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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 
 
 
Franciane Schneider 
 
 
 
 
 
 
 
Enfermagem de prática avançada em oncologia: proposta de formação profissional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2021 
 
 
Franciane Schneider 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfermagem de prática avançada em oncologia: proposta de formação profissional 
 
Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em 
Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina 
como requisito parcial para obtenção do Título de 
Doutora em Enfermagem. 
Área de Concentração: Educação e trabalho em saúde e 
enfermagem. 
 
Orientadora: Profa. Silvana Silveira Kempfer, Dra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Florianópolis 
2021 
 
 
 
 
 
 
Franciane Schneider 
 
Enfermagem de prática avançada em oncologia: proposta de formação profissional 
 
O presente trabalho em nível de doutorado foi avaliado e aprovado por banca examinadora 
composta pelos seguintes membros: 
 
Profa. Vânia Marli Schubert Backes, Dra. 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
Profa. Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta, Dra. 
Universidade de São Paulo 
 
Profa. Alacoque Lorenzini Erdmann, Dra. 
Universidade Federal de Santa Catarina 
 
Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi julgado 
adequado para obtenção do título de Doutora em Enfermagem. 
 
 
 
____________________________ 
Profa. Mara Ambrosina de Oliveira Vargas, Dra. 
Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem 
 
 
 
____________________________ 
Profa. Silvana Silveira Kempfer, Dra. 
Orientadora 
 
 
Florianópolis, 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta pesquisa à minha família, aos amigos e a todos que acompanharam esta 
caminhada, torcendo e vibrando com cada conquista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Educação não transforma o mundo. Educação transforma pessoas. Pessoas transformam o 
mundo. 
(Paulo Freire) 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Ao encerrar este ciclo na minha trajetória acadêmica e pessoal, gostaria de agradecer: 
 
A Deus, pela vida, pela saúde e pela oportunidade de finalizar esta etapa, pela constante 
presença em minha vida e pelo conforto nos momentos de adversidades. 
 
Aos meus pais, Orlando e Ademilde, pelo amor, apoio e compreensão, e por sempre 
me incentivarem nas minhas escolhas e estarem na torcida. 
 
Aos meus irmãos, Fabíola, Fabrício e Fernando, e cunhada, Cintia, pelo suporte, 
paciência e auxílio em alguns momentos em que precisei. 
 
Aos meus sobrinhos, Bianca e Bruno, pelo amor e aprendizados, e por me tirarem 
algumas vezes da rotina de estudos e produtividade, me fazendo lembrar da importância destes 
momentos. 
 
A toda a minha família, pelo carinho e interesse, por acreditar nos meus objetivos e 
entender a minha ausência em diversos momentos. 
 
Aos meus amigos pessoais, por tornarem os momentos difíceis mais leves e as 
conquistas mais felizes, pelas reflexões e companheirismo. 
 
À minha orientadora, Drª. Silvana, pelas trocas de conhecimentos, direcionamentos, 
pelas horas dispensadas comigo, por acreditar e confiar em mim, na minha pesquisa, por me 
incentivar e torcer até o último momento. 
 
À professora Drª. Vânia, por me acolher no início desta jornada, pelo apoio, pelos 
ensinamentos e suas palavras, e por confiar no desenvolvimento desta pesquisa. 
 
Ao Grupo de Pesquisa EDEN e seus membros, que me acolheram desde o início desta 
trajetória, e que me auxiliaram no desenvolvimento deste processo doutoral; e em especial, a 
 
 
Saionara, Marina, Paula, Murielk, Helen, Maria Eduarda e André, pelos momentos de 
conversas, reflexões e trocas (com cafés). 
 
As minhas colegas de turma, Maria Helena e Graciela, por todas as conversas, trocas 
de experiências e conhecimento, pela solidariedade, pela convivência, que se estenderam para 
além da sala de aula. 
 
Ao Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa 
Catarina (UFSC), por me proporcionar esta oportunidade e crescimento acadêmico; pela 
oportunidade de usufruir de uma bolsa por um determinado período de minha formação, 
possibilidade de desenvolver estágio de docência, cursar disciplinas com professores que são 
referência nacional e internacional, pelos eventos e parcerias. 
 
À agência de fomento CAPES pelo apoio e incentivo financeiro no formato de bolsa, 
e pelo auxílio em publicações, que contribuíram para minha formação acadêmico-profissional 
e para a divulgação da ciência. 
 
Aos meus colegas de trabalho, pelo apoio, incentivo, compreensão e pela colaboração 
constante nos momentos em que deles eu precisei. 
 
Aos membros especialistas que participaram da pesquisa, pelo tempo dispendido, por 
colaborar e acreditar na ciência, especialmente na enfermagem oncológica. 
 
Aos membros da banca, Alacoque Lorenzini Erdmann, Ana Leonor Alves Ribeiro, 
Cibele Andrucioli de Mattos Pimenta, Maria Lígia Dos Reis Bellaguarda e Vânia Marli 
Schubert Backes, por aceitarem com carinho o convite e contribuírem para o aprimoramento da 
pesquisa. 
 
Por fim, ao Universo, por cada pessoa que encontro na minha caminhada, pelas 
oportunidades que tive e pelas escolhas assertivas e transformadores. Pelos ensinamentos da 
vida, pela constante evolução e pelo amor ao aprendizado. 
 
 
RESUMO 
 
O enfermeiro de prática avançada é aquele que adquiriu o alicerce de conhecimentos 
especializados, habilidades complexas de tomada de decisão e competências clínicas para uma 
prática ampliada, cujas características são adaptadas conforme o cenário de cada país e de 
acordo com os diversos campos de prática existentes. Tem-se como objetivos compreender 
como se constitui a formação do enfermeiro de prática avançada em oncologia para o melhor 
cuidado; buscar evidências da formação de enfermeiros de prática avançada mediante a atuação 
clínica e os cuidados de enfermagem com pacientes oncológicos; mapear e validar as 
competências centrais do enfermeiro de prática avançada em oncologia; e, propor um modelo 
de formação profissional de enfermagem de prática avançada em oncologia no Brasil. Trata-se 
de uma pesquisa exploratório-descritiva, de natureza mista, a qual foi utilizada diversificadas 
fontes, técnicas de coleta e análise de dados a fim de interconectar os dados e responder aos 
objetivos propostos, sendo elas: revisão sistemática, coleta em documentos e técnica Delphi. O 
desenvolvimento da pesquisa ocorreu entre julho de 2018 e julho de 2021. A pesquisa foi 
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de 
Santa Catarina sob o parecer número 3.445.887. A revisão sistemática apontou melhora no 
controle de dor ou outros sintomas relacionados a doença e/ou tratamento, satisfação e melhora 
na qualidade de vida dos pacientes com câncer assistidos por um enfermeiro de prática 
avançada. A coleta documental foi realizada a partir da coleta e análise de dados em documentos 
específicos disponíveis para consulta pública relacionados a instituições educacionais ou de 
saúde, conselhos, sociedades, associações e/ou organizações de enfermagem de prática 
avançada e a área de enfermagem oncológica. Estes dados documentais foram a base para o 
desenvolvimento das etapas seguintes da pesquisa. Na técnica Delphi, foram validadas 125 
competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia. Mediante estes dados, 
buscou-se elaborar uma proposta de formação profissional de enfermagem de prática avançada 
em oncologia para o contexto brasileiro nos moldes de pós-graduação stricto sensu, 
considerando as normativas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. 
Observa-seque há estudos que demonstram o valor da enfermagem de prática avançada no 
cenário da oncologia mediante uma formação clínica diferenciada e atuação profissional 
avançada. A formação em prática avançada propõe o desenvolvimento de competências centrais 
para a atuação em pacientes com câncer e sua família em todo o continuum de atendimento em 
conjunto com a equipe interdisciplinar de saúde. A proposta de formação profissional em 
enfermagem de prática avançada em oncologia poderá ser utilizada por instituições de ensino, 
associações, organizações e instituições de saúde como um alicerce, com o intuito de 
uniformizar e instrumentalizar o modelo de formação do enfermeiro clínico especialista em 
oncologia. 
 
Palavras-chave: Enfermagem oncológica. Prática avançada de enfermagem. Competência 
profissional. Educação em enfermagem. Competência clínica. Educação de pós-graduação em 
enfermagem. 
 
 
ABSTRACT 
 
The advanced practice nurse is known for having acquired specialized knowledge, complex 
decision-making skills and clinical competencies for an expanded practice, whose 
characteristics are adapted according to the scenario of each country and the various existing 
fields of practice. We aim to understand how the training of advanced practice nurses in 
oncology is constituted; search for evidence of the training of advanced practice nurses through 
clinical performance and nursing care of patients with cancer; to characterize and validate the 
core competencies of advanced practice nurses in oncology; and, propose a model of 
professional training in advanced nursing practice in oncology in Brazil. This exploratory-
descriptive research of mixed nature used different sources, data collection, and analysis 
techniques to interconnect the data and respond to the proposed objectives, namely: systematic 
review, collection in documents, and Delphi technique. The research took place between July 
2018 and July 2021. The research was approved by the Ethics Committee for Research with 
Human Beings at the Federal University of Santa Catarina under number 3,445,887. The 
systematic review showed improvement in the pain control or other symptoms related to the 
disease and/or treatment, satisfaction and increased quality of life of patients with cancer 
assisted by an advanced practice nurse. Document collection was carried out from the collection 
and analysis of data in specific documents available for public consultation related to 
educational or health institutions, councils, societies, associations and/or advanced practice 
nursing organizations and the area of oncology nursing. These documentary data were the basis 
for the development of the next stages of the research. In the Delphi technique, 125 core 
competencies of clinical nurses specializing in oncology were validated. Based on these data, 
an attempt was made to develop a proposal for professional training in advanced nursing 
practice in oncology for the Brazilian context in the stricto sensu graduation characteristics, 
considering the norms of the Coordination for the Improvement of Higher Education. It is 
observed that there are studies that demonstrate the value of advanced practice nursing in the 
oncology scenario through differentiated clinical training and advanced professional 
performance. Advanced practice training proposes developing core competencies for working 
with patients with cancer and their families across the continuum of care in conjunction with 
the interdisciplinary health team. The proposal for professional training in advanced nursing 
practice in oncology can be used by educational institutions, associations, organizations, and 
health institutions as a foundation to standardize and implement the training model for clinical 
nurses specializing in oncology. 
 
Keywords: Oncology nursing. Advanced nursing practice. Professional competence. Nursing 
education. Clinical competence. Graduate nursing education. 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 – Número estimado de casos novos no mundo entre 2020 e 2040 de todos os tipos de 
cânceres em ambos os sexos, idade [0-85 +]..............................................................................43 
Figura 2 – Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados no 
Brasil para 2020, ambos os sexos, de todos os tipos de cânceres (exceto pele não 
melanoma).................................................................................................................................43 
Figura 3 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia 
(ECEO)......................................................................................................................................56 
Figura 4 – Rodadas da técnica Delphi desenvolvidas na pesquisa..............................................60 
 
Manuscrito 1 
 
Figura 1 – Fluxograma de seleção dos artigos da revisão sistemática........................................70 
Figura 2 – Avaliação individual do risco de viés dos Ensaios Clínicos Controlados 
Randomizados de acordo com a RoB 1 (n=10)..........................................................................77 
Figura 3 – Avaliação individual do risco de viés dos estudos quasi-experimentais de acordo 
com a ROBINS-I (n=02)............................................................................................................78 
 
Manuscrito 2 
 
Figura 1 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia 
(ECEO)......................................................................................................................................90 
Figura 2 – Rodadas da técnica Delphi desenvolvidas na pesquisa..............................................94 
 
Manuscrito 3 
 
Figura 1 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia 
(ECEO) – Consenso Delphi.....................................................................................................122 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – O enfermeiro de prática avançada no contexto mundial..........................................28 
 
Manuscrito 1 
 
Quadro 1 – Resumo das características dos estudos incluídos...................................................71 
 
Manuscrito 3 
 
Quadro 1 – Características dos enfermeiros de prática avançada: CNS e NP...........................117 
Quadro 2 – Características de cursos de EPA em oncologia existentes nos EUA.....................119 
Quadro 3 – Quantitativo de programas e cursos de pós-graduação stricto sensu em enfermagem 
no Brasil..................................................................................................................................121 
Quadro 4 – Proposta de matriz curricular do curso de mestrado profissional de EPA em 
oncologia.................................................................................................................................123 
Quadro 5 – Proposta de matriz curricular do curso de doutorado profissional de EPA em 
oncologia.................................................................................................................................124 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Manuscrito 2 
 
Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica dos membros especialistas..................................95 
Tabela 2 – Competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO) 
validadas a partir do desenvolvimento da técnica Delphi...........................................................98 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AACN – American Association of Colleges of Nursing 
ABEn – Associação Brasileira de Enfermagem 
APN – Advanced Practice Nursing 
APRN – Advanced Practice Registered Nurse 
APS – Atenção Primária à Saúde 
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior 
CIE –Conselho Internacional de Enfermeiros 
CNA – Canadian Nurses Association 
CNE – Conselho Nacional de Educação 
CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
CNS – Clinical Nurse Specialists 
COFEn – Conselho Federal de Enfermagem 
COREn – Conselho Regional de Enfermagem 
CUS – Cobertura Universal de Saúde 
DNP – Doctor of Nursing Practice 
DNSc – Doctor of Nursing Science 
ECEO – Enfermeiro clínico especialista em oncologia 
EDEN – Grupo Laboratório de Pesquisa e Tecnologia em Enfermagem e Saúde 
EDEnf – Ensino e Desenvolvimento em Enfermagem 
EPA – Enfermagem de prática avançada 
EPAO – Enfermagem de Prática Avançada em Oncologia 
EUA – Estados Unidos da América 
GRAACC – Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer 
ICN – International Council of Nurses 
IES – Instituições de Ensino Superior 
INCA – Instituto Nacional do Câncer 
IOP – Instituto de Oncologia Pediátrica 
LILACS – Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde 
MEC – Ministério da Educação 
NACNS – Associação Nacional de Especialistas em Enfermagem Clínica 
NP – Nurse Practitioner 
 
 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
ONS – Oncology Nursing Society 
OPAS – Organização Pan-Americana da Saúde 
PRISMA – Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses 
PROSPERO – International Prospective Register of Systematic Reviews 
SGTES – Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde 
SOBOPE – Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica 
SUS – Sistema Único de Saúde 
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 21 
1.1 OBJETIVOS ................................................................................................................... 26 
1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................................ 26 
1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................................................... 26 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................... 27 
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA NO 
MUNDO ................................................................................................................................... 27 
2.2 DEBATES SOBRE A ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA PELOS 
SISTEMAS DE SAÚDE, ENSINO, CONSELHOS E ASSOCIAÇÕES ................................ 36 
2.3 ENFERMEIRO DE PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA .................................. 42 
3 MÉTODO ...................................................................................................................... 48 
3.1 PERCURSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS ................................................... 49 
3.1.1 Revisão sistemática ........................................................................................................ 49 
3.1.1.1 Coleta de dados ............................................................................................................. 50 
3.1.1.2 Estratégia de busca ....................................................................................................... 50 
3.1.1.3 Seleção de estudos ........................................................................................................ 51 
3.1.1.4 Processo de coleta de dados.......................................................................................... 51 
3.1.1.5 Risco de viés de estudos individuais ............................................................................ 52 
3.1.2 Coleta em documentos .................................................................................................. 53 
3.1.2.1 Processo de coleta e análise de dados ........................................................................... 53 
3.1.3 Técnica Delphi ............................................................................................................... 54 
3.1.3.1 Desenvolvimento da técnica Delphi ............................................................................. 55 
3.2 ASPECTOS ÉTICOS ......................................................................................................... 59 
4 RESULTADOS .............................................................................................................. 62 
4.1 MANUSCRITO 1: FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS DE PRÁTICA AVANÇADA EM 
ONCOLOGIA PARA O MELHOR CUIDADO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA...............62 
4.2 MANUSCRITO 2: COMPETÊNCIAS PARA A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO DE 
PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA...........................................................................86 
4.3 MANUSCRITO 3: ENFERMEIRO DE PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA NO 
BRASIL: PROPOSTA DE UM PROGRAMA PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL . 113 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................ 133 
 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 136 
APÊNDICES ......................................................................................................................... 144 
APÊNDICE A – Instrumento documental ......................................................................... 145 
APÊNDICE B – Instrumento Primeira Rodada Técnica Delphi: EXPERTS ................. 146 
APÊNDICE C – Material de Apoio .................................................................................... 165 
APÊNDICE D – Instrumento Segunda Rodada Técnica Delphi: EXPERTS ................. 171 
APÊNDICE E – Instrumento Terceira Rodada Técnica Delphi: EXPERTS ................. 184 
APÊNDICE F – Carta de Apresentação e Convite ao Membro Especialista ................. 188 
Técnica Delphi (Primeira Rodada) ..................................................................................... 188 
ANEXOS ............................................................................................................................... 190 
ANEXO A – Registro da Revisão Sistemática ................................................................... 191 
ANEXO B – Aprovação da Pesquisa pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres 
Humanos ................................................................................................................................ 194 
 
 
 
 
MOTIVAÇÕES PARA O ESTUDO 
 
Em 2008 iniciei minha trajetória profissional na área de oncologia. Desde então, 
minhas formações, capacitações e vivências são focadas nesta especialidade, a qual me permitiu 
atuar e experienciar nas quatro dimensões da enfermagem enquanto enfermeira assistencial, 
docente, pesquisadora e gestora. 
No período entre 2009 e 2011 realizei uma especialização em Enfermagem Oncológica 
na modalidade de Residência Multiprofissional no Hospital Erasto Gaertner (HEG), referência 
em oncologia na região de Curitiba/PR. A intensa experiência enquanto residente de 
enfermagem me permitiu conhecer, atuar e me desenvolver em diversificadas áreas 
relacionadas à oncologia, como por exemplo: quimioterapia, radioterapia, braquiterapia, 
oncopediatria, cuidados paliativos e controle da dor, transplante de células-tronco 
hematopoiéticas, terapia intensiva, clínica médica, serviços cirúrgicos (cabeça e pescoço, 
abdominal/gastroenterologia, ginecologia e mama, pele, tórax, urologia e neurologia) e 
pesquisa clínica. 
Logo após, ingressei no mestrado acadêmico em Enfermagem na Universidade Federal 
do Paraná (UFPR). Como integrante do Grupo de Pesquisa de Tecnologia e Inovação em Saúde 
(TIS) realizei um ensaio clínico randomizado duplo cego para a prevenção e tratamento de 
radiodermatite de pacientes com câncer de cabeça e pescoço, o qual possibilitou resultados de 
pesquisadiretamente relacionado à prática baseada em evidências. 
Iniciei o doutorado em 2017, no Grupo Laboratório de Pesquisa e Tecnologia em 
Enfermagem e Saúde (EDEN), pertencente à área de concentração Educação e Trabalho em 
Saúde e Enfermagem. Nesse momento, o primeiro desafio foi conciliar um tema de pesquisa da 
minha área de conhecimento e interesse (oncologia) com a linha de pesquisa Formação e 
Desenvolvimento Profissional na Saúde e na Enfermagem. Neste mesmo ano, participei de uma 
capacitação na cidade de São Paulo (SP), onde ouvi o termo “enfermagem de prática avançada 
(EPA)” pela primeira vez. Esta terminologia me despertou curiosidade e alguns 
questionamentos iniciais: O que é um enfermeiro de prática avançada? Qual a sua formação 
profissional e/ou titulação? Seu papel ou atuação profissional é diferenciada dos demais 
enfermeiros? Estes profissionais possuem maior autonomia profissional? Promovem um 
cuidado diferenciado? E foi neste momento que surgiu o interesse pelo tema da pesquisa para 
o doutorado. 
 
 
Realizei inicialmente uma breve investigação sobre a EPA e identifiquei conceitos 
internacionais, questões educacionais e de formação profissional nos países de origem, 
desenvolvimento de práticas clínicas e locais de atuação, papel, escopo, regulamentação e 
proteção do título, assim como a atual situação de implantação no Brasil. Observei que para ser 
um enfermeiro de prática avançada os países que já a desenvolvem possuem alguns requisitos 
mínimos de formação, competências centrais, tempo de experiência na especialidade de escolha 
e registro profissional, para fins de uma atuação clínica de qualidade e com autonomia 
profissional. 
Ao pensar na minha prática clínica e formação profissional, fiz a seguinte reflexão: no 
Brasil, com relação à atuação clínica do enfermeiro, o que possui somente o bacharelado têm 
em sua grande maioria as mesmas funções e atribuições clínicas regulamentadas em 
comparação com o enfermeiro pós-graduado em nível latu sensu ou stricto sensu. Ou seja, 
mesmo sendo um profissional com maior formação, titulação e qualificação, não possui 
autonomia para uma prática clínica diferenciada e expandida, devido ao modelo atual de 
assistência à saúde. Sabe-se que o cuidado realizado por este profissional será diferenciado por 
meio de conhecimentos específicos, competências, expertises, baseado em evidências e 
pesquisas, tomadas de decisões clínicas, entre outros. Entretanto, não há questões 
regulamentadas ou normativas para uma atuação distinta e reconhecimento profissional. Sendo 
assim, é notório que grandes mudanças são necessárias para o início da implantação da EPA no 
cenário brasileiro, incluindo na especialidade da oncologia. 
Com o desígnio de contribuir com uma das linhas de pesquisa do Grupo EDEN, com 
a profissão de enfermagem, com a área de oncologia, com o conceito de EPA e com a 
implantação dela no Brasil, surgiu o desejo de pesquisar sobre uma das características que 
considero primordial: a formação profissional do enfermeiro de prática avançada em oncologia, 
para garantir uma prática clínica segura e de qualidade e uma implantação bem sucedida em 
nosso país.
21 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Há no mundo um interesse crescente em empregar práticas capazes de inovar e 
melhorar sistemas de saúde para lidar com os problemas decorrentes das necessidades das 
populações, principalmente com o aumento das condições crônicas. Parte desses problemas 
relaciona-se à força de trabalho em saúde, como por exemplo a carência de profissionais e 
formação compatível para a realização de cuidados de saúde com qualidade (MIRANDA NETO 
et al., 2018). Na contemporaneidade, uma das inovações em pauta e com amplas discussões na 
saúde é a enfermagem de prática avançada (EPA). 
A EPA originou-se no Canadá e Estados Unidos da América (EUA) há mais de 40 
anos e gradualmente foi sendo implantada em outros países, como o Reino Unido, Austrália, 
Nova Zelândia, Irlanda, Alemanha, entre outros (CNA, 2002; ICN, 2014). Há uma percepção 
crescente de que o papel do enfermeiro de prática avançada tem o potencial de contribuir 
significativamente nas resolutividades de alguns dos problemas emergentes de saúde. Desta 
forma, nota-se que o enfermeiro de prática avançada está sendo reconhecido em um número 
crescente de países ao redor do mundo devido às suas contribuições com os serviços de saúde 
e com os pacientes que atuam (CNA, 2002). Pesquisas apontam que estes profissionais 
oferecem serviços de saúde de qualidade em uma variedade de configurações e especialidades, 
assim como melhoraram o acesso da população aos serviços de saúde (ICN, 2020). 
Atualmente, mais de 70 países estão interessados em implantar a EPA, incluindo o 
Brasil. Ainda, existem diferentes estágios de desenvolvimento do papel do enfermeiro de 
prática avançada em todo o mundo. As funções e escopos de prática deste profissional estão 
mais estabelecidos em países de alta renda, mas há necessidade documentada e crescente de 
introduzir a prática avançada em países de baixa e média renda (BRYANT-LUKOSIUS; 
MARTIN-MISENER, 2016). 
A Canadian Nurses Association (CNA, 2008) define o enfermeiro de prática avançada 
como um profissional com nível avançado de prática clínica, sendo necessária a preparação 
educacional no nível de pós-graduação, conhecimento aprofundado de enfermagem e expertise 
para o atendimento das necessidades de saúde de indivíduos, famílias, grupos, comunidades e 
populações. A prática envolve analisar e sintetizar conhecimentos; compreender, interpretar e 
aplicar teorias e pesquisas de enfermagem; e desenvolver o conhecimento em enfermagem, 
assim como contribuir com os avanços da profissão como um todo (CNA, 2008). O enfermeiro 
22 
 
 
de prática avançada é aquele que adquiriu o alicerce de conhecimentos especializados, 
habilidades complexas de tomada de decisão e competências clínicas para uma prática 
ampliada, cujas características são adaptadas conforme o cenário de cada país e de acordo com 
os diversos campos de prática existentes (ICN, 2020). 
A EPA, além de contribuir para uma melhor qualidade da assistência, diminui os 
custos de saúde, havendo ainda evidências de altos índices de satisfação da população em 
relação ao cuidado prestado. A implantação de papéis da prática avançada em enfermagem 
também é identificada como uma importante estratégia de recursos humanos para melhorar o 
recrutamento e retenção de profissionais na área e para proporcionar oportunidades de avanços 
na carreira. Destaca-se que o que torna os papéis avançados e os meios pelos quais a reforma e 
a inovação da assistência à saúde possam ser alcançadas é a integração da prática clínica com 
responsabilidades ligadas a educação, liderança organizacional, desenvolvimento profissional, 
prática baseada em evidências e pesquisas (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 
2016). 
A implantação de forma bem-sucedida do papel do enfermeiro de prática avançada é 
facilitada por uma abordagem voltada para os objetivos e os resultados, começando com uma 
avaliação das necessidades da população e do paciente e o engajamento precoce dos principais 
interessados. É importante discutir o atual modelo de assistência médica, definir e priorizar as 
mudanças necessárias e identificar o papel do enfermeiro de prática avançada necessário para 
atingir as metas levantadas, e como essa função colaborará com outros membros da equipe de 
saúde. Para que haja sucesso, é de extrema relevância o alinhamento de suas funções com as 
metas de melhoria da qualidade da assistência. Destaca-se ainda a necessidade de 
desenvolvimento de programas de educação de alta qualidade com requisitos padronizados, 
legislação e regulamentação que suportam o escopo das expectativas da prática avançada. A 
clareza sobre o papel do enfermeiro de prática avançada é um facilitador chave durante as fases 
de desenvolvimento e implantação dessaprática e está interligada com relações da equipe 
multiprofissional e interdisciplinar (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). 
Observa-se que ainda não há uma definição universal das características comuns dos 
enfermeiros de prática avançada, porém, há um consenso crescente na comunidade de 
enfermagem. Pesquisas internacionais sugerem, entre um dos principais itens, a preparação 
educacional em nível avançado, ou seja, o mestrado é recomendado como formação inicial da 
prática avançada (CNA, 2002; ICN, 2020). Em alguns países, o enfermeiro de prática avançada 
23 
 
