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Conheça alguns títulos da série:
 Raciocínio Lógico para Concursos 
 Conhecimentos Bancários para Concursos 
 Finanças Públicas para Concursos 
 Interpretação de Textos para Concursos 
 Legislação de Trânsito para Concursos 
 Legislação Especial para Concursos (Direito do Idoso – Direito das 
Pessoas Portadoras de Deficiência – Declaração Universal dos Direitos 
Humanos – Direito da Criança e do Adolescente)
 Questões Resolvidas de Língua Portuguesa para Concursos 
 Questões Resolvidas de Matemática para Concursos 
 Questões Resolvidas de Raciocínio Lógico para Concursos 
 Questões Resolvidas de Direito Constitucional para Concursos
C
O
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PA
RA
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O
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C
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R
SO
S
Série
CONHECIMENTOS 
BANCÁRIOS PARA 
CONCURSOS
Jonas Barbosa Leite Filho
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-2885-6
CONHECIMENTOS BANCÁRIOS 
PARA CONCURSOS
Jonas Barbosa Leite Filho
IESDE Brasil S.A.
Curitiba
2012
3.ª edição
IESDE Brasil S.A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
Todos os direitos reservados.
© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e 
do detentor dos direitos autorais.
Atualizado até abril/2012
Capa: IESDE Brasil S.A.
Imagem da capa: Comstock Complete
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ 
_____________________________________________________________________________
L552c
3.ed.
 
Leite Filho, Jonas Barbosa
 Conhecimentos bancários para concursos / Jonas Barbosa Leite Filho. - 3.ed. - Curi-
tiba, PR : IESDE Brasil, 2012. 
 192p. : 24 cm. (Aprova concursos)
 
 Inclui bibliografia
 ISBN 978-85-387-2959-4
 
 1. Mercado financeiro - Brasil. 2. Instituições financeiras - Brasil. 3. Bancos - Ser-
viços ao cliente - Brasil. 4. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Título. II. 
Série. 
12-1160. CDD: 332.1
 CDU: 336.7
28.02.12 07.03.12
033501 
_____________________________________________________________________________
Jonas Barbosa Leite Filho
Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas 
pela Faculdade Bagozzi. Graduado em Admi-
nistração pelo Centro Universitário S. Andrade. 
Trabalhou no Banco do Brasil por 24 anos e atu-
almente ministra aulas de Técnicas Bancárias.
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Economia e mercado financeiro 
7
Economia | 7
Mercado financeiro | 9
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 
17
Conceito e panorama geral | 17
Tipos de riscos financeiros | 22
Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS) | 23
Mercado de capitais 
27
Mercado primário e mercado secundário | 27
Ações | 28
Debêntures | 33
Commercial paper/promissória comercial | 37
Derivativos | 37
Sistema Financeiro Nacional I 
45
Conceitos gerais | 45
Estrutura e funções do Sistema Financeiro Nacional (SFN) | 46
Sistema Financeiro Nacional II 
63
Estrutura e funções do Sistema Financeiro Nacional (SFN) | 63
Produtos e serviços financeiros I 
83
Títulos de crédito | 83
Depósitos à vista | 87
Tarifas bancárias | 93
Cheque | 97
Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB) | 106
Produtos e serviços financeiros II 
111
Cobrança e pagamento de títulos e carnês | 111
Transferência automática de fundos | 112
Arrecadação de tributos e tarifas públicas | 113
Remote banking | 114
Corporate finance | 116
Dinheiro de plástico | 117
Fundos de investimento | 119
Hot Money | 128
Contas garantidas | 128
Crédito rotativo | 129
Desconto de títulos | 129
Financiamento de capital de giro e capital fixo | 130
Vendor finance e compror finance | 130
Produtos e serviços financeiros III 
137
Crédito Direto ao Consumidor (CDC) | 137
Crédito rural | 138
Caderneta de poupança | 143
Financiamentos à importação e exportação | 144
Cartões de crédito | 148
Leasing | 148
Títulos de capitalização | 151
Plano Mensal (PM) | 152
Plano Único (PU) | 152
Planos de aposentadoria e pensão privados | 152
Planos de seguros | 155
Garantias do Sistema Financeiro Nacional 
163
Garantias pessoais ou fidejussórias | 163
Garantias reais | 167
Tipos de sociedade e mercado de câmbio 
177
Tipos de sociedade | 177
Mercado de câmbio | 183
Economia e mercado financeiro
Economia
Noções de política econômica
Entre as diversas obrigações do governo de um país, destacam-se a em-
pregabilidade, o equilíbrio da balança comercial, controlar a inflação, pro-
videnciar para que a renda e a riqueza sejam divididas de maneira equitati-
va e o crescimento da produção. Quando o governo intervém em qualquer 
dessas variáveis, ele está praticando a política econômica.
Cada variável dessa pode ser enquadrada, quando executada, em um 
tipo de política econômica. 
Quando se modifica a estrutura econômica de um país, com a criação ou 
extinção de uma empresa pública e a alteração da distribuição de renda, é 
caracterizada como política econômica estrutural. 
Já uma política econômica de estabilização conjuntural é caracterizada 
por medidas de controle de preços, controle de inflação e a falta de produtos 
à disposição da população.
A política econômica de expansão é caracterizada pelo uso de instrumen-
tos que possam desenvolver economicamente o país. Exemplo: Programa de 
Aceleração do Crescimento (PAC).
E a política econômica pode ainda ser divida em várias outras políticas: 
como a fiscal, externa, de rendas e a política monetária.
Noções de política monetária
Conjunto de medidas para controlar o volume da liquidez global à dispo-
sição dos agentes econômicos, nesse caso, liquidez quer dizer: quantidade 
de dinheiro que circula na economia.
7
8
Economia e mercado financeiro
Qualquer ação praticada pelas autoridades monetárias, que tenha como 
objetivo alterar a disponibilidade e o custo do dinheiro é chamada de polí-
tica monetária.
Como a política monetária atua sobre a quantidade, essa atuação pode 
ser no sentido de retirar a quantidade de moeda em circulação, nesse caso, 
chamamos a política monetária de restritiva. Caso a atuação das autoridades 
monetárias seja no sentido de aumentar a quantidade de moeda em circula-
ção, chamamos a política monetária de expansionista. 
Para entendermos melhor a política monetária, é necessário algumas de-
finições econômicas:
base monetária � – indicador que expressa a oferta de moeda de uma 
economia, isto é, a emissão primária de moeda na economia, essencial 
para a formulação e avaliação de uma política monetária. É obtida pelo 
somatório de papel-moeda em poder do público, inclusive os depó-
sitos à vista, considerando as reservas de caixa para suprir os saques 
mantidos pelos bancos comerciais e reservas bancárias compulsórias 
recolhidas pelo Banco Central.
inflação � – fenômeno econômico que pode ser interpretado como um 
aumento contínuo nos preços gerais da economia, durante certo pe-
ríodo de tempo, ocasionando a perda do poder aquisitivo da moeda. 
Trata-se de um processo dinâmico que não deve ser confundido com 
alta esporádica de preço. O governo atua sobre a quantidade de moe-
da, de crédito e sobre o índice das taxas de juros de sua economia. 
Instrumentos de política monetária
Com esses instrumentos, o Bacen pode aumentar ou diminuir reservasbancárias em pouco tempo.
Operações de mercado aberto � : também conhecida como open 
market. Por meio desse instrumento, o Bacen regula o fluxo de moe-
da via compra e venda dos títulos públicos federais – chamados de 
títulos da dívida pública. Fluxo de moeda é o movimento de entrada 
e saída de moeda de um mercado. É um instrumento bastante versá-
til por acomodar as variações diárias de liquidez. Operações de open 
market são realizadas no mercado secundário.
Economia e mercado financeiro
9
Redesconto � : também chamado de empréstimo de liquidez. Trata-se 
de uma linha de crédito do Bacen destinada às instituições financeiras, 
com o objetivo de suprir eventuais necessidades de caixa.
Depósito compulsório � : é o percentual sobre produtos financeiros 
(depósitos à vista, depósitos a prazo, poupança etc.) que os bancos 
são obrigados a recolher ao Bacen.
Mercado financeiro
Sistema Especial de Liquidação 
e Custódia de Títulos Públicos (Selic)
Sistema gerenciado e operado pelo Banco Central do Brasil (Bacen) junto 
com a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima). 
Foi instalado em 1980 e seu horário de funcionamento é das 6h30 às 18h30, 
nos dias úteis.
O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional 
e pelo Banco Central do Brasil e também efetua a emissão, o resgate, o pa-
gamento dos juros e a custódia desses títulos. Todos os títulos são emitidos 
escrituralmente. 
Atenção: a Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade 
Fiscal), no seu artigo 34, proibiu o Banco Central de emitir títulos públicos 
a partir de maio de 2002.
Até janeiro de 1992 o Selic era depositário, também, dos títulos públicos 
estaduais e municipais e a partir dessa data eles passaram a ser processados 
na Cetip. 
