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Universidade do Sul de Santa Catarina Palhoça UnisulVirtual 2007 Mercados Internacionais III Ásia e Oceania Disciplina na modalidade a distância merc_inter_III.indb 1merc_inter_III.indb 1 13/4/2007 10:50:5613/4/2007 10:50:56 Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Rua João Pereira dos Santos, 303 Palhoça - SC - 88130-475 Fone/fax: (48) 3279-1541 e 3279-1542 E-mail: cursovirtual@unisul.br Site: www.virtual.unisul.br Reitor Unisul Gerson Luiz Joner da Silveira Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Fabian Martins de Castro Pró-Reitor Administrativo Marcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter Campus UnisulVirtual Diretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Administração Renato André Luz Valmir Venício Inácio Bibliotecária Soraya Arruda Waltrick Cerimonial de Formatura Jackson Schuelter Wiggers Coordenação dos Cursos Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Cátia Melissa S. Rodrigues (Auxiliar) Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Itamar Pedro Bevilaqua Janete Elza Felisbino Jucimara Roesler Lilian Cristina Pettres (Auxiliar) Lauro José Ballock Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Mauri Luiz Heerdt Mauro Faccioni Filho Michelle Denise Durieux Lopes Destri Moacir Heerdt Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Patrícia Pozza Raulino Jacó Brüning Rose Clér E. Beche Tade-Ane de Amorim (Disciplinas a Distância) Design Gráfi co Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Evandro Guedes Machado Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Rafael Pessi Vilson Martins Filho Gerência de Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Logística de Encontros Presenciais Marcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli Araldi Graciele Marinês Lindenmayr Guilherme M. B. Pereira José Carlos Teixeira Letícia Cristina Barbosa Kênia Alexandra Costa Hermann Priscila Santos Alves Logística de Materiais Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador) Eduardo Kraus Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (Coordenador) Adriana Silveira Caroline Mendonça Dyego Rachadel Edison Rodrigo Valim Francielle Arruda Gabriela Malinverni Barbieri Josiane Conceição Leal Maria Eugênia Ferreira Celeghin Rachel Lopes C. Pinto Simone Andréa de Castilho Tatiane Silva Vinícius Maycot Serafi m Produção Industrial e Suporte Arthur Emmanuel F. Silveira (Coordenador) Francisco Asp Projetos Corporativos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni (Secretária de Ensino) Ana Luísa Mittelztatt Ana Paula Pereira Djeime Sammer Bortolotti Carla Cristina Sbardella Franciele da Silva Bruchado Grasiela Martins James Marcel Silva Ribeiro Lamuniê Souza Liana Pamplona Marcelo Pereira Marcos Alcides Medeiros Junior Maria Isabel Aragon Olavo Lajús Priscilla Geovana Pagani Silvana Henrique Silva Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) Ricardo Alexandre Bianchini Rodrigo de Barcelos Martins Equipe Didático- pedagógica Capacitação e Apoio Pedagógico à Tutoria Angelita Marçal Flores (Coordenadora) Caroline Batista Enzo de Oliveira Moreira Patrícia Meneghel Vanessa Francine Corrêa Design Instrucional Daniela Erani Monteiro Will (Coordenadora) Carmen Maria Cipriani Pandini Carolina Hoeller da Silva Boeing Dênia Falcão de Bittencourt Flávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Leandro Kingeski Pacheco Ligia Maria Soufen Tumolo Márcia Loch Viviane Bastos Viviani Poyer Núcleo de Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coordenadora) Cristina Klipp de Oliveira Silvana Denise Guimarães Pesquisa e Desenvolvimento Dênia Falcão de Bittencourt (Coordenadora) Núcleo de Acessibilidade Vanessa de Andrade Manuel merc_inter_III.indb 2merc_inter_III.indb 2 13/4/2007 10:51:2013/4/2007 10:51:20 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Mercados Internacionais III – Ásia e Oceania. O material foi elaborado visando a uma aprendizagem autônoma, abordando conteúdos especialmente selecionados e adotando uma linguagem que facilite seu estudo a distância. Por falar em distância, isso não signifi ca que você estará sozinho. Não esqueça que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato sempre que sentir necessidade. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual merc_inter_III.indb 3merc_inter_III.indb 3 13/4/2007 10:51:2113/4/2007 10:51:21 merc_inter_III.indb 4merc_inter_III.indb 4 13/4/2007 10:51:2113/4/2007 10:51:21 Rogério Santos da Costa Palhoça UnisulVirtual 2007 Design instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing Mercados Internacionais III Ásia e Oceania Livro didático merc_inter_III.indb 5merc_inter_III.indb 5 13/4/2007 10:51:2113/4/2007 10:51:21 Copyright © UnisulVirtual 2007 N enhum a parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer m eio sem a prévia autorização desta instituição. Edição --- Livro Didático Professor Conteudista Rogério Santos da Costa Design Instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing ISBN 978-85-60694-34-1 Projeto Gráfico e Capa Equipe UnisulVirtual Diagram ação Vilson Martins Filho Revisão Ortográfica B2B 382 C87 Costa, Rogério Santos da Mercados internacionais III – Ásia e Oceania : livro didático / Rogério Santos da Costa ; design instrucional Carolina Hoeller da Silva Boeing. - Palhoça : UnisulVirtual, 2007. 180 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-60694-34-1 1. Comércio internacional. 2. Ásia – Comércio internacional. 3. Oceania – Comércio internacional. I. Boeing, Carolina Hoeller da Silva. II. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 03 Palavras do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09 Plano de estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 UNIDADE 1 – Oportunidades para grandes negócios: os mercados da Rússia e do Oriente Médio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15 UNIDADE 2 – Um gigante que não pára de crescer: o mercado da China . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65 UNIDADE 3 – Mercados da Índia, Japão e Tigres Asiáticos . . . . . . . . . . . . 93 UNIDADE 4 – Mercados internacionais na Oceania . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141 Para concluir o estudo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 171 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 173 Respostas e comentários das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . 175 Sumário merc_inter_III.indb 7merc_inter_III.indb 7 13/4/2007 10:51:2113/4/2007 10:51:21 merc_inter_III.indb 8merc_inter_III.indb8 13/4/2007 10:51:2113/4/2007 10:51:21 Palavras do professor Prezados e prezadas estudantes, Sejam bem-vindos à disciplina de Mercados Internacionais III – Ásia e Oceania. Nela disciplina você realizará uma tarefa importante em seu aprendizado, que é a de apreender características gerais e específi cas de mercados internacionais selecionados. A disciplina procura ser a mais prática possível, mostrando os mercados internacionais que são destaque na economia mundial, bem como servem de parâmetro para o entendimento de muitos outros com características semelhantes. Desta forma, foram selecionados os mercados da Federação Russa e do Oriente Médio, com destaque para Israel e Arábia Saudita na Unidade 1. Na Unidade 2, o estudo recai inteiramente naquele que é o mercado mais dinâmico e promissor da atualidade, o da China, com destaque para as especifi cidades ao se negociar com os chineses. Na Unidade 3 você apreenderá as especifi cidades dos mercados da Índia, que é, ao lado da China, uma das economias mais promissoras em longo prazo. Também estudará as especifi cidades dos mercados do Japão, que é a segunda maior economia do mundo, bem como de dois dos Tigres asiáticos, Coréia do Sul e Taiwan. Na quarta e última unidade, você estudará as características gerais da Oceania e as especifi cidades dos mercados da Austrália e da Nova Zelândia. merc_inter_III.indb 9merc_inter_III.indb 9 13/4/2007 10:51:2113/4/2007 10:51:21 O foco principal destes estudos de mercado são as questões mais reais dos mercados e seus padrões de concorrência possível. São questões como a dinâmica econômica, a inserção internacional, o tipo de cultura, as características do Comércio Exterior, os principais produtos exportados e importados, bem como as dicas para se fazer um bom contato de negócios em cada mercado selecionado. Será importante que ao fi nal da disciplina estes mercados não estejam tão longe enquanto oportunidades de negócios de Comércio Exterior como estão de distância. Bom estudo! Professor Rogério Santos da Costa merc_inter_III.indb 10merc_inter_III.indb 10 13/4/2007 10:51:2213/4/2007 10:51:22 Plano de estudo O plano de estudo visa a orientá-lo no desenvolvimento da disciplina. Ele possui elementos que o ajudarão a conhecer o contexto da disciplina e a organizar o seu tempo de estudos. O processo de ensino e aprendizagem na UnisulVirtual leva em conta instrumentos que se articulam e se complementam, portanto, a construção de competências se dá sobre a articulação de metodologias e por meio das diversas formas de ação/mediação. São elementos desse processo: o livro didático; o Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA); as atividades de avaliação (a distância, presenciais e de auto-avaliação); o Sistema Tutorial. Ementa Identifi cação, análise e prospecção de mercados para a Ásia e Oceania. Estratégias de internacionalização com países da Ásia e Oceania. Estudos práticos dos principais mercados da Ásia e Oceania. merc_inter_III.indb 