 
teve uma formação educacional superior ao nível de mestrado, para que assim, fosse possível a 
expansão do escopo de sua prática (ZUG et al., 2016). 
Em 2015, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana 
da Saúde (OPAS), em conjunto com o governo canadense e a Universidade de McMaster 
(School of Nursing), promoveram discussões com líderes de enfermagem da América Latina e 
Caribe na conferência sobre “Enfermagem de Prática Avançada e o Acesso Universal à Saúde 
e Cobertura Universal de Saúde”. Neste momento, estratégias foram estabelecidas com o intuito 
de apresentar e integrar o papel do enfermeiro de prática avançada nos países latinos e 
caribenhos, a fim de cumprir a Resolução CD 52.R13 da OPAS/OMS, que dispõe sobre os 
“Recursos Humanos em Saúde: Melhorar o Acesso a Profissionais de Saúde Capacitados nos 
Sistemas de Saúde Baseados na Atenção Primária à Saúde”. Desde a realização desta 
conferência, um plano de ação foi estabelecido para reunir dados e planejar a implantação da 
EPA, assim como foram adotadas novas medidas em relação à colaboração entre os países e o 
intercâmbio de informações (CASSIANI; ROSALES, 2016; OLDENBURGER et al., 2017). 
Países como o Brasil, o México, a Colômbia e o Chile iniciaram suas próprias discussões para 
explorar a viabilidade de introduzir o papel do enfermeiro de prática avançada em seu sistema 
nacional de saúde (WHO, 2015; PAHO, 2016). 
Devido à crescente necessidade de saúde da população e desafios de acesso aos 
recursos humanos, a OPAS e o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) firmaram uma 
parceria para a implantação da EPA na Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil, tendo como 
objetivo aumentar o escopo de prática do enfermeiro, desenvolvendo e aprofundando o trabalho 
interprofissional. Em 2016, foi pactuada a implantação da EPA entre as entidades COFEn, 
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), Associação 
Brasileira de Enfermagem (ABEn) e Ministério da Saúde. Nesta reunião, o presidente do 
COFEn afirmou que “As práticas avançadas já são uma realidade no Brasil”, ressaltando a 
importância de aperfeiçoar a formação e estabelecer marcos normativos que garantam a 
segurança dos profissionais e pacientes (COFEN, 2016a). 
No que concerne à preparação educacional, na América Latina, considerando a 
necessidade de estabelecer critérios para a formação de enfermeiros de prática avançada, a 
OPAS/OMS recomendaram os seguintes modelos: 1) realização de mestrado profissional em 
programas oferecidos por universidades reconhecidas; 2) experiência profissional e formação 
clínica adicional oferecidas por universidades reconhecidas; 3) realização do curso de 
24 
 
 
residência uniprofissional ou multiprofissional na área de atuação pretendida em instituições 
acreditadas e, ao término de dois anos, obtenção do título de mestre e de enfermeiro de prática 
avançada (OPAS, 2018a). Para o Brasil, é preconizado uma formação preferencial relacionada 
ao mestrado profissional com residência multiprofissional vinculada, para um perfil 
profissional de alta resolutividade (COFEN, 2015; SCOCHI et al., 2015). Entretanto, ainda é 
discutido entre as lideranças de enfermagem e instituições envolvidas se estes programas 
atendem a todos os requisitos necessários para a titulação de enfermeiro de prática avançada. 
A formação do enfermeiro de prática avançada envolve, além da sua preparação 
educacional em um nível avançado, reconhecimento formal de programas educacionais, oferta 
de cursos com objetivos e conteúdos voltados para a prática avançada e o credenciamento por 
órgãos competentes. Sendo assim, estratégias devem ser adotadas pelas instituições formadoras, 
tais como: ampla abordagem de conteúdo em áreas críticas; enfermagem avançada em ciência 
social e comportamental centrada na população; modelos teóricos de enfermagem; equipe 
interdisciplinar; liderança; pensamento sistêmico; bioestatística; epidemiologia; saúde 
ambiental; política de saúde e gestão; informática em saúde; genômica; comunicação em saúde; 
competência cultural; saúde global; política; e, direito e ética em saúde pública. Salienta-se que 
a formação deste profissional deve contemplar o conhecimento baseado em evidência, assim 
como, habilidades e competências para constituir e liderar equipes interdisciplinares, 
viabilizando soluções criativas, eficazes e de baixo custo à população (OPAS, 2013). 
Na EPA é imprescindível garantir a formação de recursos humanos altamente 
qualificados e a construção do conhecimento por meio de um processo de trabalho democrático, 
comprometido com valores éticos, humanistas e igualitários, em um ambiente organizacional 
solidário e construtivo, com base em parcerias e colaborações internas e externas. Estes 
requisitos são fundamentais para alcançar as metas do milênio para a educação em saúde. 
Embora muitos países estejam comprometidos com a formação do enfermeiro de prática 
avançada, faz-se necessário ampliar as estratégias de formação com competências em áreas 
específicas (ZANETTI, 2015). 
A maioria das discussões sobre o processo de implantação da EPA em países de médio 
e baixo desenvolvimento, entre eles o Brasil, estão relacionadas à APS (BEZERRIL et. al., 
2018; OPAS, 2018a). Entretanto, destaca-se que existem diversificadas esferas de atuação 
profissional da prática avançada, sendo uma delas a oncologia, foco deste estudo. Seu 
desenvolvimento representa um desafio no cenário do ensino no Brasil. 
25 
 
 
A estimativa mundial mostra que, em 2020, ocorreram 19,3 milhões de casos novos 
de câncer e cerca de 10 milhões de óbitos no mundo (SUNG et al., 2021). Estima-se para o 
Brasil, no biênio 2020-2022, a ocorrência de 625 mil novos casos de câncer, para cada ano. 
Estas estimativas refletem o perfil de um país que possui os cânceres de próstata, pulmão, mama 
feminina e cólon e reto entre os mais incidentes, embora ainda apresente altas taxas para os 
cânceres do colo do útero, estômago e esôfago (INCA, 2019). De acordo com estes dados de 
incidência, prevalência e estimativas mundiais, é notória a importância de profissionais 
qualificados, como os enfermeiros de prática avançada, com competências específicas para 
atuar com esse perfil de paciente com necessidades tão complexas de cuidado. 
Alguns estudos avaliaram os papéis, responsabilidades, padrões de prática clínica e 
produtividade dos enfermeiros de prática avançada em oncologia (BRITELL, 2010; FRIESE et 
al., 2010; HINKEL et al., 2010; NEVIDJON et al., 2010; POLANSKY; ROSS; CONIGLIO, 
2010; TOWLE et al., 2011) devido ao aumento da população com diagnóstico de câncer e seus 
sobreviventes, com o objetivo de obter dados para preencher a lacuna da força de trabalho 
existente neste campo de atuação (MCCORKLE et al., 2012). Tais estudos demonstram que os 
enfermeiros de prática avançada em oncologia proporcionam cuidados de alta qualidade, sendo 
que a sua implementação faz parte da solução para a escassez de mão de obra de qualidade, 
extremamente necessária no atendimento prestado a esta população (LAURANT et al., 2005; 
IOM, 2010; BROWN, 2011; TOWLE et al., 2011). Nota-se que este profissional contribui 
amplamente no atendimento de pacientes com variados tipos de câncer, tanto em hospitais, 
quanto em clínicas, ambulatórios e na comunidade, sendo a referênciapara articular um 
movimento de melhoria contínua e organização destes serviços de saúde. Assim sendo, é 
necessário inseri-lo em todos os níveis de atenção ao câncer (MCKENNA et al., 2004). 
Nacionalmente, há uma lacuna no conhecimento em relação ao tema proposto, pois 
ainda são incipientes as pesquisas relacionadas à EPA, principalmente com foco na área da 
oncologia. Entende-se que a presente pesquisa contribuirá para a identificação de estratégias na 
formação do enfermeiro de prática avançada em oncologia, visando a sua qualificação, o 
desenvolvimento de competências centrais e a estruturação e/ou aperfeiçoamento dos cursos de 
pós-graduação (stricto sensu) para a adequada adaptação do modelo formativo. Salienta-se 
ainda que, mediante as estimativas de câncer, a pesquisa vai ao encontro das necessidades da 
população e tem como desígnio discorrer sobre a formação profissional do enfermeiro de 
prática avançada em oncologia, a fim de garantir um cuidado seguro e de qualidade em todo o 
26 
 
 
continuum do câncer. Destarte, a proposta de dialogar, analisar, consolidar e lançar discussões 
sobre a EPA em oncologia no Brasil é inovadora. Mediante o exposto, tem-se como questão de 
pesquisa: Como se constitui a formação do enfermeiro de prática avançada em oncologia 
para o melhor cuidado? 
A presente tese parte da premissa que o enfermeiro de prática avançada em oncologia 
necessita de uma formação educacional em nível de mestrado e/ou doutorado que permitirá 
uma base de conhecimento especializado e aprofundado na área, assim como, assegurará o 
desenvolvimento de competências essenciais para a prática expandida e baseada em evidências, 
a fim de prestar um cuidado de excelência aos pacientes com câncer e suas famílias. 
 
1.1 OBJETIVOS 
 
1.1.1 Objetivo geral 
 
Compreender como se constitui a formação do enfermeiro de prática avançada em 
oncologia para o melhor cuidado. 
 
1.1.2 Objetivos específicos 
 
 Buscar evidências da formação de enfermeiros de prática avançada mediante a atuação 
clínica e os cuidados de enfermagem com pacientes oncológicos; 
 Mapear e validar as competências1 centrais do enfermeiro de prática avançada em 
oncologia; 
 Propor um modelo de formação profissional de enfermagem de prática avançada em 
oncologia para o Brasil. 
 
 
1 Competência: capacidade do indivíduo articular e mobilizar três dimensões interdependentes: conhecimentos; 
habilidades; e, atitudes, a fim de intervir em um determinado contexto e alcançar os resultados almejados 
(DURANT, 1998). 
27 
 
 
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O presente capítulo está organizado da seguinte forma: no tópico 2.1 será apresentado 
o contexto histórico da EPA no mundo; no item 2.2 serão exibidos os debates sobre a 
enfermagem de prática avançada pelos sistemas de saúde, ensino e conselhos (nacionais e 
internacionais); e, o tópico 2.3 discorrerá sobre o enfermeiro de prática avançada em oncologia. 
 
2.1 CONTEXTO HISTÓRICO DA ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA NO 
MUNDO 
 
A EPA teve sua origem no Canadá e EUA há mais de 40 anos. Desde então, 
gradativamente outros países (Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia, Irlanda, Alemanha e 
China) vêm estruturando tal prática mediante a criação de legislações e regulações específicas, 
exigências mínimas necessárias para a formação educacional, definição sobre os locais e formas 
de atuação e o desenvolvimento de competências necessárias para a realização dos cuidados de 
saúde à população (CANADIAN, 2002; ICN, 2014). Algumas destas características podem ser 
observadas no Quadro 1, conforme as particularidades de alguns dos países citados.
28 
 
 
Quadro 1 – O enfermeiro de prática avançada no contexto mundial. 
 
Estados Unidos da 
América 
Canadá Reino Unido China (Hong Kong) Irlanda Alemanha 
Período de 
origem 
Na década de 70. Na década de 70. Na década de 80. Em 1993. Em 2001. Em 2008. 
Termos 
utilizados 
Advanced practice 
nursing. 
Nurse practitioner. 
Advanced practice 
nursing. 
Nurse practitioner. 
Clinical nurse 
specialist. 
Advanced nurse 
practitioner. 
Advanced practice 
nursing. 
Clinical nurse 
specialists. 
Nurse consultant. 
Advanced nurse. 
Midwife practitioner. 
Advanced practice 
nursing. 
Atuação 
profissional 
A grande maioria 
trabalha em 
ambulatórios, 
principalmente em 
atenção primária. 
Atuam em diferentes 
serviços, com 
diagnóstico e tratamento 
de problemas de saúde 
agudos e/ou crônicos, 
realizando cuidados no 
pré-natal (saúde da 
mulher e da criança), 
cuidados de saúde do 
adulto (check-up), 
diagnosticando e 
gerenciando traumas 
menores. 
Ensinam os pacientes 
sobre a promoção da 
saúde e prevenção de 
doenças. 
Em todos os estados 
possuem algum nível de 
autonomia para 
prescrever medicações. 
A maioria trabalha 
em unidades de 
internação, em uma 
ampla gama de 
especialidades. 
Atuam com 
diagnósticos, tomada 
de decisão clínica, 
execução de 
procedimentos 
específicos dentro do 
escopo legislado da 
prática, fornecendo 
soluções para 
problemas complexos 
de saúde da 
população. 
Possuem algum nível 
de autonomia para 
prescrever 
medicações. 
Atuam em instituições 
hospitalares, em 
cirurgias, em serviços 
de emergência e/ou 
urgência, clínicas 
médicas e cirúrgicas, 
nos cuidados 
primários e no 
cuidado com a 
comunidade. 
Para prescrever um 
medicamento o 
enfermeiro prescritor 
deve estar registado, 
ter realizado formação 
específica e concedido 
autorização/licença 
para prescrever a 
partir do formulário 
que está ligado à sua 
qualificação. Inclui-se 
nessa possibilidade de 
prescrição alguns 
medicamentos 
controlados. 
Administram clínicas 
de enfermagem 
independentes, com o 
objetivo de atender 
diferentes grupos de 
pacientes com 
problemas de saúde 
específicos. 
Atuam na saúde 
cardíaca, comunitária e 
pública, cuidados 
intensivos, educação e 
pesquisa, emergência, 
gerontologia, medicina, 
saúde mental, 
obstetrícia, 
gerenciamento de 
enfermagem e saúde, 
enfermagem 
ortopédica, pediátrica, 
perioperatória e 
cirúrgica. 
Atuam em uma ampla 
variedade de ambientes, 
cuidando de adultos, idosos, 
crianças e recém-nascidos, 
tanto no ambiente hospitalar 
quanto na comunidade por 
meio de seus altos níveis de 
especialização na avaliação, 
diagnóstico e tratamento de 
problemas complexos de 
saúde de indivíduos, grupos 
e comunidades. 
A maioria atuante é 
certificada para prescrever 
medicação e radiação 
ionizante. 
Atuam apoiados por um 
médico consultor. 
Áreas de atuação: cuidados 
agudos de adultos, cuidados 
psiquiátricos, cuidados 
pediátricos, cuidados de 
saúde pública, cuidados de 
pacientes com distúrbio 
cognitivo e intelectual, 
obstetrícia. 
Atuam com prática 
avançada, na 
tomada de decisão 
clínica, como 
educador, 
pesquisador e líder. 
Atuam em 
cuidados críticos e 
cuidados de saúde 
mental. 
29 
 
 
 
Estados Unidos da 
América 
Canadá Reino Unido China (Hong Kong) Irlanda Alemanha 
Na maioria dos estados 
atua sem qualquer 
exigência de supervisão e 
colaboração médica. 
Possuem 
habilitação/autoridade 
prescritiva. 
Exigência 
educacional 
Quatro anos de faculdade 
com bacharelado em 
enfermagem e 
aproximadamente dois 
anos de pós-graduação 
para obtenção do 
mestrado como 
enfermeiro de prática 
avançada. 
A preparação 
educacional mínima 
para a prática 
avançada de 
enfermagem é uma 
pós-graduação em 
enfermagem. 
Embora um diploma 
de pós-graduação 
seja essencial para a 
prática avançada, os 
enfermeiros que 
concluíram um ou 
mais cursos de pós-
graduação não podem 
assumir que sua 
prática está em um 
nível avançado com 
base apenas nessas 
credenciais 
educacionais. É a 
combinação do 
ensino de pós-
graduação e 
experiência clínica 
que permite o 
enfermeirodesenvolver as 
competências 
necessárias. 
Licenciatura em 
enfermagem ou área 
equivalente e pós-
graduação para 
obtenção do mestrado 
ou doutorado (alguns 
cursos) em 
enfermagem. 
Além do diploma, o 
enfermeiro de prática 
avançada deverá ter 
experiência durante 
um período mínimo 
de três anos em tempo 
integral na 
especialidade de sua 
escolha. 
O Reino Unido 
propõe que os 
enfermeiros 
avançados devam ter 
no mínimo 
"pensamento de nível 
de mestrado". 
Para se tornar um 
enfermeiro prescritor 
necessitam realizar 
cursos específicos, 
treinamentos e 
A preparação 
educacional mínima 
para a prática avançada 
de enfermagem é uma 
pós-graduação para 
obtenção do título de 
mestrado ou doutorado 
em enfermagem. 
A preparação educacional 
mínima é uma pós-
graduação para obtenção do 
título de mestrado ou 
doutorado em enfermagem. 
O programa de pós-
graduação em enfermagem 
deve ser em uma área que 
reflita o campo de prática 
especializada, relacionando 
as competências descritas 
para o cargo. 
Ter um mínimo de 7 anos de 
experiência pós-registro, 
incluindo 5 anos de 
experiência na área 
escolhida da prática 
especializada. 
Ter horas substantivas no 
nível de prática avançada 
supervisionada. O número 
apropriado de horas 
requeridas pelo profissional 
para cumprir as 
competências exigidas pela 
função será aprovado 
individualmente pelo Comitê 
de Registro, sendo 
normalmente superior a 500 
horas. 
A preparação 
educacional 
mínima para a 
prática avançada de 
enfermagem é uma 
pós-graduação para 
obtenção da 
titulação de 
mestrado em 
enfermagem. 
30 
 
 
 
Estados Unidos da 
América 
Canadá Reino Unido China (Hong Kong) Irlanda Alemanha 
A preparação 
educacional mínima 
do clinical nurse 
specialist é um 
mestrado ou 
doutorado em 
enfermagem com 
especialização em 
uma área de 
enfermagem clínica. 
avaliações de 
desempenho. 
É necessário o 
acompanhamento e 
recomendações de 
supervisores apropriados 
(enfermeiros ou outros 
profissionais de saúde), 
pertencentes a área de 
prática avançada. 
Fonte: CNA (2002; 2008) e ICN (2014).
31 
 
 
Em um estudo que analisou o desenvolvimento de enfermeiros de prática avançada em 
12 países (Austrália, Bélgica, Canadá, Chipre, República Tcheca, Finlândia, França, Irlanda, 
Japão, Polônia, Reino Unido e EUA), com enfoque nos papéis da APS, foi apresentado a 
definição de Advanced Practice Registered Nurse (APRN): 1) concluíram a graduação em um 
curso reconhecido dentre as quatro possíveis funções de enfermeiro de prática avançada nos 
EUA; 2) passaram no exame de certificação nacional de enfermeiro de prática avançada, tanto 
para o primeiro registro quanto para recertificações periódicas; 3) adquiriram conhecimento 
clínico avançado e habilidades que os prepararam para prover o cuidado direto aos pacientes; 
4) adquiriram prática baseada nas competências do enfermeiro, pela demonstração de grande, 
profundo e amplo conhecimento, capacidade de interpretação/síntese de dados, aumentada 
complexidade de habilidades e intervenções e ampla autonomia profissional; 5) foram 
educacionalmente preparados para assumir responsabilidade e prestar contas de promoção e 
manutenção da saúde, avaliação, diagnóstico, manejo dos problemas de pacientes, incluindo o 
uso e prescrição de intervenções farmacológicas e não-farmacológicas; 6) adquiriram 
experiência clínica de suficiente profundidade e amplitude para obter a licença pretendida; e, 
7) obtiveram a licença para o exercício como enfermeira de prática avançada em um dos quatro 
tipos possíveis (enfermeiro anestesista, enfermeiro obstétrico, enfermeiro clínico especialista e 
enfermeiro praticante) (APRN, 2008). 
Existem algumas terminologias adotadas no mundo para identificar a prática avançada 
do enfermeiro, sendo que um estudo identificou 13 denominações diferentes (PULCINI et al., 
2010). Entretanto, os termos comumente utilizados para se referir ao profissional habilitado 
para desenvolver práticas avançadas de enfermagem são: 1) nurse practitioner (NP), tendem a 
ter maior envolvimento no atendimento clínico, possuem um escopo expandido de prática 
clínica que lhes dá autonomia para coordenar diagnósticos e prescrever tratamentos e/ou 
medicamentos; foram introduzidas com maior frequência para aumentar o acesso a cuidados 
primários em comunidades rurais e remotas de difícil acesso e para atuar nas disparidades de 
acesso a cuidados em populações vulneráveis; 2) clinical nurse specialist (CNS), 
frequentemente possuem maiores responsabilidades por atividades não clínicas, como por 
exemplo, educação, melhorias na qualidade dos atendimentos (desenvolvimento de diretrizes e 
protocolos clínicos) e gestão dos serviços de saúde; têm o mesmo escopo de prática que um 
enfermeiro registrado; foram introduzidos para fornecer cuidados altamente complexos e 
especializados, desenvolver práticas de enfermagem e apoiar enfermeiros generalistas, liderar 
iniciativas de melhorias de qualidades da assistência e práticas baseadas em evidências. Essas 
diferenças nas funções trazem importantes implicações para a legislação, regulamentação e 
32 
 
 
educação, sendo importante determinar qual é o melhor papel que se adequa às necessidades de 
cada país para uma implantação efetiva (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). 
Observa-se ainda que em alguns países os enfermeiros de prática avançada estão 
subdivididos em funções e áreas de atuação, sendo especialistas em: saúde mental, saúde da 
mulher e/ou obstetrícia, saúde da criança, oncologia, clínica cirúrgica, assim como em APS 
(CNA, 2008; PULCINI et al., 2010; ICN, 2014). 
No Reino Unido, o papel do enfermeiro de prática avançada tem se expandido ao longo 
dos últimos 30 anos, assumindo maiores responsabilidades profissionais e legais, em resposta 
às mudanças na prestação de cuidados de saúde, políticas nacionais, inovação e necessidade de 
contenção de custos (BALL, 2006; ICN, 2014). Os enfermeiros de prática avançada tornaram-
se parte integrante da prestação de cuidados de saúde, entretanto, o debate sobre normas, uso 
da titulação e regulamentação da profissão permanecem. Salienta-se que as mudanças nas 
políticas de saúde também influenciaram os programas educacionais ministrados pelo Serviço 
Nacional de Saúde e pelas Instituições de Ensino Superior (ICN, 2014). 
Para a implantação da EPA na Alemanha, o país seguiu com cinco principais pilares 
de desenvolvimento: 1) definição das áreas para a atuação da prática avançada; 2) qualificação 
dos profissionais; 3) treinamentos e educação sistematizados; 4) valorização e prestígio 
profissional; e, 5) trajetória de carreira estruturada (ICN, 2014). 
Na Irlanda, os serviços e a atenção à saúde, assim como a enfermagem, mudaram 
drasticamente nas últimas décadas em resposta às necessidades dos serviços e da população. 
Parte dessa mudança atribui-se à introdução do papel do enfermeiro de prática avançada. 
Pesquisas demonstram de forma conclusiva que os cuidados prestados por estas profissionais 
melhoram os resultados dos pacientes, são seguros, bem-aceitos e com custo apropriado 
(BEGLEY et al., 2010). Preconiza-se neste país quatro principais características para o 
desenvolvimento da EPA (ICN, 2014): 
a) Autonomia na prática clínica: ser responsável por níveis avançados de tomada de 
decisão que ocorrem por meio do gerenciamento de casos específicos; realizar uma 
avaliação abrangente da saúde e demonstrar habilidade especializada no diagnóstico 
clínico e no tratamento de doenças agudas/crônicas de acordo com um escopo de 
prática e em conjunto com outros profissionais da saúde. Destaca-se ainda que o fator 
crucial na determinação da prática avançada de enfermagem é o nível de tomada de 
decisão e responsabilidades, e não a natureza ou dificuldade da tarefa empreendida 
pelo profissional. O conhecimento e a experiênciado enfermeiro continuamente 
33 
 
 
apoiam a tomada de decisão, embora algumas partes do papel possam se sobrepor ao 
papel do médico ou de outro profissional de saúde; 
b) Prática especializada: demonstrar conhecimentos práticos e teóricos e habilidades de 
pensamento crítico que são reconhecidos por seus pares; demonstrar capacidade de 
articular e racionalizar o conceito de prática avançada; a educação deve estar no nível 
de mestrado (ou superior) em um programa relevante para a área de prática clínica; 
c) Liderança profissional e clínica: ser líder clínico que inicia e implementa mudanças 
nos serviços de saúde em resposta à necessidade do paciente e às demandas do serviço; 
ter visão ampla para o futuro da prática e compromisso com o desenvolvimento dessa 
além do escopo atual; fornecer serviços inovadores para a população em colaboração 
com outros profissionais de saúde para atender as necessidades crescentes que são 
identificadas regional e nacionalmente por organizações governamentais e de 
gerenciamento de saúde; participar da formação e desenvolvimento de profissionais 
da área da saúde, além dos enfermeiros, por meio da formulação de papéis, 
orientações, compartilhamento e facilitação da troca de conhecimento em sala de aula, 
áreas clínicas e comunidades; 
d) Pesquisa: identificar e integrar a pesquisa de enfermagem e, em áreas da saúde que 
possam incorporar a melhor prática baseada em evidências para atender às 
necessidades do paciente e do serviço; realizar pesquisas que contribuem para a 
qualidade do atendimento ao mesmo tempo em que avançam no desenvolvimento, 
implementação e avaliação de enfermagem e de políticas de saúdes; contribuir para o 
corpo de conhecimento de enfermagem nacional e internacionalmente. 
 
