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Estruturas de aço Aula 6: Dimensionamento de elementos sob compressão curtos e medianamentos esbeltos Apresentação Nesta aula, aprenderemos a classi�car um elemento sob a compressão em per�l simples simétrico estudaremos as particularidades e os cuidados que devem ser tomados em cada caso. Serão consideradas as in�uências da �ambagem global e das �ambagens locais, de alma e de mesa. Objetivos Descrever o comportamento do elemento de aço sob compressão; Identi�car per�s metálicos sob a solicitação de compressão. Dimensionamento de elementos submetido à compressão para as estruturas de aço Características geométricas A estrutura de aço deve ser veri�cada por meio de per�l padrão ou comercial, sendo necessário, comumente, o uso de dois ou mais per�s metálicos. Para isso, você deverá realizar a caracterização geométrica. Assim, será possível o uso de per�s compostos. Dimensionamento do per�l metálico à compressão Válido para per�l laminado. Como visto anteriormente, elementos comprimidos são sujeitos ao fenômeno da �ambagem, fato que pode reduzir a sua capacidade de carga, já que a instabilidade devida à �ambagem deve ser evitada. Leonhad Euler, um matemático e físico suíço que viveu no século XVIII, dentre diversas contribuições ciência, determinou a carga crítica de �ambagem (P ), também conhecida como carga de Euler, que expressa o valor máximo resistido antes da ocorrência da �ambagem. cr =Pcr . E . Iπ2 L2fl λ = k . L r Onde: E – Módulo de elasticidade para o aço o valor de E=210.000Mpa; I – Momento de inércia (cm ); L – Comprimento de �ambagem (cm); k – Parâmetro de �ambagem, depende da vinculação; r – Menor raio de giração (cm). Como L = k.L e I = r².A, podemos escrever: 4 ft � = = ∴Pcr . E . Iπ2 (k . L)2 . E . . Aπ2 r2 . λ2 r2 A tensão crítica de �ambagem é: = = = σcr Pcr A . Eπ2 λ2 210.000 λ2 Quadro 1 – Parâmetros de flambagem – Tab, E.1 da NBR 8800:2008. A NBR 8800:2008 limita o valor de = 200λmáx Comentário Cabe aqui comentar que a teoria de Euler foi desenvolvida para o caso birrotulado, representado na letra d da tabela. Como a teoria não trata as outras formas de vinculação, a ideia é adotar um elemento birrotulado equivalente como modelo que possua comportamento análogo. Para isso, foi introduzido o fator K que modi�ca o comprimento da peça original de forma que o projeto trate o problema de qualquer vinculação nas extremidades por um birrotulado equivalente com comprimento afetado pelo fator k. Exemplo Uma peça de 1,0m biengastada (letra a do Quadro 1) será projetada como se fosse uma birrotulada de comprimento KL = 0,65 . 1,0 = 0,65m. Dimensionamento das barras comprimidas Resistência de cálculo de barras comprimidas. = X.Q.Nn Ny A expressão pode ser lida assim: A resistência nominal é determinada pela força que leva a seção à tensão de escoamento ( ), afetada por 2 fatores redutores de resistência ( ). O primeiro fator, X, é associado à perda de resistência ligada à esbeltez (�ambagem global) e o segundo, , associado a perdas de resistência ligadas a possíveis ocorrências de �ambagens locais que podem acontecer tanto na mesa como na alma. Agfy X e Q Q A fragilidade relacionada à �ambagem local é tratada em função de proporções geométricas estabelecidas na seção escolhida, onde a relação fundamental é a razão entre a dimensão livre da mesa ou da alma (b) e a sua espessura (t). Ao longo da aula, a determinação dos fatores será esclarecida. Seções com relações b e t favoráveis não estão sujeitas aos efeitos de �ambagem local e, portanto, nesses casos, o fator deve ser adotado como unitário, já que não existirão perdas por �ambagem local. X e Q Q . = 0, 90 . X . . Q . ≥ ϕc Nn fy Ag Nd A expressão de dimensionamento pode ser lida como sendo a resistência nominal do elemento comprimido, afetado pelo fator de ponderação (0,9), deve se igualar ou superar o esforço normal de projeto . ϕc Nd Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online O anexo F da NBR 8800:2008 traz algumas informações para o dimensionamento do elemento metálico sob compressão. Pode-se notar (exceto seções circulares): 1 AA Duas bordas longitudinais vinculadas 2 AL Apenas uma borda longitudinal vinculada Observa-se o que os itens do Anexo F da NBR 8800:2008 destaca: F.1.2 As barras submetidas à força axial de compressão, nas quais todos os elementos componentes da seção transversal possuem relações entre largura e espessura (relações b/t) que não superam os valores de (b/t) dados na Tabela F.1, têm o fator de redução total Q igual a 1,00. (NBR 8800:2008)lim F.1.3 As barras submetidas à força axial de compressão, nas quais os elementos