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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA LUANA ELISA ECKERT ANÁLISE DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES PÓS CIRURGIA ORTOGNÁTICA BIMAXILAR: ESTUDO RETROSPECTIVO FLORIANÓPOLIS 2022 LUANA ELISA ECKERT ANÁLISE DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES PÓS CIRURGIA ORTOGNÁTICA BIMAXILAR: ESTUDO RETROSPECTIVO Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Odontologia do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito para obtenção do título de Cirurgiã-dentista. Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Gil Florianópolis 2022 FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA OBRA LUANA ELISA ECKERT Análise das vias aéreas superiores pós cirurgia ortognática bimaxilar: estudo retrospectivo Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para obtenção do título de “Cirurgiã-dentista” e aprovado em sua forma final pelo Curso de Odontologia. Florianópolis, 14 de Fevereiro de 2022 __________________________ Profa. Dra. Glaucia Santos Zimmermann Coordenadora do Curso de Graduação em Odontologia Banca Examinadora: _________________________ _________________________ Prof.Dr.Luiz Fernando Gil Prof.Dr.José Nazareno Gil Presidente da Banca Examinadora Membro da Banca Examinadora Mestra Maximiana Maliska Membro da Banca Examinadora Este trabalho é dedicado à minha família. AGRADECIMENTOS Aos meus pais, pela luta e trabalho constantes para que eu sempre tivesse o melhor, minha eterna gratidão. Ao meu noivo Rafael, pelo apoio incondicional, pela paciência e compreensão, por acreditar em mim quando muitas vezes eu estava descrente, por sempre me impulsionar, incentivar e me motivar à correr atrás dos meus objetivos e sonhos, você tem sido meu alicerce. E, à você, meu verdadeiro companheiro, dedico todo o meu amor. É muito bom construir a vida ao seu lado. Aos meus amigos, os quais dividi a vida e compartilhei momentos, obrigada por estarem presentes, mesmo de longe, vocês tornaram minha jornada mais leve e alegre, guardarei vocês sempre em meu coração. Aos meus colegas de turma e aos colegas da LABUCO, obrigado pela convivência nesses anos, desejo muito sucesso à todos. Ao Mestre Luiz Henrique Marola, por ter me dado a oportunidade de lhe acompanhar, como estagiária durante a graduação, nos serviços da Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial no período da sua residência, você, sem saber, deu vida e ânimo para que eu seguisse no curso. Levarei sempre comigo seu exemplo de conduta profissional e do ser humano incrível que és. Deixo aqui registrado minha eterna admiração e gratidão. Ao Prof. Dr. Luiz Fernando Gil, obrigada pela oportunidade de tê-lo como orientador e pelo desafio a mim confiado. Você foi um dos responsáveis pelo meu crescimento pessoal e profissional. Durante esse tempo de convivência pude aprender com um excelente profissional, altamente qualificado e que sabe equilibrar muito bem as características: conhecimento e humildade. Levarei como exemplo muito das suas atitudes de vida e conduta profissional, as quais admiro muito. Ao Prof. Dr. José Nazareno Gil, por ter permitido que eu realizasse a pesquisa deste trabalho no seu consultório, por toda ajuda, conhecimentos transmitidos e conselhos dados, minha gratidão. "Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.” - Carlos Bernardo Golzález Pecotche RESUMO A cirurgia ortognática é o procedimento cirúrgico capaz de movimentar os maxilares para a correção das discrepâncias dentoesqueléticas, restabelecendo, assim, a harmonia facial e a oclusão ideal. Tais discrepâncias também podem levar à diminuição do espaço das vias aéreas, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios respiratórios, como a apneia obstrutiva do sono. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar retrospectivamente as mudanças ocorridas nas vias aéreas superiores (VAS) pós cirurgia ortognática bimaxilar. A amostra compreendeu 14 pacientes, que foram divididos em dois grupos, conforme o tipo de movimentação realizada na cirurgia: grupo 1 (n = 6), avanço bimaxilar; grupo 2 (n = 8) cirurgia de avanço de maxila e recuo de mandíbula. Foram realizadas tomografias computadorizadas no pré-operatório (T0) e pós-operatório de 1 ano (T1). Através do software Dolphin Imaging procedeu-se a análise das VAS em três parâmetros: área total (AT), volume total (VT) e área axial mínima (AAM), que foram comparados entre T0 e T1 em um mesmo grupos pelo Teste de Wilcoxon e entre grupos pelos Teste de Mann-Whitney (p < 0.05). Ambos os grupos apresentaram aumento significativo de AT, VT e AAM entre T0 e T1. Contudo, essas variações foram estatisticamente maiores no grupo 1 quando comparadas ao grupo 2. As cirurgias bimaxilares promoveram o aumento da AT, VT e AAM das VAS e essas mudanças foram significativamente superiores nos pacientes submetidos ao avanço bimaxilar. Palavras-chave: Cirurgia ortognática; Vias aéreas superiores; Deformidades dentofaciais. ABSTRACT Orthognathic surgery is the surgical procedure capable of moving the jaws to correct dentoskeletal discrepancies, thus restoring facial harmony and ideal occlusion. Such discrepancies can also lead to decreased airway space, contributing to the development of respiratory disorders such as obstructive sleep apnea. Thus, the aim of the present study was to retrospectively evaluate the changes that occurred in the upper airways (UAS) after bimaxillary orthognathic surgery. The sample comprised 14 patients, who were divided into two groups, according to the type of movement performed in the surgery: group 1 (n = 6), bimaxillary advancement; group 2 (n = 8) maxillary advancement and mandibular setback surgery. Computed tomography scans were performed preoperatively (T0) and 1 year postoperatively (T1). Through the Dolphin Imaging software, the analysis of the VAS was carried out in three parameters: total area (AT), total volume (VT) and minimum axial area (AAM), which were compared between T0 and T1 in the same groups by the Wilcoxon Test and between groups by the Mann-Whitney test (p < 0.05). Both groups showed a significant increase in AT, VT and AAM between T0 and T1. However, these variations were statistically greater in group 1 when compared to group 2. Bimaxillary surgeries promoted an increase in the AT, VT and MAA of the upper airways and these changes were significantly higher in patients undergoing bimaxillary advancement. Keywords: Orthognathic surgery; Upper airway; Dentofacial deformities. LISTA DE TABELAS TABELA 1 Análise descritiva de sexo, idade e movimentação dos maxilares 26 nos grupos estudados. TABELA 2 Diferenças pré e pós-operatórias nos parâmetros de avaliação das 27 vias aéreas superiores. TABELA 3 Percentagem de variação entre os parâmetros de avaliação das 27 vias aéreas superiores. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CO Cirurgia ortognática VAS Vias aéreas superiores TCFC Tomografia computadorizada de feixe cônico T0 Tomografia computadorizada pré-operatória T1 Tomografia computadorizada pós-operatória de 1 ano AT Área total VT Volume total AAM Área axial mínima Pog Pogônio ICC Coeficiente de correlação intraclasse ENP Espinha nasal posterior C IV Quarta vértebra cervical Fig Figura AOS Apneia obstrutiva do sono SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 13 2 OBJETIVO 16 3 ARTIGO 17 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 33 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 34 ANEXO A - ATA DE APRESENTAÇÃO DO PRESENTE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 38 ANEXO B - PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM SERES HUMANOS DA UFSC 39 13 1 INTRODUÇÃO A cirurgia ortognática (CO) é o procedimento cirúrgico capaz de movimentar os maxilares para a correção das discrepâncias dentoesqueléticas,restabelecendo, assim, a harmonia facial e a oclusão ideal. Entretanto, as deformidades dentoesqueléticas não comprometem somente a função mastigatória e a estética dos pacientes, mas também podem levar à diminuição do espaço das vias aéreas, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios respiratórios, como a síndrome da apneia e hipopneia obstrutiva do sono (OLSEN, B., 2019). Desse modo, a CO pode ser empregada não apenas para melhorar a estética facial e a oclusão dentária, mas também para otimizar os resultados funcionais associados às vias aéreas (DE OLIVEIRA; CALCAGNOTTO; VAGO; FILHO et al., 2017), uma vez que essa modalidade de tratamento pode causar a expansão física dos tecidos duros e moles relacionados à faringe (ZAGHI; HOLTY; CERTAL; ABDULLATIF et al., 2016) quando aplicada a devida técnica. As vias aéreas são um importante componente do sistema respiratório e sua estabilidade é fundamental para a função respiratória (YANG; YANG; ZHAO, 2018). Elas correspondem a uma sequência de órgãos que permitem a