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Milena Constante_TCC

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CAMPUS ARARANGUÁ 
COORDENADORIA ESPECIAL INTERDISCIPLINAR DE TECNOLOGIAS DA 
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO 
CURSO BACHARELADO EM TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E 
COMUNICAÇÃO 
 
 
 
 
Milena da Cunha Constante 
 
 
 
 
 
 
 
A Desigualdade das Mulheres no Mercado de Trabalho na Área de Tecnologias 
da Informação e Comunicação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Araranguá 
2021
15 
 
 
Milena da Cunha Constante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Desigualdade das Mulheres no Mercado de Trabalho na Área de Tecnologias 
da Informação e Comunicação 
 
 
 
 
 
 
Trabalho Conclusão do Curso de Graduação em 
Tecnologias da Informação e Comunicação do 
Centro de Ciências, Tecnologias e Saúde da 
Universidade Federal de Santa Catarina como 
requisito para a obtenção do título de Bacharel em 
Tecnologias da Informação e Comunicação. 
Orientadora: Prof . Dra. Andréa Cristina 
Trierweiller. 
 
 
 
 
 
Araranguá 
2021 
16 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este trabalho é dedicado a todas as mulheres que lutaram 
para que eu pudesse chegar aqui hoje. 
19 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Aos meus pais, Ana Cristina Luiz da Cunha e Renaldino Constante, 
agradeço, imensamente, por todo o apoio e suporte para que minha formação de 
nível superior acontecesse. Da mesma forma, agradeço a minha irmã, Brenda da 
Cunha Constante, por todo o apoio durante essa caminhada. 
As minhas amigas Leticia Nazário e Gabrielle Macedo por sempre 
acreditarem que eu sou capaz e que sempre me incentivaram nos estudos e na 
carreira profissional. 
Aos amigos feitos em Araranguá, em especial Débora Tomazini que levarei 
como amizade para o resto da vida. E Luciano Marcelino Fernandes com quem me 
casei e terei o prazer de passar o resto de meus dias. 
A minha orientadora, a prof.ª Dra. Andréa Cristina Trierweiller, agradeço por 
todos os seus ensinamentos ao longo deste trabalho, suas lições foram essenciais 
para a conclusão deste TCC. 
À Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), pela oportunidade de 
obter uma formação gratuita com ensino de qualidade e aos professores que tive 
contato, pelos conhecimentos repassados a mim. 
A todos que, de alguma forma, contribuíram para que eu chegasse até a 
graduação. 
 
20 
 
 
RESUMO 
 
As áreas de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática (STEM, acrônimo em 
inglês) apresentam expressiva desigualdade de gênero, que costuma ser naturalmente aceita 
pelo senso comum, tanto nos órgãos de ensino, como no mundo do trabalho. Este contexto em 
que a mulher tem grandes chances de sofrer discriminação ao escolher uma dessas áreas para 
atuar profissionalmente, é o que leva a muitas desistirem da formação, ou então, nem escolher 
estas carreiras. Considerando estas questões, o objetivo geral deste trabalho foi analisar a 
participação das mulheres no segmento de TIC e formular uma visão crítica do cenário atual, 
destacando pontos em que a mulher, como profissional, pode ser desvalorizada quando 
comparada aos homens. Na história, com frequência, o sexo biológico foi usado para definir 
papéis na sociedade para homens e mulheres, plantando e cultivando socialmente a ideia de 
que a chance biológica de ser mãe deveria fazer com que todas as mulheres fossem 
responsabilizadas, obrigatoriamente, pelos cuidados do lar, dos filhos e do marido. Este 
trabalho apresenta uma análise sobre dados atuais e dados históricos que mostram, com 
clareza, a expressiva desigualdade de gênero nas áreas já citadas. 
Palavras-chave: gênero, tecnologia da informação, trabalho, mulher, profissão. 
 
 
21 
 
 
ABSTRACT 
 
The areas of Science and Technology show significant gender inequality, which is 
usually naturalized by common sense, both in educational bodies and in the world of work. 
This context, where women have great chances of suffering discrimination when choosing 
one of these areas to work professionally, is what leads many to give up on training, or else, 
not choose these careers. Thinking about these issues, the general objective of this work was 
to analyze the participation of women in the ICT segment and formulate a critical view of the 
current scenario, highlighting points in which women, as professionals, can be despised when 
compared to men. In history, biological sex has always been used to define roles in society for 
men and women. Planting and socially cultivating the idea that the biological chance of be ing 
a mother should make all women responsible, obligatorily, for the care of the home, children 
and husband. This work presents an analysis of current data and historical data that clearly 
show the expressive gender inequality in the aforementioned areas. 
Keywords: gender, information technology, work, women, profession. 
 
 
 
 
22 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 - Levantamento exploratório no repositório institucional da UFSC. ......................43 
Quadro 2 - Questões baseadas a partir de referencial teórico e pela própria autora deste TCC.
 .........................................................................................................................................45 
 
 
23 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 - Women in Tech: the facts 2016 ..........................................................................33 
Figura 2 - Principais ocupações em tecnologia por mulheres e homens ................................34 
Figura 3 - Delineamento da pesquisa ..................................................................................40 
Figura 4 - Primeiro bloco do questionário da pesquisa.........................................................48 
Figura 5 - Segundo bloco do questionário da pesquisa.........................................................49 
Figura 6 - Terceiro bloco do questionário da pesquisa .........................................................49 
Figura 7 - Quarto bloco do questionário da pesquisa ...........................................................50 
Figura 8 - Qual sua faixa de idade?Fonte: elaborado pela autora (2021) ...............................52 
Figura 9 - Qual sua cor, raça ou etnia? ................................................................................52 
Figura 10 - Qual sua formação profissional? .......................................................................53 
Figura 11 - Atualmente, sou: ..............................................................................................54 
Figura 12 - Qual o segmento da empresa que você atua? .....................................................54 
Figura 13 - Comercio.........................................................................................................55 
Figura 14 - Industria ..........................................................................................................55 
Figura 15 - Serviço ............................................................................................................56 
Figura 16 - Você tem dupla jornada de trabalho? (filhos, cuidados com a casa etc.) .............57 
Figura 17 - Você tem percebido alguma mudança na inclusão de mulheres no mercado de 
trabalho de TI? ..................................................................................................................58 
Figura 18 - Atualmente, você se sente segura em relação ao seu trabalho e direitos como 
mulher? .............................................................................................................................58 
Figura 19 - Você se sente acolhida no seu ambiente de trabalho?.........................................59 
Figura 20 - Você sente que tem voz ativa no seu ambiente de trabalho? ...............................60 
Figura 21 - Já duvidaram ou anularam suaideia durante alguma reunião ou conversa, 
simplesmente por ser mulher? ............................................................................................60 
Figura 22 - Você considera que se esforça muito mais que seus colegas para se manter onde 
está?..................................................................................................................................61 
Figura 23 - Você se sente menos motivada por saber que, mesmo tendo a mesma formação ou 
ainda, tendo formação superior a de um homem, ainda ganhe menos? .................................62 
Figura 24 - Você se sente/sentia intimidada com a quantidade de colegas do sexo oposto no 
seu ambiente de trabalho? ..................................................................................................62 
24 
 
 
Figura 25 - Durante o período universitário, você se sentiu acolhida ....................................63 
Figura 26 - Já fizeram piadas ou comentários maldosos sobre você, por conta da sua escolha 
de carreira?........................................................................................................................64 
Figura 27 - Você se sente/sentia intimidada com a quantidade de colegas do sexo oposto na 
universidade? ....................................................................................................................64 
Figura 28 - Você já se sentiu oprimida em algum momento por colegas na universidade ou no 
trabalho, apenas por ser mulher? ........................................................................................65 
Figura 29 - Você sente a falta de representatividade feminina no segmento em que atua? .....66 
Figura 30 - A sua família apoiou sua decisão de carreira?....................................................67 
Figura 31 - Se você pudesse, o que mudaria no seu ambiente de trabalho ou universidade? ..67 
Figura 32 - O que te motiva a trabalhar nesta área? .............................................................68 
 
 
25 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
TIC – Tecnologias da Informação e Comunicação 
C&T – Ciência e Tecnologia 
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso 
STEM – Science, Technology, Engineering And Mathematics 
 
