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AULA 01 Sistema financeiro

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SISTEMA FINANCEIRO 
DIGITAL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Pollyanna Gondin 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula trataremos dos principais mercados, instituições e normas que 
formam o sistema financeiro. Iniciaremos pelos conceitos básicos, tais como 
poupança, moeda, ativos financeiros, meios de pagamento, entre outros que irão 
auxiliá-lo(a) na compreensão básica acerca do sistema financeiro. 
Na sequência, abordaremos os mercados monetário e de crédito, com 
ênfase nos títulos públicos, sua função, características e os principais tipos 
existentes. Mercado de capitais e mercado cambial também serão temas 
tratados nesta aula, pois veremos a importância que cada um desempenha na 
esfera econômica. 
Outros temas abordados serão os juros, derivativos e bolsa de valores. 
Vamos compreender os juros enquanto elementos determinantes na tomada de 
decisão do agente econômico e veremos que a bolsa de valores é um campo 
enorme de descobertas, no qual ocorrem as negociações de valores mobiliários. 
Por fim, após dominar todos esses conceitos, você estará pronto(a) para 
entender como está estruturado o sistema financeiro nacional, conhecendo os 
agentes normativos, supervisores e operadores que promovem a intermediação 
financeira entre os credores e tomadores de recursos. 
Bons estudos! 
CONTEXTUALIZANDO 
Mercado de capitais é constituído de um conjunto de instrumentos, 
instituições e agentes econômicos, cuja missão é mobilizar recursos 
de poupança financeira de pessoas físicas, empresas e outras 
unidades econômicas que têm excedentes financeiros; e promover sua 
alocação eficiente para financiar a produção, a comercialização, o 
investimento das empresas e o consumo das famílias. 
Do ponto de vista legal, o mercado de capitais no Brasil é o mercado 
de títulos e valores mobiliários emitidos pelas empresas e regulado 
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Não fazem parte desse 
mercado os títulos da dívida pública e os títulos de dívida emitidos por 
instituições financeiras, com exceção das debêntures [...] 
Desde o ano 2000, foram realizados importantes avanços institucionais 
do mercado de capitais brasileiro, e sua regulação hoje é considerada 
de boa qualidade e a melhor entre as economias emergentes. Nesse 
período foram criados mediante regulamentação da CVM vários 
instrumentos e veículos do mercado de capitais aperfeiçoando 
mecanismos e normas voltados para proteção ao investidor e para a 
garantia de condições competitivas no mercado. (CODEMEC RJ, 
2016) 
Ao iniciar os estudos sobre sistema financeiro, você deve estar se 
questionando: qual o campo de aplicação desse conteúdo? Qual sua utilidade 
 
 
3 
prática? Bem, o campo de aplicação é vasto, pois o sistema financeiro possui 
uma série de instituições, mercados, normas e regras que regem as operações 
dos agentes econômicos. Mas que tipos de operações? 
 Enquanto empreendedor, você pode realizar um financiamento para abrir 
o próprio negócio; 
 Se a sua empresa já for bem-sucedida, você pode abrir o capital a fim de 
adquirir recursos com novos investidores que se tornarão sócios; 
 Se você não possui empresa, mas detém algum valor em poupança, pode 
se tornar um investidor ou sócio de outras empresas, adquirindo ações 
por meio da bolsa de valores; ou também pode “emprestar” dinheiro ao 
governo, por meio da compra de títulos da dívida pública. 
Essas são apenas algumas operações realizadas no mercado financeiro. 
A seguir, conheceremos melhor cada uma delas, entre tantas outras, bem como 
os mercados e órgãos competentes que as mediam, executam e regulamentam. 
TEMA 1 – CONCEITOS BÁSICOS, BALANÇO DAS INSTITUIÇÕES E FUNÇÕES 
DO SISTEMA FINANCEIRO 
Você já se perguntou em que consiste o sistema financeiro? Tendo em 
vista sua relevância para o sistema econômico, aprofundaremos aqui alguns 
conceitos a fim de conhecer melhor a sua função, bem como os principais 
instrumentos e instituições que o compõem. 
Em linhas gerais, sistema financeiro corresponde a um conjunto de 
instituições que se dedicam ao trabalho de propiciar condições satisfatórias para 
a manutenção de um fluxo de recursos entre poupadores e investidores. Já o 
mercado financeiro é o meio em que se processam essas transações permitindo 
que um agente econômico qualquer, sem perspectiva de aplicação em algum 
empreendimento próprio, seja colocado em contato com outro agente – tomador 
de recursos – cujas perspectivas de investimento superam as respectivas 
disponibilidades de poupança (Fortuna, 2013). 
Com isso, é possível dizer que o mercado financeiro pode ser considerado 
um elemento dinâmico no processo de crescimento econômico, uma vez que 
viabiliza a elevação das taxas de poupança e investimento. A poupança nada 
mais é que a renda economizada pelos agentes econômicos (Assaf Neto, 2014). 
 