Como o Selic está ligado ao Sistema de Transferência de Reservas (STR), 
toda negociação dos títulos públicos federais é executada pelo Sistema de 
Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), isto é, as operações somente serão 
executadas se ocorrer a disponibilidade do título e saldo para liquidação por 
parte do comprador naquele momento. As operações serão executadas por 
compensação bilateral, isto é, operação por operação.
Para remunerar as operações financeiras realizadas pelo Selic, é determi-
nada uma taxa de juros. De acordo com o Banco Central, a taxa Selic é a taxa 
10
Economia e mercado financeiro
média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, 
lastreadas em títulos públicos federais (ou seja, taxas que embutem um risco 
de crédito uniforme), registrados e liquidados no próprio Selic ou em siste-
mas operados por câmaras de compensação e de liquidação de ativos. 
Existem dois tipos de taxa Selic:
Selic � Over – é a taxa obtida com a realização do cálculo da taxa mé-
dia ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, 
com lastro em títulos públicos, das operações de repasses diários entre 
Bacen e instituições financeiras.
Selic Meta � – estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), 
em reuniões periódicas (total de oito ordinárias ao ano), serve de bali-
zamento para que se consiga atingir as metas de inflação, determina-
da pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Serve de referência para 
todas as demais taxas de juros do país. Por isso, é chamada de taxa 
básica de juros.
Comitê de Política Monetária 
do Banco Central (Copom)
O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de es-
tabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. A cria-
ção do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado 
ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo Federal Open 
Market Committee do Banco Central dos EUA e pelo Central Bank Council do 
Banco Central da Alemanha.
Desde 1996, o regulamento do Copom sofreu uma série de alterações 
no que se refere ao seu objetivo, periodicidade das reuniões, composição, 
e atribuições e competências de seus integrantes. Destaca-se a adoção, 
pelo Decreto 3.088 em 21 de junho de 1999, da sistemática de “metas para 
a inflação” como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões do 
Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação defi-
nidas pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo o mesmo decreto, se as 
metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, 
em carta aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, 
bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos 
limites estabelecidos. 
Economia e mercado financeiro
11
Formalmente, os objetivos do Copom são “estabelecer diretrizes de polí-
tica monetária, definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o 
Relatório de Inflação”. 
A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a taxa Selic (Sis-
tema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período 
entre reuniões ordinárias do Comitê (oito reuniões ordinárias por ano).
O Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presi-
dente do Banco Central para alterar a meta para a taxa Selic a qualquer mo-
mento entre as reuniões ordinárias. São três as possibilidades: viés de alta, 
viés de baixa e viés neutro (ou sem viés). Ou seja, se o Copom definir viés 
de alta, o presidente do Bacen estará autorizado a aumentar a meta da taxa 
Selic antes da próxima reunião do Copom; se o Comitê definir viés de baixa, o 
presidente do Bacen estará autorizado a baixá-la. Sendo definido viés neutro 
ou sem viés, não há autorização alguma e a taxa estabelecida vigorará até a 
próxima reunião do Copom.
As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 
da quinta-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regu-
lamentar de seis dias úteis, sendo publicadas na página do Banco Central 
na internet (“Notas da Reunião do Copom”) e para a imprensa. A versão em 
inglês é divulgada com uma pequena defasagem de cerca de 24 horas.
Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o 
Copom publica, em português e em inglês, o documento “Relatório de In-
flação”, que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do 
país, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. 
As reuniões ordinárias1 são realizadas em duas sessões, a primeira, às 
terças-feiras, reservada às apresentações técnicas de conjuntura, e a se-
gunda, às quartas-feiras, para decisões das diretrizes de política monetária. 
A divulgação das decisões do Copom será feita na data da segunda sessão 
da reunião ordinária, após as 18h.
Cetip S.A. – Balcão Organizado 
de Ativos e Derivativos
A Cetip foi criada em 1986 pelas instituições financeiras e o Banco Cen-
tral do Brasil, com o objetivo de registrar e negociar os títulos e valores 
mobiliários de renda fixa privados. Em 1992 passou a custodiar e liquidar, 
1 Para saber quais são os 
membros do Copom e as 
datas das reuniões acesse: 
www.bcb.gov.br
12
Economia e mercado financeiro
também, os títulos públicos estaduais e municipais. Criada inicialmente 
como uma empresa sem fins lucrativos, passou a proporcionar mais segu-
rança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro. Em maio 
de 2008, a Cetip passou a ser uma Sociedade Anônima, e em outubro de 
2009 passou a ter capital aberto com ações negociadas na BM&F Bovespa. 
Assim, deixou de ser uma empresa sem fins lucrativos.
A Cetip, como toda câmara de compensação (clearing), é ágil e flexível 
para administrar as garantias que são exigidas dos participantes, asseguran-
do a liquidação das operações. 
As operações registradas na Cetip são garantidas, pois quem compra tem 
certeza de que o título é válido, e quem vende tem certeza do recebimento 
do valor.
Em qualquer negócio realizado em um dos sistemas da Cetip, a transfe-
rência dos títulos só se realiza após os itens básicos de segurança serem che-
cados – código de acesso, senha, validade de datas etc. As informações do 
vendedor e do compradorterão que estar compatíveis. Se houver qualquer 
incompatibilidade em apenas um dado dos envolvidos, o sistema não exe-
cutará a operação.
Os principais títulos registrados na Cetip são o Certificado de Depósi-
to Bancário (CDB), swaps, debêntures, Letras Hipotecárias (LH), Cédula de 
Produto Rural (CPR), cotas de fundos de investimento abertos e fechados e 
ativos utilizados como moeda de privatização, entre outros. 
A Cetip não é contraparte central das operações negociadas e/ou re-
gistradas nos mercados organizados.
Tem a sede no Rio de Janeiro e um escritório em São Paulo. 
Funcionamento: de segunda a sexta-feira – das 6h30 às 20h00 nos 
dias considerados úteis.
Registra os títulos públicos estaduais e municipais emitidos após 1992.
Dicas de estudo
Memorizar os objetivos da política econômica. �
Saber quais são os instrumentos de política monetária. �
Economia e mercado financeiro
13
Memorizar quando e por quem foi criado o Selic e quais os títulos que �
o sistema custodia e liquida.
Observar os interstícios entre as reuniões do Copom, sua composição �
e sua finalidade.
Gravar quais são os títulos custodiados e liquidados pela Cetip. �
Atividades
1. (CEF) A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de 
pagamento, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e o 
nível de oferta do crédito. O Banco Central administra a política mone-
tária por intermédio dos seguintes instrumentos clássicos de controle 
monetário:
I. recolhimentos compulsórios;
II. operações de mercado aberto – open market;
III. limites e políticas de alçadas internas de crédito;
IV. políticas de redesconto bancário e empréstimos de liquidez;
V. depósitos à vista e cadernetas de poupança.
 Estão corretos apenas os instrumentos:
a) I, II e III.
b) I, II e lV.
c) I,III e lV.
d) II,III e V.
e) III, IV e V.
2. Indique se a frase está certa ou errada; se errada, justifique a resposta. 
a) (BB) O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) foi estrutu-
rado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto 
(Andima) e pelo Bacen.
 Certo. )(
14
Economia e mercado financeiro
 Errado. )(
b) (BB) O Copom, constituído no âmbito do Bacen, tem como obje-
tivo implementar as políticas econômica e tributária do governo 
federal. 
 Certo. )(
 Errado. )(
c) (BB) Os ativos e contratos registrados na Cetip representam quase 
a totalidade dos títulos e valores mobiliários privados de renda fixa, 
além de derivativos, dos títulos emitidos por estados e municípios 
e do estoque de papéis utilizados como moedas de privatização, 
de emissão do Tesouro Nacional.
 Certo. )(
 Errado. )(
Gabarito
1. B
2. 
a) Certo.
b) Errado. 
 Formalmente, os objetivos do Copom são “implementar a política 
monetária, definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés, e anali-
sar o ‘Relatório de Inflação’. ”
c) Certo.
Economia e mercado financeiro
15
Referências
PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em: 
<www.bcb.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2012.
Sistema de Pagamentos Brasileiro 
(SPB)
Conceito e panorama geral
O Sistema de Pagamentos Brasileiro é o conjunto de procedimentos, 
regras, instrumentos e operações integradas que dão suporte à movimenta-
ção financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado, tanto em 
moeda local quanto estrangeira.
Sua função básica é permitir a transferência de recursos, o processamen-
to e a liquidação de pagamentos para pessoas físicas, empresas e governos. 
Assim, sempre que emitimos um cheque, fazemos compras com o cartão 
de crédito ou enviamos uma Transferência Eletrônica Disponível (TED), esta-
mos acionando esse sistema. 
As instituições financeiras também se valem do mesmo sistema para re-
alizar as transferências diárias oriundas de suas próprias transações. Essas 
transferências ocorrem através da movimentação dos saldos das contas 
de reservas bancárias que as instituições mantêm junto ao Banco Central 
(Bacen). Cabe ao Bacen não só regulamentar a liquidação financeira de tais 
contas de reserva bancária, como estabelecer as regras de controle de riscos 
a serem seguidas no SPB. 
