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C I V I L D I R E I T O P 2 D I R E I T O D E P E R S O N A L I D A D E Art. 11 do CC - Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária. Art. 945 do CC - Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Intransmissível: pertencente ao titular, não podem ser transferidos para outras pessoas, por exemplo o direito ao nome. Irrenunciável: não pode se abrir mão dos direitos, como direito à vida. Ilimitados: porque não há como quantificar, nomear ou nominar todos os direitos da personalidade. Extrapatrimonial: não estão sujeitos a voltes ou aferição econômica (comércio). Impenhorável: não se pode penhorar (denegar) o nome ou a honra de uma pessoa, já que não são extrapatrimoniais. Indisponível: não se pode dispor deles da forma que quiser, mesmo que queira doar seu coração para um filho, já que dispondo sua vida pelo outro. Absolutos: porque são oponíveis erga omnes, ou seja, pode se exigir que todos respeitem esses direitos, seja de indivíduos ou do próprio Estado. Imprescritível: porque podem ser exercidos a qualquer tempo. Vitalício: já que acompanham a pessoa do seu nascimento até à morte. Não sujeito à desapropriação: pelo fato dos direitos da personalidade se ligarem à pessoa de modo indestacável, não podem ser retirados contra a vontade. -> É o direito que a pessoa tem de defender os direitos de sua própria existência, os direitos da pessoas; -> Não são direitos patrimoniais, mas sim aqueles que dizem respeito aos atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa. -> Basta nascer com vida para adquirir o direito de personalidade; -> Atributos do direito de personalidade: -> Os mais importantes estão em vermelho* -> O art. 12 do novo Código Civil traz o princípio da prevenção e da reparação integral nos casos de lesão a direitos da personalidade. -> Art. 12 do CC - Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei. -> Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. -> Esse mesmo art. 12 consagra os direitos do morto, prevendo o seu § único a legitimidade de ascendentes, descendentes, cônjuge e colaterais até quarto grau pleitearem indenização no caso de danos à personalidade de pessoa falecida. -> Art. 13 do CC - Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. -> Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. -> O art. 13 do CC proíbe a disposição de parte do corpo, a não ser em casos de exigência médica e desde que tal disposição não traga inutilidade do órgão ou contrarie os bons costumes. -> Art. 14 do CC - É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte. -> Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. -> O art. 14 do CC veda qualquer disposição de parte do corpo a título oneroso, sendo possível apenas quando assumir a forma gratuita, com objetivo altruístico ou científico. -> Art. 9° da Lei 9.434/97 - É permitida à pessoa juridicamente capaz dispor gratuitamente de tecidos, órgãos e partes do próprio corpo vivo, para fins terapêuticos ou para transplantes em cônjuge ou parentes consanguíneos até o quarto grau, inclusive, na forma do § 4o deste artigo, ou em qualquer outra pessoa, mediante autorização judicial, dispensada esta em relação à medula óssea. -> Ainda sobre a doação para a retirada de órgãos e tecidos post mortem que é disciplinada no art. 14 do CC ressalta-se que tal doação só é válida se o objetivo for científico (para fins de pesquisa) ou altruístico (para fins de transplante) e pode ser feita pela própria pessoa antes de morrer, dando origem ao “princípio do consenso afirmativo”, ou pelo cônjuge do morto. -> Os direitos do paciente encontram-se consagrados no art. 15 do CC. -> Art. 15 do CC - Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. -> De acordo com o dispositivo legal em questão, ninguém pode ser constrangido a tratamento médico ou intervenção cirúrgica que implique em risco de vida. D I R E I T O A O N O M E -> O nome da pessoa é um direito de personalidade, sendo assim fundamental. -> É a forma de individualizar a pessoa perante o Estado e a Sociedade. -> O direito ao nome é abordado nos artigos 16 a 19 do CC. -> Os arts. 16 a 19 do CC confirmam a proteção do nome da pessoa natural, sinal que representa a mesma no meio social, bem como do pseudônimo, nome atrás do qual esconde-se o autor de uma obra cultural ou artística. -> Art. 16 do CC - Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o prenome e sobrenome. -> Art. 17 do CC - O nome da pessoa não pode ser empregado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção difamatória. prenome (pode ser simples ou composto); sobrenome ou patronímico (designa a origem familiar da pessoa); e agnome (é a partícula acrescentada ao final do nome para diferenciar as pessoas da mesma família com o mesmo nome). -> Art. 18 