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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CAMPUS CURITIBANOS 
CURSO DE AGRONOMIA 
 
 
 
 
 
Carolina do Nascimento Longhi 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo conservacionista do solo: um olhar para o sistema de produção de alho na 
microrregião de Curitibanos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitibanos 
2021 
 
 
Carolina do Nascimento Longhi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manejo conservacionista do solo: um olhar para o sistema de produção de alho na 
microrregião de Curitibanos 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em 
Agronomia do Centro de Ciências Rurais da 
Universidade Federal de Santa Catarina como requisito 
para a obtenção do título de Bacharel em Agronomia. 
 
Orientadora: Profª. Drª Leosane Cristina Bosco 
 
 
 
 
 
 
 
Curitibanos 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha de identificação da obra elaborada pelo autor, 
através do Programa de Geração Automática da Biblioteca Universitária da UFSC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Este trabalho é dedicado aos meus queridos pais, meus grandes 
alicerces. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pelo dom da vida e, por ser fonte de força e coragem. 
A Santa Catarina de Alexandria, padroeira dos estudantes, minha santa de devoção. 
A minha mãe, Terezinha, que sempre esteve ao meu lado, torcendo, rezando e zelando 
por mim. Ao meu pai, Valdair, pelo apoio, ensinamentos e companheirismo. 
A minha irmã, Janayna e a nona Selézia, pelo apoio constante e palavras de incentivo 
ao longo de minha formação acadêmica. 
Aos meus colegas, os quais compartilharam comigo momentos de nervosismo, mas 
também de muitas alegrias. Em especial Amanda Venturi, Ana Caroline Konkol, Gabriela 
Antunes, Eduardo Nunes e Mary Rech. 
Aos funcionários da UFSC Campus de Curitibanos, que sempre estiveram dispostos a 
ajudar. Em especial aos professores, que desempenharam seus papéis com maestria e 
entusiasmo. 
Ao professor Dr. Paulo Cesar Poeta Firmino Júnior, pelo suporte e orientações nas 
análises fisiológicas. 
À professora Dra. Leosane Cristina Bosco, que ao longo de nossa convivência muito 
me ensinou. Sendo sempre fonte de conhecimento, incentivo e inspiração. 
 
Gratidão a todos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O segredo da vida é o solo, porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e 
nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as 
plantas bem nutridas. (PRIMAVESI, 1961). 
 
 
RESUMO 
 
O cultivo de alho em Santa Catarina é realizado pelo sistema convencional, somente através do 
encanteiramento. No entanto, o método ocasiona a total desagregação do solo. Aliado a isso, 
temos uma região com elevadas precipitações anuais e produtores familiares que possuem 
pequenas áreas de cultivo com elevada declividade. Todos esses fatores intensificam os 
processos erosivos, reduzem a matéria orgânica e diminuem a capacidade do solo de armazenar 
água. Isso acarreta impactos econômicos, sociais e ambientais. O objetivo do trabalho é 
caracterizar o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade de alho cultivado em 
diferentes sistemas de manejo de solo. O experimento foi conduzido em uma propriedade 
familiar, em Brunópolis (SC), na safra 2020/2021. Os tratamentos consistiram em: T1) manejo 
convencional. T2) formação de canteiro com posterior semeadura da aveia e T3) plantio direto. 
Foram avaliadas as características de umidade do solo e incidência de plantas concorrentes. 
Com relação às plantas de alho avaliou-se parâmetros de fenometria, fenologia, fisiologia e 
produtividade. Os tratamentos com palhada (T2 e T3) apresentaram a menor incidência de 
plantas concorrentes até os 90 dias após o plantio do alho. Ademais,os resultados não indicaram 
diferenças significativas nos parâmetros avaliados entre os sistemas de manejo do solo . Dessa 
forma, destacamos que o cultivo de alho sob sistemas sustentáveis de produção deve ser 
incentivado junto aos agricultores a partir da implementação progressiva de práticas agrícolas 
resilientes, que melhorem a qualidade do solo. 
 
Palavras-chave: Sistema Plantio Direto. Allium sativum. Índice de área foliar. SPDH. 
 
 
 
 
 
 ABSTRACT 
 
The cultivation of garlic in Santa Catarina is carried out by the conventional system, through 
bed gardening. However, the method causes the total disaggregation of the soil. Allied to this, 
we have a region with high annual rainfall and family farmers that have small cultivation areas 
with high declivities. All these factors intensify erosive processes, reduce organic matter and 
decrease the soil's capacity to store water. This has economic, social and environmental impacts. 
The objective of this work is to characterize the growth, development and yield of garlic grown 
in different soil management systems. The experiment was carried out on a family farm, in 
Brunópolis (SC), in the 2020/2021 harvest, using a randomized block design. The treatments 
consisted of: T1) conventional bed garden. T2) formation of bed with subsequent sowing of 
oats and T3) no-till farming. The characteristics of soil moisture and weed incidence were 
evaluated. Regarding the garlic plants, parameters of phenometry, phenology, physiology and 
productivity were evaluated. Straw treatments (T2 e T3) showed the lowest incidence of weeds 
up to 90 days after garlic planting. Furthermore, the results did not indicate significant 
differences in the parameters evaluated among the cropping systems. Thus, we emphasize that 
the cultivation of garlic under sustainable production systems should be encouraged among 
farmers through the progressive implementation of resilient agricultural practices that improve 
soil quality. 
 
