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59 Herdei casas extraordinárias e carros luxuosos. Comi maçãs pela manhã e pela tarde. Elas são realmente saborosas. Gostei dos tons lilases usados na sala, ficou bem suave. BIZURAÇÃO: Qualquer substantivo usado como adjetivo fica invariável: reuniões relâmpago, homens monstro, moleques piranha, vestidos laranja, ternos cinza, blusas creme, calças rosa, tintas salmão, escovas chocolate, paredes gelo, tons pastel... exceto nos três primeiros, note que a expressão “cor de” está implícita. “Lilás” é o único substantivo usado como adjetivo que pode variar: lilases. Existe a forma variante “lilá” (você sabia?), cujo plural é “lilás”. Grava isso, vai que precisa uma hora, ok? Outra, quando o adjetivo modificar uma oração substantiva, ficará no masculino singular. Veja: Naquela ocasião, considerou-se muito digno que a documentação fosse assinada. (O adjetivo digno modifica a oração substantiva “que a documentação fosse assinada”.) Regra dos Compostos O adjetivo composto apresenta algumas regrinhas. 1. A regra geral é: varia-se apenas o último elemento do adjetivo composto, concordando com o termo de valor substantivo ao qual se refere, em gênero e número: As intervenções médico-cirúrgicas foram um sucesso! Aquelas canecas vermelho-claras e vermelho-escuras já foram vendidas. Foram feitos acordos afro-brasilo-lusitanos. 2. Se algum elemento do adjetivo composto for um substantivo, todo o adjetivo composto ficará invariável: Eram blusas verde-garrafa que ele queria. Estes cordões amarelo-ouro vão chamar atenção, ainda mais sobre os camisões marrom-café... Prefira ternos cinza-escuro… mais sóbrios . – Nossas fantasias verde e rosa fizeram sucesso. 3. Os adjetivos compostos surdo(a/s) - mudo(a/s), pele(s)-vermelha(s) e claro(a/s) - escuro(a/s) são exceções. Variam ambos os elementos. 4. São invariáveis sempre: azul-marinho, azul-celeste, furta-cor, ultravioleta, sem-sal, sem-terra, verde-musgo, cor-de-rosa, zero-quilômetro etc. a maioria dos gramáticos, como Napoleão M. de Almeida e Luiz A. Sacconi, diz que “infravermelho” varia. REVISÃO DE BASE 11 Variação em Grau Dizer que um adjetivo varia em grau significa dizer que, em algumas construções, ele terá seu valor intensificado – normalmente por um advérbio ou por um sufixo. Existem duas situações em que o adjetivo pode variar em grau: em uma estrutura de comparação ou em uma de superlativação. Grau Comparativo Compara-se uma qualidade, ou qualificação, entre dois seres ou duas qualidades de um mesmo ser. Há três tipos, com construções peculiares a elas: de igualdade (tão... quanto/como): Gramática é tão divertida quanto (ou como) Matemática. de superioridade (mais... (do) que): Gramática é mais divertida (do) que matemática. de inferioridade (menos... (do) que): Gramática é menos divertida (do) que matemática. Cuidado!!! 1. Os adjetivos bom, mau/ruim, grande, pequeno só têm formas sintéticas (melhor, pior, maior, menor) no grau comparativo de superioridade; veja: Português é mais bom que Matemática. (Errado!) Português é melhor que Matemática. (Ah, agora sim!) Porém, em comparações feitas entre duas qualidades de um mesmo ser, devem-se usar as formas analíticas “mais bom, mais mau, mais grande e mais pequeno”. Por exemplo: Edmundo foi condenado de novo, mas ele é mais boa pessoa do que má. Minha casa é mais grande que confortável. Celso Cunha admite, porém, que “mais pequeno” é forma culta, mesmo comparando-se dois seres: “João é mais pequeno que Maria”. Tal forma é comum em Portugal. 