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Série Série Aprova Concursos Os concursos no Brasil atraem, todos os anos, milhares de pessoas interessadas em conquistar uma vaga em uma instituição pública. Pensando em você, que busca um diferencial e, consequentemente, a aprovação, o IESDE BRASIL S.A. – Inteligência Educacional lança a Série Aprova Concursos. Nos livros e videoaulas você encontra conteúdos cuidadosamente selecionados e editados, questões resolvidas baseadas nos principais concursos, dicas úteis de estudo e muitas outras informações relevantes, apresentadas de forma didática e atraente, para quem deseja passar em um concurso. 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CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Todos os direitos reservados. © 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Atualizado até abril/2012 Capa: IESDE Brasil S.A. Imagem da capa: Comstock Complete CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ _____________________________________________________________________________ L552c 3.ed. Leite Filho, Jonas Barbosa Conhecimentos bancários para concursos / Jonas Barbosa Leite Filho. - 3.ed. - Curi- tiba, PR : IESDE Brasil, 2012. 192p. : 24 cm. (Aprova concursos) Inclui bibliografia ISBN 978-85-387-2959-4 1. Mercado financeiro - Brasil. 2. Instituições financeiras - Brasil. 3. Bancos - Ser- viços ao cliente - Brasil. 4. Serviço público - Brasil - Concursos. I. Título. II. Série. 12-1160. CDD: 332.1 CDU: 336.7 28.02.12 07.03.12 033501 _____________________________________________________________________________ Jonas Barbosa Leite Filho Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas pela Faculdade Bagozzi. Graduado em Admi- nistração pelo Centro Universitário S. Andrade. Trabalhou no Banco do Brasil por 24 anos e atu- almente ministra aulas de Técnicas Bancárias. su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io su m ár io Economia e mercado financeiro 7 Economia | 7 Mercado financeiro | 9 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 17 Conceito e panorama geral | 17 Tipos de riscos financeiros | 22 Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS) | 23 Mercado de capitais 27 Mercado primário e mercado secundário | 27 Ações | 28 Debêntures | 33 Commercial paper/promissória comercial | 37 Derivativos | 37 Sistema Financeiro Nacional I 45 Conceitos gerais | 45 Estrutura e funções do Sistema Financeiro Nacional (SFN) | 46 Sistema Financeiro Nacional II 63 Estrutura e funções do Sistema Financeiro Nacional (SFN) | 63 Produtos e serviços financeiros I 83 Títulos de crédito | 83 Depósitos à vista | 87 Tarifas bancárias | 93 Cheque | 97 Certificado de Depósito Bancário (CDB) e Recibo de Depósito Bancário (RDB) | 106 Produtos e serviços financeiros II 111 Cobrança e pagamento de títulos e carnês | 111 Transferência automática de fundos | 112 Arrecadação de tributos e tarifas públicas | 113 Remote banking | 114 Corporate finance | 116 Dinheiro de plástico | 117 Fundos de investimento | 119 Hot Money | 128 Contas garantidas | 128 Crédito rotativo | 129 Desconto de títulos | 129 Financiamento de capital de giro e capital fixo | 130 Vendor finance e compror finance | 130 Produtos e serviços financeiros III 137 Crédito Direto ao Consumidor (CDC) | 137 Crédito rural | 138 Caderneta de poupança | 143 Financiamentos à importação e exportação | 144 Cartões de crédito | 148 Leasing | 148 Títulos de capitalização | 151 Plano Mensal (PM) | 152 Plano Único (PU) | 152 Planos de aposentadoria e pensão privados | 152 Planos de seguros | 155 Garantias do Sistema Financeiro Nacional 163 Garantias pessoais ou fidejussórias | 163 Garantias reais | 167 Tipos de sociedade e mercado de câmbio 177 Tipos de sociedade | 177 Mercado de câmbio | 183 Economia e mercado financeiro Economia Noções de política econômica Entre as diversas obrigações do governo de um país, destacam-se a em- pregabilidade, o equilíbrio da balança comercial, controlar a inflação, pro- videnciar para que a renda e a riqueza sejam divididas de maneira equitati- va e o crescimento da produção. Quando o governo intervém em qualquer dessas variáveis, ele está praticando a política econômica. Cada variável dessa pode ser enquadrada, quando executada, em um tipo de política econômica. Quando se modifica a estrutura econômica de um país, com a criação ou extinção de uma empresa pública e a alteração da distribuição de renda, é caracterizada como política econômica estrutural. Já uma política econômica de estabilização conjuntural é caracterizada por medidas de controle de preços, controle de inflação e a falta de produtos à disposição da população. A política econômica de expansão é caracterizada pelo uso de instrumen- tos que possam desenvolver economicamente o país. Exemplo: Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). E a política econômica pode ainda ser divida em várias outras políticas: como a fiscal, externa, de rendas e a política monetária. Noções de política monetária Conjunto de medidas para controlar o volume da liquidez global à dispo- sição dos agentes econômicos, nesse caso, liquidez quer dizer: quantidade de dinheiro que circula na economia. 7 8 Economia e mercado financeiro Qualquer ação praticada pelas autoridades monetárias, que tenha como objetivo alterar a disponibilidade e o custo do dinheiro é chamada de polí- tica monetária. Como a política monetária atua sobre a quantidade, essa atuação pode ser no sentido de retirar a quantidade de moeda em circulação, nesse caso, chamamos a política monetária de restritiva. Caso a atuação das autoridades monetárias seja no sentido de aumentar a quantidade de moeda em circula- ção, chamamos a política monetária de expansionista. Para entendermos melhor a política monetária, é necessário algumas de- finições econômicas: base monetária � – indicador que expressa a oferta de moeda de uma economia, isto é, a emissão primária de moeda na economia, essencial para a formulação e avaliação de uma política monetária. É obtida pelo somatório de papel-moeda em poder do público, inclusive os depó- sitos à vista, considerando as reservas de caixa para suprir os saques mantidos pelos bancos comerciais e reservas bancárias compulsórias recolhidas pelo Banco Central. inflação � – fenômeno econômico que pode ser interpretado como um aumento contínuo nos preços gerais da economia, durante certo pe- ríodo de tempo, ocasionando a perda do poder aquisitivo da moeda. Trata-se de um processo dinâmico que não deve ser confundido com alta esporádica de preço. O governo atua sobre a quantidade de moe- da, de crédito e sobre o índice das taxas de juros de sua economia. Instrumentos de política monetária Com esses instrumentos, o Bacen pode aumentar ou diminuir reservasbancárias em pouco tempo. Operações de mercado aberto � : também conhecida como open market. Por meio desse instrumento, o Bacen regula o fluxo de moe- da via compra e venda dos títulos públicos federais – chamados de títulos da dívida pública. Fluxo de moeda é o movimento de entrada e saída de moeda de um mercado. É um instrumento bastante versá- til por acomodar as variações diárias de liquidez. Operações de open market são realizadas no mercado secundário. Economia e mercado financeiro 9 Redesconto � : também chamado de empréstimo de liquidez. Trata-se de uma linha de crédito do Bacen destinada às instituições financeiras, com o objetivo de suprir eventuais necessidades de caixa. Depósito compulsório � : é o percentual sobre produtos financeiros (depósitos à vista, depósitos a prazo, poupança etc.) que os bancos são obrigados a recolher ao Bacen. Mercado financeiro Sistema Especial de Liquidação e Custódia de Títulos Públicos (Selic) Sistema gerenciado e operado pelo Banco Central do Brasil (Bacen) junto com a Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima). Foi instalado em 1980 e seu horário de funcionamento é das 6h30 às 18h30, nos dias úteis. O Selic é o depositário central dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil e também efetua a emissão, o resgate, o pa- gamento dos juros e a custódia desses títulos. Todos os títulos são emitidos escrituralmente. Atenção: a Lei Complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal), no seu artigo 34, proibiu o Banco Central de emitir títulos públicos a partir de maio de 2002. Até janeiro de 1992 o Selic era depositário, também, dos títulos públicos estaduais e municipais e a partir dessa data eles passaram a ser processados na Cetip. Como o Selic está ligado ao Sistema de Transferência de Reservas (STR), toda negociação dos títulos públicos federais é executada pelo Sistema de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), isto é, as operações somente serão executadas se ocorrer a disponibilidade do título e saldo para liquidação por parte do comprador naquele momento. As operações serão executadas por compensação bilateral, isto é, operação por operação. Para remunerar as operações financeiras realizadas pelo Selic, é determi- nada uma taxa de juros. De acordo com o Banco Central, a taxa Selic é a taxa 10 Economia e mercado financeiro média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais (ou seja, taxas que embutem um risco de crédito uniforme), registrados e liquidados no próprio Selic ou em siste- mas operados por câmaras de compensação e de liquidação de ativos. Existem dois tipos de taxa Selic: Selic � Over – é a taxa obtida com a realização do cálculo da taxa mé- dia ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, com lastro em títulos públicos, das operações de repasses diários entre Bacen e instituições financeiras. Selic Meta � – estipulada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em reuniões periódicas (total de oito ordinárias ao ano), serve de bali- zamento para que se consiga atingir as metas de inflação, determina- da pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Serve de referência para todas as demais taxas de juros do país. Por isso, é chamada de taxa básica de juros. Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) O Copom foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de es- tabelecer as diretrizes da política monetária e definir a taxa de juros. A cria- ção do Comitê buscou proporcionar maior transparência e ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já era adotado pelo Federal Open Market Committee do Banco Central dos EUA e pelo Central Bank Council do Banco Central da Alemanha. Desde 1996, o regulamento do Copom sofreu uma série de alterações no que se refere ao seu objetivo, periodicidade das reuniões, composição, e atribuições e competências de seus integrantes. Destaca-se a adoção, pelo Decreto 3.088 em 21 de junho de 1999, da sistemática de “metas para a inflação” como diretriz de política monetária. Desde então, as decisões do Copom passaram a ter como objetivo cumprir as metas para a inflação defi- nidas pelo Conselho Monetário Nacional. Segundo o mesmo decreto, se as metas não forem atingidas, cabe ao presidente do Banco Central divulgar, em carta aberta ao Ministro da Fazenda, os motivos do descumprimento, bem como as providências e prazo para o retorno da taxa de inflação aos limites estabelecidos. Economia e mercado financeiro 11 Formalmente, os objetivos do Copom são “estabelecer diretrizes de polí- tica monetária, definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o Relatório de Inflação”. A taxa de juros fixada na reunião do Copom é a meta para a taxa Selic (Sis- tema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê (oito reuniões ordinárias por ano). O Copom também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presi- dente do Banco Central para alterar a meta para a taxa Selic a qualquer mo- mento entre as reuniões ordinárias. São três as possibilidades: viés de alta, viés de baixa e viés neutro (ou sem viés). Ou seja, se o Copom definir viés de alta, o presidente do Bacen estará autorizado a aumentar a meta da taxa Selic antes da próxima reunião do Copom; se o Comitê definir viés de baixa, o presidente do Bacen estará autorizado a baixá-la. Sendo definido viés neutro ou sem viés, não há autorização alguma e a taxa estabelecida vigorará até a próxima reunião do Copom. As atas em português das reuniões do Copom são divulgadas às 8h30 da quinta-feira da semana posterior a cada reunião, dentro do prazo regu- lamentar de seis dias úteis, sendo publicadas na página do Banco Central na internet (“Notas da Reunião do Copom”) e para a imprensa. A versão em inglês é divulgada com uma pequena defasagem de cerca de 24 horas. Ao final de cada trimestre civil (março, junho, setembro e dezembro), o Copom publica, em português e em inglês, o documento “Relatório de In- flação”, que analisa detalhadamente a conjuntura econômica e financeira do país, bem como apresenta suas projeções para a taxa de inflação. As reuniões ordinárias1 são realizadas em duas sessões, a primeira, às terças-feiras, reservada às apresentações técnicas de conjuntura, e a se- gunda, às quartas-feiras, para decisões das diretrizes de política monetária. A divulgação das decisões do Copom será feita na data da segunda sessão da reunião ordinária, após as 18h. Cetip S.A. – Balcão Organizado de Ativos e Derivativos A Cetip foi criada em 1986 pelas instituições financeiras e o Banco Cen- tral do Brasil, com o objetivo de registrar e negociar os títulos e valores mobiliários de renda fixa privados. Em 1992 passou a custodiar e liquidar, 1 Para saber quais são os membros do Copom e as datas das reuniões acesse: www.bcb.gov.br 12 Economia e mercado financeiro também, os títulos públicos estaduais e municipais. Criada inicialmente como uma empresa sem fins lucrativos, passou a proporcionar mais segu- rança e agilidade às operações do mercado financeiro brasileiro. Em maio de 2008, a Cetip passou a ser uma Sociedade Anônima, e em outubro de 2009 passou a ter capital aberto com ações negociadas na BM&F Bovespa. Assim, deixou de ser uma empresa sem fins lucrativos. A Cetip, como toda câmara de compensação (clearing), é ágil e flexível para administrar as garantias que são exigidas dos participantes, asseguran- do a liquidação das operações. As operações registradas na Cetip são garantidas, pois quem compra tem certeza de que o título é válido, e quem vende tem certeza do recebimento do valor. Em qualquer negócio realizado em um dos sistemas da Cetip, a transfe- rência dos títulos só se realiza após os itens básicos de segurança serem che- cados – código de acesso, senha, validade de datas etc. As informações do vendedor e do compradorterão que estar compatíveis. Se houver qualquer incompatibilidade em apenas um dado dos envolvidos, o sistema não exe- cutará a operação. Os principais títulos registrados na Cetip são o Certificado de Depósi- to Bancário (CDB), swaps, debêntures, Letras Hipotecárias (LH), Cédula de Produto Rural (CPR), cotas de fundos de investimento abertos e fechados e ativos utilizados como moeda de privatização, entre outros. A Cetip não é contraparte central das operações negociadas e/ou re- gistradas nos mercados organizados. Tem a sede no Rio de Janeiro e um escritório em São Paulo. Funcionamento: de segunda a sexta-feira – das 6h30 às 20h00 nos dias considerados úteis. Registra os títulos públicos estaduais e municipais emitidos após 1992. Dicas de estudo Memorizar os objetivos da política econômica. � Saber quais são os instrumentos de política monetária. � Economia e mercado financeiro 13 Memorizar quando e por quem foi criado o Selic e quais os títulos que � o sistema custodia e liquida. Observar os interstícios entre as reuniões do Copom, sua composição � e sua finalidade. Gravar quais são os títulos custodiados e liquidados pela Cetip. � Atividades 1. (CEF) A política monetária enfatiza sua atuação sobre os meios de pagamento, títulos públicos e taxas de juros, modificando o custo e o nível de oferta do crédito. O Banco Central administra a política mone- tária por intermédio dos seguintes instrumentos clássicos de controle monetário: I. recolhimentos compulsórios; II. operações de mercado aberto – open market; III. limites e políticas de alçadas internas de crédito; IV. políticas de redesconto bancário e empréstimos de liquidez; V. depósitos à vista e cadernetas de poupança. Estão corretos apenas os instrumentos: a) I, II e III. b) I, II e lV. c) I,III e lV. d) II,III e V. e) III, IV e V. 2. Indique se a frase está certa ou errada; se errada, justifique a resposta. a) (BB) O Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) foi estrutu- rado pela Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto (Andima) e pelo Bacen. Certo. )( 14 Economia e mercado financeiro Errado. )( b) (BB) O Copom, constituído no âmbito do Bacen, tem como obje- tivo implementar as políticas econômica e tributária do governo federal. Certo. )( Errado. )( c) (BB) Os ativos e contratos registrados na Cetip representam quase a totalidade dos títulos e valores mobiliários privados de renda fixa, além de derivativos, dos títulos emitidos por estados e municípios e do estoque de papéis utilizados como moedas de privatização, de emissão do Tesouro Nacional. Certo. )( Errado. )( Gabarito 1. B 2. a) Certo. b) Errado. Formalmente, os objetivos do Copom são “implementar a política monetária, definir a meta da taxa Selic e seu eventual viés, e anali- sar o ‘Relatório de Inflação’. ” c) Certo. Economia e mercado financeiro 15 Referências PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em: <www.bcb.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2012. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) Conceito e panorama geral O Sistema de Pagamentos Brasileiro é o conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e operações integradas que dão suporte à movimenta- ção financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado, tanto em moeda local quanto estrangeira. Sua função básica é permitir a transferência de recursos, o processamen- to e a liquidação de pagamentos para pessoas físicas, empresas e governos. Assim, sempre que emitimos um cheque, fazemos compras com o cartão de crédito ou enviamos uma Transferência Eletrônica Disponível (TED), esta- mos acionando esse sistema. As instituições financeiras também se valem do mesmo sistema para re- alizar as transferências diárias oriundas de suas próprias transações. Essas transferências ocorrem através da movimentação dos saldos das contas de reservas bancárias que as instituições mantêm junto ao Banco Central (Bacen). Cabe ao Bacen não só regulamentar a liquidação financeira de tais contas de reserva bancária, como estabelecer as regras de controle de riscos a serem seguidas no SPB. O objetivo do SPB é aumentar a segurança do mercado, oferecendo maior proteção contra possíveis rombos ou quebra em cadeia (efeito dominó) de instituições financeiras. Em 2002, o Sistema de Pagamentos Brasileiro passou por um processo de reestruturação destinado a aumentar a segurança contra os diversos riscos a que o mercado financeiro está exposto. Além do Bacen, integram o SPB: Instituições financeiras; � Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC) – � clearing de ati- vos de títulos de renda variável; 17 18 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de Ati- � vos da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) – clearing de ativos de títulos de renda