Keywords: No-till farming. Allium sativum. Leaf area index. SPDH. 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 –Da esquerda para a direita: Tratamento 1: Manejo convencional (CV), Tratamento 2: 
canteiro + aveia (CA) e Tratamento 3: plantio direto (PD)......................................................22 
Figura 2 – Plantio do alho: A) formação do canteiro com enxada rotativa. B) abertura manual 
do sulco de plantio no sistema canteiro + aveia. C) plantio dos bulbilhos no sistema canteiro + 
aveia..........................................................................................................................................23 
Figura 3 - Temperatura mínima (Tmin), média (Tmed) e máxima (Tmax) do ar diária no ciclo 
do alho em Brunópolis, SC........................................................................................................30 
Figura 4 – Decomposição da palhada de aveia após a dessecação: A) 30 dias após a dessecação; 
B) 60 dias após a dessecação e C) 120 dias após a dessecação...................................................32 
Figura 5 – Número de plantas concorrentes que incidiram a cada 30 dias nos três sistemas de 
manejo do solo..........................................................................................................................34 
Figura 6 - Curvas de crescimento para número de folhas (A), estatura (B), IAF (C) e massa seca 
(D) das plantas de alho cultivadas nos três sistemas de manejo: Convencional (CV), Canteiro + 
aveia (CA) e Plantio direto 
(PD)...........................................................................................................................................35 
Figura 7 – Duração do ciclo total das plantas de alho e das suas fases fenológicas: Plantio-
Emergência (PL-EM), Emergência-Diferenciação bulbo (EM-R1) e Diferenciação bulbo-
Colheita (R1-R5) em dias (A) e graus-dias(B) para os sistemas de manejo de solo: 
Convencional (CV), Canteiro + aveia (CA) e Plantio direto (PD)..............................................37 
Figura 8 – Relação entre número de folhas e soma térmica acumulada (STa) usada para estimar 
o filocrono do alho cultivado nos três diferentes sistemas de manejo do solo............................38 
Figura 9 – Número de bulbililhos (A), Massa do bulbo (B), Diâmetro de bulbo (C) e 
Produtividade (D) submetidos a diferentes sistemas de manejo de solo. Área do boxplot = 50% 
dos dados, barras superiores e inferiores = 25% de variação dos dados, linha contínua no interior 
do boxplot = mediana. Caixas seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey 
(p<0,05).....................................................................................................................................40 
Figura 10 – Sólidos solúveis totais (° Brix) para o alho cultivado nos três sistemas de manejo 
do solo. Área do boxplot = 50% dos dados, barras superiores e inferiores = 25% de variação 
dos dados, linha contínua no interior do boxplot = mediana. Caixas seguidas da mesma letra 
não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05)......................................................................42 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
 Tabela 1 – Laudo de análise química do solo. Valores de pH em água (pH H20), teores de 
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), acidez potencial (H+Al), 
argila e saturação por bases (V), na camada 0 a 20 cm...............................................................24 
Tabela 2 – Análise do teor de umidade (%) do solo nas profundidades de 0-10cm e 10-20 cm 
para o três sistemas de manejo do solo no cultivo de alho..........................................................31 
Tabela 3 – Relação de plantas concorrentes encontradas na área experimental, identificadas por 
nome científico, família, nome comum e classificação botânica. Brunópolis, Santa Catarina, 
2020...........................................................................................................................................33 
Tabela 4. Análises de crescimento de estura final (EST), número final de folhas (NFF), massa 
seca nos estádios R1 e R5 (MS) e índice de área foliar em R1 e R5 (IAF) de plantas de alho no 
sistema de manejo convencional (CV), canteiro + aveia (CA) e plantio direto (PD)..................36 
Tabela 5- Teores de clorofia a, b, total e carotenóides totais (μg/ml) do alho nos três sistemas 
de manejo..................................................................................................................................39 
Tabela 6 - Classificação dos bulbos para os três sistemas de manejo do solo. Nas barras, a letra 
D (azul escuro) refere-se a bulbos desclassificados/ sem classe, ou seja, que possuem diâmetro 
inferior a 32 mm; e os números representam bulbos classificados em diferentes diâmetros, 
sendo 3 (32 a 37 mm; laranja), 4 (37 a 42 mm; cinza), 5 (42 a 47 mm; amarelo) e 6 (47 a 56 
mm; azul claro)..........................................................................................................................41 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ANAPA Associação Nacional dos Produtores de Alho 
EPAGRI Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina 
EPAGRI/CEPA Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola 
EPAGRI/CIRAM Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de 
Santa Catarina 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
MAPA Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento 
ONU Organização das Nações Unidas 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15 
1.1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 16 
1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 16 
1.1.2 Objetivos Específicos ........................................................................................... 16 
1.2 JUSTIFICATIVA...................................................................................................17 
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................. 18 
2.1 O CULTIVO DO ALHO EM SANTA CATARINA ............................................ 18 
2.2 CONSEQUÊNCIAS DO USO INTENSIVO DO SOLO......................................18 
2.3 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS.................................................................19 
2.4 O SISTEMA DE PLANTIO DIRETO...................................................................19 
3 METODOLOGIA................................................................................................21 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL..........................................21 
3.2 TRATAMENTOS E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL...............................21 
3.3 MANEJO DAS PLANTAS....................................................................................22 
3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.................................................................24 
3.5 AVALIAÇÕES METEOROLÓGICAS, EDÁFICAS E DE PLANTAS 
CONCORRENTES...................................................................................................................24 
3.6 AVALIAÇÕES DE CRESCIMENTO ..................................................................25 
3.7 AVALIAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO........................................................26 
3.8 AVALIAÇÕES FISIOLÓGICAS..........................................................................27 
3.9 PRODUTIVIDADE ..............................................................................................28 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .........................................................................30 
4.1 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS ...................................................................31 
4.2 ANÁLISES DO TEOR DE UMIDADE DO SOLO...............................................33 
4.3 INCIDÊNCIA DE PLANTAS CONCORRENTES ..............................................35 
4.4 ANÁLISES FENOMÉTRICAS ............................................................................37 
4.5 ANÁLISES FENOLÓGICAS ...............................................................................39 
4.6 ANÁLISES FISIOLÓGICAS ................................................................................39 
4.7 COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE ..........................................................39 
 
5 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 44 
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 45 
 
 
 
 
 
15 
 
1 INTRODUÇÃO 
O estado de Santa Catarina é o terceiro maior produtor de alho do Brasil (ANAPA, 
2021; IBGE, 2017). Embora essa seja uma característica interessante a nível nacional, o 
sistema de produção utilizado não é resiliente1. O manejo do solo, por exemplo, é 
predominantemente realizado pelo método convencional, ou seja, através do encanteiramento. 
Esse sistema intensivo de preparo consiste em revolver as camadas superficiais do solo e é 
recomendado por facilitar a descompactação e a incorporação de corretivos e fertilizantes. 
Além disso promove aumento da porosidade do solo, possibilitando maior armazenamento de 
água e ar (AQUINO; DUARTE; CLEMENTE, 2017). Entretanto, estudos vem destacando 
que as consequências do uso intensivo do solo e da água, aliados a elevada quantidade de 
fertilizantes e corretivos de pH utilizados nas lavouras não serão sustentáveis nos próximos 
anos, com isso, a produtividade agrícola e a segurança alimentar estarão em risco(NARESH 
et al., 2013; FAYAD et al., 2016). Em Santa Catarina o sistema de manejo convencional 
praticado no cultivo do alho possui ainda mais agravantes, isto porque, anualmente são 
registradas elevadas precipitações e segundo dados do IBGE (2017), 37% dos alhicultores 
possuem áreas pequenas constituídas por relevos declivosos. Essa característica das pequenas 
propriedades aliada ao plantio adotado por alguns agricultores em áreas de relevo acentuado 
pioram a situação. 
A Organização das Nações Unidas tem como objetivo, até 2030, garantir sistemas 
sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que 
aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam 
a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições meteorológicas extremas, 
secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra 
e do solo (ONU, 2021). Diante disso, surge a oportunidade de desenvolvermos com mais 
intensidade a agricultura conservacionista lançando um olhar para os sistemas produtivos de 
alho. Um ótimo exemplo, é o sistema de plantio direto, o qual faz uso de práticas 
conservacionistas do solo. Esse método, mais comum na produção de grãos que na 
olericultura, considera a necessidade de conservar o solo, para que se mantenham os princípios 
fundamentais de equilíbrio e fertilidade natural. O plantio direto consiste em cultivar uma 
 
1 Capacidade de um sistema resistir as adversidades, se adaptando e respondendo ao ambiente que está inserido. 
 
16 
 
espécie, antes da cultura principal, visando a formação de uma massa vegetal que após a 
dessecação protege o solo contra erosão e melhora a ciclagem de nutrientes, visto que a área 
será manejada minimamente apenas para a formação do sulco de plantio. Além de reduzir a 
erosão, o plantio direto evita respingos das gotas de chuvas nas plantas, reduzindo a propensão 
de doenças e, consequentemente o gasto com combustível para realizar aplicações sanitárias, 
além de controlar o regime térmico e hídrico do solo (PIRES; SOUZA, 2013). 
Sabendo que a cultura do alho gera renda significativa aos agricultores de Santa 
Catarina, sendo muitas vezes a base econômica das propriedades, torna-se imprescindível 
realizar estudos e gerar resultados que estimulem os produtores de alho a realizar manejo 
conservacionista de suas áreas de cultivo de modo a garantir a resiliência do ecossistema 
agrícola e a produtividade. Assim, a analise de diferentes formas de plantio (convencional e 
plantio direto) pode gerar dados que nos permitam comparar os dois sistemas e assim, aprimorar 
pesquisas visando melhorar a capacidade produtiva das áreas e aliado a isso evitar problemas 
ambientais, econômicos e sociais. 
A hipótese que estimulou o desenvolvimento desse trabalho de conclusão de curso foi 
de que sistemas conservacionistas do solo favorecem o crescimento, desenvolvimento e a 
produtividade de plantas de alho. 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo Geral 
Caracterizar o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade de alho cultivado em 
diferentes sistemas de manejo de solo. 
 
1.1.2 Objetivos Específicos 
i. Avaliar teores de umidade do solo e a incidência de plantas concorrentes nos 
sistemas de manejo do solo adotados. 
ii. Avaliar as variáveis de crescimento de planta (estatura, número de folhas, massa 
seca e área foliar). 
iii. Determinar a duração do ciclo total e das fases vegetativa e reprodutiva em dias e 
graus-dias. 
iv. Caracterizar aspectos fisiológicos como teor de clorofila a, b e carotenóides totais 
nos tecidos da lâmina foliar. 
17 
 
v. Avaliar as variáveis de pós-colheita, diâmetro transversal e longitudinal dos bulbos 
e sólidos solúveis totais. 
vi. Determinar a produtividade do alho nos diferentes sistemas de manejo do solo. 
 