2. Determinados substantivos podem ser tomados como adjetivos em construções de grau comparativo: “Sou mais irmão do diretor (do) que você”. Já em estruturas semelhantes à que segue, não há gradação, tampouco qualificação, mas tão somente ideia de quantidade indefinida: “Comprei mais computadores (do) que televisores”. O substantivo continua sendo substantivo, e o “mais” é um pronome indefinido. Grau Superlativo Ocorre um engrandecimento, uma intensificação da qualidade de um só ser; são dois os tipos de superlativo de um adjetivo (absoluto e relativo): Absoluto Analítico: o adjetivo é modificado por um advérbio de intensidade. http://www.elitemil.com.br/ 60 Ex.: João é muito inteligente e bastante humilde, mas extremamente pobre. Sintético: quando há o acréscimo de um sufixo (-íssimo, - (r)imo, - (l)imo). Ex.: João é inteligentíssimo, mas é paupérrimo e humílimo. comumente os terminados em -il recebem -imo: agílimo, dificílimo, fragílimo, imbecílimo, verossimílimo... os terminados em -ro e -re mudam para a antiga forma latina e recebem -rimo: aspérrimo (áspero), misérrimo (mísero), prospérrimo (próspero), celebérrimo (célebre), libérrimo (livre)... 3. Veja a forma superlativa absoluta sintética de alguns adjetivos. A primeira forma é erudita/latina (antiga) e a segunda é vernacular (atual), sempre terminada em -íssimo. alto > supremo/sumo ou altíssimo ágil > agílimo ou agilíssimo amargo > amaríssimo ou amarguíssimo baixo > ínfimo ou baixíssimo doce > dulcíssimo ou docíssimo frágil > fragílimo ou fragilíssimo frio > frigidíssimo ou friíssimo humilde > humílimo ou humildíssimo magro > macérrimo ou magríssimo (magérrimo é forma coloquial, segundo a maioria dos gramáticos) manso > mansuetíssimo ou mansíssimo miúdo > minutíssimo ou miudíssimo negro > nigérrimo ou negríssimo nobre > nobilíssimo ou nobríssimo pio > pientíssimo ou piíssimo pobre > paupérrimo ou pobríssimo recente > nupérrimo ou recentíssimo sábio > sapientíssimo sagrado > sacratíssimo semelhante > simílimo ou semelhantíssimo soberbo > superbíssimo ou soberbíssimo 4. Nunca os adjetivos são terminados em -ésimo ou - ssíssimo, como a gente escuta por aí: homem elegantésimo, terno carésimo, mulher gostosésima, pessoa chiquésima, grandessíssimo amigo… 5. Certos adjetivos não mudam de grau, ou seja, mantêm seu grau normal devido a sua significação: imenso, enorme, fabuloso, intenso, grandioso, baita, puta... Os dois últimos adjetivos são invariáveis, inclusive em gênero e número, e usados em situações bem coloquiais: “Ele recebeu um baita/puta salário.”. Relativo de superioridade: enaltecimento da qualidade de um ser dentre outros seres, por meio da construção o/a mais + adjetivo + de/dentre. Ex.: João é o mais inteligente dentre todos da sala. de inferioridade: desvalorização/minimização da qualidade de um ser dentre outros seres, por meio da construção o/a menos + adjetivo + de/dentre. Ex.: Maria é a aluna menos inteligente do grupo. Cuidado!!! 1. Os adjetivos bom, mau/ruim, grande e pequeno apresentam as seguintes formas no grau superlativo relativo de superioridade: o/a melhor, o/a pior, o/a maior e o/a menor. 2. Prefere-se “O mais poderoso dos homens morreu” a “O poderosíssimo dos homens morreu”, segundo Rocha Lima. É interessante dizer que o adjetivo poderoso, substantivado pelo artigo, ainda pode ser modificado pelo advérbio mais nesse tipo de estrutura. É como em “Os muito magros não são felizes.”. O termo magros, substantivado pelo artigo, ainda continua sendo intensificado pelo advérbio muito. 3. O superlativo relativo pode apresentar ideia de “limite de possibilidade” em estruturas assim: “Eles são modelos o mais belos possível.”, “Todos eram os mais honestos que se podia.”. 1. A mudança de posição do adjetivo pode implicar mudança de sentido ou de classe gramatical. Ele é um pobre homem. (coitado; adjetivo) Ele é um homem pobre. (sem recursos; adjetivo) Ele é um alto funcionário. (posição; adjetivo) Ele é um funcionário alto. (comprimento; adjetivo) OBS1.: NA DÍVIDA ANALISE COMO SUBSTANTIVO + ADJETIVO, VEJA QUEM MODIFICA QUEM, OK? OBS2.: A maioria dos adjetivos antepostos (ANTES) ao substantivo, senão todos, têm valor subjetivo, normalmentemodalizadores. Podemos dizer que eles têm um valor que beira muitas vezes a conotação. Os que vêm pospostos (DEPOIS) têm normalmente valor objetivo, denotativo; são frequentemente descritivos. 