26 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 27 
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................... 28 
1.1.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 28 
1.1.2 Objetivos Específicos ..................................................................................... 28 
2 REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................... 29 
2.1 CONTEXTUALIZANDO TIC E SUAS DESIGUALDADES DE GÊNERO ..... 29 
2.2 CONTEXTUALIZANDO A MULHER NO SETOR DE TIC ........................... 30 
2.3 A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS DE TIC É HOMEM ............................... 32 
3 UMA PERSPECTIVA BIOLÓGICA ............................................................ 34 
3.1 UMA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA........................................................... 35 
3.2 SALÁRIOS DIFERENTES, CARGOS IGUAIS ............................................... 36 
4 METODOLOGIA .......................................................................................... 39 
4.1 TIPOS DE PESQUISA .................................................................................... 41 
4.2 ELABORAÇÃO do INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS .................... 43 
4.2.1 Questionário da Pesquisa............................................................................... 43 
4.2.2 Questionário junto às colaboradoras de empresas de TIC ............................ 45 
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 51 
4.4 INFORMAÇÕES DAS RESPONDENTES ...................................................... 51 
4.5 MERCADO E AMBIENTE DE TRABALHO .................................................. 57 
4.6 AMBIENTE ACADÊMICO ............................................................................ 63 
5 CONCLUSÃO ............................................................................................... 69 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 71 
APÊNDICE A – Questionário junto as mulheres do tic .................................................. 75 
 
27 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Em um mundo que está em constante crescimento, as transformações que ocorrem 
nos âmbitos político, social e econômico, impactam diretamente o ambiente de negócios, e o 
mercado de trabalho, onde estão inseridas (GOMES, 2005). 
 Apesar da inserção da mulher neste mercado, ainda há questões de igualdade de 
gênero que não foram resolvidas ao ponto de garantir as mesmas oportunidades profissionais 
entre homens e mulheres. Ainda que vagarosamente, a participação feminina tem sido maior a 
cada ano (REVELO, 2020). 
A desigualdade da mulher no mercado de trabalho, especificamente, na área de TIC 
(Tecnologias da Informação e Comunicação), é pouco comentada, são contáveis os que 
tentam igualar esta situação. Para tanto, alguns estudos como o da REVELO, Carreira, Ajamil 
e Moreira trazem dados que mostram a discrepância em relação aos salários, oportunidades de 
carreira e jornadas de trabalho de homens e mulheres neste segmento de atividade, conforme 
será apresentado no referencial teórico. 
Diante desse contexto, alguns questionamentos se mostram relevantes. Afinal, essa 
falta de representatividade que acontece já no âmbito acadêmico pode ser um dos motivos da 
diminuição da vontade de mulheres participarem destas áreas. Mas, para as poucas que 
ingressam neste segmento, como se sentem, como é a convivência em meio a tantos homens, 
será que é um ambiente hostil, pouco receptivo, desigual já durante sua formação? Essas são 
questões que serão esclarecidas neste trabalho. 
Por que muitas mulheres desistem da graduação, ou trocam de área assim que 
formadas? Como a sociedade trata mulheres que trabalham com ciência e tecnologias, a ponto 
de fazê-las desistir de suas carreiras? Essas questões são essenciais para se compreender o 
quão sério é esta situação. Quando se entende os porquês, consegue-se fazer mudanças 
realmente significativas. 
Para a contextualização desta temática e confirmação de sua relevância, apresentar -
se-ão estudos que demonstram o pré-conceito com a mulher neste ambiente, mesmo que seja 
qualificada para a função. Sendo assim, este trabalho se justifica, pois é essencial 
compreender sua representatividade e como as mulheres têm atuado nesta área, tipicamente 
masculina. 
 
28 
 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
Esta seção apresenta o Objetivo Geral e os Objetivos Específicos deste trabalho. 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
 
O presente estudo tem como objetivo geral: Analisar a participação das mulheres no 
segmento de TIC e formular uma visão crítica do cenário atual, destacando pontos em que a 
mulher, como profissional, pode ser desvalorizada quando comparada aos homens. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
 
• Realizar levantamento de literatura sobre as definições centrais e temáticas, 
relacionadas ao desenvolvimento do TCC; 
• Verificar na literatura, instrumentos de coleta de dados que possam ser 
utilizados/adaptados para este trabalho; 
• Analisar a percepção das colaboradoras que trabalham em empresas de TIC, por 
meio de aplicação de questionário; 
• A partir das constatações obtidas na fundamentação teórica, aplicação do 
questionário com mulheres atuantes no segmento de TIC, será possível propor 
sugestões para trabalhos futuros. 
 
29 
 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Para fundamentar este estudo, é necessário apresentar os pressupostos teóricose 
principais considerações da literatura sobre os temas da pesquisa. Em um primeiro momento, 
serão abordados alguns conceitos fundamentais para compreensão das desigualdades de 
gênero, breve histórico sobre feminismos e a categoria gênero, também será analisada a 
participação das mulheres no segmento de TIC e formulada uma visão crítica do cenário atual. 
Por fim, apresento alguns estudos sobre mulheres nas áreas de ciência, tecnologias da 
informação e comunicação. 
 
2.1 CONTEXTUALIZANDO TIC E SUAS DESIGUALDADES DE GÊNERO 
 
O setor de Tecnologia da Informação e Comunicação engloba diferentes atividades, 
incluindo conhecimentos específicos relacionados à tecnologia, desenvolvimento de 
aplicativos, softwares e hardwares, consultoria, integração, treinamento e suporte técnico 
(GUTIERREZ; ALEXANDRE, 2004). 
Conforme apresentado pela Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da 
Informação e Comunicação (BRASSCOM, 2020), o setor de Tecnologia da Inf ormação no 
Brasil, tem 845 mil empregos e, destes, apenas 33% são ocupados por mulheres. Tais 
diferenças iniciam ainda na formação profissional, o Censo da Educação Superior (2019) 
mostra que as mulheres correspondiam a apenas 13,3% das matrículas nos cursos presenciais 
de graduação na área de Computação e TIC, e 21,6% na área de Engenharia e profissões 
correlacionadas. Fagundes (2017, p.22) explica que: 
As desigualdades são evidentes na preferência por homens no setor, 
principalmente quando são consideradas as atividades com maior 
reconhecimento e melhor remuneração. [...] A razão desta desigualdade vem 
sendo discutida ao longo dos anos, mas pouco foi comprovado. Sabe-se, 
porém, de acordo com os dados, que a situação é desigual. 
 
Nesta perspectiva, é plausível associar tais discrepâncias ao conceito de gênero, este 
que, para Scott (1990), fundamenta relações sociais baseadas nas diferenças entre os sexos e 
nas convicções que as pessoas têm sobre papéis próprios aos homens e às mulheres, além de 
ser a primeira forma de significar relações de poder. Na prática, são as concepções de qu e 
homens desempenham o papel de líderes de seus lares, gerando sustento da família por 
30 
 
 
trabalharem fora e, desta forma, têm certa autoridade sobre as mulheres, estas que devem 
trabalhar em casa, cuidando do lar e dos filhos. 
No entanto, as relações sociais que constituem o gênero não devem ser reduzidas 
apenas ao ambiente doméstico ou da família, mas devem ser analisadas de forma mais ampla, 
incluindo também: 
 
[...] o mercado de trabalho (um mercado de trabalho sexualmente segregado 
faz parte do processo de construção do gênero), a educação (as instituições 
de educação socialmente masculinas, não mistas ou mistas fazem parte do 
mesmo processo), o sistema político (o sufrágio masculino universal faz 
parte do processo de construção do gênero) (SCOTT, 1990). 
 
Assim, torna-se fundamental estudar as disparidades de gênero no mercado de trabalho 
do setor de TIC, uma vez que as mulheres dessa área ocupam espaços socialmente 
compreendidos aos homens, o que pode gerar situações de questionamento, opressão e 
intimidação para com elas. 
 