11merc_inter_III.indb 11 13/4/2007 10:51:2213/4/2007 10:51:22 12 Objetivos da disciplina Geral Entender as especifi cidades que envolvem a análise e a inserção dos negócios nos mercados da Ásia e Oceania. Específi cos Entender as especifi cidades que marcam a análise dos mercados internacionais da Ásia e da Oceania; Compreender os aspectos estruturais e sistêmicos dos mercados da Ásia e Oceania; Identifi car riscos e oportunidades na prospecção de mercado para a Ásia e Oceania. Carga horária A carga horária total da disciplina é 60 horas-aula. Conteúdo programático/objetivos Veja, a seguir, as unidades que compõem o livro didático desta disciplina e os seus respectivos objetivos. Estes se referem aos resultados que você deverá alcançar ao fi nal de uma etapa de estudo. Os objetivos de cada unidade defi nem o conjunto de conhecimentos que você deverá possuir para o desenvolvimento de habilidades e competências necessárias à sua formação. Unidades de estudo: 4 Unidade 1: Oportunidades para grandes negócios: os mercados da Rússia e do Oriente Médio Nesta unidade você estudará as características gerais, bem como suas especifi cidades, para os mercados da Federação Russa e do Oriente Médio, com ênfase nos mercados de Israel e da Arábia Saudita. merc_inter_III.indb 12merc_inter_III.indb 12 13/4/2007 10:51:2213/4/2007 10:51:22 13 Unidade 2: Um gigante que não pára de crescer: o mercado da China Nesta unidade você observará a análise e a prospecção de negócios no mercado da China, com ênfase nas questões culturais, sociais e políticas que se diferenciam sobremaneira das demais características de mercados até aqui estudados. A percepção da forma de negociar dos chineses será um aspecto em destaque nesta unidade. Unidade 3: Mercados da Índia, Japão e Tigres Asiáticos Na Unidade 3 você conhecerá as perspectivas de negócios para os países elencados, caracterizados de um ponto de vista estrutural e sistêmico, identifi cando e prospectando possibilidades de negócios nestes mercados, principalmente aqueles relacionados ao Comércio Exterior. Dentre os Tigres Asiáticos, as especifi cidades estão por conta dos mercados da Coréia do sul e de Taiwan. Unidade 4: Mercados internacionais na Oceania Nesta unidade serão apresentadas as características gerais da Oceania, buscando evidenciar as perspectivas de negócios em um ambiente heterogêneo, identifi cando os riscos e possibilidades de negócios. Serão estudados especifi camente os mercados da Austrália e da Nova Zelândia. Agenda de atividades/ Cronograma Verifi que com atenção o EVA, organize-se para acessar periodicamente o espaço da disciplina. O sucesso nos seus estudos depende da priorização do tempo para a leitura; da realização de análises e sínteses do conteúdo e da interação com os seus colegas e tutor. Não perca os prazos das atividades. Registre no espaço a seguir as datas, com base no cronograma da disciplina disponibilizado no EVA. Use o quadro para agendar e programar as atividades relativas ao desenvolvimento da disciplina. merc_inter_III.indb 13merc_inter_III.indb 13 13/4/2007 10:51:2213/4/2007 10:51:22 14 Atividades obrigatórias Demais atividades (registro pessoal) merc_inter_III.indb 14merc_inter_III.indb 14 13/4/2007 10:51:2213/4/2007 10:51:22 UNIDADE 1 Oportunidades para grandes negócios: os mercados da Rússia e do Oriente Médio Objetivos de aprendizagem Entender as características gerais da Rússia e do Oriente Médio. Detectar oportunidades e riscos para se negociar nos mercados da Rússia e do Oriente Médio. Seções de estudo Seção 1 Aspectos gerais da Federação Russa. Seção 2 Fatores estruturais e sistêmicos da Rússia e as perspectivas de negócios neste mercado. Seção 3 Aspectos gerais do Oriente Médio. Seção 4 Negócios em países selecionados do Oriente Médio. 1 merc_inter_III.indb 15merc_inter_III.indb 15 13/4/2007 10:51:2213/4/2007 10:51:22 16 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de estudo A disciplina de Mercados Internacionais III – Ásia e Oceania está iniciando, e nela você terá a oportunidade de colocar muitos aprendizados em prática. Dentre eles, será importante a agregação de conceitos apreendidos na disciplina de Mercados II, principalmente os fatores determinantes da competitividade. A longa distância que separa o ocidente dos países da Ásia e da Oceania não é mais um empecilho para se negociar com estes mercados. O processo de mundialização na área econômica, cultural e de telecomunicações tem colocado o mundo cada vez mais entrelaçado em diferentes níveis. Já são conhecidas várias das especifi cidades dos povos orientais por parte dos ocidentais e estes já são igualmente conhecidos do povo oriental. No entanto, particularmente para os países orientais, o conhecimento específi co é fundamental e um grande divisor de águas entre um negócio bem-sucedido e um negóciofracassado. Isto remete ao estudo destes mercados a partir dos seguintes questionamentos: Quais são as características gerais e específi cas dos principais países da Ásia e da Oceania? O que é geral e o que é específi co de cada mercado? Qual é o alcance das ferramentas ocidentais de análise de mercados internacionais para estes mercados? O que é importante fazer e não fazer ao se negociar em mercados da Ásia e da Oceania? As quatro unidades deste livro didático pretendem indicar respostas a estas perguntas. Nesta primeira unidade, você inicia seus estudos sobre os mercados da Ásia e Oceania. Diferentemente dos demais estudos de Mercados Internacionais do Curso de Gestão de Comércio Exterior, que possuem certa homogeneidade, como as Américas, a Europa e a África, os estudos dos mercados da Ásia e Oceania são muito mais complexos, por ser uma região bastante grande e com heterogeneidade histórica. merc_inter_III.indb 16merc_inter_III.indb 16 13/4/2007 10:51:2313/4/2007 10:51:23 17 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Desta forma, os estudos de mercado desta região foram segmentados, para mostrar a você que certas partes possuem características semelhantes e que podem agregar estudos e análises mais confi áveis. É desta forma que, nesta unidade, os estudos iniciam com a Federação Russa e o Oriente Médio. Esta unidade está dividida em três seções. Na primeira você estudará os aspectos gerais, estruturais e sistêmicos dos mercados da Federação Russa e do Oriente Médio. A seção 2 está reservada para o estudo do mercado da Federação Russa em particular, buscando aprofundar as especifi cidades que marcam um dos mais promissores espaços de negócios da atualidade, suas oportunidades e riscos. Na última seção, você estudará as capacidades de negócios com países do Oriente Médio, com destaque para Israel e Arábia Saudita. Siga em frente e bons estudos! merc_inter_III.indb 17merc_inter_III.indb 17 13/4/2007 10:51:2313/4/2007 10:51:23 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 1 – Aspectos gerais da Federação Russa A Ásia é o maior continente do mundo, e por sua extensão possui algumas subdivisões convencionadas pela Organização das Nações Unidas, conforme fi gura a seguir. Ásia setentrional Ásia central Ásia ocidental Ásia meridional Ásia oriental Sudeste da Ásia Figura 1.1: Ásia e suas subdivisões: critério da ONU Como você pode observar na fi gura 1.2 a seguir, a Rússia é sozinha na Ásia setentrional e possui uma grande faixa territorial do continente. Pelas suas proporções, vários climas, histórias, culturas e dialetos são observados no seu território. Acesse o arquivo do livro didático na midiateca e veja este mapa colorido. merc_inter_III.indb 18merc_inter_III.indb 18 13/4/2007 10:51:2313/4/2007 10:51:23 19 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Figura 1.2: Federação Russa no mundo Figura 1.3: Federação Russa na Ásia Informações gerais. Nome ofi cial: Federação Russa (Rossíyskaya Federátsiya). Forma de governo: Democracia Federal. Localização: uma parte no leste da Europa e outra no norte da Ásia. Área: 17.075.400 km². Capital: Moscou. Data nacional: 12 de junho (Dia da Pátria). Fuso horário: + 6 horas em relação a Brasília. merc_inter_III.indb 19merc_inter_III.indb 19 13/4/2007 10:51:2413/4/2007 10:51:24 20 Universidade do Sul de Santa Catarina Clima: subpolar (extremo norte), temperado continental (maior parte), de montanha (centro). Principais cidades (2005): Moscou (10.342.151 hab.), São Petersburgo (4.661.219 hab.), Novosibirsk (1.425.508 hab.), Ninji Novgorov (1.311.252 hab.) e Yekaterinburgo (1.293.537 hab.). Nacionalidade: russa. População: 142.800.000 habitantes (2006). Densidade demográfi ca: 8,3 hab./km². Composição da população: russos 79,8%, tártaros 3,8%, ucranianos 2%, bashkir 1,2%, outros 13,2%. Religião: cristianismo (a maior parte ortodoxa) 72,1%, islamismo 10%, judaísmo 0,4%, outras 17,2% . Crescimento demográfi co: - 0,2% (1995-2000). Taxa de analfabetismo: 0,6%. Moeda: Rublo. Produto Interno Bruto (PIB): US$ 763.720 bilhões (2005). Renda per capita: US$ 4.460 (2005). IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,795 (2005 – médio). Setores do PIB: agricultura 5,6%, indústria 38% e serviços 56,4%. Produtos agrícolas: batata, trigo, cevada, outros cereais Pecuária: suínos, bovinos, ovinos, aves Mineração: cobre, minério de ferro, níquel, turfa, alumina, carvão, gás natural, petróleo. Indústria: alimentícia, máquinas, siderúrgica (ferro e aço), equipamentos de transporte, química Exportações: US$ 243.600 bilhões (35,3% do PIB) Importações: US$ 125.303 bilhões (21,5% do PIB) merc_inter_III.indb 20merc_inter_III.indb 20 13/4/2007 10:51:2513/4/2007 10:51:25 21 