 
4 
Ou, dito de outro modo, poupar significa postergar a capacidade de consumo 
diante de uma expectativa de maiores dispêndios no futuro. 
Para Assaf Neto (2014), a poupança realimenta todo o processo produtivo 
por meio dos diversos instrumentos do mercado financeiro. Os intermediários 
captam a poupança disponível e a direcionam ao sistema produtivo da economia 
mediante diferentes formas de crédito, viabilizando os investimentos. 
Essa intermediação ocorre ao colocar títulos e valores econômicos no 
mercado por meio de instituições como bancos, fundos de pensão, entre outras. 
Assim, toda vez que surge uma demanda por recursos para investimento maior 
que a poupança disponível, justifica-se a criação de diferentes ativos 
financeiros (debêntures, bonds, ações, CDB etc.). Estes são viabilizados pelas 
unidades superavitárias (poupadores) em forma de empréstimos aos agentes 
econômicos deficitários (tomadores de recursos) (Assaf Neto, 2014). 
Além desses ativos, há outro instrumento que desempenha importante 
papel no mercado: a moeda. Ela consiste em um meio de pagamento legalmente 
utilizado para realizar transações com bens e serviços. O uso da moeda viabiliza 
o funcionamento de toda a economia por meio de três funções (Mishkin, 2000): 
 Meio de pagamento: promovendo o intercâmbio de bens e serviços; 
 Unidade de conta: atuando como medida de valor ou parâmetro, 
possibilitando comparações; 
 Reserva de valor: representando um repositório de poder de compra 
sobre o tempo ao permitir que agentes econômicos conservem seu 
patrimônio para uso posterior. 
Saiba mais 
Para aprofundar seus conhecimentos sobre a origem e a evolução da 
moeda, consulte o artigo “Museu de Valores do Banco Central” disponível em: 
<https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb
.gov.br%2Fhtms%2Forigevol.asp>. Acesso em: 26 ago. 2019. 
A moeda é emitida mediante autorização legal de autoridades monetárias. 
Todavia, nem toda moeda emitida se encontra em circulação, pois uma parte 
pode ser retida pelo Banco Central. Sendo assim, o montante da moeda emitida 
em uma economia menos o saldo retido junto às autoridades monetárias é 
definido por moeda em circulação (Assaf Neto, 2014). E, para obter o saldo da 
moeda em poder do público (moeda metálica ou manual), basta excluir do 
 
 
5 
montante em circulação a quantidade disponível no caixa dos bancos 
comerciais. Já os depósitos à vista do público junto aos bancos comerciais são 
chamados de moeda escritural (ou bancária). Dessa forma, os meios de 
pagamento, denominados M1, são assim constituídos (Carvalho et al., 2007): 
Meios de pagamento (M1) = Moeda em poder do público (PMPP) + Depósitos 
à vista nos bancos comerciais 
Em suma, os meios de pagamento representam todos os haveres com 
liquidez imediata em poder do público, excluindo o setor bancário, e 
representam, portanto, uma medida de avaliação do sistema econômico (Assaf 
Neto, 2014). Conforme destacam Carvalho et al. (2017), os meios de pagamento 
podem ser avaliados por conceitos mais amplos, umavez que incluem diferentes 
tipos de títulos em circulação no mercado financeiro, estando divididos em: 
 M1 = PMPP + depósitos à vista; 
 M2 = M1 + depósitos especiais remunerados + depósitos de poupança + 
títulos emitidos por instituições depositórias; 
 M3 = M2 + quotas de renda fixa + operações compromissadas registradas 
na Selic; 
 M4 = M3 + títulos públicos de alta liquidez. 
Por fim, destaca-se ainda o conceito de base monetária, que, segundo 
Assaf Neto (2014), pode ser identificada pelas contas do passivo monetário do 
Banco Central, conforme o modelo de seu balanço patrimonial (Quadro 1): 
Quadro 1 – Modelo do Banco Central para indicar base monetária 
Ativo Passivo 
Carteiras de títulos públicos A. Monetário 
Base monetária 
Papel-moeda emitido 
Reservas bancárias 
Reservas de moedas estrangeiras 
Empréstimos ao sistema bancário 
Outras contas do ativo 
 B. Não monetário 
 Depósitos compulsórios/voluntários 
 Títulos de emissão própria 
 Empréstimos externos 
 Recursos próprios 
 Outras contas 
Fonte: Assaf Neto, 2014. 
As principais contas do balanço patrimonial apuradas pelo Banco Central 
são assim descritas (Assaf Neto, 2014): 
 
 
6 
 Títulos públicos: com o objetivo de manter o controle sobre a liquidez da 
economia, o Banco Central emite títulos públicos. A fim de contrair a base 
monetária há um incentivo à venda desses ativos, e, para expandir a base 
monetária, o Banco Central atua recomprando os títulos no mercado. 
 Moedas estrangeiras: são divisas internacionais mantidas pelo Banco 
Central para atuação no mercado cambial. A elevação de divisas significa 
expansão da base monetária, e a redução ocorre com a saída de divisas. 
 Empréstimos ao sistema bancário: corresponde ao crédito concedido 
pela autoridade monetária às instituições financeiras. O aumento dessa 
operação expande a base monetária favorecendo a liquidez do sistema 
bancário comercial. 
 Outras contas do ativo: correspondem aos títulos privados, reservas de 
metais preciosos, empréstimos às instituições bancárias não comerciais, 
bens permanentes do Banco Central, saldo líquido das operações 
realizadas no mercado aberto, entre outras. 
 Papel monetário: é o saldo da moeda emitida em circulação na economia 
(tanto em poder do público quanto nos bancos comerciais). 
 Passivo não monetário: representa os depósitos feitos pelo sistema 
bancário no Banco Central. 
Em suma, dentro do sistema financeiro, a base monetária contempla o 
saldo total das exigibilidades monetárias líquidas do Banco Central. Seu saldo é 
obtido então pela diferença entre o total de aplicações e os recursos não 
monetários obtidos pela autoridade monetária. 
TEMA 2 – MERCADOS FINANCEIROS: MONETÁRIO E CRÉDITO 
Agora que já compreendemos os conceitos básicos e a função do sistema 
financeiro, adentraremos aos componentes específicos que abrangem os 
mercados monetário e de crédito. 
Conforme destaca Kerr (2011), o mercado monetário é composto por um 
conjunto de instituições e instrumentos que promovem intermediação financeira 
no curto prazo. Nesse âmbito, títulos públicos e privados de alta liquidez podem 
ser vendidos rapidamente, suprindo necessidades imediatas dos tomadores. 
Os títulos públicos são emitidos e garantidos pelo Governo Federal e 
têm por finalidade financiar a dívida pública, antecipar receitas e controlar a 
 
