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Mercado Financeiro - Conteudo

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DEFINIÇÃO 
Funcionamento dos mercados financeiros, seus principais atores e produtos. 
PROPÓSITO 
Entender o funcionamento básico dos mercados financeiros e seus objetivos e conhecer os principais atores 
e produtos negociados. 
INTRODUÇÃO 
Quando você efetua um pagamento com seu cartão de crédito, ou realiza um saque da sua conta-corrente, 
está usando os serviços do mercado financeiro – um dos principais mercados em qualquer economia. 
Veremos neste tema como eles funcionam: seus objetivos, as diferentes partes que os compõe, e como elas 
funcionam. Estudaremos também algumas de suas instituições e produtos – que vão desde os mais simples, 
como o serviço de conta-corrente, até produtos financeiros complexos, que demandam uma regulação 
cuidadosa. 
FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS FINANCEIROS 
Descreveremos aqui os objetivos dos mercados financeiros, sua importância para a economia de um país e a 
composição do Sistema Financeiro Nacional, além do funcionamento de algum dos seus principais 
componentes. 
Algumas das decisões mais relevantes tomadas pelos agentes econômicos, as famílias, as empresas e o 
governo dizem respeito ao consumo, à poupança e ao investimento. As famílias consomem parte de sua 
renda e poupam outra parte para se precaverem das incertezas futuras. As empresas e o governo 
necessitam de recursos para realizar investimentos produtivos: compra de máquinas, desenvolvimento de 
infraestrutura etc. Assim, há na economia agentes geradores de poupança (agentes superavitários) e 
agentes demandantes de recursos para investimento (agentes deficitários). 
 
O mercado financeiro é o mecanismo por meio do qual se viabiliza o fluxo de recursos entre os agentes 
superavitários, ou poupadores, e os agentes deficitários, ou tomadores de recursos. 
 
Vejamos o seguinte exemplo: 
José tem uma empresa, mas não tem o capital necessário para investir na modernização de seus 
equipamentos, portanto procura o banco BCO a fim de conseguir um empréstimo. Ao mesmo tempo, João 
recebeu um dinheiro extra e deseja poupá-lo para sua aposentadoria contratando um plano de previdência 
da seguradora SGA. Como as histórias de João e José se cruzam? 
Quando João aplica seu dinheiro em um plano de previdência, a seguradora SGA investe esse montante 
em um CDB do banco BCO. Este, por sua vez, empresta o dinheiro a José para abrir sua empresa. Quando 
José quita a dívida com o banco BCO, pagando juros, uma parte desses juros é repassada à seguradora 
SGA, como remuneração do CDB. A seguradora, então, repassa essa remuneração para o fundo 
previdenciário do João, que vê sua poupança aumentar. 
 
Com o objetivo de organizar e resumir o que já aprendemos, preparamos a tabela abaixo sobre quem são os 
componentes do mercado financeiro, acompanhe: 
COMPONENTES DO MERCADO FINANCEIRO 
Agentes poupadores (superavitários). 
Agentes tomadores de recursos (deficitários). 
Instituições operadoras (bancos, cooperativas de crédito, seguradoras, corretoras, distribuidoras de títulos e 
valores mobiliários, fundos de pensão etc.). 
Instrumentos financeiros (títulos, ações, fundos etc.). 
Organismos reguladores. 
Organismos supervisores. 
O Banco Central do Brasil (BCB) apresenta a seguinte composição para o Sistema Financeiro Nacional em seu 
site: 
MOEDA, CRÉDITO, CAPITAL E CÂMBIO SEGUROS PRIVADOS 
 
PREVIDÊNCIA 
FECHADA 
 
ORGÃOS CMN 
Conselho Monetário Nacional 
CNPS 
Conselho 
Monetário Nacional 
CNPC 
Conselho Nacional 
de Previdência 
Complementar 
SUPERVISORE
S 
BC 
Banco Central do Brasil 
CVM 
Comissão 
de Valores 
Mobiliários 
Susep 
 
Superintendência 
de Seguros 
Privados 
Previc 
Superintendência 
Nacional de 
Previdência 
Complementar 
OPERADORES Bancos e 
caixas 
econômica
s 
Administrado
ras de 
consórcios 
 
Bolsa de 
valores 
Seguradoras e 
resseguradores 
Entidades fechadas 
de previdência 
complementar 
(fundos de pensão) 
 Cooperativ
as de 
crédito 
 
Corretoras e 
distribuidoras
* 
Bolsa de 
mercadori
as e 
futuros 
Entidades abertas 
de previdência 
 
 Instituições 
depagamen
to** 
Demais 
instituições 
não 
bancárias 
 Sociedades de 
capitalização 
 
 
*Dependendo de suas atividades corretoras e distribuidoras também são fiscalizadas pela CVM. 
**As Instituições de Pagamento não compõem o SFN, mas são reguladas e fiscalizadas pelo BCB, conforme diretrizes 
estabelecidas pelo CMN. 
Com relação aos componentes do mercado financeiro, daremos destaque agora para os organismos 
reguladores e os organismos supervisores. Veja a seguir: 
ÓRGÃOS NORMATIVOS 
São aqueles que estabelecem as regras do jogo, regulando as condições para se operar nos mercados, 
estabelecendo medidas prudenciais para garantir a estabilidade financeira, medidas de conduta para 
garantir a proteção dos participantes e consumidores, dentre outras regras que visam a um bom 
funcionamento do sistema. São eles: 
- O conselho monetário nacional (CMN). 
- O conselho nacional de seguros privados (CNSP). 
- O conselho nacional de previdência complementar (CNPC). 
ÓRGÃOS SUPERVISORES 
Os órgãos supervisores desses mercados são: 
- O Banco Central do Brasil (BCB). 
- A Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
- A Superintendência de Seguros Privados (Susep). 
- A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). 
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Apesar da enorme importância dos seguros e da previdência complementar para o Sistema Financeiro 
Nacional, geralmente associamos a “mercados financeiros” apenas os mercados 
de moeda, câmbio, crédito e capitais. Apesar de terem características próprias, os quatro mercados estão 
intimamente ligados, tanto que as instituições que operam em um desses mercados geralmente também o 
fazem nos demais. 
Vejamos as especificidades de cada um dos mercados anteriormente citados: 
MERCADO DE MOEDA OU MONETÁRIO 
O mercado de moeda, ou monetário, está relacionado com o papel-moeda e a moeda escritural, que é 
aquela que os bancos geram ao registrar seus depósitos em conta-corrente. As operações nesse mercado 
são as operações de curtíssimo prazo. 
MERCADO DE CÂMBIO 
O mercado de câmbio cuida da compra e venda de moeda estrangeira. 
MERCADO DE CRÉDITO 
O mercado de crédito lida com os empréstimos concedidos pelas instituições financeiras. 
MERCADO DE CAPITAIS 
O mercado de capitais se relaciona com a captação de recursos das empresas com compartilhamento de 
riscos e ganhos, por meio de ações e títulos. 
 
FUNCIONAMENTO DOS MERCADOS MONETÁRIO, CAMBIAL, DE CRÉDITO E DE CAPITAIS 
Já vimos que os mercados financeiros são divididos em alguns segmentos denominados de Mercado de 
moedas ou monetário, Mercado cambial, Mercado de crédito e Mercado de capitais. Agora, vamos analisar 
cada um deles. 
Mercado monetário 
Este é um mercado de operações de curtíssimo prazo, e possui um importante papel na gestão da liquidez 
da economia e no controle da inflação. 
Você já deve ter ouvido que quando o governo “imprime” mais dinheiro, gera inflação. Ou seja, quando o 
governo aumenta a base monetária (a quantidade de moeda disponível) há uma pressão sobre a inflação. 
Dados do BCB indicam que em junho de 2020 havia cerca de R$ 260 bilhões em papel-moeda em poder da 
população. No mesmo período, o total de depósitos à vista nos bancos era de R$ 230 bilhões. Mas não é 
sobre esse “tipo de moeda” que o BCB atua na sua missão de entregar a meta de inflação, imprimindo ou 
recolhendo dinheiro. Para controlar a inflação, o BCB atua no mercado monetário de outra forma. 
Quando o BCB precisa tirar dinheiro de circulação, ele atua vendendo títulos públicos; e quando ele quer 
injetar mais dinheiro na economia, compra esses títulos, alterando assim a liquidez do mercado. Essas 
operações são realizadas pelo BCB por meio do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic). As 
instituições financeiras também negociamtítulos públicos no sistema Selic, geralmente em operações de um 
dia (overnight), para recompor suas reservas compulsórias junto ao Banco Central. A média das taxas de 
todas as negociações realizadas no Selic ao longo de um dia é denominada de taxa Selic, sobre a qual você 
certamente já ouviu falar. 
 
 
 
 
 
Percebe que uma taxa mais alta tira dinheiro de circulação? 
Com uma taxa mais alta, mais pessoas se interessarão em trocar moeda por títulos, pois sua remuneração é 
maior. Essa moeda vai, então, para os cofres do BCB e sai de circulação. Se a inflação está baixa, o Copom 
reduz a meta para a taxa Selic, com o objetivo de colocar mais dinheiro em circulação e estimular a 
economia. Uma vez definida a meta da taxa Selic, o BCB vende ou compra títulos para que a taxa Selic diária 
atinja a meta estabelecida. 
 
Mercado cambial 
O mercado de câmbio realiza a troca de moedas estrangeiras por reais, e é dividido em mercado primário e 
mercado secundário. Vejamos a seguir as especificações desses dois subtipos de mercado cambial: 
Mercado primário 
Neste mercado, as pessoas físicas e as empresas que importam ou exportam mercadorias transacionam 
com os bancos a compra ou venda de moeda estrangeira 
Mercado secundário 
O mercado secundário de câmbio é o mercado interbancário, no qual os bancos trocam divisas entre si. 
Além desses atores (pessoas físicas, empresas e bancos), o Banco Central do Brasil atua diretamente no 
mercado para a execução da política cambial. Todas as operações de câmbio são registradas em um sistema 
Atenção 
O Comitê de Política Monetária do BCB (Copom) estabelece uma meta para a taxa 
Selic em função das expectativas de inflação em relação à meta definida pelo 
Conselho Monetário Nacional. Se a inflação está alta, o Copom estabelece uma meta 
mais elevada para a taxa Selic, com o objetivo de retirar dinheiro de circulação. 
 
do BCB chamado SISBACEN, que calcula diariamente a média ponderada pelo volume das operações de 
câmbio entre reais e dólares americanos realizadas no mercado secundário (interbancário). A essa taxa dá-se 
o nome de Ptax. 
 