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Você sabia? A Federação Russa, ou simplesmente Rússia, é o maior país do mundo em termos territoriais, representando cerca de metade do continente europeu e 1/3 da Ásia (representa a Ásia setentrional). Faz parte também de seu território o enclave de Kaliningrado, na zona do Mar Báltico, e um grande número de ilhas e arquipélagos árticos, com destaque para a Terra de Francisco José, as ilhas da Novaya Zemlya, a ilha de Kolguev, o arquipélago da Terra do Norte, as ilhas da Nova Sibéria e a ilha de Wrangell. Além disto, possui várias ilhas e arquipélagos no Extremo Oriente, como a ilha Sacalina, as ilhas Curilas e as ilhas Komandorskie. Em função da sua extensão, a Federação Russa possui uma variedade bastante grande no clima, com média anual de temperatura em torno de 5° C. No extremo norte se encontra a parte mais fria da região, a Sibéria. As temperaturas lá chegam a 40 graus negativos. Quanto mais se vai para a parte sul, mais quente fi ca o clima, havendo campos e estepes onde as temperaturas chegam aos 8 graus negativos. O verão dos russos não é muito rigoroso, em torno de 25° C, mas já se registram temperaturas de mais de 40° C. Na Federação Russa se observam quatro climas diferentes: ártico, subártico, temperado e subtropical. E as estações possuem as seguintes especifi cidades: inverno longo e com muita neve; primavera temperada; verão curto e quente; outono chuvoso. No centro da Federação Russa encontram-se as fl orestas mais claras, mistas, dominadas por bétulas, álamos, carvalhos. As fl orestas das zonas centrais estão divididas por estepes, que em sua maioria são lavradas e semeadas por trigo, centeio, milho, girassóis e outros. O relevo é variado, e há o domínio de planícies e vales em quase todo o território. As planícies do Leste-Europeu e da Oeste- Siberiana, divididas pelos montes Urais, são as maiores do planeta. O ponto mais alto é o monte Elbrus, que chega a uma altitude de 5.642 m. merc_inter_III.indb 21merc_inter_III.indb 21 13/4/2007 10:51:2613/4/2007 10:51:26 22 Universidade do Sul de Santa Catarina É importante destacar que a história da Rússia é bastante longa e curiosa, e para o propósito dos estudos desta disciplina pode ser dividida em três grandes partes: antes da revolução de 1917; da revolução até a dissolução da URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) em 1991; de 1991 até nossos dias. A formação do povo Russo está basicamente originada nos eslavos do leste e nos povos fi no-ugrianos, que nos séculos X e XI fundaram o principado de Kiev, um dos mais prósperos da época e o maior da Europa. Esta região sofre um processo de desorganização territorial e é novamente unifi cada sob o eixo do Principado de Moscovo. A era dos czares iniciou em meados do século XVI, com Ivan, o Terrível. Na dinastia de Romanov, iniciada em 1613, tem também início o período da Rússia Imperial. Esta era dos czares vai até o período da Primeira Guerra Mundial, com Nicolau II, que é deposto na revolução de outubro de 1917, marco do início da instauração do chamado regime comunista e da formação da URSS (Uniãodas Repúblicas Socialistas Soviéticas). Se por um lado a formação do povo e Estado russos é fundamental para que você compreenda as formas de negociação neste mercado, não menos importante é entender o desenvolvimento da URSS até o fi m do século passado. Muitas das mazelas que assolam o mercado russo são resquícios e vícios do desmoronamento do regime soviético. A fase que vai da Revolução Russa em 1917 até a Segunda Guerra Mundial é de acomodação interna, desconfi ança e luta no ambito internacional. Os soviéticos tentaram implantar um regime semelhante ao comunismo descrito por muitos cientistas políticos e economistas, como Karl Marx. O objetivo central era ter a propriedade dos meios de produção como patrimônio coletivo, e o resultado da produção deveria ser revertido em prol de toda a população, conforme suas necessidades. merc_inter_III.indb 22merc_inter_III.indb 22 13/4/2007 10:51:2713/4/2007 10:51:27 23 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Na prática, uma das conseqüências deste modelo foi o engrandecimento da máquina estatal e a formação de uma burocracia e um grupo político ligados ao Partido Comunista Soviético, detentores das melhores condições de inserção social. O refl exo da URSS na sociedade internacional foi de represália. No entanto, a emergência da Alemanha nazista deixou esta luta em segundo plano, tendo os soviéticos um papel importante na derrubada do regime e nas pretensões hegemônicas de Hitler. Pouco tempo depois da Segunda Guerra Mundial, iniciou- se uma era marcante para as relações internacionais, que foi o período da Guerra Fria. Ele fi cou conhecido como o período da bipolaridade entre os soviéticos e os Estados Unidos da América, este o principal vencedor da Segunda Guerra e o principal país capitalista. A forma como se desenvolveu a luta entre estas duas potências marcou uma escalada armamentista nuclear sem precedentes. Os demais Estados ou gravitavam sob a infl uência soviética ou sob a infl uência dos estadunidenses. Ao rivalizar com os EUA numa corrida armamentista nuclear sem vencedores, a URSS se viu obrigada a relegar a segundo plano suas tentativas e recursos para montar uma sociedade sob a perspectiva comunista. Na década de 80 iniciaram-se amplas mudanças na área econômica e política na URSS, sob o comando de Mikhail Sergueievich Gorbachev, presidente de 1985 a 1991. Na esteira deste processo, várias repúblicas soviéticas, principalmente da Europa do Leste (estudadas na disciplina de Mercados Internacionais II – Europa e África), passaram a se revoltar contra o poder central soviético e, após a queda do muro de Berlim em 1989, viveram seus processos de independência da URSS. Em 1991, a URSS deixa de existir e surge no seu lugar a Federação Russa, herdeira de um arsenal nuclear gigantesco, de uma estrutura econômica em deterioração e de uma estrutura burocrática cheia de vícios e com tendências de corrupção. merc_inter_III.indb 23merc_inter_III.indb 23 13/4/2007 10:51:2713/4/2007 10:51:27 24 Universidade do Sul de Santa Catarina Sob a liderança de Boris Yeltsin, a Rússia passou a abrir sua economia e a tentar uma maior integração com o restante do mundo capitalista. Várias empresas e setores estatais foram privatizados e muitas das maiores corporações internacionais fi zeram investimentos no país. No entanto, a Rússia foi uma das economias que mais sofreu a instabilidade fi nanceira internacional que se iniciou em meados da década de 90 no México e se agravou com os tigres asiáticos. A Argentina e o Brasil foram os seguintes. Para a Rússia, o endividamento e a desestruturação macroeconômica foram os efeitos mais danosos, com envolvimento do Fundo Monetário Internacional e tentativas de rearranjos da dívida externa. Ainda na segunda metade da década de 90, a União Européia e os EUA iniciaram um processo de aproximação com a Rússia, resultando em sua entrada no G7, hoje G8, grupo das sete maiores economias industrializadas mais a Rússia. A partir de 2000, assumiu a presidência Vladimir Putin, e o país foi retomando sua condição de potência e importância nas relações internacionais, com amplos refl exos para a sua economia e para as possibilidades de negócios na região. Seção 2 - Fatores estruturais e sistêmicos da Rússia e as perspectivas de negócios neste mercado Nesta seção você poderá avaliar alguns aspectos do mercado da Federação Russa que remetem a riscos e oportunidades de negócios. A base de análise é a descrita em Mercados Internacionais II – Europa e África por Antônio Carlos Ferraz, mas sem a preocupação de amarrar o modelo às necessidades de análise. Ou seja, serão apontados aqueles fatores sistêmicos e estruturais importantes e mais confi áveis para o mercado russo. É importante, antes de mais nada, saber onde e o que buscar, pois as características de um mercado internacional podem sofrer transformações importantes de tempos em tempos ou até de um ano para outro. merc_inter_III.indb 24merc_inter_III.indb 24 13/4/2007 10:51:2813/4/2007 10:51:28 25 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 O mercado russo possui características de um mercado emergente, ou os chamados países com industrialização recente. As difi culdades da economia russa do período posterior à dissolução da URSS estão cada vez mais entrando num nível de estabilidade, o que possibilita a você um grau razoável de confi ança em fazer negócios lá. Quadro 1.1: Federação Russa: indicadores macroeconômicos Indicador 2000 2004 2005 Evolução do PIB (bilhões US$) 250,3 491,0 763,7 Taxa de crescimento do PIB (%) 10,0 7,1 6,4 Evolução do PIB per capita US$ 1.710 US$ 3.410 US$ 4.460 Produção industrial (% cresc.) 