1.2 JUSTIFICATIVA 
Em Santa Catarina todo o manejo do alho é realizado exclusivamente através do sistema 
convencional, com intenso revolvimento do solo para a formação de canteiros, ocasionando a 
desagregação do solo. Aliado a isso, temos uma região com elevadas precipitações anuais e 
produtores familiares que possuem pequenas áreas de cultivo, sendo que, muitas dessas áreas 
possuem relevos com alta declividade. Todos esses fatores são agravantes precursores de 
problemas econômicos e ambientais, visto que, a erosão hídrica é eminente e decisiva para a 
lixiviação de fertilizantes, corretivos de pH e outros insumos para áreas mais baixas do relevo 
onde estão localizados os rios, por exemplo. 
Assim, estudar métodos de manejo alternativos para o alho podem nos fornecer 
subsídios para implementar sistemas de manejo do solo mais conservacionistas sem deixar de 
lado a produtividade. Esse objetivo está orientado pelo Objetivo de Desenvolvimento 
Sustentável (ODS) 2 – Fome zero e agricultura sustentável que tem como premissa até 2030 
erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura 
sustentável. 
Espera-se com esta pesquisa gerar dados consistentes de crescimento, desenvolvimento 
e produtividade de alho em um modelo de manejo mais conservacionista e assim, contribuir 
para que ocorra uma transição para um novo sistema de produção de alho. 
 
 
 
 
18 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
2.1 O CULTIVO DO ALHO EM SANTA CATARINA 
 
A intensificação na produção de alho no estado catarinense, ocorreu a partir de meados 
dos anos 70, em virtude do aprimoramento técnico dos profissionais de extensão e dos 
agricultores (MUELLER et al., 1990). Assim, a cultura do alho no Estado de Santa Catarina é 
de suma importância, sendo a base econômica de muitas propriedades. Em nível nacional de 
produção, o Estado assume a terceira posição (ANAPA, 2021). 
Santa Catarina possui 3.681 estabelecimentos agropecuários que cultivam essa hortaliça 
em uma área plantada de 1.687 hectares, gerando uma produção na última safra (2020/21) de 
14.589,95 toneladas (IBGE, 2017; EPAGRI/CEPA, 2021). Entretanto, a cultura apresenta 
desafios político-econômico. Segundo o Anuário Brasileiro de Hortaliças (2015), o principal 
custo de produção está na compra do alho-semente e na contratação de mão de obra. Em 
seguida, temos o custo com fertilizantes e insumos, que também perfazem custo expressivo 
(CAMARGO, 2021). Ademais, a comercialização do alho é dificultada pelo alho importado, 
proveniente sobretudo da China e Argentina, o que ocasiona oscilações de preços ao longo do 
ano (ANUÁRIO BRASILEIRO DE HORTI & FRUTIS, 2020). 
Além do alto custo de produção por hectare, as características de manejo do alho 
também podem acarretar danos econômicos e ambientais. Isto porque, a implantação da cultura 
é realizado com grande revolvimento do solo. E essa característica é agravada ainda mais pela 
altas precipitações da região e pelo cultivo ser realizado principalmente em pequenas áreas de 
até 10 hectares que possuem relevo acentuado (IBGE, 2017). 
 
2.2 CONSEQUÊNCIA DO USO INTENSIVO DO SOLO 
 
O uso intensivo do solo comum em culturas hortícolas provoca um declínio gradual da 
matéria orgânica do solo devido a oxidação acelerada, reduzindo a capacidade de regulagem do 
abastecimento de água e de nutrientes para as plantas, visto que a maior quantidade de 
elementos que podem ser retidos pelas plantas estão na camada superficial (NARESH et al., 
2013). Além disso, as práticas inadequadas de exploração do solo, como o plantio em áreas 
declivosas e sem nenhuma vegetação de cobertura podem ocasionar a erosão, principalmente a 
hídrica. A retirada da proteção oferecida pelas plantas, aliada ao preparo intensivo do solo e o 
19 
 
“plantio morro abaixo” enfraquecem-no deixando-o vulnerável à ação das chuvas (PIRES; 
SOUZA, 2013). Esse problema pode ser agravado em virtude da alta intensidade de chuvas e 
da dificuldade de controlar a enxurrada nos terrenos declivosos (BERTONI; LOMBARDINETO, 2014). 
Alternativamente ao plantio convencional, surge o sistema de plantio direto de 
hortaliças. Esse sistema consiste em não cultivar mais solo que o estritamente necessário e 
respeitar outras práticas de conservação, como o uso permanente de cobertura do solo e a 
rotação de culturas (PIRES; SOUZA, 2013). 
 
2.3 PRÁTICAS CONSERVACIONISTAS 
 
A agricultura de conservação apresenta princípios subjacentes, isto porque, os sistemas 
conservacionistas são formados por muitas ferramentas. Essas ferramentas podem ser aplicadas 
simultaneamente ou parcialmente e contribuem para o gerenciamento otimizado dos recursos 
naturais. E a implantação de um sistema conservacionista necessita de avaliação do conjunto 
da paisagem onde as unidades de produção se inserem (MAFRA et al., 2019). 
Entre as práticas conservacionistas mais utilizadas está o plantio em nível, os terraços, 
o uso de plantas de cobertura, a rotação de culturas, a adubação verde, a consorciação de 
espécies vegetais, o plantio direto e o cultivo mínimo. Todas essas práticas fornecem proteção 
e minimização do revolvimento das camadas do solo e visam, proteger o solo contra agressões 
climáticas, erosão hídrica, e manter a umidade do solo (BERTONI; LOMBARDI NETO, 2014). 
Os principais objetivos de uma agricultura conservacionista é recuperar a fertilidade do 
solo através da melhoria das características físicas (melhoria da estrutura), químicas (elevar o 
teor de matéria orgânica) e biológicas (criação e manutenção de condições favoráveis para a 
biota do solo) (BARROS; FREIXIAL, 2011). 
 
2.4 O SISTEMA DE PLANTIO DIRETO 
 
O sistema de plantio direto tem como princípio o cultivo sem o revolvimento do solo, 
possibilitando a conservação do solo, evitando a perda de áreas agrícolas. A sua adoção 
beneficia os recursos naturais do setor agrícola por controlar a erosão e, consequentemente, 
proporcionar maior agregação de nutrientes ao solo e disponibilidade de água às plantas, 
20 
 
afetando positivamente as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (SIMON et al., 
2021). 
Com relação aos pontos positivos do sistema de plantio direto, a palhada presente no 
sistema representa um ponto fundamental. Por isso é interessante trabalharmos com plantas de 
cobertura multifuncionais: que reduzem o impacto das gotas de chuva, protegem o solo contra 
a desagregação de partículas e compactação; aumentam o tempo de capacidade de infiltração 
da água da chuva, dificultando o escorrimento superficial; contribuem para significativa 
redução de perdas de solo; protegem a superfície do solo contra a ação dos raios solares, 
reduzem a amplitude térmica; aumentam o teor de matéria orgânica; suprimem a incidência de 
plantas concorrentes ou produzem efeitos alelopáticos (FREITAS, 2005). Como plantas de 
cobertura, as gramíneas são muito utilizadas, visto que são bem adaptadas no controle da erosão 
pois possuem densidade de hastes e sistema radicular vigoroso, capaz de diminuir a intensidade 
de enxurrada e prender as partículas de solo contra a pressão da água, agindo como minúsculas 
barragens retardando o movimento da água (BERTONI; LOMBARDI NETO, 2014). 
Todos os benefícios do sistema de plantio direto, consagrado para as áreas de grãos, 
agora integram as culturas hortícolas, conhecido como plantio direto de hortaliças – SPDH. O 
SPDH é uma tecnologia desenvolvida pela Epagri incluída na Plataforma de Boas Práticas da 
FAO/ONU. Tem como três elementos básicos: o revolvimento localizado do solo, a 
diversificação de espécies pela rotação de culturas e a cobertura permanente do solo. O SPDH 
vêm ganhando rápida disseminação, sobretudo, devido aos bons resultados alcançados, 
promovendo uma agricultura limpa, sustentável e replicável, desenvolvida na região Sul do 
Brasil (ZANELA, 2017). 
A ONU e parceiros brasileiros estão trabalhando para atingir os 17 Objetivos de 
Desenvolvimento Sustentável (ODS). O objetivo principal é acabar com a pobreza, proteger o 
meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas tenham paz e prosperidade a nível global. O 
ODS 2, tem como objetivo erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a 
nutrição e promover a agricultura sustentável (ONU, 2021). Sendo este objetivo, alinhado com 
as pesquisas sobre sistemas conservacionistas de cultivo de alho. 
 