O objetivo do SPB é aumentar a segurança do mercado, oferecendo maior 
proteção contra possíveis rombos ou quebra em cadeia (efeito dominó) de 
instituições financeiras. 
Em 2002, o Sistema de Pagamentos Brasileiro passou por um processo de 
reestruturação destinado a aumentar a segurança contra os diversos riscos a 
que o mercado financeiro está exposto. Além do Bacen, integram o SPB:
Instituições financeiras; �
Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – � clearing de ati-
vos de títulos de renda variável;
17
18
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Ati- �
vos da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) – clearing de 
ativos de títulos de renda fixa;
Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de �
Câmbio Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) – clearing 
de câmbio;
Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de De- �
rivativos Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) – clearing de 
derivativos;
Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip); �
Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic); �
Visanet e Redecard; �
Tecnologia Bancária (Tecban); �
Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). �
A Rede do Sistema Financeiro Nacional (RFSN) intermedeia, através de 
mensagens eletrônicas, os recursos financeiros transferidos no Sistema de Pa-
gamentos Brasileiro. Obedecem a um padrão e o rigor de segurança exigidos 
para esse tipo de transferência, como criptografia e certificação digital.
A RSFN é a estrutura de comunicação de dados, implementada por meio 
de tecnologia de rede, criada com a finalidade de suportar o tráfego de men-
sagens entre as instituições financeiras titulares de conta de reservas ban-
cárias, entre as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de 
liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central, no âmbito do 
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB).
As transferências podem ser feitas por meio de Liquidação Bruta em 
Tempo Real (LBTR) ou Liquidação Diferida Líquida (LDL), dependendo do 
tipo de transação.
A LBTR ocorre ao longo do dia, de forma simultânea, operação por opera-
ção, em todos os dias considerados úteis para fins de operações praticadas no 
mercado financeiro. Exemplos: TED e transferências de reservas bancárias.
LDL – liquidação em D+0 até D+3, geralmente liquidada em compensa-
ção multilateral de obrigações entre as instituições participantes. Exemplos: 
cheque, DOC, cobrança.
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
19
Sistema de Transferência de Reservas (STR)
O STR é um sistema de transferência de fundos com Liquidação Bruta em 
Tempo Real (LBTR), operado pelo Banco Central do Brasil, que funciona com 
base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada 
pode emitir a ordem de transferência de fundos. O sistema é de importância 
fundamental principalmente para liquidação de operações interbancárias 
realizadas nos mercados monetário, cambial e de capitais, inclusive no que 
diz respeito à liquidação de resultados líquidos apurados em sistemas de 
compensação e liquidação operados por terceiros. 
São também liquidados por intermédio do STR os cheques de valor 
igual ou superior ao Valor de Referência para Liquidação Bilateral de Che-
ques (VLB-Cheque) – R$250 mil. Bem como os boletos de cobrança de valor 
igual ou superior ao Valor de Referência para Liquidação Bilateral de Bole-
tos de Cobrança (VLB-Cobrança) – R$5 mil. Nos dois casos, a liquidação é 
feita bilateralmente entre os bancos, por valores brutos agregados (sem 
compensação). 
As ordens de transferência de fundos podem ser emitidas pelos partici-
pantes em nome próprio ou por conta de terceiros, a favor do participante 
destinatário ou de cliente do participante destinatário, sem qualquerlimita-
ção de valor. A transferência de fundos é considerada final, isto é, irrevogável 
e incondicional, no momento em que feitos os correspondentes lançamen-
tos nas contas de liquidação (contas de reservas bancárias, conta única do 
tesouro nacional e contas mantidas no Banco Central do Brasil por entidades 
operadoras de sistemas de compensação e de liquidação). O participante 
destinatário é informado da transferência de fundos apenas no momento 
em que ocorre sua liquidação.
Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP)
Trata-se de uma câmara de registro, compensação e liquidação eletrônica 
das transferências de recursos de clientes e de instituições financeiras. Con-
trolada pelos maiores bancos brasileiros, a CIP contribui para a redução dos 
custos financeiros e operacionais das instituições envolvidas. Funciona com 
aporte de garantias no início de cada dia e liquida as operações, ao final do 
dia, por meio da compensação de seus valores líquidos (diferença entre os 
valores recebidos e os valores pagos).
20
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
Sistema de Liquidação Diferida das Transferên-
cias Interbancárias de Ordens de Crédito (Siloc)
O Siloc liquida obrigações interbancárias relacionadas com os Docu-
mentos de Crédito (DOC) e com os boletos de cobrança de valor inferior 
ao VLB-Cobrança. A liquidação é feita, com compensação multilateral de 
obrigações, em contas de reservas bancárias, geralmente no dia útil se-
guinte ao de emissão do DOC, ou do recebimento do pagamento, no caso 
do boleto de cobrança. O sistema, operado pela CIP, entrou em operação 
em 18 de fevereiro de 2004.
Sistema de Transferência de Fundos (Sitraf)
O Sitraf, que é operado pela CIP, utiliza compensação contínua de obri-
gações (continuous net settlement). As ordens de transferência de fundos 
são emitidas para liquidação no mesmo dia (D), por assim dizer, “quase em 
tempo real”. É um sistema híbrido de liquidação no sentido de que reúne 
características dos Sistemas de Liquidação Diferida com Compensação de 
Obrigações (LDL) e dos Sistemas de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR). 
Em situações de agendamento, a ordem de transferência de fundos é sub-
metida ao processo de liquidação no início do dia indicado. 
O sistema, que entrou em funcionamento em 6 de dezembro de 2002, 
funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a 
ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos, a qual pode ser 
feita em nome próprio do participante ou por conta de terceiros, a favor do 
participante destinatário ou de cliente do participante destinatário. 
A liquidação é efetuada com base em recursos mantidos pelos partici-
pantes no Banco Central do Brasil, seja no que diz respeito aos pré-depó-
sitos efetuados no início de cada dia ou às suas eventuais complementa-
ções, seja no que diz respeito às transferências de fundos efetuadas para 
atendimento das ordens de transferência de fundos no denominado ciclo 
complementar.
Transferência Eletrônica Disponível (TED)
Mecanismo de transferência de recursos que permite maior agilidade e 
segurança às transações interbancárias para realizar transferências interban-
cárias de valores iguais ou superiores a R$3.000,00. 
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
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Esse tipo de transferência pode ser liquidado por intermédio do Sistema 
de Transferência de Recursos (STR) ou da Câmara Interbancária de Paga-
mentos (CIP).
Movimentação de reservas bancárias
Quanto às contas de reservas bancárias, mantidas pelas instituições fi-
nanceiras bancárias junto ao Bacen, para evitar que o Bacen tenha que as-
sumir o risco de falta de liquidez dos bancos comerciais ou múltiplos, eles 
não podem, em hipótese alguma e em nenhum momento do dia, ter saldo 
negativo nessas contas. Cria-se nos bancos a atividade do “piloto de reser-
vas”, representado por profissional especializado com o objetivo de garantir 
a permanente disponibilidade de recursos na conta de reservas bancárias.
Todas as contas de reservas bancárias serão monitoradas pelo Bacen atra-
vés do Sistema de Transferência de Reservas (STR), seja em tempo real, ope-
ração por operação, seja pela compensação líquida de saldos.
As operações de movimentação nas contas de reservas bancárias não po-
derão ser canceladas, pois os lançamentos são finais, ou seja, irrevogáveis e 
irreversíveis.
Função e funcionamento das clearing house
Em qualquer tipo de negociação, em que uma pessoa tem que entregar 
um produto e outra tem que realizar o pagamento, existem riscos. O cheque 
do pagamento pode estar sem fundos, o produto pode não ser aquele com-
binado etc. Para reduzir esse tipo de risco existem instituições que efetuam 
a compensação e a liquidação das operações no âmbito dos títulos e valo-
res mobiliários. Essas instituições são as clearing houses, assim chamadas as 
casas de compensação, que garantem a realização das operações, transferin-
do os valores envolvidos para quem vendeu e entregando/transferindo os 
títulos para quem comprou. Podem utilizar a compensação multilateral ou a 
compensação bilateral. 
A atuação das clearing houses, quando atuam em um sistema importante, 
como negociação de compra e venda de títulos públicos ou ações, represen-
ta uma segurança maior no sentido de preservar a solidez e a regularidade 
do Sistema Financeiro Nacional.
22
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
C � ompensação bilateral: compensação envolvendo os participantes 
aos pares. 
Compensação multilateral � : procedimento destinado à apuração in-
dividual da soma algébrica dos resultados bilaterais devedores e cre-
dores do participante em cada banco liquidante. 
Tipos de riscos financeiros
Risco de crédito
Qualquer sistema de pagamentos está sujeito a riscos. No antigo SPB, a 
principal fonte de insegurança residia no fato de não haver controle on-line 
pelo Bacen das contas de reservas dos bancos.