4,9 8,3 4,0 Investimento em capital fi xo (% PIB) 8,7 10,9 10,5 Infl ação (taxa anual) 18,6 11,7 10,9 Taxa de juros de longo prazo (ao ano) 35,16 7,79 Nd Taxa de desemprego (% PEA) 10,5 8,2 7,6 Fontes: OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico; FMI - Fundo Mon- etário Internacional, BIRD - Banco Mundial. Os indicadores macroeconômicos da Federação Russa listados no quadro 1.1 não deixam dúvidas quanto à força daquele mercado. Desde a entrada do atual presidente, Vladimir Putin, a economia russa tem mostrado um grande dinamismo. Em 2000, o PIB estava na casa de 250 bilhões de dólares, e chegou em 2005 em mais de 750 bilhões de dólares, o que foi conseguido graças a taxas excepcionais de crescimento anual. Apesar de em declínio, saindo de um crescimento de 10% em 2000 para um de 6,4% em 2005, a economia russa continua sua rota de crescimento bastante acelerado e sem perspectivas de arrefecimento. O PIB per capita resulta, por um lado, dessa pujança da economia nos últimos anos, e, por outro, da signifi cativa estagnação e até redução do ritmo de crescimento da população do país. O resultado é um índice que demonstra boas perspectivas de consumo no país. merc_inter_III.indb 25merc_inter_III.indb 25 13/4/2007 10:51:2813/4/2007 10:51:28 26 Universidade do Sul de Santa Catarina Outros indicadores importantes do quadro 1.1 demonstram o quanto caminha para a estabilidade a economia russa. A infl ação passou de 18,6% em 2000 para 10,9% em 2005, e os dados em consolidação de 2006 mostram a continuidade desta tendência, chegando à casa de um dígito. Com a infl ação em queda e estabilizando, com taxas de formação bruta de capital fi xo em alta, os níveis de desemprego e de taxas de juros tendem a se manter em patamares relativamente bons para a economia russa. Apesar disto, ainda é considerado baixo o nível de investimentos em capital fi xo comparado a países emergentes. Isto demonstra uma necessidade de acompanhamento das tendências nesta área, tanto para a oportunidade de negócios na indústria de bens de capital como para acompanhar a demanda agregada, que estaria vinculada ao aumento destes níveis de investimento. Você sabia? O Banco Mundial temacompanhado sistematicamente a evolução de mercados como o da Rússia e emite relatórios que mostram estas tendências. É preciso estar atento e acompanhar. Em termos setoriais e com dados de 2005 do Banco Mundial, a indústria emprega cerca de 39% da mão-de-obra total, a agricultura 11%, e cerca de 50% está no setor de serviços. Dentro deste, destaque para a educação e a saúde, que respondem por 20% do total da mão-de-obra empregada. Por possuir uma das maiores reservas de petróleo do mundo, as atividades ligadas a este produto são as grandes dinamizadoras da economia russa nos últimos anos. Este fato tem sido acrescido pela conjuntura amplamente favorável, ao menos até fi nais de 2006, com altos patamares dos preços do petróleo no mercado internacional. – Mas até que ponto o país se manterá nest e ritmo? Esta é a questão a ser perseguida e respondida. merc_inter_III.indb 26merc_inter_III.indb 26 13/4/2007 10:51:2913/4/2007 10:51:29 27 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Tudo indica que a Federação Russa está sabendo aproveitar situação favorável, e mantendo uma política econômica pautada no equilíbrio das contas públicas, estabilidade da dívida externa e investimentos em reestruturação produtiva. É possível detectar, segundo relatório do Banco Mundial, uma crescente tendência ao aumento dos níveis de produtividade na indústria manufatureira, o que indica o fortalecimento e oportunidades de negócios ligados a alta tecnologia. Um dos graves problemas a ser enfrentado pelo Estado e pela sociedade russa é a seguridade social, pois a tendência é de um crescente defi cit em função das taxas negativas de crescimento populacional, principalmente. Neste sentido, investimentos na área podem ser importantes fontes de negócios futuros. Quadro 1.2 - Federação Russa: resultados de comércio exterior Comércio exterior 2001 2002 2003 2004 2005 Exportações 82.538 107.224 131.469 166.370 239.277 Importações 36.889 45.508 56.677 69.055 97.405 Saldo comercial 45.650 61.717 74.792 97.315 141.872 Intercâmbio comercial 119.427 152.732 188.146 235.425 336.682 Reservas internacionais 32.500 44.100 73.200 120.800 175.900 Fonte: Fundo Monetário Internacional, 2005. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br>. Acesso em: 01 mar. 2007. - 50.000 100.000 150.000 200.000 250.000 300.000 350.000 400.000 2001 2002 2003 2004 2005 Ano V al or es (b ilh õe s U S $) Exportações Importações Saldo Comercial Intercâmbio Comercial Reservas Internacionais Figura 1.4: Rússia: comércio exterior, 2001-2005 Acesse o arquivo do livro didático na midiateca e veja este grafi co colorido. merc_inter_III.indb 27merc_inter_III.indb 27 13/4/2007 10:51:3013/4/2007 10:51:30 28 Universidade do Sul de Santa Catarina A performance de comércio exterior da Rússia é bastante convidativa para negócios. Desde o início do novo milênio, amparado na política econômica de Vladimir Putin, encontrando forte amparo nas exportações de petróleo e conseguindo equacionar e estabilizar o impacto da dívida externa, o mercado russo possui indicadores de comércio exterior muito bons. O quadro 1.2 mostra um crescimento de quatro vezes das exportações. E as importações triplicaram, o mesmo ocorrendo com o intercâmbio comercial. O resultado foi um crescimento das reservas cambiais de quase seis vezes, passando de 32 bilhões de dólares em 2001 para praticamente 176 bilhões de dólares em 2005. Estes indicadores, cujos crescimentos saltam aos olhos na fi gura 1.4, são indicativos da importância do comércio exterior da Federação Russa e das crescentes oportunidades de negócios neste mercado. Os negócios com a Rússia não se dão apenas numa relação direta de exportação ou importação, mas, cada vez mais, a implantação de uma empresa na Rússia e a posterior exportação para terceiros países torna-se um negócio lucrativo, com níveis de risco decrescentes a partir da consolidação da nova sociedade e de sua economia. Quadro 1.3: Federação Russa - principais destinos das exportações – 2005 País Valor (US$ bilhões) Percentual do total Países Baixos 24.564 10,30% Alemanha 19.747 8,30% Itália 18.959 7,90% China 13.049 5,50% Ucrânia 12.378 5,20% Turquia 10.859 4,50% Suíça 10.462 4,40% Polônia 8.621 3,60% Reino Unido 8.288 3,50% Belarus 8.095 3,40% Finlândia 7.672 3,20% Estados Unidos 7.475 3,10% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. merc_inter_III.indb 28merc_inter_III.indb 28 13/4/2007 10:51:3213/4/2007 10:51:32 29 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 O quadro 1.3 expõe os principais destinos das exportações da Rússia, com destaque para os países europeus, Turquia e China. Estes podem ser parceiros potenciais receptores de negócios a partir de uma base no mercado russo, aproveitando suas vantagens competitivas e sua estruturação econômica crescente. Quadro 1.4: Federação Russa - principais origens das importações – 2005 País Valor (US$ bilhões) Percentual do total Ucrânia 7.776 8,0% China 7.239 7,4% Japão 5.841 6,0% Belarus 4.614 4,7% Estados Unidos 4.571 4,7% Itália 4.436 4,6% Coréia do Sul 3.997 4,1% França 3.671 3,8% Cazaquistão 3.210 3,3% Finlândia 3.078 3,2% Reino Unido 2.773 2,8% Polônia 2.744 2,8% Brasil 2.342 2,4% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br > Acesso em: 01 mar. 2007. Já o quadro 1.4 aponta as principais origens das importações da Rússia, com uma mudança signifi cativa. Ao invés da predominância de países e destinos europeus, a origem das importações da Rússia tem uma grande importância dos países asiáticos orientais, como Japão e China. Além disto, as importações dos países que são ex-repúblicas socialistas soviéticas são também signifi cativas, o que demonstra uma continuidade das relações entre estes Estados, agora em outra dimensão. Cabe notar ainda que uma das mais importantes fontes de mercadorias estrangeiras com destino à Rússia é o Brasil, que tem dedicado esforços para o estreitamento de suas relações. merc_inter_III.indb 29merc_inter_III.indb 29 13/4/2007 10:51:3213/4/2007 10:51:32 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Os ramos econômicos ligados a produção de alimentos são os grandes destaques da relação entre o Brasil e a Federação Russa. Isto tende a aumentar na medida em que se estreitam as relações diplomáticas entre ambos, o que tem ocorrido nos últimos cinco anos. Quadro 1.5: Federação Russa - principais produtos exportados (2004; US$ milhões, fob) Produto Valor % Combustíveis, óleos e ceras minerais 90.760 50,0% Ferro fundido, ferro e aço 15.974 8,8% Alumínio e suas obras 4.876 2,7% Madeira, carvão vegetal e obras de madeira 4.524 2,5% Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 3.714 2,0% Níquel e suas obras 3.254 1,8% Adubos ou fertilizantes 2.841 1,6% Produtos químicos orgânicos 2.205 1,2% Cobre e suas obras 2.095 1,2% Veículos automóveis, tratores, ciclos 1.716 0,9% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 1.674 0,9% Obras de ferro fundido ou aço 1.446 0,8% Produtos químicos inorgânicos 1.415 0,8% Papel e cartão, obras de pasta de celulose, de papel ou de cartão 1.184 0,7% Borracha e suas obras 1.156 0,6% Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes 769 0,4% Pastas de madeira ou de outras matérias fi brosas celulósicas 695 0,4% Plásticos e suas obras 689 0,4% Instrumentos e aparelhos de óptica e fotografi a 671 0,4% Outros metais comuns, ceramais 655 0,4% Cereais 646 0,4% Subtotal 142.960 78,7% Demais produtos 38.674 21,3% Total geral 181.634 100,0% Fonte: Fundo Monetário Internacional.Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. Dos produtos exportados pela Rússia, é grande o destaque do petróleo e seus derivados. Como afi rmado anteriormente, isto indica a relação bastante estreita que existe entre esta atividade e o ritmo de crescimento da economia russa. Um acompanhamento deste mercado tem que ser feito paralelamente ao acompanhamento da própria economia da Federação Russa, merc_inter_III.indb 30merc_inter_III.indb 30 13/4/2007 10:51:3313/4/2007 10:51:33 31 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 para que exista possibilidade de antecipação de acontecimentos internacionais que afetariam esta economia. Uma diminuição nos preços do petróleo, por exemplo, além de trazer problemas para o ritmo de crescimento da economia russa, afetaria sobremaneira sua capacidade de importação, o que poderia retrair negócios feitos neste mercado. Quadro 1.6: Federação Russa - principais produtos importados (2004; US$ milhões, cif) Produto Valor % Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 11.091 14,7% Veículos automóveis, tratores, ciclos 7.486 9,9% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 6.738 8,9% Produtos farmacêuticos 2.858 3,8% Plásticos e suas obras 2.332 3,1% Carnes e miudezas comestíveis 2.248 3,0% Instrumentos e aparelhos de óptica, foto, precisão e médicos 2.065 2,7% Obras de ferro fundido, ferro ou aço 1.985 2,6% Ferro fundido, ferro e aço 1.853 2,5% Combustíveis, óleos e ceras minerais 1.800 2,4% Papel e cartão, obras de pasta celulósica 1.772 2,3% Frutas, cascas de cítricos e de melões 1.565 2,1% Produtos químicos inorgânicos 1.350 1,8% Óleos essenciais e resinóides, produtos para perfumaria 1.206 1,6% Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres 1.132 1,5% Minérios, escórias e cinzas 1.080 1,4% Leite e laticínios, ovos de aves; mel natural 758 1,0% Fumo (tabaco) e seus sucedâneos manufaturados 757 1,0% Veículos e material para vias férreas ou semelhantes 751 1,0% Produtos diversos das indústrias químicas 748 1,0% Extratos tanantes e tintoriais 747 1,0% Móveis, mobiliário médido-cirúrgico, colchões 737 1,0% Açúcares e produtos de confeitaria 727 1,0% Borracha e suas obras 689 0,9% Peixes e crustáceos, moluscos e os outros invertebrados aquáticos 643 0,9% Preparações alimentícias diversas 639 0,8% Preparações de produtos hortícolas, de frutas 598 0,8% Produtos químicos orgânicos 577 0,8% Gorduras, óleos e ceras animais ou vegetais 545 0,7% Livros, jornais, gravuras e outros produtos das indústrias gráfi cas 530 0,7% Cacau e suas preparações 501 0,7% Vidro e suas obras 467 0,6% Produtos hortícolas, plantas, raízes e tubérculos, comestíveis 466 0,6% Brinquedos, jogos, artigos para divertimento ou para esporte 463 0,6% Cereais 456 0,6% Alumínio e suas obras 449 0,6% merc_inter_III.indb 31merc_inter_III.indb 31 13/4/2007 10:51:3313/4/2007 10:51:33 32 Universidade do Sul de Santa Catarina Subtotal 60.806 80,5% Demais produtos 14.775 19,5% Total geral 75.581 100,0% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. Pelo lado das importações, os três primeiros produtos estão diretamente ligados à área de formação bruta de capital fi xo, o que é característico de economias em expansão e que estão acelerando processos de substituição de importação. Ou seja, a indústria de máquinas e equipamentos é uma grande oportunidade para investimentos e negócios no mercado russo. Por fi m, negociar em mercados internacionais exige entender algumas especifi cidades dos negociadores e das negociações em cada mercado escolhido. A seguir você poderá observar algumas dicas importantes elaboradas por Acuff (2004, pp.185-186) para que se tenha boas negociações no mercado russo. – Os russos têm reputação de serem pessoas calorosas e inteligentes, mas não de trabalhadores diligentes com iniciativa. – Marque encontros com antecipação e seja pontual. – Os assuntos de negócios precisam passar pelos ministérios apropriados e tramitam lentamente pelo aparelho burocrático. – Exige-se um investimento de tempo considerável por parte dos executivos graduados da sua empresa. Os russos prezam muito a posição social e querem negociar com as autoridades. Use o título mais impressionante que sua empresa possa lhe outorgar. – As apresentações devem se basear em dados e estar repletas de detalhes técnicos. Prepare-se para defender aspectos técnicos e normas de desempenho, particularmente de produtos de alta tecnologia. Os russos querem conhecer tudo sobre o produto que estão comprando. Considere a possibilidade de levar um especialista. – Ao contrário das negociações em muitas outras culturas, não há necessidade de estabelecer – nem o seu interlocutor russo espera – um relacionamento pessoal de longo prazo. – Reserve bastante espaço para negociar. As exigências iniciais dos russos costumam ser exageradas. merc_inter_III.indb 32merc_inter_III.indb 32 13/4/2007 10:51:3313/4/2007 10:51:33 33 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 – Se você é o vendedor, tente descobrir se há, de fato, genuíno interesse e capacidade de pagar pelo seu produto ou serviço. Evite fornecer informações detalhadas se você sente que o seu interlocutor apenas está procurando informações ao invés de um acordo. – Se o seu interlocutor precisa do seu produto, e especialmente se é de alta tecnologia, o preço pode ser menos problemático que em outros países. Os russos estão muito atrasados em relação à tecnologia do Ocidente. – Seja paciente, já que normalmente a autoridade dos negociadores russos é limitada e eles precisam consultar a sede da sua organização com freqüência. Também deve esperar que os russos sejam lentos em fazer concessões. – Provavelmente será necessário esperar bastante tempo pelas respostas a suas propostas. A tática de postergar decisões é empregada freqüentemente. – Outra tática comum é confrontar a sua proposta com a dos seus concorrentes, cujas cotações às vezes são reveladas. Nesses casos, destaque as vantagens na qualidade do seu produto e outros aspectos que mostram a sua superioridade. – Os negociadores russos primeiro obtêm concessões do seu concorrente mais fraco e posteriormente exigem que você faça as “concessões necessárias”. – Consiga assessoria sobre os aspectos fi nanceiros do negócio. Um dos seus maiores problemas ao fazer negócios na Rússia é como será feito o pagamento. Ninguém quer rublos. [...] É provável que seja necessária mais uma viagem no mínimo à Rússia antes que o negócio seja fechado. É possível que seja preciso esperar alguns anos para estabelecer um negócio ou uma joint venture. – [...] Verifi que várias vezes se todos os detalhes estão resolvidos antes de fechar um acordo. Freqüentemente surgem exigências de última hora, apesar de você achar que todos os detalhes foram resolvidos. – Pode-se esperar que o espírito – se não a letra – do acordo seja cumprido. (ACUFF: 2004, pp.185-186) Cabe salientar ainda algumas dicas para se pensar em negociar com a Rússia do ponto de vista de sua situação sistêmica, mais precisamente da condição sociopolítica interna e de sua inserção internacional. Joint venture é uma associação empresarial com fi ns lucrativos entre duas ou mais empresas com fi nalidade específi ca em um determinado negócio ou empreendimento, o que não caracteriza uma nova empresa ou sociedade comercial, pois são mantidas as autonomias jurídicas dos associados. merc_inter_III.indb 33merc_inter_III.indb 33 13/4/2007 10:51:3413/4/2007 10:51:34 34 Universidade do Sul de Santa Catarina A sociedade russa está vivendo um processo semelhante àquele vivido pelos povos da Europa Oriental, que você estudou em Mercados Internacionais II – Europa e África. São sociedades que passaram há pouco mais de quinze anos por uma economia centralizada, e por mais de cinqüenta anos sem a criação deuma cultura de negócios de mercado. Ou seja, estão dando ótimas oportunidades de negócios porque passam por um momento de consumo de produtos e necessidades até então distantes da sua realidade. Aliada a isto, está a perspectiva de uma estabilidade bastante forte em termos econômicos, o que indica uma boa capacidade de negócios sustentáveis. Do ponto de vista da inserção internacional é que temos uma das características mais marcantes da Federação Russa. O fato de ter sido vencedora da Segunda Guerra junto com os aliados e de ter se tornado potência nuclear durante a existência da URSS e após a Guerra, deu um status de potência à Federação Russa na atualidade. Tanto é assim que, apesar de não fi gurar ainda entre as dez maiores economias do planeta, é um dos mais recentes sócios do chamado G7 (ou G8), como comentado na seção anterior. Outra herança da época da URSS é o assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que sinaliza a medida de potência que emergiu com a URSS e se mantém ainda com a Federação Russa. Por fi m, é importante ter em mente que algumas oportunidades não-padronizadas de negócios na Rússia podem se tornar um gol contra no mercado internacional. Traduzindo: por ter se desmantelado todo um sistema político, econômico e social da URSS, a emergência de uma nova sociedade está muito arraigada em vícios e corrupções. No entanto, assim como foi destacado para o mercado da África na disciplina de Mercados Internacionais II, é importante saber que esta estratégia é geralmente bastante discriminada internacionalmente, podendo, e geralmente o fazendo, manchar a imagem internacional de uma empresa ou produto e fechar as portas para negócios em mercados internacionais. merc_inter_III.indb 34merc_inter_III.indb 34 13/4/2007 10:51:3513/4/2007 10:51:35 35 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Na próxima seção você conhecerá um pouco das especifi cidades da região e de mercados selecionados do Oriente Médio. Seção 3 – Aspectos gerais do Oriente Médio O Oriente Médio (em Árabe, Mashrek) defi ne uma parte territorial na Ásia que vai do leste do Mediterrâneo até ao Golfo Pérsico, também conhecida como Ásia Ocidental. Localiza-se na confl uência de três continentes: Europa, Ásia e África. Apesar de ser uma das regiões mais conhecidas do mundo, em função de seus históricos confl itos armados, a delimitação territorial é difi