Mercado de crédito 
Este é o mercado em que atuam os bancos comerciais. Nele, as instituições financeiras captam recursos dos 
poupadores e os emprestam às empresas e pessoas físicas para financiar consumo ou capital de giro, por 
exemplo. A remuneração dos bancos é dada pelo spread, que é a diferença entre a taxa de juros cobrada 
dos tomadores de empréstimo e a taxa de juros utilizada para remunerar os poupadores. 
 
Neste mercado há, portanto, a intermediação financeira, pois os bancos atuam como intermediários que 
reúnem poupadores e tomadores nas operações de crédito, sendo remunerados por esse serviço por meio 
do spread bancário. Como as instituições financeiras que operam nesse mercado possuem uma gama 
bastante ampla de clientes com diferentes perfis de prazos e volumes de recursos, elas conseguem realizar 
uma gestão de riscos mais eficiente que os poupadores e tomadores seriam capazes de realizar sem o auxílio 
desses intermediários. 
O Banco Central do Brasil supervisiona este mercado, que segue regras prudenciais bastante restritas para a 
garantia de seu bom funcionamento e da estabilidade financeira do país. Essas regras são espelhadas em um 
padrão internacional estabelecido pelo Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (BCBS, em inglês), 
denominado de Basileia III. Dessa forma, as instituições que operam no mercado de crédito devem possuir 
capital suficiente e uma estrutura eficaz de gestão de riscos para garantir seu funcionamento regular, 
mesmo em situações de crise. As operações neste mercado costumam ser de curto ou médio prazo. 
Mercados de capitais 
Os mercados de capitais são caracterizados pela desintermediação financeira, ou seja, neles os agentes 
superavitários (poupadores) se relacionam diretamente com os agentes deficitários (tomadores) por meio 
de instrumentos de dívida (debt) ou instrumentos de patrimônio (equity). 
Apesar de não participarem diretamente das operações, uma vez que são operações sem intermediação, as 
instituições financeiras podem atuar indiretamente estruturando e facilitando a distribuição desses títulos 
entre os investidores. Nesse caso, elas não são remuneradas por um spread, mas por uma taxa de prestação 
de serviços. 
 
Assim como no mercado cambial, o mercado de capitais também pode ser dividido 
em primário e secundário. Vejamos suas especificidades a seguir: 
Mercado Primário. 
Consiste na primeira emissão dos títulos ou ações. É nesse instante que a empresa emissora (a tomadora dos 
recursos) efetivamente recebe os recursos para seu financiamento. 
Essa primeira emissão é feita com o auxílio de bancos de investimento, corretoras ou distribuidoras de 
títulos, contratados pelo emissor para a prestação desse serviço. 
Mercado Secundário. 
Ocorre após a emissão inicial, e também é chamada de subscrição (underwriting). Os títulos podem ser 
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negociados entre os diversos investidores. Um mercado secundário ativo é muito importante para a liquidez 
dos papéis e uma boa formação de preços. 
No caso das ações, a primeira emissão é realizada por intermédio de um processo chamado IPO (do 
inglês, Initial Public Offer) ou Oferta Pública de Ações (OPA). Uma vez executada essa etapa, a empresa 
emissora passa a ser “listada” na Bolsa de Valores e suas ações podem ser negociadas no mercado 
secundário de bolsa. No Brasil, a principal bolsa de valores é a B3 (Brasil, Bolsa, Balcão). O mercado 
secundário, no entanto, não se resume às bolsas de valores. As debêntures, por exemplo, são negociadas 
em mercados de balcão, cujo principal operador nacional também é a B3. 
Considerando o que vimos até aqui, você saberia apontar a diferença entre uma bolsa de valores e um 
mercado de balcão? Vejamos: 
Bolsa de valores 
Na bolsa de valores a negociação dos papeis é feita de forma multilateral, com vários compradores e 
vendedores apresentando suas ordens de compra e venda, e sempre que os preços convergem, o negócio é 
celebrado. 
Mercado de balcão 
No mercado de balcão, o detentor de um título negocia livremente com um comprador interessado. Após a 
negociação, registra-se a concretização da operação. 
As operações no mercado de mercado de capitais costumam ser de médio a longo prazo. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. Um dos objetivos do Comitê de Política Monetária é: 
Normatizar o mercado de capitais. 
Definir a meta de inflação. 
Definir o valor da taxa Selic. 
Negociar títulos no mercado aberto. 
Comentário 
É o Copom quem define o valor da taxa Selic, a taxa básica de juros da economia, com o objetivo de atingir a 
meta de inflação definida pelo Conselho Monetário Nacional. 
 
2. Qual das opções abaixo apresenta instrumentos do mercado de capitais de patrimônio e dívida, 
respectivamente? 
Dólar e real. 
Debêntures e ações. 
Dividendos e juros. 
Ações e debêntures. 
Comentário 
As debêntures são instrumentos de dívida emitidos pelas empresas no mercado de capitais, enquanto que as 
ações são instrumentos de patrimônio. 
 
 
AS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS 
Agora que conhecemos os principais mercados financeiros, vamos analisar mais detidamente as instituições 
que operam tais mercados. 
Bancos de desenvolvimento 
O mais conhecido deles é o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES, mas há vários 
outros bancos de desenvolvimento regional, como o Banco da Amazônia e o Banco do Nordeste, o Banco de 
Desenvolvimento de Minas Gerais – BDMG, o Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo – BANDES e 
outros. Esses bancos têm por objetivo fomentar a atividade econômica. A Resolução CMN nº 394 de 1976 
define seus objetivos como sendo: 
Proporcionar o suprimento oportuno e adequado dos recursos necessários ao financiamento, a médio e 
longo prazos, de programas e projetos que visem a promover o desenvolvimentoeconômico e social dos 
respectivos Estados da Federação onde tenham sede, cabendo-lhes apoiar prioritariamente o setor 
privado. 
Vejamos alguns exemplos de instituições financeiras: 
Caixa Econômica Federal 
A Caixa é uma instituição financeira pública que exerce uma série de funções operacionais na implantação 
de políticas de governo, tal qual a gestão de fundos como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, 
o Programa de Integração Social – PIS, o seguro-desemprego, além de gerir as loterias e conceder 
empréstimos sob penhor. 
Banco do Brasil 
O Banco do Brasil é uma sociedade de economia mista que também auxilia na execução de políticas 
públicas, como o crédito rural e industrial. 
Instituições financeiras monetárias 
São as instituições autorizadas a reter depósitos à vista, ou seja, gerar moeda escritural. Dividem-se em 
bancos comerciais, aqueles que estamos acostumados a utilizar, bancos múltiplos com carteiras comerciais, 
a Caixa Econômica Federal e as cooperativas de crédito. 
Demais instituições financeiras 
A Lei Complementar nº 105 de 2001 elenca uma série de tipos de instituições financeiras não monetárias, ou 
seja, que não geram moeda escritural. São elas: 
• Distribuidoras de valores mobiliários 
• Corretoras de câmbio e de valores mobiliários 
• Sociedades de crédito, financiamento e investimentos 
• Sociedades de crédito imobiliário 
• Administradoras de cartões de crédito 
• Sociedades de arrendamento mercantil (leasing) 
• Administradoras de mercado de balcão organizado 
• Associações de poupança e empréstimo 
• Bolsas de valores e de mercadorias e futuros 
• Entidades de liquidação e compensação 
Instituições sob supervisão da CVM, Susep e Previc 
Além das instituições financeiras citadas anteriormente, há ainda outras que não estão sob supervisão do 
BCB, mas de outros supervisores do SFN, como a CVM, a Susep e a Previc. São elas: 
• Sociedades administradoras e gestoras de fundos de investimento 
• Sociedades seguradoras 
• Sociedades resseguradoras 
• Sociedades de capitalização 
• Entidades de previdência complementar 
Os fundos de investimento, que iremos analisar adiante , são particularmente importantes. Todas essas 
cinco instituições, no entanto, são muito relevantes na dinâmica dos mercados financeiros, pois constituem-
se em grandes agentes superavitários, geradores de enormes recursos para os agentes deficitários. Estas 
instituições são comumente denominadas de investidores institucionais. 
PRODUTOS FINANCEIROS 
Conhecendo os mercados e seus atores, vamos agora conhecer os principais produtos disponíveis nesses 
mercados. 
Produtos de captação 
Para captar recursos que irão lastrear os empréstimos concedidos no mercado de crédito, as instituições 
financeiras dispõem de uma série de produtos dos mais variados tipos. Esses produtos sujeitam os 
investidores ao risco de quebra da instituição financeira na qual aportam recursos. Dessa forma, quanto 
mais sólida for a instituição financeira, menor será a taxa de remuneração. Caso o risco seja mais elevado, a 
remuneração também o será. Analisemos alguns dos produtos mais importantes. 
Depósitos à vista 
São os depósitos em conta-corrente, disponibilizados pelas instituições financeiras monetárias, os quais se 
constituem numa fonte importante de captação. Tais depósitos não são remunerados e possuem liquidez 
imediata para o depositante, podendo ser sacados a qualquer tempo. 
Depósitos a prazo 
Diferentemente dos depósitos à vista, os depósitos a prazo são remunerados pela instituição de crédito após 
o período previamente acordado. Possuem restrições de resgate para o depositante. Os principais produtos 
de depósito a prazo comercializados são: 
CDB 
Os Certificados de Depósito Bancário 
RDB 
Os Recibos de Depósito Bancário 
 
 
 
 
A remuneração dos títulos pode ser feita de três formas: 
Por uma taxa prefixada. 
Por uma taxa pós-fixada – geralmente um percentual da taxa DI. 
Por uma combinação das duas. 
 
