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JUSTIFICADA_OAB10_002_1-5

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OAB – Exame de Ordem 2010.1 Caderno AFONSO ARINOS – 4 –
a reeleição para o período imediato. */
QUESTÃO 12
Acerca da condição jurídica dos estrangeiros e dos nacionais no
direito brasileiro, assinale a opção correta.
A A CF dispõe expressamente sobre a possibilidade de expulsão
do estrangeiro que praticar atividade nociva à ordem pública
e ao interesse nacional, salvo se estiverem presentes,
simultaneamente, os seguintes requisitos: cônjuge brasileiro e
filho brasileiro dependente da economia paterna.
B O Brasil, por ter ratificado integralmente o Estatuto de Roma,
que criou o Tribunal Penal Internacional, tem o compromisso
de entregar ao tribunal os indivíduos contra os quais tenham
sido expedidos pedidos de detenção e entrega, mesmo que eles
possuam, originariamente, nacionalidade brasileira.
C Os estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos são automaticamente considerados brasileiros
naturalizados, independentemente de qualquer outra condição
ou exigência.
D É vedada a extradição de nacionais, salvo em caso de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes,
em terrorismo ou em crimes definidos, em lei, como
hediondos.
||JUSTIFICATIVAS||
||A|| - Opção incorreta. Diferentemente de outras constituições
brasileiras (por exemplo, a de 1946), a CF de 1988 não adota
norma a respeito do tema, que é disciplinado pela Lei n.º
6.815/1980 (Estatuto do Estrangeiro). Tal lei, no art. 65, dispõe
que “é passível de expulsão o estrangeiro que, de qualquer forma,
atentar contra a segurança nacional, a ordem política ou social, a
tranquilidade ou moralidade pública e a economia popular, ou cujo
procedimento o torne nocivo à conveniência e aos interesses
nacionais”. O parágrafo único do mesmo artigo prevê outros casos
em que a expulsão do estrangeiro pode ocorrer, e o art. 75, II,
dispõe que não se procederá à expulsão “quando o estrangeiro
tiver: a) cônjuge brasileiro do qual não esteja divorciado ou
separado, de fato ou de direito, e desde que o casamento tenha sido
celebrado há mais de 5 (cinco) anos; ou b) filho brasileiro que,
comprovadamente, esteja sob sua guarda e dele dependa
economicamente”. Assim, basta a existência de um desses
requisitos para que não se proceda à expulsão. */
||B|| - Opção correta. O Brasil não somente aderiu ao Estatuto,
como expressamente inscreveu a aceitação da jurisdição do
Tribunal Penal Internacional, por meio da Emenda Constitucional
n.º 45/2004, no § 4.º do art. 5.º da Constituição. Diga-se que,
quando o art. 89 do Estatuto de Roma regula a “entrega de
indivíduos ao tribunal”, aí não está incluída a garantia de
extradição de brasileiro a outro Estado, vedada pelo inciso LI do
art. 5.º da CF para brasileiros natos e só admitida para brasileiros
naturalizados em caso de crime praticado antes da naturalização,
ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes
e drogas afins. O Estatuto do tribunal não trata de extradição, mas
de entrega, que se daria não a Estado estrangeiro, mas a tribunal
internacional ao qual o Brasil aderiu. Assim, a “entrega” de
cidadãos brasileiros (mesmo que detentores de nacionalidade
originária) ao TPI é perfeitamente possível, e, sem isso, seria
inoperante a aceitação manifesta do Estatuto, que se traduz em
“obrigação de cooperar”, conforme disposto no art. 86. */
||C|| - Opção incorreta. Não basta residir no Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos, para o indivíduo adquirir a
nacionalidade brasileira. O art. 12 da CF, no inciso II, alínea b,
acrescenta, além da residência por mais de quinze anos ininterruptos,
as seguintes condições: ausência de condenação penal e
requerimento do interessado. Assim, a Constituição respeita a
declaração de vontade do interessado, exigindo, expressamente, seu
requerimento de nacionalidade.*/
||D|| - Opção incorreta. A CF prevê, no inciso LI do art. 5.º, a
extradição de nacionais, desde que se trate de brasileiro naturalizado
que tiver praticado crime comum antes da naturalização, e quando
da participação comprovada em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na forma da lei, independentemente do momento do
fato, ou seja, não importa se foi antes ou depois da naturalização. O
dispositivo constitucional não prevê a extradição de nacionais
envolvidos em terrorismo e em crimes definidos em lei como
hediondos. No que diz respeito ao brasileiro nato, este nunca poderá
ser extraditado.*/
QUESTÃO 13
Assinale a opção correta a respeito da medida cautelar em sede de
ação direta de inconstitucionalidade, de acordo com o que dispõe a
Lei n.º 9.868/1999. 
A Tal medida não poderá ser apreciada em período de recesso ou
férias, visto que é imperioso que seja concedida por decisão da
maioria absoluta dos membros do STF, após a audiência dos
órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo
impugnado.
B Essa medida cautelar só poderá ser concedida se ouvidos,
previamente, o advogado-geral da União e o procurador-geral
da República.
C A decisão proferida em sede de cautelar, seja ela concessiva ou
não, será dotada de eficácia contra todos, com efeito ex nunc,
salvo se o STF entender que deva conceder-lhe eficácia
retroativa.
D O relator, em face da relevância da matéria e de seu especial
significado para a ordem social e a segurança jurídica, poderá,
após a prestação das informações e a manifestação do
advogado-geral da União e do procurador-geral da República,
sucessivamente, submeter o processo diretamente ao STF, que
terá a faculdade de julgar definitivamente a ação.
||JUSTIFICATIVAS||
||A|| - Opção incorreta. Poderá ser concedida, no período de recesso,
ad referendum do plenário (Lei 9.868/1999). 
Da Medida Cautelar em Ação Direta de Inconstitucionalidade
 Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação
direta será concedida por decisão da maioria absoluta dos membros
do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência dos
órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo
impugnado, que deverão pronunciar-se no prazo de cinco dias.
 § 1.º O relator, julgando indispensável, ouvirá o Advogado-Geral
da União e o Procurador-Geral da República, no prazo de três dias.
 § 2.º No julgamento do pedido de medida cautelar, será facultada
sustentação oral aos representantes judiciais do requerente e das
autoridades ou órgãos responsáveis pela expedição do ato, na forma
estabelecida no Regimento do Tribunal.
 § 3.º Em caso de excepcional urgência, o Tribunal poderá deferir
a medida cautelar sem a audiência dos órgãos ou das autoridades das
quais emanou a lei ou o ato normativo impugnado.*/
||B|| - Opção incorreta. Somente serão ouvidos o advogado-geral da
União e o procurador-geral da República se assim entender como
indispensável o Relator (Lei 9.868/1999, art. 10, já transcrito). */
||C|| - Opção incorreta. Somente as decisões que concedem a medida
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