, além 
de receberem massagem (CARDOSO, 2020). Os cabelos dos gregos, espessos e escuros, eram usados 
na forma longa e com ondas, já as mulheres usavam os cabelos presos sob a forma de rabo de cavalo. 
13
TERAPIAS CAPILARES
Para dar brilho aos cabelos, lançava-se mão de produtos cosméticos, óleos, pomadas, graxas e loções, além de 
perfumes que agregavam odor agradável. Cabelos claros e loiros não eram comuns entre os gregos, no 
entanto, eram bastante desejados e admirados por homens e mulheres, que tentavam desvendar a forma 
de se chegar a colorações mais claras usando infusões de flores amarelas. Até o reinado de Alexandre, o 
Grande, era muito comum homens utilizarem barbas que poderiam ser verdadeiras ou falsas.
Na Roma antiga, os barbeiros exerciam suas funções em mercados e em casas de banhos, mantendo 
a função social como na Grécia antiga. Diversos tratamentos eram utilizados nos cabelos, tal qual o 
uso de fórmulas que tratavam e evitavam a queda e o embranquecimento dos fios, além do uso do 
ferro quente para obter um formato ondulado nos cabelos e nas barbas. Os modelos masculinos mais 
comuns eram os cabelos curtos, alinhados e organizados para frente, caindo sobre as orelhas e com 
a presença de ondas. Para as mulheres, os cabelos eram mais elaborados, como o modelo flavianus 
(emaranhado de cacho que formava uma tiara acomodando-se num coque apertado), além de ser 
comum a utilização de apliques, tranças (também sob a forma de apliques) ou o cabelo preso com 
uma fita na cor vermelha. Para demonstrar as diferenças sociais e hierárquicas, prisioneiros, escravos e 
traidores tinham a cabeça raspada.
Em tempos antigos, na China e no Japão, os cabelos tinham o formato de boneco, conhecido como 
hamizuta, em que os cabelos eram divididos ao meio, amarrando nas laterais da cabeça, acima de cada 
orelha, em um formato de oito. Entre os períodos Nara e Muromacho, foi adotado o uso do eboshi 
(tipo de chapéu indicativo da hierarquia, impedindo a visualização da forma do cabelo). Os samurais 
raspavam o cabelo do topo da cabeça para evitar a umidade e o calor excessivos pelo uso do elmo, uma 
espécie de capacete característico que protegia o crânio e o pescoço de ataques de flechas e espadas 
(DAL’PIZZOL; PSCHEIDT, s.d.).
Figura 2 – Samurai utilizando o eboshi 
Disponível em: https://bit.ly/3ukM3Q8. Acesso em: 5 maio 2021.
14
Unidade I
Figura 3 – Eboshi 
Disponível em: https://bit.ly/3h0tLQj. Acesso em: 5 maio 2021.
1.2 A importância dos cabelos
Todos os seres humanos apresentam valores e características estéticas e morais, valores e 
características que são influenciados pela cultura em que vivem; com os cabelos não é diferente. Em 
todos os períodos e em todas as culturas, os cabelos sempre foram um importante ornamento, além de 
estarem atrelados a atributos sexuais e arma de sedução. 
O uso dos termos pelo e cabelos muitas vezes pode gerar dúvidas, no entanto, podem ser utilizados 
como sinônimos por não apresentarem diferenças químicas e anatômicas. De acordo com dicionários, 
cabelo é definido como a junção de pelos na cabeça dos humanos, enquanto os pelos são definidos como 
filamentos da pele, ricos em queratina e com a capacidade de se desenvolver no corpo, com destaque 
para os mamíferos. A constituição básica de ambos é caracterizada pela queratina e são produzidos por 
folículos pilosos distribuídos por diversas partes do corpo. No entanto, as diferenças entre eles estão 
na espessura (os cabelos possuem espessura menor que a dos pelos) e na forma de crescimento (os 
pelos crescem de forma sincronizada, enquanto uma fibra do cabelo cresce de forma independente em 
relação às outras).
Os cabelos podem ser apresentados das mais diversas formas: curtos, longos, de coloração natural 
ou artificial, com cortes tradicionais, mais modernos e até radicais, sendo fundamentais para a imagem 
que se deseja transmitir. Assim, a perda dos cabelos pode atingir de forma bastante representativa a 
autoestima de todos, independentemente do sexo, no entanto, para as mulheres, a perda pode ser mais 
traumática do que para os homens.
15
TERAPIAS CAPILARES
Quanto às alterações emocionais decorrentes das alterações e perdas capilares, podemos citar:
• medo de ficar calvo;
• desejo em fazer algo para aumentar a quantidade de cabelos;
• preocupação com o que as pessoas irão pensar sobre o que está acontecendo com os cabelos;
• preocupação com as áreas próximas da testa, conhecidas como entradas;
• pensamentos repetitivos em razão da queda dos cabelos;
• acontecimento repetitivo de o cabelo não apresentar as características desejadas (o conhecido 
bad hair day);• desgosto e revolta com a imagem dos cabelos;
• sensibilidade a comentários relacionados aos cabelos;
• desejo de cortar o cabelo muito curto ou, ainda, de raspar a cabeça;
• sentimento de vergonha pela pequena quantidade de cabelos;
• insatisfação constante com a forma, quantidade e características dos cabelos;
• vontade de fazer transplantes capilares;
• baixa autoestima;
• preocupação em perder o parceiro pelas características dos cabelos (ou ausência desses);
• inseguranças sociais e profissionais;
• depressão e ansiedade pela perda dos cabelos.
Quanto às alterações comportamentais decorrentes das alterações e perdas capilares, podemos citar:
• mudança de penteado; 
• apresentar os cabelos sempre presos;
• utilização de cosméticos ou adereços que possam promover uma ideia de cabelos com maior volume;
• abandono do uso de produtos cosméticos capilares;
• contagem constante da quantidade de fios que caíram;
16
Unidade I
• menor frequência na lavagem dos cabelos;
• retirada total dos cabelos;
• evitamento da visualização dos cabelos no espelho;
• compulsão de olhar os cabelos;
• evitar tocar nos cabelos por medo de caírem;
• uso de adereços como chapéus, lenços, toucas e bonés para disfarçar a quantidade de fios;
• uso de apliques ou perucas para tentar disfarçar e/ou esconder os cabelos (ou a ausência desses);
• isolamento pela perda dos cabelos.
 Observação
Questões como estresse e desequilíbrio emocional podem ser fatores 
importantes no desequilíbrio hormonal, que, por sua vez, promove um 
processo inflamatório e, consequentemente, influencia na queda dos fios. 
1.3 Tricologia
Definida como a ciência que estuda os cabelos e o couro cabeludo, além das disfunções, das 
patologias e dos tratamentos relacionados. 
 Saiba mais
Você pode se aprofundar mais no assunto por meio da leitura do artigo 
indicado a seguir.
PASTANA, C. C; SOUZA, F. G. L. de. Tricologia e terapia capilar: uma abordagem 
necessária enquanto formação profissional. [s.d.]. (Pós-graduação em Tricologia 
e Terapia Capilar) – Instituto de Ensino Superior Blauro Cardoso de Mattos, 
Serra, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/2PReLZX. Acesso em: 5 maio 2021. 
O cabelo apresenta diversas funções, entre as quais podemos destacar: o adorno, a proteção (quanto 
ao isolamento térmico), a formação de barreira protetora para a radiação UV dos raios solares (por 
meio da melanina presente na fibra capilar) e, ainda, contra a abrasão mecânica. Além dessas funções, 
17
TERAPIAS CAPILARES
os cabelos também estão associados à comunicação psicossocial, saúde, fertilidade e sexualidade. Vale 
ressaltar que o cabelo está em aproximadamente 80% de toda a superfície da pele. 
As sobrancelhas têm a função de impedir a entrada do suor ou outros materiais na região oftálmica, 
protegendo a região ocular dos raios solares e auxiliando na comunicação e expressão de emoções. 
Assim como as sobrancelhas, os cílios também apresentam importância como adornos, proteção dos 
olhos quanto aos raios solares e de objetos estranhos, além de auxiliar na comunicação. Já os pelos 
nasais têm a função primordial de filtrar o ar, mas também são responsáveis por retardar seu fluxo 
dentro do sistema respiratório, aquecendo ou resfriando-o antes de entrar no corpo. De uma forma 
geral, os pelos estão ligados às terminações de nervos sensoriais, o que aumenta a proteção da cabeça. 
Pode-se afirmar que a atividade geral dos pelos é agir como receptor sensorial. 