Destaca-se que não há um consenso universal sobre as características de enfermeiros 
de prática avançada. Todavia, pesquisas internacionais sugerem quatro importantes itens: 1) 
preparação educacional em nível avançado; 2) estruturação dos licenciamentos e regulações – 
legislação para conferir e proteger o profissional de enfermagem de prática avançada; 3) escopo 
da prática – autonomia para prescrever medicações e tratamentos para encaminhar pacientes 
para outros profissionais e para admitir pacientes em instituições de saúde; 4) funções e 
atuações – contato direto com os pacientes, gerenciamento de casos, cuidados em diagnósticos, 
tratamentos, prevenção e paliativos (CNA, 2002). 
O Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) aponta características quanto à 
natureza da prática avançada, na qual há expectativa de que o enfermeiro possua: 1) habilidade 
de integrar a pesquisa (evidências baseadas na prática), educação e administração clínica; 2) 
34 
 
 
alto grau de autonomia profissional e de independência na prática; 3) experiência na 
administração de grande quantidade de casos no nível avançado; 4) reconhecimento de 
competências clínicas avançadas; 5) habilidade em prestar serviços de consulta junto a outros 
profissionais da saúde; 6) habilidade de planejar, implementar e avaliar programas; 7) 
reconhecimento de primeiro contato para usuários (profissional de referência); 8) autoridade 
para prescrever medicamentos e tratamentos; 9) autoridade para encaminhar pacientes a outros 
profissionais e admitir pacientes em hospitais; e, 10) reconhecimento oficial do título de 
enfermeiro de prática avançada e legislação política ou mecanismos regulatórios específicos 
(OPAS, 2018a). 
Com relação à formação profissional, na China, as principais diretrizes de 
desenvolvimento dos enfermeiros de prática avançada visam estabelecer cargos de especialistas 
com base nas necessidades dos serviços e na padronização de currículos e modelos 
educacionais. Em Hong Kong, as faculdades credenciadas especificaram as competências 
mínimas necessárias, a estrutura do currículo e os exames estruturados, a fim de avaliar e 
certificar as enfermeiras de prática avançada para a atuação clínica, conforme especialidade 
relacionada, garantindo a manutenção da qualidade do cuidado à população. O Ministério da 
Saúde é responsável por emitir as normas para os programas de educação e os requisitos para o 
estabelecimento de treinamento. No Reino Unido, aconselha-se que enfermeiros de prática 
avançada empreendam programas educacionais para preparar outros enfermeiros de acordo 
com o perfil necessário para o desenvolvimento da função (ICN, 2014). 
Destaca-se que na maioria dos países a implementação da EPA ocorreu mediante 
significativas mudanças na regulamentação e legislação profissional, com normas adicionais e 
proteção do título. Em alguns países estes aspectos ainda não estão claramente definidos e se 
mantêm em discussão, assim como a definição dos papéis do enfermeiro de prática avançada, 
apesar dos órgãos profissionais defenderem tal atuação (CNA, 2002; ICN, 2014). 
Alguns estudos apontam barreiras políticas na expansão do papel dos enfermeiros de 
prática avançada em ambientes clínicos, sendo estas relacionadas à ausência de proteção do 
título, falta de clareza no papel e no desenvolvimento de suas funções, questões financeiras, 
variabilidade na educação e formação profissional, não desenvolvimento de competências, 
regulamentos e legislações restritivas, resistências de partes interessadas, atrasando a 
introdução desse papel em diversos países (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 
2016; MAIER; AIKEN, 2016). 
O papel do enfermeiro de prática avançada não está bem definido e/ou reconhecido na 
América Latina e Caribe, principalmente por não existir ainda regulamentação e formação 
35 
 
 
consolidada, de tal modo que se torna um grande desafio a sua implantação na região (OPAS, 
2018a). Salienta-se que ainda são insuficientes as discussões e as pesquisas sobre o tema nos 
países desta região. A proteção legal por meio do estabelecimento de regulamentação é 
essencial para a formalização das funções do profissional (ZUG et al., 2016). Em muitos países 
da América Latina e Caribe, o papel do enfermeiro de saúde pública é multifacetado, incluindo 
a promoção da saúde, a prevenção de doenças, a educação do paciente, família e comunidade, 
a gestão de programas e em alguns casos as visitas domiciliares (NIGENDA et al., 2010). 
Porém, estes profissionais possuem uma autonomia limitada no desenvolvimento de sua prática 
profissional e atuam frequentemente por meio de protocolos institucionais. 
Em dois países do Caribe, Jamaica e Belize, o papel do enfermeiro de prática avançada 
foi promovido com variados graus de sucesso, apesar de atualmente encontrar dificuldades para 
sua implantação efetiva. A Jamaica introduziu o NP na década de 70 devido à escassez de 
médicos em áreas rurais e carentes. Em 2002, o programa de formação de dois anos oferecido 
pela Escola de Enfermagem da University of West Indies foi convertido à nível de mestrado. 
Desde então, o país introduziu programas de NP com foco na saúda da família e saúde mental 
(JANP, 2015). Jamaica e Porto Rico são os países que mais desenvolveram os programas de 
formação e regulamentação, assim como instituíram o mercado de trabalho de forma mais 
efetiva (OPAS, 2018a). No Chile, a Universidad de los Andes possui um programa avançado 
de CNS para a prática de enfermagem em cuidados intensivos em adultos (BRYANT-
LUKOSIUS et al., 2017). 
Em 2009, no Brasil, se estabeleceu um perfil profissional de CNS em oncologia 
pediátrica. O Serviço de Enfermagem do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP) do Grupo de 
Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) da Universidade Federal de São 
Paulo (UNIFESP), em conjunto à área de Ensino e Desenvolvimento em Enfermagem (EDEnf), 
implantou uma nova metodologia de organização de trabalho incorporando nas atividades dos 
enfermeiros competências específicas de prática avançada, atendendo à realidade da instituição. 
O perfil definido para a função apresentou os seguintespré-requisitos: ter formação acadêmica 
de nível superior em enfermagem e registro no Conselho Regional de Enfermagem (COREn); 
título de especialista lato sensu em Oncologia Pediátrica, Enfermagem Oncológica ou 
Enfermagem Pediátrica; ter ingressado ou estar se preparando para ingressar na pós-graduação 
stricto sensu em Enfermagem; ser associado à Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica 
(SOBOPE); ter experiência mínima de dois anos na área ambulatorial, além de atuação nas 
unidades de internação; ser aprovado nos cursos de capacitação em quimioterapia 
antineoplásica e cateter venoso central totalmente implantável existentes na instituição; ter 
36 
 
 
disponibilidade para trabalho em regime de 40 horas semanais e fluência em inglês. Com 
relação às competências necessárias para o desenvolvimento da prática avançada de 
enfermagem na instituição, utilizou-se como base quatro pilares essenciais: assistência 
qualificada; educação/ensino (paciente, família, profissionais); pesquisa; e, gestão (DIAS et al. 
2013). 
Existe um corpo considerável de evidências internacionais sobre o impacto positivo 
do papel do enfermeiro de prática avançada na melhoria dos resultados de saúde do paciente, 
na qualidade da assistência e na resolutividade dos sistemas de saúde (BRYANT-LUKOSIUS 
et al., 2017). Há um interesse mundial na implantação da EPA como um veículo essencial para 
a inovação e reformas na saúde, com o objetivo de fornecer modelos mais eficazes e 
sustentáveis de cuidados (BRYANT-LUKOSIUS, 2014). 
 
2.2 DEBATES SOBRE A ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA PELOS SISTEMAS 
DE SAÚDE, ENSINO, CONSELHOS E ASSOCIAÇÕES 
 
Para o atendimento das necessidades de saúde atuais na região das Américas, estima-
se a necessidade de 800 mil profissionais de saúde a mais. Nota-se ainda que há uma 
distribuição inadequada dos profissionais, que em sua maioria se concentram nas zonas urbanas 
e com melhores recursos econômicos. Desta forma, a proporção de enfermeiros por habitantes 
é desigual. Como países exemplos, destacam-se os EUA com 111,4 profissionais de 
enfermagem para cada 10 mil habitantes, o Canadá com 106,2 e Cuba 81,3, tendo o Haiti a 
proporção de 3,5. Assim como a metade dos países da região, esse índice se mantém em torno 
de 10,4 (CRISP; CHEN, 2014; OPAS, 2018b). Nos EUA, os enfermeiros de prática avançada 
correspondem a 9% da força de trabalho de enfermagem, seguida da Irlanda com 2% de 
profissionais (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). Porém, muitos países não 
possuem estes dados para fins de avaliações. 
Desde 2005, a OMS realiza reuniões com a participação dos estados-membros com o 
objetivo de propor estratégias e ações que visem a Cobertura Universal de Saúde (CUS2), 
reafirmando esse compromisso em 2012. Identificaram-se duas principais características nestas 
reuniões: a alta qualidade dos serviços de saúde e a proteção de risco financeiro, representando 
importantes desafios a serem solucionados. O acesso universal à saúde deve ser oferecido a 
 
2 CUS, todos os indivíduos e comunidades recebem os serviços de saúde de que necessitam; isso inclui toda a 
gama de serviços de saúde essenciais e de qualidade, desde a promoção da saúde até à prevenção, tratamento, 
reabilitação e cuidados paliativos (WHO, 2021). 
37 
 
 
todos os indivíduos em diferentes cenários da saúde, reconhecendo que a saúde está além da 
dependência dos serviços médicos e consequente despesas inerentes (DYE; REEDER; TERRY, 
2013). 
Com o intuito de colaborar com a implementação de recursos humanos, em setembro 
de 2013 a OPAS lançou a “Resolução Recursos Humanos para a Saúde: Ampliando o Acesso 
aos Profissionais de Saúde Qualificados em Sistemas de Saúde Baseados na Atenção Primária 
à Saúde”, ressaltando especificamente o aumento do número de enfermeiros de prática 
avançada para apoiar os sistemas de saúde (OPAS, 2013). A partir deste momento, iniciam-se 
os debates sobre o futuro da enfermagem na América Latina e Caribe, com foco na implantação 
da EPA. 
Em maio de 2014, o Comitê Executivo da OPAS propôs o Plano Estratégico para a 
CUS, com a recomendação de acesso equitativo a serviços de saúde integrais e de qualidade 
(PAHO, 2014). Em novembro de 2015, a OPAS, a ABEn e o COFEn discutiram estratégias 
para implementar a EPA no Brasil voltada para a APS, com base na experiência canadense e 
americana. O objetivo é aumentar o escopo de práticas do enfermeiro, desenvolvendo e 
aprofundando o trabalho interprofissional e colaborativo, com um perfil profissional de alta 
resolutividade. Observa-se que a implantação da EPA é uma proposta inovadora e com grande 
potencial de impacto positivo no acesso à resolutividade da atenção à saúde no Brasil (COFEN, 
2015). 
Em maio de 2016, o COFEn, a CAPES, ABEn, Ministério da Saúde e Secretaria de 
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) pactuaram a implementação da EPA no 
Brasil. A proposta está dividida em três linhas: 1) centros de excelências que fortaleçam linhas 
de pesquisa em Enfermagem de Práticas Avançadas, realização do mapeamento das atividades 
já realizadas pelos enfermeiros e formação de docentes e multiplicadores, ressaltando-se a 
importância de aperfeiçoar a formação profissional e estabelecer marcos normativos que 
garantam a segurança dos profissionais e pacientes; 2) implementação de currículo nuclear de 
práticas avançadas para os enfermeiros residentes de programas multiprofissionais, com a 
possibilidade de complementar estudos e concluir o mestrado profissional; e, 3) medidas para 
facilitar a implementação de protocolos para utilização nos programas de saúde que 
regulamentam as atuações, além da criação de módulos temáticos da Universidade Aberta do 
Sistema Único de Saúde (SUS) sobre protocolos específicos (COFEN, 2016a). 
Neste mesmo período, é instituído pelo COFEn a Comissão de Práticas Avançadas em 
Enfermagem, com a finalidade de discutir estratégias de implementação da EPA na APS 
38 
 
 
(COFEN, 2016b), não sendo ampliada neste momento as discussões para outros campos de 
atuação profissional e/ou especialidades. 
Na Austrália, Canadá, EUA, Inglaterra, Irlanda e Finlândia, os profissionais de 
enfermagem já assumem funções expandidas para satisfazer as necessidades de saúde dos 
pacientes pois possuem uma formação universitária de quatro a cinco anos. Já na América 
Latina, ainda não existe uma regulação e/ou uma formação para que os enfermeiros possam 
atuar com práticas avançadas em qualquer contexto de atuação. O México conta com uma 
regulação recente, que permite aos enfermeiros prescreverem medicamentos na ausência de um 
médico e em situações de emergência. O Caribe, a Jamaica e Porto Rico são os países que mais 
têm desenvolvido programas de formação, regulação e mercado de trabalho instituído. 
Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Panamá e Peru possuem um alto grau de acesso à 
educação de pós-graduação em enfermagem e são países potenciais para oferecer a formação 
necessária em práticas avançadas (OPAS, 2018b). 
A primeira pesquisa internacional realizada com líderes de enfermagem da América 
Latina e Caribe, o qual contou com a participação de 26 países, apontou como principais 
barreiras na implantação da enfermeira de prática avançada: modelo biomédico de ensino; o 
papel do profissional médico; as condições de trabalho atuais; e, a ideia de que este profissional 
de prática avançada substituirá médicos. Neste mesmo estudo, identificaram-se como 
facilitadores para a implantação da EPA as universidades ou instituições de educação superior. 
Porém, uma preocupação foi revelada, sendo que muitos participantes não estavam confiantes 
sobre a capacidade do corpo docente de ensinar em um nível avançado na APS, mesmo 
mediante uma amostra de 80% integrante do ambiente universitário (ZUG et al., 2016). 
Para atender os desafios da saúde na esfera mundial,a profissão de enfermagem está 
em constante desenvolvimento e aprimoramento, com condições de responder e gerenciar a 
saúde da população em diversos estágios da vida. Os enfermeiros são profissionais que 
empregam uma abordagem integrada e holística, incluindo a promoção da saúde, prevenção de 
doenças, tratamentos, reabilitação e cuidados paliativos. Porém, para que os profissionais de 
enfermagem possam melhorar consideravelmente a saúde da população e expandir a atuação 
como enfermeiros de prática avançada na América Latina, são necessárias diversificadas 
mudanças para que os desafios sejam superados. O desenvolvimento de políticas que fortaleçam 
a formação nos níveis de graduação e pós-graduação, a regulação, o financiamento, a educação 
permanente, a prática profissional e a remuneração são aspectos primordiais a serem discutidos 
neste cenário (CASSIANI; ZUG, 2014). 
39 
 
 
É importante destacar que experiências de países que já possuem a prática avançada 
instituída, como nos EUA e Canadá, poderão ser a base para a implementação da EPA na 
América Latina e no Caribe nos próximos anos (CASSIANI; ROSALES, 2016; ZUG et al., 
2016). Entretanto, a sua implantação e desenvolvimento não precisam replicar o modelo do 
canadense e americano, e sim ser construído a partir das lições aprendidas com as experiências 
destes países. É imprescindível que haja parcerias e colaborações entre as associações de 
enfermagem, os conselhos de enfermagem, as universidades e o Ministério da Saúde, em âmbito 
regional, nacional e internacional, e que todos canalizem seus esforços para o estabelecimento 
do papel deste profissional, visando transformar o modelo de atenção à saúde (ZUG et al., 2016; 
OPAS, 2018a). 
Bryant-Lukosius e Dicenso apresentaram um processo participativo, baseado em 
evidências e focado no paciente, com o objetivo de orientar o desenvolvimento, a 
implementação e a avaliação da estrutura da EPA. O processo é intitulado como PEPPA, possui 
nove etapas e foi projetado para superar as barreiras de implementação do enfermeiro de prática 
avançada por meio do conhecimento e compreensão sobre o seu papel e os locais de atuação. 
Entre algumas das orientações, estão: definir a população de pacientes e descrever o modelo 
atual de atendimento; determinar a necessidade de um novo modelo de cuidado; identificar 
problemas prioritários e metas para melhorar o modelo de atendimento; planejar estratégias de 
implementação; e, estabelecer programas de educação para a formação do enfermeiro de prática 
avançada (BRYANT-LUKOSIUS; DICENSO, 2004). De acordo com a assessoria de 
Enfermagem e Técnicos da Saúde da OPAS: 
 
A ampliação do papel dos profissionais de enfermagem licenciados não pretende 
substituir ou realocar nenhum profissional, mas sim complementar o trabalho de 
outros profissionais e ampliar habilidades para aumentar a eficiência, melhorar os 
resultados em saúde e reduzir custos de atenção (OPAS, 2018b). 
 
O Brasil apresenta uma posição de destaque entre os países da América Latina e do 
Caribe por possuir maiores condições de estabelecer programas de pós-graduação em 
enfermagem de prática avançada (COSTA-MENDES, 2016), tendo instituído 53 programas de 
mestrado acadêmico, 24 de mestrado profissional, 39 de doutorado acadêmico e 2 de doutorado 
profissional em enfermagem, totalizando 118 (CAPES, 2021), além de ter como pontos fortes 
a existência de campos de atuação favoráveis para enfermeiros e as residências em enfermagem, 
a qual dispendem aproximadamente cinco mil horas de formação em serviço. No entanto, a 
falta de compreensão sobre o papel do enfermeiro de prática avançada pelo Ministério da Saúde 
40 
 
 
e os programas de pós-graduação com formação predominantemente teórica (mestrado e 
doutorado acadêmicos), não sendo considerados programas de formação clínica, tornam-se 
barreiras para esta implantação (MIRANDA NETO et al., 2018). 
A Resolução n° 7 de 11 de dezembro de 2017 do Conselho Nacional de Educação 
(CNE), que estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação stricto sensu, 
apresenta nas suas disposições gerais os seguintes conceitos: os cursos de mestrado e doutorado 
são orientados ao desenvolvimento da produção intelectual comprometida com o avanço do 
conhecimento e de suas interfaces com o bem econômico, a cultura, a inclusão social e o bem-
estar da sociedade; estes cursos se diferenciam pela duração, complexidade, aprofundamento e 
natureza do trabalho de conclusão. Alguns dos requisitos a serem considerados na avaliação e 
reconhecimento dos cursos de mestrado e doutorado são: capacitação profissional qualificada 
para práticas avançadas, inovadoras e transformadoras dos processos de trabalho, visando 
atender às demandas sociais, econômicas e organizacionais dos diversos setores da economia; 
contribuição para agregação de conhecimentos de forma a impulsionar o aumento da 
produtividade em empresas, organizações públicas e privadas (ABMES, 2017). 
Em 23 de março de 2017 foi publicada pelo Ministério da Educação a portaria n° 389, 
que institui o mestrado e doutorado profissional no âmbito da pós-graduação stricto sensu. Nela, 
está descrito entre alguns dos objetivos: capacitar profissionais qualificados para o exercício da 
prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender demandas 
sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho; promover a articulação 
integrada da formação profissional com entidades demandantes de naturezas diversas, visando 
melhorar a eficácia e a eficiência das organizações públicas e privadas por meio da solução de 
problemas e geração e aplicação de processos de inovação apropriados (BRASIL, 2017). 
Scochi e colaboradores, em um artigo de reflexão publicado em 2015, apresentaram 
alguns questionamentos pertinentes ao cenário da enfermagem brasileira, sendo estes: os 
programas de mestrados profissionais atendem ao que se propõe como prática avançada? Os 
programas têm permitido instrumentalizar enfermeiros para uma prática avançada, ou seja, a 
estrutura curricular responde às competências necessárias a essa formação, dando sustentação 
à prática e também à produção do conhecimento e tecnologia? Há possibilidades de adequações 
na estrutura curricular de alguns mestrados profissionais de modo a atender também ao escopo 
da enfermagem de prática avançada? Nota-se que existe ainda a possibilidade de complementar 
a formação de residência em enfermagem com disciplinas pertinentes à formação profissional 
stricto sensu, como uma complementação optativa para a titulação de mestre profissional em 
prática avançada na área pertinente à formação clínica. Contudo, as autoras sugerem amplos 
41 
 
 
debates e reflexões entre os profissionais e instituições envolvidas, de modo que se construa 
um modelo claro de como cada programa deverá se organizar para atingir a proposta (SCOCHI 
et al., 2015). 
Com relação à pós-graduação, é relevante pensar no corpo docente, que necessita ser 
competente e com titulação em nível de mestrado ou doutorado para preparar o futuro 
enfermeiro para a prática avançada. É evidente que países da América Latina e Caribe 
necessitem de ajuda de universidades estrangeiras para que estas contribuam com a geração das 
primeiras coortes de docentes e/ou profissionais de prática avançada. Trabalhar em parceria 
com outras categorias profissionais e associações desde o início pode ser eficaz na tarefa de 
implementar o papel do enfermeiro de prática avançada (ZUG et al., 2016). No entanto, deverá 
ser realizada uma avaliação das necessidades de cada país para que as universidades ofereçam 
capacitações especializadas nas áreas identificadas de maior escassez. A esse aspecto se soma 
a imprescindibilidade de inovar programas universitários, reconhecendo os anos de experiência 
e de competências adquiridas dos enfermeiros já atuantes (OPAS, 2018a).É importante ressaltar o papel das Instituições de Ensino Superior (IES) na formação 
de futuros profissionais da área da saúde com uma visão crítica e reflexiva, sendo essencial para 
a transformação da prática profissional nos diversos cenários da saúde. Para atingir esta meta, 
é indispensável uma redefinição nos processos de formação, proporcionando uma organização 
curricular e projetos pedagógicos propícios para a formação de profissionais qualificados para 
a realização de mudanças que visem fortalecer o SUS (TONHOM; MORAES; PINHEIRO, 
2016). 
Para a implantação da EPA, é fundamental o desenvolvimento de políticas de 
infraestrutura que apoiem a profissão, incluindo a regulação, escopo da prática, certificação, 
graduação e a pós-graduação, educação continuada e a reforma salarial. São necessárias 
iniciativas para o desenvolvimento de consensos e evidências para a implantação e avaliação 
do papel da EPA, assim como a construção de uma rede de pessoas e instituições interessadas 
no avanço da profissão, além de fomentar reflexões sobre as barreiras e os facilitadores para o 
alcance das transformações almejadas no sistema de saúde (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-
MISENER, 2016). 
Mediante o exposto, percebe-se que a maioria dos debates e ações nacionais estão 
focadas para a implantação da EPA na APS, contudo, soluções inovadoras são indispensáveis 
para enfrentar os demais desafios nos diversos campos de atuação profissional e especialidades. 
Desta forma, propor estratégias e ações para a expansão do papel do enfermeiro de prática 
avançada na área da oncologia contribuirá com os serviços de saúde e com a população 
42 
 
 
brasileira, considerando a alta incidência e prevalência de câncer. Embora alguns países estejam 
comprometidos com a formação de enfermeiros para a prática avançada, se faz necessário 
ampliar as estratégias de formação com enfoque nas competências de especialidades críticas e 
complexas, como a oncologia. Os enfermeiros oncológicos com educação avançada podem 
efetivamente promover grandes mudanças e resolutividades na realização dos cuidados em todo 
o continuum de atendimento. 
 
2.3 ENFERMEIRO DE PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA 
 
Os problemas atuais que fomentam novos modelos de prestação de cuidados e a 
introdução do papel do enfermeiro de prática avançada incluem: o envelhecimento da 
população; as necessidades de maior promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas; a 
escassez de trabalhadores; gestão da saúde; o aumento dos custos de cuidados de saúde, entre 
outros (BRYANT-LUKOSIUS et al., 2017). Assim sendo, nota-se a necessidade de os serviços 
de saúde possuírem um quantitativo adequado de profissionais, e que estes estejam cada vez 
mais capacitados para atender com eficiência e qualidade as demandas da população. O 
aumento da incidência e da prevalência de doenças crônicas, como o câncer, por exemplo, torna 
imprescindível a atuação de um número considerável de profissionais em todos os níveis de 
atenção à saúde (CRISP; CHEN, 2014). Importante ressaltar, as estimativas mundiais apontam 
para cerca de 30 milhões de casos novos até 2040 (Figura 1). Ainda, a Figura 2 aponta as 
estimativas nacionais dos dez tipos de cânceres (exceto pele não melanoma) mais incidentes. 
Neste contexto, destaca-se que a implantação da EPA em oncologia torna-se uma tendência, 
com potencial de impactos positivos, ainda que represente um desafio a ser superado no Brasil. 
O título de enfermeiro de prática avançada em oncologia designa-se a profissionais 
que exercem funções de NP ou CNS, os quais são preparados educacionalmente com um 
mínimo de mestrado em enfermagem, especialização na área afim e experiência no manejo de 
pacientes com câncer. Estes profissionais estão inseridos em todos os serviços/sistemas de 
tratamento do câncer para garantir cuidados especializados e com adequada relação de custo-
benefício. As complexas necessidades de cuidados oncológicos à população, associadas as 
novas modalidades de tratamentos, inovações e tecnologias, criam amplas oportunidades de 
crescimento à EPA (CUNNINGHAM, 2004). 
 
 
43 
 
 
Figura 1 – Número estimado de casos novos no mundo entre 2020 e 2040 de todos os tipos de cânceres em 
ambos os sexos, idade [0-85 +]. 
 
Fonte: GCO (2021). 
 
Figura 2 – Distribuição proporcional dos dez tipos de câncer mais incidentes estimados no Brasil para 2020, 
ambos os sexos, de todos os tipos de cânceres (exceto pele não melanoma). 
 
Fonte: INCA (2019). 
 