ventilação para adequada função respiratória, essencial à vida. As vias aéreas se dividem em superior e inferior, sendo que a primeira possui a faringe como maior órgão. Esta apresenta morfologia similar a um tubo, circundado por parede fibromuscular, que se estende da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea (OLSEN, B., 2019). O espaço aéreo faríngeo é geralmente descrito como a distância entre as paredes posterior e anterior da faringe, considerando-se a língua como sua margem anterior. Sua largura depende da posição do palato mole, língua e osso hióide, cuja mudança de posição pode afetar adversamente as dimensões das vias aéreas (SANGALETI, R. et al.,2019). Para que seja possível fazer uma avaliação pormenorizada e tridimensional das vias aéreas, a técnica de tomografia computadorizada de feixe cônico (TCFC) é fundamental, visto que, os exames são econômicos, rápidos e associados a uma dose baixa de radiação (RAFFAINI; PISANI, 2013). Há, também, diversos softwares que auxiliam no planejamento pré-operatório da CO, sendo o software Dolphin Imaging® um dos mais populares entre os profissionais, principalmente pelos recursos de planejamento virtual que oferece como o seu 14 planejamento 3D que é útil para avaliar o espaço das vias aéreas. Além disso, utilizando os recursos de identificação da imagem em escala de cinza é possível visualizar com precisão e exatidão, a morfologia do espaço aéreo nasofaríngeo ou orofaríngeo do paciente, o que torna este programa uma importante ferramenta na CO para o estudo desta região anatômica (DE SOUZA CARVALHO; MAGRO FILHO; GARCIA; ARAUJO et al., 2012). Estudos demonstram que o espaço aéreo faríngeo sofre influência dos diferentes tipos de deformidades dentoesqueléticas (CASTRO-SILVA; MONNAZZI; SPIN-NETO; MORAES et al., 2015), visto que a maxila e a mandíbula estão intimamente ligadas à via aérea superior (VAS) (YANG; YANG; ZHAO, 2018). Por consequência, pacientes com deformidades esqueléticas Classe III possuem um espaço aéreo mais amplo em oposição à orientação de pacientes com defeitos esqueléticos Classe II, os quais, apresentam um espaço aéreo mais estreito (ALQAHTANI; GEORGE; BISHAWI; KURIADOM, 2021). Sendo assim, pacientes classe II geralmente são submetidos à cirurgia de avanço maxilomandibular que está associada ao aumento do espaço aéreo. Já os classe III podem ser tratados apenas com um recuo mandibular ou, cirurgia bimaxilar com avanço maxilar e recuo mandibular (MATTOS VILANI; SANT’ANNA et al., 2011; ALCADE; FARIA; NOGUEIRA et al.,2019). Atualmente, ainda há muita controvérsia sobre se as alterações na via aérea decorrentes da realização de CO em pacientes classe III esquelética causam a indução da AOS, principalmente em recuos isolados de mandíbula (HE; HE; WU et al., 2019; HERNÁNDES-ALFARO; GUIJARRO-MARTÍNEZ; MAREQUE-BUENO, 2011; AGARWAL; DATANA; SAHOO et al., 2021). A literatura mostra que a CO de avanço de maxila associada ao recuo de mandíbula é menos propensa a induzir obstrução das vias aéreas em comparação com a cirurgia de recuo mandibular como procedimento autônomo (JANG; AHN; PAENG; HONG, 2018). Ou seja, o avanço da maxila combinado com o recuo de mandíbula compensa o estreitamento do espaço aéreo superior pois, o avanço da maxila resulta em um alargamento significativo das vias aéreas nasofaríngea e orofaríngea, o que aumenta o volume total das vias aéreas (GOKCE; GORGULU; GOKCE; BENGI et al., 2014), valendo salientar que, as mudanças nas dimensões das vias aéreas são proporcionais à quantidade de avanço ou recuo realizados (AGARWAL; DATANA; SAHOO; BHANDARI, 2021). 15 Apesar do grande número de estudos publicados acerca do tema nos últimos anos, revisão sistemática recente (SHOKRI; RAMEZANI; AFSHAR; POOROLAJAL et al., 2021) demonstrou que a evidência é ainda moderada em apontar o avanço bimaxilar como único movimento capaz de alterar positivamente a VAS, uma vez que, devido heterogeneidade dos estudos, não é possível determinar, com significância estatística, o impacto do recuo de mandíbula na VAS. Assim, mais estudos são necessários para compreender as mudanças que acontecem nas vias aéreas como um resultado dos movimentos dos maxilares, principalmente no grupo de pacientes classe III (DALLA TORRE; BURTSCHER; WIDMANN; RASSE et al., 2017). Além disso, a avaliação das mudanças no volume das VAS permite ao clínico planejar e prever, com maior precisão, o resultado dos procedimentos que envolvem a alteração do componente do seu tecido mole (NISHANTH; SINHA; PAUL; UPPADA et al., 2020). 