Atualmente, os cabelos podem ser objeto de estudo em diversas áreas de pesquisa: 
• resolução de crimes pelo uso de drogas (toxicologia forense); 
• identificação humana; 
• contaminação de populações por metais pesados (chumbo, mercúrio, arsênio etc.);
• biomarcação de substâncias químicas e contaminantes ambientais;
• avaliação e investigação de questões relacionadas à nutrição;
• atividade tóxica e química em produtos de cuidados para cabelos; 
• relação entre o uso de produtos capilares e o surgimento de patologias; 
• representatividade de uma determinada época, de um tipo de nutrição ou de elementos 
contaminantes (arqueologia).
 Lembrete
O cabelo está presente em, aproximadamente, 80% de toda a 
superfície do nosso corpo.
1.4 Anatomia e fisiologia do couro cabeludo
Considerada o maior órgão do corpo humano, a pele apresenta uma área que varia entre 2.500 cm² 
e 25.000 cm², com uma espessura também variável (1,5 mm a 4,0 mm) e um peso seco médio de 
2,0 kg a 4,0 Kg, podendo atingir 16% do peso corporal total. Basicamente, o corpo humano é composto 
de dois tipos de pele, a glabra e a pilificada. 
18
Unidade I
A pele glabra é lisa, sem pelos, com camada queratínica espessa, nas palmas das mãos e solas dos 
pés. Já a pele pilificada é mais delgada, apresentando reentrâncias específicas, como o folículo piloso de 
pelos, cabelos e barba. A principal função da pele é a proteção da parte orgânica interna contra agressões 
externas, além de agir como barreira contra substâncias estranhas ao organismo. A pele é composta das 
seguintes camadas: epiderme, derme e tela subcutânea (também conhecida como hipoderme). 
A camada mais superficial da pele é a epiderme, a qual mantém contato com o meio externo, sendo 
composta de um epitélio estratificado, pavimentoso queratinizado ou córneo. Esse tecido forra o corpo 
externamente e sua cavidades externas dão origem às glândulas sudoríparas, às glândulas sebáceas e 
aos folículos pilosos. Além da função de proteção contra agentes externos, também está relacionada 
com a captação da sensibilidade térmica e tátil.
 Abaixo da epiderme encontra-se a derme, uma camada formada por tecido conjuntivo e que, em 
sua parte mais externa, apresenta saliências que acompanham as reentrâncias da epiderme, conhecidas 
como papilas dérmicas. Tais papilas são constituídas por tecido conjuntivo frouxo. A derme, segunda 
camada da pele, é composta de macromoléculas, como a elastina (fibras elásticas), as proteoglicanas, 
as glicosaminoglicanas e o colágeno. O bulbo capilar, as terminações nervosas, os vasos sanguíneos, o 
músculo eretor, as glândulas sebáceas e as glândulas sudoríparas estão presentes na derme.
A derme possui duas camadas, papilar e reticular. A derme reticular é rica em substâncias gelatinosas 
sintetizadas pelos fibroblastos, apresentando uma quantidade considerável de vasos sanguíneos e 
linfáticos. Nessa camada da derme também estão presentes as glândulas sudoríparas e os folículos 
pilossebáceos, havendo, ainda, um plexo nervoso no entorno do folículo, mais especificamente na 
área logo abaixo das glândulas sebáceas. A formação da camada reticular acontece de forma contínua 
com a camada papilar, apresentando espessas fibras de colágeno sob a forma de feixes que conferem 
resistência à estrutura. 
A derme papilar é composta por tecido conjuntivo com a presença de uma grande variedade de 
células, fibras colágenas e fibras elásticas delgadas, organizadas como uma rede frouxa. Uma das 
principais características dessa camada da derme é a presença de vasos sanguíneos em alças que 
se estendem até a junção derme-epiderme, sendo responsáveis pela termorregulação corpórea. Também 
nessa camada é encontrada uma grande quantidade de corpúsculos de Meissner, considerados 
corpúsculos sensoriais com a capacidade de captar estímulos mecânicos, localizados principalmente 
em regiões mais sensíveis aos estímulos. Além dos corpúsculos de Meissner, também são encontrados 
nas regiões mais profundas da derme outros tipos de corpúsculos, como os de Pacini e os de Ruffini, 
relacionados com a pressão, a vibração e as forças de tensão.
Na região mais profunda da pele está localizada a hipoderme, também conhecida como tecido 
subcutâneo, composta por lóbulos gordurosos, repletos de adipócitos, separados por travessões de fibras 
de colágeno oriundas da derme. Essa última camada tem a função de reserva nutritiva, energética e, 
ainda, de proteção do organismo a pressões externas e traumatismos.
19
TERAPIAS CAPILARES
EpidermeMelanina
A
B
Derme
Hipoderme
Melanócitos
Figura 4 – Representação esquemática da pele humana: A) camadas da pele; 
B) esquema ampliado da interface derme-epiderme apresentando camada 
basal; melanócitos responsáveis pela síntese de melanina 
Fonte: Chiarelli Neto (2014, p. 17).
O couro cabeludo humano é uma extensão da pele, sendo formado por um conjunto de partes 
moles que revestem a calota craniana. A face posterior da borda do crânio é composta pelos músculos 
epicraniano, frontal (na parte anterior), occipital (na parte posterior), temporoparietais (nas laterais), 
gálea aponeurótica (na parte superior do crânio) e subcutâneo. A pele do couro cabeludo é espessa, 
com pequena concentração do pigmento melânico, sendo protegida pelos cabelos pigmentados, 
espessos e longos.
Os pelos que recobrem nosso corpo possuem denominações diferentes de acordo com a fase de vida. 
O feto também é recoberto por pelos, no entanto, aqui eles são delgados, macios, não pigmentados e 
não contém medula, sendo produzidos por folículos fetais e caindo normalmente no sétimo ou oitavo 
mês de gestação ou logo após o nascimento. 
O fio de cabelo é uma parte de um mecanismo celular, unidade pilossebácea composta por estruturas 
localizadas abaixo da superfície da pele. 
As glândulas sebáceas são estruturas lobulares, constituídas de células epiteliais chamadas sebócitos. 
Estruturalmente, as glândulas sebáceas possuem canais excretores que se abrem no terço superior do 
folículo pilossebáceo, logo abaixo da abertura externa, e cada folículo está diretamente ligado a de uma 
a seis glândulas sebáceas, formando, assim, uma unidade pilossebácea.
Os sebócitos apresentam uma pequena área de citoplasma, sendo dominado pelo núcleo; no 
entanto, durante a diferenciação, o citoplasma possui a capacidade de se estender com gotículas de 
gordura (lipídios) que se unem, formando, assim, a secreção de sebo. A diminuição na produção do 
sebo é chamada sebostasis, e está ligada ao ressecamento de pele, pelos e cabelos, como também 
à fragilização e facilitação da quebradura das estruturas capilares. O excesso de sebo, por sua vez, 
promove a formação da seborreia.
Camada basal
20
Unidade I
As glândulas sebáceas são responsáveis pela produção de lipídeos como triglicerídeos, ácidos 
graxos, esqualeno e colesterol, que têm a função de impermeabilizar o couro cabeludo e os cabelos, 
promovendo maciez, flexibilidade e brilho. A quantidade deste tipo de glândula varia entre 400 e 900 
unidades por cm2.
As glândulas sudoríparas produzem o suor, promovem o equilíbrio térmico e eliminam toxinas 
sintetizadas pelo metabolismo celular. A quantidade normal de glândulas sudoríparas fica em torno 
de 50 a 350 unidades por cm2. A secreção sintetizada por essas glândulas, conhecida como suor, é 
constituída principalmente de água, no entanto, também podemos encontrar outros elementos, como 
cloretos de sódio, cálcio e potássio, ácido lático, ureia, glicose, ácidos orgânicos e aminoácidos. O pH 
do suor é invariavelmente ácido, ficando entre 3,8 e 6,9 e, exatamente em razão de tal característica, 
protege a pele contra a ação de microrganismos. 
As glândulas sudoríparas são classificadas como écrinas e apócrinas. As glândulas écrinas formam 
o suor que não apresenta odor desagradável; já as apócrinas são responsáveis pelo suor com o odor 
característico da transpiração. Esse odor é promovido pela degradação de determinadas substâncias por 
bactérias localizadas na superfície da pele, e, com o desenvolvimento das bactérias, tem-se, então, a 
brecha para a formação do odor desagradável. 
No entanto, o odor desagradável do suor também pode ser influenciado por fatores como alimentação, 
hormônios andrógenos, temperatura e estresse, fatores esses que, de uma forma geral, aumentam a 
quantidade de suor, facilitando a proliferação das bactérias.