Historicamente, o principal papel da prática avançada na enfermagem oncológica era 
do CNS, entretanto, desde a década de 1990, as necessidades de mudança nas configurações 
dos atendimentos do câncer e no quantitativo de profissionais impulsionaram o crescimento de 
NP oncológicos (CUNNINGHAM, 2004). Nesta mesma década, o delineamento curricular da 
EPA para a especialidade da oncologia foi expandido para apoiar o desenvolvimento tanto do 
CNS quanto do NP (GALASSI, 2000). 
Nota-se que a qualidade do tratamento do câncer pode ser comprometida em um futuro 
próximo por causa de questões relacionadas à força de trabalho (COOMBS; HUNT; 
CATALDO, 2016), sendo que os papéis existentes atualmente não estarão adequados para 
atender estas demandas de cuidados. Como solução, há novas funções e novos métodos de 
trabalho colaborativo que precisam ser desenvolvidos e determinados entre as equipes de saúde. 
44 
 
 
Os cuidados oncológicos continuarão exigindo uma força de trabalho altamente qualificada e a 
equipe de saúde precisará maximizar o uso de todos os membros da equipe, especialmente os 
enfermeiros de prática avançada (WUJCIK, 2016). Sugere-se que os enfermeiros de prática 
avançada em oncologia busquem a certificação e o reconhecimento profissional com base nas 
competências centrais. Dos mais de 192.000 enfermeiros de prática avançada trabalhando nos 
EUA, apenas 1%, ou seja, cerca de 1.900 enfermeiros são certificados em oncologia (AANP, 
2015). Deste modo, aumentar o número de enfermeiros de prática avançada em oncologia deve 
ser uma meta contínua das instituições de saúde (WUJCIK, 2016). 
Ensaios clínicos com enfermeiros de prática avançada na área de cuidados paliativos 
oncológicos demonstraram com significância estatística uma maior qualidade de vida, humor e 
aumento da sobrevida (BAKITAS et al., 2009) e melhora nas avaliações emocionais e mentais 
da qualidade de vida dos pacientes (DYAR et al., 2012). 
Estudo realizado por enfermeiros de prática avançada com pacientes oncopediátricos 
trouxeram benefícios para a prática clínica em relação à adição de um aconselhamento a um 
plano de cuidados de sobrevivência, resultando na preservação da saúde cardíaca com pouco 
ou nenhum custo adicional (COX et al., 2016). Ainda nesta área de atuação, enfermeiros de 
prática avançada em oncologia e cirurgia desenvolveram um novo fluxo de consultas para 
avaliação/inserção de linha/acesso central (pré-tratamento antineoplásico) e realização de 
educação/orientação do paciente e família. Como resultado, demonstrou que as linhas/acessos 
centrais foram inseridas em um momento mais oportuno, os procedimentos foram coordenados 
e o tratamento antineoplásico foi iniciado precocemente, o que aumentou a satisfação de 
pacientes, familiares e profissionais de saúde (CALLAHAN; DE LA CRUZ, 2004). 
Em relação a pesquisas realizadas com pacientes em tratamento antineoplásico, Kim 
(2011) apresentou desfechos positivos com a realização de intervenções assistenciais do CNS, 
com a diminuição de alguns escores de dor e intensidade de fadiga, aumento da qualidade de 
vida e da satisfação do paciente com a confiabilidade e facilidade de acesso (KIM, 2011). Uma 
pesquisa que buscou refinar uma intervenção liderada pelo NP para promover a adesão à 
medicação oral e o manejo de sintomas constatou que as orientações realizadas por telefone, 
além da face a face, são viáveis na prática clínica, comdiminuição do número e gravidade de 
sintomas apresentados pelos pacientes (SPOELSTRA et al., 2017). 
Um estudo realizado com 368 enfermeiros de prática avançada em oncologia 
apresentou que a falta de compreensão sobre o papel destes enfermeiros, por parte dos pacientes 
e outros profissionais de saúde, eram uma prioridade a ser trabalhada. Nesta pesquisa, as 
principais evidências relacionadas ao atendimento de pacientes oncológicos foram: manejo de 
45 
 
 
sintomas; qualidade de vida; satisfação do paciente e sua família; e, custos dos cuidados. Já os 
desafios relatados foram: ausência da definição da função e do seu papel; questões relacionadas 
a pagamentos; registros que demonstrem resultados da prática e de custos; autonomia para 
prescrever; diversificados modelos de educação/formação; e, padronização de certificação 
(LYNCH; COPE; MURPHY-ENDE, 2001). 
A atuação de enfermeiros de prática avançada em oncologia demonstra melhorias 
estatisticamente significativas nos desfechos clínicos dos pacientes nos serviços de saúde. O 
aumento do número de enfermeiros de prática avançada em oncologia e a evolução dos seus 
papéis nos contextos de assistência de câncer oferecem oportunidades para fomentar pesquisas 
que demonstrem melhor os resultados das práticas avançadas (CUNNINGHAM, 2004). 
Destaca-se que a formação do enfermeiro de prática avançada envolve preparação 
educacional em um nível avançado por programas educacionais reconhecidos e cursos com 
objetivos e conteúdos voltados para a prática clínica (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-
MISENER, 2016), sendo este o ponto de partida de discussões sobre estratégias para a 
consolidação da formação profissional, tendo em vista que esta é parte integrante para uma 
atuação efetiva. 
Nos EUA, um mestrado é o requisito educacional básico para a formação de um 
enfermeiro de prática avançada. Entretanto, um caminho educacional emergente é a formação 
em nível de doutorado em prática de enfermagem, acreditando-se ser o futuro para a profissão. 
Alguns dos fatores que impulsionam essa mudança na educação da enfermagem no nível de 
pós-graduação incluem a rápida expansão do conhecimento subjacente à prática, a crescente 
complexidade do atendimento ao paciente, preocupações sobre a qualidade do atendimento e a 
segurança do paciente e escassez de recursos humanos de enfermagem, que exigem um maior 
nível de preparação (AACN, 2009; NEVIDJON et al., 2010). 
Na década de 1950, a Universidade de Boston foi a primeira a trabalhar com o 
desenvolvimento de um doutorado com prestação de cuidados de enfermagem, atribuindo o 
título de Doutor em Ciências de Enfermagem (DNSc - Doctor of Nursing Science) (ROBB, 
2005). Em 2004, a American Association of Colleges of Nursing (AACN) publicou uma 
declaração com recomendações sobre o Doctor of Nursing Practice (DNP) e a profissão de 
enfermagem, enfatizando como estes profissionais poderiam auxiliar na transformação da saúde 
da população e demostrar resultados de impacto com a formação de doutorado (AACN, 2004). 
Em 2014, a AACN publicou um relatório com as principais diferenças entre os 
programas de doutorado (DNP versus PhD/DNS), apresentando algumas características e, entre 
elas, os objetivos dos programas, sendo que o DNP prepara líderes de enfermagem no mais alto 
46 
 
 
nível de prática de enfermagem com o intuito de melhorar os resultados dos pacientes por meio 
de pesquisas baseadas em evidências, diferentemente do doutorado tradicional em pesquisa 
(PhD/DNS), que gera novos conhecimentos (AACN, 2014). Embora o papel do DNP esteja 
apenas iniciando, o enfermeiro de prática avançada em oncologia com doutorado possuirá as 
competências necessárias para influenciar novos modelos de prática dentro dos sistemas de 
saúde, para oferecer um tratamento de qualidade aos pacientes com câncer (WALKER; 
POLANCICH, 2015). 
Com relação à formação profissional, em um estudo que objetivou discutir como o 
ensino de doutorado, especificamente o DNP, promove mudanças na prática avançada de 
enfermagem, constatou que existem diversificadas variações nos currículos educacionais, 
planos dos programas e projetos acadêmicos, levando a uma falta de consistência na 
aprendizagem experiencial. Como implicações para a enfermagem, os autores salientaram que 
as instituições acadêmicas precisarão utilizar métricas e resultados contínuos de autoavaliação 
dos programas de educação para garantir a qualidade do curso, do atendimento à população e a 
otimização da trajetória profissional de prática avançada (PAPLHAM; AUSTIN-KETCH, 
2015). 
Observa-se ainda que o papel tradicional da EPA tem sido desenvolvido como um 
clínico, diretamente envolvido no atendimento ao paciente. Todavia, outros papéis, como 
educador, pesquisador, consultor e gerente, também são fundamentais para o reconhecimento e 
atuação, à medida que ocorrem avanços na profissão. Para progredir ainda mais na prestação 
de cuidados, os enfermeiros de prática avançada podem buscar educação adicional a fim de 
melhorar sua prática clínica. Especificamente, o enfermeiro de prática avançada que busca um 
grau DNP ganha preparação educacional para liderar mudanças dentro de um sistema de saúde 
por meio da tradução e interpretação de evidências (WALKER; POLANCICH, 2015). 
Desenvolver novas estratégias para a prestação de cuidados oncológicos, aumentando 
os números e expandindo os papéis de profissionais não-médicos, como de enfermeiros de 
prática avançada, é de extrema importância para atender às necessidades atuais e potenciais do 
tratamento do câncer (NEVIDJON et al., 2010). Melhorar e alinhar a educação são essenciais 
para proporcionar desfechos clínicos seguros e garantir a satisfação do paciente. Abordagens 
inovadoras devem ser empregadas para auxiliar os enfermeiros de prática avançada a 
adquirirem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias para exercer com 
competência o seu papel no cenário apresentado (WUJCIK, 2016). 
Um aspecto relevante a ser considerado em âmbito nacional é a existência de uma 
população com diferentes necessidades de cuidados de saúde e distintas condições econômicas, 
47 
 
 
o que dificulta o apoio ao ensino da EPA e a construção de seus papéis. De tal modo, serão 
necessários diferentes métodos para introduzir as funções do enfermeiro de prática avançada 
nos currículos dos cursos que contemplem os contextos heterogêneos, culturais, geográficos, 
socioeconômicos e políticos no país (BRYANT-LUKOSIUS et al., 2017). 
Com a EPA tendo como recomendação um nível educacional de mestrado ou 
doutorado em prática clínica, as instituições de saúde, universidades, profissionais/enfermeiros, 
coordenadores e docentes de cursos de pós-graduação stricto sensu poderão liderar, discutir, 
desenhar, conduzir e validar o processo ideal para a ampliação do papel dos enfermeiros, 
propondo critérios mínimos para a sua formação profissional (OLDENBURGER et al., 2017; 
OPAS, 2018a). 
Observa-se que o Brasil possui duas correntes de programas de pós-graduação stricto 
sensu, o acadêmico e o profissional, com diferentes objetivos de formação. Programas 
acadêmicos são projetados para produzir pesquisadores e professores de enfermagem, enquanto 
os programas profissionais são projetados para desenvolver habilidades dos enfermeiros que 
atuam em diversas funções no sistema de saúde (BRYANT-LUKOSIUS et al., 2017). A 
principal diferença entre o programa acadêmico e profissional é o produto, isto é, o resultado 
almejado com a formação. O foco do programa profissional no desenvolvimento de 
competências e conhecimentos aplicados pode fazer com que estes sejam capazes de se adaptar 
aos programas educacionais de prática avançada (SCOCHI et al., 2015). 
É importante considerar ainda a necessidade de regularizar e proteger o título para 
além da formação, com certificação e registros por órgãos competentes de fiscalização, para o 
melhor desempenhoda função e prática profissional. Embora o Brasil ofereça condições 
favoráveis para a implantação da EPA em oncologia, são necessárias pesquisas que colaborem 
para a compreensão do papel, perspectivas futuras, processos formativos, facilitadores e 
barreiras do ensino e da prática no cenário nacional. 
48 
 
 
3 MÉTODO 
 
Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, de natureza mista, com a finalidade 
de responder à questão de estudo: Como se constitui a formação do enfermeiro de prática 
avançada em oncologia para o melhor cuidado? 
O método misto está se expandindo em diversas áreas do conhecimento fornecendo à 
pesquisa maior força, uma vez que soma as potencialidades de métodos qualitativos e 
quantitativos, eliminando os questionamentos e fragilidades observados a partir do uso isolado 
de um destes métodos. Na pesquisa de método misto, o investigador usa dados qualitativos e 
quantitativos com o desígnio de oferecer um melhor entendimento do problema de pesquisa, 
diferentes visões de mundo e diferentes suposições. Tal abordagem permite diferentes formas 
de coleta e análise de dados em lugar de adotar uma forma única, proporcionando um maior 
número de insights, com maior compreensão sobre o tema pesquisado (CRESWELL, 2013). 
A pesquisa de métodos mistos é uma pesquisa com suposições filosóficas e também 
com métodos de investigação. Como uma metodologia, ela envolve suposições filosóficas que 
guiam a direção da coleta e da análise e a mistura das abordagens qualitativa e quantitativa em 
muitas fases do processo de pesquisa. Como um método, ela se concentra em coletar, analisar 
e misturar dados qualitativos e quantitativos em um único estudo ou uma série de estudos. Em 
combinação, proporciona melhor entendimento dos problemas de pesquisa do que cada uma 
das abordagens isoladamente. A pesquisa de métodos mistos encoraja o uso de múltiplas visões 
do mundo, ou paradigmas, em vez de a associação típica de alguns paradigmas com a pesquisa 
quantitativa e outros para a pesquisa qualitativa (CRESWELL, 2013). 
A pesquisa exploratória tem como característica desenvolver, esclarecer e modificar 
conceitos e ideias, buscando ampliar novas perspectivas com um extenso trabalho no 
levantamento dos dados, tendo em vista a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses 
pesquisáveis para estudos posteriores. É utilizada com o intuito de aproximar-se do universo do 
objeto de estudo e proporcionar uma visão geral acerca de um determinado fato. Já a pesquisa 
descritiva visa realizar um estudo detalhado, com levantamento de informações através de 
técnicas de coleta de dados. Uma de suas características mais significativas é a utilização de 
técnicas padronizadas de coleta de dados. Ainda, tem como atributo descobrir e especificar 
características, perfis e propriedades do fenômeno estudado e seu contexto, descrevendo 
situações, projetos, currículos, contribuindo com o conhecimento mais aprofundado do objeto 
de estudo. As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que habitualmente 
realizam os pesquisadores preocupados com a atuação prática. São também as mais solicitadas 
49 
 
 
por organizações, como por exemplo as instituições educacionais (DENZIN; LINCOLN, 2006; 
SAMPIERI; COLADO; LUCIO, 2006; GIL, 2014). 
A pesquisa qualitativa trabalha com o universo dos significados, dos motivos, das 
aspirações, dos valores e das atitudes, ou seja, se aprofunda no mundo dos processos e 
definições (MINAYO, 2009). Esta abordagem tem como finalidade alcançar informações mais 
detalhadas e aprofundadas sobre as experiências, permitindo analisar este conjunto de dados a 
partir do seu contexto original, considerando os aspectos que influenciam estas informações 
(CASTRO et al., 2010). A pesquisa quantitativa tem a capacidade de operacionalizar e 
mensurar dados, proporcionando comparações e associações entre variáveis. Contudo, acaba 
realizando estas avaliações sem considerar o contexto que envolve estes dados (CASTRO et 
al., 2010). 
Desta forma, a junção de elementos qualitativos e quantitativos possibilita ampliar a 
obtenção de resultados em abordagens investigativas, proporcionando ganhos relevantes para 
as complexas pesquisas realizadas nas diferentes áreas do conhecimento (DAL-FARRA; 
LOPES, 2013). 
 
3.1 PERCURSO DE COLETA E ANÁLISE DOS DADOS 
 
Este capítulo está estruturado de acordo com as etapas de realização da pesquisa para 
o alcance dos objetivos propostos, haja vista a utilização de diferentes estratégias para a 
obtenção dos resultados. 
 
3.1.1 Revisão sistemática 
 
A revisão sistemática foi norteada pelas recomendações do Preferred Reporting Items 
for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) Checklist (MOHER et al., 2009). O 
protocolo de revisão sistemática foi registrado no International Prospective Register of 
Systematic Reviews (PROSPERO), conforme ANEXO A, sob o número CRD42018098906 
(SCHNEIDER; KEMPFER; BACKES, 2018). 
 
 
 
 
50 
 
 
3.1.1.1 Coleta de dados 
 
A pergunta norteadora da revisão, elaborada com base na estratégia PICO (METHLEY 
et al., 2014), foi: a formação de enfermeiros de prática avançada resulta em melhor desempenho 
clínico e cuidados de enfermagem em pacientes com câncer? 
O levantamento eletrônico dos dados ocorreu nas seguintes bases: Medical Literature 
Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) – via National Library of Medicine; 
National Institutes of Health (Pubmed); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências 
da Saúde (LILACS); Institute for Scientific Information (ISI) Web of Knowledge – via Web of 
Science; Scopus; Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL-
EBSCO); Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL). Além disso, realizou-
se uma busca manual na lista de referências dos artigos selecionados, a fim de não perder 
evidências, e uma busca na literatura cinzenta através do Google Scholar. Como critérios de 
elegibilidade foram considerados: estudos experimentais (ensaios clínicos randomizados e 
quasi-experimentos) que demonstrassem resultados de desempenho da EPA no cuidado a 
pacientes com câncer. Foram incluídos estudos publicados na íntegra, em qualquer idioma, sem 
limite temporal do ano de publicação. 
 
3.1.1.2 Estratégia de busca 
 
Os descritores foram selecionados a partir do Medical Subject Headings Section 
(MeSH), Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) e CINAHL Subject Headings. Foram 
utilizados os seguintes termos de busca na MEDLINE (via Pubmed), adaptando-se a estratégia 
para outras bases de dados: ("oncology nursing" OR "oncology" AND "nursing" OR "oncology 
nursing") AND ("advanced practice nursing" OR "advanced" AND "practice" AND "nursing" 
OR "advanced practice nursing" OR "nurse practitioners" OR "nurse" AND "practitioners" 
OR "nurse practitioners" OR "nurse clinicians" OR "nurse" AND "clinicians" OR "nurse 
clinicians" OR "education, nursing, graduate" OR "education" AND "nursing" AND 
"graduate" OR "graduate nursing education" OR "education" AND "nursing" AND "graduate" 
OR "education, nursing, graduate") AND ("treatment outcome" OR "treatment" AND 
"outcome" OR "treatment outcome" OR "evidence-based practice" OR "evidence-based" AND 
"practice" OR "evidence-based practice" OR "evidence" AND "based" AND "practice" OR 
"evidence based practice" OR "evidence-based nursing" OR "evidence-based" AND "nursing" 
OR "evidence-based nursing" OR "evidence" AND "based" AND "nursing" OR "evidence based 
51 
 
 
nursing" OR "outcome assessment (health care)" OR "outcome" AND "assessment" AND 
"(health" AND "care)" OR "outcome assessment (health care)" OR ("outcome" AND 
"assessment" OR "outcome assessment" AND "delivery of health care" OR "delivery" AND 
"health" AND "care" OR "delivery of health care" OR "health" AND "care" OR "health care" 
OR "quality of health care" OR "quality" AND "health" AND "care" OR "qualityof health 
care" OR ("patient outcome assessment" OR "patient" AND "outcome" AND "assessment" OR 
"patient outcome assessment" OR "patient satisfaction" OR "patient" AND "satisfaction" OR 
"patient satisfaction"). 
Após a coleta, os dados foram organizados mediante o uso do software EndNote 
Web®, no qual foram excluídos os estudos duplicados. A busca nas bases eletrônicas de dados 
ocorreu em 15 de julho de 2018 e foi atualizada em 15 de dezembro de 2019. 
 
3.1.1.3 Seleção de estudos 
 
Com o intuito de assegurar a qualidade da revisão sistemática e evitar vieses, realizou-
se a seleção dos estudos em duas etapas: 1) dois investigadores (F.S. e S.S.K.) examinaram 
individualmente os títulos e resumos dos artigos que possivelmente cumpririam os critérios de 
inclusão; e, 2) os mesmos investigadores leram, individualmente e na íntegra, os artigos 
selecionados e excluíram os que não cumpriam os critérios de inclusão. Os casos de divergência 
entre os investigadores, em qualquer uma das etapas mencionadas, sucederam discussões para 
o consenso. Na ausência de um acordo, um terceiro investigador (V.M.S.B) foi envolvido no 
processo de decisão. 
 
3.1.1.4 Processo de coleta de dados 
 
Para a extração dos dados utilizou-se um formulário elaborado para o presente estudo, 
que adotou as orientações fornecidas pela Cochrane Collaboration (HIGGINS; GREEN, 2011) 
no que se refere ao conteúdo e à estrutura. Esse formulário pré-estabelecido incluiu as seguintes 
informações: identificação do estudo (título, periódico, ano de publicação, volume, número e 
autores); e, objetivos e método (método de randomização, ocultação, número de pacientes 
randomizados, descrição de perda de acompanhamento, critérios de inclusão e exclusão, 
características clínicas, intervenção nos grupos experimental e controle, análise de dados e 
desfechos). Assim, também compreendeu outras informações julgadas relevantes, como: país e 
área/cenário de desenvolvimento do estudo e formação/titulação profissional. A coleta dos 
52 
 
 
dados ocorreu de forma independente pelos dois investigadores (F.S. e S.S.K.), para posterior 
validação e concordância. O terceiro investigador (V.M.S.B) avaliou todos os dados coletados 
para decisão final. 
Uma vez que a maioria dos estudos analisados apresentou diferenças metodológicas 
significativas, tais como: área de atuação clínica e/ou especialidade heterogêneas; perfil dos 
participantes; características das intervenções e desfechos clínicos; e, a realização da meta-
análise foi inviabilizada. Portanto, na presente revisão sistemática foi realizada uma síntese 
qualitativa para apresentação dos dados. 
 
3.1.1.5 Risco de viés de estudos individuais 
 
No que concerne à avaliação da qualidade metodológica dos ensaios clínicos 
randomizados selecionados, utilizou-se a ferramenta Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool 
(RoB 1) (HIGGINS; GREEN, 2011), a qual avalia sete domínios: 1) Alocação da sequência de 
randomização (viés de seleção); 2) Sigilo da alocação (viés de seleção); 3) Cegamento dos 
participantes e equipe envolvida (viés de performance); 4) Cegamento de avaliadores de 
desfecho (viés de detecção); 5) Desfechos incompletos (viés de atrito); 6) Relato de desfecho 
seletivo (viés de publicação); e, 7) Outras fontes de viés. Com base nesses domínios avaliados, 
os estudos são classificados em risco de viés baixo, alto ou incerto (HIGGINS; GREEN, 2011). 
Com relação aos estudos quasi-experimentais, utilizou-se a ferramenta Risk of Bias in Non-
randomised Studies of Interventions (ROBINS-I) (STERNE et al., 2016), que avalia sete 
domínios: viés de confusão; viés de seleção dos participantes do estudo; viés de classificação 
das intervenções; viés devido a desvios das intervenções propostas; viés de informação 
(missing); viés de mensuração dos desfechos; e, viés de relato seletivo de desfechos. Os dois 
primeiros domínios referem-se ao período de pré-intervenção, o terceiro está relacionado ao 
período de intervenção e os quatro últimos domínios estão relacionados ao período pós-
intervenção (STERNE et al., 2016). Em cada item os estudos foram classificados como baixo, 
moderado, sério ou crítico em relação ao risco de viés. Posteriormente, os estudos foram 
classificados de forma geral em baixo (baixo risco em todos os domínios), moderado (risco 
baixo ou moderado em todos os domínios), sério (risco sério em pelo menos um domínio) e 
crítico (risco crítico em pelo menos um domínio). Dois pesquisadores realizaram esse processo 
de forma independente (F.S. e S.S.K.). As discordâncias entre os dois revisores foram 
resolvidas por um terceiro pesquisador (V.M.S.B). 
53 
 
 
Para a apresentação gráfica do risco de viés dos estudos utilizou-se a ferramenta The 
Cochrane Collaboration’s Review Manager 5® (RevMan 5), assim como para os ensaios 
clínicos randomizados, além do Risk-of-bias VISualization® (Robvis) para os quasi-
experimentos. 
 
3.1.2 Coleta em documentos 
 
Algumas informações necessárias para o estudo, em geral, só são apreendidas por meio 
da consulta e análise de documentos específicos, pois não estão disponíveis de outra forma. 
Assim, a análise documental é caracterizada pelo tratamento analítico de documentos, orientado 
pelo problema de pesquisa proposto. Dessa forma, pode ser utilizada como um instrumento 
complementar associada a outro procedimento metodológico (CECHINEL et al., 2016). Uma 
das formas de realizar o levantamento de dados, primeiro passo de qualquer pesquisa científica, 
é através da pesquisa documental (ou de fontes primárias). A característica da pesquisa 
documental é que a fonte de coleta de dados está restrita a documentos (escritos ou não), 
constituindo o que se denomina fontes primárias (MARCONI; LAKATOS, 2013). 
 
3.1.2.1 Processo de coleta e análise de dados 
 
A coleta de dados a partir de documentos foi realizada mediante informações públicas 
relacionadas ao tema EPA, especialmente ao seu processo de formação profissional e 
competências centrais nas de instituições educacionais ou de saúde, conselhos, sociedades, 
associações e/ou organizações de enfermagem de prática avançada e na área de enfermagem 
oncológica. Esta etapa auxiliou a compreensão de como se desenha a formação profissional da 
prática avançada em oncologia nos países que já a implementam, como por exemplo os EUA. 
A busca documental ocorreu entre abril e julho de 2020, por meio de informações on-
line de domínio público, divulgado na íntegra, em qualquer idioma, sem limite temporal de ano 
de publicação. Foi realizada a busca manual por documentos, publicações e/ou informações 
relacionadas a EPA e seu processo de formação profissional, bem como por palavras-chaves: 
advanced practice nursing; clinical nurse specialist; nurse practitioner; oncology nursing; 
education; e, competences. Os dados foram coletados com o auxílio de um instrumento 
estruturado (APÊNDICE A) contendo: nome da entidade; estado/país; definição/conceito sobre 
EPA; características da EPA; preparação educacional; e, competências. Os dados foram 
traduzidos e organizados em quadros (Word®). Posteriormente à coleta dos dados, as 
54 
 
 
informações foram analisadas e compiladas, caracterizando-as conforme os modelos de 
formação existentes e as competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia 
(ECEO). 
Com estes dados documentais, buscou-se elaborar inicialmente o instrumento para a 
primeira rodada da técnica Delphi e, posteriormente, uma proposta de um programa de EPA 
em oncologia para o Brasil, no formato de pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado 
profissional). Observa-se que o instrumento de coleta de dados para a primeira rodada da 
técnica Delphi foi pautado no modelo americano de formação e atuação em prática avançada, 
denominado clinical nurse specialists (enfermeiro clínico especialista). 
 
3.1.3 Técnica Delphi 
 
A técnica Delphi possibilitareunir dados de profissionais experts no tema da pesquisa 
por meio de um ambiente virtual, garantindo um espaço de expressão de opiniões e 
posicionamentos a partir dos dados gerados. Tem como objetivo obter um consenso de um 
grupo de especialistas sobre um problema proposto ou para o planejamento e previsões sobre o 
futuro de uma área. Este processo é controlado pelo pesquisador por meio de uma estrutura de 
comunicação sistemática, permitindo que os especialistas recebam feedbacks acerca das 
opiniões expostas, recolocando suas opiniões e respondendo as entradas dos demais 
participantes, permitindo que ao final das rodadas seja alcançado o consenso do problema em 
questão (POWELL, 2003; OLIVEIRA; COSTA; WILLE, 2008, MUNARETTO; CORRÊA; 
CUNHA, 2013). 
Desde o início da utilização da técnica Delphi encontram-se estudos que destacam a 
efetividade deste método, descrevendo-o como uma potencialidade para a investigação de 
diversos temas em variadas áreas do conhecimento, mantendo o anonimato e a interação dos 
participantes, a possibilidade de repensar sua opinião por meio do feedback controlado e a 
possibilidade de chegar a um caminho para a resolução de um problema ou definição de um 
consenso. As duas principais características da técnica Delphi são a consulta a experts sobre 
um determinado tema e o anonimato dos participantes da pesquisa, conferindo vantagens sobre 
outros métodos de coleta de dados. Assim, o status profissional não influencia o grupo, 
proporcionando maior conforto para cada participante sustentar o seu ponto de vista 
(LINSTONE; TUROFF, 2002; OLIVEIRA; COSTA; WILLE, 2008; KEENEY; HASSON; 
MCKENNA, 2011; MUNARETTO; CORRÊA; CUNHA, 2013). 
55 
 
 
Um dos pontos de atenção na utilização da técnica Delphi é a consulta aos 
especialistas, dada a complexidade dos delineamentos de critérios que definirão ou 
comprovarão a expertise de uma pessoa na área do estudo para integrar o grupo de participantes. 
Ressalta-se a necessidade de estabelecer rigorosamente os critérios que irão orientar a escolha 
destes experts evitando prejuízos posteriores no desenvolvimento e nos resultados da pesquisa 
(LINSTONE; TUROFF, 2002; OLIVEIRA; COSTA; WILLE, 2008; KEENEY; HASSON; 
MCKENNA, 2011; MUNARETTO; CORRÊA; CUNHA, 2013). Neste contexto, salienta-se 
que um número adequado de participantes para a realização da técnica Delphi envolve 30 a 50 
pessoas para que seja possível estabelecer o debate sobre o tema e a diversidade de opiniões 
(KEENEY; HASSON; MCKENNA, 2011; COUTINHO et al., 2013). 
 