 
7 
liquidez da economia atuando como instrumentos de política monetária. De 
acordo com Kerr (2011), as operações de vendas dos títulos podem ser 
realizadas de três modos: oferta pública com realização de leilões; venda direta 
pelo programa conhecido como Tesouro Direto; e emissões destinadas a 
atender necessidades específicas determinadas em lei. 
Os títulos públicos do Governo Federal são classificados pela natureza de 
suas emissões, tais como representados no Quadro 2: 
Quadro 2 – Classificações dos títulos públicos do Governo Federal 
Títulos do Tesouro Nacional Títulos do Banco Central 
BTN: Bônus do Tesouro Nacional BBC: Bônus do Banco Central 
LTN: Letras do Tesouro Nacional LBC: Letras do Banco Central 
LFT: Letras Financeiras do Tesouro NBC: Notas do Banco Central 
NTN: Notas do Tesouro Nacional 
CTN: Certificado do Tesouro Nacional 
CFT: Certificado Financeiro do Tesouro 
Fonte: Assaf Neto, 2014. 
Os títulos públicos oferecem rendimentos prefixados ou pós-fixados, 
atrelados a algum indexador, como inflação, taxa de juros ou variação cambial. 
O Quadro 3 mostra a forma de rendimento dos principais títulos públicos: 
Quadro 3 – Forma de rendimento dos principais títulos públicos 
Títulos prefixados Títulos pós-fixados 
LTN LFT: atualizado pela Selic 
NTN - F NTN-B: atualizado pelo IPCA-A 
 NTN-C: atualizado pelo IGP-M 
 NTN-D: atualizado pela variação cambial 
 NTN-H: atualizado pela TR (taxa referencial) 
Fonte: Assaf Neto, 2014. 
Saiba mais 
Para aprender mais sobre os títulos públicos, acesse o site do Tesouro 
Direto e navegue pelas opções que detalham o que cada título oferece: 
<http://www.tesouro.gov.br/web/stn/-/entenda-cada-titulo-no-detalhe#this>. 
Acesso em: 26 ago. 2019. 
Além dos títulos públicos, o mercado monetário é composto pelos títulos 
privados emitidos por bancos ou empresas. Os títulos mais importantes emitidos 
pelos bancos são: os Certificados de Depósito Interfinanceiro (CDI), negociados 
 
 
8 
exclusivamente em instituições financeiras; e os Certificados de Depósito 
Bancário (CDB), vendidos ao público geral (Kerr, 2011). 
Já as empresas emitem debêntures ou commercial papers (notas 
promissórias). Esses títulos são registrados na Central de Custódia e Liquidação 
Financeira de Títulos (Cetip). Segundo Kerr (2011), a Cetip é uma sociedade 
civil sem fins lucrativos criada em 1986 para atuar enquanto sistema eletrônico 
de custódia e liquidação financeira no mercado de títulos privados. 
Posteriormente, a instituição passou a abranger também os títulos públicos 
estaduais e municipais. 
Tendo em vista esses conceitos, podemos assumir que se por um lado o 
mercado monetário media as necessidades de curto prazo no sistema financeiro, 
por outro, é o mercado de crédito que supre as demandas de caixa no médio 
prazo, por meio de empréstimos e financiamentos às pessoas físicas ou jurídicas 
(Assaf Neto, 2014). 
Na prática, as instituições financeiras podem atuar no mercado de crédito 
de forma direta ou indireta. Quando a instituição recebe recursos de poupadores 
e com esse montante realiza empréstimos aos tomadores, há uma atuação 
direta, a exemplo dos empréstimos e financiamentos concedidos pelos bancos. 
A instituição financeira assume a obrigação de devolver ao poupador o valor total 
acrescido de juros e, ao emprestar aos tomadores, o faz a uma determinada taxa 
de juros denominada spread bancário (Kerr, 2011). 
Já a atuação indireta se verifica sobretudo nas operações de longo prazo, 
quando as instituições financeiras apenas mediam a operação cobrando uma 
comissão pelo serviço prestado. Assim, o empréstimo é feito diretamente pelos 
agentes superavitários aos agentes deficitários. Alguns exemplos são os 
programas de crédito oferecidos pelo Governo Federal, direcionados ao setor 
rural ou à construção de moradias (Assaf Neto, 2014). 
Em ambos os casos, nas operações diretas ou indiretas, o crédito pode 
ser ofertado de diferentes maneiras. Quando se trata de pessoa física, no Brasil 
os principais instrumentos utilizados são (Kerr, 2014): 
 Cheque especial: é um crédito de determinado valor que fica 
automaticamente disponível na conta do correntista, este só incorre em 
juros e encargos se fizer uso do crédito. 
 Crédito pessoal: é um empréstimo de alto custo direcionado aos 
tomadores com ou sem comprovação de renda. 
 