2. O adjetivo pode expressar um ponto de vista, um juízo de valor*, uma avaliação por parte do locutor do texto. Isso é modalização. Nesse sentido, note que, se o adjetivo é modalizador, exprime uma opinião, logo pode ser refutado. Por exemplo, se eu digo: “Esta MÚSICA é http://www.elitemil.com.br/ 61 MARAVILHOSA.”, o adjetivo maravilhosa expressa meu julgamento; não se trata de uma verdade absoluta, logo você poderia contra-argumentar: “Ah, eu não concordo, acho HORRÍVEL!”. Aqui, horrível também seria um adjetivo modalizador. Como estamos no plano da argumentação, os adjetivos usados serão cabalmente modalizadores. NÃO CONFUNDA JUÍZO DE VALOR COM JUÍZO DE FATO. UM TRATA DE OPINIÃO INDIVIDUAL, POR ISSO TEM VALOR SUBJETIVO, E O OUTRO TRATA DE ATESTAÇÃO/CONSTATAÇÃO, POR ISSO TEM VALOR OBJETIVO. Veja uma questão sobre termos modalizadores: (ITA – Vestibular – 2011/2012) No texto, o segmento que NÃO expressa uma avaliação do autor é: A) [...] à parte o gosto exacerbado dos paulistanos por levantar muros [...] B) [...] a avenida ficou menos tétrica, quase bonita. C) [...] a imagem do engarrafamento e da bagunça vira um desastre de relações públicas. D) Em Istambul, monotrilhos foram instalados no nível da rua, como os “trams” das cidades alemãs e suíças. E) Se forem como os antigos bondes, ótimo. 3. Os adjetivos podem ser usados como instrumentos ou recursos coesivos dentro do texto. Em outras palavras, fazem referência a vocábulos dentro do texto para evitar a repetição e manter o sentido dele. Veja este breve texto: O homem e a mulher irromperam numa discussão ferrenha sobre quem era mais relevante no curso histórico. Derrotado após o embate, chegamos à conclusão de que a mulher ainda é a base de tudo! *Note que o adjetivo derrotado (no masculino e no singular) só pode se referir ao homem (masculino e singular). Logo, a palavra homem não precisou ser repetida; coube ao adjetivo a função de retomada. Isso é coesão. As partes do texto estão “costuradas” mantendo uma harmonia de sentido. PODE APARECER NA PROVA O QUÊ? 1. identificar os adjetivos; 2. dominar seu valor discursivo. (FAB – EEAr – Controlador de Tráfego Aéreo – 2012) Marque a alternativa em que se destacam locução adjetiva e adjetivo nas frases. a) “Certa hora da tarde era mais perigosa.” b) “Desceu a íngreme escada, apegando-se às cordas.” c) “Um dia, ao pino do sol, ela repousava em um claro da floresta.” d) “Houve um momento de silêncio: todos os rostos empalideceram (...)” (FAB – EAGS – Sargento – 2012) Leia: O verde da bandeira brasileira representa nossas matas, nossa vegetação. O brasileiro não tem noção da importância dessa riqueza natural, por isso não defende nosso território. De acordo com o contexto, qual das palavras em destaque classifica - se como adjetivo? a) verde. b) riqueza. c) brasileiro. d) brasileira. (FAB – EAGS/SAD – Sargento da Aeronáutica – 2008) Leia: “Direitos humanos para os humanos direitos.” I. Em “direitos humanos”, “direitos” é adjetivo; “humanos” é substantivo. II. “Direitos humanos” e “humanos direitos” são substantivos compostos. III. Em “humanos direitos”, “humanos” é substantivo; “direitos” é adjetivo. IV. Em “direitos humanos”, “humanos” é adjetivo; “direitos” é substantivo. Estão corretas as afirmações: a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) III e IV. REVISÃO DE BASE 12 O PRONOME: UM AGENTE DUPLO O ACOMPANHANTE E SUBSTITUTO DO NOME SUBSTANTIVO E SUBSTANTIVADOS. OBSERVE: A MOTO É UMA SUZUKI 650A. MINHA MOTO É UMA SUZUKI SV 650A. ELA É UMA SUZIKI 650A. NÍVEIS DE ANÁLISE DO PRONOME: SEMÂNTICO: o pronome pode apresentar inúmeros sentidos, a depender do contexto: posse, indefinição, generalização, questionamento, apontamento, aproximação afetividade, ironia, depreciação etc… MORFOLÓGICO E DISCURSIVO: o pronome é uma classe de palavras normalmente variável em gênero e http://www.elitemil.com.br/ 62 número e que se refere a elementos dentro e fora do discurso. É um determinante quando acompanha o substantivo (neste caso, é chamado de pronome adjetivo, pois tem valor de adjetivo). Quando substitui o substantivo, é chamado de pronome substantivo, pois tem valor de substantivo. Isso