3.1.3.1 Desenvolvimento da técnica Delphi 
 
Após a análise documental relacionada às competências do EPA em oncologia, 
desenvolveu-se o instrumento de coleta de dados para a primeira rodada da técnica Delphi, a 
fim de validar as competências do clinical nurse specialists (enfermeiro clínico especialista). 
Sendo assim, para a elaboração da matriz inicial com as competências centrais do enfermeiro 
de prática avançada em oncologia, utilizaram-se as seguintes referências: competências do 
enfermeiro clínico especialista em oncologia (ONS, 2008); Declaração para Educação e Prática 
do Enfermeiro Clínico Especialista (NACNS, 2019); os fundamentos da educação de doutorado 
para prática avançada de enfermagem (AACN, 2006); e, enfermeiro de prática avançada 
registrado: competências em nível de doutorado (AACN, 2017). 
O instrumento de coleta de dados da primeira rodada (APÊNDICE B) foi elaborado 
em duas partes: a primeira, contou com questões sobre as características sociodemográficas dos 
participantes especialistas, e a segunda, foi estruturada mediante os domínios estabelecidos e 
as competências relacionadas. O modelo inicialmente proposto na primeira rodada com as 
competências centrais do ECEO foi composto por seis domínios (D1 a D6), com 112 
competências, conforme apresentado na Figura 3. 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Figura 3 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO). 
 
 
Fonte: a autora. 
 
Foi solicitado ao grupo de especialistas que refletissem sobre as competências centrais 
apresentadas e que inserissem sua opinião, avaliando-as quanto à sua relevância (a competência 
é um conhecimento, habilidade ou atitude necessária para o ECEO?), especificidade (a 
competência é declarada de forma específica e clara?) e abrangência (falta algum aspecto do 
conhecimento, habilidade ou atitude para o ECEO?). Utilizou-se a Escala de Likert para 
mensurar o grau de “concordância”, com escores variando de 1 a 3 (1 – concordo, 2 – não estou 
decidido e 3 – discordo). Para a opção “não estou decidido”, recomendou-se que os especialistas 
indicassem sugestões de alterações a respeito da competência em questão. O instrumento de 
coleta de dados foi disponibilizado on-line por meio da plataforma Google Forms®. 
A seleção dos participantes ocorreu atendendo aos critérios da técnica Delphi, a qual 
respeita e valoriza a experiência e o conhecimento sobre a área específica do estudo (HSU; 
SANDFORD, 2017). Para a seleção da amostra realizou-se uma busca na Plataforma Lattes, 
que é a base de dados de currículos virtuais de grupos de pesquisa e de instituições das áreas de 
ciência e tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
(CNPq). A busca avançada (por assunto) foi concretizada de duas formas, utilizando-se as 
Gestão do 
cuidado
Ética e 
compromisso 
profissional
Liderança
Colaboração 
interprofissional
Prática baseada 
em evidências
Educação em 
saúde e pesquisa
D1 – Gestão do cuidado: 43 competências. 
Este domínio está subdividido em: promoção da saúde e prevenção do câncer (2 competências); avaliação do 
estado de saúde/doença (16 competências); diagnóstico e plano de cuidados (18 competências); e, avaliação do 
plano de cuidados (7 competências). 
D2 – Ética e compromisso profissional: 13 competências. 
D3 – Liderança: 24 competências. 
D4 – Colaboração interprofissional: 10 competências. 
D5 – Prática baseada em evidências: 17 competências. 
D6 – Educação em saúde e pesquisa: 5 competências. 
 
57 
 
 
palavras: 1) oncologia OR onco-hematologia OR câncer AND enfermeiro OR enfermeira OR 
enfermagem OR enfermagem oncológica; e 2) práticas avançadas OR prática avançada AND 
enfermagem AND oncologia. Realizou-se ainda uma busca na rede social Linkedin, utilizando 
as mesmas palavras para selecionar a amostra. Os critérios de inclusão da pesquisa considerados 
na selação dos currículos nacionais, foram: a) enfermeiro especialista em oncologia ou onco-
hematologia, com formação mínima de mestrado (acadêmico ou profissional) e experiência 
profissional na prática clínica acima de cinco anos como enfermeiro oncológico; e, b) 
enfermeiro com experiência em ensino e/ou pesquisa na área de oncologia ou onco-
hematologia, com formação mínima de doutorado (acadêmico ou profissional). Além destas 
buscas foi também utilizada a amostragem de conveniência com a técnica bola de neve, em que 
os contatos iniciais puderam convidar e/ou indicar outros especialistas que se enquadrassem 
nos critérios de inclusão estabelecidos. 
Salienta-se que previamente a cada rodada da técnica Delphi foi realizado um teste 
piloto. Assim, entre dois e três juízes avaliaram o conteúdo e responderam o instrumento de 
coleta de dados, considerando a clareza e objetividade da linguagem/escrita, possíveis vieses 
de interpretação, subjetividade e/ou ambiguidade, entre outras considerações ou sugestões que 
julgassem necessárias. Os participantes dos testes pilotos eram enfermeiros com formação 
doutoral, com experiência na área assistencial, ensino e/ou pesquisa, visto a necessidade de um 
julgamento crítico aos formulários desenvolvidos a cada rodada. Estes não fizeram parte da 
amostra da pesquisa. 
A coleta de dados com os membros especialistas foi efetivada entre fevereiro e maio 
de 2021 com a aplicação do formulário em rodadas subsequentes atéobtenção de consenso, que 
ocorreu na terceira rodada. Para o consenso, destaca-se que o índice de concordância 
estabelecido na presente pesquisa foi igual ou superior a 85% de respostas na alternativa 1 
(“concordo”) da Escala de Likert, em cada uma das competências apresentadas. Para a exclusão 
do item exibido, considerou-se um valor igual ou inferior a 50% na alternativa 3 (“discordo”). 
A fim de não influenciar as respostas dos especialistas optou-se por não informar a 
estatística/porcentagem de “concordância” das competências nos feedbacks das rodadas da 
técnica Delphi. A cada rodada os dados foram transferidos do Google Forms® para o programa 
Microsoft Excel® para análise (estatística descritiva). 
Na primeira rodada foram contatados 143 especialistas via correio eletrônico para o 
envio da carta convite que continha informações sobre a pesquisa, critérios de inclusão, 
orientações sobre a técnica Delphi, instruções sobre o preenchimento do instrumento, tempo 
previsto ao respondê-lo e prazo para a devolução. Além destas informações, também foi 
58 
 
 
encaminhado um material de apoio (APÊNDICE C) sobre o tema “Enfermagem de Prática 
Avançada em Oncologia” e o link de acesso ao instrumento on-line Google Forms®, com o 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE B), sendo necessário seu 
preenchimento para iniciar a pesquisa. No instrumento da primeira rodada foram apresentadas 
aos especialistas 112 competências estruturadas, divididas entre os seis domínios. Ao final de 
cada seção/domínio foram apresentadas duas questões abertas, fornecendo aos participantes a 
possibilidade de apresentarem propostas de novas competências ou sugestões de 
mudanças/alterações nas competências apresentadas, caso tivessem selecionado “não estou 
decidido”. 
Após o período de 01 de fevereiro a 01 de março de 2021 responderam ao formulário 
25 especialistas, encerrando-se a primeira rodada. Observa-se que dois participantes foram 
excluídos da pesquisa nesta rodada inicial, pois quando questionados “Você já ouviu falar sobre 
a Enfermagem de Prática Avançada?”, a resposta foi “Não”. Desse modo, o total de 
especialistas permanecendo na pesquisa foi de 23. As respostas das questões abertas foram 
analisadas de acordo com a similaridade e relevância das opiniões expostas, comparando-as ao 
conteúdo existente no instrumento. Os dados foram compilados e analisados de forma 
minuciosa à luz da literatura científica e a partir das sugestões dos especialistas, que propuseram 
13 novas competências, assim como sugeriram alterações em 13 das competências apresentadas 
entre os domínios. 
A segunda rodada da técnica Delphi ocorreu no período de 26 de março a 21 de abril 
de 2021. Foi contatado via correio eletrônico os 23 membros especialistas que responderam a 
primeira rodada, informando-os sobre os objetivos desta etapa da pesquisa, tempo previsto de 
resposta ao formulário, prazo considerado para o retorno e o link de acesso ao Google Forms®. 
O instrumento de coleta de dados foi reestruturado (APÊNDICE D), apresentando-se o 
feedback preliminar da primeira rodada e mantendo-se, para a análise dos especialistas, as 
competências que não obtiveram consenso, assim como as novas competências propostas e as 
competências com sugestões de alterações. Nota-se que no total foram reapresentadas 34 
competências, as quais 12 não tinham obtido consenso na primeira rodada, 13 eram novas 
competências e nove receberam sugestões interessantes de alterações na descrição/escrita, 
apesar de terem atingido o consenso. Para estas nove competências foi considerada na segunda 
rodada duas alternativas de respostas: “concordo” (com a sugestão proposta) e “discordo” (da 
sugestão proposta). Assim, os participantes que selecionaram “discordo”, optaram por manter 
a competência “original”, já consensuada previamente, e não a nova competência proposta (ou 
seja, discordaram da alteração). O instrumento da segunda rodada contou com questões 
59 
 
 
estruturadas, assim como questões abertas, possibilitando que os participantes que selecionaram 
a opção “não estou decidido” propusessem novas competências ou sugerissem 
mudanças/alterações nas competências apresentadas. Para uma adequada avaliação pelos 
participantes, todas as competências consensuadas foram apresentadas na íntegra no início de 
cada seção/domínio. Após a análise das respostas das questões estruturadas e abertas observou-
se que cinco competências permaneceram sem consenso, sendo necessária a realização de uma 
nova rodada para que os especialistas apresentassem suas opiniões e sugestões. 
A terceira rodada ocorreu de 30 de abril a 17 de maio de 2021. Foram contatados via 
correio eletrônico para o envio da carta convite e link de acesso ao instrumento on-line Google 
Forms® os 21 especialistas que responderam a segunda rodada. Nesta etapa, foi apresentado o 
formulário reestruturado (APÊNDICE E), contendo as cinco competências ausentes de 
consenso, bem como os resultados da segunda rodada, com as competências já consensuadas, 
o qual foram exibidas no início de cada seção/domínio. Nota-se que por se tratar da última 
rodada, não houve a possibilidade de sugerir ajustes/melhorias nas competências apresentadas, 
sendo as opções de resposta reduzidas a duas alternativas: “concordo” (aprovação da 
competência para o consenso final) e “discordo” (exclusão da competência para o consenso 
final). A redução para duas alternativas tem o intuito de facilitar a decisão dos participantes e 
atenuar a dispersão de dados (SCARPARO et al., 2012). Responderam ao instrumento de coleta 
de dados 15 especialistas, encerrando-se assim a terceira e última rodada da técnica Delphi 
(Figura 4). 
Nota-se que este estudo teve por característica o uso de diversificadas fontes, 
abordagens, técnicas de coleta e análise de dados, a fim de interconectar estes dados e responder 
a todos os objetivos propostos. 
 
3.2 ASPECTOS ÉTICOS 
 
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da 
Universidade Federal de Santa Catarina (CEPSH-UFSC) sob o parecer número 3.445.887 e 
CAAE: 15517119.1.0000.0121 (ANEXO B), seguindo as diretrizes e normas regulamentadoras 
que envolvem pesquisas em seres humanos, observando os princípios de anonimato, autonomia, 
não maleficência e beneficência – Resolução n° 466 de 12 de dezembro de 2012 do Conselho 
Nacional de Saúde. 
 
60 
 
 
Figura 4 – Rodadas da técnica Delphi desenvolvidas na pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: a autora. 
 
Os participantes especialistas foram contatados por correio eletrônico para o envio da 
carta de apresentação e convite (APÊNDICE F) para as rodadas da técnica Delphi. Os 
Buscas em literaturas científicas e definição do 
modelo de formação (CNS) 
V
A
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ID
A
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ID
E
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Pesquisadores 
Seleção dos participantes 
(membros especialistas) 
Teste piloto – Primeira rodada 
Análise dos resultados do teste piloto e 
reestruturação do formulário 
Envio do formulário – Primeira rodada 
Respostas ao teste piloto – Primeira rodada 
(n=3) 
Respostas ao formulário – Primeira rodada 
(incluídos n=23, excluídos n=2) 
112 competências apresentadas 
Análise dos resultados da primeira rodada e 
reestruturação do formulário 
Teste piloto – Segunda rodada 
 
Elaboração do formulário – Primeira rodada + 
Material de apoio sobre o tema 
Análise dos resultados do teste piloto 
(segunda rodada) e reestruturação do 
formulário 
Envio do formulário – Segunda rodada 
 
Análise dos resultados da segunda rodada e 
reestruturação do formulário 
Teste piloto – Terceira rodada 
 
Análise dos resultados do teste piloto (terceira 
rodada) e reestruturação do formulário 
Envio do formulário – Terceira rodada 
 
Análise dos resultados da terceira rodada econstrução da lista final de competências 
 
Membros especialistas 
Respostas ao teste piloto – Segunda rodada 
(n=2) 
 
Respostas ao formulário – Segunda rodada 
(n=21) 
34 competências 
(12 ausentes de consenso, 13 novas 
competências e 09 reapresentadas) 
Respostas ao teste piloto – Terceira rodada 
(n=2) 
 
Respostas ao formulário – Terceira rodada 
(n=15) 
05 competências 
61 
 
 
participantes receberam ainda o TCLE (conforme APÊNDICE B) com a descrição dos objetivos 
da pesquisa e a metodologia adotada, assegurando o direito de acesso aos dados, garantindo a 
sigilo de identidade, bem como seu direito de retirar o seu consentimento em qualquer momento 
da pesquisa, sem nenhuma sanção, prejuízo, dano ou desconforto. Somente após a assinatura 
do TCLE foi iniciado a coleta de dados. A participação neste estudo foi voluntária, não 
acarretando custos ou pagamentos pela participação. 
Observa-se que os dados coletados foram utilizados exclusivamente para fins de 
pesquisa, sendo arquivados em computador pessoal do pesquisador em pasta protegida por 
senha e armazenado por cinco anos, devendo ser deletado após este período. 
 
 
62 
 
 
4 RESULTADOS 
 
Os resultados do estudo serão apresentados no formato de três manuscritos, conforme 
preconizado pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem. 
 
4.1 MANUSCRITO 1: FORMAÇÃO DE ENFERMEIROS DE PRÁTICA AVANÇADA EM 
ONCOLOGIA PARA O MELHOR CUIDADO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA* 
 
Franciane Schneider3 https://orcid.org/0000-0002-7187-0906 
Silvana Silveira Kempfer3 https://orcid.org/0000-0003-2950-9049 
Vânia Marli Schubert Backes4 https://orcid.org/0000-0002-8898-8521 
 
RESUMO 
 
Objetivo: Buscar evidências da formação de enfermeiros de prática avançada mediante a 
atuação clínica e os cuidados de enfermagem com pacientes oncológicos. Método: Revisão 
sistemática com busca nas bases de dados: MEDLINE-PubMed, LILACS, Web of Science, 
Scopus, CINAHL e Cochrane CENTRAL. Realizou-se também uma busca manual na lista de 
referências e no Google Scholar. Para a avaliação da qualidade metodológica dos estudos 
utilizaram-se as ferramentas: Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool (RoB 1) para os ensaios 
clínicos randomizados e Risk of Bias in Non-randomised Studies of Interventions (ROBINS-I) 
para os quasi-experimentais. Resultados: Foram identificados 12 estudos experimentais. A 
principal intervenção identificada nos estudos foi a orientação educacional. Os estudos 
apresentaram melhora no controle da dor ou outros sintomas relacionados a doença e/ou 
tratamento, satisfação e melhora na qualidade de vida dos pacientes com câncer. Conclusão: 
Observa-se que há estudos que demonstram o valor da enfermagem de prática avançada no 
cenário da oncologia mediante uma formação clínica diferenciada e atuação profissional 
avançada. Número de registro da revisão sistemática: CRD42018098906. 
 
Palavras-chave: Enfermagem oncológica. Prática avançada de enfermagem. Resultado do 
tratamento. Enfermagem baseada em evidências. Revisão. 
 
 
 
 
*Artigo publicado na Revista da Escola de Enfermagem da USP. 
SCHNEIDER, F.; KEMPFER, S. S.; BACKES, V. M. S. Training of advanced practice nurses in oncology for the 
best care: a systematic review. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 55, e03700, 2021. 
https://doi.org/10.1590/S1980-220X2019043403700. 
 
3 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, SC, Brasil. 
4 Universidade Estadual de Maringá, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Maringá, PR, Brasil. 
https://orcid.org/0000-0002-7187-0906
https://orcid.org/0000-0003-2950-9049
https://orcid.org/0000-0002-8898-8521
63 
 
 
ABSTRACT 
 
Objective: To search for evidence on the training of advanced practice nurses, through clinical 
practice and nursing care with cancer patients. Method: Systematic review, searching the 
databases: MEDLINE-PubMed, LILACS, Web of Science, Scopus, CINAHL and Cochrane 
CENTRAL. A manual search of the reference list and Google Scholar was also carried out. To 
assess the methodological quality of the studies, the following tools were used: Cochrane 
Collaboration Risk of Bias Tool (RoB 1) for randomized controlled trials and Risk of Bias in 
Non-randomized Studies of Interventions (ROBINS-I) for quasi-experimental studies. Results: 
A total of 12 experimental studies were identified. The main intervention identified in the 
studies was educational guidance. The studies showed improvement in pain control or other 
symptoms related to disease and/or treatment, satisfaction and improvement in the quality of 
life of cancer patients. Conclusion: It is observed that there are studies that demonstrate the 
value of advanced practice nursing in oncology, through differentiated clinical training and 
advanced professional performance. Registration number of the systematic review: 
CRD42018098906. 
 
Keywords: Oncology nursing. Advanced practice nursing. Treatment outcome. Evidence-
based nursing. Review. 
 
RESUMEN 
 
Objetivo: Buscar evidencias de la capacitación de los enfermeros de práctica avanzada 
mediante la actuación clínica y los cuidados de enfermería de pacientes oncológicos. Método: 
Se trata de una revisão sistemática, con búsqueda realizada en las bases de datos: MEDLINE-
PubMed, Lilacs, Web of Science, Scopus, Cinahl y Cochrane CENTRAL. Se llevó a cabo, 
también, una búsqueda manual en la lista de referencias y en el Google Scholar. Para evaluar 
la calidad metodológica de los estudios se utilizaron las herramientas: Cochrane Collaboration 
Risk of Bias Tool (RoB 1) para los ensayos clínicos randomizados y el Risk of Bias in Non-
randomised Studies of Interventions (ROBINS-I) para los cuasi experimentales. Resultados: 
Se identificaron doce estudios experimentales. La principal intervención encontrada fue la 
orientación educativa. Los estudios mostraron una mejora en el control del dolor u otros 
síntomas relacionados con la enfermedad y/o el tratamiento, satisfacción y mejora de la calidad 
de vida de los pacientes con cáncer. Conclusión: Se observa que hay estudios que demuestran 
el valor de la enfermería de práctica avanzada en el escenario oncológico, a través de una 
formación clínica diferenciada y una actuación profesional avanzada. Número de registro de la 
revisão sistemática: CRD42018098906. 
 
Palabras-clave: Enfermería oncológica. Enfermería de práctica avanzada. Resultado del 
tratamiento. Enfermería basada en la evidencia. Revisión. 
 
 
 
 
 
64 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Há no mundo um interesse crescente em adotar práticas capazes de inovar e melhorar 
sistemas de saúde para responder aos problemas decorrentes das necessidades das populações, 
principalmente com o aumento das doenças crônicas. Parte desses problemas relaciona-se à 
força de trabalho em saúde, a carência de profissionais, além de formação compatível para 
prover cuidados de saúde com qualidade (MIRANDA NETO et al., 2018). Na 
contemporaneidade, uma das inovações em pauta e com amplas discussões na saúde é a 
enfermagem de prática avançada (EPA). 
A EPA originou-se no Canadá e nos Estados Unidos da América (EUA) há mais de 40 
anos. Desde então, gradativamente, diversos países vêm estruturando tal prática, mediante a 
preparação educacional, a reformulação e/ou criação de regulamentações específicas, a 
definição do papel e formas de atuação profissional para um cuidado de saúde expandido e de 
excelência (ICN, 2014; OLÍMPIO et al., 2018). 
De acordo com o International Council of Nurses (ICN) (2020), o enfermeiro de 
prática avançada é aquele que adquiriu a base de conhecimentos especializados, habilidades 
complexas de tomada de decisão e competências clínicas para uma prática expandida, cujas 
características são moldadas conforme o contexto de cada país e de acordo com os diversos 
cenários de prática existente,sendo necessária a preparação educacional a nível avançado – o 
mestrado é recomendado. Nota-se ainda que, em alguns países, a EPA teve uma formação 
educacional para além do nível de mestrado, para que assim fosse possível a expansão do 
escopo de sua prática (ZUG et al., 2016). 
Há diferentes terminologias adotadas no mundo para identificar a prática avançada do 
enfermeiro, entretanto, os termos comumente utilizados para se referir a esse profissional 
habilitado são: nurse practitioner (NP) e clinical nurse specialist (CNS). O NP tende a ter maior 
envolvimento no atendimento clínico, possui um escopo expandido de prática clínica que lhes 
dá autonomia para coordenar diagnósticos e prescrever tratamentos e/ou medicamentos. Já o 
CNS, frequentemente possui maior responsabilidade por atividades não clínicas, como a 
educação, liderança de melhorias na qualidade da assistência (desenvolvimento de diretrizes e 
protocolos clínicos) e gestão dos serviços de saúde, além de fornecer cuidados altamente 
complexos e especializados (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). 
Estudos internacionais têm demonstrado o impacto positivo do papel do enfermeiro de 
prática avançada na melhoria dos resultados de saúde com o paciente, bem como na qualidade 
da assistência e na resolutividade das adversidades dos sistemas de saúde (BRYANT-
65 
 
 
LUKOSIUS et al., 2017). Atualmente, mais de 70 países estão interessados em implantar a 
prática avançada em enfermagem, assim como existem diferentes estágios de desenvolvimento 
de suas funções (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). Destaca-se que no 
Brasil a implantação da EPA na Atenção Primária vem sendo discutida com maior ênfase como 
uma resposta às crescentes necessidades de saúde da população e dificuldades de acesso aos 
recursos humanos (BEZERRIL et al., 2018; OPAS, 2018), embora existam distintos campos 
para a atuação profissional. 
A estimativa mundial mostra que, em 2018, ocorreram 18,1 milhões de casos novos 
de câncer e 9,6 milhões de óbitos (BRAY et al., 2018). Estima-se para o Brasil, no biênio 2020-
2022, a ocorrência de 625 mil casos novos de câncer para cada ano (INCA, 2019). De acordo 
com esses dados de incidência e prevalência, é notória a importância de profissionais 
qualificados, com conhecimentos, habilidades e atitudes específicas para atuar com o perfil de 
paciente com necessidades complexas de cuidado, destacando-se assim a implantação da EPA 
no cenário da oncologia (WUJCIK, 2016). 
Alguns estudos avaliaram os papéis, as responsabilidades, os padrões de prática clínica 
e a produtividade dos enfermeiros de prática avançada em oncologia (HINKEL et al., 2010; 
NEVIDJON et al., 2010; TOWLE et al., 2011), com o objetivo de obter dados para preencher 
a lacuna da força de trabalho existente nesse campo de atuação devido ao aumento da população 
com diagnóstico de câncer e seus sobreviventes (MCCORKLE et al., 2012). Os enfermeiros de 
prática avançada em oncologia proporcionam cuidados de alta qualidade e sua implementação 
soluciona a carência de profissionais com competências específicas para o cuidado prestado a 
essa população (CUNNINGHAN, 2004; BROWN, 2011; TOWLE et al., 2011). Contudo, 
observa-se que a atuação desse profissional se torna um desafio devido à variabilidade e à 
complexidade da prática, somado ao surgimento de novos e mutáveis conhecimentos da área 
nos últimos anos. Atualmente, os pacientes são diagnosticados mais precocemente e vivem 
mais. Há tratamentos com quimioterapia tradicional, porém a genômica, bem como as outras 
ciências ômicas (transcriptômica/proteômica/epigenômica/metabolômica/farmacogenômica), 
juntamente com a bioinformática e os biomarcadores - os quais compõem os três pilares 
interdisciplinares da Medicina Personalizada - vem determinando as escolhas terapêuticas com 
mais acurácia e precisão, em especial na oncologia. A exemplo da imunoterapia que se tornou 
um tratamento de primeira linha para alguns tipos de câncer (LOPES-JÚNIOR et al., 2016; 
ONCOLY NURSING SOCIETY, 2019). Esses avanços tecnológicos mudam continuamente os 
cuidados aos pacientes com câncer e, consequentemente, refletem no papel da EPA em 
oncologia desenvolvido nos diversos ambientes de atendimento (ONS, 2019). 
66 
 
 
Dessa forma, o objetivo deste estudo é buscar evidências da formação de enfermeiros 
de prática avançada mediante a atuação clínica e os cuidados de enfermagem com pacientes 
oncológicos. 
 