Além dos riscos operacionais, havia a defasagem de tempo entre a con-
tratação e a liquidação das operações, denominada lag de liquidação. Esse 
lag abria a possibilidade de o devedor tornar-se inadimplente antes da qui-
tação do compromisso assumido. É o que se chama de risco de crédito. A 
reestruturação do SPB eliminou esse risco ao viabilizar o controle on-line das 
contas de reservas dos bancos, pelo Bacen.
Risco de imagem
O risco de imagem advém da mesma situação. Ocorre porque a institui-
ção de origem da operação pode ter sua imagem desgastada perante seus 
clientes e o mercado.
Há ainda a possibilidade de um simples atraso no recebimento de valores 
causar transtornos à tesouraria de um banco e gerar, por consequência, tur-
bulências no mercado. Isso porque a situação pode levar o banco a financiar 
no mercado o desequilíbrio do seu caixa, caracterizando-se, assim, o risco de 
liquidez.
Risco sistêmico
Os riscos de liquidez e de crédito podem gerar o risco sistêmico. Ele 
ocorre quando as situações de instabilidade geram um efeito dominó, en-
volvendo várias ou todas as instituições financeiras vinculadas ao sistema de 
pagamentos.
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
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Isso significa que mesmo aqueles bancos não vinculados diretamente ao 
problema podem sofrer os efeitos de uma reação em cadeia. Para o merca-
do, quando um banco deixa de honrar qualquer compromisso, ele rompe a 
cadeia de pagamentos e contribui para a instalação do risco sistêmico. Sem 
os mecanismos de gerenciamento de risco adotados no novo SPB, todo o 
mercado sofria as consequências de uma crise dessa natureza.
Cadastro de Clientes do 
Sistema Financeiro Nacional (CCS)
O Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional é um sistema in-
formatizado, centralizado no Banco Central do Brasil, que permite indicar 
onde os clientes de instituições financeiras mantêm bens, direitos e valores, 
diretamente ou por seus representantes legais e procuradores.
A Lei 10.701/2003 determinou ao Banco Central a manutenção de um 
“cadastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bemcomo de seus procuradores”. O legislador considerou que há dificuldades em 
identificar contas de depósitos e ativos mantidos no sistema financeiro por 
pessoas físicas e jurídicas, o que tem comprometido investigações e ações 
destinadas a combater a criminalidade. 
A iniciativa do projeto de lei partiu de Comissão Parlamentar de Inqué-
rito do Congresso Nacional, que investigou o avanço e a impunidade do 
narcotráfico. 
Além disso, o Banco Central estava precisando de um instrumento que 
lhe permitisse dar rápida sequência aos pedidos de informações vindos do 
Poder Judiciário, bem como às suas próprias necessidades de localização de 
contas e bens, direitos e valores no sistema. 
Poderão requisitar as informações constantes do cadastro o Poder Judici-
ário, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), o Conselho de Controle 
de Atividades Financeiras (Coaf ) e outras autoridades, quando devidamente 
habilitadas e legitimadas para requisitar informações.
O cadastro não contém dados de valor, de movimentação financeira ou 
de saldos de contas e aplicações, mas apenas os seguintes dados de rela-
cionamento dos clientes com as instituições do Sistema Financeiro Nacional 
(SFN): 
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Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
a identificação do cliente, seu representante legal e procurador; �
a instituição financeira onde o cliente mantém seus ativos e/ou inves- �
timentos;
as datas de início e fim de relacionamento, se houver. �
O Cadastro permite, ainda, que sejam requisitados às instituições finan-
ceiras, por ofício eletrônico, os dados de agência, número e tipos de contas 
mantidas pelo cliente.
Dica de estudo
Saber os tipos de riscos financeiros é muito importante. Não esquecer �
o que é LBTR e LDL. 
Atividades
1. O Sistema de Pagamentos Brasileiro é o conjunto de procedimentos, 
regras, instrumentos e operações integrados que, por meio eletrôni-
co, dão suporte à movimentação financeira entre os diversos agentes 
econômicos do mercado brasileiro. Sua função básica é
a) reestruturar as operações de empréstimos e pagamen tos, princi-
palmente as operações de leasing, CDC e cartão de crédito.
b) realizar a adaptação das instituições financeiras brasileiras aos mer-
cados bancários internacionais, facilitando os pagamentos e a movi-
mentação financeira.
c) conduzir as operações de redesconto e de transferências unilaterais 
de crédito entre pessoas físicas, jurídicas, entes governamentais e 
instituições estrangeiras.
d) conduzir as operações de pagamentos no mercado bancário e co-
mercial brasileiro, utilizando o sistema de compensação nacional.
e) permitir a transferência de recursos financeiros e o processamento 
e liquidação de pagamentos para pessoas físicas, jurídicas e entes go-
vernamentais.
Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
25
Gabarito
1. E
Referências
PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em: 
<www.bcb.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2012.
Mercado de capitais
Mercado primário e mercado secundário
O mercado primário compreende o lançamento de novas ações/de-
bêntures no mercado, com aporte de recursos para a companhia. Ou seja, 
quando um título é lançado no mercado pela primeira vez, ocasião em que o 
valor da operação vai para a empresa que o lançou, chamamos de mercado 
primário. 
Após a apropriação pela empresa que lançou o título, as demais opera-
ções de compra e venda caracterizam-se como sendo do mercado secundá-
rio, já que o valor não vai para a empresa que lançou o título.
Quando uma empresa vai abrir seu capital, cumprindo as exigências da 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e coloca à venda um grande lote de 
ações de propriedade de alguma acionista, a operação é considerada uma 
distribuição no mercado secundário. Esses mesmos princípios valem para os 
títulos de renda fixa, como títulos públicos, CDB etc.
Valores mobiliários
Valores mobiliários são aqueles papéis (títulos) que possuem valor para 
negociação, podem ser bônus de subscrição, debêntures, ações, certificados 
de depósitos bancários, cotas de fundos de investimentos, cédulas de de-
bêntures, notas promissórias comerciais, contratos de derivativos etc. 
Os valores mobiliários negociáveis em bolsa são os emitidos por socieda-
des anônimas de capital aberto. O capital de sociedades anônimas é dividido 
em ações, caso ela não queira sócios, ela emite debêntures, que são títulos 
para captação de capital para investimentos de médio e longo prazo.
Empresas de capital aberto
Chamadas também de companhias abertas. São aquelas que têm seus 
papéis (títulos de captação) negociados no mercado de balcão ou bolsas de 
valores, desde que registrados e autorizados pela CVM.
27
28
Mercado de capitais
Empresas de capital fechado
São aquelas cujos valores mobiliários (ações, debêntures e commercial 
papers) são restritos a um grupo de investidores, e não podem ser negocia-
dos em bolsas de valores e em mercados de balcão organizados.
Ações
Ação é a menor parcela representativa do capital social de uma socie-
dade anônima. Quando compra uma ação, o investidor se torna acionista 
da empresa, quer dizer, torna-se um sócio, com direito aos bens e lucros. 
A responsabilidade do acionista está limitada ao valor das suas ações, ou 
seja, se a empresa for à falência, o acionista perde apenas o valor das ações 
adquiridas. 
A Lei 6.404/76 dita:
Art. 1.º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a 
responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações 
subscritas ou adquiridas.
Ao comprar ações, o investidor espera ter lucros com a sua aquisição, 
mas por ser um título de renda variável, esse retorno não é uma certeza. Não 
existe uma promessa de rendimento embutido ao título. O principal retorno 
de aquisição de ações são os dividendos, que se caracterizam pelos lucros da 
sociedade anônima distribuídos aos acionistas.
Caso o desempenho da companhia esteja em crescimento, o valor da 
ação tende a subir. Se o investidor vender a ação por um valor maior do que 
ele adquiriu, diz-se que ele obteve lucro.
Tipos de ações
Ordinárias (ON)
A característica principal desse tipo de ação é o fato de que ela permite 
que seu proprietário tenha direito a voto nas assembleias gerais da empresa, 
influenciando nas alterações dos estatutos, na eleição da diretoria etc.
Mercado de capitais
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Preferênciais (PN)
Tem como característica principal dar ao acionista preferência em receber 
dividendos e ser reembolsado do capital, no caso de dissolução da empresa. 
Podem ser diferenciadas por classes, como letras que apareçam após sua de-
nominação. A emissora é quem estabelece as características de cada classe 
de ação.
De fruição
Tipo de ação que confere ao titular participação nos dividendos e no 
acervo e preferência de aquisição de novas ações. Conserva o direito de voto 
e é de posse e propriedade dos fundadores da companhia. São ações que 
têm sua amortização deliberada em assembleia ou no estatuto da empresa. 
Esse tipo de ação concorre ao acervo líquido, depois de assegurado os direi-
tos daquelas não amortizadas.
