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COM002 UA16 Coesão e Coerência em documentos empresariais - Apostila

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Prévia do material em texto

gestão empresarial
comunicação e expressão
Coesão e CoerênCia em 
doCumentos empresariais 
e em textos midiátiCos
16
ObjetivOs da Unidade de aprendizagem 
Ao final da aula, o aluno deverá ser capaz de identificar 
falta de coesão e coerência em textos noticiosos e em 
propagandas, filtrar informações e ainda escrever um 
texto empresarial mantendo a coerência e a coesão. 
COmpetênCias 
Compreensão do processo de identificação de falhas de 
coesão e coerência em textos midiáticos.
Habilidades 
Compreensão do processo de identificação de falhas de 
coesão e coerência em textos midiáticos
comunicação e expressão
Coesão e CoerênCia 
em doCumentos 
empresariais e em 
textos midiátiCos
ApresentAção
É comum, no ambiente empresarial, que textos causem 
excelente impressão sem que o leitor saiba exatamente 
por quê. É o caso de textos que, além de coerentes, são 
coesos. Coerência é um conceito simples de entender e 
atendê-la requer, sobretudo domínio do assunto trata-
do e atenção. Coesão é, ao menos a princípio, uma ideia 
menos intuitiva, mas muito importante, como demons-
tra esta aula. E, em relação aos textos midiáticos, essa 
aula também examina coerência e coesão na mídia, es-
pecialmente no texto noticioso. Esse estudo auxiliará o 
gestor a exercer um olhar crítico sobre o que lê e reforça 
os conceitos de coerência e coesão.
pArA ComeçAr
É muito comum que erros sejam cometidos em empre-
sas por redação defeituosa de textos, com consequente 
dificuldade de compreensão. Mas o que torna um tex-
to organizacional inteligível? Algumas características do 
bom texto são fáceis de entender: termos claros e bem 
definidos, construção direta sempre que possível e au-
sência de palavras desnecessárias. Outras propriedades 
do texto organizacional adequado não são tão óbvias, 
inclusive e principalmente a coerência e a coesão.
Um texto coerente, como já foi visto, é o texto livre de 
inconsistências e contradições. É muito importante no 
mundo empresarial ser lógico e consistente.
Parece fácil, não? Mas não é exatamente. A falta de 
coerência nem sempre é óbvia, como será demonstrado 
ainda nesta aula.
O conceito de coesão é mais complexo, como você 
já percebeu nas aulas anteriores. Mas certamente você 
já viu muitas e muitas vezes, por exemplo, cartas que 
começavam na 3ª pessoa (a empresa decidiu...) e lá pe-
las tantas mudava para a 1ª pessoa (resolvemos que as 
ações serão...). Outro exemplo é o uso indiscriminado de 
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 4
singular e plural com a intenção de significar exatamente a mesma coisa, 
como um relatório que menciona “o gerente” em um determinado pará-
grafo e “os gerentes” um pouco mais adiante.
Vamos, então, ver como reconhecer essas armadilhas que se põem no 
caminho da coerência e da coesão dos textos empresariais. 
É importante ressaltar que muitos desses textos organizacionais são 
muito comuns em formato midiático. O texto midiático é também muito 
utilizado nas organizações e tem particular importância. Embora vários 
sejam os gêneros a ele associados (publicitário, ficcional – novelas, políti-
co), vamos fixar no noticioso que, de certa maneira, é capaz de esclarecer 
o modo como certas características se desenvolvem nos textos da mídia. 
É claro que uma notícia tem de ser escrita com coerência. Imagine um 
jogo de futebol noticiado como tendo acontecido na estação espacial or-
bital: evidentemente, lá não há espaço para isso... Ou um anúncio que 
prometa emagrecimento de 50 quilos por dia. Existem certas incoerências 
grosseiras – as mencionadas, por exemplo. Fáceis de perceber. Ninguém 
acreditaria na possibilidade do tal jogo em espaço tão pequeno e, ainda 
por cima, sem a força da gravidade. Da mesma forma, qualquer pessoa, 
por menos esclarecida que seja, tem consciência da impossibilidade de 
perder 50 quilos em um único dia. Mas, às vezes, o que é claro para um 
não o é para o outro. 
Nesta aula vamos estudar a forma como a coerência é construída nos 
textos empresariais e midiáticos, jornalísticos e publicitários. A coesão 
também será observada como forma de melhoria textual. 
Dica
Ter cuidado evita problemas!