MÉTODO 
 
Tipo de estudo 
 
Trata-se de uma revisão sistemática norteada pelas recomendações do Preferred 
Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) Checklist (MOHER et 
al., 2009). O protocolo de revisão sistemática foi registrado no International Prospective 
Register of Systematic Reviews (PROSPERO), sob o número CRD42018098906 
(SCHNEIDER; KEMPFER; BACKES, 2018). 
 
Coleta de dados 
 
A pergunta norteadora da revisão elaborada com base na estratégia PICO (METHLEY 
et al., 2014) foi: a formação de enfermeiros de prática avançada resulta em melhor desempenho 
clínico e cuidados de enfermagem em pacientes com câncer? 
O levantamento eletrônico dos dados ocorreu nas seguintes bases: Medical Literature 
Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE) – via National Library of Medicine; 
National Institutes of Health (Pubmed); Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências 
da Saúde (LILACS); Institute for Scientific Information (ISI) Web of Knowledge – via Web of 
Science; Scopus; Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature (CINAHL-
EBSCO); Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL). Além disso, realizou-
se uma busca manual na lista de referências dos artigos selecionados a fim de não perder 
evidências e uma busca na literatura cinzenta através do Google Scholar. Como critérios de 
elegibilidade foram considerados: estudos experimentais (ensaios clínicos randomizados e 
quasi-experimentos) que demonstrassem resultados de desempenho da EPA no cuidado a 
pacientes com câncer. Foram incluídos estudos publicados na íntegra, em qualquer idioma, sem 
limite temporal do ano de publicação. 
 
 
 
67 
 
 
Estratégia de busca 
 
Os descritores foram selecionados a partir do Medical Subject Headings Section 
(MeSH), Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) e CINAHL Subject Headings. Foram 
utilizados os seguintes termos de busca na MEDLINE (via Pubmed), adaptando-se a estratégia 
para outras bases de dados: ("oncology nursing" OR "oncology" AND "nursing" OR "oncology 
nursing") AND ("advanced practice nursing" OR "advanced" AND "practice" AND "nursing" 
OR "advanced practice nursing" OR "nurse practitioners" OR "nurse" AND "practitioners" 
OR "nurse practitioners" OR "nurse clinicians" OR "nurse" AND "clinicians" OR "nurse 
clinicians" OR "education, nursing, graduate" OR "education" AND "nursing" AND 
"graduate" OR "graduate nursing education" OR "education" AND "nursing" AND "graduate" 
OR "education, nursing, graduate") AND ("treatment outcome" OR "treatment" AND 
"outcome" OR "treatment outcome" OR "evidence-based practice" OR "evidence-based" AND 
"practice" OR "evidence-based practice" OR "evidence" AND "based" AND "practice" OR 
"evidence based practice" OR "evidence-based nursing" OR "evidence-based" AND "nursing" 
OR "evidence-based nursing" OR "evidence" AND "based" AND "nursing" OR "evidence based 
nursing" OR "outcome assessment (health care)" OR "outcome" AND "assessment" AND 
"(health" AND "care)" OR "outcome assessment (health care)" OR ("outcome" AND 
"assessment" OR "outcome assessment" AND "delivery of health care" OR "delivery" AND 
"health" AND "care" OR "delivery of health care" OR "health" AND "care" OR "health care" 
OR "quality of health care" OR "quality" AND "health" AND "care" OR "quality of health 
care" OR ("patient outcome assessment" OR "patient" AND "outcome" AND "assessment" OR 
"patient outcome assessment" OR "patient satisfaction"OR "patient" AND "satisfaction" OR 
"patient satisfaction"). 
Após a coleta, os dados foram organizados mediante o uso do software EndNote 
Web®, que excluiu os estudos duplicados. A busca nas bases eletrônicas de dados ocorreu em 
15 de julho de 2018 e foi atualizada em 15 de dezembro de 2019. 
 
Seleção de estudos 
 
Com o intuito de assegurar a qualidade da revisão sistemática e evitar vieses, realizou-
se a seleção dos estudos em duas etapas: 1) dois investigadores (F.S. e S.S.K.) examinaram 
individualmente os títulos e resumos dos artigos que possivelmente cumpririam os critérios de 
inclusão; 2) os mesmos investigadores leram, individualmente e na íntegra, os artigos 
68 
 
 
selecionados e excluíram os que não cumpriam os critérios de inclusão. Os casos de divergência 
entre os investigadores, em qualquer uma das etapas mencionadas, sucederam discussões para 
o consenso. Na ausência de um acordo, um terceiro investigador (V.M.S.B) foi envolvido no 
processo de decisão. 
 
Processo de coleta de dados 
 
Para a extração dos dados utilizou-se um formulário elaborado para o presente estudo 
que adotou as orientações fornecidas pela Cochrane Collaboration (HIGGINS; GREEN, 2011) 
no que se refere ao conteúdo e à estrutura. Esse formulário pré-estabelecido incluiu as seguintes 
informações: identificação do estudo (título, periódico, ano de publicação, volume, número e 
autores); e, objetivos e método (método de randomização, ocultação, número de pacientes 
randomizados, descrição de perda de acompanhamento, critérios de inclusão e exclusão, 
características clínicas, intervenção nos grupos experimental e controle, análise de dados e 
desfechos). Assim, também compreendeu outras informações julgadas relevantes, como: país e 
área/cenário de desenvolvimento do estudo e formação/titulação profissional. A coleta dos 
dados ocorreu de forma independente pelos dois investigadores (F.S. e S.S.K.), para posterior 
validação e concordância. O terceiro investigador (V.M.S.B) avaliou todos os dados coletados 
para decisão final. 
Ao considerar que a maioria dos estudos analisados apresentou diferenças 
metodológicas significativas, tais como: área de atuação clínica e/ou especialidade 
heterogêneas; perfil dos participantes; características das intervenções; e, desfechos clínicos, a 
realização da meta-análise foi inviabilizada. Portanto, foi realizada na presente revisão 
sistemática uma síntese qualitativa para apresentação dos dados. 
 
Risco de viés de estudos individuais 
 
No que concerne a avaliação da qualidade metodológica dos ensaios clínicos 
randomizados selecionados utilizou-se a ferramenta Cochrane Collaboration Risk of Bias Tool 
(RoB 1) (HIGGINS; GREEN, 2011), a qual avalia sete domínios: 1) Alocação da sequência de 
randomização (viés de seleção); 2) Sigilo da alocação (viés de seleção); 3) Cegamento dos 
participantes e equipe envolvida (viés de performance); 4) Cegamento de avaliadores de 
desfecho (viés de detecção); 5) Desfechos incompletos (viés de atrito); 6) Relato de desfecho 
seletivo (viés de publicação); e, 7) Outras fontes de viés. Com base nesses domínios avaliados, 
69 
 
 
os estudos são classificados em risco de viés baixo, alto ou incerto (HIGGINS; GREEN, 2011). 
Com relação aos estudos quasi-experimentais, utilizou-se a ferramenta Risk of Bias in Non-
randomised Studies of Interventions (ROBINS-I) (STERNE et al., 2016), que avalia sete 
domínios: viés de confusão; viés de seleção dos participantes do estudo; viés de classificação 
das intervenções; viés devido a desvios das intervenções propostas; viés de informação 
(missing); viés de mensuração dos desfechos; e, viés de relato seletivo de desfechos. Os dois 
primeiros domínios referem-se ao período de pré-intervenção, o terceiro está relacionado ao 
período de intervenção e os quatro últimos domínios estão relacionados ao período pós-
intervenção (STERNE et al., 2016). Em cada item os estudos foram classificados como baixo, 
moderado, sério ou crítico em relação ao risco de viés. Posteriormente, os estudos foram 
classificados de forma geral em baixo (baixo risco em todos os domínios), moderado (risco 
baixo ou moderado em todos os domínios), sério (risco sério em pelo menos um domínio) e 
crítico (risco crítico em pelo menos um domínio). Dois pesquisadores realizaram esse processo 
de forma independente (F.S. e S.S.K.). As discordâncias entre os dois revisores foram 
resolvidas por um terceiro pesquisador (V.M.S.B). 
Para a apresentação gráfica do risco de viés dos estudos utilizou-se a ferramenta The 
Cochrane Collaboration’s Review Manager 5® (RevMan 5), assim como para os ensaios 
clínicos randomizados, além do Risk-of-bias VISualization® (Robvis) para os quasi-
experimentos. 
 
RESULTADOS 
 
A Figura 1 (Flow Diagram) detalha o processo de identificação, inclusão e exclusão 
de estudos. Foram identificados 12 estudos experimentais, dez ensaios clínicos randomizados 
e dois quasi-experimentos, com resultados de desempenho da EPA no cuidado a pacientes com 
câncer. 
Os estudos selecionados foram publicados entre os anos de 2000 e 2017, embora a 
maioria dos estudos (83,3%) tenha sido publicado nos últimos dez anos, e todos na língua 
inglesa. Os EUA publicaram 75% dos estudos, enquanto a Inglaterra, Holanda e Coréia do Sul 
publicaram 8,3% cada. Com relação à área de realização dos estudos, estas foram: tratamento 
quimioterápico (25%); cuidados paliativos (16,7%); câncer ginecológico (16,7%); câncer de 
mama (8,3%); câncer de pulmão (8,3%); oncologia pediátrica (8,3%); sobreviventes de câncer 
(8,3%); e, atenção domiciliar (8,3%). No Quadro 1 estão resumidas as características descritivas 
dos estudos experimentais incluídos nesta revisão sistemática. 
70 
 
 
Figura 1 – Fluxograma de seleção dos artigos da revisão sistemática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: a autora.
Estudos identificados por meio da busca 
nas bases de dados 
(n = 1167) 
 
CINAHL-EBSCO n = 19 
LILACS n = 01 
MEDLINE via Pubmed n = 719 
Scopus n = 01 
ISI Web of Knowledge via Web of 
Science n = 212 
Cochrane CENTRAL n = 215 
 
 
 
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IA
G
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M
 
IN
C
L
U
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O
S
 
 
E
L
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G
IB
IL
ID
A
D
E
 
ID
E
N
T
IF
IC
A
Ç
Ã
O
 
1
.1
 
Estudos adicionais identificados por 
outras fontes 
(n = 162) 
 
Google Scholar n = 161 
Estudos adicionais identificados na lista 
de referências n = 01 
 
Estudos duplicados removidos 
(n = 64) 
Estudos selecionados 
(n = 1265) 
Estudos excluídos 
(n = 1234) 
Artigos de texto completo 
avaliados para elegibilidade 
(n = 31) 
Artigos de texto completo 
excluídos 
(n = 19) 
Desenho do estudo (n = 10); 
Outros profissionais 
envolvidos no estudo ou nos 
resultados (n = 06); 
Avaliação de projeto, 
programa ou serviço (n = 03). 
Estudos incluídos na 
análise qualitativa 
(n = 12) 
Estudos incluídos na 
análise quantitativa 
(meta-análise) 
(n = 0) 
71 
 
 
Quadro 1 – Resumo das características dos estudos incluídos. 
Características do estudo População Intervenção 
Autores, país, 
ano, revista, 
área e/ou 
cenário 
Desenho / 
método 
Objetivo 
Nº 
total 
Formação / 
titulação 
GI* / GC† Principais resultados 
Bakitas et al. 
EUA 
2009 
Journal of the 
American 
Medical 
Association 
Cuidados 
paliativos 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Determinar o efeito de 
uma intervenção de 
enfermagem na 
qualidade de vida, 
intensidade dos 
sintomas, humor e 
recursos utilizados em 
pacientes com câncer 
avançado 
277 EPA‡ Cuidados oncológicos usuais vs intervenção 
psicoeducacional conduzida por EPA‡ 
(consistiu em 4 sessões educacionais 
semanais e sessões de acompanhamento 
mensais até a morte ou conclusão do estudo) 
GI*: n=143 
GC†: n=134 
Maior qualidade de vida (p=0,02), menor 
humor deprimido (p=0,02)e tendência a menor 
intensidade dos sintomas (p=0,06) 
Aumento da sobrevida: 5,5 meses 
A sobrevida mediana foi de 14 meses (IC95%= 
[10,6-18,4]) para o grupo de intervenção e 8,5 
meses (IC95%= [7,0-11,1]) para o grupo de 
tratamento habitual (p=0,14) 
Cox et al. 
EUA 
2016 
Oncology 
Nursing 
Forum 
Oncologia 
Pediátrica 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Documentar os custos 
de rastreamento por 
sobreviventes 
conforme o plano de 
cuidados com ou sem 
aconselhamentos do 
EPA‡ 
411 EPA‡ Envio de um “plano de cuidados de 
sobrevivência” pelo correio, com 
aconselhamento por telefone do EPA‡ ou 
plano de cuidados sem aconselhamento por 
telefone 
GI*: n=205 
GC†: n=206 
A intervenção motivou a participação dos 
pacientes no estudo de função do ventrículo 
esquerdo em 30% quando comparado com o 
controle – aumento do rastreio 
Adicionar o aconselhamento do EPA‡ a um 
plano de cuidados de sobrevivência pode 
ajudar a preservar a saúde cardíaca com pouco 
ou nenhum custo por sobrevivente 
Dyar et al. 
EUA 
2012. 
Journal of 
Palliative 
Medicine 
Cuidados 
Paliativos 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Avaliar os resultados 
de qualidade de vida 
em pacientes com 
câncer avançado que 
receberam 
intervenções de 
cuidados paliativos 
baseados em 
discussões com NP§ 
26 NP§ Tratamento padrão vs intervenção por NP§ 
(discussões sobre os benefícios do hospice, 
discussões sobre testamentos em vida e 
diretivas antecipadas, juntamente com uma 
avaliação da qualidade de vida). 
GI*: n=12 
GC†: n=14 
Melhoras estatisticamente significativas foram 
observadas nas avaliações iniciais no domínio 
emocional (p=0,0106) e mental (p=0,02) da 
qualidade de vida no grupo de intervenção 
Os pacientes acharam útil ter o testamento vital 
e os documentos das diretivas oferecidos como 
parte da intervenção do NP§ 
Hudson et al. 
EUA e Canadá 
2014 
Journal of 
Clinical 
Oncology 
Sobreviventes 
de Cânceres 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Determinar se o 
acréscimo do 
aconselhamento por 
telefone do EPA‡ a um 
plano de cuidados de 
sobrevivência aumenta 
significativamente a 
proporção de 
sobreviventes em risco 
472 EPA‡ O atendimento padrão consistiu de um plano 
de cuidados de sobrevivência resumindo o 
tratamento do câncer e recomendações de 
triagem de saúde cardíaca. 
A intervenção consistiu do tratamento 
padrão + 2 sessões de aconselhamento por 
telefone com EPA‡ 
GI*: n=238 
GC†: n=234 
Acompanhamento de 1 ano: 107 (52,2%) de 
205 sobreviventes no grupo EPA‡ completaram 
a triagem comparada com 46 (22,3%) dos 206 
sobreviventes no grupo não EPA‡ 
Os sobreviventes do grupo EPA‡ foram >2 
vezes mais provável do que aqueles no grupo 
controle para completar a triagem 
cardiomiopatia recomendada nos 2 ou 5 anos 
72 
 
 
Características do estudo População Intervenção 
que completam a 
triagem de 
cardiomiopatia 
de acompanhamento (RR= 2,31; IC95%: 1,74-
3,07; (p<0,001) 
Os sobreviventes do grupo controle tinham 
maior probabilidade de relacionar a falta de 
recomendação médica como motivo para não 
concluir a triagem de cardiomiopatia quando 
comparada com as do grupo de 
aconselhamento com EPA‡ (p=0,02) 
Kim 
Coréia do Sul 
2011 
Clinical 
Journal of 
Oncology 
Nursing 
Tratamento 
quimioterápico 
Estudo 
quasi-
experimental 
Demonstrar o efeito de 
intervenções 
oncológicas do CNS|| 
em pacientes com 
câncer em tratamento 
quimioterápico 
112 EPA‡ 
CNS|| 
Intervenção: consistiu de pacientes que 
foram tratados por um CNS|| oncológico 
Controle: composto por pacientes que não 
foram tratados por CNS|| 
Atuação do CNS||: educação, cuidado direto, 
aconselhamento, pesquisa e liderança 
GI*: n=65 
GC†: n=47 
Intervenções realizadas pelo CNS|| diminuíram 
a dor em 69% e a fadiga 77% 
Houve aumento da qualidade de vida 
relacionada à saúde, sendo 4,43 vezes maior no 
grupo intervenção (IC95%= [1,34- 14,66]; 
p=0,02) 
A satisfação global com o grupo intervenção 
foi 0,2 vezes maior do que com o grupo 
controle (IC95%= [0,07-0,57]; p<0,01) e a 
satisfação com as habilidades técnicas do CNS|| 
foi 0,24 vezes maior (IC95%= [0,08-0,69]; 
p<0,01) 
A facilidade de acesso ao aconselhamento com 
um CNS|| foi 7,93 vezes maior que o 
aconselhamento com outros profissionais 
(IC95%= [1,05- 59,82]; p=0,05) 
Mccorkle et 
al. 
EUA 
2000 
Journal of the 
American 
Geriatrics 
Society 
Atenção 
domiciliar 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Comparar o tempo de 
sobrevida de pacientes 
idosos pós-cirúrgicos 
que receberam uma 
intervenção 
especializada em 
atenção domiciliar 
realizada por EPA‡ 
com a de pacientes 
que receberam 
acompanhamento 
habitual em ambiente 
ambulatorial 
375 EPA‡ Intervenção: um protocolo padronizado que 
consistiu em avaliação padrão e 
gerenciamento de orientações pós-
cirúrgicas, doses de conteúdo instrucional e 
horários de contatos por um período de 4 
semanas, que consistiu em 3 visitas 
domiciliares e 5 contatos telefônicos 
fornecidos por EPA‡. Tanto os pacientes 
quanto seus familiares receberam avaliações 
clínicas abrangentes, monitoramento e 
ensino, incluindo treinamento de habilidades 
Entre os pacientes em estágio avançado, o 
tempo de sobrevida foi consideravelmente 
melhor no grupo de intervenção 
A sobrevida em 2 anos, nos casos de grupos de 
intervenção em estágio avançado, foi de 67% 
em comparação com 40% entre os casos 
controle 
O risco relativo de morte no grupo de cuidados 
habituais foi de 2,04 (IC95%= [1,33-3,12]; 
p=0,001) 
Mccorkle et 
al. 
EUA 
Ensaio 
clínico 
Avaliar a qualidade de 
vida relacionada à 
saúde, necessidades 
123 EPA‡ Intervenção: recebeu 6 meses de 
atendimento por EPA‡; o principal objetivo 
da intervenção foi ajudar os pacientes a 
O efeito da intervenção melhora a qualidade de 
vida das pacientes 
73 
 
 
Características do estudo População Intervenção 
2009 
Psycho-
oncology 
Câncer 
ginecológico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
físicas e psicológicas 
complexas após a 
cirurgia e durante o 
tratamento 
quimioterápico 
desenvolver e manter habilidades de 
autogerenciamento no pós-operatório e 
facilitar sua participação ativa nas decisões 
que afetam o tratamento. Além disso, 
mulheres com alto sofrimento foram 
avaliadas e monitoradas por EPA‡ 
psiquiátrica 
Controle: foram designados para um 
assistente de pesquisa que utilizou um 
manual escrito com informações sobre 
sintomas comumente experimentados e 
ligações para o seu oncologista quando 
necessário 
GI*: n=63 
GC†: n=60 
A taxa de melhora na “escala de incertezas” foi 
significativamente maior para o grupo de 
intervenção (p=0,0006) 
O componente EPA‡ psiquiátrica foi 
encontrado para aumentar significativamente a 
taxa de melhora ao longo do tempo para 
incertezas (p=0,0181), sintomas de aflição 
(p<0,0001), saúde mental (p=0,0001) e física 
(p<0,0001) 
Mccorkle et 
al. 
EUA 
2011 
Nursing 
Research 
Câncer 
ginecológico 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Avaliar a efetividade 
de intervenções 
fornecidas por EPA‡ 
(oncológica e 
psiquiátrica) em 
pacientes submetidos a 
cirurgia ginecológica 
121 EPA‡ Intervenção: 16 contatos realizados por 
EPA‡: manejo dos sintomas, 
aconselhamento, educação, cuidados diretos 
de enfermagem, coordenação de recursos e 
encaminhamentos. Controle: 9 contatos que 
incluíam instruções sobre o uso de um kit de 
ferramentas de gerenciamento de sintomas e 
estratégias sobre como gerenciar os sintomas 
GI*: n=59 
GC†: n=62 
Pacientes que receberam a intervenção do 
EPA‡ relataram menos visitas nos seus 
prestadores de cuidados primários (p=0,0003) 
As mulheres que relataram mais visitas (grupo 
controle) nos seus prestadores de cuidados 
primários relataramtambém mais sintomas 
depressivos 
O grupo de intervenção visitou a emergência 
com mais frequência porque o EPA‡ instruiu os 
pacientes a irem quando reconheceram 
sintomas que necessitavam de cuidados 
urgentes (0,38 vs 0,28 do grupo controle) 
Moore et al. 
Inglaterra 
2002 
British 
Medical 
Journal 
Câncer de 
pulmão 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Avaliar a efetividade 
do acompanhamento 
do enfermeiro no 
manejo de pacientes 
com câncer de pulmão 
203 CNS|| Acompanhamento médico convencional vs 
intervenção: CNS|| liderou o 
acompanhamento de pacientes ambulatoriais 
GI*: n=100 
GC†: n=103 
 
A aceitação pelo paciente do acompanhamento 
conduzido por CNS|| foi alta: 75% (203/271 
pacientes) 
Pacientes da intervenção: apresentaram menos 
dispneia grave aos 3 meses (p=0,03) e tiveram 
melhores escores no funcionamento emocional 
(p=0,03), além de menos neuropatia periférica 
(p=0,05) aos 12 meses 
Pontuaram significativamente melhor na 
maioria das subescalas de satisfação aos 3, 6 e 
12 meses (p<0,01 para todas as subescalas aos 
3 meses) 
74 
 
 
Características do estudo População Intervenção 
CNS|| registraram progressão dos sintomas 
mais cedo que os médicos (p=0,01) 
Os pacientes que receberam acompanhamento 
do CNS|| morreram mais em casa ao invés de 
no hospital (p=0,04), compareceram a menos 
consultas com um médico durante os primeiros 
3 meses (p=0,004), realizaram menos 
radiografias durante os primeiros 6 meses 
(p=0,04) 
Spoelstra et al. 
EUA 
2017 
Clinical 
Journal of 
Oncology 
Nursing 
Tratamento 
quimioterápico 
Estudo 
quasi-
experimental 
Refinar uma 
intervenção liderada 
por NP§ para 
promover a adesão à 
medicação e ao 
manejo de sintomas 
em adultos com câncer 
recentemente 
prescritos (fase 1) 
Explorar viabilidade, 
eficácia preliminar 
com adesão e 
gravidade dos 
sintomas e satisfação 
do paciente (fase 2) 
54 EPA‡ 
NP§ 
Cuidados habituais: instruções sobre o 
regime do antineoplásico oral, efeitos 
colaterais comuns, gerenciamento de 
sintomas, maneiras de lembrar de tomar, 
segurança da medicação e quando contatar o 
provedor vs 
intervenção: uma sessão de 30 min. face a 
face (semana 1) com NP§ na clínica, seguido 
de três ligações semanais com NP§ (semanas 
2, 3 e 4); a NP§ discutiu adesão à medicação, 
gestão de sintomas e dicas de segurança, 
bem como forneceu um kit de ferramentas 
que consiste em estratégias para apoiar a 
autogestão 
GI*: n=24 
GC†: n=30 
Comparações semanais de número e gravidade 
dos sintomas favoreceram o grupo intervenção, 
com significância alcançada nas semanas 2 e 5 
(p=0,03-0,05) 
A grande maioria dos pacientes relataram que 
estavam satisfeitos com o conteúdo da 
intervenção, bem como sua utilidade 
Traeger et al. 
EUA 
2015 
Cancer 
Tratamento 
quimioterápico 
Ensaio 
clínico 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
Reduzir a carga de 
sintomas relatados 
pelo paciente, 
facilitando a 
colaboração entre 
pacientes e NP§ no 
manejo precoce dos 
sintomas 
120 NP§ Tratamento padrão: os pacientes recebem 
uma visita clínica no primeiro dia de cada 
ciclo de administração de quimioterapia e 
ligavam para a clínica conforme necessidade 
vs tratamento padrão + intervenção 
(orientação e apoio pró-ativo do NP§ por 
telefone durante os dois primeiros ciclos de 
administração de quimioterapia, utilizando 
julgamento clínico e intervenção centrada no 
paciente) 
GI*: n=60 
GC†: n=60 
Satisfação com o atendimento foi relativamente 
alta 
Independente do grupo randomizado, tanto o 
número de sintomas (p<0,001) quanto o 
sintoma de angústia (p<0,001) aumentaram 
A satisfação com o cuidado aumentou 
(p=0,004), enquanto a probabilidade de 
sintomas de ansiedade diminuiu (p=0,02) 
Aproximadamente 93,3% dos pacientes no 
grupo de intervenção relataram que a 
intervenção foi útil (56/60 pacientes) 
Visser et al. 
Holanda 
2015 
Ensaio 
clínico 
Avaliar a viabilidade 
da educação do 
autoexame de mama 
37 NS|| Mulheres em ambos os grupos foram 
educadas sobre o autoexame de mama por 
62% aumentaram a frequência de autoexame 
de mama depois de receberem educação 
75 
 
 
Características do estudo População Intervenção 
Clinical Nurse 
Specialist 
Journal 
Câncer de 
mama 
controlado 
randomizado 
(paralelo) 
liderada por CNS|| 
como parte da 
vigilância do BRCA¶ 
Avaliar os efeitos e a 
viabilidade de folhetos 
de informação escritos 
sobre o autoexame de 
mama 
uma CNS|| especialmente treinada durante a 
visita anual ao ambulatório 
Intervenção: recebeu instruções escritas 
adicionais, além da educação para o 
autoexame 
GI*: n=15 
GC†: n=14 
Aumento global significativo na frequência de 
autoexame de mama após a educação, em 
comparação com a frequência antes da 
educação – independentemente do recebimento 
de material educativo (p<0,001) 
A satisfação geral do paciente com a educação 
sobre autoexame das mamas no ambulatório 
foi de 4,3 em uma escala de 5 pontos 
A satisfação do paciente com os materiais 
educativos escritos obteve pontuação de 4,2 em 
uma escala de 5 pontos 
Tendência para uma associação positiva entre a 
satisfação do paciente com a educação sobre o 
autoexame de mama liderada pelo CNS|| e a 
frequência de sua realização (p=0,055) 
*GI – Grupo Intervenção; †GC – Grupo Controle; ‡EPA – Enfermeiro de Prática Avançada (Advanced Practice Nurse); §NP – Enfermeiro de Cuidados Diretos (Nurse 
Practitioners); ||CNS – Enfermeiro Clínico Especialista (Clinical Nurse Specialist); ¶BRCA – gene do câncer de mama (do inglês Breast Cancer). (n=12). 
Fonte: a autora.
76 
 