16 2 OBJETIVO 2.1 OBJETIVO GERAL Este estudo têm como objetivo avaliar retrospectivamente as modificações ocorridas nas VAS de pacientes submetidos à CO bimaxilar. 2.2 OBJETIVO ESPECÍFICO Este estudo têm como objetivo avaliar retrospectivamente as modificações ocorridas nas VAS de pacientes submetidos à CO de avanço bimaxilar e CO de avanço de maxila com recuo de mandíbula. 17 3 ARTIGO Este trabalho foi escrito na forma de artigo científico e preparado de acordo com as normas para submissão ao periódico BrJOMS - Brazillian Journal of Oral and Maxillofacial Surgery. 18 ANÁLISE DAS VIAS AÉREAS SUPERIORES PÓS CIRURGIA ORTOGNÁTICA BIMAXILAR: ESTUDO RETROSPECTIVO ANALYSIS OF THE UPPER AIRWAYS AFTER BIMAXILARY SURGERY: RETROSPECTIVE STUDY ANÁLISIS DE LAS VÍAS AÉREAS SUPERIORES DESPUÉS DE LA CIRUGÍA ORTOGNÁTICA BIMAXILAR: ESTUDIO RETROSPECTIVO Eckert, LE; Gil, JN; Gil, LF. Luana Elisa Eckert Aluna da graduação de Odontologia, UFSC, Florianópolis, Brasil. José Nazareno Gil Cirurgião Bucomaxilofacial, Especialista em CTBMF, Professor do Departamento de Odontologia UFSC. Luiz Fernando Gil Cirurgião Bucomaxilofacial, Especialista em CTBMF, Professor do Departamento de Ciências Morfológicas UFSC, Coordenador da residência em CTBMF UFSC. ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA: Luana Elisa Eckert - (41) 9 97122900 Rua João Oldoni. 167 - Parque do Som, 85505-447 - Pato Branco Email: luana_eckert@hotmail.com 19 RESUMO Objetivo: O objetivo do presente estudo foi avaliar retrospectivamente as mudanças ocorridas nas vias aéreas superiores (VAS) pós cirurgia ortognática bimaxilar. Metodologia: A amostra compreendeu 14 pacientes, que foram divididos em dois grupos, conforme o tipo de movimentação realizada na cirurgia: grupo 1 (n = 6), avanço bimaxilar; grupo 2 (n = 8) cirurgia de avanço de maxila e recuo de mandíbula. Foram realizadas tomografias computadorizadas no pré-operatório (T0) e pós-operatório de 1 ano (T1). Através do software Dolphin Imaging procedeu-se a análise das VAS em três parâmetros: área total (AT), volume total (VT) e área axial mínima (AAM), que foram comparadas entre T0 e T1 em um mesmo grupos pelo Teste de Wilcoxon e entre grupos pelos Teste de Mann-Whitney (p < 0.05). Resultados:Ambos os grupos apresentaram aumento significativo de AT, VT e AAM entre T0 e T1. Contudo, essas variações foram estatisticamente maiores no grupo 1 quando comparadas ao grupo 2. Conclusão: As cirurgias bimaxilares promoveram o aumento da AT, VT e AAM das VAS e essas mudanças foram significativamente superiores nos pacientes submetidos ao avanço bimaxilar. Palavras-chave: Cirurgia ortognática; Vias aéreas superiores; Deformidades dentofaciais. ABSTRACT Objective: The objective of the present study was to retrospectively evaluate the changes that occurred in the upper airways (UAS) after bimaxillary orthognathic surgery. Methodology: The sample comprised 14 patients, who were divided into two groups, according to the type of movement performed in the surgery: group 1 (n = 6), bimaxillary advancement; group 2 (n = 8) maxillary advancement and mandibular setback surgery. Computed tomography scans were performed preoperatively (T0) and 1 year postoperatively (T1). Through the Dolphin Imaging software, the analysis of the UAS was carried out in three parameters: total area (TA), total volume (TV) and minimum axial area (MAA), which were compared between T0 and T1 in the same groups by the Wilcoxon Test and between groups by the Mann-Whitney test (p < 0.05). Results: Both groups showed a significant increase in TA, TV and MAA between T0 and T1. However, these variations were statistically higher in group 1 when compared to group 2. Conclusion: Bimaxillary surgeries promoted an increase in the TA, TV and MAA of the UAS and these changes were significantly higher in patients undergoing bimaxillary advancement. Keywords: Orthognathic surgery; Upper airway; Dentofacial deformities. 