Vale explicar um pouco melhor o que vem a ser a taxa DI, que deriva dos Certificados de Depósito 
Interfinanceiro – CDI. Quando estudamos o mercado monetário, tratamos da taxa Selic, composta pelas 
negociações de títulos públicos no mercado aberto. Essas negociações são uma forma de os bancos 
captarem recursos no overnight para recompor suas reservas compulsórias junto ao Banco Central, e 
envolvem uma caução, isto é, em troca dos empréstimos, os bancos tomadores de recursos deixam títulos 
públicos como garantia da operação. 
Outra forma de captar recursos para a recomposição das reservas compulsórias é por meio do mercado 
interbancário. Nesse mercado, os bancos emprestam dinheiro entre si, sem a necessidade dessa caução, 
negociando os CDIs. A taxa média dos negócios gerados no mercado interbancário é calculada pela B3 
(antiga Central de Títulos Privados – Cetip) e é denominada de taxa DI. 
Depósitos de Poupança 
Estes são um dos produtos mais conhecidos dos brasileiros e oferecem uma rentabilidade de 0,5% ao mês, 
mais a variação da Taxa Referencial – TR. Depois de 2012, a regra da remuneração da poupança ganhou 
novo componente. Agora, caso a meta da taxa Selic seja igual ou inferior a 8,5% a.a., a remuneração da 
poupança será igual a 70% da taxa Selic mais a variação da TR. Ao final junho de 2020, a meta da taxa Selic 
estabelecida pelo Copom era de 2,25% ao ano e a TR era 0%. Assim, a remuneração da poupança nesse mês 
foi de: 
Poupança = 70% x 2,25% + 0% = 1,575% 𝑎.𝑎. 
Letras financeiras 
São instrumentos de captação das instituições financeiras de mais longo prazo do que os CDBs e RDBs, 
geralmente destinados a investidores institucionais, como os fundos de investimento, sociedades 
seguradoras e entidades de previdência complementar, uma vez que seu valor mínimo para aplicação é de 
R$ 300.000,00 e têm prazo mínimo de 2 anos. 
Além das instituições financeiras, outras instituições não financeiras também podem captar recursos 
diretamente no mercado de capitais, sem a necessidade de recorrer a um intermediário. Vamos analisar 
alguns dos produtos destinados a esse fim. 
 
Atenção 
A diferença entre os dois é que o CDB pode ser negociado antes do seu 
vencimento, enquanto que o investidor não tem a opção de transferir o RDB. 
 
Ações 
As ações são um título de propriedade de parte da empresa que as emitiu. O nome em inglês – shares – 
significa justamente isso: partes ou frações. Quando um investidor adquire ações, sua rentabilidade 
dependerá de dois fatores: 
1 - A variação do preço dessas ações. 
2 - Os dividendos (participação nos lucros da empresa) que elas pagarão ao longo de sua vida. 
Assim, dizemos que são um instrumento de renda variável, pois não se conhece a priori qual será esta 
rentabilidade. Elas podem ser de dois tipos: 
AÇÕES ORDINÁRIAS 
São aquelas que dão direito a voto nas decisões da companhia emissora. 
AÇÕES PREFERENCIAIS 
Já as ações preferenciais não dão direito a voto, mas possuem preferência na distribuição de dividendos e 
nos bens da empresa em caso de quebra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
A evolução do mercado acionário é acompanhada por índices de ações. No Brasil, o principal deles é o 
Ibovespa, que agrega as ações mais negociadas na Bolsa. 
Debêntures 
As debêntures são títulos de dívida emitidos por empresas não financeiras muito utilizadas para financiar 
projetos de longo prazo, pois permitem ao emissor estruturar seu fluxo de pagamentos, adequando-os aos 
fluxos esperados dos projetos. Geralmente têm sua rentabilidade prefixada ou atrelada a uma taxa pós-
fixada, como a taxa DI ou a um índice de preços, como o IPCA. A flexibilidade desses instrumentos não se 
resume à estrutura de seu fluxo de pagamentos. Elas podem oferecer também uma série de opções, como: 
1 - Oferta de garantia 
2 - Opção de conversão em ações 
3 - Opção de recompra por parte do emissor 
 
 
Exemplo 
As ações da Petrobrás negociadas em bolsa são a PETR3e a PETR4. A PETR3 é a ação ordinária da 
empresa, dando direito a voto. Já a PETR4 é a ação preferencial da empresa. Quando a Petrobrás 
apresenta lucro líquido, os acionistas preferenciais recebem uma remuneração mínima garantida. Após 
esse mínimo ser pago pela companhia, caso ainda haja lucro a ser distribuído, ele é destinado às ações 
ordinárias até que se iguale o valor pago às preferenciais. Qualquer excedente adicional de lucro é 
distribuído igualmente entre os dois tipos de ação. Em 2018 , após o pagamento do mínimo aos 
acionistas preferenciais, a companhia não tinha recursos suficientes para pagar o mesmo valor aos 
acionistas ordinários. Assim, cada ação PETR3 pagou R$ 0,92, contra R$ 0,25 pagos para cada ação 
PETR4. 
 
Títulos públicos 
Além das instituições financeiras e não financeiras, o governo também capta recursos no mercado financeiro 
por meio da emissão de títulos. Esses títulos representam o principal ativo financeiro em circulação no país e 
podem ser adquiridos diretamente por pessoas físicas por intermédio do sistema Tesouro Direto. São 
emitidos pelo Tesouro Nacional e os principais tipos disponíveis atualmente são: 
LETRA DO TESOURO NACIONAL (LTN) 
São de mais curto prazo e são comercializadas com deságio sobre seu valor de face. Sua estrutura de 
pagamentos prevê apenas um fluxo, com o pagamento no principal (R$ 1.000,00) no vencimento. No 
Tesouro Direto esses títulos são denominados de “Tesouro prefixado”. 
Suponha que um investidor tenha adquirido uma LTN por R$ 800,00 um ano antes de seu vencimento. A 
rentabilidade da operação será de: 
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒=(1.000−800)/800=25% 
 
LETRA FINANCEIRA DO TESOURO (LFT) 
Este é um título pós-fixado, que acumula as taxas Selic diárias. Ao vencimento do título será pago ao 
investidor o valor investido, corrigido pela taxa Selic acumulada no período de investimento. No Tesouro 
Direto esses títulos são denominados de “Tesouro Selic”. 
Suponha que um investidor tenha adquirido uma LFT por R$ 10.500,00 um ano antes de seu vencimento e 
que a taxa Selic acumulada nesse período seja de 2,5%. 
 
No vencimento, o investidor recebe os R$ 10.500,00 investidos, corrigidos pela Selic acumulada no período 
(2,5%). 
10.500,00×(1+2,5%)=10.762,50 
 
NOTA DO TESOURO NACIONAL – SÉRIE B (NTN-B) 
A rentabilidade desses títulos é dada pela variação da inflação, medida pelo IPCA. Diferente da LTN e da LFT, 
esse título prevê pagamentos semestrais, denominados de cupons. O nome “cupom” tem sua origem na 
época em que esses títulos ainda eram cartulares, ou seja, emitidos em papel. Cada título possuía cupons 
que eram destacados para recebimento de seus pagamentos nas respectivas datas. No Tesouro Direto esses 
títulos são denominados de “Tesouro IPCA+ com pagamentos semestrais”. 
 
Há uma modalidade específica de NTN-B no Tesouro Direto que não possui pagamento de cupons, 
denominada de “Tesouro IPCA+”, também chamada de NTN-B Principal. 
NOTA DO TESOURO NACIONAL – SÉRIE B (NTN-B) 
A rentabilidade desses títulos é prefixada, mas diferente da LTN esse título prevê pagamentos de cupons 
semestrais. 
 
 
Produtos de empréstimos bancários 
Os produtos que vimos até aqui tinham o objetivo de captar recursos dos agentes superavitários para as 
instituições financeiras. Veremos agora o outro lado da moeda, os produtos que permitem às instituições 
financeiras emprestar recursos aos agentes deficitários. 
 
Nessas operações, a instituição financeira que disponibiliza o crédito corre o risco do tomador de recursos, 
que pode ser uma pessoa física ou jurídica. Para calcular uma taxa de remuneração correspondente ao risco 
em que incorre, a instituição financeira faz uma análise da capacidade de pagamento daquele tomador. Para 
essa análise, a instituição financeira pode recorrer a bancos de dados como o Serviço de Proteção ao Crédito 
– SPC, ao SERASA ou à Central de Risco de Crédito do Banco Central – CRC. Recentemente foi regulamentado 
o cadastro positivo de crédito, com o objetivo de possibilitar aos bons pagadores auferirem melhores taxas 
no momento da contratação do empréstimo. 
Elencamos a seguir os produtos de empréstimos bancários: 
HOT MONEY 
São empréstimos normalmente de 1 a 7 dias para atender a necessidades de caixa de empresas. 
CHEQUE ESPECIAL 
É uma linha de crédito pré-aprovada pela instituição financeira que cobre eventuais saldos negativos na 
conta-corrente. 
DESCONTO DE TÍTULOS 
Quando o tomador de recursos possui créditos futuros a receber de duplicatas e outros títulos, ele pode 
antecipar esse recebimento por meio da operação de desconto de títulos. Nessa operação, a instituição 
financeira compra os títulos do tomador com um deságio, ou seja, por um preço inferior ao valor de face 
deste. 
FINANCIAMENTO DE CAPITAL DE GIRO 
São operações de crédito que visam atender as necessidades de capital de giro das empresas. Normalmente 
são exigidas garantias de créditos a receber da empresa, como duplicatas. 
CRÉDITO DIRETO AO CONSUMIDOR 
É uma modalidade de crédito destinada a financiar a aquisição de bens e serviços pelos consumidores. O 
bem a ser adquirido normalmente é dado à instituição financeira como garantia de pagamento do 
empréstimo. 
CRÉDITO CONSIGNADO 
Constitui-se numa linha de crédito destinada a funcionários públicos, com a cobrança sendo realizada 
diretamente no contracheque do tomador. Nessa modalidade, as taxas cobradas tendem a ser mais baixas 
devido ao baixo risco de inadimplência. 
VEÍCULOS DE INVESTIMENTO COLETIVO 
Muitas vezes um investidor pessoa física não tem capacidade financeira para investir em alguns produtos 
diretamente. No entanto, pode fazê-lo utilizando-se de veículos de investimento coletivos, como os fundos 
de investimento ou os planos de previdência. 
Fundos de investimento 
Os fundos de investimento são veículos de investimento coletivo regulados pela CVM que permitem aos 
seus cotistas investir em produtos financeiros mais sofisticados. Eles podem ser abertos ou fechados. 
Vejamos: 
Fundos abertos 
São aqueles em que os participantes aportam ou resgatam recursos emitindo novas cotas, ou seja, a 
quantidade de cotas varia conforme os aportes e resgates. 
Fundos fechados 
São aqueles em que há uma emissão inicial de cotas e não são mais feitos aportes dos resgates até o 
vencimento do fundo. Suas cotas podem ser negociadas no mercado secundário. 
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais – Anbima possui ainda uma 
classificação dos fundos segundo sua política de investimentos, conforme a tabela apresentada a seguir. 
 