 
As principais intervenções identificadas nos estudos realizadas pelos enfermeiros de 
prática avançada foram: orientações educacionais 58,3% (MCCORKLE et al., 2000; 2009; 
2011; BAKITAS et al., 2009; DYAR et al., 2012; VISSER et al., 2015; SPOELSTRA et al., 
2017); além de aconselhamentos por telefone 41,7% (MCCORKLE et al., 2000; HUDSON et 
al., 2014; TRAEGER et al., 2015; COX et al., 2016; SPOELSTRA et al., 2017); coordenação 
de cuidados 25% (MOORE et al., 2002; 2011; KIM, 2011); manejo e controle de sintomas 25% 
(KIM, 2011; MCCORKLE et al., 2011; SPOELSTRA et al., 2017); avaliação clínica 16,7% 
(MCCORKLE et al., 2000; TRAEGER et al., 2015); e, auxílio nas tomadas de decisões clínicas 
16,7% (MCCORKLE et al., 2009; DYAR et al., 2012). 
Como principais resultados e conclusões dos estudos selecionados, identificou-se: 
satisfação em 36,4% (MOORE et al., 2002; KIM, 2011; TRAEGER et al., 2015; VISSER et 
al., 2015; SPOELSTRA et al., 2017); melhora no controle de dor ou outros sintomas 
relacionados a doença e/ou tratamento em 36,4% (MOORE et al., 2002; BAKITAS et al., 2009; 
KIM, 2011; MCCORKLE et al., 2011; SPOELSTRA et al., 2017); melhora na qualidade de 
vida dos pacientes com câncer 27,3% (DYAR et al., 2009; MCCORKLE et al., 2009; KIM, 
2011; BAKITAS et al., 2012); apoio em relação aos aspectos psicológicos, diminuindo as 
preocupações dos pacientes com a doença e/ou tratamento, amenizando sintomas como 
ansiedade (TRAEGER et al., 2015) e melhorando o humor (BAKITAS et al., 2009). 
Dois estudos (MCORKLE et al., 2000; BAKITAS et al., 2009) apresentaram melhora 
na sobrevida dos pacientes oncológicos quando acompanhados por um enfermeiro de prática 
avançada. Outros dois estudos demonstraram a atuação de enfermeiros de prática avançada na 
realização de educação e desejos dos pacientes em fim de vida, respeitando as preferências e 
escolhas em relação ao local do seu óbito (MOORE et al., 2002), assim como demonstrando a 
possibilidade da decisão compartilhada após orientações específicas (DYAR et al., 2012). 
A Figura 2 detalha o risco de viés individual dos ensaios clínicos randomizados 
selecionados. Dois estudos foram classificados com baixo risco de viés nos sete domínios 
avaliados (MCCORKLE et al., 2000;MOORE et al., 2002). Cinco estudos mostraram risco 
incerto e/ou alto risco de viés de seleção devido à fragilidades na descrição da estratégia de 
geração da sequência aleatória e ocultação da alocação (BAKITAS et al., 2009; DYAR et al., 
2012; HUDSON et al., 2014; VISSER et al., 2015; COX et al., 2016). Um dos estudos (DYAR 
et al., 2012) apresentou risco incerto de viés de seleção ou alto risco em todos os outros riscos 
de vieses. Dois estudos (BAKITAS et al., 2009; HUDSON et al., 2014) mostraram o domínio 
“cegamento de avaliadores de desfecho” com risco incerto e, ainda, outros dois (MCCORKLE 
et al., 2009; DYAR et al., 2012) com alto risco de viés devido à má descrição das estratégias 
77 
 
 
de avalição. Quatro estudos foram classificados com alto risco de viés pois continham um ou 
mais domínios comprometidos (MCCORKLE et al., 2009; 2011; DYAR et al., 2012; COX et 
al., 2016). Quatro estudos foram classificados com risco incerto de viés (BAKITAS et al., 2009; 
HUDSON et al., 2014; TRAEGER et al., 2015; COX et al., 2016). 
 
Figura 2 – Avaliação individual do risco de viés dos Ensaios Clínicos Controlados Randomizados de acordo com 
a RoB 1 (n=10). 
 
 
Fonte: a autora. 
 
Em relação aos estudos não randomizados (quasi-experimentos) selecionados, ambos 
(KIM, 2011; SPOELSTRA et al., 2017) apresentaram baixo risco de viés em cinco domínios e 
78 
 
 
moderado risco de viés em dois domínios. Um estudo (KIM, 2011) apontou moderado risco de 
viés nos domínios “viés na medição dos resultados” e “viés na seleção dos resultados descritos”, 
que se relacionam aos domínios pós-intervenção. Esse julgamento foi atribuído devido aos 
possíveis erros sistemáticos na mensuração do resultado relacionado à intervenção e pelo fato 
da medida de resultado poder ter sido influenciada pelo conhecimento da intervenção recebida. 
Outro estudo (SPOESTRA et al., 2017) apresentou moderado risco de viés nos domínios “viés 
de confundimento (pré-intervenção)” e “viés na medição dos resultados (pós-intervenção)”. Tal 
julgamento foi atribuído devido à ausência de evidências no controle das variáveis e co-
intervenções estabelecidas, assim como a possibilidade de a medida de resultado poder ter sido 
influenciada pelo conhecimento da intervenção recebida. De forma geral, os estudos foram 
classificados em moderado risco de viés. A Figura 3 detalha o risco de viés individual dos dois 
estudos quasi-experimentais. 
 
Figura 3 – Avaliação individual do risco de viés dos estudos quasi-experimentais de acordo com a ROBINS-I 
(n=02). 
 
D1 – viés de confusão (período pré-intervenção); D2 – viés de seleção dos participantes do estudo (período pré-
intervenção); D3 – viés de classificação das intervenções (período intervenção); D4 – viés devido a desvios das 
intervenções propostas (período pós-intervenção); D5 – viés de informação – missing (período pós-intervenção); 
D6 – viés de mensuração dos desfechos (período pós-intervenção); D7 – viés de relato seletivo de desfechos 
(período pós-intervenção). 
Fonte: a autora. 
 
DISCUSSÃO 
 
A grande maioria dos estudos selecionados nesta revisão foi realizado nos EUA. 
Acredita-se que esse dado possa estar relacionado à origem da EPA, que nesse país ocorreu na 
década de 70. Desde então, gradativamente, os países vêm se estruturando para essa prática 
mediante algumas mudanças organizacionais e estruturações educacionais, assim como 
definição sobre a atuação profissional e as competências necessárias para a realização dos 
cuidados de saúde (ICN, 2014). Sabe-se que para a implementação da EPA são necessárias 
evidências que solidifiquem tal mudança no atual sistema de saúde, destacando-se assim a 
realização desses estudos sobre o tema, identificados principalmente nos últimos 10 anos. 
79 
 
 
No que concerne aos campos de atuação dos enfermeiros de prática avançada em 
oncologia, observa-se que se concentram em áreas de maior atuação e desenvolvimento 
profissional (quimioterapia e cuidados paliativos) ou incidência e prevalência de câncer 
(pulmão, mama e ginecológico). Destaca-se que, de um modo geral, as maiores taxas de 
incidência de câncer no mundo foram observadas em países desenvolvidos, principalmente na 
América do Norte, Europa e Oceania. Nessas localidades, há o predomínio dos tipos de câncer 
associados à urbanização e ao desenvolvimento (pulmão, mama feminina e próstata) (BRAY et 
al., 2018), sendo estas as áreas prioritárias para a expansão e atuação clínica da EPA. 
O título de enfermeiro de prática avançada em oncologia é utilizado para designar os 
profissionais que exercem funções de NP ou CNS, os quais são preparados educacionalmente 
no mínimo através de mestrado em enfermagem, especialização na área afim e experiência no 
manejo de pacientes com câncer. Esses profissionais estão inseridos em todos os sistemas de 
tratamento de câncer para garantir cuidados especializados e com boa relação custo-benefício. 
As complexas necessidades de cuidados oncológicos na população com as novas modalidades 
de tratamentos, inovações e tecnologias, criam amplas oportunidades de crescimento na prática 
avançada em enfermagem (LOPES-JÚNIOR et al., 2016; ONS, 2020), apoiando os achados da 
presente revisão em relação aos diferentes locais de atuação profissional identificados. 
Historicamente, o papel principal da prática avançada na enfermagem oncológica era do CNS, 
entretanto, desde a década de 1990, as necessidades de mudança nas configurações dos 
atendimentos do câncer e no quantitativo de profissionais impulsionaram o crescimento de NP 
oncológicos (LOPES-JÚNIOR et al., 2016). 
Corroborando com os achados desta revisão, um estudo (LYNCH; COPE; MURPHY-
ENDE, 2001) apresentou como principais resultados com pacientes oncológicos o manejo dos 
sintomas, a melhora na qualidade de vida e a satisfação do paciente e sua família. Observa-se 
que a EPA, além de contribuir para uma melhor qualidade da assistência, diminui os custos de 
saúde, havendo ainda evidências de altos índices de satisfação da população em relação ao 
cuidado prestado (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). Revisões sistemáticas 
(NEWHOUSE et al., 2011; DONALD et al., 2013; 2014; MORILLA-HERRERA et al., 2016) 
sobre a atuação de enfermeiros de prática avançada demonstraram resultados tão bons, ou 
melhores, do que seus grupos controles, corroborando com os achados de alguns estudos 
selecionados nesta revisão. 
Algumas pesquisas apontaram como principais resultados de cuidados prestados pelos 
enfermeiros de prática avançada: melhoria da qualidade de vida; aumento nas taxas de 
sobrevida; melhora do bem-estar físico, funcional e psicológico de pacientes; e, melhoria da 
80 
 
 
qualidade do tratamento da doença e dos resultados de saúde (AANP, 2012; BRYANT-
LUKPSIUS et al., 2015a; b; KILPATRICK et al., 2014; 2015), confirmando os achados desta 
revisão sistemática. Salienta-se que os enfermeiros de prática avançada realizam um 
atendimento eficaz, mantendo a satisfação e melhores resultados aos pacientes e às instituições 
de saúde. 
Alguns estudos desta revisão identificaram os enfermeiros de prática avançada como 
educadores e coordenadores de cuidados, profissionais que atuam de forma colaborativa com 
pacientes e equipes interprofissionais com o objetivo de promover o cuidado e facilitar o 
processo de transição, desde o diagnóstico até o fim da vida. Assim sendo, é relevante destacar 
o seu papel dentro da equipe de saúde e enfatizar que para uma colaboração bem-sucedida é 
necessário uma comunicação efetiva e bons relacionamentos interpessoais. Os enfermeiros de 
prática avançada apoiam a equipe de saúde na identificação e abordagem das necessidades 
físicas, emocionais e sociais desses pacientes e de suas famílias, contribuindo em diversas fases 
da assistência nos diversificados cenários da oncologia. 
Esse papel expandido da prática avançada de cuidar de pacientes com câncerem todo 
o continuum de atendimento como parte indispensável de uma equipe multidisciplinar, pode 
servir de modelo para a implantação da EPA em todo o país. Entretanto, nota-se que para uma 
atuação clínica expandida na oncologia é imprescindível que os enfermeiros de prática 
avançada tenham conhecimentos e habilidades específicas em uma ampla variedade de áreas 
de estudo, necessitando de diretrizes de formação profissional e de prática clínica, assim como 
regulamentações para o desenvolvimento do seu papel em nosso país. 
Um estudo (VISSER et al., 2015) da presente revisão demonstrou a importância da 
educação liderada pelo CNS como parte de um acompanhamento de pacientes portadoras de 
mutações BRCA. Nesse contexto, enfatiza-se o papel do enfermeiro no âmbito da oncogenética, 
como membro integrante e referência da equipe interdisciplinar no que tange os cuidados de 
saúde baseados na genômica, que incorporam o diagnóstico, a prevenção e o tratamento 
(FLÓRIA-SANTOS et al., 2013). O enfermeiro de prática avançada com conhecimentos em 
genética qualifica o atendimento e o acesso de pessoas em risco ou de pacientes diagnosticados 
com câncer. É por meio do aconselhamento oncogenético que a EPA atua de forma educativa, 
fornece suporte aos pacientes e familiares, interpreta resultados de testes e/ou exames 
diagnósticos, entre outros (KERBER; LEDBETTER, 2017). 
Já um estudo brasileiro desenvolvido em um serviço de aconselhamento genético 
evidenciou a necessidade de intervenções profissionais com esse perfil de pacientes, sendo o 
81 
 
 
desenvolvimento de atividades de educação em saúde um dos elementos essenciais para o 
cuidado de enfermagem em oncogenética (SILVA et al., 2013). 
Existe um corpo de evidências internacionais que apontam resolutividades nos 
sistemas de saúde com a ampliação do acesso, assim como comprovam melhorias nos desfechos 
clínicos dos pacientes com a garantia de segurança e qualidade assistencial (BRYANT-
LUKOSIUS et al., 2017). Destarte, ressalta-se que há um interesse mundial na implantação da 
prática avançada de enfermagem como um veículo essencial para a inovação e reformas na 
saúde, com o objetivo de fornecer modelos mais eficazes e sustentáveis de cuidados (BRYANT-
LUKOSIUS, 2014). 
Esta revisão incluiu estudos que evidenciaram resultados significativos na atuação do 
enfermeiro de prática avançada, entretanto, de forma individual. Como limitações, apontam-se: 
as bases de dados devido ao fato de não contemplar estudos indexados em outras bases, assim 
como, por restringir a artigos publicados na íntegra, o que retrata parte do universo de estudos; 
a heterogeneidade significativa dos estudos incluídos no que concerne, principalmente, as 
diferenças metodológicas, tais como, área de atuação clínica e/ou especialidades heterogêneas, 
perfil dos participantes, características das intervenções e desfechos clínicos, o que 
impossibilitou a realização da meta-análise dos dados, bem como uma comparação e síntese 
dos dados de modo mais amplo; outra limitação diz respeito ao fato de diferentes intervenções 
estarem sendo avaliadas em diferentes contextos do tratamento oncológico (quimioterápico, 
paliativo, entre outros), analisando tipos tumorais distintos, tornando os estudos heterogêneos, 
inviabilizando análises quantitativas. 
Ademais, a ausência de grupo controle e o curto tempo de acompanhamento pode ter 
prejudicado a mensuração de desfechos em alguns estudos. Nota-se ainda a fragilidade dos 
ensaios clínicos randomizados, principalmente em relação aos seus desenhos e randomização, 
proporcionando maiores riscos de vieses. Assim, sugere-se a realização de estudos 
experimentais com maior qualidade metodológica, com o intuito de buscar evidências da 
formação profissional e comprovar o desempenho clínico da EPA nos mais diversos cenários 
da oncologia. 
 
CONCLUSÃO 
 
Por fim, os estudos selecionados na presente revisão demonstraram o valor da EPA no 
campo da oncologia mediante uma formação clínica diferenciada e atuação profissional 
avançada. A maioria dos estudos apresentou resultados clínicos por meio de intervenções 
82 
 
 
educacionais realizadas por estes enfermeiros. Identificou-se em alguns dos estudos melhores 
desfechos clínicos relacionados ao controle e manejo de sintomas, a qualidade de vida e a 
sobrevida, com a garantia da satisfação do paciente com câncer quando são assistidos pelo 
enfermeiro de prática avançada. 
 
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86 
 
 
4.2 MANUSCRITO 2: COMPETÊNCIAS PARA A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO DE 
PRÁTICA AVANÇADA EMONCOLOGIA 
 
Franciane Schneider5 https://orcid.org/0000-0002-7187-0906 
Silvana Silveira Kempfer5 https://orcid.org/0000-0003-2950-9049 
Suely Ruiz Giolo6 https://orcid.org/0000-0003-1185-7483 
 
RESUMO 
 
Objetivo: validar competências centrais do enfermeiro de prática avançada em oncologia 
necessárias na formação profissional. Métodos: pesquisa exploratório-descritiva de abordagem 
quantitativa, com utilização da técnica Delphi. Inicialmente, elaborou-se uma matriz com 112 
competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia, composta por seis 
domínios. Utilizou-se a Escala de Likert para mensurar o grau de “concordância”. A coleta de 
dados ocorreu por meio da plataforma Google Forms®, de fevereiro a maio de 2021. Os dados 
foram compilados e analisados de forma minuciosa e a partir das sugestões de especialistas e 
da literatura. Resultados: Participaram 23, 21 e 15 especialistas em três rodadas, 
respectivamente. Foram validadas 125 competências centrais, conforme percentuais de 
concordância. Considerações finais: formação do enfermeiro clínico especialista em oncologia 
propõe o desenvolvimento de competências centrais para a atuação em pacientes com câncer e 
sua família em todo o continuum de atendimento, em conjunto com a equipe interdisciplinar de 
saúde. 
 
Palavras-chave: Enfermagem oncológica. Prática avançada de enfermagem. Enfermagem 
baseada em evidências. Competência clínica. Competência profissional. 
 
ABSTRACT 
 
Objective: to validate core competencies of advanced oncology nurses required in professional 
training. Methods: exploratory-descriptive research with a quantitative approach, using the 
Delphi technique. Initially, a matrix with 112 core competencies of clinical nurses specializing 
in oncology was created, comprising six domains. The Likert Scale was used to measure the 
degree of “agreement”. Data collection took place through the Google Forms® platform from 
February to May 2021. Data were compiled and analyzed in detail and based on suggestions 
from experts and the literature. Results: 23, 21, and 15 experts participated in three rounds, 
respectively. 125 core competencies were validated, according to agreement percentages. Final 
considerations: training of clinical nurses specializing in oncology proposes the development 
of core competencies to work with patients with cancer and their families throughout the care 
process, together with the interdisciplinary health team. 
 
 
5 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, SC, Brasil. 
6 Universidade Federal do Paraná, Departamento de Estatística, Curitiba, PR, Brasil. 
 
https://orcid.org/0000-0002-7187-0906
https://orcid.org/0000-0003-2950-9049
https://orcid.org/0000-0003-1185-7483
87 
 
 
 
Keywords: Oncology nursing. Advanced practice nursing. Evidence-based nursing. Clinical 
competence. Professional competence. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A enfermagem de prática avançada (EPA), originada no Canadá e Estados Unidos da 
América (EUA) há mais de 40 anos, é caracterizada pela utilização e integração de um extenso 
conjunto de conhecimentos teóricos e baseados em evidências, exigindo assim a preparação 
educacional a nível avançado, como mestrado e/ou doutorado. É um campo da enfermagem que 
expande os limites do escopo da prática por meio de intervenções avançadas que influenciam 
os resultados clínicos de saúde em indivíduos, famílias e comunidades. O enfermeiro de prática 
avançada é aquele que adquiriu o alicerce de conhecimentos especializados, habilidades 
complexas de tomada de decisão e competências clínicas para uma prática ampliada, cujas 
características são adaptadas conforme o cenário de cada país e de acordo com os diversos 
campos de prática existentes (ICN, 2020). 
As terminologias usualmente utilizadas para se referir ao profissional enfermeiro de 
prática avançada são: nurse practitioner (NP) e clinical nurse specialist (CNS). O NP possui 
um maior envolvimento no atendimento clínico, tendo um escopo expandido de prática que lhe 
dá autonomia para coordenar diagnósticos e prescrever tratamentos e/ou medicamentos. O CNS 
tende a ter uma menor responsabilidade em ações clínicas, com maior foco de atuação em 
atividades que envolvem educação, liderança, melhorias na qualidade da assistência (diretrizes 
e protocolos clínicos) e gestão dos serviços de saúde; fornecendo cuidados altamente complexos 
e especializados (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). Assim, de acordo com 
estes conceitos e atributos relacionados à atuação profissional, acredita-se que, no contexto da 
enfermagem brasileira, a concepção e a implantação da EPA poderão ocorrer mais naturalmente 
nos moldes do CNS. 
Atualmente, nota-se que no Brasil há debates sobre o processo de implantação da EPA 
com maior ênfase na Atenção Primária, principalmente devido às crescentes necessidades de 
saúde da população e desafios de acesso aos recursos humanos (BEZERRIL et al., 2018; OPAS, 
2018). Entretanto, destaca-se que existem diversificadas esferas de atuação profissional, sendo 
uma delas a oncologia. 
88 
 
 
Estima-se que em 2020 ocorreram 19,3 milhões de casos novos de câncer e cerca de 
10 milhões de óbitos no mundo (SUNG et al., 2021). No Brasil, para o biênio 2020-2022, os 
pressupostos apontam para a ocorrência de 625 mil casos novos de câncer para cada ano (INCA, 
2019). Destarte, evidencia-se a importância de formar enfermeiros para a prática avançada em 
oncologia com competências essenciais para a atuação com esse perfil de paciente, com 
necessidades tão complexas de cuidado. 
A formação de enfermeiros de prática avançada precisa ser realizada por meio de 
programas educacionais reconhecidos e cursos com objetivos e conteúdos voltados para a 
prática clínica (BRYANT-LUKOSIUS et al., 2017), sendo este o ponto de partida nas 
discussões sobre as estratégias para a consolidação desta formação e, consequentemente, da 
atuação profissional. Desenvolver novos métodos para a prestação de cuidados oncológicos, 
aumentando os números e expandindo os papéis de profissionais não-médicos, como os de 
enfermeiros de prática avançada, é de extrema importância para atender às lacunas atuais e 
potenciais no tratamento do câncer (TOWLE et al., 2011). Reconfigurar, desenhar, melhorar e 
alinhar a educação/formação é essencial para proporcionar cuidados de excelência, desfechos 
clínicos seguros e garantir a satisfação do paciente. Abordagens inovadoras devem ser 
utilizadas para apoiar os enfermeiros de prática avançada a adquirirem as competências 
necessárias para exercer o seu papel no cenário apresentado (HINKEL et al., 2010). 
Observa-se que a competência é a capacidade do indivíduo articular e mobilizar três 
dimensões interdependentes: conhecimentos, habilidades e atitudes, a fim de intervir em um 
determinado contexto e alcançar os resultados almejados (DURANT, 1998). A construção de 
competências favorece o processo de formação profissional e sua instrumentalização se 
expressa em um saber agir, querer, e poder agir (LE BOTERF, 2011). É uma capacidade 
observável, integrando múltiplos componentes, podendo ser avaliada e mensurada; é 
multidimensional e dinâmica; muda com o tempo, experiências e configurações (AACN, 2006). 
Salienta-se que as competências centrais do enfermeiro de prática avançada em oncologia 
necessitam incluir liderança, experiência clínica, gestão do cuidado, prática baseada em 
evidências, educação em saúde, pesquisa e inovação contínua, tomada de decisão assertiva e 
ética, colaboração interprofissional, envolvimento com políticas e regulamentos relacionados à 
oncologia e uso de tecnologias. 
Diante do panorama exposto, a presente pesquisa teve como pergunta norteadora: 
quais são as competências centrais do enfermeiro de prática avançada em oncologia necessárias 
na formaçãoprofissional? 
 
89 
 
 
OBJETIVO 
 
Validar competências centrais do enfermeiro de prática avançada em oncologia 
necessárias na formação profissional. 
 
MÉTODO 
 
Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva de abordagem quantitativa, com 
utilização da técnica Delphi, que busca obter um consenso de um grupo de especialistas sobre 
um problema proposto por meio de uma estrutura de comunicação sistemática, garantindo um 
espaço de expressão de opiniões e posicionamentos a partir dos dados gerados que circulam em 
uma ou mais rodadas, preservando o anonimato dos participantes (POWELL, 2003; HSU; 
SANDFORD, 2007; SCARPARO et al., 2012). 
A presente pesquisa foi pautada no modelo americano de formação e atuação em 
prática avançada denominado clinical nurse specialists (enfermeiro clínico especialista). Sendo 
assim, para a elaboração da matriz inicial com as competências centrais do enfermeiro de 
prática avançada em oncologia – enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO) – 
utilizaram-se as seguintes referências: Competências do Enfermeiro Clínico Especialista em 
Oncologia (ONS, 2008); Declaração para Educação e Prática do Enfermeiro Clínico 
Especialista (NACNS, 2019); Os Fundamentos da Educação de Doutorado para Prática 
Avançada de Enfermagem (AACN, 2006); e, Enfermeiro de Prática Avançada Registrado - 
Competências em Nível de Doutorado (AACN, 2017). 
O instrumento de coleta de dados (primeira rodada) foi elaborado em duas partes: a 
primeira, contou com questões sobre as características sociodemográficas dos participantes 
especialistas; e a segunda, foi estruturada mediante os domínios estabelecidos e as 
competências relacionadas. O modelo inicialmente proposto na primeira rodada com as 
competências centrais do ECEO foi composto por seis domínios (D1 a D6), com 112 
competências, conforme apresentado na Figura 1. 
 
 
 
 
 
 
90 
 
 
Figura 1 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO). 
 
 
Fonte: a autora. 
 
Foi solicitado ao grupo de especialistas que refletissem sobre as competências centrais 
apresentadas e inserissem a sua opinião, avaliando-as quanto à sua relevância (a competência é 
um conhecimento, habilidade ou atitude necessária para o ECEO?), especificidade (a 
competência é declarada de forma específica e clara?) e abrangência (falta algum aspecto do 
conhecimento, habilidade ou atitude para o ECEO?). Utilizou-se a Escala de Likert para 
mensurar o grau de “concordância” com escores variando de 1 a 3 (1 – “concordo”, 2 – “não 
estou decidido” e 3 – “discordo”). Para a opção “não estou decidido”, recomendou-se que os 
especialistas indicassem sugestões de alterações a respeito da competência em questão. O 
instrumento de coleta de dados foi disponibilizado on-line por meio da plataforma Google 
Forms®. 
A seleção dos participantes ocorreu atendendo aos critérios da técnica Delphi, a qual 
respeita e valoriza a experiência e o conhecimento sobre a área específica do estudo (HSU; 
SANDFORD, 2007). Para a seleção da amostra realizou-se uma busca na Plataforma Lattes, 
que é a base de dados de currículos virtuais de grupos de pesquisa e de instituições das áreas de 
ciência e tecnologia do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
Gestão do 
cuidado
Ética e 
compromisso 
profissional
Liderança
Colaboração 
interprofissional
Prática baseada 
em evidências
Educação em 
saúde e pesquisa
D1 – Gestão do cuidado: 43 competências. 
Este domínio está subdividido em: Promoção da saúde e prevenção do câncer (2 competências); Avaliação do 
estado de saúde/doença (16 competências); Diagnóstico e plano de cuidados (18 competências); e Avaliação 
do plano de cuidados (7 competências). 
D2 – Ética e compromisso profissional: 13 competências. 
D3 – Liderança: 24 competências. 
D4 – Colaboração interprofissional: 10 competências. 
D5 – Prática baseada em evidências: 17 competências. 
D6 – Educação em saúde e pesquisa: 5 competências. 
 