Na alimentação, existe uma grande variedade de alimentos com a capacidade de alterar a função 
sudoral, conhecidos como alimentos termogênicos (como café, chá verde, alho e cebola). Tais alimentos 
aumentam o metabolismo e a produção de hormônios como a adrenalina, resultando em uma maior 
transpiração e, como consequência, a possível incidência de odores desagradáveis. 
Os hormônios têm a capacidade de regular as atividades das glândulas sudoríparas, como o 
cortisol secretado em situações de estresse e ansiedade, que interfere no funcionamento das glândulas 
sudoríparas (écrinas e apócrinas), aumentando o volume de suor na transpiração (sem a influência da 
temperatura externa).
A temperatura do meio também pode interferir na quantidade de suor produzido, chegando a 
aumentar em torno de 10% a cada elevação de 1 °C. A influência do estresse na produção de uma 
maior proporção de suor está relacionada à liberação de cortisol, que leva a uma maior produção das 
secreções sudoríparas. 
1.5 Anatomia e fisiologia da unidade pilossebácea
A quantidade estimada de folículos no couro cabeludo pode variar de 80.000 a 150.000. A formação 
de um folículo piloso se dá por meio de um processo de invaginação da epiderme, formando um tubo 
cilíndrico que apresenta compostos oriundos da epiderme (como matriz, bainha interna, bainha externa 
e haste) e compostos oriundos da derme (como papila dérmica e bainha dérmica). 
21
TERAPIAS CAPILARES
Os folículos no couro cabeludo se organizam em grupos, formando as unidades foliculares, 
representadas por músculo eretor do pelo, glândula sebácea e glândula sudorípara. Por meio de cortes 
transversais, observa-se a distribuição de forma hexagonal das unidades foliculares, com cada uma delas 
apresentando de 2 a 4 folículos terminais de diâmetro maior que a espessura da bainha radicular interna 
e 1 ou 2 velos de diâmetro menor que a espessura da bainha radicular interna. 
O músculo eretor do pelo, um feixe de fibras musculares lisas, encontra-se preso ao terço médio da 
bainha de tecido conjuntivo do folículo, dirigindo-se obliquamente em direção à derme papilar e sendo 
inervado pelo sistema nervoso simpático. Com a contração da musculatura, ocorre uma redução na 
inclinação do pelo e a compressão da glândula sebácea, fazendo com que sua secreção seja liberada na 
bainha do pelo. 
Anatomicamente, o folículo piloso pode ser dividido em três segmentos: infundíbulo, istmo e 
segmento inferior. O infundíbulo representa a porção superior do folículo, sendo considerado uma 
invaginação que se estende do orifício folicular superior até a entrada do dueto da glândula sebácea. A 
porção intraepidérmica do folículo é denominada acrotríquio. O istmo é a porção mediana do folículo, 
sendo limitado, superiormente, pelo dueto da glândula sebácea e, inferiormente, pela inserção do 
músculo eretor do pelo. O segmento inferior compreende a porção desde a inserção do músculo eretor 
do pelo até a base do folículo. 
Levando em consideração as características morfológicas e fisiológicas dos folículos pilosos, esses 
podem ser divididos em duas regiões distintas: a primeira conhecida como persistente e a segunda 
chamada transitória. A área dita persistente não sofre alterações significativas durante o ciclo de 
crescimento dos pelos, sendo composta pelo infundíbulo e pelo istmo, estendendo-se do óstio do folículo 
até a inserção da musculatura eretora do pelo. A segunda região é variável, apresentando modificações 
morfológicas ao longo do ciclo do crescimento do pelo e abarcando da inserção da musculatura eretora 
até a base do folículo ou bulbo piloso. Esse segmento, por sua vez, é dividido em duas porções: bulbo 
piloso e porção germinativa. Trata-se de uma região variável, com modificações morfológicas ao longo 
do ciclo do crescimento do pelo. 
Haste do cabelo
Epiderme
Glândula sebácea
Derme
Bulbo
Papila
Vasos capilares
Figura 5 – Ilustração do folículo piloso com detalhes da glândula sebácea 
Fonte: Lima (2016, p. 3).
22
Unidade I
O folículo piloso é um dos poucos tecidos que possuem células germinativas. Anteriormente, 
acreditava-se que as célulasfoliculares tinham origem no bulbo piloso, no entanto, pesquisas 
demonstraram uma nova teoria sobre a origem de tais células, modificando a ideia até então aceita 
sobre o complexo crescimento do cabelo. 
Glândula 
sebácea
Músculo 
eretor
Segmento 
inferior
Bulbo
Matriz
Bainha retícula externa
Bainha dérmica
Bainha retícula interna
Cutícula
Córtex
Medula
Istmo
Infundíbulo
Papila dérmica
Figura 6 – Regiões anatômicas do folículo piloso 
Fonte: Silva (2017, p. 15).
Por meio de cortes transversais de couro cabeludo normal, foram identificadas na derme ilhas de 
células basais em paliçada, com pouca ou nenhuma queratinização, e sob a bainha radicular externa, 
denominadas unidades germinativas telógenas ou bulge. Com isso, sugeriu-se que as citocinas 
produzidas pela papila folicular controlam a migração das células germinativas dessas unidades para a 
matriz folicular, dando origem ao seu desenvolvimento. 
1.5.1 Bulbo
O bulbo está localizado na parte terminal do pelo, sendo considerado uma estrutura piriforme 
composta de três regiões: matriz, supramatricial e queratógena. Trata-se da única região do folículo que 
apresenta células vivas (nas demais regiões encontram-se células queratinizadas e mortas), sendo assim, 
o bulbo é a região responsável pelo crescimento do pelo. Especificamente a produção e o crescimento do 
pelo é responsabilidade da matriz do folículo. 
23
TERAPIAS CAPILARES
A primeira região do pelo é a matriz, composta por células epiteliais imaturas com grandes núcleos, 
cheios, arredondados e monomórficos. A organização das células da matriz acontece de forma similar à 
das células da camada basal, isto é, em paliçadas em torno da papila folicular. Com o passar do tempo, 
as células se dividem, proliferam e amadurecem seguindo a direção do istmo e, à medida que elas se 
afastam da papila, cessam sua divisão e se tornam queratinizadas. 
A zona queratógena, ou franja de Adamson (franja A), é a porção distal do bulbo, sendo conceituada 
como uma região de transição onde as células passam a ser queratinizadas. A região supramatrical, 
também chamada franja B (em decorrência da expressão em inglês below – abaixo – Adamson’s fringe), 
está localizada entre a matriz e a zona queratógena do pelo. As células dessa região se diferenciam 
de forma gradual ao longo do folículo em duas vias: bainha radicular interna e pelo. Ainda na zona 
matricial estão localizados os melanócitos (síntese de melanina), mais especificamente entre as células 
matriciais, no entanto, no infundíbulo encontram-se dispostos de forma similar à vista na epiderme.
Melanócito
Papila dérmica
Células corticais
Figura 7 – Imagem óptica do bulbo capilar humano 
Fonte: Silva (2012, p. 24).
Toda nutrição e alimentação dos fios ocorre pela papila, que é vascularizada por vasos sanguíneos e 
linfáticos, responsáveis pelo transporte de nutrientes, sendo assim, de elevada importância para a saúde 
dos fios. Também cabe ressaltar que a manutenção de hábitos saudáveis, de uma dieta balanceada e do 
consumo diário de água, em proporções adequadas, favorecem o crescimento dos fios.
Os fios de cabelos são completamente produzidos no folículo piloso, formados por um bulbo com 
uma matriz germinal, responsável pela divisão celular, e também, pelas células corticais, que produzirão 
a haste capilar. 
 Lembrete
Hábitos saudáveis, uma dieta balanceada e o consumo diário de água, em 
proporções adequadas, são fatores que favorecem o crescimento dos fios.
24
Unidade I
1.5.2 Bainha dos pelos
A bainha radicular externa é formada pela ligação entre a matriz e a superfície da pele, unidas por 
uma proliferação epidérmica, e, na região distal, bem próximo da superfície da pele, a bainha apresenta 
todas as camadas da epiderme. Com o seu desenvolvimento, de forma progressiva, ela sofre alterações, 
tornando-se mais fina e deixando de apresentar algumas camadas epidérmicas. 