2.2 CONTEXTUALIZANDO A MULHER NO SETOR DE TIC 
 
Um senso comum do início do século mostrava o marido como o provedor do lar, 
portanto, a mulher - esposa - não precisava ter renda. Essa realidade começou a mudar com as 
Guerras Mundiais I e II, e a precariedade de mão de obra - pois os profissionais estavam em 
guerra. Este foi, e ainda é um grande marco histórico, visto que representa o momento em que 
as mulheres começaram a se inserir no mercado de trabalho (PROBST; RAMOS, 2013). 
Antes disso, homens e mulheres possuíam responsabilidades totalmente diferentes no núcleo 
familiar e, assim que as mulheres ingressaram no ambiente dito masculino, as desavenças se 
tornaram presentes e constantes. Desavenças essas que permearam as relações familiares, mas 
principalmente as organizações, colocando o gênero como elemento fundamentalmente 
importante da prática e estudos organizacionais. 
Para Kanan (2010) o desenvolvimento econômico e a consolidação do sistema 
capitalista beneficiaram o processo de reflexão sobre a identidade social que até então 
favorecia o papel de mãe, esposa e dona de casa, fazendo com que a mulher duvidasse de sua 
posição, de seu papel, de sua identidade e suposta fragilidade. Como consequência, a mulher 
conquistou, com muito esforço, espaços antes vistos como territórios exclusivos dos homens e 
31 
 
 
os fatores que contribuíram para isto foram a modificação do ideal da mulher no lar; o poder 
decisório de controlar e decidir o número de filhos (descoberta do anticoncepcional); o direito 
ao voto; a possibilidade de compor a renda familiar; o direito de dissolução do vínculo 
matrimonial; a publicação de leis protegendo a mulher trabalhadora; a procura pela 
qualificação em termos culturais, técnicos e acadêmicos; legitimidade do acesso ao estud o; 
entre outros. 
Porém, mesmo com uma alteração significativa nos grupos familiares e na 
importância da mulher para a renda familiar, as desigualdades se fazem presentes. 
Um estudo realizado pela McKinsey & Company (2015) sobre as mulheres no 
mercado de trabalho, apresenta alguns dados relevantes para o debate: as mulheres são sub 
representadas em todos os níveis nas organizações, e a diferença é maior nos cargos de 
liderança sênior; as taxas de mulheres que deixam as empresas são inferiores ou iguais aos 
dos homens; mulheres enfrentam mais barreiras para avançar na carreira do que os homens; as 
mulheres sacrificam suas carreiras mais facilmente em função da carreira do parceiro. 
Outro fator relevante é o trabalho doméstico, conforme aponta a pesquisa f eita por 
Madalozzo, Martins e Shiratori (2010), em que a presença feminina no mercado de trabalho 
enfrenta diversos obstáculos, como por exemplo, o trabalho doméstico. A existência de um 
cônjuge, para mulheres, aumenta as horas trabalhadas em casa; por outro lado, para os 
homens, a presença de uma mulher na família diminui essa participação. Probst e Ramos 
(2013) colocam que com as pressões da carreira somadas ao trabalho doméstico, as mulheres 
sofrem muito mais com o estresse da carreira comparado aos homens. 
Probst e Ramos (2013) falam ainda que não existe um único lugar tipicamente 
masculino que ainda não tenha sido invadido pelas mulheres. A mulher está cada vez mais 
presente no mercado de trabalho. Porém, essa inserção vem sendo acompanhada de 
discriminação e desigualdade. A desculpa para os salários e jornadas de trabalho tão 
diferentes estava voltada para a questão de que o dever de trabalhar e sustentar a família não é 
da mulher. Desta forma, não havia razão para igualdade de salários (PROBST; RAMOS, 
2013). Gurgel (2010), explana a ideia de que houve uma forte resistência dos homens que já 
atuavam neste mercado de trabalho, dificultando ainda mais a entrada delas neste segmento, 
pois a presença feminina representava uma ameaça aos seus empregos e ao mesmo tempo 
mudava completamente o papel tradicional da mulher na sociedade, elas deixavam de ser a 
cuidadora do lar e dos filhos e começava a ser a provedora da casa. 
32 
 
 
As mulheres vêm tentando conquistar seu espaço e registrar seu nome na históri a da 
tecnologia (FERREIRA, 2015). Apesar de não serem a maioria, as mulheres desempenharam 
um papel fundamental na história da TIC. Desde Ada Lovelace, que desenvolveu o primeiro 
algoritmo a ser processado por uma máquina, Grace Hopper, que desenvolveu o q ue hoje é 
considerado o primeiro software de computador, ou então, Mary Kenneth Keller, que f oi a 
pioneira na obtenção do título de PhD em Ciência da Computação e ajudou na criação da 
linguagem BASIC. Cristina Junqueira, mulher brasileira considerada uma das mais 
importantes no mundo tech, ela é co-fundadora da Nubank e serve de inspiração e 
representatividadepara todas as mulheres que desejam entrar no ramo ou que já estão. 
É possível citar, também, como um incentivo e caminho para a mudança de 
paradigmas, o aumento no número de mulheres em altos cargos de grandes empresas de TIC, 
por exemplo, CEOs de empresas como LATAM, General Motors, Pandora Brasil, Microsoft 
Brasil e Nubank. 
Nunes (2016) explica que à medida que a programação e a engenharia de softwa re 
ganham visibilidade e importância econômica, tornam-se evidentes os efeitos dos princípios 
da divisão sexual do trabalho. 
Segundo a professora do IME, Renata Wassermann, em 1970 a computação era dita 
como “coisa de menina”, visto que ninguém ainda tinha computadores pessoais, a única 
utilidade dos computadores era para processamento de dados e realização de cálculos . Essa 
atividade, por sua vez, ficava sob demanda do secretariado, em que a maioria que ocupava 
esse cargo, eram mulheres. Quando chegaram os computadores pessoais, tudo mudou, os 
computadores então serviam para jogar e fazer outras atividades que não demandassem mais o 
saber do cálculo e, sim, da tecnologia. Sendo assim, a sociedade definiu que jogos de 
computadores eram “coisa de meninos”, afastando as mulheres da tecnologia. 
 
2.3 A MAIORIA DOS PROFISSIONAIS DE TIC É HOMEM 
 
Em uma pesquisa feita por Alencar (2013), ele esclarece que, além da quantidade de 
homens que ingressaram em cursos superiores relacionados a TIC ser maior que a de 
mulheres, as que ingressam passam por dificuldades e preconceitos durante os cursos, tanto da 
parte dos discentes como dos docentes e dos familiares, parceiros e amigos. 
33 
 
 
O relatório Women in Tech: the facts 2016, publicado pelo NCWIT (National Center 
for Women & Information Technology dos Estados Unidos) (ASHCRAFT; MCLAIN; 
EGER, 2016) indica que, em 2015, somente 25% dos cargos de computação ou 
correlacionadas, eram ocupados por mulheres, e, destes, a maioria eram de etnia branca, 
conforme a Figura 1. 
 
Figura 1 - Women in Tech: the facts 2016 
 
 Fonte: Ashcraft et al. (2016) apud Maestri (2019, p.73) 
 
As mulheres ocupam posições menos técnicas, segundo o relatório Women in Tech: 
the facts (2016) destacado na Figura 2 - Principais ocupações em tecnologia por mulheres e 
homens, as cinco posições mais ocupados por mulheres nas áreas relacionadas à tecnologia 
são: gerente de projetos, analista de negócios, analista de testes e recrutadora de TI. Dentre 
essas funções, a única que necessariamente está relacionada a conhecimentos técnicos, como 
lógica de programação, é o cargo de analista de testes. Já os homens, preenchem cargos como: 
engenheiro de software, administrador de sistemas, gerente de projetos, gerente de tecnolog ia 
e desenvolvedor de aplicações. E, entre todas essas ocupações a única que não exige, 
profundamente, os saberes técnicos é o cargo de gerente de projetos. 
 