 
 
21 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA EXPERIMENTAL 
 
O experimento de campo foi realizado no ano de 2020, em uma propriedade rural 
familiar, no município de Brunópolis, SC (27°20’31’’S e 50°45’48’’O, altitude de 931 m). 
Brunópolis está inserido na microrregião de Curitibanos, principal polo produtor de alho 
(EPAGRI/CEPA, 2021). De acordo com a classificação de Köppen, o clima da região é do tipo 
Cfb – subtropical úmido com verões amenos (ALVARES et al., 2013). A temperatura máxima 
anual é de 22,0°C e mínima de 12,4°C, com precipitação média anual em torno de 1.480 mm 
(EMBRAPA, 2011). O solo da área em que o experimento estava localizado é classificado como 
Nitossolo bruno distroférrico (EMBRAPA, 2004). 
 
3.2 TRATAMENTOS E DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 
 
Foram utilizados três sistemas de manejo do solo para alho (Figura 1), constituindo os 
tratamentos: T1 convencional com formação de canteiros (CV); T2 formação de canteiro com 
posterior cobertura com aveia (CA) e T3 plantio direto sobre a palhada da aveia (PD). Nos 
tratamentos 1 e 2 foram realizadas práticas de aração, gradagem e uso de enxada rotativa para 
formação de canteiros. No tratamento 2, realizou-se a semeadura da aveia após a formação do 
canteiro. No tratamento 3, não foi realizada nenhuma prática de revolvimento do solo, 
mantendo-se a área com cobertura de aveia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
Figura 1 - Da esquerda para a direita: Tratamento 1: Manejo convencional (CV), Tratamento 
2: canteiro + aveia (CA) e Tratamento 3: plantio direto (PD). 
 
 
Fonte: autora 
 
3.3 MANEJO DAS PLANTAS 
 
A semeadura da aveia foi realizada a lanço e a dessecação foi feita 60 dias após sua 
semeadura com pulverizador costal utilizando herbicida registrado para cultura. No momento 
da dessecação, a aveia encontrava-se em estádio final de perfilhamento. A fim de determinar a 
quantidade de matéria seca por hectare, foi realizado análise de massa seca da aveia nos 
tratamentos 2 e 3, canteiro + aveia e plantio direto, respectivamente. Foram realizadas 5 coletas 
com auxílio de um quadro de 0,25m² em 5 pontos aleatórios ao longo dos 10 m de cada 
tratamento, evitando sempre a retirada da bordadura dos canteiros. Posteriormente, as amostras 
foram secadas em estufa a 65°C até obterem massa constante e serem pesadas em balança 
analítica. A massa seca das plantas de cobertura atingiu produtividade média de 1.089 kg/ha no 
sistema de canteiro + aveia e 1.203 kg/ha no plantio direto. 
23 
 
O plantio do alho foi realizado após 8 dias da dessecação da aveia. O alho-semente 
utilizado foi da cultivar San Valentim. A categoria de bulbos utilizados foi do tipo 5 (diâmetro 
entre 4,2 até 4,7 cm). Este foi vernalizado por 30 dias em câmara fria a 5°C e um dia antes do 
plantio foi realizado a debulha e em seguida feito a medida do índice visual de superação de 
dormência (IVD) dos bulbilhos. 
O IVD (Equação 1) foi calculado seguindo o método de MULLER (1982) e BURBA 
(1983), através da relação métrica percentual entre comprimento da folha de brotação e do 
bulbilho. 
Equação 1: IVD =
A
B
∗ 100 
 
Em que, o A é o comprimento da folha de brotação e B é a altura do bulbilho. 
 
O plantio do alho nos três tratamentos foi realizado no sistema de três linhas duplas (6 
linhas/parcela). O espaçamento entre linhas simples foi de 10 cm e duplas de 35 cm e entre 
plantas de 12,5 cm. Cada UE possuia 2,4m² e 115 plantas. No tratamento convencional a própria 
enxada rotativa confere essas medidas ao canteiro. No sistema de manejo canteiro+ aveia e 
plantio direto foi necessário a abertura de sulcos manualmente, mas obedecendo o mesmo 
espaçamento (Figura 2). 
 
Figura 2 – Plantio do alho: A) formação do canteiro com enxada rotativa. B) abertura 
manual do sulco de plantio no sistema canteiro + aveia. C) plantio dos bulbilhos no sistema 
canteiro + aveia. 
 
Fonte: autora 
 
24 
 
As recomendações de adubação e calagem foram feitas seguindo as exigências para a 
cultura do alho conforme análise de solo do local (Tabela 1) e de acordo com o Manual de 
Adubação e Calagem para Estados de RS e SC (2016). Foram aplicados 300 kg de N/ha, sendo 
1/3 deste valor aplicado como adubação de base, proveniente de fonte orgânica e os 2/3 
restantes dividos na aplicação de cobertura aos 30 dias após o plantio do alho e aos 10 dias após 
a diferenciação, respectivamente. Foram aplicados 570 kg de P2O5/ha e 440 kg de K2O/ha, 
através de adubo formulado, sendo incorporado nos tratamentos com formação de canteiros. 
Foram realizadas aplicação de defensivos (fungicidas e inseticidas) recomendados 
para a cultura de acordo com as necessidades. A irrigação utilizada foi por aspersão, sendo 
acionada nos momentos em que solo apresentava baixa umidade, e sempre levando em 
consideração o ciclo da cultura. 
 
Tabela 1 – Laudo de análise do solo. Valores de pH em água (pH H20), teores de fósforo (P), 
potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), acidez potencial (H+Al), argila e 
saturação por bases (V), na camada 0 a 20 cm. 
pH H2O P K K Ca Mg Al H+Al M.O Argila V 
 mg/dm³ .........................cmol/dm³....................... % 
6.0 0.9 69 0.176 11.18 3.46 0.00 3.50 2.8 36 80.18 
 
3.4 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL 
 
O delineamento experimental foi em blocos não casualizados, com 12 unidades 
experimentais (UE) de 2,4m² com (3 sistemas de plantio x 4 repetições). Sendo que, em cada 
repetição foram marcadas cinco plantas nas duas fileiras centrais de cada unidade experimental, 
constituindo-se a médias das repetições. 
Foram aplicados testes de normalidade e homogeneidade nos dados. A análise de 
variância foi verificada pelo teste F e, em caso de significância, ao teste Tukey a 5% de 
probabilidade do erro. O software utililizado foi o R (R DEVELOPMENT CORE TEAM, 
2013). 
 
 
 
25 
 
3.5 AVALIAÇÕES METEOROLÓGICAS, EDÁFICAS E DE PLANTAS CONCORRENTES 
 
Os elementos meteorológicos de radiação solar, temperatura do ar e precipitação foram 
obtidos da estação meteorológica automática da Epagri, localizada a 8 km da propriedade em 
que o experimento estava localizado (EPAGRI/CIRAM, 2020). 
O teor de umidade do solo, foi determinado através de coleta de amostras de 0 a 10 cm 
e de 10 a 20 cm de solo, em cada UE. A coleta de solo ocorreu no final do ciclo de cultivo, 
quando as plantas de alho estavam iniciando a maturidade fisiológica. As amostras foram 
colocadas em sacos plásticos e posteriormente seguiram para o laboratório onde foram pesadas 
em balança de precisão para obtenção da massa úmida do solo. Seguidamente, as amostras 
foram colocadas em estufa, a 65°C até obtenção de massa constante e pesadas novamente para 
determinar a massa do solo seco. O cálculo do teor de umidade foi realizado pelo método da 
estufa que relaciona o peso da água existente no solo e o peso seco das partículas sólidas do 
solo, em porcentagem através das equações descritas abaixo. 
 
Equação 2: Pa = Pt – Ps. 
 
Onde, Pa é o peso original da água; Pt Peso total (solo úmido) e Ps é o peso do solo 
seco. 
Para determinar o teor de umidade utilizou-se a seguinte Equação: 
 
Equação 3: ℎ % = 100 .
𝑃𝑎
𝑃𝑠
 
 
Para avaliar a diferença de incidência de plantas concorrentes em cada um dos 
tratamentos, semanalmente o número de plantas concorrentes existente em cada UE foi 
contabilizado e as plantas identificadas em nível de espécie e família. Os resultados foram 
expressos em números de plantas concorrentes por tratamento a cada 30 dias após o plantio do 
alho. 
 