As células laterais da papila originam os três componentes da bainha radicular interna, camada 
de Henle, camada de Huxley e cutícula da bainha radicular interna, de fora para dentro. A camada de 
Henle apresenta células de formato poligonal com grânulos tricoialinos desde a região profunda do 
folículo. A camada de Huxley é formada por uma ou duas camadas de células poligonais que adquirem 
os grânulos tricoialinos distalmente no folículo e são pouco coradas à hematoxilina-eosina. Em um 
dado momento, as duas camadas se tornam indistinguíveis, queratinizadas e, quando alcançam o 
istmo, descamam. As células da cutícula da bainha radicular interna são achatadas e formadas por 
uma camada de células.
A membrana vítrea, ou basal, se dispõe externamente às camadas celulares do folículo piloso, 
consistindo em uma membrana delgada, homogênea e eosinofílica. Um tecido conjuntivo formado 
por fibras colágenas concêntricas e longitudinais circunda o folículo, compondo a bainha de tecido 
conjuntivo (ou camada fibrosa).
1.6 Embriologia, estrutura do folículo piloso e da haste do pelo
O desenvolvimento dos folículos pilosos tem início na vida embrionária de forma tardia, obedecendo 
ao sentido craniocaudal e tornando-se completo na metade da vida fetal. A unidade pilosa é formada 
pelo folículo e pelo seu pelo, considerados uma estrutura única, derivada de células indiferenciadas, 
formada por alterações da epiderme.
Na nona semana de vida do embrião, a epiderme envia projeções (invaginações) para a derme e 
para o tecido celular subcutâneo subjacente. A formação dos primeiros pelos acontece na região das 
sobrancelhas, no queixo e na região acima do lábio superior. Na 14a semana, as células germinativas 
basais que estão agregadas às células mesenquimais da derme subjacente se multiplicam de forma 
vertical em direção à derme, dando origem ao folículo piloso. A papila do folículo piloso é formada 
por células mesenquimais. As células germinativas basais se organizam formando três arcos. Depois da 
16a semana, ocorre a expansão das células para dentro do mesênquima, originando, assim, a unidade 
apócrina-pilossebácea.
Durante o período intrauterino, ocorre o desenvolvimento de aproximadamente 2 milhões de 
folículos pilosos e, com o aumento da superfície corporal promovida pelo crescimento, há uma redução 
na sua densidade. O desenvolvimento e a quantidade total de folículos se dão com, aproximadamente, 
22 semanas e, após o nascimento, não se observa a formação de novas unidades foliculares.
25
TERAPIAS CAPILARES
O lanugo (pelo muito delicado e sem pigmentação) recobre as sobrancelhas e a região frontal 
com a chegada da 20a semana e, ao final da 24a, esses pelos já recobrem toda a superfície cutânea 
embrionária, com exceção das regiões palmoplantares e o dorso dos dedos. Por volta da 28a semana, 
temos a formação das unidades glandulares apócrina e sebácea, além da proeminência que fixará o 
músculo eretor do pelo. Na 36a semana de gestação, o lanugo cai, permanecendo apenas em algumas 
regiões, como sobrancelhas, pálpebras e cabelo, no entanto, depois do nascimento (em meses), os pelos 
remanescentes da última queda são substituídos por pelos mais grossos. Nas demais áreas corporais 
surgem novos pelos que recobrem a pele formando um manto aveludado e fino, tais pelos novos são 
conhecidos como velo.
A B C D
Figura 8 – Esquema da tricogênese embrionária: A) 9 semanas; B) 14 semanas; 
C) 16 semanas; D) origem da unidade apócrina-pilossebácea 
Fonte: Brenner (2000, p. 12).
2 CARACTERÍSTICAS DA HASTE DO PELO
2.1 Componentes estruturais de pelo e cabelo
As células matriciais localizadas no ápice da papila originam as estruturas que compõem o pelo, 
delimitadas e conhecidas como cutícula, córtex e medula. Entretanto, recentemente também foi 
caracterizado como parte da estrutura do pelo o complexo da membrana celular (CMC).
26
Unidade I
Microfibrila
Macrofibrila
Célula cortical
Cutícula
Medula
Córtex
Figura 9 – Ilustração da fibra capilar e das subestruturas de cutícula e córtex 
Fonte: Lima (2016, p. 8).
2.1.1 CutículaÉ considerada a parte mais externa da fibra, sendo a principal barreira contra a penetração de 
agentes químicos, enzimáticos e externos no interior da fibra, além de ser responsável pela manutenção 
das propriedades superficiais do cabelo, controlando a permeação.
Constituída por uma camada de células planas, cornificadas, sobrepostas, despigmentadas, tipificadas 
como escamas e organizadas de forma similar às telhas em um telhado. O tipo de organização das 
células cuticulares forma uma placa fina e longa com espessura de 0,3 µm a 0,5 µm e 45 µm de largura, 
com aproximadamente de 6 a 10 camadas de células.
Figura 10 – Imagem de microscopia eletrônica de varredura de um fio de cabelo 
Fonte: Torres et al. (2005, p. 21).
27
TERAPIAS CAPILARES
A forma como as células das cutículas estão organizadas, em camadas sobrepostas, promove 
certa resistência ao ataque de substâncias químicas, como agentes de coloração, alisantes químicos e 
permanentes, além de ajudar na reflexão da luz, promovendo o brilho da fibra capilar.
A constituição das células da cutícula baseia-se na queratina, uma proteína cujo principal aminoácido 
é a cisteína, substância responsável pela formação das pontes de dissulfeto (ligação entre enxofres S-S). 
Por meio dessas pontes, há a formação da cistina, intimamente relacionada com a rede tridimensional 
com alta densidade de ligações cruzadas, responsáveis pela forma do cabelo.
COOH
C HH2N
CH2
S
S
CH2
C NH2H
COOH
Figura 11 – Fórmula estrutural da cistina 
Fonte: Silva (2012, p. 28).
As células da cutícula possuem alguns componentes laminares intracelulares que são encarregadas da 
resistência da fibra capilar a agentes químicos. Os subcomponentes podem ser divididos em epicutícula, 
camada A (exocutícula A), exocutícula (ou exocutícula B) e endocutícula.
Epicutícula
Exocutícula A
Exocutícula B
Endocutícula
Cimento intercelular
Figura 12 – Detalhamento das camadas que compõem a cutícula 
Fonte: Dario (2016, p. 35).
A camada mais externa da fibra capilar é a epicutícula, também denominada camada F, 
constituída por ácidos graxos, com destaque para o ácido 18-metil-eicosanoico (18-MEA) e para 
a matriz proteica. Os ácidos graxos da epicutícula são responsáveis pela hidrofobicidade, isto é, 
pelo comportamento repelente à água. Na sequência de camadas da cutícula, temos a camada 
28
Unidade I
A (exocutícula A), constituída por material amorfo rico em cistina (> 30%). Logo abaixo dela, é 
possível identificar a exocutícula B, que, assim como a camada anterior, também possui elevada 
concentração de cistina, aproximadamente 15% (no entanto, podem-se observar diferenças 
estruturais entre essas duas camadas). A endocutícula está junto à exocutícula B e contém restos 
celulares, podendo ser degradada por enzimas proteolíticas.
 Observação
A diferença de composição entre a endo e a epicutícula é responsável 
pelo que passa e pelo que não passa pelas cutículas, como diferentes 
tipos de cosméticos, tensoativos e água. Quando o material consegue se 
difundir passando por dentro das células cuticulares, o processo é chamado 
transcelular; no entanto, quando a difusão acontece por entre as células, 
o processo é conhecido como intercelular. No caso dos cosméticos, de 
forma geral, o processo mais comum é o intercelular.
2.1.2 Complexo da membrana celular (CMC)
O complexo da membrana celular é formado pelo cimento celular, que agrega células cuticulares 
às corticais; também é chamada camada δ (delta), em associação com as membranas das células 
cuticulares. O CMC é composto por proteínas não queratinosas que apresentam uma baixa concentração 
de enxofre e uma grande quantidade de aminoácidos polares, possuindo a capacidade de interagir 
com a água. Por conta de sua composição, é capaz de transportar substâncias para o interior da fibra, 
com destaque para as macromoléculas.
A penetração de substâncias para o interior da fibra pode acontecer pelas vias intercelular 
e transcelular. A rota transcelular é importante para pequenas moléculas hidrofílicas, que 
atravessam regiões da camada cuticular independentemente da quantidade de enxofre (isto 
é, contendo baixo ou elevado conteúdo de enxofre). A via intercelular é considerada uma 
alternativa, sendo utilizada por moléculas hidrofóbicas de elevado peso molecular ou, ainda, por 
moléculas apolares. De uma maneira geral, a difusão de moléculas para o córtex ocorre pelo uso 
das duas vias.