34 
 
 
Figura 2 - Principais ocupações em tecnologia por mulheres e homens 
 
Fonte: Women in tech: the facts. NCWIT (2016, p. 14) apud Maestri (2019, p.74) 
 
3 UMA PERSPECTIVA BIOLÓGICA 
 
Este tópico explica algumas diferenças cerebrais de homens e mulheres, e o porquê 
essas diferenças não são motivo para a desigualdade social. 
Em Pease e Pease (2000), que destacam um estudo, feito em 1995, na Universidade 
de Yale, por um grupo de cientistas chefiado pelos doutores Bennet e Sally Shaywitz, 
estudaram homens e mulheres para determinar qual a parte do cérebro que é responsável pelas 
rimas. Esse estudo mostrou, através da ressonância magnética, que o homem utiliza 
principalmente o lado esquerdo para tarefas ligadas à fala, e a mulher usa os dois lados. Este 
estudos de 1990, comprova que os cérebros masculinos e femininos funcionam de m odos 
diferentes. 
A pesquisa identificou que as meninas desenvolvem a parte esquerda muito mais 
rápido que os meninos, motivo pelo qual geralmente falam melhor e mais depressa, tem 
facilidade em aprender uma nova linguagem e desenvolvem a habilidade de leitura antes dos 
meninos. Por outro lado, os homens amadurecem o lado direito antes das mulheres, desta 
forma desenvolvem melhor as habilidades de lógica, orientação espacial e percepção. Numa 
visão geral, os homens têm tendência em se sair melhor em matemática, construções, na 
montagem de quebra-cabeças e na resolução de problemas. 
35 
 
 
Como os homens desenvolvem melhor essas habilidades, têm mais interesse em 
fazer atividades que estimulem estas funções, enquanto as mulheres têm interesse em outras 
áreas como saúde, educação, artes. Mas não se pode afirmar, ainda, que essa situação ocorre 
apenas por fatores biológicos. 
Um segundo estudo, feito por Berman e Joel (2015), onde centenas de imagens de 
cérebros de homens e mulheres lado a lado mostraram que não existe provas de que tenha um 
tipo de cérebro masculino ou feminino. Mesmo existindo, sim, áreas diferentes em 
determinados locais em função do sexo, ainda não se pode dividir os humanos em duas 
categorias. 
As provas, sob o olhar científico da matéria cinzenta, da matéria branca, das 
conexões neuronais e da espessura do córtex cerebral, levam a crer que não existe diferença 
sexual cerebral. Para sustentar essas afirmações, um grupo de pesquisadores alemães, suíços e 
israelenses concluiu, a partir de comparações anatômicas feitas em 1.400 cérebros de homens 
e mulheres que, não existe uma região nas amostras coletadas que demonstre uma evidente 
diferença entre uma forma masculina e uma forma feminina (BERMAN e JOEL, 2015). 
 
3.1 UMA PERSPECTIVA SOCIOLÓGICA 
 
A discriminação de gênero já vem ocorrendo desde a época de escravidão no Brasil. 
As mulheres eram submissas ao regime patriarcal, não tendo direitos a quase nada em relação 
ao que os homens tinham. Trabalhar era raridade para elas, apenas cuidavam da casa e dos 
filhos, com pouquíssimas exceções. O que fica evidenciado no mercado de trabalho em 
relação à inserção e aos próprios salários de mulheres, é a menor participação delas. 
As questões de gênero são extremamente influenciadas pela perspectiva sociológica , 
e, em estudos atuais como de Soares (2001) e Carreira, Ajamil e Moreira (2001, apud 
GOMES 2005), é possível verificar que essa desigualdade não se dá apenas pela questão 
biológica, mas também, social. 
Um exemplo sobre o enraizamento dessa cultura sociológica é uma pesquisa feita por 
Almeida (2015), com alunos de ensino fundamental e médio, onde concluiu que se espera um 
certo comportamento da mulher e um diferente do homem. Os estudantes mostraram como 
características qualitativas das mulheres a organização, fragilidade, delicadeza, calma, 
sensibilidade e a paciência. Já, para caracterizar os homens, disseram que estes eram 
36 
 
 
inteligentes, competitivos, ágeis e centrados. Reforçando então, as características da mulher 
como inferior. Sendo assim, nota-se que a construção do que é “ser homem” e “ser mulher” 
está implantado na sociedade e este fato ainda direciona as escolhas profissionais. 
A grande discussão sobre gênero levanta o questionamento da existência de poucas 
mulheres nas áreas de Ciências, Exatas e Tecnologias, totalmente o contrário ao que ocorre 
nas áreas de Humanas e da Saúde. Soares (2001) estudou as causas da baixa presença das 
mulheres no campo do trabalho de Ciência e Tecnologia, e concluiu que existem três 
principais causas, (1) a questão biológica, já contestada anteriormente; (2) a sociedade – que 
julga e direciona as pessoas para áreas de conhecimento consideradas femininas ou 
masculinas; e (3) os obstáculos existentes na carreira das mulheres, como a dupla jornada de 
trabalho. 
Observa-se que, a inclusão e a participação das mulheres como força de trabalho 
crescem de forma expressiva. Entretanto, áreas como a de C&T (Ciência e Tecnologia) ainda 
contam com uma baixa representatividade do gênero feminino, devido a obstáculos próprios 
do campo de trabalho que dificultama sua presença, como também as barreiras no que tange 
os aspectos socioculturais, como a discriminação do gênero numa área predominantemente 
masculina. 
Carreira, Ajamil e Moreira (2001, apud GOMES, 2005) discutem o fato que apesar 
das mulheres estarem incluídas no mercado, elas ainda enfrentam obstáculos para se 
manterem nas organizações, alguns dos pontos citados estão: salários menores, dupla jornada 
de trabalho, deficiência nas políticas sociais, menor chance de capacitação e, falta de voz em 
tomadas de decisões. 
Soares (2001) aponta, também, outras duas propostas para esclarecer a falta da 
participação feminina nas áreas de C&T no âmbito acadêmico. A primeira seria a questão 
biológica, já contestada pela comunidade científica; a segunda seria voltada para as 
características da sociedade na comunidade que estão inseridas, que geram as próprias 
dificuldades existentes na carreira das mulheres. 
 
3.2 SALÁRIOS DIFERENTES, CARGOS IGUAIS 
 
Este tópico se baseia em trechos do trabalho de Marilane Oliveira Teixeira (2008). 
No final do século XVIII e início do século XIX, começaram os primeiros debates sobre a 
37 
 
 
desigualdade salarial entre homens e mulheres, este foi um período de transição e 
reestruturação do cenário social, ligado ao processo de industrialização. 
Neste período, mulheres que trabalhassem por dinheiro era malvistas, sendo 
considerado prejudicial, só poderiam ter este direito, aquelas que exercessem atividades de 
caridade ou em casa. 
Durante esse período, o salário de mulheres solteiras era equivalente para o sustento 
delas e nada a mais que isso, este era o consenso da época, não era admitido, que mulheres 
recebessem salários superiores ao seu sustento. Já, para um homem, o mínimo aceitável, é 
sempre acima disso, porque, para o consenso da época, o salário do homem precisa ser 
suficiente para sustentar a si, uma mulher e filhos. 
Para as mulheres de classe baixa, isso não era aplicado, visto que os empregos que 
conseguiam e os níveis salariais não permitiam algum poder social, tampouco, econômico. 
Como conclusão sobre o pensamento da época, pode-se observar que os homens não têm 
problemas quanto a mulher trabalhar, mas sim em receberem salários. 
Diferente do mercado de serviços e de produtos, no mercado de trabalho, o salário, 
que é o preço do trabalho, busca diferenças que ocorrem de pessoa para pe ssoa, de f unção 
para função, de região para região e de país para país. Essas e várias outras questões têm 
influência para determinar o salário de alguém, sendo a discriminação e o preconceito fatores 
determinantes inerentes às desigualdades salariais. Outras questões que influenciam os 
salários são as influências culturais, institucionais e sociais, e, não menos importante, a oferta 
de força de trabalho. 
Segundo a Revelo, empresas estão começando a abrir as portas para mulheres, mas o 
números ainda são baixos. 
 
[...] o número de convites a mulheres para vagas nessas profissões cresceu de 
12% em 2017 para 17% em 2019. Já a diferença de remuneração oferecida 
para homens e mulheres era de 22,4% e passou para 23,4 nesses mesmos 
anos. Em números, a média da proposta de salário às mulheres em 2019 foi 
de R$ 5.531, enquanto a para homens foi de R$ 6.829 (REVELO, 2020). 
 