Erros de coerência e coesão são detectáveis e podem ser 
corrigidos a partir do entendimento dos conceitos e atenção 
ao produzir o texto.
FundAmentos
Fávero e Koch (1998) afirmam que todo falante de uma língua é capaz 
de distinguir um texto coerente de um aglomerado incoerente de enun-
ciados e esta é especificamente uma competência linguística em sentido 
amplo. 
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 5
Lembremos que coesão e coerência são fatores de textualidade com-
plementares e nem sempre aparecem separados. Para alguns autores 
como Koch (2000), a coesão é um fenômeno distinto que diz respeito ao 
modo como os elementos linguísticos presentes na superfície textual se 
encontram interligados. Para esta autora, a coesão se constitui sobree 
duas bases: a remissão e a sequenciação. A primeira ocorre no texto por 
meio da referenciação anafórica ou catafórica, formando cadeias coesivas 
mais ou menos longas – são elementos que retomam referentes princi-
pais ou temáticos e estão presentes, geralmente, no texto inteiro. Você já 
estudou esse assunto na aula 14, lembra?
A coerência se configura em um aspecto externo ao texto, uma vez que 
está relacionada aos contextos de situação. Nesse sentido, estão envolvi-
dos os diversos fatores interpessoais, além e outras formas de influência 
recebida pelo falante em situação de comunicação. Isso significa dizer que 
o contexto no qual está inserido o falante é significativo para a construção 
da coerência textual. 
Os erros de coerência e coesão no texto organizacional são, na maior 
parte das vezes, parecidos uns com os outros. É nos erros mais comuns 
que vamos nos concentrar de modo a que você possa aperfeiçoar seu 
método de análise e produção de textos.
conceito
A coesão refere-se à forma como os elementos gramaticais 
se relacionam no texto e a coerência refere-se ao contexto.
1. COerênCia
Os aspectos da coerência que vamos examinar são:
1.1. Causalidade;
1.2. Certeza;
1.3. Consequência.
1.1 Causalidade
A causalidade é tornada evidente quando se estabelecem relações de cau-
sa e efeito; seus nexos são: porque, já que, pois, por causa de, suposto que, 
como que.
Um erro comuníssimo em textos empresariais acontece quando se es-
creve que algo é importante (ou mesmo muito importante) sem explicar 
o motivo. Por alguma razão, as pessoas que cometem esse erro gostam 
http://pt.wikilingue.com/es/Nexo
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 6
muito da expressão “é fundamental”. Praticamente todos os que traba-
lham em organizações já viram isso.
Segue exemplo de e-mail extraído de uma empresa de engenharia:
 → Seu relatório omite informações importantes. Pedimos que o revise.
Nesse caso real, a frase entre aspas não menciona quais as informações 
importantes que foram omitidas e cuja ausência provoca a necessidade 
de revisão. Explicitar as relações de causa e efeito, nesse caso, evitará 
dúvidas e retrabalho.
O texto correto seria:
 → Seu relatório omite informações importantes como: (mencionar as in-
formações importantes). Solicitamos (ou pedimos) que o revise.
Outro caso, na mesma empresa:
 → É fundamental que o relatório não ultrapasse duas páginas.
Trata-se de erro frequente. Não foi explicado o motivo da limitação do 
número de páginas do relatório.
O correto seria mencionar a(s) causa(s) dessa importância. Exemplos:
 → É fundamental que o relatório não ultrapasse duas páginas para ga-
rantir que seja lido na sua totalidade.
 → É fundamental que o relatório não ultrapasse duas páginas por ser 
esta a norma da empresa.
atenção
A afirmação de importância ou relevância de determinado 
assunto ou fato desacompanhada das causas dessa impor-
tânciatransmite falta de real conhecimento do assunto ou 
desleixo ao produzir o trabalho.
Outro erro comum envolvendo causalidade é a inversão de causa e efeito. 
Trata-se de uma inconsistência particularmente comum em discussões 
entre clientes e fornecedores.
Veja este caso: uma empresa de grande porte na área de construção 
enviou uma carta a um cliente importante alegando que “[...] os atrasos 
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 7
na obra foram provocados pelas medidas tomadas pela fiscalização”. O 
cliente pode entender que a fiscalização agiu por causa dos atrasos. Isso 
configura uma inversão de causa e efeito.
Quem escreve em ambiente empresarial deve ter atenção a afirmações 
que, não explicadas, passem por inversão de causa e efeito.