2.1.3 Córtex
A região do córtex está na parte interior do fio, logo abaixo da cutícula, e ocupa aproximadamente 
75% da estrutura do cabelo, sendo, assim, a maior região da fibra. É formado por macromoléculas 
de queratina que se organizam de forma paralela à direção da fibra capilar e apresentam poucos 
micrômetros de secção transversal. Propriedades como elasticidade e resistência mecânica da fibra estão 
relacionadas à presença das células corticais. 
29
TERAPIAS CAPILARES
Ainda no córtex, identifica-se a presença de grânulos de melanina com diversos tipos, tamanhos, 
quantidades e distribuição no interior das células, conferindo tons distintos aos cabelos. Assim, a cor 
natural do cabelo é resultado do conteúdo total de melanina, do diâmetro dos grânulos e da proporção 
dos dois tipos de biopolímeros pertencentes à família da melanina: eumelanina, um polímero insolúvel 
que confere o tom negro amarronzado, e feomelanina, um polímero solúvel em meio alcalino que 
confere o tom amarelo-avermelhado.
É especificamente nessa região que se dão as alterações químicas resultantes de alisamento, da 
ondulação definitiva e da tintura, entre muitas outras. A elasticidade da fibra é conferida pela presença 
das proteínas com estrutura de α-hélice, que estão enroladas umas nas outras como cordas esticadas, 
enroladas entre si e onduladas.
As proteínas enroladas no cabelo organizam-se na forma de microfibrilas, as quais se unem para 
formar estruturas maiores chamadas de macrofibrilas e, assim, produzir as células do córtex. Essa 
estrutura encadeada oferece à fibra capilar mais força e elasticidade.
Existem três classes de células corticais que podem ser observadas na fibra do cabelo: as 
ortocorticais, as paracorticais e as mesocorticais. Em alguns casos, as células podem ser separadas 
em regiões distintas na fibra capilar. As células ortocorticais apresentam baixa relação entre 
matriz e filamento intermediário (FI) ou microfibrilas. As microfibrilas se organizam em espiral, 
apresentando poucas ligações cruzadas, pela pouca concentração de proteína rica em cistina e 
pela elevada proporção de proteínas ricas em tirosina, sendo, assim, mais extensíveis e flexíveis. As 
células paracorticais possuem propriedades opostas às células ortocorticais, com proteínas ricas 
em enxofre. Já nas células mesocorticais, as macrofibrilas organizam-se de maneira hexagonal 
ou pseudo-hexagonal e apresentam razão matriz/FI intermediária à observada entre ortocórtex 
e paracórtex.
Vale ressaltar a importância e a influência do arranjo entre as células ortocorticais, que são responsáveis 
pela curvatura do cabelo. As células ortocorticais estão localizadas na região convexa, enquanto as 
células paracorticais estão na região côncava da fibra, que apresenta características onduladas. No caso 
dos cabelos de aparência lisa, na região central da fibra existe a predominância de células paracorticais, 
que são circundadas pelas células ortocorticais.
Na parte interna das células corticais, as microfibrilas agrupam-se em porções que passam a ser 
chamadas de macrofibrilas, unidades cilíndricas de comprimento variável entre 0,3 µm e a extensão 
da célula cortical. Na parte interna das macrofibrilas, uma matriz rica em cistina une as microfibrilas, 
de maneira que, quando as fibras de queratina são estendidas, a macrofibrila age como uma unidade de 
resistência mecânica.
30
Unidade I
Alfa-hélice
Dímero
Microfibrila
Macrofibrila
CMC
Paracorticais
Mesocorticais
Ortocorticais
Extremidade da raiz
Cutícula
Endocutículaa
Exocutícula
EpicutículaRemanescente 
nuclear
Matriz
Figura 13 – Esquema que demonstra a estrutura da fibra capilar, desde a α-hélice, dímeros em estrutura helicoidal, micro e 
macrofibrilas, célula cortical e fibra de cabelo (a letra a, na imagem, indica que temos dois fios de exocutícula) 
Fonte: Popescu e Hocker (2007, p. 1284).
2.1.4 Medula
Localiza-se na região central da fibra capilar, contém elevada concentração de lipídeos, não está 
presente em todos os pelos e, de acordo com as últimas pesquisas, não possui uma função definida.
Figura 14 – Imagem de microscopia eletrônica de varredura da cutícula do cabelo 
Fonte: Torres et al. (2005, p. 21).
 Observação
As células que fazem parte da medula resultam de um processo de 
diferenciação em que as células produzem tricoialina, a qual fica depositada 
na forma de grânulos no citoplasma. Com a maturação e a desidratação, as 
células sofrem encolhimento e, por consequência, perdem o ar. As paredes 
das células medulares maduras são formadas por grânulos fundidos. 
31
TERAPIAS CAPILARES
2.2 Ciclo de crescimento dos cabelos
O crescimento dos cabelos acontece de forma descontinuada, entre fases de crescimento e de 
repouso, os fios se encontram em estágios distintos em seus próprios ciclos; as fases dos ciclos dos pelos 
e cabelos acontecem como se fossem um mosaico, com cada folículo em um estágio distinto. As fases 
de crescimento em adultos jovens podem se estender por anos, em média 4, e os ciclos de repouso 
entre 15 e 90 dias. No entanto, os períodos dos ciclos podem variar de acordo com o local em que 
se encontram os pelos. Por exemplo, no vértex e na nuca, o período de crescimento pode variar 
entre 5 e 6 anos, e, nas regiões frontal e temporal, entre 2 e 4 anos.
O desenvolvimento e a multiplicação celular na matriz folicular não acontecem de forma contínua, 
mas seguem um padrão cíclico, com alternância de fases de crescimento e de repouso. O ciclo de 
desenvolvimento está presente em folículos terminais e velo. A porção inferior do folículo sofre alterações 
que caracterizam três fases bem distintas no ciclo de crescimento: a anágena (ou de crescimento), a 
catágena (ou de regressão) e a telógena (ou de repouso). 
Após os ciclos, os cabelos considerados velhos se desprendem e caem, sendo empurrados para fora 
por cabelos mais jovens. A proporção de queda dos fios é de aproximadamente 0,1%, isto é, a cada 
100 mil cabelos, diariamente é esperado que 100 fios se desprendam (no entanto, com a lavagem dos 
cabelos espera-se uma quantidade maior de fios soltos).
As fases de crescimento do cabelo são controladas por hormônios androgênios, hormônios que, de 
acordo com a concentração, estimulam a atividade das glândulas sexuais masculinas e/ou características 
femininas, e estas são produzidas pelas glândulas adrenais e sexuais.
É importante ressaltar que o ciclo de cada pelo é peculiar a cada indivíduo e a velocidade de 
crescimento tende a diminuir quando o pelo atinge aproximadamente 20 cm. Outro fator relevante 
quanto ao crescimento dos pelos é a idade, pois, em um homem de aproximadamente 60 anos, o ciclo de 
crescimento dura, em média, de 2 meses a 2 anos. Ainda quanto aos fatores relacionados ao crescimento 
dos cabelos, no período da gravidez tem-se o aumento no número de folículos em fase de crescimento, 
já no pós-parto eleva-se a quantidade de folículos na fase de repouso.
2.2.1 Fase anágena
A fase anágena é caracterizada pelo crescimento do fio e intensa atividade mitótica na matriz do 
folículo piloso. Com a intensa atividade de forma regular das células, o pelo cresce a uma taxa constante 
e apresenta sua estrutura completamente desenvolvida. 
A duração da fase de crescimento é bastante variável entre as espécies e até mesmo na mesma 
espécie, além de poder apresentar variações entre as diversas localizações do tecido tegumentar. 
Para folículos velo de ambos os sexos, o crescimento ocorre entre 20 e 40 dias, no entanto, para 
folículos terminais de jovens japoneses, a fase anágena fica entre 4 e 26 semanas (19 a 26 nas 
pernas, 6 a 12 nos braços, 4 a 8 nos dedos e 4 a 14 na barba). Já no couro cabeludo, essa fase tem uma 
duração de 2 a 7 anos, o equivalente a, mais ou menos, 1.000 dias.
32
Unidade I
Essa fase tem influência pela atividade dos hormônios ou por estímulos físicos, o que promove a 
divisão das células que circundam a papila dermal, empurrando as células queratinizadas para cima 
e, assim, formando o folículo piloso. A localização da papila dermal, em uma região que é ricamente 
irrigada por vasos sanguíneos, facilita a absorção de nutrientes e de substâncias presentes nos fluidos 
pelos cabelos. 