Este estudo mostra que as mulheres por se sentirem mais críticas consigo mesmas, e 
se sentirem mais questionadas por suas habilidades e capacidades acabam exigindo menos na 
pretensão salarial. Pode haver variações nos dados de acordo com o setor, por exemplo, em 
38 
 
 
marketing digital onde elas representam 54% dos cargos, é a área de menor diferença de 
pretensão salarial: 10%. Em TI, onde são apenas 5%, a diferença é de 19%. Mas gestão de 
negócios, com representação feminina de 30%, tem a maior distinção: 28%. (REVELO, 
2020.) 
Mesmo em áreas onde mulheres são maioria, como o marketing digital, os cargos de 
liderança ainda são em grande maioria ocupados por homens, 57%. Em TI e desenvolvimento 
essa diferença é ainda mais expressiva, num ambiente onde há apenas 13% e 11% de 
mulheres, os homens ocupam cerca de 92% das posições de chefia. 
Aos poucos as mulheres estão se posicionando mais claramente em relação ao valor 
do seu trabalho. Em 2017, aceitavam mais propostas abaixo de sua pretensão salarial, 64%, 
enquanto a porcentagem de homens que aceitava era 54%, mas finalmente em 2019 ambos se 
igualaram em 54%. 
 
39 
 
 
4 METODOLOGIA 
 
Conforme Gil (2010), uma pesquisa é desenvolvida com a utilização de métodos, 
técnicas e outros procedimentos científicos. Sendo assim, deve-se considerar sua tipologia e 
as diversas fases percorridas para que os resultados sejam obtidos. Portanto, este ca pítulo 
pretende descrever como aconteceu a pesquisa neste TCC. 
Para tanto, inicialmente, apresenta-se a Figura 3, em que consta o delineamento geral 
da pesquisa deste trabalho. 
. 
40 
 
 
Figura 3 - Delineamento da pesquisa
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
41 
 
 
4.1 TIPOS DE PESQUISA 
 
Pronadov e Freitas (2013) mostram que a realização de pesquisas é primordial para 
resolver problemas e dúvidas, através da utilização de métodos científicos. Além disso, há 
vários pontos de investigação que necessitam de respostas e esclarecimentos; por isso, é 
importante buscar informações. 
Especificamente, neste TCC, a pesquisa apresenta caráter exploratório e descritivo 
tendo por objetivo analisar a percepção das mulheres, que estão trabalhando no mercado de 
TIC e, dentre os fatores levantados estão o motivo para estarem nesta área e dificuldades 
enfrentadas. 
A pesquisa exploratória tem por objetivo aproximar o pesquisador do fenômeno que 
está sendo estudado, trazendo maior familiaridade (GIL, 2010); e, portanto, propriedade para 
que ele discuta os assuntos abordados e os resultados obtidos. 
Também se trata de uma pesquisa descritiva, pois busca descrever a situação em 
estudo, a relação entre os fenômenos (GIL, 2010). 
Inicialmente, para o desenvolvimento deste TCC, foi conduzida pesquisa 
exploratória com o objetivo de que a pesquisadora (autora deste TCC), pudesse se familiarizar 
com o problema em estudo e assim, tomar conhecimento das palavras-chave e assuntos mais 
abordados pelos autores para condução da pesquisa bibliográfica mais abrangente (coleta de 
dados secundários), a qual objetivo fornecer o embasamento teórico do trabalho bem como da 
construção e/ou adaptação do questionário a ser utilizado para a pesquisa de campo deste 
TCC (coleta de dados primários), junto as mulheres do mercado de TIC. 
Neste caso, a pesquisa descritiva busca compreender a relação entre mulheres no 
mercado de trabalho e na vida academia, como realidade atual de muitas trabalhadoras no 
Brasil e no mundo, abordando os desafios, oportunidades, vantagens e desvantagens segmento 
de trabalho. 
Em relação à classificação da pesquisa, quanto ao tratamento dos dados, há a 
pesquisa qualitativa e a quantitativa. 
Conforme Prodanov e Freitas (2013), a pesquisa quantitativa compreende tudo aquilo 
que é quantificável e, portanto, requer a utilização de recursos e técnicas estatísticas. Já, na 
pesquisa qualitativa, o pesquisador mantém contato direto com o objeto de estudo e o 
ambiente, o que requer um trabalho de campo mais intensivo. 
42 
 
 
Neste TCC, há a abordagem qualitativa em menor grau, pois foram buscadas pessoas 
de referência para entendimento inicial deste tema, tendo contato com trabalhadoras, passíveis 
de responderem a pesquisa, a ser aplicada via questionário. 
Contudo, é predominantemente de caráter quantitativo, já que a pesquisa de campo 
(dados primários) e os resultados obtidos são apresentados na forma de percentuais e gráficos. 
Porém, apesar desta nuance quantitativa, destaca-se que se trata de uma amostragem 
não-probabilística, por conveniência, em que a seleção dos sujeitos da população, para 
compora amostra, não teve a pretensão de ser representativa. Ou seja, a partir dos resultados 
obtidos nesta pesquisa não se pode fazer inferências para o universo (população), que seriam 
as mulheres deste segmento. 
Em parte, a amostra não probabilística, vai do julgamento do pesquisador, neste caso, 
decidida pela disponibilidade em responder o questionário (MATTAR, 1996). Afinal, foi feita 
uma survey, em que se enviou um convite por aplicativo de mensagens, para alguns contatos 
da rede de relacionamento da pesquisadora e sua professora orientadora. 
Outra forma de classificar a pesquisa é quanto aos dados secundários e dados 
primários que utiliza. Dessa forma, utilizou-se de fontes de dados primários e secundários. 
Os dados secundários são aqueles que já foram elaborados por outros autores e 
portanto, estão disponíveis para consulta de conceitos, tipologias, características do tema que 
se está estudando, constituindo-se na fundamentação teórica do trabalho (GIL, 2010). 
Já, os dados primários são obtidos a partir da pesquisa ou estudo de campo; ou seja, 
são de “primeira mão” e, neste TCC foram obtidos via aplicação de questionário (GIL, 2010). 
É também caracterizado como um estudo de campo, pois procurou, via a aplicação de um 
questionário junto as mulheres da área de TIC (Apêndice A), disponibilizado pela ferramenta 
google forms, na plataforma online, permitindo flexibilidade e conforto ao respondente, já que 
é possível responder conforme sua disponibilidade. 
 
43 
 
 
4.2 ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS 
 
Destaca-se que a pesquisa de campo envolveu um tipo de instrumento de coleta de 
dados: o questionário junto às colaboradoras de empresas de TICs. 
 
4.2.1 Questionário da Pesquisa 
 
Para a elaboração do questionário de pesquisa, além da fundamentação teórica 
realizada acerca da inclusão das mulheres no mercado de trabalho de TIC, realizo u-se uma 
busca exploratória no repositório institucional da Universidade Federal de Santa Catarina 
(UFSC), local de estudo da pesquisadora, com o intuito de identificar trabalhos já realizados 
com assunto semelhante ao desta pesquisa e que contivessem questionários, envolvendo a 
temática desigualdade da mulher no mercado de TIC, como meio de coleta de dados. 
A busca no repositório institucional da UFSC ocorreu em julho de 2021, com os 
seguintes descritores: "gênero" AND "tecnologia* da informação" AND "trabalho" AND 
"mulher*" AND "profissão". Filtrou-se, assim, os registros que contivessem esses quatro 
descritores em seu título, obtendo-se 383 resultados. E, a partir da análise destes títulos, 
restaram 7 registros relacionados ao tema deste TCC, os quais são apresentados no quadro 1. 
 