 
 
 
Previdência complementar aberta 
Outro veículo de investimento bastante utilizado pelos investidores são os planos de previdência 
complementar aberta ou os seguros de vida com cobertura de sobrevivência. Os mais conhecidos deles são: 
PGBL 
O Plano Gerador de Benefícios Livre 
VGBL 
O Vida Gerador de Benefícios Livre 
A principal diferença entre eles encontra-se no tratamento tributário. O PGBL é um plano de previdência e o 
VGBL é um seguro com cobertura de sobrevivência. Assim, as contribuições ao PGBL podem ser abatidas da 
base de cálculo do Imposto de Renda como contribuição previdenciária. O mesmo não ocorre com o VGBL. 
Por outro lado, quando dos recebimentos gerados pelos planos PGBL, resgates ou pagamentos de renda de 
aposentadoria, há incidência de imposto de renda. Isso não ocorre com o VGBL, pois apenas sua 
rentabilidade é tributada. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. Qual título público federal tem como remuneração da taxa básica de juros da economia? 
Notas do Tesouro Nacional – série B – NTN-B. 
Notas do Tesouro Nacional – série F – NTN-F. 
Letras Financeiras do Tesouro – LFT. 
Letras do Tesouro Nacional – LTN. 
 
 
2. Uma LTN foi vendida por 900 reais um ano antes de seu vencimento. Qual a sua rentabilidade?. 
10% a.a. 
11,11% a.a. 
12,5% a.a. 
13,33% a.a. 
A resposta correta éa letra B. No vencimento, uma LTN vale R$ 1.000,00. Dessa forma, seu fluxo será dado 
pela figura: 
 
Sua rentabilidade será dada por: 
𝑅𝑒𝑛𝑡𝑎𝑏𝑖𝑙𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒=(1.000−900)/900=11,11% 𝑎.𝑎. 
 
 
DEFINIÇÃO 
Apresentação do sistema financeiro como parte fundamental de toda a sociedade econômica moderna e sua 
responsabilidade pela conexão entre agentes e recursos, além de suas particularidades com relação ao 
sistema de cada país e o estudo sobre as instituições do sistema financeiro brasileiro. 
INTRODUÇÃO 
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) é um conjunto de instituições e regras essencial para o funcionamento 
da economia brasileira. Veremos, neste tema, um pouco da história dessas instituições e estudaremos sua 
estrutura e seus atores principais. 
Analisaremos o papel dos bancos comerciais na economia do Brasil e como eles “criam moeda”, além de 
verificarmos como ocorre a atuação das diversas instituições normativas e supervisoras do SFN, como a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central do Brasil (BCB), o Conselho Monetário Nacional 
(CMN) e outros agentes ligados ao setor público. 
Este módulo traz definições do Sistema Financeiro Nacional (SFN), apresentando alguns dos temas e 
conceitos mais importantes, bem como sua estrutura e sua história. Além disso, veremos a distinção entre 
instituições monetárias e não monetárias, como também a apresentação do conceito de multiplicador 
monetário. 
A ESTRUTURA DO SFN 
Os agentes econômicos (famílias, empresas e governo) tomam, frequentemente, decisões com relação a 
consumo, poupança e investimento. Isso tem especial importância para a compreensão do sistema 
financeiro, visto que, para que essas operações aconteçam na economia, é necessário viabilizar fluxos de 
recursos de poupadores (agentes que recebem mais do que consomem) para tomadores de recursos 
(agentes que consomem mais do que recebem). 
A partir da necessidade do intermédio de um agente para essas operações, surgem as instituições 
financeiras. Dessa forma, define-se o sistema financeiro como o conjunto de instituições e instrumentos 
(serviços) que permitem o fluxo financeiro entre poupadores e tomadores de recursos. 
O sistema financeiro é composto por quatro grandes mercados: 
MONETÁRIO 
utilizado pelo Banco Central do Brasil (BCB) para controlar a liquidez da economia, isto é, a quantidade de 
moeda em circulação; 
DE CRÉDITO 
aqui, os intermediários financeiros, normalmente, os bancos comerciais, captam recursos de alguns agentes 
(por exemplo, através de depósitos em conta corrente) e emprestam a outros. O Banco Central é o principal 
responsável pelo controle, normatização e fiscalização desse mercado; 
DE CÂMBIO 
também é supervisionado pelo Banco Central e caracterizado pelas trocas de moedas estrangeiras (por 
exemplo, dólares ou euros) por moeda nacional (reais); 
DE CAPITAIS 
também chamado de mercado de valores mobiliários, surgiu a partir das necessidades das firmas por 
recursos, muitas vezes em volume superior ao que as instituições poderiam ou estariam dispostas a 
emprestar. 
O mercado de capitais, assim como o de crédito, liga tomadores e poupadores, mas não há um intermediário 
financeiro propriamente dito: é uma relação direta. Os intermediários prestam diversos serviços de apoio, 
mas não ficam com o risco. 
O principal exemplo é o mercado de ações. Os participantes devem seguir as normativas da Comissão de 
Valores Mobiliária (CVM) e são regulados pelo BCB. 
O SFN pode ser dividido em três níveis: órgãos normativos, entidades supervisoras e operadores. Os órgãos 
normativos e as entidades supervisoras serão abordados com mais detalhes nos módulos 2 e 3, 
respectivamente. 
Os operadores são instituições que exercem atividades de captação, intermediação e aplicação no SFN, 
sendo as entidades mais conhecidas. Alguns exemplos são: o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e 
todos os bancos comerciais. 
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BREVE HISTÓRICO DO SFN 
O Brasil levou muitas décadas para estabelecer um sistema financeiro moderno e robusto como o atual. 
1500 
Com a descoberta oficial do País, em 1500, a Europa já possuía um sistema bancário, bem como países com 
moeda própria. Porém, até que esta tecnologia chegasse ao Brasil, especialmente com relação à criação de 
uma rede bancária, demorou muito tempo. 
1808 
Antes da chegada da família real portuguesa ao Brasil, em 1808, não era permitido o funcionamento de 
bancos na, então, colônia de Portugal. Depois disso, a inauguração do Banco do Brasil foi um marco para a 
história do SFN. Entretanto, a atuação desta instituição em relação à concessão de crédito se revelou 
bastante tímida, uma vez que um dos papéis do banco era o de custear os gastos da coroa portuguesa, por 
meio da impressão de dinheiro. Tal fato, contudo, acabava gerando inflação. 
 
1822 
Após a independência e com o fim do tráfico de escravos, a necessidade de prover recursos a 
empreendimentos agrícolas, industriais etc. foi se mostrando cada vez mais elevada. 
Instituições financeiras começaram a surgir e, com isso, passaram a financiar lavouras, expansão de fábricas, 
exportação e importação de bens, bem como mitigar problemas que hoje são cobertos por qualquer 
seguradora. O Estado foi ganhando um protagonismo cada vez maior no SFN, seja como ator principal, a 
partir da criação de bancos federais e estaduais, seja como regulador, criando leis para fazer com que todo 
sistema se tornasse cada vez mais seguro. 
1945 
Após a Segunda Guerra Mundial, os sistemas financeiros mundiais apresentaram grandes progressos. O 
Brasil acompanhou essa tendência. A criação da Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), em 
1945, assim como da Carteira de Redesconto e, por fim, do Banco Central do Brasil, em 1964, mostram o 
esforço do Estado em tornar o sistema financeiro mais seguro e menos instável. 
1988 
Na esfera internacional, em 1988, foi firmado o Primeiro Acordo de Capital de Comitê de Basileia, na Suíça, 
grande marco na regulação mundial das instituições financeiras, que visava oferecer mais segurança ao 
sistema financeiro. Os países signatários tinham como objetivo estabelecer normas para o bom 
funcionamento do sistema financeiro dos participantes, firmando requisitos que devem ser observados para 
a atuação no setor. Com o passar dos anos, as autoridades monetárias de inúmeros países, inclusive o Brasil, 
se encontraram para atualizar as normas estabelecidas. 
1994 
Com o fim da hiperinflação no Brasil, em 1994, o sistema financeiro passou por grave crise: o sistema estava 
“viciado” em alta inflação e perdeu parte de sua fonte de lucro. Em 1995, com a falência de uma série de 
instituições financeiras, o Governo interveio no sistema bancário por meio do Programa de Estímulo à 
Reestruturação e ao Fortalecimento do Sistema Financeiro Nacional (PROER). Com ele, uma grande soma de 
recursos públicos foi injetada no sistema financeiro para conter a falência de algumas instituições financeiras 
que se encontravam em apuros. 
2008 
Durante a crise de 2008, o SFN conseguiu dar uma reposta e não foi fortemente afetado pelo evento, como 
em outros países. 
Após esse breve histórico do SFN, podemos introduzir a noção de instituições financeiras monetárias e não 
monetárias. 
 