 
 
26 
 
3.6 AVALIAÇÕES DE CRESCIMENTO 
 
A partir da emergência das plantas de alho, foram marcadas cinco plantas nas duas 
linhas centrais de cada parcela, realizando-se avaliações semanais de estatura de planta e 
contagem do número de folhas. Para determinação de área foliar e massa seca coletou-se duas 
plantas por unidade experimental no momento da diferenciação (R1) e na maturação fisiológica 
(R5). 
Nas plantas coletadas foram realizadas medidas de comprimento e largura das folhas 
e, posteriormente calculado a área foliar em cm² (AF, equação 4), conforme proposto por 
GRUBERT et al. (2015) e o cálculo do índice de área foliar em cm² de folha/cm² de solo (IAF, 
equação 5). 
 
Equação 4: AF = -0,016872xC²+0,3941108xL²-0,000325x(CxL)²+1,286572xCxL 
 
Equação 5: IAF = AF/AS 
 
Sendo, C o comprimento de folha (cm), L a largura de folha (cm) e AS a área de solo 
ocupada pela planta. A área de solo ocupada pela planta corresponde a soma das metades dos 
espaçamentos duplos e simples (17,5 e 5 cm, respectivamente), multiplicado pelo espaçamento 
de 12,5 cm ocupado pela planta na linha de cultivo. Sendo assim, a área de solo ocupada por 
planta de alho corresponde a 281,2 cm². 
Após realizada as medidas de área foliar, as partes das plantas (folhas, colmos e 
bulbos) foram separadas e colocadas em estufa de secagem a 65°C até obterem massas 
constantes, e posteriormente foram pesadas em balança de precisão. 
 
3.7 AVALIAÇÕES DE DESENVOLVIMENTO 
 
 
As análises de desenvolvimento foram realizadas com base na escala fenológica do 
alho descrita por Lopes-Bellido et al. (2016), através do acompanhamento dos estádios 
vegetativos (emergência e emissão de folhas) e reprodutivos (diferenciação dos bulbilhos, 
emissão da haste floral e senescência das plantas). Cada estádio foi observado a campo, 
anotando-se sua data de ocorrência. 
27 
 
A emergência foi considerada quando 50% das plântulas de cada unidade experimental 
estavam com a folha de brotação acima do nível do solo. Nas cinco plantas marcadas de cada 
UE foram realizadas avaliações semanais do número de folhas emitidas. Com estes dados, foi 
possível determinar o filocrono, o qual é definido pelo acúmulo de energia necessário para que 
a planta emita uma nova folha, conseguindo assim, definir o tempo que a planta necessita para 
completar a fase vegetativa. 
Para determinar a fase reprodutiva, primeiramente foram realizadas análises 
destrutivas de plantas de cada UE observando se as mesmas se encontravam em estádio de 
diferenciação (R1). A data da diferenciação foi considerada quando 50% das plantas 
amostradas, encontravam-se neste estádio. 
A data da emissão da haste floral foi considerada quando 50% das plantas marcadas 
apresentavam a haste floral visível. E a senescência foi considerada quando restavam apenas 
três folhas verdes em cada planta marcada. 
Com as datas dos estádios fenológicos observados, foi determinada a duração do ciclo 
total, da fase vegetativa e reprodutiva em dias e graus-dias. A fase vegetativa corresponde a 
emergência das plantas até a diferenciação dos bulbilhos e reprodutiva da diferenciação dos 
bulbilhos até a senescência. O cálculo de graus-dias foi realizado pelo método da soma térmica 
(Equação 6,7,8) proposto por Arnold (1960). 
 
Equação 6: STd=(Tm-Tb).1dia 
 
Em que, Tm é a temperatura média diária do ar, sendo calculada através da média 
aritmética das temperaturas máximas e mínimas diárias do ar; a Tb é a temperatura basal inferior 
para a cultura do alho, que tem como definição a temperatura mínima abaixo da qual não há 
emissão de folhas. Para a cultivar San Valentim a temperatura basal na fase vegetativa e 
reprodutiva é de 5,5°C e 8,5°C, respectivamente (BONATTO, 2016). Se a temperatura média 
for menor que a temperatura basal, considera-se a temperatura média igual à temperatura basal 
(Equação 7). 
 
Equação 7: Tmed<Tb,então,Tmed=TbA soma térmica acumulada (STa) foi obtida a partir do acúmulo térmico desde a 
emergência (Equação 8). 
28 
 
Equação 8: Sta = ∑Std 
 
Com esses dados foi possível calcular o filocrono a partir de uma regressão linear entre 
o número de folhas e a STa para cada UE (média das cinco plantas identificadas por repetição). 
O filocrono foi estimado como sendo o inverso do coeficiente angular (1/b) dessa regressão 
linear (XUE et al., 2004). 
 
3.8 AVALIAÇÕES FISIOLÓGICAS 
 
 
A determinação dos teores de clorofila e carotenóides foram feitas através da coleta 
das duas últimas folhas totalmente expandidas e sadias emitidas pela planta de alho por 
tratamento dentro das quatro repetições, totalizando oito folhas por tratamento. A coleta foi 
realizada aos 116 dias após o plantio, no estádio R4 (bulbilhos ocupando 75% da área total do 
bulbo). Imediatamente após a coleta, as folhas foram levadas ao Laboratório de Ecologia e 
Morfofisiologia Vegetal da UFSC/Curitibanos. Amostras de 100 mg das folhas foram 
incubadas em banho-maria com 7 mL de dimetilsufóxido (DMSO) por duas horas a 65°C, sem 
maceração. Foram obtidos valores através da espectrofotometria com densidade ótica 
considerada de 480 nm, 649 nm e 665 nm, conforme descrito por Hiscox & Israelstam (1979). 
Foram utilizadas as fórmulas de Welburn (1994), e os dados expressos em μg/ml: 
 
Equação 9: Clorofila A= [12,19*(A665) – 3,45*(A649)]; 
 
Equação 10: Clorofila B= [21,99*(A649) – 5,32*(A665)]; 
 
Equação 11: Clorofila Total = Clorofila a + Clorofila b; 
 
Equação 12: Carotenóides totais = [1.000*(A480) – 2,14*(Chl a) – 70,16*(chl b)]/220. 
 
3.9 COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE E TEOR DE SÓLIDOS SOLÚVEIS TOTAIS 
 
Após a colheita do alho de cada UE, os bulbos foram curados em galpão aberto por 30 
dias. Posteriormente, foi realizado o corte tradicional dos bulbos, descartando-se folhas, colmo 
e raízes para iniciar as análises em laboratório. 
29 
 
Os parâmetros de produtividade foram determinados a partir da seleção aleatória de 
10 bulbos de cada parcela de cada tratamento. Cada bulbo foi pesado individualmente em 
balança de precisão, obtendo-se o resultado em gramas. Também foram feitas medidas do 
diâmetro transversal e longitudinal dos bulbos com auxílio de paquímetro digital. Os bulbos 
de cada tratamento foram debulhados manualmente a fim de determinar a quantidade de 
bulbilhos por bulbo. 
A produtividade em t ha-1 foi estimada a partir do resultado da massa de bulbo (média 
de cada tratamento), multiplicado pela quantidade de bulbos produzidos em 2,4 m² e 
transformado para toneladas por hectare. A classificação foi realizada de forma mecanizada, 
com auxílio do tubo classificador de bulbo, o qual segue as medidas da portaria n° 242, de 1992, 
do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), sendo obedecidas as classes 
de acordo com o diâmetro transversal: sem classe (<32mm), 3 (32-37mm), 4 (37-42mm), 5 
(42-47mm), 6 (47-56 mm) e 7 (>56mm). Foi realizado também classificação de qualidade dos 
bulbos, em defeitos gerais. 
Os Sólidos Solúveis Totais (SST), foram determinados através da trituração dos 
bulbilhos proveniente de bulbos selecionados aleatóoriamente para extração de seu líquido, 
sendo medido em refratômetro digital, obtendo o resultado em °Brix. 
 
 
30 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
4.1 CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS 
 
Durante o período em que o alho se encontrava a campo (139 dias), a temperatura 
mínima e máxima absoluta do ar foi de -2,8°C (22/08) e 37,9°C (02/10), respectivamente 
(Figura 3A). A precipitação acumulada durante o ciclo do alho foi de 390,6 mm. O regime de 
chuvas estava abaixo do indicado para o período que seria de 624,6 mm devido à ocorrência de 
um evento La Niña, o qual influenciou o regime de chuvas principalmente na primavera (Figura 
3B). 
Durante a precipitação de 35,5 mm registrada no dia 14 de agosto de 2020 ocorreu 
formação de granizo. Nesse momento as plantas encontravam-se com cinco folhas. Foram 
observados danos foliares nas plantas dos três tratamentos. No entanto, não foi identificada 
entrada de microrganismos patogênicos e nem maiores danos na cultura, a qual continuou a 
emitir folhas sem influenciar negativamente no seu ciclo de desenvolvimento. 
 