A fase anágena pode ser dividida em 6 estádios distintos. O primeiro corresponde à fase de 
proliferação das células germinativas no entorno da papila dérmica, o segundo ao crescimento do 
folículo no sentido da hipoderme, o terceiro ao desenvolvimento da bainha radicular interna, o quarto, 
ao início da pigmentação, o quinto ao surgimento do pelo na bainha radicular interna, e o último ao 
crescimento do pelo além da superfície cutânea. 
Os estádios 1 a 5 formam a fase pró-anágena e o estádio 6, a fase meta-anágena. A sexta e última 
etapa da fase anágena, em que o fio de cabelo emerge da superfície da pele, é considerada a mais longa: 
80% a 90% dos fios estão nessa fase e não conseguem chegar a completar o ciclo. Tal fato se deve a 
fases de estresse intenso, problemas emocionais, nutricionais, variações de peso, alterações hormonais, 
anomalias na tireoide, problemas dermatológicos, gravidez, doenças, cirurgia e drogas medicamentosas.
2.2.2 Fase catágena
A fase catágena é o período de transição entre a fase de crescimento e a de repouso, também podendo 
ser denominada como fase de regressão ou involução. Nessa fase ocorre a interrupção na divisão celular, 
o folículo piloso do fio deixa de ser irrigado pelos vasos sanguíneos, a estrutura do folículo diminui 
em um terço e, consequentemente, ocorre a parada no crescimento do pelo. No entanto, as células da 
porção superior do bulbo continuam sua diferenciação em direção à haste do pelo. 
Na fase catágena também são observadas alterações no bulbo, que passa a ser uma coluna de células 
desorganizada, a matriz passa por um processo de retração progressiva para a porção superior, além do 
espessamento da membrana basal. A produção de melanina é paralisada pelos melanócitos da matriz.
A observação dos pelos catágenos é muito difícil, pela sua curta duração (a duração da fase é 
estimada em 3 semanas no couro cabeludo).
Outra modificação observada nessa fase é a formação de trato fibroso, que surge na porção inferior 
do folículo ao final da fase. As células da matriz entram em processo de involução com apoptose, 
formando uma faixa de células epiteliais envoltas por um tecido conjuntivo enrugado, espessado e 
muito vascularizado.
2.2.3 Fase telógena
A terceira fase é conhecida como telógena ou fase de repouso. Nela, o pelo se separa da papila 
dérmica, sendo facilmente destacado. Também ocorre um depósito adicional de queratina dura na 
porção inferior já queratinizada, sob a forma de clava, pelo epitélio folicular (triquelema) e há a redução 
(pela metade ou, até mesmo, menos da metade) do comprimento do folículo anágeno. 
33
TERAPIAS CAPILARES
A duração dessa fase pode variar de 3 a 4 meses, ou em torno de 100 dias, e a queda fisiológica 
de pelos dessa fase pode ocorrer ao pentear, lavar ou friccionar o couro cabeludo. Em muitos casos, a 
permanência do cabelo dentro do folículo piloso se dá em razão das escamas características das cutículas. 
Após o aprisionamento do pelo, esse cai, nascendo no mesmo local um novo folículo, iniciando, assim, 
um novo ciclo. 
O fim de um ciclo capilar pode ser determinado pela queda de um pelo telógeno normal e o início 
de outro ciclo pode ser constatado pelo desenvolvimento de um novo folículo anágeno na mesma 
localização. Ao fim da fase telógena, um trato fibroso pode ser observado em toda a região previamente 
ocupadapelo folículo
A B C D
Figura 15 – Fases do crescimento do cabelo: A) anágena; B) catágena; C) telógena; D) término da fase telógena 
Fonte: Silva (2012, p. 27).
2.2.4 Fases exógena e quenógena 
Além das fases apresentadas anteriormente, atualmente ainda são relatadas duas novas fases, a 
exógena e a quenógena.
Na fase exógena ocorre a exclusão da haste capilar de forma ativa, de maneira controlada, diferindo 
da fase telógena. A fase quenógena acontece entre o fim da fase telógena e o início da nova fase 
anágena (isto é, o folículo encontra-se vazio).
A fase quenógena pode ser detectada em pessoas sem patologia, no entanto, é mais facilmente 
identificada em indivíduos que apresentam alopecia androgenética. Em situações em que a saúde está 
dentro da normalidade, avaliando o tricograma normal do couro cabeludo, aproximadamente 85% 
dos cabelos do couro cabeludo devem estar na fase anágena, 14% na catágena e 1% na telógena. No 
entanto, características genéticas podem influenciar de forma direta no crescimento, na textura, na 
densidade, na cor e na curvatura do cabelo.
2.3 Tipos de pelo e cabelo
Uma das classificações possíveis dos cabelos está relacionada com a origem dos folículos pilosos, que 
podem ser classificados como velo (lanugem) e terminais (maduros), dando origem, assim, a pelos com 
a mesma classificação. 
34
Unidade I
Os pelos produzidos pelos folículos velo crescem após o nascimento na superfície cutânea, 
apresentando-se como pelos finos (menos de 0,03 mm de diâmetro e 2 cm de comprimento), são 
macios, não dispondo de medula ou pigmentação em sua estrutura. A secção transversal não excede 
a espessura da bainha radicular interna e esses pelos possuem grandes glândulas sebáceas e um bulbo 
piloso pequeno. Também não sofrem influência dos hormônios androgênicos. 
Os pelos terminais estão restritos ao couro cabeludo, sobrancelhas e cílios antes da puberdade, são 
pelos longos ou curtos (de acordo com a sua localização), grossos (mais de 0,03 mm de diâmetro), com 
a presença da medula na estrutura, além de pigmentação. Como o nome demonstra, são produzidos 
por folículos pilosos terminais. Por meio de estímulos androgênicos, eles se desenvolvem a partir de 
pelos velo em regiões como as axilas e nas áreas pubianas, em ambos os sexos, no entanto, na face, só 
crescem em homens.
Outra classificação dos cabelos diz respeito à distribuição de oleosidade ao longo dos fios. Importante 
ressaltar que a oleosidade dos cabelos é proveniente de uma única fonte, as glândulas sebáceas, que, 
como comentado anteriormente, estão associadas ao folículo piloso. Assim, os cabelos podem ser 
classificados como normais, secos, oleosos e mistos.
Os cabelos normais apresentam aparência natural, com brilho discreto e um toque sedoso e macio. 
Nesse caso, as glândulas funcionam de forma fisiologicamente adequada, consequentemente, os cabelos 
possuem uma capacidade adequada para absorver e manter um pouco da oleosidade proveniente dessas 
glândulas sebáceas
Nos cabelos secos, a baixa atividade das glândulas sebáceas promove cabelos com um toque áspero, 
aspecto opaco e ressecado. No entanto, com tratamentos específicos, tais condições podem ser alteradas 
e atenuadas. 
Os cabelos oleosos estão associados à presença de glândulas sebáceas com atividade elevada e, 
consequentemente, à grande quantidade de substâncias graxas endógenas que chegam às fibras. Com 
isso, os fios não possuem a capacidade de absorver toda a oleosidade, conferindo um toque oleoso e 
aparência de cabelo pesado e sujo, pela oleosidade em demasia, que funciona como uma carga excessiva, 
deixando-os pesados e sem volume. Nessa classe, normalmente, estão os cabelos lisos e finos. 
Há, ainda, os cabelos mistos, que apresentam oleosidade na raiz e secura nas pontas. A explicação 
mais aceita para esse tipo de cabelo consiste em uma elevada atividade das glândulas secretoras de 
sebo, no entanto, a distribuição ao longo da fibra do material produzido não é adequada.
2.4 Composição química de pelo e cabelo: melanina, cor de pelo e de cabelo
A composição da fibra dos pelos e cabelos é essencialmente proteica em razão da queratina, que pode 
apresentar variados teores de enxofre em sua composição. A queratina pode ser classificada como mole 
ou dura. A queratina mole está presente na pele, principalmente no estrato córneo, enquanto a queratina 
dura é identificada nas unhas e na fibra capilar. Esse último tipo de queratina é resistente à degradação 
pela presença de cisteína, que confere a formação de pontes de enxofre, ou ainda, pontes dissulfídicas. 
35
TERAPIAS CAPILARES
As queratinas duras caracterizam-se também por não se dissolverem em água, caso das moles, e por 
apresentarem elevada resistência a enzimas proteolíticas. Na fibra capilar, a queratina representa 85% 
do peso do cabelo.