MULTIPLICADOR MONETÁRIO E INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS MONETÁRIAS E NÃO MONETÁRIAS 
Instituições financeiras monetárias (ou bancárias) são aquelas que podem obter recursos a partir de 
depósitos em poupança ou conta corrente. Os bancos comerciais são as instituições de maior relevância 
nesse grupo, dado que têm forte atuação no sistema financeiro de qualquer nação capitalista. 
Além dos bancos comerciais, cooperativas de crédito (associação de produtores agrícolas que presta serviços 
financeiros apenas aos seus associados) e bancos múltiplos (que prestam outros serviços, além daqueles 
ofertados pelos bancos comerciais, como concessão de créditoimobiliário) são exemplos de instituições 
financeiras monetárias. 
As instituições monetárias têm outra função fundamental: “criam dinheiro”, ou seja, afetam a quantidade de 
moeda em circulação na economia. Sendo assim, vamos observar os agregados monetários, que ajudam na 
classificação dos ativos que podem ser usados como moeda (ou seja, bens ou direitos que podem ser usados 
para fazer trocas). 
A moeda é um ativo importante, gerando oferta e demanda para esta. Podemos mostrar que existe uma 
relação entre a oferta monetária (volume total de moeda na economia) e a base monetária (volume físico de 
moeda criada pelo Banco Central). 
Em outras palavras, isso significa que, se o Banco Central emite R$1.000,00 em papel-moeda e o 
multiplicador é igual a 3, temos, de fato, R$3.000,00 de moeda em circulação na economia. O multiplicador 
monetário/bancário revela em quanto a oferta monetária crescerá (cairá) se aumentarmos (reduzirmos) em 
R$1,00 a base monetária da economia. 
Podemos derivar esse multiplicador e ainda compreender como o sistema bancário brasileiro e do exterior 
são capazes de criar dinheiro. 
Considere que os indivíduos desejam manter uma quantia C de moeda, para fazer transações (R$20,00 por 
exemplo). Os bancos, por sua vez, terão uma quantia de depósitos D dos seus correntistas e um excesso de 
reservas ER, que são nada mais do que uma quantia de recursos que os bancos não utilizam para realizar 
suas operações. Vamos definir as seguintes proporções: 
 
Ou seja, “c” é a razão entre o dinheiro que as pessoas mantêm e o que depositam no banco: se tenho 
R$20,00 na carteira e R$100,00 no banco, c = 20%. Por sua vez, “e” é a proporção de recursos que os bancos 
mantêm em caixa: se o meu banco empresta R$40,00 dos R$100,00 que depositei e, portanto, mantém 
R$60,00 em caixa, temos e = 60%. 
Definimos, também, a reserva compulsória RR: é um mecanismo utilizado pelo Banco Central para manter a 
estabilidade do sistema financeiro e combater a inflação. Assim, a autoridade monetária exige que os bancos 
mantenham uma certa porcentagem dos depósitos dos correntistas no próprio BCB. 
Já as reservas voluntárias ER são as que só dependem das estratégias adotadas pelos próprios bancos. O 
total de reservas dos bancos comerciais será dado pela seguinte relação: 
 
Se um banco mantém ER = R$300,00 em caixa, sendo obrigado a manter RR = R$200,00 no Banco Central, 
temos, então, R= 200 + 300 = R$500,00. A autoridade monetária estabelece ainda a porcentagem rr do total 
de depósitos recebidos pelo banco, que deverá ser mantido em uma conta no BCB. 
Portanto, temos que RR também pode ser escrito da seguinte maneira: 
 
Podemos substituir essa relação na expressão das reservas R, de maneira que obtemos essa nova relação: 
 
É importante notar que, como rr é definido pela autoridade monetária e varia entre 0 e 1, os bancos não 
precisam manter a totalidade dos depósitos dos correntistas e, com isso, podem emprestar mais recursos 
do que dispõem. 
Os bancos utilizam essa estratégia, pois acreditam que os correntistas não sacarão a totalidade dos seus 
recursos de uma só vez. Se um cliente deposita R$1.000,00, o banco pode emprestar uma parte desse 
montante a outros correntistas. 
De maneira mais prática, vamos assumir que o Banco Central exija que rr=50%. Portanto, para cada R$1,00 
depositado, R$0,50 são mantidos no BCB. Os R$0,50 restantes podem ser utilizados pelo banco para 
conceder empréstimos, financiamentos, entre outros serviços. 
A base monetária MB deve ser igual à quantidade de moeda em poder do público C e o total de reserva dos 
bancos R. Logo: 
 
Vimos que c e e nos dão a proporção de moeda em poder do público C e excesso de reservas ER sobre os 
depósitos D, respectivamente. Podemos incorporar essas relações à equação que vimos anteriormente 
 
Se dividirmos todos os termos da equação acima por (rr+e+c), temos a seguinte relação entre depósitos e 
base monetária: 
 
Podemos definir M como a soma de depósitos à vista com o papel moeda em poder do público (ou seja, o 
que as pessoas carregam na carteira ou guardam em casa). Esta relação pode ser escrita como M = C + D = 
cD + D = (1+c)D. 
Finalmente, podemos reescrever a equação da oferta de moeda da seguinte forma: 
 
Agora você sabe como o sistema bancário é capaz de criar moeda e sobre a atuação do Banco Central para 
que os bancos não criem moeda em excesso. A criação excessiva de moeda pode gerar inflação ou 
instabilidade no sistema. Nesse contexto, os correntistas correm perigo de não encontrar a quantia que 
desejam disponível para saque. 
Caso os correntistas percam confiança na capacidade do banco para a devolução de seus recursos, eles vão 
correr até a instituição para sacar o máximo de recursos que puderem. Tais episódios, muito comuns no 
passado, conhecidos como corridas bancárias, são pouco comuns hoje em dia, especialmente no Brasil. 
Entretanto, em 2019, um rumor de que o Metro Bank da Inglaterra encerraria as suas atividades acabou por 
gerar longas filas nas agências da instituição, com correntistas desesperados para sacar suas economias. 
Posteriormente, o rumor se mostrou infundado, visto que a instituição continuava em pleno funcionamento. 
Contudo, mesmo com o Metro Bank sendo capaz de acalmar os rumores, suas ações caíram 9% e muitos 
correntistas encerraram suas contas. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. Assinale a alternativa CORRETA a respeito do Sistema Financeiro Nacional (SFN): 
O Brasil possuía um sistema bancário desenvolvido enquanto era colônia de Portugal. 
O sistema financeiro brasileiro não acompanhou as mudanças internacionais após a Segunda Guerra 
Mundial. 
O SFN atravessou uma crise na década de 1990, após o fim da hiperinflação. 
O Banco Central do Brasil foi criado quando a família real portuguesa chegou ao Brasil. 
Comentário 
Parabéns! A alternativa "C" está correta. 
Os bancos brasileiros eram “viciados” em hiperinflação e atravessaram dificuldades com a estabilização da 
moeda. 
2. Qual é o fator que determina a distinção entre as instituições financeiras monetárias e não monetárias? 
Criação de moeda. 
Governança. 
Atuação no mercado de títulos públicos. 
Prazo de empréstimos. 
Comentário 
Parabéns! A alternativa "A" está correta. 
Vimos que instituições financeiras monetárias têm a capacidade de criar moeda e captar recursos de seus 
clientes, instituições financeiras não monetárias não têm o mesmo poder. 
 
Instituições normativas são aquelas que estabelecem as normas necessárias para o funcionamento do 
Sistema Financeiro Nacional. São elas: Conselho Monetário Nacional (CMN), Conselho Nacional de Seguros 
Privados (CNSP) e o Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC). 
Vamos discutir a função e a atuação de cada uma dessas instituições. 
CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) 
Criado em 1964, durante as reformas de estabilização econômica organizadas pelos ministros Roberto 
Campos (Planejamento) e Otávio Gouveia de Bulhões (Fazenda). 
Tais reformas acabaram por controlar a inflação, que vinha crescendo, criando maneiras mais saudáveis de 
financiar os gastos públicos, especialmente a partir da possibilidade de negociar títulos públicos, que é um 
instrumento utilizado pelos governos para captar recursos junto ao mercado e que devem ser devolvidos 
acrescidos de juros, após um prazo preestabelecido. 
Nessa época, o CMN era composto por uma série de membros do Governo, sindicatos patronais e dos 
trabalhadores. Esse fato acabava por tornar o conselho um espaço extremamente propício ao lobby, pois era 
de lá que saiam decisões bastante relevantes para inúmeros agentes econômicos. 
Somente em 1995, após o fim da hiperinflação, houve uma mudança na composição do CMN, que passou a 
ter apenas três integrantes: os ministros do Planejamento e da Fazenda e o presidente do Banco Central do 
Brasil. Nesse arranjo, o presidente da instituição é o ministro da Fazenda. 
Em 2019,porém, com uma profunda reforma administrativa, tanto o Ministério da Fazenda como o do 
Planejamento foram incorporados ao Ministério da Economia. Isso fez com que o CMN sofresse outra 
mudança, de forma que os integrantes atuais são o ministro da Economia, o presidente do Banco Central do 
Brasil e o secretário especial da Fazenda. 
As reuniões dos membros citados ocorrem uma vez por mês e as decisões são tomadas a partir de seus 
votos. O principal objetivo do Conselho é formular a política da moeda e do crédito do País. 
Compete ao CMN regular os valores interno e externo da moeda. Assim sendo, adaptará a quantidade de 
moeda em circulação às necessidades da economia. É comum que moedas estrangeiras (dólar, euro, libra 
etc.) circulem na economia brasileira de formas variadas, o que tem impacto no balanço de pagamentos do 
País. 
 