Nominativas
A CVM define as ações nominativas como aquelas emitidas em nome de 
seu titular, o qual estará inscrito no Livro de Registro de Ações Nominativas.
Escriturais
A CVM define as ações escriturais como aquelas cujo controle da posição 
dos titulares é feito por instituições financeiras especificamente autorizadas 
pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a prestação do serviço de 
ações escriturais.
As ações conferem a seus titulares os seguintes direitos:
Dividendos � – parcela do lucro da empresa distribuído aos seus acio-
nistas em proporção ao seu número de ações daquela empresa.
Bonificações � – quando uma companhia incorpora reservas ou lucros 
em suspenso, estes foram retirados do lucro da empresa em determi-
nado período. Por fazerem parte dos lucros, que pertencem aos acio-
nistas, estes são obrigatoriamente transformados em ações e estas são 
distribuídasaos acionistas, proporcionalmente à quantidade que eles 
já possuem. Por serem valores já incorporados ao patrimônio da em-
presa, a transformação em ações aumenta o capital, mas não altera o 
patrimônio.
30
Mercado de capitais
Direitos de subscrição � – quando a empresa vai aumentar seu capital 
social, lançando novas ações no mercado, geralmente ela dá o direito 
aos acionistas de adquirir lotes das novas ações em condições mais 
vantajosas, em proporção às possuídas. A esse direito dá-se o nome de 
Direito de Subscrição, que é um valor mobiliário que pode ser negocia-
do na bolsa de valores.
Subscrição de ações
Também chamada de underwriting, ocorre quando uma sociedade anôni-
ma, com o intuito de captar recursos para concretizar investimentos decididos 
em assembleia geral dos acionistas, emite novas ações que serão negociadas 
no mercado, sempre com a intermediação de bancos de investimentos, bancos 
múltiplos com carteira de investimentos, corretoras de títulos e valores mobi-
liários e distribuidoras de valores mobiliários. A esse tipo de emissão dá-se o 
nome de operação de subscrição de ações no mercado primário.
As vantagens para subscrição de novas ações são o acesso a uma fonte 
de recursos, o que fortalece a empresa; o crescimento potencial da empresa; 
a liquidez para os títulos já emitidos e o desenvolvimento da imagem, que 
estará na mídia durante o processo, entre outras.
As desvantagens são a distribuição de lucros aos novos acionistas; a obri-
gatoriedade de auditoria; a apresentação de contas de resultado; a anuidade 
à bolsa de valores; manter informações à CVM, bolsas e mídia, entre outras.
As diversas formas de se realizar uma operação de underwriting são:
abertura de capital � – uma sociedade de capital fechado resolve ofe-
recer ações pela primeira vez ao mercado em geral;
aumento de capital � – quando uma companhia de capital aberto deci-
de oferecer novas ações ao mercado investidor;
abertura de capital via � block-trade – quando uma sociedade anônima 
resolve abrir seu capital através da venda de um lote de ações perten-
centes a um acionista, ou a um grupo de acionistas, por meio de leilão.
Mercado de capitais
31
Blo � ck-trade de ações de companhias abertas – muito parecido com 
a descrição anterior, mas com algumas características próprias, regula-
das pela Bolsa de Valores e pela CVM, de títulos que a empresa possui 
em carteira.
Juros sobre capital próprio – � utilizado para remunerar os acionistas 
com os rendimentos obtidos sobre a parte dos lucros não distribuídos 
e investidos pela empresa. Como é contabilizado como custo, pode ser 
abatido no Imposto de Renda devido pela empresa.
As sociedades anônimas podem, ainda, tomar algumas medidas que 
afetam o mercado acionário. Duas delas são:
Operação de � Split (desdobramento) – aumenta o número de ações 
por meio de desdobramento proporcional. Exemplo: uma ação de 
R$10,00 pode ser desdobrada/dividida em 10 ações de R$1,00. Essa 
operação não modifica o capital da empresa, aumentando apenas o 
número de ações existentes.
Operação de � Inplit (agrupamento) – reunem-se de ações por meio 
de um agrupamento. Exemplo: 10 ações de R$1,00 cada podem ser 
agrupadas em uma ação apenas, com o valor de R$10,00. Como des-
crito no item anterior, essa operação não altera o capital da empresa. 
As ações podem também ser classificadas em ações “com” e ações 
“ex”:
ações “com” (cheias) – � ações que conferem a seu titular o direito aos 
proventos distribuídos pelas empresas;
ações “ex” (vazias) – � ações cujo direito ao provento já foi exercido 
pelo acionista. Somente podem ser negociadas, em pregão de bol-
sa, as ações que não possuam proventos anteriores a receber. Assim, 
quando a assembleia de uma empresa aprova a distribuição de um 
novo provento, as ações passam a ser negociadas “ex”.
32
Mercado de capitais
Mercado à vista das ações
Uma operação à vista é a compra ou venda, em pregão, de determinada 
quantidade de ações para liquidação imediata. A liquidação física (entrega 
dos papéis) é feita em D+2, e a liquidação financeira (pagamento), em D+3. 
A definição de D+ quer dizer, dia mais a quantidade de dias indicado. Exem-
plo: D+2: dia da negociação mais dois dias para efetuação da entrega física. Se 
o negócio foi realizado dia 1, a entrega dos papéis será realizada dia 3.
É permitida, no mercado à vista, a realização de operações de compra e 
venda de uma mesma ação em um mesmo pregão, por uma mesma corre-
tora e por conta de um mesmo investidor. É uma operação de arbitragem 
conhecida como day trade, ocorrendo sua liquidação financeira por com-
pensação em D+3.
Tipos de ordem de compra e venda
Ord � em a mercado: quando o investidor especifica à corretora apenas 
a quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou 
vender.
Ordem administrada � : quando o investidor especifica à corretora ape-
nas a quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou 
vender, deixando para a corretora escolher o momento que quiser.
Ordem limitada � : quando o investidor estabelece o preço máximo ou 
mínimo pelo qual ele quer comprar ou vender determinada ação. Ela 
somente será executada por um preço igual ou menor do que o indi-
cado.
Ordem casada � : quando o investidor determina uma ordem de com-
pra de um título e uma venda de outro, condicionando sua efetivação 
ao fato de ambas poderem ser executadas.
Ordem de financiamento � : quando o investidor determina uma ordem 
de compra (ou venda) de um título em um tipo de mercado e uma ou-
tra concomitante de venda (ou compra) de igual título, no mesmo ou 
em outro mercado, com prazos de vencimentos distintos.
Mercado de capitais
33
Debêntures
O que são debêntures?
(ANDIMA; ABRASCA)
1. O que são debêntures?
São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos 
que asseguram a seus detentores (debenturistas) direito de crédito contra a 
companhia emissora.
2. Quem pode emitir debêntures?
A captação de recursos no mercado de capitais, via emissão de debêntures, 
pode ser feita por Sociedade por Ações (S.A.), de capital fechado ou aberto. 
Entretanto, somente as companhias abertas, com registro na CVM – Comissão 
de Valores Mobiliários – podem efetuar emissões públicas de debêntures.
3. Como a companhia paga pelos recursos obtidos na emissão?
A possibilidade de a emissora determinar o fluxo de amortizações e as 
formas de remuneração dos títulos é o principal atrativo das debêntures. Essa 
flexibilidade permite que as parcelas de amortização e as condições de remu-
neração se ajustem ao fluxo de caixa da companhia, ao projeto que a emissão 
está financiando – se for o caso – e às condições de mercado no momento da 
emissão.
4. O que é uma escritura de emissão?
É o documento em que estão descritas as condições sob as quais a de-
bênture será emitida, tais como direitos conferidos pelos títulos, deveres da 
emissora, montante da emissão e quantidade de títulos, datas de emissão e 
vencimento, condições de amortização e remuneração, juros, prêmio etc.
5. Qual o prazo de resgate de uma debênture?
As debêntures são papéis de médio e longo prazo. A data de resgate de 
cada título deve estar definida na escritura de emissão. A companhia pode, 
ainda, emitir títulos sem vencimento, também conhecidos como debêntures 
perpétuas.
34
Mercado de capitais
6. O que são debêntures conversíveis?
São aquelas que podem ser trocadas por ações da companhia emissora.
As debêntures conversíveis – e também as não conversíveis – podem con-
templar cláusulas de permutabilidade por outros ativos ou por ações de emis-
são de terceiros que não a emissora. As condições de conversibilidade, bem 
como as de permutabilidade, devem estar descritas na escritura de emissão.
7. Qual a diferença entre debênture nominativa e escritural?
A debênture nominativa é aquela cujos registro e controle das transferên-
cias são realizados pela companhia emissora no Livro de Registro de Debên-
tures Nominativas.A escritural, por sua vez, é aquela cuja custódia e escritura-
ção são feitas por instituição financeira autorizada pela CVM para prestar tais 
serviços.