20 RESUMEN Objetivo: El objetivo del presente estudio fue evaluar retrospectivamente los cambios ocurridos en las vías aéreas superiores (VAS) después de la cirugía ortognática bimaxilar. Metodología: La muestra estuvo compuesta por 14 pacientes, quienes fueron divididos en dos grupos, según el tipo de movimiento realizado en la cirugía: grupo 1 (n = 6), avance bimaxilar; grupo 2 (n = 8) cirugía de avance maxilar y retroceso mandibular. Las tomografías computarizadas se realizaron antes de la operación (T0) y 1 año después de la operación (T1). A través del software Dolphin Imaging se realizó el análisis de la VAS en tres parámetros: área total (AT), volumen total (VT) y área axial mínima (AAM), los cuales fueron comparados entre T0 y T1 en los mismos grupos por el Prueba de Wilcoxon y entre grupos por la prueba de Mann-Whitney (p < 0,05). Resultados: Ambos grupos mostraron un aumento significativo de AT, VT y AAM entre T0 y T1. Sin embargo, estas variaciones fueron estadísticamente mayores en el grupo 1 en comparación con el grupo 2. Conclusión: Las cirugías bimaxilares promovieron un aumento de la AT, VT y AAM de las VAS y estos cambios fueron significativamente mayores en los pacientes sometidos a avance bimaxilar. Palabras clave: Cirugía ortognática; Vía aérea superior; Deformidades dentofaciales. 21 INTRODUÇÃO A cirurgia ortognática (CO) é o procedimento cirúrgico capaz de movimentar os maxilares e corrigir as discrepâncias dentoesqueléticas, restabelecendo, assim, a harmonia facial e a oclusão ideal. Entretanto, as deformidades dentoesqueléticas não comprometem somente a função mastigatória e a estética dos pacientes, mas, também podem levar à diminuição do espaço das vias aéreas, contribuindo para o desenvolvimento de distúrbios respiratórios, como a apneia obstrutiva do sono (AOS)1 . Dessa forma, a CO pode ser empregada também para otimizar os resultados funcionais associados às vias aéreas2, visto que, a maxila e a mandíbula estão intimamente ligadas à via aérea superior (VAS)3. Por consequência, pacientes com deformidades esqueléticas Classe III têm um espaço aéreo mais amplo em oposição à orientação de pacientes com defeitos esqueléticos Classe II, os quais, apresentam um espaço aéreo mais estreito4. Pacientes classe II geralmente são submetidos à cirurgia de avanço maxilomandibular que está associada ao aumento do espaço aéreo. Já os pacientes classe III podem ser tratados apenas com um recuo mandibular ou, cirurgia bimaxilar (avanço maxilar e recuo mandibular)5. Atualmente, ainda há muita controvérsia sobre se as alterações na via aérea decorrentes da realização da CO em pacientes com má oclusão tipo III esquelética causam ou não a indução da AOS, principalmente em recuos isolados de mandíbula6. Outros estudos mostraram que a CO bimaxilar (avanço de maxila com recuo de mandíbula) é menos propensa a induzir a obstrução das vias aéreas em comparação com a cirurgia de recuo mandibular como procedimento autônomo7. Apesar do grande número de estudos publicados acerca do tema nos últimos anos, revisão sistemática recente8 demonstrou que a evidência é ainda moderada em apontar o avanço bimaxilar como único movimento capaz de alterar positivamente a VAS, uma vez que, devido heterogeneidade dos estudos, não é possível determinar com significância estatística o impacto do recuo de mandíbula na VAS. Assim, mais estudos são necessários para compreender as mudanças que acontecem nas vias aéreas como um resultado dos movimentos dos maxilares, principalmente no grupo de pacientes classe III9. Além disso, a avaliação das mudanças no espaço das VAS permite ao 22 clínico planejar e prever, com maior precisão, o resultado de todos os procedimentos que envolvem a alteração do componente do seu tecido mole10. Assim, este estudo têm como objetivo avaliar retrospectivamente as modificações ocorridas nas VAS de pacientes submetidos à CO bimaxilar. 23 MATERIAIS E MÉTODOS SELEÇÃO DA AMOSTRA Este é um estudo de coorte retrospectivo realizado com o objetivo de comparar as variações das VAS em pacientes submetidos a dois tipos de movimentação em CO. Foi realizada uma busca em banco de dados de pacientes submetidos a este procedimento em clínica privada (Centro Catarinense de Atendimento Odontológico) no período compreendido entre janeiro de 2018 a setembro de 2020. Esse estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa em Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (4.608.975). Os pacientes foram divididos em dois grupos, conforme o tipo de movimentação realizada no ato cirúrgico: grupo 1, pacientes submetidos a cirurgia de avanço bimaxilar; grupo 2, pacientes submetidos a cirurgia de avanço de maxila e recuo de mandíbula. Foram incluídos pacientes ASA I que necessitavam correção de deformidade dento-facial através de cirurgia ortognática bimaxilar e que possuíam tomografia