Quadro 1 - Levantamento exploratório no repositório institucional da UFSC. 
Título Autor Ano TIPO Possui 
Questionário? 
Gênero E Trabalho: Uma 
Análise Dos Impactos Da 
Pandemia Da Covid-19 Na 
Vida Profissional De 
Homens E Mulheres 
Iasmin Da 
Costa 
Figueiredo 
2021 TCC Não 
Gênero E Mercado De 
Trabalho: Uma Análise Do 
Brasil 
Ana Liria 
Souza Wagner 
2019 TCC Sim 
Ux Design, Gênero E 
Tecnologia 
Desirée 
Sant’anna 
Maestri 
2019 Dissertação Sim 
Aplicando Ciência De 
Dados Para Análise Do 
Perfil Dos Alunos Em 
Joice Preuss 
Cardoso 
2019 TCC Não 
44 
 
 
Cursos De Tecnologia Da 
Ufsc 
A Influência Do Gênero 
Sobre A Trajetória 
Profissional De Mulheres 
Trabalhadoras No Setor 
Tecnologia Da Informação: 
Um Relato A Partir De 
Suas Histórias De Vida 
 
Daiani 
Fagundes 
2017 TCC Sim 
Um Estudo Sobre Gênero 
E Escolha Profissional 
Entre Estudantes Do 
Instituto Federal De Santa 
Catarina 
 Milena De 
Mesquita 
Brandão 
2016 TCC Não 
Desigualdades Salariais 
No Mercado De Trabalho 
Do Brasil: Enfoque Nos 
Gêneros E Nas Raças 
Ewerson 
Carlos Da 
Silva 
2007 TCC Não 
Só Tem Homem, Pera Né, 
Eu Também Quero Entrar 
Nesse Lugar.” Reflexões 
Sobre A Inserção De 
Mulheres No Segmento De 
Vigilância Patrimonial 
Privada. 
Maria 
Fernanda 
Diogo 
2016 TCC Não 
GÊNERO EM AÇÃO: 
Rompendo o Teto de 
Vidro? (Novos Contextos 
da Tecnociência) 
Cristina 
Tavares da 
Costa Rocha 
2006 Tese Sim 
Ascensão Profissional De 
Executivas Em Empresas 
Baseadas No 
Conhecimento 
Louise de Lira 
Roedel 
Botelho 
2008 Dissertação Sim 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Os estudos estão listados do mais atual para o mais antigo, de acordo com a data de 
publicação. Dos 10 trabalhos descritos no quadro 1, observa-se que todos tratam da mulher no 
mercado de trabalho sob diferentes aspectos, abordando: acesso ao mercado de tr abalho por 
esse gênero, processos de contratação e capacitação, questões de adequações e convivência no 
ambiente de trabalho. 
 
45 
 
 
4.2.2 Questionário junto às colaboradoras de empresas de TIC 
 
Em Diogo (2012) e Carreira, Ajamil e Moreira (2001, apud GOMES, 2005), foi 
possível se basear, para elaboração das questões relacionadas ao perfil das mulheres no 
segmento de TIC, em dados relacionados a empresas e universidades, em que essas estão 
inseridas. 
 
Quadro 2 - Questões baseadas a partir de referencial teórico e pela própria autora deste TCC. 
Num. Questão Autora (2021) Questão Diogo (2012) Questão Carreira, Ajamil 
e Moreira (2001, apud 
GOMES, 2005) 
1 Qual o seu sexo biológico? 
2 Qual sua faixa de idade? Qual a sua idade? 
3 Qual sua cor ou 
raça/etnia? 
 
4 Qual sua formação 
profissional? 
Qual sua formação 
escolar? Você estuda? 
 
5 Atualmente, sou: Você trabalha? Em 
que? 
 
6 Qual o segmento da 
empresa que você atua? 
Você trabalha? Em 
que? 
 
7 Você tem dupla jornada de 
trabalho? (filhos, cuidados 
com a casa etc.) 
Você tem filhos? 
Quantos filhos você 
tem? Qual a idade 
deles? 
 
8 Você tem percebido 
alguma mudança na 
inclusão de mulheres no 
mercado de trabalho de 
TI? 
Você percebe alguma 
mudança no perfil das 
vagas de vigilantes? 
Quais? 
 
9 Atualmente, você se sente 
segura em relação ao seu 
trabalho e direitos como 
mulher? 
Como é a sua relação 
com a empresa na qual 
você trabalha 
(contratante)? 
 
10 Você se sente acolhida no 
ambiente de trabalho? 
Qual a receptividade 
das empresas 
contratantes à força de 
trabalho 
feminina? 
 
11 Você sente que tem voz 
ativa no seu ambiente de 
trabalho? 
 [...] elas ainda enfrentam 
obstáculos para se 
manterem nas 
organizações, alguns dos 
pontos citados estão: [...] 
falta de voz em tomadas 
de decisões. 
12 Já duvidaram ou anularam 
46 
 
 
sua ideia durante alguma 
reunião ou conversa, 
simplesmente por ser 
mulher? 
13 Você considera que se 
esforça muito mais que 
seus colegas para se 
manter onde está? 
Você sentiu alguma 
dificuldade no exercício 
profissional relacionada 
ao fato de ser mulher? 
Qual? 
 
14 Você se sente menos 
motivada por saber que, 
mesmo tendo a mesma 
formação ou ainda, tendo 
formação superior à de um 
homem, ainda ganhe 
menos? 
 [...] elas ainda enfrentam 
obstáculos para se 
manterem nas 
organizações, alguns dos 
pontos citados estão: 
salários menores[...] 
15 Durante o período 
universitário, você se 
sentiu acolhida? 
Qual seu trabalho 
atual? Como você se 
sente em relação a 
ele? 
 
16 Já fizeram piadas ou 
comentários maldosos 
sobre você, por conta da 
sua escolha de carreira? 
 [...]como também as 
barreiras no que tange os 
aspectos socioculturais, 
como a discriminação do 
gênero numa área 
predominantemente 
masculina. 
17 Você se sente/sentia 
intimidada com a 
quantidade de colegas do 
sexo oposto no seu 
ambiente de trabalho? 
 [...]como também as 
barreiras no que tange os 
aspectos socioculturais, 
como a discriminação do 
gênero numa área 
predominantemente 
masculina. 
18 Você se sente/sentia 
intimidada com a 
quantidade de colegas do 
sexo oposto na 
universidade? 
 [...]como também as 
barreiras no que tange os 
aspectos socioculturais, 
como a discriminação do 
gênero numa área 
predominantemente 
masculina. 
19 Você jáse sentiu oprimida 
em algum momento por 
colegas na universidade ou 
no trabalho, apenas por ser 
mulher? 
 [...]como também as 
barreiras no que tange os 
aspectos socioculturais, 
como a discriminação do 
gênero numa área 
predominantemente 
masculina. 
20 Você sente a falta de 
representatividade 
feminina no segmento em 
que atua? 
 [...]como também as 
barreiras no que tange os 
aspectos socioculturais, 
como a discriminação do 
47 
 
 
gênero numa área 
predominantemente 
masculina. 
21 A sua família apoiou sua 
decisão de carreira? 
O que sua família e 
seus amigos acharam 
desta escolha que você 
fez? 
 
22 Se você pudesse, o que 
mudaria no seu ambiente 
de trabalho ou 
universidade? (Ex: 
contratação de mais 
mulheres para a área, 
campanhas para mulheres 
ingressarem em cursos de 
TI etc.) 
Mais alguma coisa a 
acrescentar que não 
tenha sido perguntada? 
 
23 O que te motiva a trabalhar 
nesta área? 
O que você acha da 
profissão de vigilante? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Assim sendo, o trabalho de Diogo (2012) e Carreira, Ajamil e Moreira (2001, apud 
GOMES, 2005), foram as duas bases de referência para a elaboração do questionário para a 
pesquisa deste TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). 
Após a leitura de trabalhos e artigos que abordavam o tema da mulher no mercado de 
trabalho de TIC, a autora deste TCC pôde elaborar um esboço inicial do questionário, para em 
seguida, em conjunto com a professora orientadora e um especialista, aprimorar e consolidar a 
versão final do questionário da pesquisa, disponibilizada no Google Forms (Apêndice A). 
O objetivo do questionário elaborado foi coletar informações acerca das mulheres em 
empresas da área de TIC e os diferentes cenários em que se encontram. Sendo assim, o 
público-alvo foram as profissionais nas empresas de TIC ou estudantes de cursos deste 
segmento. Quanto à estrutura do questionário, este foi dividido em 3 blocos, conforme 
explicado a seguir. 
O primeiro bloco (Figura 4), consiste em coletar as informações dos perfis de cada 
respondente. 
O segundo bloco (Figura 5) focou em questões sobre a empresa em que as 
respondentes atuam, e o mercado de TIC. 
O terceiro bloco (Figura 6), aborda a jornada de trabalho das entrevistadas durante a 
universidade. 
48 
 
 
O quarto e último bloco (Figura 7), trata de duas questões abertas para coletar dados 
de possíveis mudanças em empresas e universidades no sentido de atrair mais mulheres para 
as áreas de STEM, e, entender o que as mantém neste mercado. 
Destaca-se que, optou-se por não solicitar informações de identificação das 
respondentes, visto que o questionário tem perguntas de cunho pessoal e sobre a empresa 
onde estas atuam, o que poderia levar a uma situação de constrangimento ou ainda, 
intimidação. 
 