Figura 3 - Temperatura mínima (Tmin), média (Tmed) e máxima (Tmax) do ar diária em 
2020 no ciclo do alho em Brunópolis, SC 
 
Fonte: Adaptado de Epagri/ Ciram, 2020. 
31 
 
4.2 ANÁLISE DO TEOR DE UMIDADE DO SOLO 
 
Os teores de umidade do solo no sistema convencional variaram entre 29,5 e 30,8 % 
na camada superficial de 0-10 cm e de 29,3 a 31,8 % na camada subsuperficial de 10-20 cm. 
Para o sistema canteiro + aveia e plantio direto em 0-10 cm a variação foi de 27,9 a 34,4 % e 
25,9 a 33,7 %, respectivamente. E de 10-20 cm foi de 29,7 a 32,9 % para canteiro + aveia e 
22,8 a 32,8 % para plantio direto. Estudos desenvolvidos por Antoneli et al. (2016) avaliando 
a umidade superficial do solo em tabaco em plantio direto verificaram maiores percentuais de 
umidade no sistema de plantio direto, e de Stone et al. (2000), ao estudarem diferentes sistemas 
de manejo do solo e sua relação com os parâmetros agronômicos de feijoeiro, demonstraram 
maiores percentuais de umidade no sistema plantio direto. Estes resultados, foram atribuídos a 
maior quantidade de matéria seca, proporcionando cobertura do solo e mantença da umidade. 
Embora na literatura trabalhos indiquem que a presença de cobertura do solo contribua para a 
manutenção da umidade, em nosso experimento não houve diferença significativa entre os 
tratamentos estudados e as profundidades analisadas (Tabela 2), muito provavelmente porque 
realizou-se irrigação continuamente nos períodos de maior demanda atmosférica. 
 
Tabela 2 – Análise do teor de umidade (%) do solo nas profundidades de 0-10cm e 
10-20 cm para os três sistemas de manejo do solo no cultivo de alho. 
Tratamento 
Profundidade 
0 – 10 cm 10 – 20 cm 
Convencional 29,50 31,15 
Canteiro + aveia 30,83 31,33 
Plantio direto 29,98 27,50 
CV (%) 8,93 9,57 
CV = coeficiente de variação. Ausência de letras indica que as médias na linha e na coluna não diferem entre si 
pelo teste de Tukey a 5% de significância. 
 
Outra possível justificativa é que quando determinou-se o teor de umidade do solo, as 
plantas de alho estavam encaminhando-se para a maturidade fisiológica. Neste momento a aveia 
utilizada como planta cobertura estava completamente decomposta. Na figura 4 podemos 
observar a decomposição da palhada ao longo do ciclo de cultivo do alho. 
32 
 
Figura 4 – Decomposição da palhada de aveia após a dessecação: A) 30 dias após a 
dessecação; B) 60 dias após a dessecação e C) 120 dias após a dessecação. 
 
Fonte: autora 
 
Estudos sugerem que seja mantido sobre a superfície do solo 4 ou mais toneladas de 
palha seca por hectare, para que o escorrimento seja nulo e ocorra a máxima infiltração de água. 
Todavia, volumes menores promovem proteção contra a erosão e incidência de plantas 
concorrentes (GAZZIIERO et al., 2012; VERÍSSIMO; FERRAZ, 2019). Além disso, 
preconiza-se que a dessecação da aveia com herbicida seja feito no estádio de grão leitoso 
(CARDOSO, 1998; ALVARENGA et al., 2001; HECKLER, SALTON; 2002). No presente 
experimento, trabalhamos com 1 tonelada de fitomassa por hectare. A menor quantidade de 
fitomassa pode ser atribuída a dessecação ainda em estádio de diferenciação floral da aveia e, 
consequentemente, por sua acelerada decomposição. Isso pode ter contribuído para que não 
ocorresse diferenças nos teores de umidade do solo, entre os diferentes tratamentos. 
Segundo Rosolem et al. (2003), as plantas de cobertura extraem os nutrientes das 
camadas mais profundas do solo, através do sistema radicular, disponibilizando-os de maneira 
superficial, após o manejo da fitomassa e da decomposição pela ação do ambiente. Essa 
liberaçãopode ser rápida e intensa ou lenta e gradual, dependendo de vários fatores como a 
espécie utilizada, o manejo da fitomassa, época de semeadura e corte, temperatura, umidade, 
atividade macro e microbiológica, composição química da palha e relação C/N (PAULETTI et 
al., 1999; BORTOLINI et al., 2000; PRIMAVESI et al., 2002). 
33 
 
A aveia é uma das plantas de cobertura mais utilizada no Sul do país e sua 
decomposição está diretamente relacionada com a relação C/N. À medida que a planta se 
desenvolve a relação C/N torna-se mais larga aumentando à resistência a decomposição 
(ALVARENGA et al., 2001). Alternativamente, surgem estudos com novas plantas de 
cobertura como o milheto, a crotalária, o feijão-guandu, por exemplo. Além disso, 
pesquisadores vêm buscando a utilização de plantas consorciadas. Doneda et al. (2012), ao 
trabalharem com consórcio de gramíneas e leguminosas, observaram maior produção de 
fitomassa e menor velocidade de decomposição dos resíduos em relação ao cultivo destas 
culturas puras acarretando liberação gradual de nutrientes para o solo. 
 
4.3 INCIDÊNCIA DE PLANTAS CONCORRENTES 
 
Na área do experimento a comunidade de plantas concorrentes foi bem diversificada. 
As famílias Poaceae e Asteraceae, obtiveram maior destaque, com 5 espécies identificadas em 
cada uma (Tabela 3). Entretanto, houve predomínio de espécies dicotiledôneas em relação as 
monocotiledôneas (Tabela 3). 
 
Tabela 3 – Relação de plantas concorrentes encontradas na área experimental, 
identificadas por nome científico, família, nome comum e classificação botânica. Brunópolis, 
Santa Catarina, 2020. 
 Espécie 
Família Nome científico Nome comum Classificação 
Poaceae Digitaria horizontalis 
Poa annua 
Lolium multiflorum 
Urochloa plantagineae 
Eleusine indica 
Milhã 
Pastinho de inverno 
Azevém 
Papuã 
Capim-pé-de-galinha 
Monocotiledônea 
Monocotiledônea 
Monocotiledônea 
Monocotiledônea 
Monocotiledônea 
Asteraceae Sonchus oleraceae 
Bidens pilosa 
Galinsoga parviflora 
Soliva pterosperma 
Conyza spp. 
Serralha 
Picão preto 
Picão branco 
Roseta 
Buva 
Dicotiledônea 
Dicotiledônea 
Dicotiledônea 
Dicotiledônea 
Dicotiledônea 
34 
 
Brasicaceae Coronopus didymus 
Raphanus raphanistrum 
Mentruz 
Nabiça 
Dicotiledônea 
Dicotiledônea 
Euphorbiaceae Euphornia heterophylla Leiteiro Dicotiledônea 
Oxilidaceae Oxalis latifolia Trevo Dicotiledônea 
Rubiaceae Richardia brasiliensis Poaia branca Dicotiledônea 
Portulaceae Portulaca oleraceae Beldroega Dicotiledônea 
Amaranthaceae Amaranthus spp. Caruru Dicotiledônea 
 
A maior população de plantas concorrentes nos três tratamentos ocorreu durante os 
primeiros 60 dias após o plantio (DAP) do alho. Entretanto, os tratamentos que continham 
palhada apresentaram 5 vezes menos plantas concorrentes em relação ao manejo convencional 
(Figura 5). A partir dos 90 DAP, houve redução no número de plantas concorrentes em todos 
os tratamentos, pois as plantas de alho encontravam-se com maior índice de área foliar, 
tornando-se mais competitiva e suprimindo a incidência de espécies concorrentes, pela restrição 
da radiação solar. 
 
Figura 5 – Número de plantas concorrentes que incidiram a cada 30 dias nos três 
sistemas de manejo do solo. 
 