 
 
 
O mesmo ocorre com um importador que deseja adquirir, por exemplo, insumos no exterior. Ele terá que 
trocar seus reais por dólares e pagar os fornecedores fora do País. A entrada e a saída de divisas estrangeiras 
serão registradas no balanço de pagamentos e seu equilíbrio é vital para o bom funcionamento de qualquer 
economia capitalista. 
Atenção 
Como foi dito, outras moedas circulam no Brasil, mas não podem ser utilizadas, pois o Real 
é oficial. Com isso, caso um exportador, que recebe sua renda em dólares, queira comprar 
produtos aqui, terá de converter seus dólares em reais. 
 
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Se o Brasil sofrer uma fuga de capitais (forte saída de dólares), o equilíbrio do balanço de pagamentos fica 
comprometido, o que pode impactar negativamente a atividade econômica. 
 
 
 
 
 
A importância do CMN para a estabilidade econômica nacional é tamanha que ele recebe o título de órgão 
deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional. 
CONSELHO NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (CNSP) 
Em um mundo onde há riscos, já que é impossível fazermos previsões perfeitas, é natural que os indivíduos 
queiram se proteger de adversidades. Dessa forma, os seguros foram se popularizando ao longo dos séculos 
e atuam mitigando problemas relacionados à saúde, manutenção e proteção de bens físicos e vida. 
O Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) é o órgão responsável por estabelecer normas e diretrizes 
para o setor em questão. 
O CNSP é responsável por fixar normas a serem observadas pelas seguradoras privadas, como afixação de 
características de contratos, criação de índices e normas técnicas com relação a tarifas e investimentos. 
Além de sua atribuição normativa, é responsável por fiscalizar as instituições do segmento. 
O órgão em questão deve zelar, também, pela racionalidade e sustentabilidade financeira dos contratos 
firmados em seguradoras e segurados, como forma de não comprometer a saúde financeira das primeiras. A 
profissão de corretor de seguros é, inclusive, regulada pelo CNSP. 
Visando obter mais lucros, corretoras de seguro podem entrar em projetos arriscados (é o mesmo problema 
que afeta os bancos). Caso o contratante necessite de um montante de recursos muito elevado, a 
seguradora pode acabar quebrando e/ou não podendo arcar com os custos da adversidade. 
 
 
 
 
Cabe ainda ao CNSP punir e até excluir operadores do mercado, caso não sigam as normas estabelecidas. 
Dessa forma, o conselho acaba por regular sociedades seguradoras e corretores de seguro. 
Ele regula também entidades abertas de previdência complementar (mas não as fechadas, que são 
reguladas pelo Conselho Nacional de Previdência Complementar — CNPC). Tanto as entidades abertas 
quanto as fechadas têm o mesmo objetivo: poupar para a aposentadoria. A seguir, são apresentadas as 
diferenças entre elas: 
Exemplo 
O “Efeito Tequila”, em 1995, impactou fortemente os balanços de pagamentos e as economias 
latino-americanas. Com a crise econômica que se alastrava no México, investidores — receosos 
que os demais países da região também entrassem numa grave crise — começaram a tirar suas 
aplicações dos países da região. 
 
Exemplo 
Um aeroporto de grande porte pode ser atingido por um furacão ou incêndio. Dessa 
forma, é comum que mais de uma empresa de seguro divida o risco da operação em caso 
de projetos do porte em questão. 
 
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR FECHADA 
É restrita a um grupo de trabalhadores e, normalmente, é contratada por uma firma para um grupo grande 
de funcionários. A taxa de administração, com esse efeito escala, acaba por se revelar mais atrativa; 
PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA 
Permite que trabalhadores com diferentes vínculos contratem o serviço, sem a necessidade de estarem 
ligados a uma empresa específica. 
Planos como o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL) são os 
mais populares no mercado. 
CONSELHO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR (CNPC) 
A atribuição do CNPC é regular o regime de previdência complementar operado pelas entidades fechadas. 
Além do ministro da Previdência Social, que preside o Conselho, participam o ministro da Economia, 
representantes da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), Secretaria de Políticas 
de Previdência Complementar (SPPC), Casa Civil da Presidência da República, entidades fechadas de 
previdência complementar, patrocinadores e instituidores de planos de benefícios das entidades fechadas 
de previdência complementar e dos participantes e assistidos de planos de benefícios. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. (INAZ DO PARÁ/BANPARÁ/TÉCNICO BANCÁRIO 2014) Assinale a opção que apresenta um órgão 
deliberativo máximo do Sistema Financeiro Nacional: 
Banco Central do Brasil. 
Conselho Monetário Nacional. 
Comissão de Valores Mobiliários. 
Conselho Nacional de Seguros Privados. 
Comentário 
O CMN regula os tipos de operação que as instituições financeiras podem realizar ou apoiar. Além disso, é 
um órgão que auxilia a saúde financeira das instituições da área. Sua importância para a estabilidade 
econômica nacional é tamanha que ele recebe o título de órgão deliberativo máximo do Sistema Financeiro 
Nacional. 
2. Se você tem uma empresa com vinte funcionários e quer fazer um plano de previdência para eles, qual 
órgão vai estabelecer as normas com a corretora de seguros? 
Banco Central. 
CNPC. 
CMN. 
CNSP. 
Comentário 
O Banco Central e o CMN não regulam ou criam normas para corretora de seguros. Vimos programas que 
têm o mesmo objetivo: poupar para a aposentadoria. Entretanto, dado que existe uma restrição para um 
deles, isso faz com que a previdência complementar fechada esteja sob a alçada do Conselho Nacional de 
Previdência Complementar (CNPC). 
INSTITUIÇÕES SUPERVISORAS NO SFN 
As instituições supervisoras realizam atividades complementares às desempenhadas pelas instituições 
normativas, sendo responsáveis pela supervisão das instituições sob sua responsabilidade e possuem função 
de fiscalização. 
Além disso, elas têm o objetivo de regulamentar as diretrizes definidas ou as normas elaboradas por 
instituições normativas. As instituições supervisoras pertencentes ao SFN são: Banco Central do Brasil (BCB 
ou BACEN); Comissão de Valores Mobiliários (CVM); Superintendência de Seguros Privados (SUSEP); e 
Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC). 
Antes de começarmos a tratar de questões relativas ao Banco Central do Brasil, algumas perguntam podem 
surgir, como por exemplo: como e onde surgiu o primeiro banco com características de banco central? Por 
que ele existe? Quais são as funções clássicas de um banco central? 
Com relação à primeira pergunta, o Banco da Inglaterra, fundado em 1694, foi o primeiro a adotar algumas 
das atuais funções de um banco central. Na época, o governo inglês concedeu a ele o monopólio de emissão 
de moeda na região de Londres. Além disso, a instituição atuava como o banqueiro do governo. 
A segunda pergunta tem basicamente duas justificativas. Uma de ordem macroeconômica:o banco central é 
responsável pelas políticas monetária e cambial de um país. A outra, de ordem microeconômica: o banco 
central atua para promover a estabilidade do sistema financeiro. 
Um banco central possui algumas funções consideradas clássicas, mas como cada país tem seu próprio BC, 
uma nação pode decidir que outros órgãos desempenhem essas funções. Dito isso, as funções clássicas são: 
• Monopólio de emissão de moeda; 
• Banqueiro do governo; 
• Banco dos bancos; 
• Supervisor do sistema financeiro; 
• Responsável pela política monetária; 
• Responsável pela política cambial; 
• Depositário das reservas internacionais; 
• Assessor econômico do Governo. 
Na maioria dos países, a principal missão do banco central é garantir a estabilidade de preços, evitando a 
desvalorização da moeda. A autoridade monetária visa proteger a sociedade, impedindo a transferência de 
riqueza da população para o Governo por meio da inflação. 
AS CARACTERÍSTICAS DO BANCO CENTRAL DO BRASIL 
O Banco Central do Brasil foi criado em dezembro de 1964, pela Lei nº 4.595, a lei de Reforma Bancária. 
Antes da criação do BCB, suas atividades eram exercidas pela Superintendência da Moeda e do Crédito 
(Sumoc), pelo Conselho Superior da Sumoc, pelo Banco do Brasil e pelo Tesouro Nacional. 
Essa mesma lei também criou o Conselho Monetário Nacional (CMN), que extinguiu o Conselho Superior da 
Sumoc. 
Funções do Banco Central 
O BACEN (outra sigla para o Banco Central) apresenta cinco funções principais no país: a primeira e, talvez, a 
mais conhecida é a de emissor de moeda, papel-moeda (cédulas) e moeda metálica, e executor dos serviços 
do meio circulante. O CMN define os limites e as diretrizes para a emissão, mas quem de fato emite é o BCB. 
É comum que surja dúvida com relação ao papel da Casa da Moeda do Brasil (CMB) nessa história. Portanto, 
vale o registro de que o BCB emite e a CMB fabrica a moeda. 
O objetivo do Banco Central é que o meio circulante (total de cédulas e moedas em circulação no país) 
satisfaça a demanda de dinheiro indispensável à atividade econômico-financeira da nação sem causar 
desequilíbrios nos preços. 
Em outras palavras, uma quantidade de moeda superior à necessidade da nação, geralmente, provoca 
inflação, e uma quantidade inferior pode provocar deflação. É importante destacar que nenhuma dessas 
situações — inflação excessiva ou deflação — é desejável, pois ambas geram e evidenciam situações de 
desequilíbrio na economia. 
Para atender à demanda por moeda, também, é necessário que o BCB execute os serviços de meio 
circulante, isto é, que ele substitua as cédulas rasgadas com defeito e as moedas que desapareceram. 
Além da emissão de moeda e da execução dos serviços de meio circulante, o Banco Central pode controlar a 
quantidade de moeda em circulação na economia de outras formas, executando, assim, a política 
monetária, a segunda função do BCB. 
Basicamente, a política monetária é constituída por ações tomadas pelo banco central com o objetivo de 
afetar a taxa de juros (o custo do dinheiro) e a quantidade de dinheiro na economia. Para isso, o Bacen 
utiliza diversos instrumentos. A emissão de moeda é um meio de política monetária, mas é pouco utilizado 
no Brasil. 
A terceira função do Bacen é controlar o crédito em circulação na economia. As regulamentações sobre o 
mercado de crédito são um importante instrumento para política monetária. O Bacen pode restringir ou 
expandir os meios de pagamento com alterações nas alíquotas dos depósitos compulsórios dos bancos, 
como visto no módulo 1. 
 