 
9 
 Cartões de crédito: limite de crédito pré-aprovado para realização de 
compras ou saques à vista ou parcelados; em geral, há encargos caso o 
agente nãopague a fatura na data prevista. 
 Crédito consignado: é um empréstimo de custo relativamente baixo, 
descontado diretamente da folha de pagamento, direcionado a 
funcionários de empresas privadas, aposentados ou pensionistas do 
INSS, servidores públicos e militares. 
 Crédito direto ao consumidor (CDC): é concedido às pessoas físicas ou 
jurídicas para aquisição de bens ou serviços. A quitação ocorre mediante 
prestações mensais iguais ou sucessivas. 
Para pessoas jurídicas também há várias modalidades de crédito de curto 
e longo prazo no Brasil (Kerr, 2011): 
 Desconto de títulos: ocorre quando a instituição financeira antecipa para 
a empresa os valores a receber das vendas a prazo. 
 Contas garantidas: são empréstimos rotativos que os bancos concedem 
às empresas para suprir necessidades de fluxo de caixa. 
 Créditos rotativos: semelhantes às contas garantidas, mas exigem 
duplicatas como garantia da operação. 
 Hotmoney: são operações com prazos inferiores a 30 dias para suprir 
necessidades imediatas das empresas. 
 Capital de giro: são financiamentos firmados com prazos mais longos, 
taxas e garantias estabelecidas. 
 Vendor: são operações de crédito realizadas para financiar vendas a 
prazo de uma empresa; esta atua como avalista do financiamento feito 
diretamente pela agência financeira ao comprador. 
 Compror: são operações inversas às de vendor; nesse caso, é o 
comprador que desempenha o papel de fiador. 
 Adiantamento sobre contratos de câmbio (ACC): são operações voltadas 
para empresas exportadoras. As empresas recebem antecipadamente 
(até 180 dias antes do embarque) um valor, em moeda nacional, 
equivalente à exportação efetivada. 
 Adiantamento sobre contratos de exportação (ACE): semelhante aos 
ACC, porém nesse caso a solicitação é feita após o embarque da 
mercadoria, no prazo máximo de 60 dias. 
 
 
10 
 Resolução 63: é uma operação de empréstimo concedida pelas 
instituições financeiras no mercado interno, tendo como fonte de recurso 
a captação de moeda estrangeira no mercado externo. 
 Export note: é uma operação de cessão de créditos provenientes de 
contratos de exportação. 
Para além dos instrumentos citados, o mercado de crédito contempla 
linhas visando fomentar o desenvolvimento econômico. Alguns bancos que 
atuam nessa função são o Banco de Desenvolvimento Econômico Social 
(BNDES), o Banco da Amazônia (Basa) e o Banco do Nordeste no Brasil (BNB). 
Curiosidade 
Fundado em 1952, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico 
e Social (BNDES) é um dos maiores bancos de desenvolvimento do mundo e, 
hoje, o principal instrumento do Governo Federal para o financiamento de longo 
prazo e investimento em todos os segmentos da economia brasileira. Para isso, 
apoia empreendedores de todos os portes, inclusive pessoas físicas, na 
realização de seus planos de modernização, expansão e concretização de novos 
negócios, tendo sempre em vista o potencial de geração de empregos, renda e 
de inclusão social para o Brasil (BNDES, S.d.). 
TEMA 3 – MERCADOS FINANCEIROS: DE CAPITAIS E CAMBIAL 
Agora que já conhecemos os principais instrumentos que compõem o 
mercado monetário e de crédito, podemos dar um passo a mais em direção aos 
mercados de capitais e cambial. 
O mercado de capitais constitui-se em um conjunto de instituições que 
negociam títulos e valores mobiliários visando a canalização dos recursos dos 
agentes compradores para os agentes vendedores (Pinheiro, 2008). Assaf Neto 
(2011) afirma que um de seus objetivos centrais é suprir as necessidades de 
investimentos dos agentes econômicos por meio de modalidades de 
financiamentos a médio e longo prazo. 
O surgimento do mercado de capitais se deu em meio às limitações do 
mercado de crédito no atendimento às necessidades da atividade produtiva. Por 
esse motivo, é possível identificar a disponibilidades de diversas negociações no 
mercado de capitais brasileiro. É dentro do mercado de capitais que são 
negociados os valores mobiliários, tais como ações, debêntures e commercial 
 