fixa; Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de � Câmbio Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) – clearing de câmbio; Câmara de Registro, Compensação e Liquidação de Operações de De- � rivativos Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&F) – clearing de derivativos; Balcão Organizado de Ativos e Derivativos (Cetip); � Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic); � Visanet e Redecard; � Tecnologia Bancária (Tecban); � Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP). � A Rede do Sistema Financeiro Nacional (RFSN) intermedeia, através de mensagens eletrônicas, os recursos financeiros transferidos no Sistema de Pa- gamentos Brasileiro. Obedecem a um padrão e o rigor de segurança exigidos para esse tipo de transferência, como criptografia e certificação digital. A RSFN é a estrutura de comunicação de dados, implementada por meio de tecnologia de rede, criada com a finalidade de suportar o tráfego de men- sagens entre as instituições financeiras titulares de conta de reservas ban- cárias, entre as câmaras e os prestadores de serviços de compensação e de liquidação, a Secretaria do Tesouro Nacional e o Banco Central, no âmbito do Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). As transferências podem ser feitas por meio de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR) ou Liquidação Diferida Líquida (LDL), dependendo do tipo de transação. A LBTR ocorre ao longo do dia, de forma simultânea, operação por opera- ção, em todos os dias considerados úteis para fins de operações praticadas no mercado financeiro. Exemplos: TED e transferências de reservas bancárias. LDL – liquidação em D+0 até D+3, geralmente liquidada em compensa- ção multilateral de obrigações entre as instituições participantes. Exemplos: cheque, DOC, cobrança. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 19 Sistema de Transferência de Reservas (STR) O STR é um sistema de transferência de fundos com Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR), operado pelo Banco Central do Brasil, que funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos. O sistema é de importância fundamental principalmente para liquidação de operações interbancárias realizadas nos mercados monetário, cambial e de capitais, inclusive no que diz respeito à liquidação de resultados líquidos apurados em sistemas de compensação e liquidação operados por terceiros. São também liquidados por intermédio do STR os cheques de valor igual ou superior ao Valor de Referência para Liquidação Bilateral de Che- ques (VLB-Cheque) – R$250 mil. Bem como os boletos de cobrança de valor igual ou superior ao Valor de Referência para Liquidação Bilateral de Bole- tos de Cobrança (VLB-Cobrança) – R$5 mil. Nos dois casos, a liquidação é feita bilateralmente entre os bancos, por valores brutos agregados (sem compensação). As ordens de transferência de fundos podem ser emitidas pelos partici- pantes em nome próprio ou por conta de terceiros, a favor do participante destinatário ou de cliente do participante destinatário, sem qualquerlimita- ção de valor. A transferência de fundos é considerada final, isto é, irrevogável e incondicional, no momento em que feitos os correspondentes lançamen- tos nas contas de liquidação (contas de reservas bancárias, conta única do tesouro nacional e contas mantidas no Banco Central do Brasil por entidades operadoras de sistemas de compensação e de liquidação). O participante destinatário é informado da transferência de fundos apenas no momento em que ocorre sua liquidação. Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP) Trata-se de uma câmara de registro, compensação e liquidação eletrônica das transferências de recursos de clientes e de instituições financeiras. Con- trolada pelos maiores bancos brasileiros, a CIP contribui para a redução dos custos financeiros e operacionais das instituições envolvidas. Funciona com aporte de garantias no início de cada dia e liquida as operações, ao final do dia, por meio da compensação de seus valores líquidos (diferença entre os valores recebidos e os valores pagos). 20 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) Sistema de Liquidação Diferida das Transferên- cias Interbancárias de Ordens de Crédito (Siloc) O Siloc liquida obrigações interbancárias relacionadas com os Docu- mentos de Crédito (DOC) e com os boletos de cobrança de valor inferior ao VLB-Cobrança. A liquidação é feita, com compensação multilateral de obrigações, em contas de reservas bancárias, geralmente no dia útil se- guinte ao de emissão do DOC, ou do recebimento do pagamento, no caso do boleto de cobrança. O sistema, operado pela CIP, entrou em operação em 18 de fevereiro de 2004. Sistema de Transferência de Fundos (Sitraf) O Sitraf, que é operado pela CIP, utiliza compensação contínua de obri- gações (continuous net settlement). As ordens de transferência de fundos são emitidas para liquidação no mesmo dia (D), por assim dizer, “quase em tempo real”. É um sistema híbrido de liquidação no sentido de que reúne características dos Sistemas de Liquidação Diferida com Compensação de Obrigações (LDL) e dos Sistemas de Liquidação Bruta em Tempo Real (LBTR). Em situações de agendamento, a ordem de transferência de fundos é sub- metida ao processo de liquidação no início do dia indicado. O sistema, que entrou em funcionamento em 6 de dezembro de 2002, funciona com base em ordens de crédito, isto é, somente o titular da conta a ser debitada pode emitir a ordem de transferência de fundos, a qual pode ser feita em nome próprio do participante ou por conta de terceiros, a favor do participante destinatário ou de cliente do participante destinatário. A liquidação é efetuada com base em recursos mantidos pelos partici- pantes no Banco Central do Brasil, seja no que diz respeito aos pré-depó- sitos efetuados no início de cada dia ou às suas eventuais complementa- ções, seja no que diz respeito às transferências de fundos efetuadas para atendimento das ordens de transferência de fundos no denominado ciclo complementar. Transferência Eletrônica Disponível (TED) Mecanismo de transferência de recursos que permite maior agilidade e segurança às transações interbancárias para realizar transferências interban- cárias de valores iguais ou superiores a R$3.000,00. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 21 Esse tipo de transferência pode ser liquidado por intermédio do Sistema de Transferência de Recursos (STR) ou da Câmara Interbancária de Paga- mentos (CIP). Movimentação de reservas bancárias Quanto às contas de reservas bancárias, mantidas pelas instituições fi- nanceiras bancárias junto ao Bacen, para evitar que o Bacen tenha que as- sumir o risco de falta de liquidez dos bancos comerciais ou múltiplos, eles não podem, em hipótese alguma e em nenhum momento do dia, ter saldo negativo nessas contas. Cria-se nos bancos a atividade do “piloto de reser- vas”, representado por profissional especializado com o objetivo de garantir a permanente disponibilidade de recursos na conta de reservas bancárias. Todas as contas de reservas bancárias serão monitoradas pelo Bacen atra- vés do Sistema de Transferência de Reservas (STR), seja em tempo real, ope- ração por operação, seja pela compensação líquida de saldos. As operações de movimentação nas contas de reservas bancárias não po- derão ser canceladas, pois os lançamentos são finais, ou seja, irrevogáveis e irreversíveis. Função e funcionamento das clearing house Em qualquer tipo de negociação, em que uma pessoa tem que entregar um produto e outra tem que realizar o pagamento, existem riscos. O cheque do pagamento pode estar sem fundos, o produto pode não ser aquele com- binado etc. Para reduzir esse tipo de risco existem instituições que efetuam a compensação e a liquidação das operações no âmbito dos títulos e valo- res mobiliários. Essas instituições são as clearing houses, assim chamadas as casas de compensação, que garantem a realização das operações, transferin- do os valores envolvidos para quem vendeu e entregando/transferindo os títulos para quem comprou. Podem utilizar a compensação multilateral ou a compensação bilateral. A atuação das clearing houses, quando atuam em um sistema importante, como negociação de compra e venda de títulos públicos ou ações, represen- ta uma segurança maior no sentido de preservar a solidez e a regularidade do Sistema Financeiro Nacional. 22 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) C � ompensação bilateral: compensação envolvendo os participantes aos pares. Compensação multilateral � : procedimento destinado à apuração in- dividual da soma algébrica dos resultados bilaterais devedores e cre- dores do participante em cada banco liquidante. Tipos de riscos financeiros Risco de crédito Qualquer sistema de pagamentos está sujeito a riscos. No antigo SPB, a principal fonte de insegurança residia no fato de não haver controle on-line pelo Bacen das contas de reservas dos bancos. Além dos riscos operacionais, havia a defasagem de tempo entre a con- tratação e a liquidação das operações, denominada lag de liquidação. Esse lag abria a possibilidade de o devedor tornar-se inadimplente antes da qui- tação do compromisso assumido. É o que se chama de risco de crédito. A reestruturação do SPB eliminou esse risco ao viabilizar o controle on-line das contas de reservas dos bancos, pelo Bacen. Risco de imagem O risco de imagem advém da mesma situação. Ocorre porque a institui- ção de origem da operação pode ter sua imagem desgastada perante seus clientes e o mercado. Há ainda a possibilidade de um simples atraso no recebimento de valores causar transtornos à tesouraria de um banco e gerar, por consequência, tur- bulências no mercado. Isso porque a situação pode levar o banco a financiar no mercado o desequilíbrio do seu caixa, caracterizando-se, assim, o risco de liquidez. Risco sistêmico Os riscos de liquidez e de crédito podem gerar o risco sistêmico. Ele ocorre quando as situações de instabilidade geram um efeito dominó, en- volvendo várias ou todas as instituições financeiras vinculadas ao sistema de pagamentos. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 23 Isso significa que mesmo aqueles bancos não vinculados diretamente ao problema podem sofrer os efeitos de uma reação em cadeia. Para o merca- do, quando um banco deixa de honrar qualquer compromisso, ele rompe a cadeia de pagamentos e contribui para a instalação do risco sistêmico. Sem os mecanismos de gerenciamento de risco adotados no novo SPB, todo o mercado sofria as consequências de uma crise dessa natureza. Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional (CCS) O Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro Nacional é um sistema in- formatizado, centralizado no Banco Central do Brasil, que permite indicar onde os clientes de instituições financeiras mantêm bens, direitos e valores, diretamente ou por seus representantes legais e procuradores. A Lei 10.701/2003 determinou ao Banco Central a manutenção de um “cadastro geral de correntistas e clientes de instituições financeiras, bemcomo de seus procuradores”. O legislador considerou que há dificuldades em identificar contas de depósitos e ativos mantidos no sistema financeiro por pessoas físicas e jurídicas, o que tem comprometido investigações e ações destinadas a combater a criminalidade. A iniciativa do projeto de lei partiu de Comissão Parlamentar de Inqué- rito do Congresso Nacional, que investigou o avanço e a impunidade do narcotráfico. Além disso, o Banco Central estava precisando de um instrumento que lhe permitisse dar rápida sequência aos pedidos de informações vindos do Poder Judiciário, bem como às suas próprias necessidades de localização de contas e bens, direitos e valores no sistema. Poderão requisitar as informações constantes do cadastro o Poder Judici- ário, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf ) e outras autoridades, quando devidamente habilitadas e legitimadas para requisitar informações. O cadastro não contém dados de valor, de movimentação financeira ou de saldos de contas e aplicações, mas apenas os seguintes dados de rela- cionamento dos clientes com as instituições do Sistema Financeiro Nacional (SFN): 24 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) a identificação do cliente, seu representante legal e procurador; � a instituição financeira onde o cliente mantém seus ativos e/ou inves- � timentos; as datas de início e fim de relacionamento, se houver. � O Cadastro permite, ainda, que sejam requisitados às instituições finan- ceiras, por ofício eletrônico, os dados de agência, número e tipos de contas mantidas pelo cliente. Dica de estudo Saber os tipos de riscos financeiros é muito importante. Não esquecer � o que é LBTR e LDL. Atividades 1. O Sistema de Pagamentos Brasileiro é o conjunto de procedimentos, regras, instrumentos e operações integrados que, por meio eletrôni- co, dão suporte à movimentação financeira entre os diversos agentes econômicos do mercado brasileiro. Sua função básica é a) reestruturar as operações de empréstimos e pagamen tos, princi- palmente as operações de leasing, CDC e cartão de crédito. b) realizar a adaptação das instituições financeiras brasileiras aos mer- cados bancários internacionais, facilitando os pagamentos e a movi- mentação financeira. c) conduzir as operações de redesconto e de transferências unilaterais de crédito entre pessoas físicas, jurídicas, entes governamentais e instituições estrangeiras. d) conduzir as operações de pagamentos no mercado bancário e co- mercial brasileiro, utilizando o sistema de compensação nacional. e) permitir a transferência de recursos financeiros e o processamento e liquidação de pagamentos para pessoas físicas, jurídicas e entes go- vernamentais. Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) 25 Gabarito 1. E Referências PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em: <www.bcb.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2012. Mercado de capitais Mercado primário e mercado secundário O mercado primário compreende o lançamento de novas ações/de- bêntures no mercado, com aporte de recursos para a companhia. Ou seja, quando um título é lançado no mercado pela primeira vez, ocasião em que o valor da operação vai para a empresa que o lançou, chamamos de mercado primário. Após a apropriação pela empresa que lançou o título, as demais opera- ções de compra e venda caracterizam-se como sendo do mercado secundá- rio, já que o valor não vai para a empresa que lançou o título. Quando uma empresa vai abrir seu capital, cumprindo as exigências da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), e coloca à venda um grande lote de ações de propriedade de alguma acionista, a operação é considerada uma distribuição no mercado secundário. Esses mesmos princípios valem para os títulos de renda fixa, como títulos públicos, CDB etc. Valores mobiliários Valores mobiliários são aqueles papéis (títulos) que possuem valor para negociação, podem ser bônus de subscrição, debêntures, ações, certificados de depósitos bancários, cotas de fundos de investimentos, cédulas de de- bêntures, notas promissórias comerciais, contratos de derivativos etc. Os valores mobiliários negociáveis em bolsa são os emitidos por socieda- des anônimas de capital aberto. O capital de sociedades anônimas é dividido em ações, caso ela não queira sócios, ela emite debêntures, que são títulos para captação de capital para investimentos de médio e longo prazo. Empresas de capital aberto Chamadas também de companhias abertas. São aquelas que têm seus papéis (títulos de captação) negociados no mercado de balcão ou bolsas de valores, desde que registrados e autorizados pela CVM. 27 28 Mercado de capitais Empresas de capital fechado São aquelas cujos valores mobiliários (ações, debêntures e commercial papers) são restritos a um grupo de investidores, e não podem ser negocia- dos em bolsas de valores e em mercados de balcão organizados. Ações Ação é a menor parcela representativa do capital social de uma socie- dade anônima. Quando compra uma ação, o investidor se torna acionista da empresa, quer dizer, torna-se um sócio, com direito aos bens e lucros. A responsabilidade do acionista está limitada ao valor das suas ações, ou seja, se a empresa for à falência, o acionista perde apenas o valor das ações adquiridas. A Lei 6.404/76 dita: Art. 1.º A companhia ou sociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Ao comprar ações, o investidor espera ter lucros com a sua aquisição, mas por ser um título de renda variável, esse retorno não é uma certeza. Não existe uma promessa de rendimento embutido ao título. O principal retorno de aquisição de ações são os dividendos, que se caracterizam pelos lucros da sociedade anônima distribuídos aos acionistas. Caso o desempenho da companhia esteja em crescimento, o valor da ação tende a subir. Se o investidor vender a ação por um valor maior do que ele adquiriu, diz-se que ele obteve lucro. Tipos de ações Ordinárias (ON) A característica principal desse tipo de ação é o fato de que ela permite que seu proprietário tenha direito a voto nas assembleias gerais da empresa, influenciando nas alterações dos estatutos, na eleição da diretoria etc. Mercado de capitais 29 Preferênciais (PN) Tem como característica principal dar ao acionista preferência em receber dividendos e ser reembolsado do capital, no caso de dissolução da empresa. Podem ser diferenciadas por classes, como letras que apareçam após sua de- nominação. A emissora é quem estabelece as características de cada classe de ação. De fruição Tipo de ação que confere ao titular participação nos dividendos e no acervo e preferência de aquisição de novas ações. Conserva o direito de voto e é de posse e propriedade dos fundadores da companhia. São ações que têm sua amortização deliberada em assembleia ou no estatuto da empresa. Esse tipo de ação concorre ao acervo líquido, depois de assegurado os direi- tos daquelas não amortizadas. Nominativas A CVM define as ações nominativas como aquelas emitidas em nome de seu titular, o qual estará inscrito no Livro de Registro de Ações Nominativas. Escriturais A CVM define as ações escriturais como aquelas cujo controle da posição dos titulares é feito por instituições financeiras especificamente autorizadas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para a prestação do serviço de ações escriturais. As ações conferem a seus titulares os seguintes direitos: Dividendos � – parcela do lucro da empresa distribuído aos seus acio- nistas em proporção ao seu número de ações daquela empresa. Bonificações � – quando uma companhia incorpora reservas ou lucros em suspenso, estes foram retirados do lucro da empresa em determi- nado período. Por fazerem parte dos lucros, que pertencem aos acio- nistas, estes são obrigatoriamente transformados em ações e estas são distribuídasaos acionistas, proporcionalmente à quantidade que eles já possuem. Por serem valores já incorporados ao patrimônio da em- presa, a transformação em ações aumenta o capital, mas não altera o patrimônio. 