Figura 4 - Primeiro bloco do questionário da pesquisa 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
49 
 
 
Figura 5 - Segundo bloco do questionário da pesquisa
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
No segundo bloco buscou-se informações a respeito de como as respondestes se 
sentem em relação as empresas que atuam, deixando em aberto nas questões 8, 9 e 14, para 
aquelas que tenham a necessidade de relatar algo diferente do proposto na questão. 
 
Figura 6 - Terceiro bloco do questionário da pesquisa 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
O terceiro bloco, busca coletar dados sobre a vida universitária feminina nos cursos 
de STEM, com exceção da questão 21, que se trata da opinião familiar das respondes. 
50 
 
 
Figura 7 - Quarto bloco do questionário da pesquisa
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
51 
 
 
4.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Esta seção apresenta os resultados obtidos por meio da aplicação do questionário 
(Apêndice A) utilizado nesta pesquisa. 
Este questionário foi disponibilizado via Google Forms, de forma online, no período 
de 2 a 12 de setembro de 2021 e teve por objetivo coletar informações de como mulheres se 
sentem e quais os desafios que passam por estarem inseridas no mercado de trabalho de 
empresas do segmento de TIC. 
Assim, obteve-se 70 respostas durante o período em que o questionário estava 
disponível, e todas foram válidas. Para considerar uma resposta como sendo válida foi 
utilizado o sexo biológico da respondente. 
A seguir, a análise do questionário por blocos, como já citado. 
 
4.4 INFORMAÇÕES DAS RESPONDENTES 
 
As informações das respondentes fazem parte do primeiro bloco do questionário e, 
na Figura 8, observa-se que a grande maioria das mulheres está entre as faixas etárias de 18 a 
45 anos, 7,1% entre 46-55 e 2,9% acima de 55 anos, que ainda estão em atividade no 
mercado. 
 
52 
 
 
Figura 8 - Qual sua faixa de idade?
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
De acordo com a Figura 9, observa-se que a maioria das respondes é de cor branca, 
seguida pela cor parda, sendo apenas 5,7% delas de cor preta e 1,4% de cor amarela; não 
houve nenhuma respondente indígena. 
 
Figura 9 - Qual sua cor, raça ou etnia? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
53 
 
 
Na Figura 10, tratou-se da escolaridade das respondes, em que pode-se notar que 
quase todas completaram, pelo menos, o ensino superior. Apenas, 1,4% ainda não ingressou 
na universidade e 21,4%, estão cursando o ensino superior. 
 
Figura 10 - Qual sua formação profissional? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
De acordo com a Figura 11, se pensarmos que, como mostrado na questão anterior, 
pelo menos 41,4% das respondes já tem ensino superior completo e 28,6% já possuem pós-
graduação completa, se tem, pelo menos, 70% delas com formação para atuar em cargos de 
gerência e liderança, facilmente, mas, a partir do gráfico abaixo, podemos ver que 64,3% das 
respondes ocupam cargos de analista e desenvolvimento e apenas 7,1% mulheres ocupam 
cargo de gerência e 1,4% ocupam cargo de líder de setor. 
 
 
54 
 
 
Figura 11 - Atualmente, sou:
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
As Figuras 12, 13, 14 e 15 tratam da coleta de dados sobre o segmento das empresas 
das respondentes. 
 
Figura 12 - Qual o segmento da empresa que você atua? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
55 
 
 
O segmento onde elas se concentram é o de serviços, como observa-se a partir da 
Figura 12, com 87,1% das respostas. 
 
Figura 13 - Comercio 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Figura 14 - Industria 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
56 
 
 
Figura 15 - Serviço
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
E, das 87,1% das respostas de mulheres que atuam no segmento de serviço, 77% 
delas está na área das TICs. 
A Figura 16 mostra o percentual de mulheres que enfrentam a dupla jornada de 
trabalho, englobando não apenas cuidados com filhos, mas afazeres domésticos e outros tipos 
de trabalho. 
Assim, observa-se que a quantidade de mulheres que enfrenta a dupla jornada de 
trabalho é muito superior comparado com aquelas que não enfrentam, sendo 77,1% delas 
respondendo como “Sim” para a questão, e, apenas 22,9% responderam negativamente. 
 
57 
 
 
Figura 16 - Você tem dupla jornada de trabalho? (filhos, cuidados com a casa etc.)
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
4.5 MERCADO E AMBIENTE DE TRABALHO 
 
O segundo bloco do questionário trata-se das informações do mercado de trabalho e a 
empresa onde cada respondente está inserida. Na Figura 17, ao serem questionadas se notaram 
alguma mudança a favor da inclusão no mercado em que estão inseridas, 84,3% delas 
responderam que sim, estão notando mudanças, o que significa que o mercado de trabalho de 
TIC, realmente está buscando incluir mais mulheres. Ainda assim, pode-se levantar o 
questionamento sobre o porquê elas ainda não estão ocupando cargos de liderança, gerencia e 
diretoria tão expressivamente quanto os homens. 
 
58 
 
 
Figura 17 - Você tem percebido alguma mudança na inclusão de mulheres no mercadode 
trabalho de TI?
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
As Figuras 18 e 19 tratam de como elas se sentem em relação a segurança e 
acolhimento no ambiente de trabalho. 
 
Figura 18 - Atualmente, você se sente segura em relação ao seu trabalho e direitos como 
mulher? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
59 
 
 
A grande maioria se sente plenamente segura em relação ao trabalho e direitos como 
mulher; contudo, 25,7% das entrevistadas não se sentem seguras. Como é de conhecimento 
geral, existem muitas variáveis para tornar o ambiente de trabalho hostil. Na Figura 19, 
observa-se que das 70 respondes, 87,1% são bem-vindas no trabalho, tanto por colegas quanto 
por superiores, mas, infelizmente, 5,7% delas não são acolhidas pelos colegas e 2,9% por seus 
superiores. 
Com esses dois últimos dados pode-se observar dois cenários desagradáveis para s e 
trabalhar, levando em conta que ninguém gosta de ser mal-recebido em um ambiente onde vai 
passar maior parte do dia. 
 
Figura 19 - Você se sente acolhida no seu ambiente de trabalho? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Quando questionadas se sentem que tem voz ativa no trabalho, 20% das respondentes 
disseram que não. Em contrapartida 75,7% disseram que sim e 4,3% não souberam opinar, 
como mostra a Figura 20 a seguir. 
 
60 
 
 
Figura 20 - Você sente que tem voz ativa no seu ambiente de trabalho?
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Na Figura 21, 55,7% mulheres disseram que nunca duvidaram ou tiveram suas ideias 
anuladas pelo fato de ser mulher. Já, 38,6% das respondentes, disseram o contrário, que sim, 
já passaram por algum tipo de situação dessas, e, 5,7% dessas não souberam opinar. 
 
Figura 21 - Já duvidaram ou anularam sua ideia durante alguma reunião ou conversa, 
simplesmente por ser mulher? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
61 
 
 
Na Figura 22, observa-se que a maioria das mulheres sente que precisa se esforçar 
muito mais que alguém do sexo oposto para se manter onde está. (57,1%) 
 
Figura 22 - Você considera que se esforça muito mais que seus colegas para se manter onde 
está? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Na Figura 23, as respondentes foram questionadas quanto ao seu sentimento em 
relação à remuneração. Dentre as respondentes, 58,6% delas afirmam estar menos motivadas, 
24,3% disseram que não, mas entre as 10% da categoria “Outros”, duas delas afirmaram que 
não aceitam ganhar menos que um homem na mesma posição. 
 