cultada porque são vários os critérios utilizados. Conforme se verifi ca na fi gura 1.5, que representa o Oriente Médio em relação ao mundo, existe uma delimitação clássica e outras utilizadas em função de objetivos específi cos, seja do Grupo dos 8 ou em termos de infl uência na região. Figura 1.5 – Oriente Médio no mundo merc_inter_III.indb 35merc_inter_III.indb 35 13/4/2007 10:51:3713/4/2007 10:51:37 36 Universidade do Sul de Santa Catarina A fi gura 1.6 mostra as delimitações e fronteiras do Oriente Médio, com destaque para os países árabes e Israel. A Turquia, apesar de ter a maior parte de seu território ligado à região, é analisado como país europeu, seja pela suas atuais ligações econômicas com aquele continente, seja pela sua aproximação e tendência a virar membro da União Européia. Figura 1.6 – Mapa do Oriente Médio Assim, pode-se situar o Oriente Médio como composto pelos seguintes países: Afeganistão - capital Cabul; Arábia Saudita - capital Riade; Azerbaijão – capital Baku; Bahrein – capital Manama; Egito – capital Cairo; Emirados Árabes Unidos – capital Dubai; Iêmen – capital Sana; merc_inter_III.indb 36merc_inter_III.indb 36 13/4/2007 10:51:3813/4/2007 10:51:38 37 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Israel – capital Jerusalém (reivindicado) ou Tel Aviv-Yafo; Irã – capital Teerã; Iraque – capital Bagdá; Jordânia – capital Amã; Kuwait – capital Al Kuwait; Líbano – capital Beirute; Palestina (incluindo Cisjordânia e Faixa de Gaza) – capital Jerusalém (reivindicado); Oman – capital Mascate; Qatar – capital Doha; Quirguízia – capital Bishkek; Síria – capital Damasco; Tadjiquistão – capital Dushanbe; Turcomênia – capital Asgabat; Uzbequistão – capital Tashkent. Os países africanos do Magrebe (Argélia, Líbia, Marrocos e Tunísia), bem como a Mauritânia, o Sudão e a Somália, geralmente são ligados ao Oriente Médio em função de suas vinculações históricas, culturais e religiosas (leia-se islamismo), assim como o Paquistão e Bangladesh, estes localizados no sul da Ásia. Já Turquia, Armênia, Chipre e a Geórgia, mesmo estando perto do ponto de vista geográfi co, normalmente são considerados mais próximos da Europa. A história da região é repleta de detalhes, mas certamente pode ser dividida entre antes e depois da Segunda Guerra Mundial. Até este momento, a região e seus povos fi caram sob a tutela de grandes impérios, desde os romanos, passando pelos otomanos e alcançando o império britânico. merc_inter_III.indb 37merc_inter_III.indb 37 13/4/2007 10:51:4513/4/2007 10:51:45 38 Universidade do Sul de Santa Catarina Existe uma origem cultural, étnica e religiosa bastante ampla, reunindo povos conhecidos, como árabes, judeus, persas, turcos, curdos e uzbeks. Além disto, três das mais importantes religiões do mundo possuem grande presença na região: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo. A região conhecida como Palestina, abriga a cidade de Jerusalém, que é tida como sagrada e terra prometida pelos fundadores e grandes infl uenciadores das três religiões. Apesar das diferenças religiosas estarem, na maioria dos casos, associadas às causas dos grandes confl itos na região, principalmente entre judeus e árabes, este não é o fator mais relevante, e sim a confi guração política e econômica regional e internacional. Após a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra passou a ser a potência com infl uência na região, estreitando sua relação com o povo judeu e servindo de apêndice para que este povo formasse seu Estado na região sagrada. Após a Segunda Guerra Mundial, os ingleses passaram a incentivar e acelerar o deslocamento de judeus, principalmente oriundos da Europa, para a região da Palestina. Em 1947, já havia mais de 2 milhões de judeus instalados ali, e neste ano a ONU criou o Estado de Israel. A partir daí os acontecimentos políticos regionais e internacionais determinaram o confl ito histórico entre o povo judeu e os moradores da região antes da volta do povo palestino. Hoje convivem de ambos os lados grupos extremistas que querem acabar com o outro povo ou Estado e grupos moderados tentando a formação e a convivência entre dois Estados e seus povos. Do ponto de vista econômico, o grande produto, e que prende a atenção das maiores economias do mundo, é o petróleo, sendo considerado uma das causas de instabilidade e confl itos permanentes na região. Grande parte das reservas mundiais está localizada no Oriente Médio, principalmente os Estados árabes e persa, o que traz a condição de um alto superávit na balança de pagamento e uma enorme capacidade de importação para a maioria dos países exportadores de petróleo. Os principais merc_inter_III.indb 38merc_inter_III.indb 38 13/4/2007 10:51:4613/4/2007 10:51:46 39 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 produtores de petróleo da região são: Arábia Saudita, Catar, Emirados Árabes Unidos, Irã, Iraque, Kuwait e Omã. Além disto, a agricultura e a indústria têxtil têm uma grande importância, ao lado de siderurgia, produção de cimento, diamantes, indústria química e de alimentos. Seção 4 – Características gerais e dicas de negócios em países do Oriente Médio Apesar da ampla diversidade étnica, cultural e religiosa, é possível estabelecer alguns pontos comuns para a negociação em mercados do Oriente Médio. O quadro seguinte, construído por Acuff (2004, p. 255), aponta alguns importantes aspectos sobre o funcionamento das negociações no Oriente Médio. O autor incluia África do Norte, estudada em Mercados – Europa e África, devido às similaridades culturais entre as duas regiões: Quadro 1.7: Fatores de negociação no Oriente Médio e na África do Norte 1. Ritmo das negociações Moderado 2. Estratégias de negociação - Propostas iniciais vs. acordo fi nal - Apresentação de questões - Apresentações - Tratamento de divergências - Concessões - Muitas exigências iniciais - Uma de cada vez - Informais - Geralmente exaltado - Lentas 3. Ênfase nas relações interpessoais - Muita 4. Aspectos emocionais - Sensibilidade - Emotividade - Valorizada - Muita 5. Processo decisório - Método geral - Ênfase - Ênfase no grupo/equipe - Ênfase na honra pessoal - Infl uência de grupos de interesse especial sobre o(s) que toma(m) decisões - Consenso coletivo - Conceitual - Poucas decisões tomadas pela pessoa mais importante - Extrema - Extrema merc_inter_III.indb 39merc_inter_III.indb 39 13/4/2007 10:51:4713/4/2007 10:51:47 40 Universidade do Sul de Santa Catarina 6. Fatores contratuais e administrativos - Necessidade de representante - Grau de especifi cidade nos contratos - Grau de burocracia/documentação - Necessidade de pauta - Muita - Baixo - Moderado - Pouca Fonte: Acuff (2004, p. 255). Ainda segundo Acuff (2004, p.251), negociar (ou regatiar) faz parte da cultura do povo do Oriente Médio, em especial os árabes: Através do regateio, os árabes são capazes de tomar as próprias decisões, misturar-se socialmente com as pessoas no trabalho e obter os meios de manter as suas famílias. Da mesma forma que não passaria pela cabeça do norte- americano regatear, ainda que isso aumentasse seu lucro, o árabe comum não pensaria em deixar de regatear ainda que isso fosse mais lucrativo. Por fi m, a religião deve ser um objeto de estudo específi co para quem quer fazer negócio na região. É importante conhecer as diferenças para não cometer gafes que possam prejudicar o andamento dos negócios. A seguir você terá algumas características gerais, econômicas e de comércio exterior de Israel e da Arábia Saudita, este um mercado que possui características semelhantes aos demais da região. merc_inter_III.indb 40merc_inter_III.indb 40 13/4/2007 10:51:4713/4/2007 10:51:47 41 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Israel Figura 1.7: Israel no mundo Informações gerais Nome ofi cial: Estado de Israel (Medinat Yisra’el) Forma de governo: República Parlamentarista Localização: oeste da Ásia Área: 20.700 km2 Capital: Jerusalém (reivindicado); Tel Aviv-Yafo Data nacional: 28 de abril (Independência) Fuso horário: +5h Clima: mediterrâneo Principais cidades: Jerusalém (633.700 hab.?), Telaviv (348.100), Haifa (265.700), Rishon Leziyyon (188. 