do CC - Sem autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda comercial. -> Art. 19 do CC - O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome. Sobre as partes do nome, temos o seguinte: João (prenome) Pereira (sobrenome) Neto (agnome) Entretanto, nos termos do art. 52 do CC, tal proteção também se aplica à pessoa jurídica. -> Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. P R O T E Ç Ã O À I M A G E M A primeira nos casos envolvendo a administração da justiça, a segunda nos casos Caso a pessoa que sofra lesão à imagem e esteja morta, terão legitimidade para promover a ação indenizatória os descendentes, ascendentes e o cônjuge. -> O art. 20 consagra expressamente a proteção da imagem. -> Art. 20 do CC - Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais. -> Parágrafo único. Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes. -> A utilização de imagem retrato, alheia somente é possível mediante autorização do seu legítimo detentor. Mas o comando legal prevê duas situações de exceção: envolvendo a ordem pública. -> Art. 21 do CC - A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma. B I O G R A F I A S Autorizada: na qual o indivíduo que será retratado no livro, concordou com a sua divulgação (ou seus familiares, se já tiver falecido) e até forneceu alguns detalhes para subsidiar a obra. Não-autorizada: quando o biografado (pessoa que está sendo retratada) não concordou expressamente com a obra ou até se insurgiu formalmente contra a sua edição. Existem duas espécies de biografias: -> Geralmente são obras menos interessantes porque representam a “versão oficial” da vida do biografado, ou seja, apenas os fatos e circunstâncias que ele quer que sejam mostrados, perdendo um poucoda imparcialidade do relato. Imagem-retrato: são as características fisionômicas da pessoa, ou seja, o seu desenho, sua pintura, sua fotografia. A imagem-retrato é captada pelos olhos. Imagem-atributo: são as características imateriais (morais) por meio das quais os outros enxergam aquela pessoa. É a personalidade, o caráter, o comportamento da pessoa segundo a visão de quem a conhece. A imagem- atributo é captada pelo coração. Imagem-voz: são as características do timbre de voz da pessoa. É a identificação da pessoa pela voz. A imagem-voz é captada pelo ouvido. ADI – 4815 STF -> São esses os livros que geram maior interesse porque nele são trazidos fatos polêmicos e as vezes pouco conhecidos da vida do biografado, circunstâncias que muitas vezes ele não queria ter exposto. -> Segundo a posição tradicional, as biografias não-autorizadas seriam proibidas pelos arts. 20 e 21 do Código Civil por representarem uma forma de violação à imagem e à privacidade do biografado. -> O art. 20 afirma expressamente que a divulgação de escritos ou a publicação da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento. -> Quando o art. 20 fala em “imagem”, ele não está apenas se referindo à imagem fisionômica do indivíduo (seu retrato). A palavra “imagem” ali empregada tem três acepções: -> Em uma interpretação literal do art. 20 do CC, as biografias não-autorizadas seriam proibidas, já que elas constituiriam na divulgação ou publicação da imagem-atributo do biografado sem que este tenha dado seu consentimento. -> Diante disso, o biografado poderia, invocando seu direito à imagem e à vida privada, pleitear judicialmente providências para impedir ou fazer cessar essa publicação (art. 21 do CC). Em outras palavras, o biografado poderia impedir a produção da biografia ou, se ela já estivesse pronta, a sua comercialização. -> O exemplo mais emblemático de disputa judicial envolvendo o tema ocorreu no caso do cantor Roberto Carlos, que processou o jornalista e escritor Paulo Cesar de Araújo, autor de sua biografia não-autorizada chamada de “Roberto Carlos em detalhes” e que havia sido lançada em dezembro de 2006 pela Editora Planeta, sendo proibida pela Justiça em abril de 2007. -> Em 2012, a Associação Nacional dos Editores de Livros (ANEL) ajuizou uma ação direta de inconstitucionalidade no STF com o objetivo de declarar a inconstitucionalidade parcial dos arts. 20 e 21 do Código Civil. -> O pedido principal da autora foi para que o STF desse interpretação conforme a Constituição e declarasse que não é necessário consentimento da pessoa biografada para a publicação ou veiculação de obras biográficas, literárias ou audiovisuais. -> Por unanimidade, o STF julgou procedente a ADI e declarou que não é necessária autorização prévia para a publicação de biografias. L I B E R D A D E D E E X P R E S S Ã O -> A Constituição Federal de 1988 consagra a liberdade de expressão em seu art. 5°, IX, prevendo que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”. Direitos do biografado A reparação dos danos morais e materiais que sofreu; A