Um modo correto de escrever seria, por exemplo, “os atrasos na obra 
foram provocados por exigências da fiscalização fora do escopo de con-
trato: relatórios diários, apresentação de procedimentos escritos antes de 
se executar os trabalhos e testes não usuais.” Aqui não há possibilidade 
de duplicidade de interpretação.
1.2 Certeza
A certeza reforça as ideias que o autor apresenta no texto, ou seja, signifi-
ca uma afirmação que não admite ser contestada. Seus nexos são: eviden-
temente, seguramente, de fato, claro, ademais. Colocada em um documen-
to organizacional, deve ter base sólida, ou poderá destruir a credibilidade 
do texto. Leia o exemplo retirado de um relatório técnico:
 → Nossa experiência permite afirmar conclusivamente que existe ine-
ficiência operacional.
Essa frase (elaborada por gerente de empresa metalúrgica) concluiu um 
relatório em que eram somente apontados sinais de má operação, sem 
nada de conclusivo. Nesse caso, a certeza foi utilizada com improprieda-
de. Melhor seria dizer:
 → Nossa experiência permite apontar para indícios de ineficiência ope-
racional.
De um modo geral, as afirmações de certeza devem ser evitadas e subs-
tituídas por fatos. Quando em maio de 2010 o presidente da Telefônica 
disse, sobre a compra da Vivo: “Nós não temos nenhuma dúvida de que 
os acionistas da Portugal Telecom aprovarão a venda”, ele substanciou a 
informação com um fato: “A oferta é impecável. Ambas as companhias 
se beneficiarão com o acordo”. Ainda que se entenda que um negócio de 
grande porte provoque envolvimento emocional do presidente da empre-
sa compradora, aquele executivo faria melhor se tivesse falado somente 
nas vantagens para as duas organizações e não mencionasse a certeza, 
dispensável. Aliás, o negócio acabou se complicando...
http://pt.wikilingue.com/es/Nexo
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 8
1.3 ConsequênCia
A consequência relaciona a continuidade das ideias, conforme o encade-
amento de frases, orações ou parágrafos. Alguns de seus nexos são: pois, 
deste modo, depois, portanto. Os erros mais comuns de consequência, 
presentes com frequência em textos de propostas organizacionais, estão 
listados e comentados a seguir.
a. Afirmação do consequente: ocorre quando o consequente não é re-
sultado de um argumento baseado no antecedente. Por exemplo, 
“como se sabe, uma boa proposta leva à vitória em licitações. Como 
vencemos a licitação, podemos concluir que desenvolvemos uma 
boa proposta”. Quem trabalhou em empresas sabe que, às vezes, 
uma proposta é mal escrita e mesmo assim a empresa vence a con-
corrência. Esse tipo de erro é particularmente pernicioso, pois difi-
culta as melhorias nos textos.
b. Negação do antecedente: acontece quando o antecedente é negado 
com recurso à ausência do consequente. Por exemplo, “se perdemos 
a licitação, isso significa que nossa proposta foi mal feita”. Aplicam-se 
aqui observações análogas às do item anterior, ou seja, o fato de per-
der não significa que o texto da proposta tenha sido mal elaborado.
c. Argumento de antiguidade: é muito comum que se justifique uma ati-
tude ou ação a partir da tradição como único argumento. Veja, por 
exemplo este texto: “a empresa está no mercado há 40 anos – se re-
solveu cortar mão de obra operacional, deve estar certa”. Um texto 
correto seria: “a empresa, que está no mercado há 40 anos, detectou 
excesso de mão de obra e resolveu cortá-lo por estar segura de que 
esse corte não afetará sua capacidade operacional.” A antiguidade 
pode até compor a argumentação, mas não pode ser o único argu-
mento.
d. Non sequitur (não segue): conclusão que não se sustenta nos an-
tecedentes. Veja, por exemplo, este texto: “Esse gerente tem nome 
alemão. Deve ser muito competente”. Nesse caso, mesmo em uma 
multinacional de origem alemã, o fato de um indivíduo ser alemão 
não lhe confere competência.
e. Apelo à autoridade: bastante comum em organizações, trata-se de 
conclusão a partir de apelo à autoridade como único argumento. Por 
exemplo, observe esta construção:
 → Se o diretor disse que é indispensável que trabalhemos todos os 
sábados, deve estar com a razão.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 9
A autoridade concedida ao diretor não esclarece o motivo da neces-
sidade do trabalho fora de horário normal. Melhor seria dizer, por 
exemplo:
 → O diretor disse que é indispensável que trabalhemos todos os sá-
bados para recuperar o atraso no projeto.
