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Síndrome de Bourbon Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome se define como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”. Por outras palavras, a síndrome do esgotamento profissional, é um transtorno de ordem emocional, que resulta de uma carga excessiva e desgastante de trabalho. De modo geral, são acometidos os profissionais que atuam em ambientes de extrema pressão ou tensão, com grandes responsabilidades. É importante dizer que a síndrome de burnout não pode ser considerada uma variação do estresse. Esse distúrbio psíquico e emocional é mais complexo, causando um impacto negativo não só na vida profissional, mas pessoal de quem sofre com o problema. Ainda de acordo com o órgão de saúde, é muito importante considerarmos que a síndrome está diretamente ligada ao trabalho e, portanto, não deve ser aplicada a outros contextos da vida das pessoas. Dentro do contexto de pandemia, a pauta sobre o assunto se tornou crucial, uma vez que o trabalho passou a ser feito dentro de casa, o que, para muitos funcionários, foi um verdadeiro pesadelo — especialmente para mulheres, que precisam lidar com a sobrecarga das tarefas domésticas e das empresas nas quais são colaboradoras. Quais são os principais sintomas de burnout? A síndrome de burnout não chega de uma hora para outra, ou seja, não é um problema de explosão imediata. Os sintomas vão se apresentando lentamente, dia após dia, até acometerem de vez o paciente. Em muitos casos ela só é percebida quando o profissional já está completamente desmotivado, apático e improdutivo. Alguns pesquisadores da área de psicologia acreditam que a doença surge em 12 estágios, mas que não necessariamente todas as pessoas vão vivenciar cada um deles. A primeira fase é quando o trabalhador necessita provar que ele entende muito bem do que faz e quer mostrar a todo custo o seu valor. Em seguida, vem o momento em que o expediente e a vida profissional tornam-se uma coisa só e, de repente, a pessoa a todo momento está checando mensagens, respondendo e-mails ou atendendo telefonemas — tudo isso fora do expediente. No terceiro estágio, o indivíduo nega as necessidades básicas do corpo, como dormir, comer, descansar, ter momentos de lazer, pois a prioridade são as tarefas. Depois, vem o momento em que a pessoa compreende que tem problemas, mas nega-os e evita tocar no assunto. A quinta etapa é marcada pela autoestima sempre em questionamento, assim como a desvalorização da família, do lazer, das coisas que eram importantes no âmbito pessoal. Em sexto vem o momento em que o indivíduo se torna agressivo, sem paciência e sempre acha que os outros são o problema. O sétimo estágio já começa a ser marcado pelo isolamento e há boas chances da pessoa buscar consolo no álcool ou, até mesmo, em outras drogas. Na oitava fase, a mudança de personalidade é totalmente visível. Em nono, pode-se dizer que a pessoa começa a perder-se de si: deixa de ver o seu valor, não sente o afeto de quem a ama e, inclusive, ignora totalmente qualquer tipo de necessidade. As três últimas fases já são mais críticas e marcadas pela sensação de vazio interno, em seguida, depressão e, por último, a chegada da síndrome de burnout. Mas além das fases da síndrome, é muito importante estar atento para os seguintes sintomas: fadiga; estresse; irritação; insônia; tristeza; gastrite; agressividade; baixa autoestima; baixa imunidade; hipertensão sem histórico prévio; tensão muscular; negatividade contínua; falta de energia; sentimento de fracasso e derrota; oscilações no humor; dores crônicas de cabeça; dificuldade de concentração; diminuição parcial ou completa do apetite; redução do contato interpessoal; sentimento de impotência; dificuldades de concentração e memorização. De início, esses sintomas parecem característicos de alguém com uma rotina de trabalho intensa, sem períodos de descanso. Com o tempo é possível perceber seu avanço, pela alteração do comportamento e do estado mental e físico da pessoa acometida pelo transtorno. O tratamento da síndrome de burnout depende do estágio em que o paciente se encontra, o que pode incluir a mudança de hábitos na rotina e no estilo de vida, psicoterapias ou uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos. Somente um profissional especializado, médico psiquiatra ou psicólogo, será capaz de avaliar os sintomas e saber se estão associados à síndrome. A busca pela ajuda médica é essencial para iniciar o quanto antes o tratamento e voltar a ter uma vida normal e produtiva.