 
11 
papers. Como mais à frente daremos ênfase às ações, vamos dar prioridade aqui 
aos conceitos desses dois últimos. 
Conforme destaca Kerr (2011), as debêntures são títulos de médio e longo 
prazo, com privilégio geral sobre bens sociais ou garantia real sobre bens 
emitidos por sociedades anônimas. Já debenturistas são credores das empresas 
das quais adquiriram as debêntures. Por outro lado, commercial papers (ou notas 
promissórias comerciais) são utilizados para captação de recursos no curto 
prazo e podem ter remuneração prefixada ou pós-fixada (Kerr, 2011). 
Além das ações, debêntures e commercial papers, Pinheiro (2008) elenca 
outras importantes negociações presentes no mercado de capitais brasileiro: 
 Bônus de subscrição; 
 Certificados de depósitos de valores mobiliários; 
 Índices representativos de carteira de ações; 
 Opções de compra e venda de valores mobiliários; 
 Direitos de subscrição; 
 Recibos de subscrição; 
 Quotas de fundos imobiliários; 
 Depositary receipts (recibos de depósitos); 
 Certificados de recebíveis imobiliários (CRI). 
Em resumo, a partir dessas várias oportunidades de negociações, é 
possível concluir que o mercado de capitais se fundamenta basicamente em dois 
princípios: contribuir para o desenvolvimento econômico estimulando a formação 
de poupança privada; e viabilizar a estrutura de uma sociedade pluralista, 
baseada na economia de mercado com participação coletiva na riqueza e nos 
resultados da economia (Pinheiro, 2008). 
Agora que já temos uma proximidade maior com os instrumentos que 
compõem o mercado de ações, é possível avançar na compreensão sobre o 
mercado cambial, que é onde ocorrem as operações de compra e venda de 
moedas estrangeiras, tendo o dólar como moeda internacional dominante. A 
principal função do mercado cambial é viabilizar a transferência de recursos 
entre países. Kerr (2011) destaca os avanços trazidos pela globalização no 
sentido de proporcionar rapidez nas transações: atualmente as operações 
eletrônicas podem ser realizadas em segundos, a qualquer hora do dia. 
 
 
12 
É importante salientar que há uma forte interdependência entre o fluxo 
cambial e o balanço de pagamentos de um país. Na realidade, é o regime 
cambial adotado que determinará essa influência, podendo ser: 
 Fixo: quando o banco central estabelece uma taxa fixa de conversão entre 
a moeda local e a moeda de referência estrangeira (dólar); 
 Flutuante: taxas de conversão são livremente determinadas pelo 
mercado; 
 Banda cambial: quando o banco central estipula um limite mínimo e 
máximo, ou seja, uma banda de flutuação para a taxa de câmbio. 
De acordo com Kerr (2011), as taxas de câmbio costumam ser expressas 
de duas maneiras no mercado à vista: cotações diretas, como é o caso do Brasil 
(quando expressam o valor o preço de uma unidade de moeda estrangeira em 
moeda nacional); e indiretas (quando expressam o preço de uma unidade de 
moeda nacional em moeda estrangeira). Logo, uma cotação direta no Brasil 
corresponde a uma cotação indireta nos EUA, e vice-versa. 
No mercado de câmbio, há uma série de determinantes com capacidade 
de influência. O nível de reservas monetárias, por exemplo, impacta diretamente 
na formação da taxa cambial. Assaf Neto (2014) ressalta que quando surge a 
necessidade de aumentar o volume de reservas – em função dos compromissos 
de pagamentos no exterior – a autoridade monetária intervém no mercado de 
moedas estrangeiras, alterando a taxa de câmbio. Assim, o Estado é capaz de 
incentivar um aumento das exportações na economia ao mesmo tempo que inibe 
as importações; e o contrário também se aplica. 
Saiba mais 
Para conhecer melhor o mercado de câmbio, suas instituições e as 
operações que podem ser realizadas, acesse: 
<https://www.bcb.gov.br/acessoinformacao/legado?url=https:%2F%2Fwww.bcb.gov.br%2Fpre%2Fbc_atende%2Fport%2Fmerccam.asp>. Acesso em 26 ago 
.2019. 
TEMA 4 – JUROS, MERCADO DE AÇÕES E DERIVATIVOS 
Vimos anteriormente que o mercado de capitais é onde ocorrem as 
negociações dos valores mobiliários, logo as ações e os derivativos também 
 
 
13 
estão presentes nesse campo. Mas, antes de conhecê-los melhor, é preciso 
primeiramente entender o papel da taxa de juros. Você já se questionou sobre a 
relevância dos juros no cenário econômico? 
De acordo com Kerr (2011), juro é a remuneração que o poupador precisa 
ter para se dispor a adiar o consumo presente em prol de um maior consumo 
futuro. Ou, dito de outro modo, juro é rendimento de capital auferido pela cessão 
do uso do dinheiro, pelo credor ao devedor, durante tempo determinado. 
A taxa de juros é, portanto, um elemento determinante na tomada de 
decisão do agente econômico, pois atua como um guia de preferência pela 
liquidez (Keynes, 1985). Isso significa que quanto mais baixa a taxa de juros, 
mais estimulados estarão os agentes econômicos a realizar novos 
investimentos. Assim, para uma empresa, a taxa de juros reflete o custo de 
oportunidade de seu capital passivo, ou o preço a ser pago pelos recursos 
tomados emprestados (Assaf Neto, 2014). 
Frente a essa relevância, o Estado tem o importante papel de fixar a taxa 
de juros, utilizando-se dessa atribuição para realizar política monetária. No 
Brasil, o órgão governamental responsável por essa função é o Comitê de 
Política Monetária (Copom), criado em 1996. As reuniões ordinárias são 
realizadas periodicamente de acordo com calendário preestabelecido. Nessas 
ocasiões é decidida e comunicada ao mercado a taxa básica para o 
financiamento dos títulos públicos, conhecida como Selic. 
Além dessa taxa básica, o mercado financeiro também apresenta: Taxa 
Referencial de Juros (TR); Taxa Financeira Básica (TBF); Taxa do Banco Central 
(TBC e TBAN); Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP); e a Taxa da Associação 
Nacional dos Bancos de Investimentos (Anbid) (Assaf Neto, 2014). 
Tendo compreendido o conceito de juros e o seu papel na tomada de 
decisão, agora podemos adentrar no mercado de ações. De acordo com 
Pinheiro (2008), as ações são títulos de propriedade de uma parte do capital 
social da empresa que as emitiu. Logo, quem tem ações pode se considerar 
sócio da empresa emissora. 
 As ações podem ser ordinárias, com direito a voto, ou preferenciais, 
com direito de preferência sobre os lucros a serem distribuídos aos acionistas – 
seja na forma de dividendos ou juros sobre o capital próprio. Na prática, Fortuna 
(2013) destaca que o mercado de ações pode ser divido em dois seguimentos: 
 