retificação das informações veiculadas; O direito de resposta; E até mesmo, em último caso, a responsabilização penal do autor da obra. -> No art. 220, § 2°, a Carta afirma que é “vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística”. -> Desse modo, uma regra infraconstitucional (Código Civil) não pode abolir o direito de expressão e criação de obras literárias. -> Os Ministros fizeram, no entanto, a ressalva de que os direitos do biografado não ficarão desprotegidos. A biografia poderá ser lançada mesmo sem autorização do biografado, mas se ficar constatado que houve abuso da liberdade de expressão e violação à honra do indivíduo retratado, este poderá pedir: P E S S O A J U R Í D I C A -> Conforme o artigo 40 do Código Civil brasileiro de 2002, as pessoas jurídicas são de direito público (interno ou externo) e de direito privado. -> Pessoas jurídicas de direito público interno (artigo 41 do Código Civil): -> “As pessoas jurídicas de direito público interno se dividem em entes de administração direta União, Estados, Distrito Federal e Territórios e Município, as autarquias, inclusive as associações públicas e as demais entidades de caráter público criadas por lei.” -> Sua existência legal, ou seja, sua criação e extinção, decorre de lei. -> Art. 43 - As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo. -> Pessoas jurídicas de direito público externo (artigo 42 do Código Civil) -> “São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.” -> São exemplos de pessoas jurídicas de direito público externo as nações estrangeiras, Santa Sé e organismos internacionais, ONU, etc. -> Art. 44 - São pessoas jurídicas de direito privado: I - as associações; II - as sociedades; III - as fundações. IV - as organizações religiosas; V - os partidos políticos. -> Art. 45 - Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo. Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro. Reunião de pessoas e bens; Finalidade em comum; Personalidade e capacidade jurídica; -> Art. 46 - O registro declarará: I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver; II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores; III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente; IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo; V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais; VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso. -> Art. 47 - Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. -> Art. 48 - Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. -> Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude. —> Art. 48-A - As pessoas jurídicas de direito privado, sem prejuízo do previsto em legislação especial e em seus atos constitutivos, poderão realizar suas assembleias gerais por meios eletrônicos, inclusive para os fins do disposto no art. 59, respeitados os direitos previstos de participação e de manifestação. -> Art. 49 - Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório. -> Art. 49-A - A pessoa jurídica não se confunde com os seus sócios, associados, instituidores ou administradores. Contudo, a pessoa jurídico também possuem os direitos de personalidade: -> Art. 52 do CC - Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. -> O direito criou a pessoa jurídica, dando mais poder a essas pessoas naturais que se reúnem com um objeto em comum. As mesmas agem em nome da pessoas jurídicas, realizando atividades que não conseguiriam sozinhas. -> Pessoa jurídica é a reunião de pessoas naturais e bens, que empreendem esforços em busca de uma finalidade, assim recebendoa personalidade jurídica, são sujeitos de direitos e deveres na ordem civil. -> Requisitos para configurar a pessoa jurídica: A S S O C I A Ç Õ E S -> Art. 53 - Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos. -> Parágrafo único. Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos. -> Art. 54 - Sob pena de nulidade, o estatuto das associações conterá: I - a denominação, os fins e a sede da associação; II - os requisitos para a admissão, demissão e exclusão dos associados; III - os direitos e deveres dos associados; IV - as fontes de recursos para sua manutenção; V – o modo de constituição e de funcionamento dos órgãos deliberativos; VI - as condições para a alteração das disposições estatutárias e para a dissolução. VII – a forma de gestão administrativa e de aprovação das respectivas contas -> Art. 58 - Nenhum associado poderá ser impedido de exercer direito ou função que lhe tenha sido legitimamente conferido, a não ser nos casos e pela forma previstos na lei ou no estatuto. -> Art. 59 - Compete privativamente à assembleia geral: I – destituir os administradores; (Redação dada pela Lei no 11.127, de 2005) II – alterar o estatuto. (Redação dada pela Lei no 11.127, de 2005) -> Parágrafo único. Para as