2. COerênCia nO textO jOrnalístiCO
Leia o texto a seguir:
Texto no 11
Tem melhor data para o Dia dos Namorados que um sábado à noite? Pois 
vocês já sabem: restaurantes, bares e até botecos lotadíssimos.
Como vocês podem perceber, esse primeiro texto apresenta uma impro-
priedade lógica: se bares, restaurantes e botecos estão lotadíssimos no 
sábado à noite, aqueles não seriam os melhores lugares para namorados 
festejarem, afinal é de se supor que eles prefiram ambientes mais aconche-
gantes que uma fila enorme. Haverá barulho, confusão, demora no aten-
dimento, o que também não combina com a intimidade esperada para a 
data. Esse é um exemplo de falta de coerência em um texto jornalístico.
Clareza é uma das características indispensáveis dos textos jornalísti-
cos. Para que sejam coerentes, é preciso evitar implícitos que os tornem 
inconsistentes.
Texto no 22
Seminário “Novos Cenários para a Política Nacional Antidrogas”
Com o objetivo de promover o debate sobre a condução da Política Na-
cional Antidrogas, está sendo realizado o Seminário “Novos Cenários para 
a Política Nacional Antidrogas”, nos dias 26 e 27 de março corrente, no 
Auditório do Palácio Itamaraty.
O Seminário, promovido pela Secretaria Nacional Antidrogas do Gabi-
nete de Segurança Institucional, conta com a participação de representan-
tes de órgãos do Governo Federal, da comunidade científica e da socie-
dade civil, presidentes e membros dos Conselhos Estaduais e Municipais 
Antidrogas/Entorpecentes, entre outros.
1. Giacomo Mancini, 
Correio da Bahia, 
em 6/6/2010.
2. Disponível em 
www.itamaraty.gov.br 
/sala-de-imprensa/
notas-a-imprensa/ 
2003/03/27/
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 10
Ao final do Seminário, no dia 27 de março, às 18h30, será realizada Con-
ferência de Imprensa, na Assessoria de Comunicação Social do Itamaraty.
O texto no 2 é claro e apresenta todos os dados referentes ao seminário, 
tema da notícia. Não há espaço para duplas interpretações. Há coerência 
entre tema e corpo da notícia.
Texto no 33
O Movimento Socialista Pan-helênico (Pasok), liderado por Giorgio Papan-
dreu, obteve hoje a maioria absoluta nas eleições parlamentares gregas, 
segundo as primeiras pesquisas de boca de urna. O Pasok recebeu até 
44% dos votos, com o apoio de 159 dos 300 deputados do Parlamento.
Uma conta muito simples mostra que o número 159 corresponde a 53% 
de 300, e não a 44%. E 53% é mais da metade do número de deputados, 
o que obviamente não acontece com 44%, que não é maioria absoluta... 
Provavelmente a porcentagem refere-se aonúmero de votantes, dos 
quais 44% votaram no partido, mas isso não fica claro. Se fosse dito que 
os votos proporcionaram a eleição de 159 dos 300 deputados ficaria claro.
É preciso lembrar que números, por serem exatos, parecem demons-
trar confiabilidade e emprestam credibilidade aos textos. No entanto, a 
propósito de seu emprego na mídia jornalística, os profissionais da área 
costumam ter uma formação que não privilegia os números. Isso provoca, 
muitas vezes, impropriedades textuais que causam incoerências.
Vejamos exemplos específicos de incoerências na utilização dos núme-
ros na mídia jornalística.
Exemplo 1:
 → Pesquisadores anunciam um novo remédio que é 50% mais efetivo 
que o remédio tradicional.
Como não está claro sobre qual valor incidem os 50%, é possível que o 
leitor pense que 50% do total de pacientes terão seus problemas resol-
vidos. No caso, o remédio tradicional funcionava em 4% dos casos. Se o 
desempenho do medicamento melhorou 50%, isso significa que o novo 
medicamento atinge 6% dos pacientes e não 50% como é a impressão 
inicial do leitor desavisado.
3. Agência EFE, 
4/10/2009.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 11
Se outros números fossem colocados na reportagem, os resultados 
seriam:
 → 30% tomaram um placebo, sem qualquer tratamento médico, e 
melhoraram;
 → 34% dos que usaram o remédio antigo melhoraram;
 → 36% dos que usaram o novo remédio melhoraram.