As fibras capilares livres de água são compostas por proteínas (90% a 97%), lipídeos (2%) e 
traços de ácidos nucleicos, carboidratos e substâncias inorgânicas. Quanto à presença de elementos 
químicos na massa da fibra, são identificadas substâncias como carbono (50%), hidrogênio (7%), 
oxigênio (22%), nitrogênio (16%) e enxofre (5%). A grande concentração de enxofre está relacionada 
com a presença da cistina em grande quantidade, formando as ligações dissulfídicas entre dois 
aminoácidos cisteína.
A presença de lipídios como ácidos graxos (principalmente do tipo saturado com 14 a 24 carbonos na 
estrutura química – C14 e C24), esteróis, ceramidas, triglicérides e glicolipídeos também são identificados 
na composição química da fibra capilar. Entre os ácidos graxos com maior destaque na fibra encontram-se 
os ácidos palmítico e esteárico.
Os aminoácidos fazem parte de todas as regiões da fibra capilar, podendo variar de região para 
região, como apresentado na tabela a seguir. A cutícula normalmente possui quantidades superiores 
de resíduos de cistina, enquanto o córtex tem uma menor quantidade desse aminoácido. A elevada 
concentração do aminoácido cistina justifica a resistência da cutícula a agentes externos. Quanto à 
presença de aminoácidos na composição da queratina, a maior parte dos resíduos cistina, um valor 
superior a 95%, está envolvida em ligações dissulfídicas, o que proporciona resistência mecânica, 
química e propriedades elásticas à fibra.
Ainda em relação aos aminoácidos, o contato desses com meios de pH elevado leva ao 
intumescimento das cutículas, pela ionização dos resíduos de aminoácidos diacídicos (como os ácidos 
glutâmico e aspártico) e pela repulsão entre os elementos com carga negativa. Características como 
os pontos isoiônicos e isoelétrico são propriedades fundamentais em tratamentos químicos capilares, 
como tintura, descoloração e alisamento, que dependem da composição da fibra. O ponto isoiônico do 
cabelo encontra-se em pH 5,8 ± 1,0 e o ponto isoelétrico em pH entre 2,45 e 3,17.
 Observação
Ponto isoiônico refere-se ao pH no qual cátions e ânions estão presentes 
na mesma quantidade. Já o ponto isoelétrico representa o pH em que a 
mobilidade eletroforética é zero.
36
Unidade I
Tabela 1 – Composição de aminoácidos da fibra capilar total, no córtex e cutícula (µmol/g) 
Aminoácidos Cabelo total Córtex Cutícula
Ácido cisteico 32 27 59
Ácido aspártico e as aspargina 399 416 300
Treonina 544 580 412
Serina 967 850 1.628
Ácido glutâmico e glutamina 916 930 848
Prolina 588 532 900
Glicina 437 368 836
Alanina 347 370 50
Valina 405 374 644
Meia-cistina 1.435 1.350 1.880
Metionina 13 9 39
Isoleucina 174 172 186
Leucina 457 466 404
Tirosina 158 162 134
Fenilalanina 124 126 115
Lisina 196 172 331
Histidina 62 65 53
Arginina 466 496 289
Fonte: Dario (2016, p. 41).
O componente da fibra capilar responsável pela pigmentação dos pelos e cabelos é a melanina, um pigmento 
obtido pela ação da enzima tirosinase sob a tirosina. Esta é transformada em dopaquinona e, seguindo rotas de 
síntese distintas, obtêm-se monômeros que se polimerizam para formar feomelanina e eumelanina.L-Tirosina
Tirosinase
3,4-di-hidroxifenilalanina (DOPA)
Tirosinase
DOPA quinona
DOPA croma
Glutationildopa
ou cisteinildopa
Glutationa ou 
cisteína
TYRP-2
DHICA DHI
TYRP-1 Tirosinase
1,4-benzotiazinilalanina
Ácido indol-
2-carboxílico-
5,6-quinona
Indol-5,6-quinona
Feomelanina
Eumelanina
Figura 16 – Rotas de síntese das melaninas a partir da tirosina 
Fonte: Malathi e Thappa (2013, p. 843).
37
TERAPIAS CAPILARES
A feomelanina promove cores que variam do amarelo ao vermelho, e a eumelanina do preto ao 
marrom. De uma forma geral, a pigmentação natural da fibra dos pelos e cabelos é o resultado da 
associação dos dois tipos de polímeros melânicos. 
A B
O
O
O
O
HO
HO
OH
N
H
N
H
N
H
(COOH)
(COOH)
(COOH)
O
N
N N
S
S
S
OH
H2N
H2N
HOOC
HOOC
(COOH)
COOH
OH
OH
H
N
Figura 17 – Estrutura química das melaninas: A) eumelanina; B) feomelanina 
Fonte: Chiarelli Neto (2014, p. 25).
As melaninas agem como fotoprotetores naturais da fibra capilar por estarem presentes no córtex, 
preservando a estrutura proteica e lipídica do processo oxidativo promovido pela radiação UV. No 
entanto, quando o processo oxidativo acontece, há uma alteração de cor do cabelo natural, causando 
principalmente sua descoloração.
Grânulos de 
melanina
Medula
Córtex
Cutícula do 
cabelo
Figura 18 – Representação esquemática da fibra do cabelo por meio de corte transversal com 
a apresentação de cutícula, córtex, medula e grânulos de melanina (presentes no córtex) 
Fonte: Chiarelli Neto (2014, p. 22).
38
Unidade I
 Saiba mais
Para conhecer mais detalhes sobre o assunto, você pode ler o artigo 
indicado a seguir. 
BEDIN, V. A coloração dos cabelos. BWS Journal, mar. 2019. Disponível 
em: https://bit.ly/3hjwVPB. Acesso em: 5 maio 2021.
A fibra capilar apresenta uma pequena quantidade de minerais, com teor de cinzas de aproximadamente 
1%. Elementos como cálcio (Ca), oxigênio (O), magnésio (Mg), potássio (K) e cloro (Cl) estão presentes 
no cabelo e podem ser considerados como macrominerais, enquanto ferro (Fe), zinco (Zn), cobre (Cu), 
manganês (Mn), iodo (I), cromo (Cr), selênio (Se) e molibdênio (Mo) são considerados traços (em razão 
das pequenas quantidades detectadas).
Entre as interações intermoleculares envolvidas na estrutura do cabelo, podemos citar as pontes 
dissulfeto, as ligações de hidrogênio, as ligações iônicas e as forças de Van der Waals. As pontes dissulfeto 
são consideradas interações fortes, ligações cruzadas entre as moléculas de queratina e responsáveis 
pela estabilidade da fibra. Já as interações consideradas fracas são facilmente rompidas pela água e 
geralmente ocorrem por atrações de cargas positivas e negativas na estrutura da fibra.
 Observação
A presença das interações químicas entre as proteínas são as responsáveis 
pela forma e pela estabilidade dos cabelos. As interações envolvidas são as 
pontes de hidrogênio (consideradas fracas), ligações iônicas e as pontes 
dissulfeto (também chamadas de ligações entre enxofres e consideradas 
ligações fortes).
Interações hidrofóbicas 
e de Van der Waals
Esqueleto 
polipeptídico
Ponte dissulfeto
Ponte de
hidrogênio
CH2 CH3H3C
CH3H3C
CH
CH
CH2
CH2 CH2 CH2 CH2 NH3
+ -O C
O
CH2
CH2 CH2
OHC S S
O
O
H
Interação 
iônica
Figura 19 – Ponte dissulfeto na cisteína e pontes de hidrogênio entre as cadeias de polipeptídeos 
Fonte: Silva (2017, p. 32).
39
TERAPIAS CAPILARES
Pontes dissulfeto
Cisteína
Figura 20 – Formação da ponte de enxofre entre dois aminoácidos de cisteína
Fonte: França (2014 p. 20).
 Resumo
Nesta unidade foram abordados assuntos relacionados com a estética 
capilar, enfatizando-se a importância dos cabelos nas mais diversas 
civilizações e abordando-se vários assuntos relacionados com a tricologia, 
como anatomia e fisiologia do couro cabeludo e das unidades pilossebáceas.
Historicamente, os cabelos permearam o desenvolvimento humano, 
sendo considerados uma forma de demonstrar segregação social, poder, 
dor, força e sofrimento. 
Os cabelos estão diretamente relacionados à cultura de uma época, 
podendo indicar momentos de rebeldia, romantismo, modernidade 
e transição, além de influenciar diretamente na autoestima e no 
comportamento de um indivíduo.
 O cabelo apresenta funções de adorno, isolamento térmico, barreira 
contra a radiação ultravioleta e comunicação psicossocial. Os pelos de 
sobrancelhas e cílios têm a função de proteger a região oftálmica e óssea 
contra agentes invasores e reforçar as emoções.