35 
 
Segundo Gonçalves et al. (2017) o crescimento da cultura do alho é lento, o sistema 
radicular é superficial e as folhas são estreitas e eretas, fatores que contribuem para competição 
exercidas por plantas concorrentes. Sendo que, o período crítico de competição das plantas 
infestantes com o alho vai dos 20 aos 100 dias antes da colheita (LUCINI, 2003). 
A utilização do plantio direto torna-se interessante, seja pela falta de revolvimento do 
solo que contribui para diminuir a incidência das plantas concorrentes ou pela supressão destas 
ocasionada pela fitomassa da palhada da planta de cobertura sobre o solo. 
 
4.4 ANÁLISES FENOMÉTRICAS 
 
Verificou-se similaridade nas curvas de crescimento do alho, independente do sistema 
de manejo do solo adotado. Não houve diferenças significativas com relação à estatura, número 
de folhas, massa seca de planta nos estádios R1 e R5 e IAF em R1 (Figura 6). Entretanto, em 
R5, o plantio direto apresentou menor IAF em relação aos outros sistemas de manejo, podendo 
indicar senescência mais acelerada nesse sistema (Tabela 4). 
 
Figura 6 - Curvas de crescimento para número de folhas (A), estatura (B), IAF (C) e 
massa seca (D) das plantas de alho cultivadas nos três sistemas de manejo: Convencional 
(CV), Canteiro + aveia (CA) e Plantio direto (PD) de acordo com os Dias após a Emergência 
(DAE). 
 
Fonte: autora 
36 
 
Stanck (2019), ao estudar diferentes cultivares de gladíolo, também não observou 
diferenças significativas para estatura, número de folhas, massa seca de planta e IAF, das 
plantas cultivadas em sistema convencional e mínimo. Em trabalho realizado com a alface 
verificou-se aspectos positivos, obtendo maior altura de plantas quando cultivada em sistema 
transitório para o plantio direto com consórcio de aveia-preta e ervilhaca (GIRARDELLO et 
al., 2017). No alho, porém, novos estudos precisam ser realizados para consolidar os resultados 
obtidos, bem como, utilizar outras espécies em cobertura. 
 
Tabela 4. Análises de crescimento de estatura final (EST), número final de folhas 
(NFF), massa seca nos estádios R1 e R5 (MS) e índice de área foliar em R1 e R5 (IAF) de 
plantas de alho no sistema de manejo convencional (CV), canteiro + aveia (CA) e plantio 
direto (PD). 
Variáveis 
Sistemas de manejo 
CV CA PD 
EST (cm) 75,96 81,78 83,89 
NFF 15 15 15 
MS em R1 (g) 11,78 9,46 10,32 
MS em R5 (g) 19,98 18,54 19,44 
IAF em R1 (cm²/cm²) 1,38 1,59 1,22 
IAF em R5 (cm²/cm²) 0,39A 0,49A 0,25B 
Médias com ausência de letras ou com letras maiúsculas iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey 
a 5% de significativa. 
 
A curva de crescimento para número de folhas demonstra semelhança entre a emissão 
foliar, independente do sistema de manejo adotado (Figura 6A). Houve emissão linear de folhas 
até 94 DAE, estabilizando aos 108 DAE com 15 folhas. Os diferentes sistemas de manejo de 
solo também não diferiram para estatura (Figura 6B). 
O IAF apresentou grandes valores até a fase de diferenciação com intensa redução na 
fase reprodutiva demonstrando que a planta passou a concentrar sua energia para a formação e 
crescimento do bulbo, não sendo mais a parte vegetativa prioridade. Os sistemas de manejo do 
solo não interferiram no IAF na diferenciação (R1), entretanto, em R5 (maturação) o IAF foi 
menor para plantio direto (Tabela 4). Esse menor IAF no sistema de plantio direto pode ser 
atribuído a maior demanda de nitrogênio em comparação ao sistema convencional. Segundo 
Salet et al. (1997), o sistema de plantio direto apresenta menor disponibilidade de nitrogênio, 
37 
 
devido a imobilização de N pelos microorgaismos em condições de permanência dos resíduos 
de gramíneas na superfície do solo. 
Em todos os tratamentos a massa seca teve crescimento linear entre R1 e R5, sem 
diferenças entre os sistemas de manejo do solo. Em R1 os bulbos estavam começando a formar 
os bulbilhos e a massa seca iniciou sua evolução. Ao chegar na maturação R5 a massa seca 
atinge sua totalidade decorrente do crescimento final do bulbo (Figura 6D). 
Em experimento de longa duração em Sistema de Plantio Direto (SPDH) de cebola, 
realizado pela Estação Experimental da Epagri de Ituporanga - SC observaram-se resultados 
graduais e satisfatórios com relação aos parâmetros da cebola, assim como aumento na 
produtividade ao longo de um eixo transitório de plantio convencional ao sistema mais 
complexo que é o SPDH (SOUZA, 2013). Assim, o alho também poderá apresentar resultados 
ainda mais positivos, após um processo transitório, quando os princípios conservacionistas 
estiverem mais estabelecidosna área de cultivo. 
 
4.5 ANÁLISES FENOLÓGICAS 
 
Em pré-plantio foi realizada a análise do índice visual de superação de dormência 
(IVD), verificando-se resultados maiores que 70%, indicando que a folha de brotação interna 
estava menor que a altura do bulbilho. Este resultado é importante para o plantio, visto que, 
preconiza-se colocar a campo apenas bulbilhos que estejam com IVD superior a 70%. Bulbilhos 
com IVD abaixo de 70%, não devem ir a campo, pois não apresentam tamanho suficiente que 
garanta o desenvolvimento. 
A duração das fases fenológicas foi muito similar, independente do sistema de manejo 
de solo adotado (Figura 7). A duração da fase vegetativa (emergência – diferenciação do bulbo) 
levou 99 dias (Figura 7A) ou 1.017 °C dia (Figura 7B) e a fase reprodutiva (diferenciação do 
bulbo – senescência) durou 40 dias, ou 1.539,3 °C dia. 
 
 
 
 
 
 
38 
 
Figura 7 – Duração do ciclo total das plantas de alho e das suas fases fenológicas: 
Plantio-Emergência (PL-EM), Emergência-Diferenciação bulbo (EM-R1) e Diferenciação 
bulbo-Colheita (R1-R5) em dias (A) e graus-dias (B) para os manejos do solo: Convencional 
(CV), Canteiro + aveia (CA) e Plantio direto (PD). 
 
Fonte: autora 
A taxa de emissão das folhas de alho pode ser calculada pelo filocrono, definido como 
o intervalo de tempo entre o aparecimento de duas folhas, na haste principal. Os valores 
encontrados para filocrono não diferiram entre os tratamentos. Na figura 8 está representado 
um exemplo da relação encontrada entre o número de folhas e a soma térmica acumulada (STa 
°C dia folha-1) usada para estimar o filocrono nos diferentes sistemas de manejo do solo. Todas 
as equações de regressão linear de cada bloco obtiveram valores de coeficiente (R²) acima de 
0,95, que segundo STRECK et al. (2007), indica relação de proporcionalidade alta entre as 
variáveis analisadas. 
39 
 
Os valores encontrados para filocrono variaram entre 84,03 e 95,24 °C dia folha-1 para 
o sistema convencional, 72,46 e 86,96 °C dia folha-1 para canteiro + aveia e 78,13 e 86,96 ° C 
dia folha-1 para plantio direto. 
 
Figura 8 – Exemplos da relação entre número de folhas e soma térmica acumulada 
(STa) usada para estimar o filocrono do alho cultivado nos três diferentes sistemas de manejo 
do solo. 
 
Fonte: autora 
 
4.6 ANÁLISES FISIOLÓGICAS 
 
Não houve diferenças significativas quanto aos parâmetros fisiológicos analisados 
(Tabela 5). 
Tabela 5- Teores de clorofia a, b , total e carotenóides totais (Car) em μg/ml 
extraídas de folhas de alho nos três sistemas de manejo do solo. 
Tratamento a b Total Car 
Convencional 5,17 1,50 6,68 1,15 
Canteiro + aveia 4,67 1,20 5,86 1,04 
Plantio direto 4,59 1,17 5,72 1,02 
CV (%) 24,12 29,85 24,95 21,69 
Ausência de letras na coluna indicam que os tratamentos não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de 
probabilidade. 
40 
 
4.7 COMPONENTES DE PRODUTIVIDADE 
 
Não houve diferenças significativas para parâmetros de número de bulbilhos, massa 
de bulbo, diâmetro de bulbo e produtividade entre os sistemas de manejo do solo (Figura 9). 
Figura 9 – Número de bulbilhos (A), massa do bulbo (B), diâmetro de bulbo (C) e 
produtividade (D) de alho nos diferentes sistemas de manejo de solo. Área do boxplot = 50% 
dos dados, barras superiores e inferiores = 25% de variação dos dados, linha contínua no 
interior do boxplot = mediana. Caixas seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste 
de Tukey (p<0,05). 
 