Um jornalista com desembaraço com números se sentiria seguro para 
perguntar o que, afinal, significariam os tais 50% e poderia fornecer a in-
formação ao leitor sem produzir incoerência entre o fato e a notícia.
Exemplo 2:
 → Entre 1985 e 1994, 62 por cento das fêmeas de urso polar estu-
dadas escavaram tocas na neve. De 1998 a 2004, apenas 37 por 
cento o fizeram.
Esses são os únicos números fornecidos pela reportagem e o leitor aten-
to questiona vários pontos: por cento de quanto? Dez ursos? Mil ursos? 
O primeiro período (1985 a 1994) cobre dez anos, mas o segundo somen-
te sete anos. E o que aconteceu em 1995, 96 e 97? Se o período integral 
de dez anos for mostrado, quais os resultados? É preciso que a notícia 
apresente elementos conclusivos, ou coloque claramente uma questão 
não respondida para evitar que o leitor tenha interpretação equivocada. 
Faltam dados, ou seja, falta coerência. A coerência exige completude de 
informação. Essa notícia apareceu em vários jornais norte-americanos do 
modo como apresentado em itálico. Nenhum jornalista fez os questiona-
mentos que aparecem no final do parágrafo precedente.
A incoerência verificada, motivada pela incompletude das informações, 
não permite que apresentemos a você uma correção.
Texto no 44
[...] Engaiolado, espremido, na classe econômica, você termina a viagem 
- seja qual for a opção - com os ossos moídos. E já desce do bonde andan-
do, porque não há tempo para o descanso: é preciso ir às ruas (lugar de 
repórter) e observar, conversar, ouvir histórias.
(Isso – alô estudantes de jornalismo! – faz parte do romanceado gla-
mour da vida de correspondentes internacionais).
4. Bernardo Pombo, 
Globo On-Line, 
19/6/2010.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 12
Mas, enfim, isso aqui não é uma queixa: apenas um registro sobre a 
melhor profissão do mundo.
O texto número 4 mostra um tipo bastante interessante de incoerência 
proposital que necessita de esforço do leitor para sua compreensão. Trata-
-se da figura de linguagem ironia. Compare o primeiro parágrafo, que fala 
de problemas e das inúmeras tarefas do profissional de jornalismo, com o 
segundo e terceiros parágrafos, que mostram, ironicamente, a opinião que 
se tem sobre o correspondente internacional. Como você pode observar, 
glamour não combina com engaiolado, espremido, ossos moídos, falta de 
tempo para descanso... Da mesma forma, não faz sentido considerar uma 
profissão com tantos percalços, como a melhor do mundo. O que o jornalis-
ta quis dizer, em mensagem implícita, é que os benefícios da profissão são 
suficientemente importantes para que se relevem os malefícios.
Dica
Coesão e Coerência: dois fatores de textualidade que não 
podem ser desprezados durante a construção do texto midi-
ático, sob pena de comprometerem sua compreensão.
3. COesãO
Você já sabe o que é coesão. Os erros mais comuns no texto empresarial 
estão relacionados a:
2.1. Arranjo formal;
2.2. Sequenciamento e ordenação;
2.3. Uso de conectivos;
2.4. Encadeamento de frases.
3.1 arranjo formal
Todos os textos empresariais devem ter, de algum modo: uma introdu-
ção, com os objetivos do texto; uma explicação sobre os antecedentes 
(contexto que levou à produção do documento); um desenvolvimento e 
uma conclusão. Isso se aplica mesmo a e-mails, em que o objetivo pode 
estar, por exemplo, no título; ou em uma carta, em que o objetivo pode 
vir declarado formalmente no início, ou ao menos em uma linha, na apre-
sentação do assunto. Como se sabe, uma carta deve ter, depois da data, 
o destinatário e, em seguida, uma linha com a apresentação do assunto.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 13
São comuns textos em que não se explica o objetivo no início. Isso faz 
com que, às vezes, o leitor chegue ao final da leitura sem saber o que o 
autor realmente pretendia. Infelizmente, essa falha é muito comum em 
relatórios.
Lembre-se
Um relatório deve iniciar com uma explicação concisa do ob-
jetivo, para que o leitor saiba, imediatamente e sem muito 
esforço, sobre que assunto vai ler.
Segue um exemplo de e-mail cujo título era “impacto no projeto”, elabora-
do por empresa de mineração:
 → Em tempo adequado, foram identificadas dificuldades que impac-
taram no projeto. Esses impactos foram ajustados, absorvidos e 
consolidados nos aditivos contratuais emitidos. A dinâmica do em-
preendimento, no entanto, não permitiu o cumprimento das metas. 