será melhor abordado em Identificação. O PRONOME SERVE PARA INDICAR AS PESSOAS DO DISCURSO*: 1a. (FALANTE), 2a. (OUVINTE) E 3a. (ASSUNTO). EXEMPLO: “EU NÃO TE FALEI QUE A PLATAFORMA ELITE MIL É TOPERSON” NÍVEIS DE ANÁLISE DO PRONOME: SINTÁTICO: pronome é um termo que funciona como adjunto adnominal quando acompanha um substantivo; quando o substitui, tem função substantiva (funciona como núcleo do sujeito, predicativo do sujeito, objeto direto, indireto, complemento nominal, agente da passiva, adjunto adverbial, aposto e vocativo) Temos funções sintáticas dos pronomes pessoais oblíquos átonos. ENTÃO, A GENTE TEM QUE COMPREENDER DO PONTO DE VISTA DA MORFOLOGIAE SINTAXE (MORFOSSINTAXE) ANDAM “COLADINHA”S SE O ASSUNTO E PRONOME. VAMOS ANALISAR: 1.EU não sabia 2. QUEM era 3. AQUELA mulher 4. A QUAL 5. MINHA mãe 6. CERTA vez me mostrou. Note que os vocábulos eu, quem, aquela, a qual, minha e certa... 1. indicam uma ideia de pessoa (eu), uma ideia de pessoa indefinida (quem), uma ideia de referência a alguém (aquela e a qual), uma ideia de posse (minha) e uma ideia indefinida (certa); 2. variaram (só os quatro últimos pronomes) de forma: aquela (mulher), a qual, minha (mãe), certa (vez). eu (1a pessoa; pronome substantivo), quem (3a pessoa; pronome substantivo), aquela (3a pessoa; pronome adjetivo), a qual (3a pessoa; pronome substantivo), minha (1a pessoa; pronome adjetivo), certa (3a pessoa; pronome adjetivo); 3. funcionam como adjunto adnominal (o terceiro, o quinto e o sexto), como sujeito (o primeiro), como predicativo do sujeito (o segundo) e como objeto direto (o quarto). MASTIGANDO: pronome é o vocábulo que substitui ou acompanha o substantivo, relacionando-o às três pessoas do discurso. (1A./2A./3A. PESSOAS/SING/PLURAL) DICA TOPZERA, MANO! O pronome reto (eu, tu, ela...) não pode ocupar a posição de complemento do verbo, ou seja, não pode exercer função de objeto direto. O pronome que realiza essa função é o oblíquo. Ex. deixa eu ou deixa-me? VAMOS A MAIS DISSO… “Eu também sou a América” - Langston Hughes (sujeito) Quem sou eu? (sujeito) Esse cara sou eu. (predicativo do sujeito) eu, eu mesmo, sou um vibranuim, filhote! (aposto) INFORMAÇÕES BIZURADAS 1. OS PRONOMES RETOS (EU/TU/ELA…) podem ser reforçados por pronomes demonstrativos como mesmo e próprio, por partículas expletivas (ou de realce) que ou por locução expletiva formada pelo verbo ser + que (normalmente é que): Ela própria/mesma me fez amar./ Tu que me fizeste amar./ Eu é que te faço amar agora. 2. OS PRONOMES RETOS não podem vir preposicionados: “Entre eu e tu tem alguma coisa, gata!” (ERRADINHO, MEU QUERIDO!). É por isso que se usa a forma oblíqua tônica neste tipo de construção: “Entre mim e ti tem algo de bom, mina!”. OBS: Só podem vir precedidos de preposição se continuarem exercendo função de sujeito: “Entre eu sair e tu saíres, saio eu.” 3. Os pronomes retos estiverem acompanhados de todo(a/s), só (adjetivo), apenas ou numeral, permite-se que sejam postos em posição de objeto direto. VEJA: *O que vi da vida até agora? Vi toda ela se esvaindo diante dos meus olhos. (objeto direto) *Ajudei todos eles e ajudá-los-ia de novo, se fosse preciso. (objeto direto) *Encontramos ele só na praia, pois a namorada o abandonara. (objeto direto) *Finalmente os juízes classificaram eles dois para a última etapado campeonato. (objeto direto) 4. Cuidado, filhotes! Essa contração da preposição ou locução prepositiva com o artigo ou com o pronome (reto ou não) quando exerce função de sujeito de um verbo no infinitivo: É hora da onça beber água. (errado) É hora de a onça beber água. (certo) 99% das bancas entendem que a contração é um erro!!!!! 5. Cuidado!!! É comum o uso da 1a pessoa do plural (nós, nos, nosso...) para evitar o tom impositivo, arrogante ou muito pessoal dentro do discurso. No lugar de eu, emprega-se nós a fim de imprimir um tom de modéstia ao discurso. Por isso, tal uso é chamado de plural de modéstia: http://www.elitemil.com.br/
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