30 Mercado de capitais Direitos de subscrição � – quando a empresa vai aumentar seu capital social, lançando novas ações no mercado, geralmente ela dá o direito aos acionistas de adquirir lotes das novas ações em condições mais vantajosas, em proporção às possuídas. A esse direito dá-se o nome de Direito de Subscrição, que é um valor mobiliário que pode ser negocia- do na bolsa de valores. Subscrição de ações Também chamada de underwriting, ocorre quando uma sociedade anôni- ma, com o intuito de captar recursos para concretizar investimentos decididos em assembleia geral dos acionistas, emite novas ações que serão negociadas no mercado, sempre com a intermediação de bancos de investimentos, bancos múltiplos com carteira de investimentos, corretoras de títulos e valores mobi- liários e distribuidoras de valores mobiliários. A esse tipo de emissão dá-se o nome de operação de subscrição de ações no mercado primário. As vantagens para subscrição de novas ações são o acesso a uma fonte de recursos, o que fortalece a empresa; o crescimento potencial da empresa; a liquidez para os títulos já emitidos e o desenvolvimento da imagem, que estará na mídia durante o processo, entre outras. As desvantagens são a distribuição de lucros aos novos acionistas; a obri- gatoriedade de auditoria; a apresentação de contas de resultado; a anuidade à bolsa de valores; manter informações à CVM, bolsas e mídia, entre outras. As diversas formas de se realizar uma operação de underwriting são: abertura de capital � – uma sociedade de capital fechado resolve ofe- recer ações pela primeira vez ao mercado em geral; aumento de capital � – quando uma companhia de capital aberto deci- de oferecer novas ações ao mercado investidor; abertura de capital via � block-trade – quando uma sociedade anônima resolve abrir seu capital através da venda de um lote de ações perten- centes a um acionista, ou a um grupo de acionistas, por meio de leilão. Mercado de capitais 31 Blo � ck-trade de ações de companhias abertas – muito parecido com a descrição anterior, mas com algumas características próprias, regula- das pela Bolsa de Valores e pela CVM, de títulos que a empresa possui em carteira. Juros sobre capital próprio – � utilizado para remunerar os acionistas com os rendimentos obtidos sobre a parte dos lucros não distribuídos e investidos pela empresa. Como é contabilizado como custo, pode ser abatido no Imposto de Renda devido pela empresa. As sociedades anônimas podem, ainda, tomar algumas medidas que afetam o mercado acionário. Duas delas são: Operação de � Split (desdobramento) – aumenta o número de ações por meio de desdobramento proporcional. Exemplo: uma ação de R$10,00 pode ser desdobrada/dividida em 10 ações de R$1,00. Essa operação não modifica o capital da empresa, aumentando apenas o número de ações existentes. Operação de � Inplit (agrupamento) – reunem-se de ações por meio de um agrupamento. Exemplo: 10 ações de R$1,00 cada podem ser agrupadas em uma ação apenas, com o valor de R$10,00. Como des- crito no item anterior, essa operação não altera o capital da empresa. As ações podem também ser classificadas em ações “com” e ações “ex”: ações “com” (cheias) – � ações que conferem a seu titular o direito aos proventos distribuídos pelas empresas; ações “ex” (vazias) – � ações cujo direito ao provento já foi exercido pelo acionista. Somente podem ser negociadas, em pregão de bol- sa, as ações que não possuam proventos anteriores a receber. Assim, quando a assembleia de uma empresa aprova a distribuição de um novo provento, as ações passam a ser negociadas “ex”. 32 Mercado de capitais Mercado à vista das ações Uma operação à vista é a compra ou venda, em pregão, de determinada quantidade de ações para liquidação imediata. A liquidação física (entrega dos papéis) é feita em D+2, e a liquidação financeira (pagamento), em D+3. A definição de D+ quer dizer, dia mais a quantidade de dias indicado. Exem- plo: D+2: dia da negociação mais dois dias para efetuação da entrega física. Se o negócio foi realizado dia 1, a entrega dos papéis será realizada dia 3. É permitida, no mercado à vista, a realização de operações de compra e venda de uma mesma ação em um mesmo pregão, por uma mesma corre- tora e por conta de um mesmo investidor. É uma operação de arbitragem conhecida como day trade, ocorrendo sua liquidação financeira por com- pensação em D+3. Tipos de ordem de compra e venda Ord � em a mercado: quando o investidor especifica à corretora apenas a quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou vender. Ordem administrada � : quando o investidor especifica à corretora ape- nas a quantidade e as características dos títulos que deseja comprar ou vender, deixando para a corretora escolher o momento que quiser. Ordem limitada � : quando o investidor estabelece o preço máximo ou mínimo pelo qual ele quer comprar ou vender determinada ação. Ela somente será executada por um preço igual ou menor do que o indi- cado. Ordem casada � : quando o investidor determina uma ordem de com- pra de um título e uma venda de outro, condicionando sua efetivação ao fato de ambas poderem ser executadas. Ordem de financiamento � : quando o investidor determina uma ordem de compra (ou venda) de um título em um tipo de mercado e uma ou- tra concomitante de venda (ou compra) de igual título, no mesmo ou em outro mercado, com prazos de vencimentos distintos. Mercado de capitais 33 Debêntures O que são debêntures? (ANDIMA; ABRASCA) 1. O que são debêntures? São valores mobiliários representativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram a seus detentores (debenturistas) direito de crédito contra a companhia emissora. 2. Quem pode emitir debêntures? A captação de recursos no mercado de capitais, via emissão de debêntures, pode ser feita por Sociedade por Ações (S.A.), de capital fechado ou aberto. Entretanto, somente as companhias abertas, com registro na CVM – Comissão de Valores Mobiliários – podem efetuar emissões públicas de debêntures. 3. Como a companhia paga pelos recursos obtidos na emissão? A possibilidade de a emissora determinar o fluxo de amortizações e as formas de remuneração dos títulos é o principal atrativo das debêntures. Essa flexibilidade permite que as parcelas de amortização e as condições de remu- neração se ajustem ao fluxo de caixa da companhia, ao projeto que a emissão está financiando – se for o caso – e às condições de mercado no momento da emissão. 4. O que é uma escritura de emissão? É o documento em que estão descritas as condições sob as quais a de- bênture será emitida, tais como direitos conferidos pelos títulos, deveres da emissora, montante da emissão e quantidade de títulos, datas de emissão e vencimento, condições de amortização e remuneração, juros, prêmio etc. 5. Qual o prazo de resgate de uma debênture? As debêntures são papéis de médio e longo prazo. A data de resgate de cada título deve estar definida na escritura de emissão. A companhia pode, ainda, emitir títulos sem vencimento, também conhecidos como debêntures perpétuas. 34 Mercado de capitais 6. O que são debêntures conversíveis? São aquelas que podem ser trocadas por ações da companhia emissora. As debêntures conversíveis – e também as não conversíveis – podem con- templar cláusulas de permutabilidade por outros ativos ou por ações de emis- são de terceiros que não a emissora. As condições de conversibilidade, bem como as de permutabilidade, devem estar descritas na escritura de emissão. 7. Qual a diferença entre debênture nominativa e escritural? A debênture nominativa é aquela cujos registro e controle das transferên- cias são realizados pela companhia emissora no Livro de Registro de Debên- tures Nominativas.A escritural, por sua vez, é aquela cuja custódia e escritura- ção são feitas por instituição financeira autorizada pela CVM para prestar tais serviços. 8. Quais são as espécies de debêntures? As espécies de garantias poderão ser constituídas cumulativamente. Em função do tipo de garantia oferecida ou da ausência de garantia, as debêntu- res são assim classificadas: com garantia r � eal – garantidas por bens integrantes do ativo da com- panhia emissora, ou de terceiros, sob a forma de hipoteca, penhor ou anticrese; com garantia flutuante � – asseguram privilégio geral sobre o ativo da emissora, em caso de falência. Os bens objeto da garantia flutuante não ficam vinculados à emissão, o que possibilita à emissora dispor desses bens sem a prévia autorização dos debenturistas; quirografária ou sem preferência � – não oferecem privilégio algum so- bre o ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais credores quirografários, em caso de falência da companhia; e subordinada � – na hipótese de liquidação da companhia, oferecem pre- ferência de pagamento tão somente sobre o crédito de seus acionistas. 9. Qual a diferença entre emissão pública e privada? A primeira é direcionada ao público investidor em geral, feita por compa- nhia aberta, sob registro na CVM. Já a emissão privada é voltada a um grupo restrito de investidores, não sendo necessário o registro na Comissão. Mercado de capitais 35 10. Como transcorre um processo de emissão pública de debêntures? A emissão de debêntures é decidida em assembleia geral de acionistas ou em reunião do conselho de administração da emissora, ambos com poderes para estabelecer todas as condições da emissão. A companhia deve escolher uma instituição financeira (banco de investi- mento ou múltiplo, corretora ou distribuidora de títulos e valores mobiliários) para estruturar e coordenar todo o processo de emissão. Essa instituição, denominada coordenador líder, será responsável pela mo- delagem da operação; transformação da empresa em Sociedade por Ações e obtenção de registro de companhia aberta, caso seja necessário; preparação da documentação e registro da emissão pública na CVM; formação do consór- cio de distribuição; apresentações (road shows); apuração de bookbuilding se for o caso; e colocação dos títulos aos investidores. O coordenador é responsável, ainda, pela realização de uma diligência (due diligence process) sobre as informações da emissora que serão distribuídas ao público investidor e utilizadas para a elaboração do prospecto de emissão. 