 
14 
 Mercado primário: quando as ações de uma empresa são emitidas 
diretamente ou por meio de uma oferta pública; 
 Mercado secundário: as ações já emitidas são comercializadas por meio 
da bolsa de valores. 
Em suma, a bolsa de valores é o local onde ocorrem as negociações de 
valores mobiliários em mercado livre e aberto organizado pelas corretoras e 
autoridades. Já o preço de uma ação em bolsa é formado pelas expectativas 
com base nas condições do mercado (oferta e demanda). Essas condições 
devem refletir o estado da economia do país, da empresa e do setor econômico. 
Existem eventos importantes que em alguns casos podem alterar o preço 
da ação, sem alterar o valor da riqueza do acionista (Kerr, 2011): 
 Desdobramentos: é quando a empresa distribui novas ações para cada 
ação que o acionista possuir, aumentando a quantidade de ações da 
companhia no mercado. 
 Agrupamentos: é o contrário dos desdobramentos; ocorre quando a ação 
está cotada a preços muito baixos. 
 Distribuição de dividendos: é a principal forma de remuneração dos 
acionistas pela empresa. 
 Direitos de subscrição: quando a empresa decide aumentar o capital por 
meio da emissão de novas ações. 
 Bonificação: 1) em ações, quando a empresa, ao incorporar lucros, 
distribui ações gratuitamente a seus acionistas; 2) em dinheiro, quando a 
empresa opta por redistribuir uma parcela maior do lucro. 
 Recompra de ações: quando a empresa recompra suas próprias ações, 
devido ao baixo valor destas e ao capital disponível em caixa. 
No Brasil, a Lei n. 6.404/1976 regulamenta o funcionamento das 
sociedades anônimas e confere ao acionista uma série de direitos: participação 
nos lucros, fiscalização, informação, preferência na subscrição de ações em 
aumento de capital, retirada (recesso), voto, indicação de membros do Conselho 
de Administração, requerimento de convocação e adiantamento de assembleias 
gerais, participação de oferta pública por alienação de controle de companhia 
aberta, transmissão, proposição de ações indenizatórias em benefício da 
companhia (Pinheiro, 2008). Tais direitos variam de acordo com a participação 
do acionista no capital da empresa. 
 
 
15 
Curiosidade 
O Ibovespa é o principal índice do mercado de ações. Foi criado em 1968 
e, ao longo desses 50 anos, consolidou-se como referência para investidores ao 
redor do mundo. É o mais importante indicador de desempenho médio dos ativos 
mais negociados e representativos do mercado de ações de nosso país. 
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) é hoje a principal bolsa de 
valores do Brasil. Acesse e conheça mais: <www.bmfbovespa.com.br>. Acesso 
em: 26 ago. 2019 
 Por fim, vamos entender agora no que consistem os derivativos. De 
acordo com Assaf Neto (2014), são instrumentos financeiros que se originam do 
valor de outro ativo. Sendo assim, um contrato derivativo não apresenta valor 
próprio, pois deriva do valor de um bem básico (commodities, ações, juros). 
É possível identificar do mercado três principais tipos de derivativos (Kerr, 
2011): 
 Termos e futuro: quando se prevê em contrato a entrega de determinado 
ativo, em uma data futura frente a um valor pré-estipulado. A diferença 
entre os contratos a termos e futuros é que estes últimos são 
padronizados, permitindo um ativo de mercado secundário. 
 Opções: são contratos em que se negocia um direito de comprar ou de 
vender determinado ativo-objeto, por certo preço, em uma data, e por esse 
direito paga-se um preço. Perceba que é diferente dos termos e futuros, 
em que se negociam um ativo, e não um direito. O comprador de uma 
opção é denominado titular, enquanto o vendedor é denominado laçador. 
Para ter o referido direito, o titular paga ao laçador uma importância 
denominada prêmio. Entre os principais produtos negociados como 
opções encontram-se os produtos agropecuários. 
 Swaps: são contratos em que as partes contratantes concordam em 
trocar fluxos de caixa futuros, com datas e regras preestabelecidas. Ou, 
dito de outro modo, são formas de permutas. As operações de swaps 
permitem, por exemplo, transformar uma dívida pós-fixada em prefixada, 
um ativo de renda variável em fixo, e assim por diante. 
Em suma, todos os derivativos são instrumentos utilizados para transferir 
riscos, a exemplo de quando uma pessoa faz um seguro de um veículo pagando 
 