computadorizada nos períodos de avaliação considerados, obtidas pelo mesmo aparelho. Foram excluídos aqueles com discrepância transversa da maxila concomitante, complicações durante o tratamento ortodôntico-cirúrgico, registros incompletos, história de doença das vias aéreas superiores, síndromes craniofaciais e cirurgias prévias na região de cabeça e pescoço. PLANEJAMENTO E PROCEDIMENTO CIRÚRGICO Os planejamentos dos casos foram realizados de maneira tridimensional através do software Dolphin Imaging® (Dolphin Imaging & Management Solutions, Chatsworth, CA, USA), com fabricação de guia cirúrgica através de CAD/CAM. Todos os procedimentos cirúrgicos foram realizados pelo mesmo cirurgião, utilizando- se anestesia geral e intubação nasotraqueal. A técnica cirúrgica utilizada já foi publicada anteriormente por Gil et al. (2011), demonstrando precisão no reposicionamento dos maxilares. De maneira sucinta, as cirurgias iniciaram pela mandíbula, com a execução da osteotomia bilateral do ramo mandibular que, após reposicionamento, foi fixada com 24 parafusos bicorticais 2.0 mm. Em seguida, foi realizada Osteotomia Le Fort I, onde a maxila foi reposicionada através do uso de referência externa, sendo, em seguida, fixada com placas e parafusos 2.0 mm. ANÁLISE TOMOGRÁFICAAs avaliações tomográficas foram realizadas em dois intervalos de tempo distintos: pré-operatório (T0) e pós-operatório de 1 ano (T1). As imagens foram obtidas por tomógrafo i-Cat® (Imaging Science, Hatfield, PA, USA) em formato DICOM e processadas no software Dolphin Imaging®. O programa dispõe da ferramenta “sinus/airway” onde é necessário delimitar manualmente a região das vias aéreas. Desse modo, utilizou-se o protocolo de delimitação da VAS descrito por Schendel et al. (2014) como base, conforme segue: 1) Orientação da cabeça considerando o Plano Horizontal de Frankfort paralelo ao solo; 2) Seleção do corte sagital mediano tomando como referência a parte central do forame incisivo; 3) Demarcação da via aérea superior, considerando seu limite superior uma linha tangente à espinha nasal posterior (ENP) e como limite inferior uma linha tangente à margem superior da quarta vértebra cervical (C IV) (Fig. 1). Uma vez delimitada a via aérea superior, o programa calcula automaticamente sua área total (AT), volume total (VT) e área axial mínima (AAM). Estas três variáveis foram utilizadas na comparação das mudanças ocorridas nas vias aéreas superiores após a CO nos grupos estudados. As avaliações foram realizadas por uma única examinadora, que repetiu previamente ao início do estudo a análise de 5 pacientes com intervalo de 15 dias para calibração. O tipo de cirurgia realizado e sua quantificação foram obtidos dos dados do software de planejamento virtual. Para o avanço de maxila utilizou-se o ponto da linha média maxilar como referência. As modificações na posição mandibular foram aferidas no ponto Pog. ANÁLISE ESTATÍSTICA 25 A calibração da examinadora foi avaliada através do coeficiente de correlação intraclasse (ICC). As variáveis quantitativas foram descritas por média e desvio padrão e as variáveis nominais apresentadas como frequência absoluta. Na comparação entre grupos, as diferenças nos parâmetros das VAS entre T0 e T1 foram expressas em percentagem (%). Os dados foram submetidos ao teste de normalidade de Shapiro-Wilk que demonstrou distribuição não paramétrica dos mesmos. Assim, para a comparação das alterações das variáveis AT, VT e AAM dentro de um mesmo grupo utilizou-se o Teste de Wilcoxon e, para suas comparações entre grupos, bem como para as variáveis idade e avanço da maxila, o Teste de Mann-Whitney. A distribuição entre grupos da variável sexo foi avaliada com o Teste Exato de Fisher. Todas as análises foram conduzidas no SPSS (IBM Corp., Armonk, NY, USA) considerando o nível de significância de p < 0.05. Figura 1. Protocolo de delimitação da VAS: limite superior, linha tangente à ENP; limite inferior, linha tangente à margem superior de CIV. Fonte: Imagem obtida pela autora (2021) 26 RESULTADOS Análise preliminar detectou 65 pacientes potenciais para o estudo e, após aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, a análise final contou com 14 pacientes, 6 distribuídos no grupo 1 e 8 no grupo 2. Na amostra, dois eram do sexo masculino e doze do feminino, com uma média de idade de 36,35 anos, onde foi realizado um avanço médio de maxila de 5,17 mm. A tabela 1 apresenta a análise descritiva