8. Quais são as espécies de debêntures?
As espécies de garantias poderão ser constituídas cumulativamente. Em 
função do tipo de garantia oferecida ou da ausência de garantia, as debêntu-
res são assim classificadas:
com garantia r � eal – garantidas por bens integrantes do ativo da com-
panhia emissora, ou de terceiros, sob a forma de hipoteca, penhor ou 
anticrese;
com garantia flutuante � – asseguram privilégio geral sobre o ativo da 
emissora, em caso de falência. Os bens objeto da garantia flutuante não 
ficam vinculados à emissão, o que possibilita à emissora dispor desses 
bens sem a prévia autorização dos debenturistas;
quirografária ou sem preferência � – não oferecem privilégio algum so-
bre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com 
os demais credores quirografários, em caso de falência da companhia; e
subordinada � – na hipótese de liquidação da companhia, oferecem pre-
ferência de pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas.
9. Qual a diferença entre emissão pública e privada?
A primeira é direcionada ao público investidor em geral, feita por compa-
nhia aberta, sob registro na CVM. Já a emissão privada é voltada a um grupo 
restrito de investidores, não sendo necessário o registro na Comissão.
Mercado de capitais
35
10. Como transcorre um processo de emissão pública de debêntures?
A emissão de debêntures é decidida em assembleia geral de acionistas ou 
em reunião do conselho de administração da emissora, ambos com poderes 
para estabelecer todas as condições da emissão.
A companhia deve escolher uma instituição financeira (banco de investi-
mento ou múltiplo, corretora ou distribuidora de títulos e valores mobiliários) 
para estruturar e coordenar todo o processo de emissão.
Essa instituição, denominada coordenador líder, será responsável pela mo-
delagem da operação; transformação da empresa em Sociedade por Ações e 
obtenção de registro de companhia aberta, caso seja necessário; preparação 
da documentação e registro da emissão pública na CVM; formação do consór-
cio de distribuição; apresentações (road shows); apuração de bookbuilding se 
for o caso; e colocação dos títulos aos investidores.
O coordenador é responsável, ainda, pela realização de uma diligência (due 
diligence process) sobre as informações da emissora que serão distribuídas ao 
público investidor e utilizadas para a elaboração do prospecto de emissão.
11. Qual a finalidade do prospecto de emissão?
Esse documento, obrigatório nas emissões públicas, consolida todas as in-
formações relevantes sobre a emissora, permitindo aos potenciais investido-
res uma correta avaliação da situação da companhia e das condições gerais 
da emissão.
12. O que é rating de uma emissão de debêntures?
O rating é uma classificação efetuada por empresa especializada inde-
pendente (agência de rating) que reflete sua avaliação sobre o grau de risco 
envolvido em determinado instrumento de dívida. No caso de uma emissão 
de debêntures, avalia a probabilidade de a companhia emissora não honrar 
os compromissos financeiros assumidos na escritura de emissão (risco de 
default).
13. O que é bookbuilding?
É um mecanismo de consulta prévia ao mercado para definição da remu-
neração das debêntures ou do ágio/deságio no preço de subscrição, tendo 
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Mercado de capitais
em vista a quantidade de debêntures, para diferentes níveis de taxa, que cada 
investidor tem disposição de adquirir.
14. O que é underwriting?
É a operação de distribuição primária de debêntures, ou seja, a primeira 
venda dos títulos após a sua emissão. Tal processo é conduzido por institui-
ção financeira contratada pela emissora, denominada coordenador líder, e 
pode contar com a participação de outras instituições intermediárias (pool de 
colocação).
15. Qual a diferença entre mercado primário e secundário de 
debêntures?
Entende-se como mercado primário aquele em que os títulos são oferta-
dos pela primeira vez pela companhia emissora, através do pool de colocação, 
obtendo assim recursos para suprir suas necessidades financeiras.
O mercado secundário é aquele em que são efetuadas as operações de 
compra e venda de debêntures pelos investidores.
16. Onde são negociadas as debêntures no mercado secundário?
Atualmente, a forma mais comum é no mercado de balcão organizado – 
sistemas de negociação de títulos supervisionados por entidade autorregu-
ladora, devidamente autorizada pelo Banco Central e pela CVM. No caso das 
debêntures, o principal é o SND – Sistema Nacional de Debêntures –, adminis-
trado pela CETIP – Câmara de Liquidação e Custódia – com base nas políticas 
e diretrizes fixadas pela ANDIMA – Associação Nacional das Instituições do 
Mercado Financeiro. Nesse caso, os investidores interessados em adquirir os 
papéis devem procurar uma instituição financeira autorizada a operar nesse 
mercado. As debêntures também podem ser negociadas em sistemas eletrô-
nicos, a exemplo do que ocorre no CetipNet.
[...]
19. O que é uma assembleia de debenturistas?
É o fórum em que se reúnem os debenturistas para discutir e deliberar sobre 
assuntos relativos à emissão, por exemplo, alterações propostas nas caracte-
rísticas da debênture. As assembleias podem ser convocadas pela companhia 
emissora, pelo agente fiduciário, pela CVM ou pelos próprios debenturistas.
Mercado de capitais
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20. Qual a função do agente fiduciário?
O agente fiduciário é o representante legal da comunhão de interesses 
dos debenturistas, protegendo seus direitos junto à emissora. Sua presença é 
obrigatória nas emissões públicas.
[...]
22. O que são cédulas de debêntures?
São títulos que possibilitam ao seu emitente obter recursos tendo como 
garantia o penhor de debêntures emitidas por outras companhias. Esse ins-
trumento permite que uma instituição financeira subscreva debêntures de 
algumas empresas e, em seguida, emita cédulas para obter recursos.
Commercial paper/promissória comercial
É um título emitido por sociedade por ações (S.A.), destinado à oferta pú-
blica, para captação de recursos no mercado interno, para financiamento de 
capital de giro.
Não podem ser emitidas por instituições financeiras, sociedades corre-
toras e distribuidora de valores mobiliários e sociedades de arrendamento 
mercantil (empresas de leasing).
Podem ser transferidos mediante endosso em preto sem direito de re-
gresso. Não possuem garantia, o risco é do investidor (comprador do título). 
Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo 
máximo de 180 dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias.
Sua emissão é registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e há a 
necessidade de intermediação de uma instituição financeira.
Derivativos
São instrumentos financeiros estabelecidos mediante contrato, com a se-
guinte peculiaridade: seus preços são determinados e variam em função dos 
preços de outros ativos, que podem ser uma mercadoria, um título de renda 
fixa, uma ação, uma moeda estrangeira etc. 
38
Mercado de capitais
Os derivativos incluem, principalmente, os contratos a termo, o contrato 
de opções, o contrato futuro e os swaps. E apresentam, como uma de suas 
principais utilidades, a administração de riscos, que crescem significativa-
mente no mundo globalizado.
Como os derivativos são operações onde procura-se administrar resulta-
dos em eventos futuros incertos, o tratamento matemático necessário é de 
alta complexidade, exigindo profissionais de gabarito, como matemáticos e 
físicos, na elaboração de modelos para aplicação no mercado financeiro.
As operações com derivativos podem ser realizadas tanto em bolsas 
como em balcão. As operações em bolsa são mais fiscalizadas, mais regu-
ladas e com maior divulgação de informações – além de serem públicas em 
relação aos preços e volumes negociados, mantendo em sigilo os nomes dosparticipantes.
Na operação de balcão, os termos das operações são conhecidos apenas 
pelos participantes, estabelecendo livremente as cláusulas do contrato, po-
dendo adaptá-lo às necessidades específicas de cada parte. São operações 
mais sigilosas, menos sujeitas à fiscalização e regulação, sem qualquer inter-
ferência do mercado.
Hedger
Detentor do contrato a termo/futuro.
Procura se proteger contra oscilações de um preço, taxa, índice 
etc.
Abre mão de possíveis ganhos futuros para não incorrer em per-
das futuras. 
Pode-se hedgear tanto na venda como na compra. 
Especulador
Pessoa ou empresa cuja atividade principal não está relacionada 
com o bem objeto do contrato derivativo e que assume posi-
ções no mercado para obter a exposição ao risco de oscilação 
de preços.
Ele assume hoje o risco de perdas futuras na esperança de auferir 
ganhos futuros. Sem ele, o hedger não teria a quem repassar seu 
risco.
Mercado a termo
No mercado a termo, o hedger assegura o preço de um ativo, na compra 
ou na venda, fixando seu preço em um prazo predeterminado. Esse tipo de 
operação pode ser realizada nas bolsas, tanto de valores quanto de merca-
Mercado de capitais
39
dorias e futuros, e até mesmo no mercado de balcão, dependendo do tipo 
de ativo em que foi baseada a operação.
Se a operação for liquidada antecipadamente por solicitação do compra-
dor, é chamada de VC, se for solicitada pelo vendedor é chamada de VV, se 
for por acordo mútuo, AM. Nesse caso, as operações podem ser liquidadas 
integralmente ou proporcionalmente rateadas (pró-rata).
Essas operações exigem garantias, que variam de 20% do valor do contra-
to, até 100%. Esse percentual vai depender do ativo usado como referência. 