deliberações a que se referem os incisos I e II deste artigo é exigido deliberação da assembleia especialmente convocada para esse fim, cujo quorum será o estabelecido no estatuto, bem como os critérios de eleição dos administradores. (Redação dada pela Lei no 11.127, de 2005) -> Art. 60 - A convocação dos órgãos deliberativos far-se-á na forma do estatuto, garantido a 1/5 (um quinto) dos associados o direito de promovê-la. -> Art. 61 - Dissolvida a associação, o remanescente do seu patrimônio líquido, depois de deduzidas, se for o caso, as quotas ou frações ideais referidas no parágrafo único do art. 56, será destinado à entidade de fins não econômicos designada no estatuto, ou, omisso este, por deliberação dos associados, à instituição municipal, estadual ou federal, de fins idênticos ou semelhantes. § 1° - Por cláusula do estatuto ou, no seu silêncio, por deliberação dos associados, podem estes, antes da destinação do remanescente referida neste artigo, receber em restituição, atualizado o respectivo valor, as contribuições que tiverem prestado ao patrimônio da associação. § 2° - Não existindo no Município, no Estado, no Distrito Federal ou no Território, em que a associação tiver sede, instituição nas condições indicadas neste artigo, o que remanescer do seu patrimônio se devolverá à Fazenda do Estado, do Distrito Federal ou da União. F U N D A Ç Õ E S -> Art. 62 - Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la. -> Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de: I – assistência social; II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico; III – educação; IV – saúde; V – segurança alimentar e nutricional; VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável; VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos; VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos; IX – atividades religiosas; -> Art. 63 - Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante. -> Art. 64 - Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial. -> Art. 65 - Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz. -> Parágrafo único. Se o estatuto não for elaborado no prazo assinado pelo instituidor, ou, não havendo prazo, em cento e oitenta dias, a incumbência caberá ao Ministério Público. -> Art. 66 - Velará pelas fundações o Ministério Público do Estado onde situadas. § 1° - Se funcionarem no Distrito Federal ou em Território, caberá o encargo ao Ministério Público do Distrito Federal e Territórios. § 2° - Se estenderem a atividade por mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo Ministério Público. -> Art. 67 - Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma: I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação; II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado. -> Art. 68 -Quando a alteração não houver sido aprovada por votação unânime, os administradores da fundação, ao submeterem o estatuto ao órgão do Ministério Público, requererão que se dê ciência à minoria vencida para impugná-la, se quiser, em dez dias. -> Art. 69 - Tornando-se ilícita, impossível ou inútil a finalidade a que visa a fundação, ou vencido o prazo de sua existência, o órgão do Ministério Público, ou qualquer interessado, lhe promoverá a extinção, incorporando-se o seu patrimônio, salvo disposição em contrário no ato constitutivo, ou no estatuto, em outra fundação, designada pelo juiz, que se proponha a fim igual ou semelhante. I N C I D E N T E D A D E S C O N S I D E R A Ç Ã O Teoria maior: regra de desconsideração. O mero esgotamento do patrimônio da sociedade não permite que o patrimônio dos sócios seja atingido pela dívida (art. 50). Para que ocorra desconsideração da personalidade jurídica, é necessário que aconteça um abuso: -> A concessão de personalidade jurídica leva, muitas vezes, a determinados abusos por parte do titular da empresa e dos sócios das sociedades, atingindo e ferindo direitos de terceiros que podem ser prejudicados. -> Nesse caso, vem-se admitindo o superamento da personalidade jurídica com o fim exclusivo de atingir o patrimônio do titular da empresa ou dos sócios da sociedade empresária envolvidos na administração dos negócios. -> Há duas teorias acerca da desconsideração da personalidade jurídica: -> Desvio de finalidade; ou -> Confusão patrimonial. -> O artigo 50 do Código Civil prevê que “Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.” D A P E R S O N A L I D A D E J U R Í D I C A —> Para que ocorra a desconsideração da personalidade jurídica é necessário que o juiz perceba um abuso da pessoa jurídica, e se esse abuso se deu por desvio de finalidade ou confusão patrimonial. -> Teoria menor: caráter excepcional. Diz que esgotado o patrimônio da sociedade já se pode atacar o patrimônio dos sócios. CDC.
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