Fonte: autora 
 
O número de bulbilhos do bulbo, variou entre 13 e 14 bulbilhos independentemente 
do manejo de solo adotado (Figura 9A). Segundo a portaria N° 242/92 do Ministério da 
Agricultura, para pertencer ao grupo de alho nobre, uma das características de classificação, é 
de que o bulbo deve apresentar no máximo 20 bulbilhos. Sendo que, o mercado consumidor 
exige bulbos de maior tamanho e com pouco número de bulbilhos (RESENDE, 1997). Nesse 
caso, todos os tratamentos apresentaram bulbos com números de bulbilhos que os classificam 
como alho nobre. 
O diâmetro de bulbo variou nos tratamentos entre 28 e 38 mm, não ocorrendo 
diferenças entre os sistemas de manejo do solo adotado (Figura 9C). Echer et al. (2014) ao 
estudarem as características produtivas de mini abóbora em dois sistemas de manejo, também 
41 
 
não verificaram que o sistema de plantio direto tenha afetado as características agronômicas 
como diâmetro longitudinal e produtividade. 
Considerado como um dos principais parâmetros de importância, por estar diretamente 
relacionado com o lucro, produzir bulbos com elevado valor de massa é o objetivo do produtor, 
pois bulbos maiores recebem melhores cotações no mercado consumidor (LUCINI, 2003). A 
massa de bulbo produzida no plantio direto variou entre 26,2 e 41,79 g/bulbo, seguida pelo 
canteiro + aveia (28,1 e 37,23 g/bulbo) e o convencional (21,9 e 26,2 g/bulbo), sem diferenças 
entre os tratamentos (Figura 9B). 
 A partir da massa de bulbo determinou-se a produtividade. Não houve diferenças 
significativas entre os sistemas de manejo do solo adotado (Figura 9D). As produtividades 
variaram entre 11 e 16 kg ha-1 no plantio direto, de 9 e 12 kg ha-1 em canteiro + aveia e 9 e 11 
kg ha-1 no sistema convencional. Segundo dados da Epagri/Cepa a produtividade média de alho 
em Santa Catarina referente a safra 2020/21 foi de 8,653 kg ha-1 . 
A maior porcentagem de bulbos ficou com classificação 3 e 4 para os tratamentos com 
cobertura de solo (Tabela 6). O sistema convencional apresentou maior porcentagem de bulbos 
sem classificação e também não apresentou bulbos com classificação 6. Nenhum tratamento 
produziu bulbos de classe 7 (>56mm). 
 
Tabela 6 – Classificação dos bulbos para os três sistemas de manejo do solo. Nas 
barras, a letra D (azul escuro) refere-se a bulbos desclassificados/ sem classe, ou seja, que 
possuem diâmetro inferior a 32 mm; e os números representam bulbos classificados em 
diferentes diâmetros, sendo 3 (32 a 37 mm; laranja), 4 (37 a 42 mm; cinza), 5 (42 a 47 mm; 
amarelo) e 6 (47 a 56 mm; azul claro). 
 
 Classes 
Sistemas de manejo 
CV CA PD 
Desclassificado 32,0A 12,0B 23,8AB 
3 48,1 35,8 37,0 
4 16,8 39,5 28,3 
5 3,1 9,9 9,3 
6 0,0 2,8 1,6 
Médias com ausência de letras ou com letras maiúsculas iguais na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey 
a 5% de significativa. 
42 
 
A classificação é mais uma etapa realizada na cadeia produtiva do alho, a qual é de 
suma importância para o alhicultor. O valor pago aos produtores é baseado no número da classe, 
ou calibre como é popularmente conhecido, com um adicional sobre esse número. A busca do 
mercado é por alhos de tamanho grande, que se encaixam na classe 4, 5, 6 e 7. No entanto, os 
bulbos menores também são comercializados, sendo muitas vezes destinados a indústria 
alimentícia, assim como aqueles que apresentam algumas deformações como chochamento, 
bulbo aberto (alho-sorriso), ou com defeitos causados pelo manuseio excessivo. 
O MAPA possui a portaria 242/1992 que define parâmetros de qualidade do alho, que 
destaca os defeitos graves que comprometem a qualidade dos bulbos: o chochamento, 
brotamento, bulbo mofado, bulbo aberto e outros defeitos gerais (perfilhado, dano mecânico, 
bulbo sem túnica) que reduzem os valores de mercado. Os bulbos do experimento 
apresentaram poucos defeitos, com destaque para a incidência de bulbos duplos e triplos, 
constituindo 1,9 % da produção do sistema convencional, 5,9 % e 2,9 % do canteiro + aveia e 
plantio direto, respectivamente. 
Os bulbos produzidos no sistema de plantio direto apresentaram menor teor de sólidos 
solúveis (SST) (Figura 11). A determinação dos sólidos solúveis é um parâmetro físico-químico 
que permite avaliar a qualidade do alho (LOPES, 2016). Os teores de sólidos solúveis 
representam a concentração de vitaminas, pectinas, fenóis, ácidosorgânicos e, sobretudo, os 
açúcares dissolvidos no conteúdo celular (BECKLES, 2012). Se o alho for destinado para 
indústria considera-se que em bulbos com maiores teores de sólidos solúveis há menor 
necessidade de desidratação, característica que diminui os custos de industrialização (SOUZA; 
MACÊDO, 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
 
43 
 
Figura 10 – Sólidos solúveis totais (° Brix) para o alho cultivado nos três sistemas de 
manejo do solo. Área do boxplot = 50% dos dados, barras superiores e inferiores = 25% de 
variação dos dados, linha contínua no interior do boxplot = mediana. Caixas seguidas da 
mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p<0,05). 
 
Fonte: autora 
 
Os resultados apresentados neste trabalho evidenciam que um sistema de manejo mais 
conservacionista para a cultura do alho não afeta o crescimento, desenvolvimento e 
produtividade, e em contrapartida pode diminuir o impacto ambiental relacionado a perda do 
solo por erosão e pelo comprometimento da saúde do solo. 
Do ponto de vista do Sr. Valdair Longhi, alhicultor há mais de 30 anos e proprietário 
da área em que o experimento foi realizado, o plantio direto de alho é muito desafiador. 
Principalmente, com relação ao desenvolvimento de máquinas que facilitem a abertura do sulco 
sobre a palhada para que o plantio possa ser realizado. Além disso, o tempo gasto para o plantio 
sobre a palha torna-se maior. No entanto, eu como uma jovem estudante acredito nesse novo 
sistema. Devemos lembrar que o sistema de plantio direto para grãos, quando foi inserido no 
Brasil, também causou receio aos produtores. Mas hoje, o SPD está consagrado para o cultivo 
de grãos. Acredito que o mesmo pode vir a ocorrer com o alho e um novo modo de manejo 
possa ser adotado, aliando interesses econômicos ambientais e, consequentemente, 
beneficiando nossos agricultores. 
44 
 
5. CONCLUSÃO 
 
1. Não houve diferença nos teores de umidade do solo, independente do sistema de manejo do 
solo adotado. 
2. O sistema convencional apresentou cinco vezes mais plantas concorrentes, em comparação 
aos tratamentos com palhada. 
3. Os sistemas de manejo não interferiram em características de crescimento, desenvolvimento, 
teor de clorofila e produtividade das plantas. 
4. Os bulbos produzidos no sistema de plantio direto apresentaram menor teor de sólidos 
solúveis totais em relação aos demais tratamentos. 
5. Os bulbos produzidos no sistema convencional apresentaram maior porcentagem de 
bulbilhos sem classificação e naqueles do sistema canteiro + aveia observou-se maior 
quantidade de defeitos. 
6. O sistema de plantio direto apresentou menor teor de sólidos solúveis totais. 
 
 
45 
 
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