Constantes adaptações, ajustes e principalmente modificações de 
última hora introduzidas pela fiscalização, acabaram por impactar 
no desenvolvimento do projeto.
Esse texto está tão confuso, que não se sabe se solicitava mais prazo, 
outro aditivo contratual ou se era simplesmente um relato. Além de não 
evidenciar o objetivo, que esclareceria parte do texto, a falta de coesão 
representada pela má escolha de termos compromete ainda o entendi-
mento. Exemplos de mau uso de palavras: “tempo adequado” – não é 
apropriada ao contexto; “dinâmica do empreendimento” – expressão que 
não explica a que se refere; “no entanto” – termo deslocado. O texto afir-
ma que dificuldades impactaram o projeto, mas não diz quais foram essas 
dificuldades. Não se sabe se os impactos da primeira e da última frase são 
os mesmos. Se o autor tivesse explicitado um objetivo, talvez fosse possí-
vel entender o que quis dizer.
Outro item do arranjo formal que pode ser fonte de equívocos é o ta-
manho dos parágrafos, que não devem ser curtos ou compridos demais. 
Propostas e relatórios extensos podem ter, após a declaração de objeti-
vos, um sumário executivo, que se destina à leitura rápida de quem está 
interessado no assunto, mas não tem tempo para ler os detalhes. Esse 
sumário pode consistir de um único parágrafo longo ou ser dividido em 
parágrafos menores.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 14
3.2 sequenCiamento e ordenação
O sequenciamento é uma das fontes mais comuns de erros de coesão no 
texto organizacional. Um exemplo mostra como esse tipo de erro acon-
tece. Veja a seguir, uma enumeração de itens retirada de um texto orga-
nizacional:
a. A pesquisa dos antecedentes é necessária;
b. Desenvolver um plano de ação;
c. Cálculo de custos;
d. Benefícios.
Ainda que essa lista esteja coerente, há algo errado com ela: cada item da 
enumeração está escrito de um modo diferente. Não se sabe, por exem-
plo, se a pesquisade antecedentes, que é necessária, já foi feita. Não se 
sabe, também, o que será feito a respeito dos benefícios: se serão só lis-
tados ou se também calculados.
De qualquer modo, a diferença entre as maneiras de escrever os itens 
não dá fluência à ideia de ações sequenciais. A maneira correta de enu-
merar passa pela coesão dos elementos iniciais de cada item. Se você 
escolher elencar com verbos no infinitivo, faça-o em todos os itens, con-
forme exemplo a seguir, que elimina as incertezas comentadas:
a. Pesquisar os antecedentes;
b. Desenvolver um plano de ação;
c. Calcular os custos;
d. Listar e calcular os benefícios.
Note que não há, agora, dúvida sobre o encadeamento dos itens. Enu-
merações e sequências devem, pelas razões citadas, obedecer à mesma 
forma gramatical, em um procedimento que se denomina paralelismo.
Como exercício, troque por substantivos os verbos que aparecem no 
Infinitivo na lista apresentada. Elabore as adequações necessárias.
atenção
A mensagem que se passa ao leitor, usando construções di-
ferentes em uma sequência ou enumeração é a de que os 
itens não pertencem à mesma ação.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 15
3.3 uso de ConeCtivos
Os conectivos, como visto em aulas anteriores, são elementos importan-
tes de coesão. Os erros mais comuns no texto organizacional relaciona-
dos ao uso desses elementos são listados e comentados a seguir. Todos 
os exemplos foram extraídos de documentos reais.
a. Uso de elementos de outra categoria gramatical, com destaque para 
má utilização do pronome relativo “onde”. Exemplo:
 → Esta é uma proposta para um cliente importante, onde deve ser 
feita com cuidado.
O pronome relativo onde só pode ser usado quando se refere a lu-
gar, conforme você já observou em aula anterior. O certo é:
 → Esta é uma proposta para um cliente importante, portanto deve 
ser feita com cuidado; ou
 → Esta é uma proposta para um cliente importante e deve ser feita 
com cuidado.
Outra palavra muito usada de maneira inadequada é “entretanto” 
para significar “no entanto”. Exemplo:
 → Trabalhamos durante todo o fim de semana, entretanto o traba-
lho não ficou pronto.
O correto seria:
 → Trabalhamos durante todo o fim de semana, no entanto, o traba-
lho não ficou pronto.
b. Uso de conectivos inadequados para estabelecimento de uma rela-
ção lógica. Por exemplo:
 → O projeto originalmente definido no processo licitatório mostrou-se 
inexequível desde limitações do hardware fornecido pelo cliente.