 
 
 
 
Você sabia 
Em março de 2020, o Banco Central do Brasil reduziu a alíquota de compulsório sobre 
depósitos a prazo de 25% para 17%. O BCB comunicou que medida visava aumentar a 
liquidez, isto é, a quantidade de moeda circulando na economia brasileira, reduzindo, dessa 
forma, os impactos econômicos da Covid-19. 
 
No entanto, a autoridade monetária informou que assim que a economia se recuperasse da pandemia, a 
alíquota voltaria ao patamar de 25%. Em 2018, a alíquota de depósitos à vista foi reduzida para 21% e a de 
depósitos de poupança para 20%. 
Historicamente, no Brasil, o compulsório sempre teve alíquotas elevadas, retratando uma particularidade 
nossa. Em outras palavras, os níveis do compulsório no País estão bem acima dos praticados 
internacionalmente. 
Além disso, os países dão tratamentos diferentes à remuneração dos recursos depositados na conta do 
Banco Central. 
 
 
 
 
 
Outro instrumento utilizado pelo Bacen para executar a política monetária é a chamada operação de 
mercado aberto (open market). O Governo pode financiar um déficit por meio de emissões de títulos 
públicos. Assim, o Governo Federal, por meio da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), vende esses papéis 
ao setor privado, que compra os títulos com a expectativa de obter rendimentos. 
O Bacen compra os títulos que já estão no setor privado, a fim de realizar política monetária, não podendo, 
de acordo com a Constituição Federal, comprar os títulos diretamente do Governo Federal. 
Isto é, o BCB não pode oferecer empréstimos e financiamentos diretamente ao Governo. A política 
monetária é dita expansionista (aumentando a quantidade de moeda na economia) quando o BCB compra 
títulos do mercado, pois ele eleva a quantidade de moeda na economia ao retirar títulos públicos de 
circulação, substituindo-os por moeda — dizemos que é uma injeção de liquidez. 
Por outro lado, a política monetária é contracionista quando o BCB vende títulos ao setor privado, 
comprando moeda, o que reduz a quantidade de dinheiro na economia. 
O Banco Central exerce a função de banco dos bancos por duas razões: 
1. O BCB funciona como um banco para os bancos comerciais, que podem fazer depósitos voluntários 
em sua conta; 
2. O Bacen realiza operações de redesconto e empréstimos às instituições financeiras bancárias. 
O redesconto é concedido pelo BCB às instituições financeiras bancárias que sofrem de iliquidez no curto 
prazo, ou seja, que apresentam débitos maiores que créditos. Mais especificamente, o redesconto acontece 
quando os depósitos bancários atingirem um mínimo em relação aos depósitos à vista e em outros casos 
determinados por lei. 
Exemplo 
Na Colômbia, não há remuneração dos recursos. No Brasil, os recursos provenientes dos depósitos 
à vista depositados pelos bancos no BCB não possuem rendimento; já os depósitos a prazo são 
remunerados à taxa Selic (a taxa básica de juros definida pelo próprio Banco Central) e os depósitos 
de poupança, à mesma taxa do que a caderneta de poupança. 
 
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A instituição financeira oferece à autoridade monetária um ativo em garantia e o BCB paga um valor inferior 
ao do ativo dado em garantia. No momento em que o banco salda o empréstimo, ele compra o ativo pelo 
seu valor pleno. A diferença entre os dois valores representa a taxa de redesconto, um importante 
instrumento de política monetária. 
A figura 1 mostra todos os instrumentos apresentados neste módulo. O BCB atua como emprestador de 
última instância tanto nas operações de redesconto como nos empréstimos que ele oferece a instituições 
financeiras que não conseguem tomar no mercado interbancário. 
 
A quarta principal função do Banco Central é a de formulação, execução e acompanhamento da política 
cambial e relações financeiras com o exterior. As transações que o Brasil efetua com outros países pode 
apresentar saldos positivos ou negativos. 
Isto é, o país pode acumular reservas internacionais ou gastá-las. Elas são compostas por: reservas de ouro, 
reservas de moeda estrangeira e direitos especiais de saque (DES). Este último é uma moeda criada pelo 
Fundo Monetário Internacional (FMI): ela é utilizada como moeda de troca entre os bancos centrais. 
A manutenção de reservas estrangeiras pelo BCB permite sua atuação no mercado de câmbio de modo a 
evitar a excessiva volatilidadeda moeda e garantir seu funcionamento regular. 
Para esse fim, o BCB pode: comprar e vender moeda estrangeira e ouro; promover, como agente do 
Governo Federal, a contratação de empréstimos; acompanhar e controlar os movimentos de capitais; e 
negociar com as instituições financeiras e com os organismos financeiros internacionais. 
Adicionalmente, o BCB é chamado de banco do governo, pois detém a chamada conta única do Tesouro 
Nacional, na qual são averiguadas as disponibilidades de caixa da União. 
Por fim, a quinta função do Banco Central do Brasil (BCB) é a supervisão e ordenamento do Sistema 
Financeiro Nacional (SFN) e do Sistema de Pagamento Brasileiro (SPB). 
O BCB atua de forma a zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras. Assim, ele é responsável 
por: 
• Desenhar as normas aplicáveis ao SFN; 
• Autorizar o funcionamento das instituições financeiras e de outras entidades; 
• Fiscalizar e regular as atividades das instituições financeiras e demais entidades. 
Com relação ao sistema de pagamentos, o BCB é responsável por promover sua solidez e o seu normal 
funcionamento. A figura a seguir mostra as cinco principais funções do Banco Central do Brasil. 
 
AS COMPETÊNCIAS E CARACTERÍSTICAS DA CVM 
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) foi instituída em 1976, pela Lei no 6.385, com o objetivo de 
fiscalizar, normatizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no Brasil. 
O que está incluído no mercado de valores mobiliários são títulos e contratos de investimento coletivo, 
ofertados de maneira pública, que geram direito de participação, de parceria e de remuneração. 
A CVM é uma autarquia especial (possui mais autonomia do que uma autarquia comum) vinculada ao 
ministério da Economia, dotada de personalidade jurídica (CNPJ próprio), patrimônio próprio, e autoridade 
administrativa independente. Além disso, ela não possui subordinação hierárquica e tem autonomia 
financeira e orçamentária. 
O mandato legal da Comissão de Valores Imobiliários 
DESENVOLVIMENTO DO MERCADO 
Estimular a formação de poupança e a sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o 
funcionamento eficiente e regular do mercado de ações; e incentivar as aplicações permanentes em ações 
do capital social de companhias abertas sob o controle de capitais privados nacionais (Lei no 6.385/76, art. 
4º, incisos I e II). 
EFICIÊNCIA E FUNCIONAMENTO DO MERCADO 
Assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados da bolsa e de balcão, em que são feitas as 
operações realizadas fora da bolsa de valores; assegurar a observância de práticas comerciais equitativas no 
mercado de valores mobiliários; e assegurar a presença, no mercado, das condições de utilização de crédito 
fixadas pelo CMN (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos III, VII e VIII). 
PROTEÇÃO DOS INVESTIDORES 
Proteger os titulares de valores mobiliários e os investidores do mercado contra emissões irregulares de 
valores mobiliários; atos ilegais de administradores e acionistas controladores das empresas abertas, ou de 
administradores de valores mobiliários; uso de informação relevante não divulgada no mercado de valores 
mobiliários. 
Evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulação destinadas a criar condições artificiais de demanda, 
oferta ou preço dos valores mobiliários negociados no mercado (Lei no 6.385/76, art. 4º, incisos IV e V). 
ACESSO À INFORMAÇÃO ADEQUADA 
Assegurar o acesso do público a informações sobre os valores mobiliários negociados e as companhias que 
os tenham emitido, regulamentando a lei e administrando o sistema de registro de emissores, de 
distribuição e de agentes regulados (Lei no 6.385/76, art. 4º, inciso VI, e art. 8º, incisos I e II). 
FISCALIZAÇÃO E PUNIÇÃO 
Fiscalizar, permanentemente, as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, bem como a 
veiculação de informações relativas ao mercado, às pessoas que dele participam e aos valores nele 
negociados, e impor penalidades aos infratores das Leis no 6.404/76 e no 6.385/76, das normas da própria 
CVM ou de leis especiais cujo cumprimento lhe incumba fiscalizar (Lei no 6.385/76, art. 8º, incisos III e V, e 
art. 11). 
A CVM é administrada por um presidente e quatro diretores, formando, assim, a diretoria colegiada. O 
colegiado tem um mandato de cinco anos e é proibida a permanência no cargo por mais tempo. Há uma 
espécie de rodízio — a cada ano, é encerrado o mandato de um diretor. 
A autonomia operacional da CVM também é uma característica relevante, visto que os diretores só perderão 
o mandato no caso de renúncia, condenação judicial ou de processo administrativo disciplinar, inobservância 
dos deveres ou observâncias de proibições do cargo. Ou seja, não é possível, simplesmente, demitir um 
diretor da CVM. 
Saiba mais 
As competências da CVM 
São gerais e não discricionárias: 
• Regulamentar, a partir da política definida pelo CMN, as matérias previstas na Lei no 6.385/76 (que 
disciplina o mercado de capitais e cria a CVM) e na Lei no 6.404/76 (a Lei das Sociedades Anônimas); 
• Fiscalizar as atividades e os serviços do mercado de valores mobiliários, assim como a circulação de 
informações relativas ao mercado, participantes e valores negociados. Basicamente, esta é a função 
fiscalizatória da CVM; 
• Administrar os registros estabelecidos na Lei no 6.404/76. A CVM tem três tipos de registro: (i) dos 
emissores, como as companhias abertas e os fundos de investimento; (ii) da emissão dos valores mobiliários, 
quando distribuídos publicamente; e (iii) de pessoas e instituições para operarem no mercado de valores 
mobiliários; 
• Propor ao CMN uma fixação de limites máximos nas vantagens cobradas pelos intermediários financeiros 
(por exemplo: um limite nos preços ou nas comissões); 
• Fiscalizar e inspecionar as empresas abertas, isto é, aquelas que detêm ações na bolsa, dando prioridade às 
que não apresentem lucro em balanço ou deixem de pagar o dividendo mínimo obrigatório. 
O fato de existirem competências gerais e discricionárias da CVM não significa que ela pode deixar de agir, 
mas que atua apenas em determinadas situações. Sendo assim, são elas: 
• Publicar projeto de ato normativo para receber sugestões; 
• Convocar, a seu juízo, qualquer indivíduo capaz de contribuir com informações ou opiniões para o 
aperfeiçoamento das normas; 
• Examinar e extrair cópias de registros contábeis, livros, documentos, tal como documentos de 
auditores independentes, que devem ser mantidos pela CVM por, no mínimo, cinco anos; 
• Intimar pessoas físicas e jurídicas que integram o sistema de distribuição de valores mobiliários 
(fundos e sociedades de investimentos, auditores independentes, consultores de valores mobiliários, 
entre outros) a prestar informações; 
• Requisitar informações de qualquer órgão público, autarquia ou empresa pública; 
• Exigir que empresas abertas republiquem, com correções, informações divulgadas; 
• Apurar, mediante processo administrativo, atos ilegais e práticas não equitativas de participantes do 
mercado; 
• Aplicar aos participantes do mercado penalidades administrativas, bem como civis ou penais; 
• Realizar convênios com comissões de valores mobiliários de outros países, ou com entidades 
internacionais, para assistência e cooperação no comando de investigações; 
• Oficializar convênios com instituições que tenham por finalidade o estudo e a divulgação de 
princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria. 
O sistema de distribuição de valores mobiliários é responsável por colocá-los no mercado e, efetivamente, 
negociá-los (pense em uma revendedora de automóveis — é semelhante!). É formado pelas instituições 
auxiliares do mercado de capitais. 
São algumas delas: instituições financeiras e demais sociedades que distribuem valores mobiliários emitidos; 
bolsas de valores; sociedades que revendem valores mobiliários; entidades de balcão organizado, isto é, 
aquelasem que suas operações são realizadas diretamente entre as partes. 
Assim, a CVM é responsável por definir quais instituições financeiras podem realizar as atividades e serviços 
no mercado de valores mobiliários, bem como autorizá-las a empreender suas atividades. 
A CVM aplica normas relevantes às empresas de capital aberto que operam no mercado de valores 
mobiliários. Por exemplo, ela determina as informações que as empresas devem divulgar, padrões 
contábeis, divulgação de deliberações dos órgãos administrativos etc. 
Também é sua responsabilidade o estabelecimento de condições para o registro e o procedimento dos 
auditores independentes. Esses agentes são de extrema importância no mercado de valores mobiliários, pois 
auditam as demonstrações financeiras de empresas abertas e das instituições, sociedades ou empresas que 
compõem o sistema de distribuição e intermediação de valores mobiliários. 
Outra atividade importante da Comissão aplica penalidades aos participantes que infringiam as normas do 
mercado de valores mobiliário. Estas são aplicadas administrativamente pela CVM, não podendo ser cíveis 
ou penais. 
Isso significa que a CVM não pode aplicar pena de reparação por danos morais ou materiais (esfera cível) e 
nem solicitar a prisão do infrator (esfera penal). Estas penas devem ser aplicadas pelo poder judiciário. No 
âmbito da Comissão, estão: advertência, multa e inabilitação de exercer determinados cargos (a penalidade 
é temporária, podendo durar, no máximo, 20 anos). 
Além disso, a CVM pode suspender o registro ou a autorização de entidades ou pessoas que realizavam 
operações no mercado de valores mobiliários. 
A pena de proibição é temporária e aplicada em três casos: 
 