11. Qual a finalidade do prospecto de emissão? Esse documento, obrigatório nas emissões públicas, consolida todas as in- formações relevantes sobre a emissora, permitindo aos potenciais investido- res uma correta avaliação da situação da companhia e das condições gerais da emissão. 12. O que é rating de uma emissão de debêntures? O rating é uma classificação efetuada por empresa especializada inde- pendente (agência de rating) que reflete sua avaliação sobre o grau de risco envolvido em determinado instrumento de dívida. No caso de uma emissão de debêntures, avalia a probabilidade de a companhia emissora não honrar os compromissos financeiros assumidos na escritura de emissão (risco de default). 13. O que é bookbuilding? É um mecanismo de consulta prévia ao mercado para definição da remu- neração das debêntures ou do ágio/deságio no preço de subscrição, tendo 36 Mercado de capitais em vista a quantidade de debêntures, para diferentes níveis de taxa, que cada investidor tem disposição de adquirir. 14. O que é underwriting? É a operação de distribuição primária de debêntures, ou seja, a primeira venda dos títulos após a sua emissão. Tal processo é conduzido por institui- ção financeira contratada pela emissora, denominada coordenador líder, e pode contar com a participação de outras instituições intermediárias (pool de colocação). 15. Qual a diferença entre mercado primário e secundário de debêntures? Entende-se como mercado primário aquele em que os títulos são oferta- dos pela primeira vez pela companhia emissora, através do pool de colocação, obtendo assim recursos para suprir suas necessidades financeiras. O mercado secundário é aquele em que são efetuadas as operações de compra e venda de debêntures pelos investidores. 16. Onde são negociadas as debêntures no mercado secundário? Atualmente, a forma mais comum é no mercado de balcão organizado – sistemas de negociação de títulos supervisionados por entidade autorregu- ladora, devidamente autorizada pelo Banco Central e pela CVM. No caso das debêntures, o principal é o SND – Sistema Nacional de Debêntures –, adminis- trado pela CETIP – Câmara de Liquidação e Custódia – com base nas políticas e diretrizes fixadas pela ANDIMA – Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro. Nesse caso, os investidores interessados em adquirir os papéis devem procurar uma instituição financeira autorizada a operar nesse mercado. As debêntures também podem ser negociadas em sistemas eletrô- nicos, a exemplo do que ocorre no CetipNet. [...] 19. O que é uma assembleia de debenturistas? É o fórum em que se reúnem os debenturistas para discutir e deliberar sobre assuntos relativos à emissão, por exemplo, alterações propostas nas caracte- rísticas da debênture. As assembleias podem ser convocadas pela companhia emissora, pelo agente fiduciário, pela CVM ou pelos próprios debenturistas. Mercado de capitais 37 20. Qual a função do agente fiduciário? O agente fiduciário é o representante legal da comunhão de interesses dos debenturistas, protegendo seus direitos junto à emissora. Sua presença é obrigatória nas emissões públicas. [...] 22. O que são cédulas de debêntures? São títulos que possibilitam ao seu emitente obter recursos tendo como garantia o penhor de debêntures emitidas por outras companhias. Esse ins- trumento permite que uma instituição financeira subscreva debêntures de algumas empresas e, em seguida, emita cédulas para obter recursos. Commercial paper/promissória comercial É um título emitido por sociedade por ações (S.A.), destinado à oferta pú- blica, para captação de recursos no mercado interno, para financiamento de capital de giro. Não podem ser emitidas por instituições financeiras, sociedades corre- toras e distribuidora de valores mobiliários e sociedades de arrendamento mercantil (empresas de leasing). Podem ser transferidos mediante endosso em preto sem direito de re- gresso. Não possuem garantia, o risco é do investidor (comprador do título). Podem ser emitidas por sociedades anônimas de capital fechado, pelo prazo máximo de 180 dias e pelas de capital aberto, pelo prazo de até 360 dias. Sua emissão é registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e há a necessidade de intermediação de uma instituição financeira. Derivativos São instrumentos financeiros estabelecidos mediante contrato, com a se- guinte peculiaridade: seus preços são determinados e variam em função dos preços de outros ativos, que podem ser uma mercadoria, um título de renda fixa, uma ação, uma moeda estrangeira etc. 38 Mercado de capitais Os derivativos incluem, principalmente, os contratos a termo, o contrato de opções, o contrato futuro e os swaps. E apresentam, como uma de suas principais utilidades, a administração de riscos, que crescem significativa- mente no mundo globalizado. Como os derivativos são operações onde procura-se administrar resulta- dos em eventos futuros incertos, o tratamento matemático necessário é de alta complexidade, exigindo profissionais de gabarito, como matemáticos e físicos, na elaboração de modelos para aplicação no mercado financeiro. As operações com derivativos podem ser realizadas tanto em bolsas como em balcão. As operações em bolsa são mais fiscalizadas, mais regu- ladas e com maior divulgação de informações – além de serem públicas em relação aos preços e volumes negociados, mantendo em sigilo os nomes dosparticipantes. Na operação de balcão, os termos das operações são conhecidos apenas pelos participantes, estabelecendo livremente as cláusulas do contrato, po- dendo adaptá-lo às necessidades específicas de cada parte. São operações mais sigilosas, menos sujeitas à fiscalização e regulação, sem qualquer inter- ferência do mercado. Hedger Detentor do contrato a termo/futuro. Procura se proteger contra oscilações de um preço, taxa, índice etc. Abre mão de possíveis ganhos futuros para não incorrer em per- das futuras. Pode-se hedgear tanto na venda como na compra. Especulador Pessoa ou empresa cuja atividade principal não está relacionada com o bem objeto do contrato derivativo e que assume posi- ções no mercado para obter a exposição ao risco de oscilação de preços. Ele assume hoje o risco de perdas futuras na esperança de auferir ganhos futuros. Sem ele, o hedger não teria a quem repassar seu risco. Mercado a termo No mercado a termo, o hedger assegura o preço de um ativo, na compra ou na venda, fixando seu preço em um prazo predeterminado. Esse tipo de operação pode ser realizada nas bolsas, tanto de valores quanto de merca- Mercado de capitais 39 dorias e futuros, e até mesmo no mercado de balcão, dependendo do tipo de ativo em que foi baseada a operação. Se a operação for liquidada antecipadamente por solicitação do compra- dor, é chamada de VC, se for solicitada pelo vendedor é chamada de VV, se for por acordo mútuo, AM. Nesse caso, as operações podem ser liquidadas integralmente ou proporcionalmente rateadas (pró-rata). Essas operações exigem garantias, que variam de 20% do valor do contra- to, até 100%. Esse percentual vai depender do ativo usado como referência. Quanto maior a volatilidade, maior a garantia. As operações a termo são formalizadas em contratos específicos, emiti- dos e registrados na bolsa em nome das corretoras participantes. O termo é uma operação de financiamento, o vendido no termo se asse- gura de uma renda sobre a compra que financiou, e o comprado no termo garante a lucratividade do vendido com o depósito da margem. Mercado de opções Quem compra uma opção tem um direito. Se a opção for de compra (call), o direito de comprar; se a opção for de venda (put), o direito de vender. O comprador de uma opção de compra (venda), ou titular dessa opção, tem o direito de comprar (vender) uma certa quantidade de ações, a um preço prefixado até uma data determinada. O vendedor de uma opção de compra (o lançador da opção) fica com a obrigação de vendê-la. O titular tem sempre os direitos, e o lançador as obrigações. O mercado de opções negocia esses direitos de compra ou de venda, mas não as ações diretamente. Os direitos são negociados por um preço, o prêmio, que é o valor pago pelo titular e recebido pelo lançador. O valor do prêmio é o resultado das forças de oferta e procura e varia de acordo com a variação do preço da ação no mercado à vista. Toda opção tem um vencimento, sendo que sua aquisição poderá ser exercida a partir do dia seguinte ao da compra, a qualquer momento, até o vencimento, e se não for exercida, o titular perde integralmente o valor aplicado no prêmio. 