200) e Holon (163.100) Nacionalidade: israelense População: 7.005.400 habitantes Densidade demográfi ca: 299 hab./km² Composição da população: israelenses nativos de origem européia 41%, europeus, americanos, africanos e médio-orientais 40%, árabes 19% merc_inter_III.indb 41merc_inter_III.indb 41 13/4/2007 10:51:4813/4/2007 10:51:48 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Religião: judaísmo 80,6%, islamismo 14,6% (maioria sunita), cristianismo 3,2%, drusos 1,6% Crescimento demográfi co: 2,2% ao ano Taxa de analfabetismo: 3,9% Moeda: Novo Shekel IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,883 Setores do PIB: agropecuária 4,2%, indústria 29% e serviços 66,8% Produtos agrícolas: batata, tomate, trigo, maçã, frutas cítricas, melão Pecuária: bovinos, suínos, ovinos, aves Mineração: bromita, magnésio, sais de potássio Indústria: alimentícia, bebidas, tabaco, máquinas (elétricas), química, petroquímica, carvão, metalúrgica, equipamentos de transporte, jóias (polimento de diamante) Você já estudou um pouco da história de Israel anteriormente. Trata-se de um povo que teve a formação de seu Estado numa região que já havia habitado, mas que também era e é habitada por outros povos. A história dos confl itos na região parece que terá sempre pesos e medidas dependendo do lado que a conta. Mas é importante salientar que, apesar de ainda estar longe de uma paz estável, Israel tem muitas oportunidades de negócios. Esta garantia de negócios é dada, por um lado, pela grande ajuda do orçamento dos Estados Unidos da América e, por outro, pela ampla parcela destinada aos gastos com defesa, da ordem de 15% do PIB de Israel – o que garante uma certa confi ança na possibilidade de visitas de negócios sem ser afetado pelo confl ito regional. A economia de Israel é pujante desde seu nascimento, tendo tido taxas altas de crescimento em praticamente toda a sua história, excetuando os anos 70, em função das crises do petróleo. merc_inter_III.indb 42merc_inter_III.indb 42 13/4/2007 10:51:5013/4/2007 10:51:50 43 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Quadro 1.8: Israel - indicadores selecionados Indicador 2000 2004 2005 Evolução do PIB (US$ bilhões) 107,5 118 128,7 Taxa de crescimento do PIB (%) 7,70% 4,40% 5,20% Evolução do PIB per capita (US$) 17,090.00 17,360.0 18,620.0 Investimento em capital fi xo 21,6% 17,4% 18,5% Infl ação 1,5% -2,0% 0,6% Taxa de juros 6,80% 4,20% 3,70% Taxa de desemprego 9,30% 10,30% 9% Fontes: OCDE - Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico; FMI - Fundo Mon- etário Internacional, BIRD - Banco Mundial. Nos últimos anos, a economia de Israel tem se mantido em crescimento médio de 5% ao ano, e hoje o seu PIB está em torno de 130 bilhões de dólares. Os resultados para o PIB per capita estão igualmente em elevação, chegando em 2005 na casa de US$ 18,600.00, o que, aliado a uma taxa de desemprego relativamente baixa e em decréscimo, realça um grande potencial de demanda interna. Além disto, as taxas de infl ação têm fi cado em torno de 1% e as taxas de juros são convidativas para negócios a longo prazo. Os indicadores do quadro 1.8 demonstram uma economia saudável e com fortes potencialidades. Isto é corroborado com os indicadores de comércio exterior de Israel. Quadro 1.9 - Israel: resultados de comércio exterior Comércio exterior 2001 2002 2003 2004 2005 Exportações 29.045 29.509 31.290 38.519 31.556 Importações 33.299 33.106 34.211 41.101 35.303 Saldo comercial (4.254) (3.597) (2.921) (2.582) (3.747) Intercâmbio comercial 62.344 62.615 65.501 79.620 66.859 Reservas internacionais 23,4 24,1 26,3 27,1 28,0 Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. merc_inter_III.indb 43merc_inter_III.indb 43 13/4/2007 10:51:5013/4/2007 10:51:50 44 Universidade do Sul de Santa Catarina Conforme se observa no quadro 1.9, os resultados de comércio exterior de Israel são signifi cativos como indicadores de potencialidades de negócios neste mercado, representando o nível de intercâmbio comercial nada mais nada menos que cerca de 50% do PIB. As importações representam um índice de quase 30% do PIB, ou seja, cerca de 1/3 do que é demandado em Israel é oriundo de fora do país. Apesar dos níveis de exportação serem historicamente inferiores aos de importação, os resultados nas contas de serviço do balanço de pagamento de Israel têm colocado as reservas internacionais em índices altos, o que remete confi ança na sustentabilidade do crescimento e da posição da economia no âmbito internacional. (10.000) - 10.000 20.000 30.000 40.000 50.000 60.000 70.000 80.000 90.000 2001 2002 2003 2004 2005 Ano V al or es (b ilh õe s U S $) Exportações Importações Saldo Comercial Intercâmbio Comercial Reservas Internacionais Figura 1.8 – Israel: comércio exterior, 2001-2005 Israel tem como principal destino de suas exportações e principal origem de suas importações os Estados Unidos da América, o que demonstra o grau estreito que existe no relacionamento entre os doispaíses. Para os EUA, Israel é além de um parceiro econômico, um aliado estratégico para suas pretensões hegemônicas mundiais, particularmente para suas estratégias regionais no Oriente Médio. Acesse o arquivo do livro didático na midiateca e veja este grafi co colorido. merc_inter_III.indb 44merc_inter_III.indb 44 13/4/2007 10:51:5113/4/2007 10:51:51 45 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Dos demais países para onde Israel exporta, destacar destacam- se os europeus, como Bélgica, Reino Unido, Países Baixos, Itália, Suíça, França e Espanha. Para países da Ásia, destaque para Hong Kong, Índia, China e Japão. O Brasil é um dos importantes parceiros comerciais e receptor das exportações de Israel, o único da América Latina que fi gura entre os maiores destinos das exportações israelenses. A não-presença de países do próprio Oriente Médio entre os principais destinos das exportações de Israel (excetuando-se Turquia, considerada mais européia do que médio-oriental) ocorre principalmente pelo refl exo dos históricos confl itos regionais. No entanto, dada a importância e o tamanho da economia de Israel, um ambiente de estabilidade e estreitamento de relações poderia ser benéfi co tanto para os israelenses, com a diminuição de custos, quanto para os demais países da região, com a ampliação das oportunidades de negócio. Quadro 1.10: Israel - principais destinos das exportações – 2005 País Valor (US$ bilhões) Percentual do total Estados Unidos 11.665 37,00% Bélgica 2.517 8,00% Hong Kong 1.429 4,50% Reino Unido 1.231 3,90% Alemanha 1.068 3,40% Países Baixos 998 3,20% Índia 968 3,10% Itália 674 2,10% Turquia 642 2,00% China 650 2,10% Suíça 597 1,90% França 683 2,20% Japão 601 1,90% Espanha 495 1,60% Brasil 382 1,20% Tailândia 367 1,20% Canadá 357 1,10% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. merc_inter_III.indb 45merc_inter_III.indb 45 13/4/2007 10:51:5213/4/2007 10:51:52 46 Universidade do Sul de Santa Catarina O quadro das principais origens das importações não traz mudanças signifi cativas em relação aos maiores destinos das exportações de Israel, a se destacar apenas que o Brasil é defi citário em seu comércio exterior com Israel. Quadro 1.11: Israel - principais origens das importações – 2005 País Valor (US$ bilhões) Percentual do total Estados Unidos 6.130 17,4% Bélgica 3.398 9,6% Alemanha 2.292 6,5% Suíça 1.949 5,5% Reino Unido 1.993 5,6% Itália 1.409 4,0% Países Baixos 1.235 3,5% China 1.547 4,4% França 969 2,7% Japão 899 2,5% Hong Kong 902 2,6% Turquia 946 2,7% Índia 1.044 3,0% República da Coréia 647 1,8% Rússia 808 2,3% Espanha 472 1,3% Tailândia 350 1,0% Brasil 168 0,5% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. O quadro dos principais produtos exportados e importados de Israel demonstra a grande importância da atividade ligada a joalheria neste mercado. Isto é refl exo de uma excelente habilidade dos profi ssionais desta área, principalmente de lapidação de diamantes, aliado ao alto grau de sofi sticação tecnológica do negócio. Além disto, e até por isto, a economia de Israel é tida com uma das mais avançadas do ponto de vista tecnológico no mundo. Em Tel Aviv, o centro de negócios do país, a vedete econômica é a Bolsa de Diamantes, o que torna esta cidade a mais importante para se fazer contatos, visitas e início de negócios no mercado israelense. merc_inter_III.indb 46merc_inter_III.indb 46 13/4/2007 10:51:5313/4/2007 10:51:53 47 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Quadro 1.12: Israel - principais produtos exportados (2004; US$ milhões, fob) Produto Valor % Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas e semipreciosas 14.416 37,3% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 5.554 14,4% Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 2.668 6,9% Instrumentos e aparelhos de ótica, foto, precisão 2.336 6,0% Produtos químicos orgânicos 1.613 4,2% Plásticos e suas obras 1.596 4,1% Produtos diversos das indústrias químicas 1.332 3,4% Produtos farmacêuticos 1.258 3,3% Aeronaves e aparelhos espaciais, e suas partes 1.024 2,7% Adubos ou fertilizantes 590 1,5% Ferramentas, artefatos de cutelaria e talheres 575 1,5% Subtotal 32.962 85,4% Demais produtos 5.658 14,6% Total geral 38.620 100,0% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. Os indicadores dos principais produtos importados, por sua vez, dá uma relação de produtos que podem signifi car uma boa inserção no mercado de Israel. É importante salientar que isto não signifi ca mercado para negócios, simplesmente porque seu produto pode apresentar bom preço. O mercado consumidor de Israel é bastante exigente e empresas com sólida inserção em mercados internacionais sofi sticados, como os países desenvolvidos da Europa, terão maiores chances de penetração. Quadro 1.13: Israel - principais produtos importados (2004; US$ milhões, cif) Produto Valor % Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas e semipreciosas 9.534 23,3% Máquinas, aparelhos e materiais elétricos 5.085 12,4% Combustíveis, óleos e ceras minerais 4.696 11,5% Reatores nucleares, caldeiras, máquinas, aparelhos e instrumentos mecânicos 3.833 9,4% Veículos automóveis, tratores, ciclos 2.305 5,6% Instrumentos e aparelhos de ótica, foto, precisão 1.437 3,5% Plásticos e suas obras 1.358 3,3% Produtos químicos orgânicos 1.054 2,6% Ferro fundido, ferro e aço 797 1,9% merc_inter_III.indb 47merc_inter_III.indb 47 13/4/2007 10:51:5313/4/2007 10:51:53 48 Universidade do Sul de Santa Catarina Produtos farmacêuticos 758 1,8% Cereais 566 1,4% Papel e cartão, obras de pasta de celulose 550 1,3% Obras de ferro fundido, ferro ou aço 500 1,2% Produtos diversos das indústrias químicas 470 1,1% Subtotal 32.942 80,4% Demais produtos 8.027 19,6% Total geral 40.970 100,0% Fonte: Fundo Monetário Internacional. Disponível em: <http://www.braziltradenet.gov.br >. Acesso em: 01 mar. 2007. Grandes empresas israelenses estão entre as maiores dos seus setores, como telecomunicações, química, supermercados, energia