É proibido, por, no máximo, 20 anos, a realização de determinadas atividades ou operações, para os 
integrantes do sistema de distribuição ou de outras entidades que dependam de autorização ou registro na 
CVM; 
Torna-se impossível, por, no máximo, dez anos, atuar, direta ou indiretamente, em uma ou mais 
modalidades de operação no mercado de valores mobiliários; 
A CVM pode proibir o agente penalizado de, por, no máximo, cinco anos, contratar instituições financeiras 
oficiais (BNDES, BB, Caixa Econômica etc.). 
Sobre as multas, os valores são variáveis, mas no caso de não ser possível verificar os valores da operação ou 
da vantagem obtida, o limite da multa é de R$50 milhões. 
Outro instrumento utilizado pela CVM é o termo de compromisso. Ele é utilizado para cessar processos 
administrativos, desde que o investigado ou acusado se comprometa a não mais praticar atividades ou atos 
considerados ilícitos pela CVM e resolver as irregularidades apontadas, inclusive indenizando os prejuízos. 
Partindo da ideia de não punir, o cumprimento dessas exigências é obrigatório na aceitação do termo de 
compromisso. Se a CVM verificar o descumprimento das exigências, ela dará continuidade ao procedimento 
administrativo anteriormente suspenso. A vantagem desse instrumento é que o investigado/acusado não 
precisa se reconhecer como culpado do ato praticado. 
A CVM pode realizar um acordo de leniência com agentes que confessarem uma infração. Ao confessar, o 
agente pode reduzir de um a dois terços a penalidade, mediante a colaboração para apuração dos fatos, ou 
até extinguir sua ação punitiva. 
Para o acordo ser feito, os seguintes requisitos devem estar presentes: 
 
Por fim, a CVM exerce a função de amicus curiae (amigo da corte). Ela possui a prerrogativa (mas não a 
obrigação) de oferecer parecer ou prestar esclarecimentos nos processos judiciários que abordem temas do 
mercado de capitais. 
A autarquia especial torna acessível ao conhecimento do juiz aquele tema que, normalmente, não é de seu 
conhecimento e que ele só conseguiria entender após um estudo considerável. 
CARACTERÍSTICAS DA SUSEP 
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) foi instituída em 1966. A autarquia vinculada ao ministério 
da Economia é responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, previdência privada, 
capitalização (o título de capitalização é um produto em que uma parcela dos pagamentos realizados é 
utilizada para formar um capital) e resseguro (seguro realizado por uma seguradora). 
A SUSEP, na qualidade de executora da política traçada pelo CNSP, fiscaliza a constituição, organização, 
funcionamento e operações das sociedades seguradoras. 
Além disso, a autarquia zela pelos interesses dos consumidores do mercado supervisionado, pelo 
aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais, visando uma maior eficiência do sistema, 
pela liquidez e solvência das sociedades que integram o mercado, entre outras atribuições. 
CARACTERÍSTICAS DA PREVIC 
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) foi criada em 2009. É, também, uma 
autarquia especial, dotada de autonomia administrativa e financeira, e patrimônio próprio. 
Ela é vinculada ao ministério da Economia e estão entre as suas principais competências: fiscalização e 
supervisão das atividades das entidades fechadas de previdência complementar e execução das políticas 
para o regime de previdência complementar. 
Em outras palavras, a Previc funciona como uma espécie de agência reguladora encarregada de fiscalizar e 
supervisionar as centenas de fundos de pensão existentes no Brasil. 
VERIFICANDO O APRENDIZADO 
1. Em março de 2020, a autoridade monetária brasileira anunciou que as alíquotas dos depósitos 
compulsórios incidentes sobre depósitos a prazo seriam reduzidas de 25% para 17%. Levando em 
consideração a dinâmica do mercado financeiro, essa medida objetiva, principalmente: 
Diminuir o nível de inadimplência observado no sistema bancário brasileiro. 
Aumentar a regulação do sistema bancário brasileiro. 
Estimular os depósitos voluntários do sistema bancário brasileiro. 
Aumentar a oferta de crédito para empresas e consumidores no Brasil. 
Comentário 
Os depósitos compulsórios são recursos que as instituições financeiras, como bancos comerciais, têm que 
depositar em uma conta no BCB. Se as alíquotas dos depósitos compulsórios diminuem, os bancos têm mais 
recursos para realizar suas operações, podendo, assim, aumentar a oferta de crédito para empresas e 
consumidores. 
2. O Banco Central do Brasil atua na política monetária por meio de instrumentos. Nesse contexto, assinale a 
afirmativa CORRETA. 
Na execução da política monetária, o Banco Central vende títulos públicos quando há excesso de 
liquidez e os compra quando há escassez de liquidez. 
O contingenciamento do crédito é compatível com uma política monetária expansionista. 
Na execução de uma política monetária contracionista, o Banco Central reduz o percentual do 
recolhimento compulsório. 
O Banco Central não utiliza as operações de mercado aberto como instrumento de política monetária. 
Comentário 
Quando um vendedor de frutas, por exemplo, vende uma laranja, ele ganha dinheiro. Esse dinheiro é 
retirado do mercado e vai para o bolso do vendedor, diminuindo a quantidade de moeda na economia. 
Quando o Banco Central vende títulos públicos, algo similar acontece. Contudo, nesse caso, o Banco Central 
não precisa retornar com tal dinheiro ao mercado para comprar carne ou leite (como acontece com o 
vendedor de frutas). 
O BCB pode, quando há excesso de liquidez, vender títulos públicos e “ficar” com os recursos, diminuindo a 
liquidez do mercado. Já quando o Banco Central compra títulos públicos, ele despeja recursos na economia, 
aumentando a liquidez quando há pouca na economia. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Conforme vimos ao longo do tema, o Sistema Financeiro Nacional se consolidou a partir das reformas 
estruturais iniciadas em 1964. O SFN é formado por diversas instituições interconectadas, sendo 
responsáveis por auxiliar no desenvolvimento sustentável do País. 
Dessa forma, o Sistema, que é composto por órgãos normativos, supervisores e operadores, tem como 
tarefas,

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