40 Mercado de capitais Mercado futuro É o mercado no qual se negociam lotes padrão de ações com datas de liquidação futura, escolhidas entre aquelas fixadas periodicamente pela bolsa. O mercado futuro é uma variante do mercado a termo, com a caracterís- tica que permite que os participantes possam desistir da operação reverten- do sua posição antes do vencimento. Como o investidor tem um relaciona- mento com a clearing da bolsa e não com o outro participante, sua posição poderá ser revertida ao adquirir outro contrato de condições idênticas, com o investidor assumindo posição inversa da original, isto é, se ele era compra- dor, adquirirá um contrato idêntico em que ele seja o vendedor. Isso somen- te poderá ocorrer se houver contratos e datas disponíveis para tal. Nesse mercado também são exigidas garantias, já que as posições são liquidadas diariamente com o “ganhador” recebendo a diferença no fecha- mento do mercado diário. Operações de swap A palavra swap significa troca ou permuta e designa uma operação cada vez mais procurada no mercado financeiro internacional, envolvendo inclu- sive várias empresas brasileiras. O mercado financeiro e as empresas encontram na Câmara de Liquidação e Custódia (Cetip) as alternativas ideais para compor suas operações com derivativos de balcão, e têm à disposição modelos únicos e sofisticados. Com o swap, por exemplo, companhias com dívidas em dólar corrigidas por taxas flutuantes poderiam contratar uma operação que as transformasse numa dívida com taxas fixas e vice-versa. Evidentemente que, caracterizan- do-se como uma operação de troca de posições, é possível, com criatividade e baseando-se em regras seguras e de forma legal, que outros tipos de ope- rações de swap ganhem vida. São três diferentes tipos de derivativos: contratos de swap, opções sobre swap e termo de moeda. Além do registro dos tradicionais contratos de swap, a Cetip também ofe- rece estruturas personalizadas, como barreiras, limitadores, cupom cambial limpo e alternativas de data para pagamento de prêmio. Mercado de capitais 41 Dicas de estudo Saber quem são as instituições que não podem emitir � commercial paper. Gravar a diferença entre o mercado primário e o secundário; e a dife- � rença entre empresas de capital aberto e de capital fechado. Memorizar os tipos e formas de ações. Importante, ainda, saber as van- � tagens que o acionista pode auferir. Compreender os tipos de garantias de debêntures emitidas. � Estudar bem as diferenças entre os vários tipos de operações. � Atividades 1. (CEF) 0 mercado financeiro pode ser classificado como primário ou secun- dário, dependendo do momento da negociação do título no mercado. O lançamento de um novo ativo financeiro ocorre no mercado primário. No mercado secundário ocorrem as: a) vendas de títulos públicos que são negociados por meio da Bovespa. b) transações financeiras envolvendo o mercado monetário internacional. c) compras de títulos privados, derivativos, opções que estão sendo oferecidas ao mercado financeiro. d) negociações de títulos de crédito como cheques, notas promissó- rias e DOC, realizados por meio da bolsa de valores e do mercado de balcão. e) negociações posteriores, em bolsa de valores ou em mercado de balcão, envolvendo compras e vendas de títulos já lançados entre investidores. 2. Indique se a frase está certa ou errada; se errada, justifique a resposta. a) (BB) O número e o valor nominal das ações de uma companhia não poderão ser alterados. Certo. )( Errado. )( 42 Mercado de capitais b) (BB) As distribuições secundárias (block-trade) de debêntures com- preendem distribuições públicas de grandes lotes de debêntures que já foram emitidas. Certo. )( Errado. )( c) (BB) Commercial papers são títulos de longo prazo – prazo mínimo de 360 dias e máximo de 5 anos – que as sociedades anônimas não financeiras emitem, visando captar recursos no mercado interno ou externo para financiar suas necessidades de capital. Certo. )( Errado. )( d) (BB) O que diferencia um contrato futuro de um contrato de opção é a obrigação que o primeiro apresenta de se adquirir ou vender algo no futuro. O contrato de opção, ao contrário, registra uni- camente o direito do titular de exercer sua opção de compra ou venda a determinado preço no futuro, não sendo obrigatório seu exercício. Certo. )( Errado. )( Gabarito 1. E 2. a) Errado. Mercado de capitais 43 O número e o valor nominal das ações podem ser alterados através de operações de split e inplit. b) Certo. c) Errado. Commercial paper ou nota promissória comercial é um título de curto prazo. d) Certo. Referências ASSOCIAÇÃO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DO MERCADO FINANCEIRO (ANDIMA); ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS COMPANHIAS ABERTAS(ABRASCA). O que São De- bêntures? Disponível em: <www.debentures.com.br/downloads/textostecnicos/ cartilha_debentures.pdf>. Acesso em: 23 fev. 2012. PORTAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL. Ministério da Fazenda. Disponível em: <www.bcb.gov.br>. Acesso em: 23 fev. 2012. Sistema Financeiro Nacional I Conceitos gerais Sistema Financeiro Nacional (SFN) é o conjunto de instituições e instru- mentos financeiros que possibilitam a transferência de recursos dos ofertantes finais (poupadores) para os tomadores finais (investidores), além de criar con- dições para que títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado. A intermediação financeira e a aplicação de recursos financeiros pró- prios e de terceiros são as principais atividades das instituições financeiras, as quais possibilitam aproximar os superavitários dos deficitários, agregar recursos para grandes projetos e diminuir o custo e o risco financeiro das empresas tomadoras de recursos. SUPERAVITÁRIOS DEFICITÁRIOS Poupadores Intermediários Tomadores Pou � padores: agentes econômicos superavitários dispostos a transfor- mar suas disponibilidades monetárias em ativos financeiros. São os cria- dores de fundos para o financiamento do crescimento econômico. Tomadores � : agentes econômicos deficitários, que demandam recur- sos e estão dispostos a financiar seu défice a custo de mercado. São aqueles que, necessitando de dinheiro além de suas disponibilidades, dispõem-se a pagar por esses recursos. Tipos de instituições financeiras Instituições financeiras bancárias São as instituições capazes de criar moeda escritural: bancos comerciais, bancos múltiplos com carteira comercial, cooperativas de crédito, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. A moeda escritural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos ou outras instituições creditícias, normalmente movimentados por inter- médio de cheques, representando estes um instrumento de circulação da moeda bancária. 45 46 Sistema Financeiro Nacional I Com os depósitos à vista, as instituições financeiras emprestam uma parte desse dinheiro depositado para os clientes tomadores. Parte desse dinheiro é depositado novamente nas instituições financeiras, dando-se, então, o fe- nômeno da criação da moeda escritural. Instituições financeiras não bancárias São as instituições que não podem criar moeda escritural: bancos de in- vestimento, bancos de desenvolvimento, financeiras, Sociedades de Arrenda- mento Mercantil (Leasing) e Associações de Poupança e Empréstimos (APE). Estrutura e funções do Sistema Financeiro Nacional (SFN) A composição do Sistema Financeiro Nacional, conforme o Banco Central do Brasil (Bacen), é a seguinte: Sistema Financeiro Nacional I 47 Conselho Monetário Nacional (CMN) O Conselho Monetário Nacional (CMN) foi instituído pela Lei 4.595/64, e é o órgão responsável por expedir diretrizes gerais para o bom funcionamento do SFN. Integram o CMN o ministro da Fazenda (presidente do conselho), o ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e o presidente do Banco Central do Brasil. Entre suas funções estão: adaptar o volume dos meios de pagamento às reais necessidades da � economia; regular o valor interno e externo da moeda e o equilíbrio do balanço � de pagamentos; orientar a aplicação dos recursos das instituições financeiras; � propiciar o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos fi- � nanceiros; zelar pela liquidez e solvência das instituições financeiras; � coordenar as políticas monetária, creditícia, orçamentária e da dívida � pública interna e externa. Junto ao CMN funciona a Comissão Técnica da Moeda e do Crédito (Comoc), composta pelo presidente do Bacen, na qualidade de coordenador, pelo presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelo Secretário executivo do Ministério do Planejamento e Orçamento, pelo Secretário exe- cutivo do Ministério da Fazenda, pelo Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, pelo secretário do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda e por quatro diretores do Bacen, indicados por seu presidente. Está previsto também o funcionamento, junto ao CMN, de comissões con- sultivas de normas e organização do sistema financeiro, de mercado de valo- res mobiliários e de futuros, de crédito rural, de crédito industrial, de crédito habitacional e para saneamento e infraestrutura urbana, de endividamento público e de política monetária e cambial. Os seus membros reúnem-se uma vez por mês para deliberarem sobre assuntos relacionados com as compe- tências do CMN. Em casos extraordinários pode acontecer mais de uma reunião por mês. As matérias aprovadas são regulamentadas por meio de resoluções, norma- tivo de caráter público, sempre divulgado no Diário Oficial da União e na 48 Sistema Financeiro Nacional I página de normativos do Banco Central do Brasil. O Banco Central do Brasil é a secretaria executiva do CMN e da Comoc. Compete ao Banco Central orga- nizar e assessorar as sessões deliberativas (preparar, assessorar e dar suporte durante as reuniões, elaborar as atas e manter seu arquivo histórico). As de- cisões serão tomadas pela maioria simples dos votos. Banco Central do Brasil (Bacen) O Banco Central do Brasil (Bacen) é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda, que também foi criada pela Lei 4.595/64. É o principal executor das orientações do Conselho Monetário Nacional e responsável por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos: zelar pela adequada liquidez da economia; � manter as reservas internacionais em nível adequado; � estimular a formação de poupança; � zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeiçoamento do � sistema financeiro. Entre suas atribuições estão: emitir papel-moeda e moeda metálica; � executar os serviços do meio circulante; � receber recolhimentos compulsórios e voluntários das instituições fi- � nanceiras e bancárias; realizar operações de redesconto e empréstimo às instituições finan- � ceiras; regular a execução dos serviços de compensação de cheques e outros � papéis; efetuar operações de compra e venda de títulos públicos federais; � exercer o controle de crédito; � exercer a fiscalização das instituições financeiras; � Sistema Financeiro Nacional I 49 autorizar o funcionamento das instituições financeiras; � estabelecer as condições para o exercício de quaisquer cargos de dire- � ção nas instituições financeiras; vigiar a interferência de outras empresas nos mercados financeiros e � de capitais e controlar o fluxo de capitais estrangeiros no país. Sua sede fica em Brasília, capital do país, e tem representações nas ca- pitais dos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Ceará e Pará. Liquidez da economia: dinheiro emitido pelo Bacen em circulação no país. Executar os serviços do meio circulante: distribuir dinheiro aos bancos, recolher cédulas dilaceradas etc. Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional (CRSFN) Órgão colegiado judicante1 de segundo grau, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, criado pelo Decreto 9.152/85, com sede em Brasília (DF). Suas instalações estão localizadas no Banco Central do Brasil, que ficará encarregado dos recursos técnicos, humanos e materiais para o funciona- mento da secretaria executiva do CRSFN. Atribuições Julgar, em segunda e última instância administrativa, os recursos inter- postos das decisões relativas às penalidades administrativas aplicadas pelo Banco Central do Brasil, pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Secretaria do Comércio Exterior e pela Secretaria da Receita Federal nas infrações pre- vistas na legislação. O Conselho tem ainda como finalidade julgar os recursos de ofício inter- postos pelos órgãos de primeira instância, das decisões que concluírem pela não aplicação das penalidades previstas no item anterior. 1 Aquele que julga, que exerce as funções de juiz. 50 Sistema Financeiro NacionalI Estrutura São oito conselheiros possuidores de conhecimentos especializados em assuntos relativos aos mercados financeiros, de câmbio, de capitais e de cré- dito rural e industrial, observando-se a seguinte composição: um representante do Ministério da Fazenda; � um representante do Banco Central do Brasil (Bacen); � um representante da Secretaria de Comércio Exterior; � um representante da Comissão de Valores Mobiliários (CVM); � quatro representantes das entidades de classe dos mercados afins, por � estas indicados em lista tríplice. As entidades de classe que integram o CRSFN são as seguintes: Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas); � Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimento); � CNBV (Comissão Nacional de Bolsas de Valores); � Febraban (Federação Brasileira das Associações de Bancos); � Abel (Associação Brasileira das Empresas de � Leasing); Adeval (Associação das Empresas Distribuidoras de Valores); � AEB (Associação de Comércio Exterior do Brasil). � Os representantes das quatro primeiras entidades têm assento no Conse- lho como membros titulares e os demais, como suplentes. Tanto os Conselheiros Titulares, como os seus respectivos suplentes, são nomeados pelo ministro da Fazenda, com mandatos de dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez. Fazem parte ainda do CRSFN dois procuradores da Fazenda Nacional, de- signados pelo procurador geral da Fazenda Nacional, com a atribuição de zelar pela fiel observância da legislação aplicável, e um secretário executivo, nomeado pelo Ministério da Fazenda, responsável pela execução e coorde- nação dos trabalhos administrativos. Para tanto, o Banco Central do Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários e a Secretaria de Comércio Exterior propor- cionam o respectivo apoio técnico e administrativo. Sistema Financeiro Nacional I 51 O representante do Ministério da Fazenda é o presidente do Conselho e o vice-presidente é o representante designado pelo Ministério da Fazenda entre os quatro representantes das entidades de classe que integram o Conselho. Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista (monetárias) Bancos múltiplos Os bancos múltiplos são instituições financeiras privadas ou públicas que realizam as operações ativas, passivas e acessórias das diversas instituições financeiras, por intermédio das seguintes carteiras: comercial, de investi- mento e/ou de desenvolvimento, de crédito imobiliário, de arrendamento mercantil e de crédito, financiamento e investimento. Essas operações estão sujeitas às mesmas normas legais e regulamenta- res aplicáveis às instituições singulares correspondentes às suas carteiras. A carteira de desenvolvimento somente poderá ser operada por banco públi- co. O banco múltiplo deve ser constituído com, no mínimo, duas carteiras, sendo uma delas, obrigatoriamente, comercial ou de investimento, e ser or- ganizado sob a forma de sociedade anônima. As instituições com carteira comercial podem captar depósitos à vista. Na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94). Bancos comerciais Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos ne- cessários para financiar, a curto e a médio prazo, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão “Banco” (Resolução CMN 2.099/94). Os bancos comerciais são classificados como instituições monetárias por terem o poder de criação de moeda escritural. Sucintamente, os bancos co- merciais são intermediários financeiros que têm como objetivo captar re- cursos e distribuí-los de forma seletiva, criando moeda através de seu efeito multiplicador. 52 Sistema Financeiro Nacional I Principais operações dos bancos comerciais: Ativas: desconto de títulos; � crédito rural; � empréstimo em conta-corrente; � repasse de recursos; � crédito pessoal; � operações de câmbio. � passivas: depósitos à vista; � depósitos a prazo; � recursos do Bacen (redesconto, repasse); � recursos de instituições financeiras oficiais e do exterior; � operações de câmbio. � Banco do Brasil S.A. O Banco do Brasil – Sociedade Anônima de economia mista – exercia até 1986 uma função típica de autoridade monetária, quando perdeu a conta movimento, por decisão do Conselho Monetário Nacional. Essa conta colo- cava o Banco do Brasil na posição privilegiada de banco corresponsável pela emissão de moeda. Atualmente é um conglomerado ajustado à estrutura de um banco múl- tiplo, embora ainda opere, em muitos casos, como agente financeiro do go- verno federal. É o principal executor da política oficial de crédito rural. Suas principais atribuições, como parceiro principal do governo federal, já que este é o maior acionista, são: admi � nistrar a Câmara de Compensação de cheques e outros papéis (executante); efetuar os pagamentos e suprimentos necessários à execução o Orça- � mento Geral da União; Sistema Financeiro Nacional I 53 a aquisição e o financiamento dos estoques de produção exportável; � agenciamento dos pagamentos e recebimentos fora do país; � a operação dos fundos de investimento setorial como pesca e reflores- � tamento; a captação de depósitos de poupança direcionados ao crédito rural e a � operação do Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO); a execução da política de preços mínimos dos produtos agropastoris; � a execução do serviço da dívida pública consolidada; � a realização, por conta própria, de operações de compra e venda de � moeda estrangeira e, por conta do Banco Central, nas condições esta- belecidas pelo CMN; o recebimento, a crédito do Tesouro Nacional, das importâncias prove- � nientes da arrecadação de tributos ou rendas federais; como principal executor dos serviços bancários de interesse do go- � verno federal, inclusive de suas autarquias, receber em depósito, com exclusividade, as disponibilidades de quaisquer entidades federais, compreendendo repartições de todos os ministérios civis e militares, instituições de previdência e outras autarquias, comissões, departa- mentos, entidades em regime especial de administração e quaisquer pessoas físicas responsáveis por adiantamentos. Conforme o Edital 021/2004 do Banco Central do Brasil foram acrescenta- das as seguintes atribuições, pertencentes anteriormente ao Bacen: Art. 8.º Constituem atribuições inerentes ao Custodiante: I - deter custódia de numerário não monetizado à ordem do Bacen, com a finalidade de acolher depósitos e pagar saques de numerário às instituições financeiras bancárias, realizando os correspondentes lançamentos, por intermédio do Sistema de Pagamentos Brasileiro – SPB; II - administrar a custódia de numerário à ordem do Bacen de acordo com as disposições deste Regulamento e com os normativos que vierem a ser editados sobre a matéria pela autoridade monetária; III - sanear o numerário recebido da rede bancária; IV - suprir a oferta de troco; V - encaminhar ao Bacen numerário não utilizável, na forma deste Regulamento; VI - distribuir moedas metálicas; VII - recolher numerário, seguindo instruções do Bacen; e VIII - cumprir as políticas de meio circulante definidas pelo Bacen. 54 Sistema Financeiro Nacional I Caixa Econômica Federal A Caixa Econômica Federal foi criada em 1861 e está regulada pelo Decre- to-Lei 759/69 como empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Trata-se de uma instituição assemelhada aos bancos comerciais, poden- do captar depósitos à vista, realizar operações ativas e efetuar prestação de serviços. Uma característica distintiva da Caixa é que ela prioriza a concessão de empréstimos e financiamentos a programas e projetos nas
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