 
16 
um prêmio para a seguradora, que acaba assumindo o risco pelo qual o bem foi 
segurado. 
TEMA 5 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
Você já se perguntou como são regulamentadas ou executadas as 
operações financeiras em nosso país? Para isso existe o Sistema Financeiro 
Nacional (SFN): formado por um conjunto de instituições que promovem a 
intermediação financeira entre os credores e tomadores de recursos. É por meio 
do SFN que pessoas, empresas e governo circulam grande parte de seus ativos, 
pagam dívidas e realizam investimentos (Banco Central do Brasil, S.d.). 
A atual estrutura do SFN foi moldada nas reformas do período 1964/66 
mediante algumas leis, com destaque para Lei n. 4.595/1964 da reforma 
bancária, que criou o Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário Nacional. 
Conforme demonstra a figura a seguir, o SFN é organizado por agentes 
normativos,supervisores e operadores. Os órgãos normativos determinam 
as regras gerais para o funcionamento do sistema. As entidades supervisoras 
trabalham para que os integrantes do SFN sigam as regras definidas pelos 
órgãos normativos. Já os operadores são as instituições intermediárias que 
ofertam serviços financeiros. 
 
 
17 
 
Fonte: Banco Central do Brasil, S.d. 
 A partir do esquema ilustrado pelo Bacen, podemos especificar as 
principais instituições que compõem o SFN: 
 Conselho Monetário Nacional (CMN): é o órgão superior normativo do 
SFN cuja responsabilidade é formular a política da moeda e do crédito. 
Seu objetivo é a estabilidade da moeda e o desenvolvimento econômico 
e social do país. 
 Banco Central do Brasil (Bacen): é o órgão executor da política 
monetária e o responsável por garantir a execução das normas criadas 
pelo CMN. Suas atribuições envolvem o controle da política monetária, a 
garantia da solvabilidade do sistema financeiro e a administração das 
reservas internacionais do país. 
 
 
18 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM): é o órgão normativo do 
mercado de capitais que busca fiscalizar, normatizar, disciplinar e 
desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. 
 Bancos: são instituições financeiras especializadas em intermediar o 
dinheiro entre poupadores e aqueles que precisam de empréstimos, além 
de custodiar esse dinheiro. As caixas econômicas são empresas públicas 
que exercem atividades típicas de banco comercial, com prioridade 
institucional para concessão de empréstimos e financiamentos de 
programas e projetos de natureza social. No Brasil existem as seguintes 
categorias de bancos: banco de câmbio; banco comercial; banco de 
desenvolvimento; banco múltiplo; Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico Social e Caixa Econômica Federal. 
 Administradoras de consórcios: pessoas jurídicas prestadoras de 
serviços com objeto social principal voltado à administração de grupos de 
consórcio, sob a forma de sociedade limitada ou anônima. 
 Bolsa de valores e bolsa de mercadorias e futuros: são mercados nos 
quais se negociam respectivamente valores mobiliários e derivativos. 
 Cooperativas de crédito: formadas pela associação de pessoas para 
prestar serviços financeiros exclusivamente aos seus associados. Os 
cooperados são ao mesmo tempo donos e usuários da cooperativa, 
participando de sua gestão e usufruindo de seus produtos e serviços. 
 Corretoras e distribuidoras: atuam nos mercados financeiros e de 
capitais e no mercado cambial intermediando a negociação de títulos e 
valores mobiliários entre investidores e tomadores de recursos. 
 Instituições de pagamento: a pessoa jurídica viabiliza serviços de 
compra e venda e de movimentação de recursos, no âmbito de um arranjo 
de pagamento, sem a possibilidade de conceder empréstimos e 
financiamentos a seus clientes. 
 Demais instituições não bancárias: são consideradas não bancárias 
porque não recebem depósitos à vista, nem podem criar moeda (por meio 
de operações de crédito). Elas operam com ativos não monetários, como 
ações, CDBs, títulos, letras de câmbio e debêntures. 
 Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP): responsável por fixar 
as diretrizes de normas da política de seguros privados. 
 
 
19 
 Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC): 
responsável por regular o regime de previdência complementar. 
 Superintendência de Seguros Privados (Susep): responsável pelo 
controle e fiscalização do mercado de seguro, previdência privada aberta 
e capitalização. 
 Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc): 
responsável pela fiscalização e supervisão das entidades fechadas de 
previdência complementar e de execução das políticas para o regime de 
previdência complementar. 
 Seguradoras: são empresas que captam recursos por meio dos prêmios 
cobrados aos assegurados e se comprometem a indenizá-los no caso de 
ocorrer o evento contra o qual se seguraram. 
 Entidades fechadas de previdência complementar: são instituições 
criadas para o fim exclusivo de administrar planos de benefícios de 
natureza previdenciária, patrocinados e/ou instituídos. 
 Entidades abertas de previdência: a diferença em relação às entidades 
fechadas é que as entidades abertas não são restritas aos empregados 
de determinada empresa, mas abertas a qualquer cidadão. 
 Sociedades de capitalização: são constituídas sob a forma de 
sociedades anônimas que negociam contratos (títulos de capitalização). 
Saiba mais 
Conheça em detalhes as instituições que compõem o Sistema Financeiro 
Nacional acessando: <https://www.bcb.gov.br/estabilidadefinanceira/sfn>. 
Acesso em: 26 ago. 2019. 
TROCANDO IDEIAS 
Para exercitar seus conhecimentos sobre os títulos públicos, acesse o site 
do Tesouro Direto: <www.tesouro.gov.br/web/stn/-/entenda-cada-titulo-no-
detalhe> e pesquise sobre as características dos títulos prefixados e pós-fixados. 
Na sequência, organize em uma planilha as informações que competem 
a cada título e ao final faça uma comparação, respondendo à seguinte pergunta: 
se hoje você fosse investir em algum título público, qual se adéqua melhor à sua 
realidade financeira? 
 