O certo é:
 → O projeto originalmente definido no processo licitatório mostrou-se 
inexequível devido a limitações do hardware fornecido pelo cliente.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 16
c. Ausência de conectivos necessários. Por exemplo, um e-mail de 2010 
com justificativa de atraso para uma reunião importante diz: “che-
gamos atrasados à reunião tivemos problemas no trânsito”. Como 
você pode observar, faltou um conectivo e o leitor sente claramente 
a ausência de um termo de ligação. Como exercício, formule a frase 
de forma correta.
d. Uso de gerúndio para evitar conectivos: essa imprecisão coesiva não 
é exatamente um erro gramatical, mas certamente empobrece o tex-
to empresarial.
Por exemplo: “foram realizadas ações de marketing melhorando a 
perspectiva de vendas”.
Mais correto será escrever “foram realizadas ações de marketing 
que melhoraram a perspectiva de vendas”. Note-se que a perspecti-
va de venda poderia ter sido melhorada por outra providência e que 
as ações de marketing poderiam ter outra finalidade. O conectivo 
elimina qualquer dúvida!
Dicas
Como o gerúndio se tornou hábito para a maioria das pes-
soas, revise seu texto procurando “ndo” com a ferramenta 
de procura do Word. Em cada gerúndio encontrado, procure 
possibilidades de uso de conectivos. Dá certo!
3.4 enCadeamento de frases
A digitação de textos em computador trouxe benefícios importantes, mas 
trouxe também, entre outras possibilidades de erros, as frases soltas. O 
texto é modificado, às vezes com pressa, e permanecem as tais frases sol-
tas. Como em outros aspectos relativos à coesão, revisões antes do texto 
final são, na maior parte dos casos, suficientes para evitar esse tipo de fa-
lha. Segue um exemplo retirado de uma carta, de 2009, relativa a contrato 
que envolvia quantias elevadas.
 → Após a ocorrência dos problemas citados, foi nomeado um novo fiscal 
com poderes decisórios e foram modificadas as atribuições do geren-
te do contrato. Papel de observador sem interferir em decisões.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 17
A última frase, solta, não mostra se o papel de observador é só do gerente 
ou se de mais alguém. Aliás, não há certeza de que a última frase pertença 
ao contexto.
O certo seria:
 → Após a ocorrência dos problemas citados, foi nomeado um novo fis-
cal com poderes decisórios e foram modificadas as atribuições do 
gerente do contrato, que passou a exercer o papel de observador 
sem interferir em decisões.
4. COesãO nO textO jOrnalístiCO
A seguir, vamos observar problemas de coesão no discurso jornalístico. 
Você vai, na análise dos textos, perceber a aplicação do que aprendeu até 
agora em aulas anteriores. Lembre-se de que a coesão ocorre na super-
fície textual, por meio de conectivos e outros elementos de ligação corre-
tamente colocados.
Texto no 15
Rio – Defeito em uma das portas do trem do metrô, que seguia para 
a Central do Brasil, na manhã desta sexta feira, fez com que a empresa 
retirasse os passageiros e embarcassem em outro trem.
Há aqui um desvio de foco e de sintaxe, provocado por utilização equi-
vocada de conectivo. O texto correto deveria ser: “Defeito em uma das 
portas do trem do metrô, que seguia para a Central do Brasil, na manhã 
desta sexta-feira, fez com que a empresa retirasse os passageiros para 
que embarcassem em outro trem”.
Texto no 26
Mas a paixão por Júlio Cesar é tanta que Daiane Cristina não quer nem 
arriscar quem vai fazer os gols.
O texto no 2 fala de uma leitora do jornal, que se apresenta como grande 
fã de Júlio Cesar, goleiro da seleção brasileira de futebol. Na redação des-
se texto, observa-se a falta do verbo principal: dizer. Falta também uma 
vírgula. Da forma como está escrito, não fica claro se Daiane não quer 
arriscar errar um prognóstico ou arriscar a integridade do jogador. Para 
5. Jornal O Dia, 
18/6/2010.
6. Jornal O Dia, 
18/6/2010.
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evitar essa duplicidade de entendimento, o texto deveria ficar da seguinte 
forma: “Mas a paixão por Júlio Cesar é tanta, que Daiane Cristina não quer 
nem se arriscar a dizer quem vai fazer os gols.