Quanto maior a volatilidade, maior a garantia.
As operações a termo são formalizadas em contratos específicos, emiti-
dos e registrados na bolsa em nome das corretoras participantes.
O termo é uma operação de financiamento, o vendido no termo se asse-
gura de uma renda sobre a compra que financiou, e o comprado no termo 
garante a lucratividade do vendido com o depósito da margem. 
Mercado de opções
Quem compra uma opção tem um direito. Se a opção for de compra (call), 
o direito de comprar; se a opção for de venda (put), o direito de vender. O 
comprador de uma opção de compra (venda), ou titular dessa opção, tem 
o direito de comprar (vender) uma certa quantidade de ações, a um preço 
prefixado até uma data determinada.
O vendedor de uma opção de compra (o lançador da opção) fica com 
a obrigação de vendê-la. O titular tem sempre os direitos, e o lançador as 
obrigações.
O mercado de opções negocia esses direitos de compra ou de venda, 
mas não as ações diretamente. Os direitos são negociados por um preço, o 
prêmio, que é o valor pago pelo titular e recebido pelo lançador.
O valor do prêmio é o resultado das forças de oferta e procura e varia de 
acordo com a variação do preço da ação no mercado à vista.
Toda opção tem um vencimento, sendo que sua aquisição poderá ser 
exercida a partir do dia seguinte ao da compra, a qualquer momento, até 
o vencimento, e se não for exercida, o titular perde integralmente o valor 
aplicado no prêmio.
40
Mercado de capitais
Mercado futuro
É o mercado no qual se negociam lotes padrão de ações com datas de 
liquidação futura, escolhidas entre aquelas fixadas periodicamente pela 
bolsa.
O mercado futuro é uma variante do mercado a termo, com a caracterís-
tica que permite que os participantes possam desistir da operação reverten-
do sua posição antes do vencimento. Como o investidor tem um relaciona-
mento com a clearing da bolsa e não com o outro participante, sua posição 
poderá ser revertida ao adquirir outro contrato de condições idênticas, com 
o investidor assumindo posição inversa da original, isto é, se ele era compra-
dor, adquirirá um contrato idêntico em que ele seja o vendedor. Isso somen-
te poderá ocorrer se houver contratos e datas disponíveis para tal. 
Nesse mercado também são exigidas garantias, já que as posições são 
liquidadas diariamente com o “ganhador” recebendo a diferença no fecha-
mento do mercado diário.
Operações de swap
A palavra swap significa troca ou permuta e designa uma operação cada 
vez mais procurada no mercado financeiro internacional, envolvendo inclu-
sive várias empresas brasileiras.
O mercado financeiro e as empresas encontram na Câmara de Liquidação 
e Custódia (Cetip) as alternativas ideais para compor suas operações com 
derivativos de balcão, e têm à disposição modelos únicos e sofisticados. 
Com o swap, por exemplo, companhias com dívidas em dólar corrigidas 
por taxas flutuantes poderiam contratar uma operação que as transformasse 
numa dívida com taxas fixas e vice-versa. Evidentemente que, caracterizan-
do-se como uma operação de troca de posições, é possível, com criatividade 
e baseando-se em regras seguras e de forma legal, que outros tipos de ope-
rações de swap ganhem vida.
São três diferentes tipos de derivativos: contratos de swap, opções sobre 
swap e termo de moeda. 
Além do registro dos tradicionais contratos de swap, a Cetip também ofe-
rece estruturas personalizadas, como barreiras, limitadores, cupom cambial 
limpo e alternativas de data para pagamento de prêmio.
Mercado de capitais
41
Dicas de estudo
Saber quem são as instituições que não podem emitir � commercial paper.
Gravar a diferença entre o mercado primário e o secundário; e a dife- �
rença entre empresas de capital aberto e de capital fechado.
Memorizar os tipos e formas de ações. Importante, ainda, saber as van- �
tagens que o acionista pode auferir.
Compreender os tipos de garantias de debêntures emitidas. �
Estudar bem as diferenças entre os vários tipos de operações. �
Atividades
1. (CEF) 0 mercado financeiro pode ser classificado como primário ou secun-
dário, dependendo do momento da negociação do título no mercado. O 
lançamento de um novo ativo financeiro ocorre no mercado primário. No 
mercado secundário ocorrem as:
a) vendas de títulos públicos que são negociados por meio da Bovespa.
b) transações financeiras envolvendo o mercado monetário internacional.
c) compras de títulos privados, derivativos, opções que estão sendo 
oferecidas ao mercado financeiro.
d) negociações de títulos de crédito como cheques, notas promissó-
rias e DOC, realizados por meio da bolsa de valores e do mercado 
de balcão.
e) negociações posteriores, em bolsa de valores ou em mercado de 
balcão, envolvendo compras e vendas de títulos já lançados entre 
investidores.
2. Indique se a frase está certa ou errada; se errada, justifique a resposta. 
a) (BB) O número e o valor nominal das ações de uma companhia não 
poderão ser alterados.
 Certo. )(
 Errado. )(
42
Mercado de capitais
b) (BB) As distribuições secundárias (block-trade) de debêntures com-
preendem distribuições públicas de grandes lotes de debêntures 
que já foram emitidas. 
 Certo. )(
 Errado. )(
c) (BB) Commercial papers são títulos de longo prazo – prazo mínimo 
de 360 dias e máximo de 5 anos – que as sociedades anônimas não 
financeiras emitem, visando captar recursos no mercado interno ou 
externo para financiar suas necessidades de capital.
 Certo. )(
 Errado. )(
d) (BB) O que diferencia um contrato futuro de um contrato de opção 
é a obrigação que o primeiro apresenta de se adquirir ou vender 
algo no futuro. O contrato de opção, ao contrário, registra uni-
camente o direito do titular de exercer sua opção de compra ou 
venda a determinado preço no futuro, não sendo obrigatório seu 
exercício.
 Certo. )(
 Errado. )(
Gabarito
1. E
2. 
a) Errado.
Mercado de capitais
43
 O número e o valor nominal das ações podem ser alterados através 
de operações de split e inplit.
b) Certo.
c) Errado.
 Commercial paper ou nota promissória comercial é um título de 
curto prazo.
d) Certo.
Referências
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DO MERCADO FINANCEIRO (ANDIMA); 
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS COMPANHIAS ABERTAS(ABRASCA). O que São De-
bêntures? Disponível em: <www.debentures.com.br/downloads/textostecnicos/
cartilha_debentures.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2012. 
PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em: 
<www.bcb.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2012.
Sistema Financeiro Nacional I
Conceitos gerais
Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de instituições e instru-
mentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertantes 
finais (poupadores) para os tomadores finais (investidores), além de criar con-
dições para que títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado.
A intermediação financeira e a aplicação de recursos financeiros pró-
prios e de terceiros são as principais atividades das instituições financeiras, 
as quais possibilitam aproximar os superavitários dos deficitários, agregar 
recursos para grandes projetos e diminuir o custo e o risco financeiro das 
empresas tomadoras de recursos.
SUPERAVITÁRIOS DEFICITÁRIOS
Poupadores Intermediários Tomadores
Pou � padores: agentes econômicos superavitários dispostos a transfor-
mar suas disponibilidades monetárias em ativos financeiros. São os cria-
dores de fundos para o financiamento do crescimento econômico.
Tomadores � : agentes econômicos deficitários, que demandam recur-
sos e estão dispostos a financiar seu défice a custo de mercado. São 
aqueles que, necessitando de dinheiro além de suas disponibilidades, 
dispõem-se a pagar por esses recursos.
Tipos de instituições financeiras
Instituições financeiras bancárias
São as instituições capazes de criar moeda escritural: bancos comerciais, 
bancos múltiplos com carteira comercial, cooperativas de crédito, Banco do 
Brasil e Caixa Econômica Federal.
A moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos 
ou outras instituições creditícias, normalmente movimentados por inter-
médio de cheques, representando estes um instrumento de circulação da 
moeda bancária.
45
46
Sistema Financeiro Nacional I
Com os depósitos à vista, as instituições financeiras emprestam uma parte 
desse dinheiro depositado para os clientes tomadores. Parte desse dinheiro 
é depositado novamente nas instituições financeiras, dando-se, então, o fe-
nômeno da criação da moeda escritural.
Instituições financeiras não bancárias
São as instituições que não podem criar moeda escritural: bancos de in-
vestimento, bancos de desenvolvimento, financeiras, Sociedades de Arrenda-
mento Mercantil (Leasing) e Associações de Poupança e Empréstimos (APE).
Estrutura e funções do 
Sistema Financeiro Nacional (SFN)
A composição do Sistema Financeiro Nacional, conforme o Banco Central 
do Brasil (Bacen), é a seguinte:
Sistema Financeiro Nacional I
47
Conselho Monetário Nacional (CMN)
O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei 4.595/64, e é 
o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento 
do SFN. Integram o CMN o ministro da Fazenda (presidente do conselho), 
o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o presidente do Banco 
Central do Brasil. Entre suas funções estão:
adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da �
economia;
regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço �
de pagamentos;
orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; �
propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos fi- �
nanceiros;
zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; �
coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida �
pública interna e externa.
Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito 
(Comoc), composta pelo presidente do Bacen, na qualidade de coordenador, 
pelo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário 
executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário exe-
cutivo do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de Política Econômica do 
Ministério da Fazenda, pelo secretário do Tesouro Nacional do Ministério da 
Fazenda e por quatro diretores do Bacen, indicados por seu presidente.
Está previsto também o funcionamento, junto ao CMN, de comissões con-
sultivas de normas e organização do sistema financeiro, de mercado de valo-
res mobiliários e de futuros, de crédito rural, de crédito industrial, de crédito 
habitacional e para saneamento e infraestrutura urbana, de endividamento 
público e de política monetária e cambial. Os seus membros reúnem-se uma 
vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as compe-
tências do CMN.
Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês. 
As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de resoluções, norma-
tivo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na 
48
Sistema Financeiro Nacional I
página de normativos do Banco Central do Brasil. O Banco Central do Brasil é 
a secretaria executiva do CMN e da Comoc. Compete ao Banco Central orga-
nizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte 
durante as reuniões, elaborar as atas e manter seu arquivo histórico). As de-
cisões serão tomadas pela maioria simples dos votos.
Banco Central do Brasil (Bacen)
O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia vinculada ao Ministério 
da Fazenda, que também foi criada pela Lei 4.595/64.
É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e 
responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por 
objetivos:
zelar pela adequada liquidez da economia; �
manter as reservas internacionais em nível adequado; �
estimular a formação de poupança; �
zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do �
sistema financeiro.
Entre suas atribuições estão:
emitir papel-moeda e moeda metálica; �
executar os serviços do meio circulante; �
receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições fi- �
nanceiras e bancárias;
realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições finan- �
ceiras;
regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros �
papéis;
efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; �
exercer o controle de crédito; �
exercer a fiscalização das instituições financeiras; �
Sistema Financeiro Nacional I
49
autorizar o funcionamento das instituições financeiras; �
estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de dire- �
ção nas instituições financeiras;
vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e �
de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país.
Sua sede fica em Brasília, capital do país, e tem representações nas ca-
pitais dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, 
Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará.
Liquidez da economia: dinheiro emitido pelo Bacen em circulação no país.
Executar os serviços do meio circulante: distribuir dinheiro aos bancos, recolher cédulas 
dilaceradas etc. 
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro 
Nacional (CRSFN)
Órgão colegiado judicante1 de segundo grau, integrante da estrutura 
do Ministério da Fazenda, criado pelo Decreto 9.152/85, com sede em 
Brasília (DF).
Suas instalações estão localizadas no Banco Central do Brasil, que ficará 
encarregado dos recursos técnicos, humanos e materiais para o funciona-
mento da secretaria executiva do CRSFN.
Atribuições
Julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos inter-
postos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo 
Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Secretaria 
do Comércio Exterior e pela Secretaria da Receita Federal nas infrações pre-
vistas na legislação.
O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recursos de ofício inter-
postos pelos órgãos de primeira instância, das decisões que concluírem pela 
não aplicação das penalidades previstas no item anterior.
1 Aquele que julga, que 
exerce as funções de juiz.
50
Sistema Financeiro NacionalI
Estrutura
São oito conselheiros possuidores de conhecimentos especializados em 
assuntos relativos aos mercados financeiros, de câmbio, de capitais e de cré-
dito rural e industrial, observando-se a seguinte composição:
um representante do Ministério da Fazenda; �
um representante do Banco Central do Brasil (Bacen); �
um representante da Secretaria de Comércio Exterior; �
um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); �
quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por �
estas indicados em lista tríplice.
As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes:
Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas); �
Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento); �
CNBV (Comissão Nacional de Bolsas de Valores); �
Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos); �
Abel (Associação Brasileira das Empresas de � Leasing);
Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores); �
AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). �
Os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no Conse-
lho como membros titulares e os demais, como suplentes.
Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são 
nomeados pelo ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo 
ser reconduzidos uma única vez.
Fazem parte ainda do CRSFN dois procuradores da Fazenda Nacional, de-
signados pelo procurador geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de 
zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um secretário executivo, 
nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coorde-
nação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a 
Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior propor-
cionam o respectivo apoio técnico e administrativo.
Sistema Financeiro Nacional I
51
O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o 
vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda entre 
os quatro representantes das entidades de classe que integram o Conselho.
Instituições financeiras captadoras 
de depósitos à vista (monetárias)
Bancos múltiplos
Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que 
realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições 
financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investi-
mento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento 
mercantil e de crédito, financiamento e investimento.
Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamenta-
res aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A 
carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco públi-
co. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, 
sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser or-
ganizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira 
comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve 
constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94).
Bancos comerciais
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas 
que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos ne-
cessários para financiar, a curto e a médio prazo, o comércio, a indústria, as 
empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A 
captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica 
do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser 
constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social 
deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94).
Os bancos comerciais são classificados como instituições monetárias por 
terem o poder de criação de moeda escritural. Sucintamente, os bancos co-
merciais são intermediários financeiros que têm como objetivo captar re-
cursos e distribuí-los de forma seletiva, criando moeda através de seu efeito 
multiplicador.
52
Sistema Financeiro Nacional I
Principais operações dos bancos comerciais:
Ativas:
desconto de títulos; �
crédito rural; �
empréstimo em conta-corrente; �
repasse de recursos; �
crédito pessoal; �
operações de câmbio. �
passivas:
depósitos à vista; �
depósitos a prazo; �
recursos do Bacen (redesconto, repasse); �
recursos de instituições financeiras oficiais e do exterior; �
operações de câmbio. �
Banco do Brasil S.A.
O Banco do Brasil – Sociedade Anônima de economia mista – exercia até 
1986 uma função típica de autoridade monetária, quando perdeu a conta 
movimento, por decisão do Conselho Monetário Nacional. Essa conta colo-
cava o Banco do Brasil na posição privilegiada de banco corresponsável pela 
emissão de moeda.
Atualmente é um conglomerado ajustado à estrutura de um banco múl-
tiplo, embora ainda opere, em muitos casos, como agente financeiro do go-
verno federal. É o principal executor da política oficial de crédito rural.
Suas principais atribuições, como parceiro principal do governo federal, 
já que este é o maior acionista, são:
admi � nistrar a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis 
(executante);
efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução o Orça- �
mento Geral da União;
Sistema Financeiro Nacional I
53
a aquisição e o financiamento dos estoques de produção exportável; �
agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do país; �
a operação dos fundos de investimento setorial como pesca e reflores- �
tamento;
a captação de depósitos de poupança direcionados ao crédito rural e a �
operação do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO);
a execução da política de preços mínimos dos produtos agropastoris; �
a execução do serviço da dívida pública consolidada; �
a realização, por conta própria, de operações de compra e venda de �
moeda estrangeira e, por conta do Banco Central, nas condições esta-
belecidas pelo CMN;
o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das importâncias prove- �
nientes da arrecadação de tributos ou rendas federais;
como principal executor dos serviços bancários de interesse do go- �
verno federal, inclusive de suas autarquias, receber em depósito, com 
exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais, 
compreendendo repartições de todos os ministérios civis e militares, 
instituições de previdência e outras autarquias, comissões, departa-
mentos, entidades em regime especial de administração e quaisquer 
pessoas físicas responsáveis por adiantamentos.
Conforme o Edital 021/2004 do Banco Central do Brasil foram acrescenta-
das as seguintes atribuições, pertencentes anteriormente ao Bacen:
Art. 8.º Constituem atribuições inerentes ao Custodiante:
I - deter custódia de numerário não monetizado à ordem do Bacen, com a finalidade 
de acolher depósitos e pagar saques de numerário às instituições financeiras bancárias, 
realizando os correspondentes lançamentos, por intermédio do Sistema de Pagamentos 
Brasileiro – SPB;
II - administrar a custódia de numerário à ordem do Bacen de acordo com as disposições 
deste Regulamento e com os normativos que vierem a ser editados sobre a matéria pela 
autoridade monetária;
III - sanear o numerário recebido da rede bancária;
IV - suprir a oferta de troco;
V - encaminhar ao Bacen numerário não utilizável, na forma deste Regulamento;
VI - distribuir moedas metálicas;
VII - recolher numerário, seguindo instruções do Bacen; e
VIII - cumprir as políticas de meio circulante definidas pelo Bacen.
54
Sistema Financeiro Nacional I
Caixa Econômica Federal
A Caixa Econômica Federal foi criada em 1861 e está regulada pelo Decre-
to-Lei 759/69 como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda.
Trata-se de uma instituição assemelhada aos bancos comerciais, poden-
do captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de 
serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão 
de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas

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