 
20 
NA PRÁTICA 
Leia a questão a seguir e assinale a alternativa certa (a resposta encontra-
se ao final deste documento). 
Suponha que o sistema monetário tenha apresentado, em dezembro, os 
seguintes dados (em R$ milhões): 
 Papel-moeda emitido: 400; 
 Moeda escritural ou depósito à vista: 600; 
 Moeda em caixa dos bancos comerciais: 60; 
 Moeda em caixa das autoridades monetárias: 40. 
Considerando esses dados, qual o valor correspondente: 
a. ao papel-moeda em circulação? 
b. ao papel-moeda em poder do público? 
c. ao total dos meios de pagamento (M1)? 
FINALIZANDO 
Nesta aula você teve a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos 
sobre vários elementos que envolvem o sistema financeiro, adentrando no 
conjunto de instituições, operações e diferentes mercados que o compõem. 
Ao estudar o mercado monetário, foi possível constatar que este é 
responsável por promover a intermediação financeira no curto prazo, enquanto 
o mercado de crédito abre um leque de recursos para suprir necessidades de 
médio prazo no sistema financeiro. 
Sobre o mercado de capitais, você pôde observar sua importância frente 
à capacidade de suprir as necessidades de investimentos dos agentes 
econômicos no médio e longo prazo, ao passo que, no mercado cambial, 
ocorrem as operações de compra e venda de moedas estrangeiras. 
Por fim, vimos a estrutura dos principais órgãos que integram o sistema 
financeiro nacional. Com isso, além de conhecer as várias operações e os 
mercados disponíveis, foi possível compreender as funções que competem a 
cada órgão nos âmbitos normativos, supervisores e operadores. 
Em suma, ao final desta aula, você já deve ter alcançado as respostas 
para vários questionamentos sobre a importância do sistema financeiro na esfera 
econômica, bem como sobre o leque de operações que podem ser realizadas 
nesse campo. 
 
 
21 
REFERÊNCIAS 
ASSAF NETO, A. Mercado financeiro. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2014. 
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Disponível em: <www.bcb.gov.br>. Acesso em: 
25 ago. 2019. 
BNDES – Banco Nacional do Desenvolvimento. Quem somos. Disponível em: 
<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/quem-somos>. Acesso em: 24 
ago. 2019. 
CARVALHO, F. J. C. de. Economia monetária e financeira: teoria e política. 
São Paulo: Elsevier, 2007. 
CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS. Disponível em: 
<www.cvm.gov.br>. Acesso em: 25 ago. 2019. 
FORTUNA, E. Mercado financeiro: produtos e serviços. 19. ed. Rio de Janeiro: 
Qualitymark, 2013. 
ÍNDICE BOVESPA. BM&F Bovespa. Disponível em: 
<http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/indices/indices-amplos/indice-
bovespa-ibovespa.htm>. Acesso em: 26 ago. 2019. 
KERR, R. Mercado financeiroe de capitais. São Paulo: Pearson Prentice, 
2011. 
KEYNES, J. M. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. São Paulo: 
Noval Cultural, 1985. 
LAMEIRA, V.J. Mercado de capitais. 2. ed. São Paulo: Forense Universitária, 
2003. 
MACHADO, L. H. M. Sistema financeiro nacional. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2015. 
MCMILLAN, J. O fim dos bancos – moeda, crédito e a revolução digital. São 
Paulo, 2018. 
MERCADO de capitais no Brasil. CODEMEC, 15 fev. 2016. Disponível em: 
<http://codemec.org.br/empresario/o-que-e-mercado-de-capitais/mercado-de-
capitais-no-brasil/>. Acesso em: 24 ago. 2019. 
METZNER, T. D.; MATIAS, A. B. O setor bancário brasileiro de 1990 a 2010. 
Barueri: Minha Editora, 2015. 
 
 
22 
MISHKIN, F. S. Moedas, bancos e mercados financeiros. 19. ed. Rio de 
Janeiro: LTC, 2000. 
PINHEIRO, J. L. Mercado de capitais. 12. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 
 
 
 
 
23 
RESPOSTAS 
a. Papel-moeda em circulação = montante de moeda emitida – saldo retido junto 
às autoridades monetárias. Logo, o valor correspondente ao papel-moeda em 
circulação é 400 – 40 = R$ 360 milhões. 
b. Papel-moeda em poder do público (PMPP) = montante em circulação – 
quantidade disponível nos bancos comerciais. Logo, PMPP = 360 – 60 = 
R$300 milhões. 
c. M1 = PMPP + depósitos à vista nos bancos comerciais. Logo, M1 = 300 + 600 
= R$ 900 milhões.

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