O couro cabeludo humano é uma extensão da pele, formado por um 
conjunto de partes moles que revestem a calota craniana, no entanto, a 
pele do couro cabeludo é espessa, com pequena concentração do pigmento 
melânico, sendo protegida pelos cabelos pigmentados, espessos e longos.
Os pelos e cabelos são produzidos pelos folículos pilosos, no entanto, 
os folículos no couro cabeludo se organizam em grupos, formando as 
40
Unidade I
unidades foliculares, representadas por músculo eretor do pelo, glândula 
sebácea e glândula sudorípara.
O desenvolvimento dos folículos pilosos tem início no feto de forma 
tardia, obedecendo ao sentido craniocaudal, tornando-se completo na 
metade da vida fetal.
As células matriciais localizadas no ápice da papila do folículo dão 
origem às estruturas que compõem o pelo: cutícula, complexo da membrana 
celular (CMC), córtex e medula. 
O crescimento do cabelo acontece pela ação dos hormônios, com fases 
de crescimento (anágena), transição (catágena) e repouso (telógena).
A composição dos cabelos é essencialmente proteica em função de 
presença da queratina (90% a 97%), lipídeos (2%) e traços de ácidos 
nucleicos, carboidratos e substâncias inorgânicas, além da presença da 
melanina (responsável pela cor dos cabelos, pele e olhos).
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2016 – com adaptações) A alopecia, conhecida popularmente por calvície, pode 
ser entendida como um conjunto de desordens que gera a falta de cabelos ou de pelos em determinadas 
partes do corpo humano. Existem vários tipos de perda capilar, que podem ter causas diferentes. Entre 
as mais comuns, podemos citar as causas hormonais, os traumas e as doenças sistêmicas. Em 1907, foi 
relatado o primeiro caso de alopecia por tração, que é a perda de cabelo devido à aplicação de forças 
de tração no couro cabeludo. Nesses casos, é muito comum, na prática clínica, recorrer-se à aplicação 
tópica de cosméticos, que pode ser associada à técnica de microagulhamento.
Com base no texto anterior e nos seus conhecimentos, avalie as afirmativas a seguir.
I – O ciclo de crescimento do cabelo compreende as fases catágena, anágena e telógena. É durante 
a fase anágena que o fio de cabelo para de crescer, cai e é substituído por um novo.
II – No indivíduo hígido, a maioria dos fios de cabelo encontra-se na fase anágena. 
III – Na alopecia por tração, ocorre tensão prolongada ou repetitiva sobre os folículos capilares. Como 
resultado, observam-se processo inflamatório local e diminuição do diâmetro e do comprimento dos fios.
IV – O tratamento da alopecia por tração pode ser realizado com o uso de agentes vasodilatadores 
de uso tópico, como a finasterida.
V – Tanto o uso tópico de agentes vasodilatadores quanto a realização de sessões de microagulhamento 
no local afetado resultam no aumento do aporte sanguíneo para o couro cabeludo, o que favorece a 
nutrição e a oxigenação dos folículos e, consequentemente, o crescimento dos fios. 
41
TERAPIAS CAPILARES
É correto o que se afirma em:
A) I, II e IV, apenas.
B) II, III e V, apenas.
C) I, III e V, apenas.
D) II e IV, apenas.
E) I, II, III, IV e V.
Resposta correta: alternativa B.
Análise das afirmativas.
I – Afirmativa incorreta.
Justificativa: todo folículo capilar passa por três fases principais durante seu ciclo de crescimento: 
fase anágena, que compreende o crescimento do cabelo, fase catágena, uma fase transitória em que o 
cabelo para de crescer, e fase telógena, fase em que o cabelo cai e é substituído por umnovo. 
A literatura recente descreve mais duas fases do folículo capilar, a exógena e a quenógena. Durante a 
fase exógena, ocorre a exclusão da haste capilar de forma ativa; e, durante a fase quenógena, compreendida 
entre as fases telógena e anágena, o folículo permanece vazio.
II – Afirmativa correta.
Justificativa: em situações em que a saúde está dentro da normalidade, a avaliação do tricograma 
normal do couro cabeludo mostra que aproximadamente 85% dos cabelos estão na fase anágena (ou 
seja, em crescimento), 14% na catágena e 1% na telógena.
III – Afirmativa correta.
Justificativa: a tensão prolongada ou repetitiva sobre os folículos capilares resulta em inflamação, 
eritema perifolicular e pústulas, o que favorece a conversão da fase anágena em telógena e a cicatrização 
do bulbo piloso. Como resultado, observa-se a produção de fios mais finos e menores ou a completa 
ausência de fios.
IV – Afirmativa incorreta.
Justificativa: o uso tópico de vasodilatadores é efetivo no tratamento dos casos de alopecia por tração. 
No entanto, o exemplo citado na alternativa (finasterida) não corresponde a um agente vasodilatador, 
42
Unidade I
mas, sim, a um inibidor da 5-alfarredutase, utilizado no tratamento da alopecia androgenética. Um exemplo 
de vasodilatador de uso tópico é o minoxidil.
V – Afirmativa correta.
Justificativa: tanto o uso tópico de vasodilatadores quanto o microagulhamento promovem o 
aumento da circulação sanguínea local, com nutrição e oxigenação do folículo piloso, o que permite que 
a fase anágena ocorra dentro de seu ciclo fisiológico, com consequente diminuição na queda de cabelo.
Questão 2. Os cabelos são polímeros constituídos essencialmente por proteínas, por lipídeos e por 
traços de ácidos nucleicos, de carboidratos e de substâncias inorgânicas. Conhecer a composição e as 
propriedades físico-químicas dos fios de cabelo é essencial para o profissional que realiza terapias capilares.
Com base nos seus conhecimentos sobre o assunto, assinale a alternativa correta.
A) A queratina, proteína não solúvel em água e resistente à ação de enzimas proteolíticas, é a 
molécula que predomina nos fios de pelo e de cabelo.
B) As pontes de dissulfeto entre os resíduos de cisteína da queratina predominam nos cabelos crespos 
e praticamente não são encontrados nos cabelos lisos.
C) A maleabilidade do cabelo deve-se à presença de queratina mole na região do córtex.
D) A feomelanina é uma proteína que confere ao cabelo cor que varia do castanho ao preto.
E) Os grânulos de melanina encontram-se principalmente na cutícula dos fios de cabelo.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: a queratina é uma proteína estrutural que constitui aproximadamente 85% das fibras 
de pelo e de cabelo. Ela é rica em um aminoácido sulfurado denominado cisteína, é resistente à ação de 
enzimas proteolíticas e forma estruturas poliméricas. As principais funções da queratina são conferir aos 
fios resistência, elasticidade e impermeabilidade à água.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: dois resíduos de cisteína unidos por pontes de dissulfeto formam o aminoácido cistina, 
cuja estrutura é apresentada a seguir.
43
TERAPIAS CAPILARES
OH
OH
NH2
H2N
O
O
H
H
S
S
Figura 21 – Fórmula estrutural da cistina
Disponível em: https://bit.ly/3yUPU9j. Acesso em: 10 abr. 2021.
Os resíduos de cistina estão presentes nos cabelos lisos, ondulados e crespos. De fato, sabe-se que, 
quimicamente, não existe diferença entre as proteínas que constituem os cabelos caucasianos, orientais 
e afro-étnicos.
Os principais determinantes do formato dos fios são o formato do folículo capilar e a distribuição 
de queratina ao longo do fio. Nos cabelos cacheados e crespos, a luz do folículo é achatada, e ocorre 
acúmulo de queratina no lado côncavo da curvatura do fio. No cabelo liso, a luz do folículo é circular, e 
as células corticais são organizadas de forma uniforme em toda a fibra.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o corte transversal do cabelo mostra três camadas concêntricas de células queratinizadas: 
a medula, o córtex e a cutícula. A medula consiste em queratina mole. O córtex e a cutícula contêm 
queratina dura, cuja proporção de cistinas é maior do que na queratina mole. Assim, a principal queratina 
presente nos fios de cabelo é a queratina dura.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a melanina é a proteína que confere a cor aos cabelos e protege a estrutura dos raios 
ultravioleta. Existem dois tipos principais de melanina: a feomelanina, que confere o tom avermelhado 
aos fios, e a eumelanina, que confere o tom loiro, castanho ou preto. Quando apenas a eumelanina 
marrom está presente na fibra capilar, ela adquire o tom loiro. A presença de eumelanina preta, por sua 
vez, confere tom escuro aos cabelos.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: os grânulos de melanina encontram-se principalmente no córtex, que constitui a 
estrutura intermediária e mais espessa dos fios.

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