e equipamentos eletro-eletrônicos. Os principais segmentos da economia estão na indústria química, na agricultura, no turismo, na joalheria e na mineração. Portanto, fi car atento a estes detalhes é um importante indicativo das verdadeiras chances de negócio. Por um lado, apesar de ter um alto nível de importação, muitos produtos são produzidos também internamente, o que acirra a concorrência. Por outro, é um indicativo de que alianças estratégicas podem ser feitas com intuito de entrada naquele mercado ou para se capacitar para uma concorrência em mercados de alta tecnologia e demanda sofi sticada. Por fi m, não vá fazer negócios com os israelenses sem antes decorar algumas informações e dicas importantes sobre os negociadores daquele mercado. Algumas dicas importantes são elecadas por Acuff (2004, p.270): – Encontros devem ser marcados com antecipação e é importante chegar pontualmente às reuniões, embora os israelenses sejam informais em relação ao horário. – É importante ser amistoso, mas também fi rme. – O ritmo das negociações é enérgico e o estilo é agressivo. É necessário ser duro ao barganhar. Um estilo suave pode não funcionar. – A paciência é necessária e se deve fazer concessões lentamente. merc_inter_III.indb 48merc_inter_III.indb 48 13/4/2007 10:51:5413/4/2007 10:51:54 49 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 – A forma forte de expressar opiniões, por parte de interlocutores, não deve amedrontar. – Deve ser solicitada assistência legal e contábil. As leis religiosas têm uma grande infl uência sobre as transações de negócios. Arábia Saudita Figura 1.9: Arábia Sauditano mundo merc_inter_III.indb 49merc_inter_III.indb 49 13/4/2007 10:51:5413/4/2007 10:51:54 50 Universidade do Sul de Santa Catarina Figura 1.10: Arábia Saudita no Oriente Médio e principais cidades Informações gerais Nome ofi cial: Reino da Arábia Saudita (Al-Mamlaka al-’Arabiya as- Sa’udiya) Forma de governo: Monarquia Absoluta (reinado, islâmico) Localização: sudoeste da Ásia Área: 2.149.690 km2 Capital: Riade merc_inter_III.indb 50merc_inter_III.indb 50 13/4/2007 10:51:5613/4/2007 10:51:56 51 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 Data nacional: 23 de setembro (Dia da União e Reunifi cação dos Reinos de Hejaz e Nedjed) Fuso horário: + 6h em relação a Brasília Clima: árido quente (maior parte), subtropical (norte) Principais cidades: Riad, Jidá, Meca e Medina Nacionalidade: saudita População: 27.019.731 habitantes (2006; estimado) Densidade demográfi ca: 12,57 hab. /km2 Composição da população: árabes sauditas 90%, afro-asiáticos 10% Religião: islamismo 99,0% (predominantemente sunitas 96%, xiitas 4%), cristianismo 0,6%, outras 0,4% Crescimento demográfi co: 2,18% ao ano Taxa de analfabetismo: 21,2% Moeda: Riyal IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): 0,740 Setores do PIB: agropecuária 3,3%, indústria 67% e serviços 29,8% Produtos agrícolas: trigo, cevada, tomate, melão, frutas cítricas, frango, ovos, leite Pecuária: aves, ovinos, caprinos, camelos Mineração: petróleo, gás natural Indústria: petróleo cru, petróleo refi nado, petroquímica, materiais de construção (cimento), fertilizantes, siderúrgica (aço), alimentícia, bebidas, plásticos O Reino da Arábia Saudita é o país com maior dimensão territorial da Península Arábica, representando cerca de 80% desta, que fi ca localizada no Oriente Médio. Seus limites fronteiriços são: a norte com Jordânia, Iraque e Kuwait; a leste com Golfo Pérsico, Qatar, Emirados Árabes Unidos e Omã; a sul com o Iémen; e a oeste com o Mar Vermelho e o Golfo de Aqaba. Pelo Golfo Pérsico, tem ligação o Bahrein e o Irã, e através do Mar Vermelho possui ligações com a Eritréia e o Sudão. merc_inter_III.indb 51merc_inter_III.indb 51 13/4/2007 10:51:5713/4/2007 10:51:57 52 Universidade do Sul de Santa Catarina O clima no país é desértico, muito seco e com extremos de temperaturas, e muitas partes são totalmente desabitadas. A vegetação é de ervas e arbustos na maior parte do território. A costa do Mar Vermelho, com destaque para os recifes de coral, possui uma fauna marítima muito rica. Esta situação climática difi culta sobremaneira as atividades primárias, como a agricultura, além de causar problemas ambientas sérios, como crescimento da própria desertifi cação, escassez de recursos hídricos e muita poluição pela atividade petrolífera. A região da Arábia Saudita é tida como um dos berços da humanidade. Maomé, fundador do Islamismo em 620 d.C., nasceu numa das cidades sagradas que fi cam em território saudita, Meca, e que abriga também a cidade sagrada de Medina. A formação do Estado da Arábia Saudita data do século XVIII, mas suas confi gurações políticas e econômicas atuais se deram no século XX. A partir da infl uência dos britânicos, a Arábia Saudita foi realizando acordos de fronteira com seus vizinhos, processo que ainda não terminou defi nitivamente. A descoberta de petróleo no período inicial da Segunda Guerra Mundial deu a tônica da dinâmica do Estado saudita e sua população. A formação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e as crises do petróleo da década de 70 impuseram uma boa margem de ganhos associados a atividade petrolífera para os sauditas. Na década de 90, começam a se fortalecer cada vez mais os laços da família real saudita com os interesses das grandes potências, particularmente os EUA. Durante a Guerra do Golfo, em que o Iraque de Sadam Hussein invadiu o Kwait, no ano de 1990, os sauditas permitiram que os EUA e aliados usassem seu território como ponto estratégico militar de apoio para a incursão belicosa contra os iraquianos. A instalação de bases militares estadunidenses no Estado, tido como terra sagrada para o islamismo, é justifi cativa de atos considerados terroristas e que se dizem objetivando a retirada destes infi éis da terra sagrada de Maomé e dos seguidores do islamismo. merc_inter_III.indb 52merc_inter_III.indb 52 13/4/2007 10:51:5713/4/2007 10:51:57 53 Mercados Internacionais III - Ásia e Oceania Unidade 1 A economia da Arábia Saudita é baseada na atividade petrolífera. Sua vigorosidade está exposta no quadro 1.14 a seguir, que aponta um excelente índice de crescimento do PIB, que passou de cerca de 170 bilhões de dólares em 2000 para surpreendentes quase 290 bilhões em 2005. Obviamente, este indicador não expõe um dos grandes problemas do mercado saudita, que é uma má distribuição de renda, o que já é percebido no PIB per capita, mas que esconde uma realidade um pouco mais perversa. A questão destas desigualdades tem importância aqui em função das possibilidades de negócios neste mercado, ou seja, é preciso focar em produtos com alto valor agregado e direcionado a uma parcela pequena da população que possui alto poder aquisitivo. Os indicadores de investimento em capital fi xo e de infl ação apontam a economia saudita com alguns percalços para se tornar menos incerta no médio e longo prazo, o que não inviabiliza a possibilidade de negócios. Atividades ligadas a construção civil e a alimentação são ótimas oportunidades de negócios naquele mercado, em função de suas próprias características naturais. É preciso estar atento, igualmente, às capacidades do Estado em investimento, o que pode resultar em grandes contratos, principalmente na área de infra-estrutura. A região da península arábica possui uma tendência histórica a empreendimentos gigantescos, geralmente realizados por empresas de engenharia e arquitetura do ocidente. Tabela 1.14 - Arábia Saudita: indicadores selecionados Indicador 2000 2004 2005 Evolução do PIB (US$ bilhões) 168,0 243,6 289,2 Taxa de crescimento do PIB (%) 4.9 5.3 6.6 Evolução do PIB per capita (US$) 7,830.0 10,170.0 11,770.0 Investimento em capital fi xo (% PIB) 18.7 18.9 16.2 Infl ação (% ao ano) 11.6 10.8 16.0 Exportações (% PIB) 43.7 52.7 60.7 Importações (% PIB) 24.9 24.9 26.4 Fonte: Banco Mundial merc_inter_III.indb 53merc_inter_III.indb 53 13/4/2007 10:51:5813/4/2007 10:51:58 54 Universidade do Sul de Santa Catarina O quadro 1.14 ainda aponta um indicador importante: As importações representam 1/4 do PIB, o que se torna desproporcional em relação aos montantes exportados, algo em torno de 60% do PIB. Efetivamente existe uma excelente capacidade de compra por parte dos sauditas, o que pode ser observado a partir da leitura do quadro 1.15 a seguir, que, apesar de mostrarem reservas cambiais crescentes, representam apenas 10% do PIB, ou seja, os ganhos com a exportação de petróleo são sempre potenciais alavancas de investimentos internos. Quadro 1.15 - Arábia Saudita: resultados de comércio exterior Comércio exterior 2001 2002 2003 2004 2005 Exportações 68.672 66.086 86.298 112.618 109.901 Importações 43.076 48.507 54.291 44.745 41.485 Saldo comercial 25.596 17.579 32.007 67.873 68.416 Intercâmbio comercial 111.748 114.593 140.589 157.363 151.386 Reservas internacionais 17,6 20,6 22,6 27,3 26,5 Fonte: Título. Disponível em: http://www.braziltradenet.gov.br/ARQUIVOS/IndicadoresEconomicos/IN- DArabiaSaudita.pdf. Acesso em: 15 mar. 2007. - 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000 120.000 140.000 160.000 180.000 2001 2002 2003 2004 2005 Ano Va lo re s (b ilh õe s U S$ ) Exportações Importações Saldo Comercial Intercâmbio Comercial Reservas Internacionais Figura 1.11 - Arábia Saudita: comércio exterior, 2001-2005 Acesse o arquivo do livro didático na midiateca e veja este grafi co colorido. merc_inter_III.indb 54merc_inter_III.indb 54 13/4/2007 10:51:5913/4/2007
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