das variáveis sexo, idade e de movimentação dos maxilares nos grupos 1 e 2. Análise estatística demonstrou que os mesmos eram homogêneos em relação ao sexo (p = 0.16), idade (p = 0.09) e magnitude de avanço da maxila (p = 0.57), entretanto, diferiram na movimentação mandibular (p = 0.002). Tabela 1 - Análise descritiva de sexo, idade e movimentação dos maxilares nos grupos estudados. (F): feminino; (M): masculino; (-) recuo mandibular. Fonte: Elaborado pela autora (2021) Em relação à calibração da examinadora, o protocolo de avaliação dos parâmetros das vias aéreas superiores denotou excelente reprodutibilidade, com ICC superior a 0,9 (AT = 0,91; VT = 0,97; AAM = 0,91). Quando avaliados isoladamente os grupos 1 e 2, os três parâmetros utilizados para análise das vias aéreas demonstraram aumento estatisticamente significativo em T1 quando comparado à T0, como ilustra a Tabela 2. SEXO M F IDADE Movimentação MAXILAR Movimentação MANDIBULAR Grupo 1 2 4 42,16 ± 12,78 5,65 ± 3,2 5,70 ± 2,72 Grupo 2 0 8 32 ± 8,41 4,82 ± 1,42 -3,07 ± 1,33 27 Tabela 2 - Diferenças pré e pós-operatórias nos parâmetros de avaliação das vias aéreas superiores. * Teste de Wilcoxon Fonte: Elaborado pela autora (2021) Considerando a totalidade da amostra, e em relação à percentagem de variação dos parâmetros de avaliação das VAS no pré e pós-operatório, notou-se um acréscimo na AT de 42,82%, no VT de 63,83% e de 118,08% na AAM. Quando comparadas a percentagem de variação desses parâmetros nos grupos 1 e 2 houve melhora estatisticamente significativa dos mesmos nos pacientes submetidos ao avanço bimaxilar (Tabela 3). Tabela 3 - Percentagem de variação entre os parâmetros de avaliação das vias aéreas superiores. *Teste de Mann-Whitney Fonte: Elaborado pela autora (2021) T0 T1 p* Grupo 1 AT (mm2) 518,33 ± 132,33 837,83 ± 198,07 0,028 VT (mm3) 11.237,33 ± 4.386,52 23,834 ± 5.901,38 0,028 AAM (mm3) 79,66 ± 29 252 ± 106,57 0,028 Grupo 2 AT (mm2) 673,50 ± 109,43 814 ± 151,04 0,017 VT (mm3) 17.563,25 ± 4.143,32 22.489,37 ± 5.407,94 0,012 AAM (mm3) 169,37 ± 54,92 238,50 ± 85,64 0,017 Grupo 1 Grupo 2 p* AT 80,56 ± 35,76 21,52 ± 19,50 0,03 VT 108,72 ± 59,49 30,15 ± 27,41 0,05 AAM 215,53 ± 100,85 45 ± 43,91 0,03 28 DISCUSSÃO O objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças ocorridas nas VAS em pacientes submetidos à CO bimaxilar. Anatomicamente a língua, o palato mole, o osso hióide e a musculatura envolta estão direta ou indiretamente fixados na maxila e na mandíbula, sendo assim, as dimensões da cavidade oral e das vias aéreas faríngeas irão mudar dependendo da direção e magnitude dos movimentos dos maxilares6. Os avanços bimaxilares resultam em um aumento das VAS não apenas no sentido ântero-posterior, mas também no latero-lateral, expandindo o espaço velofaríngeo tridimensionalmente11. Além disso, sabe-se que a redução do volume ou a presença de constrições das VAS aumentam a resistência ao fluxo aéreo, o que é considerado um fator de risco para o desenvolvimento da AOS12. Desse modo, as variáveis AT e VT foram escolhidas por serem consideradas de extrema importância na compreensão do processo respiratório, pois ditam a capacidade de armazenamento da VAS. Já a AAM é o local mais estreito do espaço aéreo faríngeo, assim, um aumento neste valor após o tratamento é benéfico para os pacientes submetidos à CO13. Para fazer a análise das modificações no espaço aéreo, o método da tomografia computadorizada de feixe cônico é considerado o mais eficaz, rápido e com baixa dose de radiação atualmente disponível12. Ela, especialmente na reconstrução tridimensional, permite excelente visualização da via aérea faríngea sem sobreposição de tecido duro podendo criar vários tipos de imagens repetidamente8. Essa técnica de imagem permite uma avaliação mais apurada das VAS, com possibilidade de mensurações em todas as dimensões, o que é importante no planejamento cirúrgico e acompanhamento pós-operatório. A utilização dessas imagens em programas computacionais permite um cálculo automatizado de AT, VT e AAM, produzindo informações mais confiáveis clínica e cientificamente. O software Dolphin Imaging® utilizado no presente trabalho é confiável nas mensurações de VT e AAM, apresentando poucos erros (1%)14. Os dados do presente trabalho demonstram que mesmo as cirurgias de avanço de maxila com recuo de mandíbula aumentaram significativamente AT, VT e AAM no pós- operatório. Estes resultados são congruentes com