componentes da seção transversal possuem relações b/t maiores que os valores de (b/t) dados na Tabela F.1 (elementos esbeltos) têm o fator de redução total Q dado por: lim Q = . QS Qa Onde: Qs – Elementos exclusivos AL (componentes da seção com uma extremidade Apoiada e outra Livre, como as mesas de uma seção I, por exemplo); Qa – Elementos exclusivos AA (componentes da seção com as duas extremidades Apoiadas, como a alma de uma seção I, por exemplo). A determinação dos valores de Q para peças do tipo AL pode ser veri�cada no Quadro 2 (ref.: Tabela F.1 – da NBR 8800:2008). Elementos Grupo Descrição dos Alguns exemplos com indicação de b e t (b/t)lim elementos AA 1 • Mesas ou almas de seções tubulares retangulares; • Lamelas e chapas de diafragmas entre linhas de parafusos ou soldas. 2 • Almas de seções I, H ou U; • Mesas ou almas de seção-caixão; • Todos os demais elementos que não integram o Grupo 1. 1, 40 E fy −− √ 1, 49 E fy −− √ AL 3 • Abas de cantoneiras simples ou múltiplas providas de chapas de travejamento. 4 • Mesas de seções I, H, T ou U laminadas; • Abas de cantoneiras ligadas continuamente ou projetadas de seções I, H, T ou U laminadas ou soldadas; • Chapas projetadas de seções I, H, T ou U laminadas ou soldadas. 5 • Mesas de seções I, H, T ou U soldadas. 6 • Almas de seções T. O valor de k deve ser determinado como visto. 0, 45 E fy −− √ 0, 56 E fy −− √ 0, 64 E ( ) fy kc / − −−−−− √ 0, 75 E fy −− √ c Quadro 2 – Valor referente a tabela F.1 – valores de (b/t) .min Clique nos botões para ver as informações. Para elementos do Grupo 3 – AL para para = 1, 340 − 0, 76. .QS b t fy E −− √ 0, 45. < ≤ 0, 91.E ( )fy − −− √ bt E ( )fy − −− √ = QS 0,53 . E . fy ( ) b t 2 > 0, 91 . b t E ( )fy − −− √ Para elementos do Grupo 4 para para = 1, 415 − 0, 74. .QS b t fy E −− √ 0, 56. < ≤ 1, 03.E ( )fy − −− √ bt E ( )fy − −− √ = QS 0,69 . E . fy ( ) b t 2 > 1, 03 . b t E ( )fy − −− √ Para elementos do Grupo 5 para para = 1, 415 − 0, 65. .QS b t fy . Ekc − −−− √ 0, 64. < ≤ 1, 17E ( ) fy kc / − −−−−− √ b t E fy kc / − −−− √ = QS 0,90E . kc fy( ) b t 2 > 1, 17b t E fy kc / − −−− √ Para valores de kc , sendo 0,35 ≤ kc ≤ 0,76 = kc 4 h tw /√ Para elementos do Grupo 6 para para = 1, 908 − 1, 22. .QS b t fy E −− √ 0, 75 < ≤ 1, 03E fy −− √ bt E fy −− √ = QS 0,90E fy( ) b t 2 > 1, 03b t E fy −− √ Atenção Para a aplicação das equações acima, deve-se usar: t = espessura da chapa da alma; h = altura da alma; b e t são a largura e espessura do elemento, ver Quadro 2. w Elementos comprimidos em AA Qa = Aef Ag = − ∑ (b − ). tAef Ag bef = 1, 92. t. . [1 − ] ≤ bbef Eσ −− √ ca b t / E σ −− √ C = 0,38 para tubos retangulares; C = 0,34 para os demais per�s. a a σ = X. fy Pode-se adotar de forma conservadora o valor de Q = 1,0 portanto . Determinação do fator , responsável pela redução da capacidade resistente do elemento comprimido em função da sua esbeltez. σ = fy X Gráfico 01 - Figura 11 — Valor de X em função do índice de esbeltez λ . / Fonte: NBR8800:20080 =λ0 Q. .Ag fy Ne − −−−− √ =Ne .E.Iπ 2 (k.ℓ)2 A forma grá�ca é interessante visualmente e vale a pena mencionar que se trata de uma adaptação da curva de Euler, teórica, afetada por resultados de ensaios utilizando elementos em aço. A curva possui um ponto de in�exão em que a divide em 2 trechos, de forma que: Para Para = 1, 5λ0 ≤ 1, 5 : X = 0,λ0 658 λ0 2 > 1, 5 : X =λ0 0,877 λ0 2 Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Portanto, pode-se determinar o valor de X, tanto pelo grá�co (menos preciso) como pelas equações. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 1. Determinar a capacidade de carga de um per�l I com comprimento de 3000mm, com valor de k=0,80. Figura 1 – Viga metálica para determinação da capacidade resistente. A = 56,4cm² I = 3.931,13cm I = 322,42cm r = 8,348cm r = 2,39cm f = 250MPa f = 400MPa g x 4 y 4 x y y u 2. Dimensionar o banzo superior N sabendo que: g = -59,33kN, g = -41,47kN, g = -39,46kN, q = -49,25kN, q = -13,9kN, q = +22,10kN com dimensão igual a 1600mm. Adotar per�l laminado C 6” x 23,10 aço ASTM A36 – f = 250MPa e f = 400MPa. 19 1 2 3 1 2 3 y u Para um per�l – C 6” x 23,10 A = 29,40cm² I = 815cm I = 52,4cm x = 1,38cm r = 5,27cm r = 1,33cm f = 250MPa f = 400MPa g x 4 y 4 x y y u t = 1,42cm t = 0,87cm b = 5,79cm w f f Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 8800: projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro: ABTN, 2008. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6123: Força devido ao vento em edi�cações. Rio de Janeiro: ABTN, 1988. Próxima aula Dimensionamento de elementos sob compressão peças compostas. 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