62 
 
 
Figura 23 - Você se sente menos motivada por saber que, mesmo tendo a mesma formação ou 
ainda, tendo formação superior a de um homem, ainda ganhe menos?
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Na Figura 24, os dados coletados se referem ao sentimento da minoria, intimidação, 
em relação a quantidade de pessoas do sexo oposto no segmento onde as respondentes atuam, 
34,3% das mulheres que participaram da pesquisa, disseram que “Sim”, se sentem 
intimidadas. 
 
Figura 24 - Você se sente/sentia intimidada com a quantidade de colegas do sexo oposto no 
seu ambiente de trabalho? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
63 
 
 
4.6 AMBIENTE ACADÊMICO 
 
Neste bloco, as perguntas do questionário são voltadas para a jornada na universidade. 
A questão 15, que se encontra na Figura 25, aborda o assunto acolhimento pelos professores e 
colegas de turma, o dado que chama atenção desta questão são as 5,7% mulheres que 
assinalaram a opção onde não foram acolhidas pelos professores, NEM por seus colegas, isso 
quer dizer que 5,7% das 70 respondentes tiveram uma fase acadêmica solitária, e, 
consequentemente, mais difícil do que aqueles ao seu redor. 
 
Figura 25 - Durante o período universitário, você se sentiu acolhida 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
A questão 16, não diz respeito exclusivamente à universidade, mas por conhecimento 
da autora deste trabalho, as piadas de mal gosto, que nada mais é do que o próprio bullying 
disfarçado de piada, que vem, majoritariamente do ambiente universitário. A Figura 26, a 
seguir, mostra os dados coletados, em que percebe-se que pouco mais da metade das mulheres 
que responderam à pesquisa, já passaram por situação desse tipo, apenas pelo motivo de 
serem mulheres. 
 
64 
 
 
Figura 26 - Já fizeram piadas ou comentários maldosos sobre você, por conta da sua escolha 
de carreira?
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Para a próxima questão, foi perguntado se as respondentes se sentiam intimidadas 
com a quantidade de homens nos cursos em que estavam, e, 40%, disseram que “Sim”, 
enquanto 60% responderam o contrário, como mostra a Figura 27. 
 
Figura 27 - Você se sente/sentia intimidada com a quantidade de colegas do sexo oposto na 
universidade? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
65 
 
 
Na questão 19, representada pela Figura 28, 57,1% mulheres responderam que se 
sentem ou já se sentiram oprimidas na universidade ou no próprio trabalho, simplesmente por 
serem mulheres, este número é mais da metade das entrevistadas. 
 
Figura 28 - Você já se sentiu oprimida em algum momento por colegas na universidade ou no 
trabalho, apenas por ser mulher? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Ao serem questionadas sobre a falta de representatividade de mulheres nas áreas de 
TICs (Figura 29), impressionantemente 32,9% das entrevistadas afirmaram não sentir falta 
desta representatividade, mas a maioria das mulheres sente falta, (64,3%). 
66 
 
 
Figura 29 - Você sente a falta de representatividade feminina no segmento em que atua?
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Conforme a Figura 30, a maioria das respondentes tem o apoio da f amília, o que é 
algo muito importante para qualquer pessoa, mas principalmente, ao entrar em um mundo 
predominantemente masculino. Infelizmente, 2,9% das respondentes ainda não adquiriram o 
apoio familiar. 
 
 
67 
 
 
Figura 30 - A sua família apoiou sua decisão de carreira? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
Na Figura 31 se encontram as sugestões de melhoria no ambiente universitário e/ou 
de trabalho. 
 
Figura 31 - Se você pudesse, o que mudaria no seu ambiente de trabalho ou universidade? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
De todas as respostas, as mais sugeridas foram campanhas em colégios para meninas 
ingressarem na área de STEM, contratação de mais mulheres para o mercado de TIC, cargos 
de liderança e igualdade salarial. 
68 
 
 
Algumas respostas interessantes sugerem o incentivo do conhecimento das profissões 
desde a infância, desmistificando este mercado como masculino. 
Outra sugestão, que chama atenção é para campanhas de conscientização masculina. 
Ou seja, não se faz necessário apenas trazer mulheres para compor o mercado de TI, mas 
também, preparar os homens para tal cenário, uma vez que de nada adiantará uma igualdade 
de mercado, se o ambiente permanecer hostil e as oportunidades continuarem sendo desiguais. 
A Figura 32, representa porque as respondentes atuam neste mercado, apesar de 
todos os desafios impostos. É importante observar que apesar de demandar um esforço diário, 
emocional, e até físico, muitas mulheres amam a tecnologia e estão nesta área por paixão, 
independentemente de como a sociedade irá julgá-las, ou o quão difícil este mercado pode ser. 
 
Figura 32 - O que te motiva a trabalhar nesta área? 
 
Fonte: elaborado pela autora (2021) 
 
 
69 
 
 
5 CONCLUSÃO 
 
Esta pesquisa, no caráter de um trabalho de conclusão de curso, teve como questão 
norteadora: Quais são as perspectivas das mulheres inseridas no setor de tecnologia da 
informação e comunicação? Buscando compreender as diferenças de gênero no campo de 
trabalho de TIC. Neste último capítulo, apresentar-se-ão as conclusões finais da autora 
referente ao objetivo geral e específicos, além de sugestões de possíveis trabalhos futuros, 
relacionados à pesquisa. 
O objetivo desta pesquisafoi trazer maiores contribuições tanto para a academia 
quanto para os profissionais da área de TIC, no que se refere à questão de gênero neste 
segmento, lançando oportunidades para pesquisas futuras. 
Entende-se que os objetivos propostos neste trabalho foram alcançados por 
intermédio da revisão da literatura e da pesquisa de campo. Ou seja, o objetivo geral: Analisar 
a participação das mulheres no segmento de TIC e formular uma visão crítica do cenário 
atual, destacando pontos em que a mulher, como profissional, pode ser desvalorizada quando 
comparada aos homens; foi alcançado tendo sido demonstrado, via análise do questionário, a 
baixa participação das mulheres no segmento de TI, ainda dominado pelos homens. As 
mulheres respondentes destacaram que, no geral, que se sentem menos motivadas por 
saberem recebem menores salários, que já sofreram algum tipo de bullying ou assédio em 
ambiente de trabalho ou universitário, os quais foram confirmados pela literatura, apresentada 
na fundamentação teórica neste TCC. 
Em relação aos objetivos específicos: Realizar levantamento de literatura sobre as 
definições centrais e temáticas, relacionadas ao desenvolvimento do TCC; bem como, 
verificar na literatura, instrumentos de coleta de dados que possam ser utilizados/adaptados 
para este trabalho – os mesmos foram alcançados, tendo sido demonstrados tanto o tema de 
gênero, quanto temáticas correlatas, e, ainda, instrumentos de coleta de dados foram 
identificados tendo sido considerados na composição do questionário aplicado neste TCC. 
Quanto ao objetivo específico: Analisar a percepção das colaboradoras que 
trabalham em empresas de TIC, por meio de aplicação de questionário; o mesmo foi atingido 
aplicando-se o questionário em larga escala, tendo sido feitas sugestões para trabalhos futuros. 
Para tanto, foi feita uma revisão da literatura sobre a temática e estudo de campo por 
meio da aplicação de um questionário junto a mulheres atuantes em empresas de TIC. Desta 
70 
 
 
forma, foi possível perceber que a questão de gênero deve ser melhor abordada em estudos 
futuros, com oportunidades para levantamentos em temáticas correlatas com gênero: inclusão, 
assédio moral no trabalho, bullying, dentre outros, nos ambientes de TIC, de forma mais 
ampla e incluindo outras variáveis. 
Por meio do estudo de campo foi possível observar a relevância de se incentivar 
meninas e mulheres em fase de aprendizagem a procurar o caminho da tecnologia, de modo a 
aumentar a representatividade feminina no ensino superior, nos cursos STEM e, 
consequentemente, no campo de trabalho. Para isso, é de extrema importância que haja uma 
ação conjunta entre sociedade, governo e empresas para mostrar que é possível se ter 
mulheres seguindo carreira na área tecnológica, seja programando, analisando ou 
gerenciando. 
 
71 
 
 
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75 
 
 
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO JUNTO AS MULHERES DO TIC 
76 
 
 
77 
 
 
78 
 
 
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86

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