Texto no 37
Na última rodada, a Dinamarca enfrenta o Japão e Camarões, a Holanda.
Conforme já comentado, o discurso jornalístico deve, a bem da clareza, 
evitar duplos sentidos, assim é preciso especial atenção aos problemas 
de coesão, que ocorrem também por erros da pontuação. No texto 3, que 
fala dos jogos da Copa do Mundo 2010, não fica claro, em uma primeira 
leitura, que a Dinamarca enfrenta o Japão e que Camarões enfrenta a Ho-
landa. Do jeito como aparece, a primeira impressão é de erro grosseiro 
ou de deslocamento indevido da vírgula. Lê-se que a Dinamarca enfrenta 
Japão e Camarões. Nesse caso, a Holanda estaria fora do contexto. Só 
em uma segunda leitura, com esforço, se torna claro o que realmente o 
repórter quis dizer. A questão se resolve com a pontuação adequada do 
texto. Veja: “Na última rodada, a Dinamarca enfrenta o Japão, e Camarões, 
a Holanda”.
5. COerênCia nO textO pUbliCitáriO
Se de um lado, o discurso jornalístico necessita da coesão e da coerência 
para evitar duplicidade de compreensão, por outro, o discurso da propa-
ganda às vezes apela propositalmente à incoerência para justamente pro-vocar tal duplicidade. Como se trata de um discurso passional, com forte 
apelo ao desejo de consumir, não mostra claramente sua pretensão, mas 
deixa pistas sobre aquilo que quer provocar no consumidor.
Uma propaganda de cerveja que mostre um cidadão rodeado de 
mulheres deslumbrantes e extremamente satisfeitas sugere que con-
sumir aquela marca de cerveja faz com que lindas moças sejam atraí-
das pelo indivíduo. É evidente que a mensagem não é verdadeira e que 
os consumidores têm consciência disso. Mas essa é justamente a men-
sagem que permanece no inconsciente do consumidor. A intenção do 
anunciante é essa ação sobre o inconsciente. Onde está a incoerência? 
No fato de que consumir qualquer marca de cerveja não atrai mulheres 
bonitas (nem feias).
7. Jornal O Dia, 
18/6/2010.
antena 
pArAbóliCA
Com as necessidades de certificação de qualidade que de-
ram um salto na primeira década do século XXI, indústrias 
como a de medicamentos e a de construção passaram a 
exigir documentação cada vez mais apurada. As empresas 
de projetos e obras não demoraram a perceber que tinham 
em seus quadros engenheiros eficientíssimos em projetar e 
construir, mas que escreviam mal. Documentos foram rejei-
tados e pagamentos atrasados por falta de documentação 
apropriada. As empresas procuraram professores de Por-
tuguês para melhorar seus textos e experimentaram outra 
dificuldade: os professores nem sempre conseguiam en-
tender a tecnologia envolvida. A partir daí, engenheiros que 
escrevem bem passaram de personagens semifolclóricos a 
peças importantes naquelas organizações.
E em relação aos textos midiáticos, a propaganda enga-
nosa tem sido uma preocupação da sociedade desde que 
a propaganda existe. Apesar disso, nessa mídia, a falácia 
ainda aparece com certa frequência. Diferentemente do 
que se possa pensar, esse fato ocorre mundialmente, inclu-
sive em países desenvolvidos. Ficou famosa a punição da 
empresa que fabrica as sopas Campbell que, para mostrar 
que a sopa possuía muitos pedaços de alimentos sólidos, 
fez um ator esvaziar diante das câmeras uma lata de sopa 
cheia de... bolas de gude! No Brasil, a indústria da propa-
ganda criou, para evitar ações judiciais que se arrastassem 
por anos, o CONAR, Conselho Nacional de Autorregulação. 
Trata-se de entidade privada que tem suas decisões sempre 
respeitadas.
e AgorA, José?
Você viu como utilizar conceitos de coerência e coesão em 
textos empresariais. Também aprendeu a identificar esses 
mesmos conceitos em textos midiáticos. Agora é importan-
te repassar todas as aulas para sedimentar esse conteúdo 
em sua aprendizagem.
Comunicação e Expressão / UA 16 Coesão e Coerência em Documentos Empresariais e em Textos Midiáticos 20
reFerênCiAs
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Introdução. 3a ed. São Paulo: Cortez, 1994.
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Texto: Leitura e Redação. São Paulo: Áti-
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SCIPIONI, U. �Do Texto ao Texto – Curso práti-
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Scipioni, 2006.
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