os estudos de Alcalde et al. (2019)5, Brunetto et al. (2014)15, Gokce et al. (2014)16, Burkhard et al. (2014)17. Entretanto, as 29 repercussõesdos recuos de mandíbula, sobretudo em cirurgias bimaxilares, ainda é tópico de discussão, com estudos discordantes dos achados aqui apresentados, como mostrou revisão sistemática recente8. De acordo com Gokce et al. (2014)16, o avanço da maxila combinado com o recuo de mandíbula compensa o estreitamento do espaço aéreo superior, pois, o avanço da maxila resulta em um alargamento significativo das vias aéreas nasofaríngea e orofaríngea, o que aumentou o volume total das vias aéreas. Ainda, o avanço maxilar resultante da Osteotomia Le Fort I traciona anteriormente o palato mole, afetando os músculos palatoglosso, aumentando assim o suporte da língua, o que reduz o efeito de constrição causado pelo recuo mandibular17. Contudo, ao se estabelecer a comparação entre os grupos 1 (avanço bimaxilar) e 2 (avanço de maxila e recuo de mandíbula), o presente trabalho demonstrou aumento estatisticamente significativo em AT, VT e AAM favoráveis ao primeiro grupo. Estes achados estão de acordo com revisões sistemáticas8,18. As cirurgias de avanço bimaxilar aumentam as VAS em sua totalidade, pois, tracionam os tecidos fixados à maxila, mandíbula e osso hióide, tensionando a musculatura supra-hióidea e velofaríngea19, o que resulta em uma VAS menos susceptível ao colapso20. Este estudo possui limitações quanto ao tamanho da amostra e, já se busca aumentar a casuística para obtenção de resultados mais robustos. No entanto, a aplicação de critérios de elegibilidade mais rígidos permitem a formação de uma amostra de maior qualidade. Desse modo, mais estudos com maior amostra, padronização de exames de imagem e, protocolo de delimitação das VAS são necessários para esclarecer o impacto da CO nas VAS, sobretudo a influência dos recuos mandibulares. 30 CONCLUSÃO Os resultados do presente estudo revelam que a CO bimaxilar proporciona um aumento significativo de AT, VT e AAM. No entanto, estes aumentos são significativamente maiores nos pacientes submetidos ao avanço bimaxilar quando comparados àqueles onde foi realizado o avanço de maxila associado ao recuo de mandíbula. Desse modo, deve-se dar preferência ao avanço bimaxilar em casos de pacientes com risco para ou portadores da AOS. No tratamento dos pacientes Classe III a cirurgia de avanço de maxila e recuo de mandíbula deve ser considerada como alternativa ao recuo mandibular isolado, de maneira a diminuir os efeitos deletérios nas VAS. 31 REFERÊNCIAS 1. Olsen, B. Influência da cirurgia ortognática na via aérea superior: uma avaliação tridimensional retrospectiva. Dissertação (Mestrado em Ciências Odontológicas Integradas) – Programa de Pós-graduação em Ensino de stricto sensu Mestrado em Ciências Odontológicas Integradas. Departamento de Pós-Graduação. Universidade de Cuiabá - UNIC. Cuiabá, MT. 2019. 2. De Oliveira DL, Calcagnotto T, Vago TM, Filho HN, Valarelli DP, Bellato CP. Tomographic Analysis of the Impact of Mandibular Advancement Surgery on Increased Airway Volume. Ann Maxillofac Surg. 2017;7(2):256-9. 3. Yang Y, Yang K, Zhao Y. Three-Dimensional Changes in the Upper Airway of Skeletal Class III Patients After Different Orthognathic Surgical Procedures. J Oral Maxillofac Surg. 2018;76(1):155-64. 4. 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No tratamento dos pacientes Classe III a cirurgiade avanço de maxila e recuo de mandíbula deve ser considerada como alternativa ao recuo mandibular isolado, de maneira a diminuir os efeitos deletérios nas VAS. 34 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGARWAL, S. S.; DATANA, S.; SAHOO, N. K.; BHANDARI, S. K. Evaluation of Airway Dimensions Following Mandibular Setback with Surgery-First Orthognathic Versus Conventional Orthognathic Approach. J Maxillofac Oral Surg, 20, n. 2, p. 296-303, Jun 2021. ALCALDE, L. F. A.; FARIA, P. E. P.; NOGUEIRA, R. L. M.; CHIHARA, L. et al. Computed tomography visualizing alterations in the upper airway after orthognathic surgery. J Craniomaxillofac Surg, 47, n. 7, p. 1041-1045, Jul 2019. ALQAHTANI, F.; GEORGE, J. M.; BISHAWI, K.; KURIADOM, S. T. Comparison of oropharyngeal airway dimensional changes in patients with skeletal Class II and Class III malocclusions after orthognathic surgery and functional appliance treatment: A systematic review. 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