91 
 
 
(CNPq). A busca avançada (por assunto) foi concretizada de duas formas, utilizando-se as 
palavras: 1) oncologia OR onco-hematologia OR câncer AND enfermeiro OR enfermeira OR 
enfermagem OR enfermagem oncológica; e 2) práticas avançadas OR prática avançada AND 
enfermagem AND oncologia. Realizou-se ainda uma busca na rede social Linkedin, utilizando 
as mesmas palavras para selecionar a amostra. Os critérios de inclusão da pesquisa considerados 
na selação dos currículos nacionais, foram: a) enfermeiro especialista em oncologia ou onco-
hematologia, com formação mínima de mestrado (acadêmico ou profissional) e experiência 
profissional na prática clínica acima de cinco anos como enfermeiro oncológico; e, b) 
enfermeiro com experiência em ensino e/ou pesquisa na área de oncologia ou onco-
hematologia, com formação mínima de doutorado (acadêmico ou profissional). Além destas 
buscas foi também utilizada a amostragem de conveniência com a técnica bola de neve, em que 
os contatos iniciais puderam convidar e/ou indicar outros especialistas que se enquadrassem 
nos critérios de inclusão estabelecidos. 
Salienta-se que previamente a cada rodada da técnica Delphi foi realizado um teste 
piloto. Assim, entre dois e três juízes avaliaram o conteúdo e responderam o instrumento de 
coleta de dados, considerando a clareza e objetividade da linguagem/escrita, possíveis vieses 
de interpretação, subjetividade e/ou ambiguidade, entre outras considerações ou sugestões que 
julgassem necessárias. Os participantes dos testes pilotos eram enfermeiros com formação 
doutoral, com experiência na área assistencial, ensino e/ou pesquisa, visto a necessidade de um 
julgamento crítico aos formulários desenvolvidos a cada rodada. Estes não fizeram parte da 
amostra da pesquisa. 
A coleta de dados com os membros especialistas foi efetivada entre fevereiro e maio 
de 2021 com a aplicação do formulário em rodadas subsequentes até obtenção de consenso, que 
ocorreu na terceira rodada. Para o consenso, destaca-se que o índice de concordância 
estabelecido na presente pesquisa foi igual ou superior a 85% de respostas na alternativa 1 
(“concordo”) da Escala de Likert, em cada uma das competências apresentadas. Para a exclusão 
do item exibido, considerou-se um valor igual ou inferior a 50% na alternativa 3 (“discordo”). 
A fim de não influenciar as respostas dos especialistas optou-se por não informar a 
estatística/porcentagem de “concordância” das competências nos feedbacks das rodadas da 
técnica Delphi. A cada rodada os dados foram transferidos do Google Forms® para o programa 
Microsoft Excel® para análise (estatística descritiva). 
Na primeira rodada foram contatados 143 especialistas via correio eletrônico para o 
envio da carta convite, que continha informações sobre a pesquisa, critérios de inclusão, 
orientações sobre a técnica Delphi, instruções sobre o preenchimento do instrumento, tempo 
92 
 
 
previsto ao respondê-lo e prazo para a devolução. Além destas informações, também foi 
encaminhado um material de apoio sobre o tema “Enfermagem de Prática Avançada em 
Oncologia” e o link de acesso ao instrumento on-line Google Forms®, com o Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), sendo necessário seu preenchimento para iniciar a 
pesquisa. No instrumento da primeira rodada foram apresentadas aos especialistas 112 
competências estruturadas, divididas entre os seis domínios. Ao final de cada seção/domínio 
foram apresentadas duas questões abertas, fornecendo assim aos participantes a possibilidade 
de apresentarem propostas de novas competências ou sugestões de mudanças/alterações nas 
competências apresentadas, caso tivessem selecionado “não estou decidido”. 
Após o período de 01 de fevereiro a 01 de março de 2021 responderam ao formulário 
25 especialistas, encerrando-se a primeira rodada. Observa-se que dois participantes foram 
excluídos da pesquisanesta rodada inicial, pois quando questionados “Você já ouviu falar sobre 
a Enfermagem de Prática Avançada?”, a resposta foi “Não”. Desse modo, o total de 
especialistas permanecendo na pesquisa foi de 23. As respostas das questões abertas foram 
analisadas de acordo com a similaridade e relevância das opiniões expostas, comparando-as ao 
conteúdo existente no instrumento. Os dados foram compilados e analisados de forma 
minuciosa à luz da literatura científica e a partir das sugestões dos especialistas, que propuseram 
13 novas competências, assim como sugeriram alterações em 13 das competências apresentadas 
entre os domínios. 
A segunda rodada da técnica Delphi ocorreu no período de 26 de março a 21 de abril 
de 2021. Foi contatado via correio eletrônico os 23 membros especialistas que responderam a 
primeira rodada, informando-os sobre os objetivos desta etapa da pesquisa, tempo previsto de 
resposta ao formulário, prazo considerado para o retorno e o link de acesso ao Google Forms®. 
O instrumento de coleta de dados foi reestruturado, apresentando-se o feedback preliminar da 
primeira rodada e mantendo-se, para a análise dos especialistas, as competências que não 
obtiveram consenso, assim como as novas competências propostas e as competências com 
sugestões de alterações. Nota-se que no total foram reapresentadas 34 competências, as quais 
12 não tinham obtido consenso na primeira rodada, 13 eram novas competências e nove 
receberam sugestões interessantes de alterações na descrição/escrita, apesar de terem atingido 
o consenso. Para estas nove competências foi considerada na segunda rodada duas alternativas 
de respostas: “concordo” (com a sugestão proposta) e “discordo” (da sugestão proposta). Assim, 
os participantes que selecionaram “discordo”, optaram por manter a competência “original”, já 
consensuada previamente, e não a nova competência proposta (ou seja, discordaram da 
alteração). O instrumento da segunda rodada contou com questões estruturadas, assim como 
93 
 
 
questões abertas, possibilitando que os participantes que selecionaram a opção “não estou 
decidido” propusessem novas competências ou sugerissem mudanças/alterações nas 
competências apresentadas. Para uma adequada avaliação pelos participantes, todas as 
competências consensuadas foram apresentadas na íntegra no início de cada seção/domínio. 
Após a análise das respostas das questões estruturadas e abertas observou-se que cinco 
competências permaneceram sem consenso, sendo necessária a realização de uma nova rodada 
para que os especialistas apresentassem suas opiniões e sugestões. 
A terceira rodada ocorreu de 30 de abril a 17 de maio de 2021. Foram contatados via 
correio eletrônico para o envio da carta convite e link de acesso ao instrumento on-line Google 
Forms® os 21 especialistas que responderam a segunda rodada. Nesta etapa, foi apresentado o 
formulário reestruturado, contendo as cinco competências ausentes de consenso, bem como os 
resultados da segunda rodada, com as competências já consensuadas, o qual foram exibidas no 
início de cada seção/domínio. Nota-se que por se tratar da última rodada, não houve a 
possibilidade de sugerir ajustes/melhorias nas competências apresentadas, sendo as opções de 
resposta reduzidas a duas alternativas: “concordo” (aprovação da competência para o consenso 
final) e “discordo” (exclusão da competência para o consenso final). A redução para duas 
alternativas tem o intuito de facilitar a decisão dos participantes e atenuar a dispersão de dados 
(SCARPARO et al., 2012). Responderam ao instrumento de coleta de dados 15 especialistas, 
encerrando-se assim a terceira e última rodada da técnica Delphi (Figura 2). 
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da 
Universidade Federal de Santa Catarina (CEPSH-UFSC) sob o parecer número 3.445.887 e 
CAAE: 15517119.1.0000.0121, seguindo as diretrizes e normas regulamentadoras que 
envolvem pesquisas em seres humanos. 
 
94 
 
 
Figura 2 – Rodadas da técnica Delphi desenvolvidas na pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: a autora. 
 
 
 
Buscas em literaturas científicas e definição do 
modelo de formação (CNS) 
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A
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A
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ID
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A
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Pesquisadores 
Seleção dos participantes 
(membros especialistas) 
Teste piloto – Primeira rodada 
Análise dos resultados do teste piloto e 
reestruturação do formulário 
Envio do formulário – Primeira rodada 
Respostas ao teste piloto – Primeira rodada 
(n=3) 
Respostas ao formulário – Primeira rodada 
(incluídos n=23, excluídos n=2) 
112 competências apresentadas 
Análise dos resultados da primeira rodada e 
reestruturação do formulário 
Teste piloto – Segunda rodada 
 
Elaboração do formulário – Primeira rodada + 
Material de apoio sobre o tema 
Análise dos resultados do teste piloto 
(segunda rodada) e reestruturação do 
formulário 
Envio do formulário – Segunda rodada 
 
Análise dos resultados da segunda rodada e 
reestruturação do formulário 
Teste piloto – Terceira rodada 
 
Análise dos resultados do teste piloto (terceira 
rodada) e reestruturação do formulário 
Envio do formulário – Terceira rodada 
 
Análise dos resultados da terceira rodada e 
construção da lista final de competências 
 
Membros especialistas 
Respostas ao teste piloto – Segunda rodada 
(n=2) 
 
Respostas ao formulário – Segunda rodada 
(n=21) 
34 competências 
(12 ausentes de consenso, 13 novas 
competências e 09 reapresentadas) 
Respostas ao teste piloto – Terceira rodada 
(n=2) 
 
Respostas ao formulário – Terceira rodada 
(n=15) 
5 competências 
95 
 
 
RESULTADOS 
 
A pesquisa foi composta por 23 membros especialistas na primeira rodada. Destes, 21 
(91,3%) participaram da segunda rodada e 15 (65,2%) da terceira (última) rodada. As 
características sociodemográficas dos membros especialistas ao longo das três rodadas são 
exibidas na Tabela 1. 
 
Tabela 1 – Caracterização sociodemográfica dos membros especialistas. 
Características 
Rodada 1 
(n=23) 
Rodada 2 
(n=21) 
Rodada 3 
(n=15) 
Gênero 
Feminino 21 (91,3%) 20 (95,2%) 15 (100%) 
Masculino 02 (8,7%) 01 (4,8%) 00 (0%) 
Regiões do Brasil 
Norte 01 (4,3%) 01 (4,8%) 0 (0%) 
Nordeste 02 (8,7%) 02 (9,5%%) 01 (6,7%) 
Centro-Oeste 03 (13%) 03 (14,3%) 01 (6,7%) 
Sudeste 12 (52,2%) 11 (52,4%) 10 (66,7%) 
Sul 04 (17,4%) 03 (14,3%) 02 (13,3%) 
Portugal 01 (4,3%) 01 (4,8%) 01 (6,7%) 
Titulação 
Especialização em oncologia ou 
onco-hematologia 
16 (69,6%) 15 (71,4%) 11 (73,3%) 
Especialização na modalidade 
de residência 
uni/multiprofissional em 
oncologia ou onco-hematologia 
04 (17,4%) 03 (14,3%) 02 (13,3%) 
Mestrado (acadêmico) 19 (82,6%) 17 (81%) 14 (93,3%) 
Mestrado (profissional) 03 (13%) 03 (14,3%) 01 (6,7%) 
Doutorado (acadêmico) 14 (60,9%) 13 (61,9%) 11 (73,3%) 
Doutorado (profissional) 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 
Pós-doutorado 03 (13%) 03 (14,3%) 02 (13,3%) 
Tempo de experiência 
profissional na prática 
clínica oncológica ou onco-
hematológica 
5 anos 0 (0%) 0 (0%) 0 (0%) 
De 6 a 8 anos 03 (13%) 03 (14,3%) 01 (6,7%) 
De 9 a 11 anos 04 (17,4%) 03 (14,3%) 02 (13,3%) 
De 12 a 14 anos 01 (4,3%) 01 (4,8%) 01 (6,7%) 
De 15 a 17 anos 05 (21,7%) 05 (23,8%) 04 (26,7%) 
De 18 a 20 anos 03 (13%) 02 (9,5%) 00 (0%) 
Acima de 20 anos 07 (30,4%) 07 (33,3%) 07 (46,7%) 
Tempo de experiência com 
ensino e/ou pesquisa na área 
de oncologia ou onco-
hematologia 
Até 5 anos 04 (17,4%) 04 (19%) 02 (13,3%) 
De 5 a 10 anos 04 (17,4%) 03 (14,3%) 02 (13,3%) 
De 11 a 15 anos 06 (26,1%) 06 (28,6%) 04 (26,7%) 
De 16 a 20 anos 05 (21,7%) 04 (19%) 04 (26,7%) 
Acima de 20 anos 04 (17,4%) 04 (19%) 03 (20%) 
Fonte: a autora. 
 
Observa-se que em todas as rodadas da técnica Delphi houve a predominância de 
especialistas do sexo feminino, da regiãoSudeste do Brasil, com especialização em oncologia 
ou onco-hematologia, mestrado e doutorado acadêmico, com tempo de experiência profissional 
na prática clínica oncológica ou onco-hematológica acima de 15 anos e com experiência com 
ensino e/ou pesquisa na área de oncologia ou onco-hematologia superior a 11 anos. 
96 
 
 
Na primeira rodada foram apresentadas aos especialistas 112 competências, divididas 
em seis domínios. Destas, 100 obtiveram consenso e nenhuma foi eliminada mediante análise 
estatística. Em relação às 12 competências que não atingiram consenso, o índice de 
concordância variou entre 65,2% e 82,6%. Os domínios “Ética e compromisso profissional” 
(D2) e “Educação em saúde e pesquisa” (D6) obtiveram consenso em todas as competências 
apresentadas. Em relação às 12 competências ausentes de consenso, foram propostas, para 
quatro delas, mudanças na descrição/escrita. Para as oito competências restantes não foram 
apresentadas sugestões pelos especialistas, apesar da seleção da opção “não estou decidido”. 
Estas competências foram apresentadas sem alterações para revisão e reavaliação na segunda 
rodada. Assim como, as competências com sugestões de alteração foram apresentadas para nova 
apreciação pelos participantes após análise e reestruturação. Ressalta-se que 13 novas 
competências foram propostas pelos especialistas nesta rodada entre todos os domínios 
existentes. Para nove competências foram ainda propostas sugestões interessantes de alterações 
na descrição/escrita, apesar de terem atingido o consenso. Estas também seguiram para a 
segunda rodada e nova apreciação. 
Na segunda rodada foram apresentadas aos membros especialistas 34 competências 
para análise, reflexão e expressão de opiniões. O total de competências nesta rodada dividiu-se 
entre os domínios do seguinte modo: “Gestão do cuidado” (D1): 18 competências; “Ética e 
compromisso profissional” (D2): 03 competências; “Liderança” (D3): 07 competências; 
“Colaboração interprofissional” (D4): 03 competências; “Prática baseada em evidências” (D5): 
02 competências; e “Educação em saúde e pesquisa” (D6): 01 competência. Destaca-se que 
entre todas competências apresentadas, seis não alcançaram consenso, com índices de 
concordância entre 61,9% a 81%. Para uma das competências apresentadas com sugestão de 
alteração na escrita (já validada previamente na primeira rodada), os participantes optaram por 
manter a original (discordando da nova proposta). Desta forma, após compilação e análise 
meticulosa das sugestões e recomendações obtidas na segunda rodada, cinco competências 
foram direcionadas para a terceira rodada para nova avaliação dos participantes. No que 
concerne as 13 novas competências elaboradas e propostas pelos membros especialistas na 
primeira rodada e apresentadas nesta, enfatiza-se que todas atingiram o consenso. Assim, 
destaca-se que 28 competências foram validadas na segunda rodada, distribuídas entre os seis 
domínios. 
Na terceira rodada, as cinco competências apresentadas relacionam-se a três domínios: 
“Gestão do cuidado” (D1): 02 competências; “Liderança” (D3): 02 competências; e “Prática 
97 
 
 
baseada em evidências” (D5): 01 competência. Salienta-se que as cinco competências atingiram 
índice de concordância acima de 85% (consenso) após a terceira rodada da técnica Delphi. 
As 125 competências centrais do ECEO validadas a partir da técnica Delphi são 
apresentadas na Tabela 2, por domínios e percentual de concordância. 
 
DISCUSSÃO 
 
Atualmente, há no mundo contínuas e progressivas discussões para estabelecer e 
delinear os padrões e competências fundamentais para a atuação do enfermeiro de prática 
avançada. Apesar de internacionalmente haver variados modelos de desenvolvimento e 
implementação da EPA, há domínios de competências que são comuns à maioria das estruturas. 
Sastre-Fullana et al. (2014) buscaram mapear e analisar as competências comuns entre os 
países, apontando 17 competências essenciais, independentemente do ambiente de prática 
profissional, tais como: pesquisa; liderança clínica e profissional; colaboração interprofissional; 
julgamento/avaliação clínica especializada; prática ética e legal; educação e ensino; promoção 
de saúde; gestão de qualidade e segurança; gestão de cuidados; prática baseada em evidências; 
autonomia profissional; comunicação; advocacia; mentoria e coaching; entre outros. Desta 
forma, percebe-se que há uma tendência mundial acerca dos domínios de competências centrais 
destes profissionais de prática avançada retratado também na presente pesquisa, cujo foco foi 
direcionado especificamente ao cenário da oncologia. 
Ainda, Olímpio et al. (2018) objetivaram analisar o conceito e elucidar os elementos 
essenciais da EPA, apontando fundamentalmente oito principais atributos: preparação 
educacional em nível de mestrado ou doutorado e especialização em área clínica; prática 
baseada em evidências; habilidade de desenvolver raciocínio clínico e pensamento crítico; alto 
nível de autonomia; julgamento/avaliação clínica ampla e avançada; liderança; capacidades 
diagnóstica, gerencial e administrativa; e, promoção do ensino às outras enfermeiras. 
Destaca-se que o clinical nurse specialists (CNS) é um enfermeiro de prática avançada 
que realiza atendimento clínico especializado com base em avaliação diagnóstica estabelecido 
em cenários de prática clínica por meio de uma abordagem sistêmica de cuidado e atuação 
colaborativa com os membros da equipe de saúde. O título de CNS representa a formação 
acadêmica e profissional e o seu papel, sendo uma categoria amplamente reconhecida de 
enfermagem de prática avançada em todo o mundo (ICN, 2020). 
98 
 
 
Tabela 2 – Competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO) validadas a partir do desenvolvimento da técnica Delphi. 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
Domínio 1 - Gestão do cuidado 
A) Promoção da saúde e prevenção do câncer 
 
1. Avalia e utiliza dados epidemiológicos, bioestatísticos, ambientais e outros dados científicos relacionados ao câncer 
relevantes para a atuação com: a comunidade em geral, populações de risco e pacientes com diagnóstico de câncer 
prévio, atual ou potencial. 
1 23 95,7% 
2. Promove ações que contribuem para um estilo de vida saudável e estratégias de autocuidado de pacientes com um 
diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer; assim como, da comunidade em geral, com especial atenção aos fatores 
de risco para o desenvolvimento do câncer (como por exemplo: tabagismo, etilismo, sedentarismo, maus hábitos 
alimentares, exposição à radiação solar, entre outros). 
2 21 95,2% 
3. Atua na promoção da saúde e prevenção do câncer em todo o continuum do atendimento, assim como realiza ações de 
rastreamento e detecção precoce da doença conforme recomendações/protocolos existentes.* 
2 21 95,2% 
Total: 3 competências 
Domínio 1 - Gestão do cuidado 
B) Avaliação do estado de saúde/doença 
4. Realiza anamnese de forma abrangente investigando fatores de risco, diagnóstico ou história pregressa de câncer. 1 23 87% 
5. Avalia os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer relacionados a história pessoal e familiar e as necessidades 
de aconselhamento genético e/ou testes moleculares e/ou genômicos. 
1 23 91,3% 
6. Avalia o impacto das comorbidades físicas nos sintomas do câncer e na resposta ao tratamento. 1 23 100% 
7. Avalia a presença de comorbidades psicológicas, habilidades de enfrentamento (pregressas e atuais) e o impacto 
psicossocial da experiência do câncer, incluindo sofrimento emocional e luto. 
1 23 91,3% 
8. Avalia os sinais e sintomas comuns que indicam a presença de câncer, progressão da doença ou recidiva. 1 23 95,7% 
9. Avalia os sinais e sintomas de emergências oncológicas em pacientes de alto risco. 1 23 100% 
10. Realiza uma avaliação abrangente do estado funcional e capacidade de realizaratividades de rotina da vida diária. 1 23 95,7% 
11. Avalia os riscos relacionados à sexualidade e à reprodução/fertilidade em pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer, incluindo a repercussão nos relacionamentos. 
1 23 95,7% 
12. Avalia barreiras potenciais e percebidas no atendimento (como por exemplo: transporte, alfabetização/escolaridade, 
conhecimento, papel social, trabalho, condições de moradia, renda econômica, idade, entre outros) que podem repercutir 
no tratamento. 
1 23 91,3% 
13. Avalia variações de desenvolvimento, culturais, étnicas, raciais, espirituais, de gênero e socioeconômicas na 
apresentação dos sintomas ou na experiência de adoecimento de pacientes com câncer. 
1 23 91,3% 
14. Avalia as necessidades educacionais relacionadas a um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer e do seu 
tratamento, considerando as dificuldades individuais. 
1 23 91,3% 
15. Realiza um histórico de enfermagem (anamnese e exame físico) abrangente de pacientes com um diagnóstico prévio, 
atual ou potencial de câncer, que inclui a avaliação biopsicossocioespiritual do paciente e análise das manifestações 
clínicas relacionados à doença e/ou seu tratamento. 
2 21 100% 
99 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
16. Realiza uma avaliação farmacológica, incluindo medicamentos de uso livre (sem receita), medicamentos prescritos, 
suplementos nutricionais e outras terapias complementares, alternativas e integrativas para identificar quaisquer 
potenciais interações com a terapêutica do câncer em conjunto com a equipe interprofissional (farmacêuticos, 
nutricionistas, médicos, entre outros). 
2 21 95,2% 
17. Identifica e avalia o plano de tratamento do paciente e os riscos à saúde relacionados a polifarmácia, em conjunto com a 
equipe interprofissional (farmacêuticos e médicos). 
2 21 85,7% 
18. Avalia exames laboratoriais, anatomopatológicos e/ou de imagem de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer, que possam indicar melhora e/ou piora do estado de saúde/doença. 
2 21 95,2% 
19. Avalia os papéis, funções e fatores de estresse dos indivíduos, composição familiar, redes de apoio/suporte e cuidadores, 
e sua capacidade de gerenciar a experiência do câncer em conjunto com a equipe interprofissional (psicólogos, 
assistentes sociais, médicos, entre outros). 
2 21 85,7% 
20. Avalia e identifica a necessidade de cuidados paliativos e de fim de vida, considerando: aspectos relacionados ao 
controle e manejo de sintomas e de dor e melhoria da qualidade de vida do paciente com câncer.* 
2 21 100% 
21. Avalia as reações adversas/efeitos colaterais relacionados ao tratamento proposto bem como manifestações clínicas 
relacionadas à doença de base (câncer).* 
2 21 100% 
Total: 18 competências 
Domínio 1 - Gestão do cuidado 
C) Diagnóstico e plano de cuidados 
22. Sintetiza dados relevantes para desenvolver um plano de cuidados centrado no paciente e baseado em evidências para o 
manejo do câncer e sintomas relacionados ao seu tratamento. 
1 23 95,7% 
23. Associa intervenções no plano de cuidados para prevenir, corrigir, modificar ou resolver resultados esperados e 
inesperados em pacientes com câncer. 
1 23 100% 
24. Associa as modalidades de tratamento farmacológico e não farmacológico ao plano de cuidados. 1 23 95,7% 
25. Contribui para um plano abrangente de cuidados à medida que os pacientes fazem a transição do tratamento ativo para o 
de sobrevivência (survivorship) a longo prazo ou cuidados no fim da vida. 
1 23 95,7% 
26. Associa a avaliação de sobrevivência (survivorship) a longo prazo e a gestão dos efeitos tardios do tratamento no plano 
de cuidados. 
1 23 100% 
27. Incorpora tecnologias apropriadas e inovações, com base em evidências, no plano de cuidado de pacientes com câncer. 1 23 95,7% 
28. Registra o histórico de enfermagem e o plano de cuidados específicos do paciente com câncer e os resultados pretendidos 
para facilitar a comunicação entre os membros da equipe de saúde. 
1 23 100% 
29. Utiliza raciocínio clínico e síntese de evidências para a prestação de cuidados de enfermagem avançados no paciente 
com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 100% 
30. Encaminha os pacientes para outros profissionais de saúde para avaliação adicional, conforme necessidade. 1 23 95,7% 
31. Utiliza recursos do sistema e da comunidade que melhoram a prestação de cuidados dos pacientes com um diagnóstico 
prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 87% 
100 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
32. Realiza intervenções imediatas e oportunas nos pacientes em emergência oncológica e/ou encaminha para outros 
serviços, conforme necessidade. 
1 23 100% 
33. Promove/facilita as transições necessárias entre os diversificados ambientes de saúde para viabilizar a continuidade de 
cuidados. 
1 23 95,7% 
34. Envolve a família do paciente, cuidadores e redes de apoio no plano de cuidados oncológicos considerando as 
particularidades, possibilidades e limitações existentes. 
1 23 100% 
35. Identifica problemas físicos e psicossociais com base no conhecimento dos sintomas, estado funcional, fatores de risco 
ou processos de desenvolvimento. 
2 21 85,7% 
36. Orienta/educa precocemente os pacientes e familiares/cuidadores a fim de auxiliá-los no enfrentamento do diagnóstico 
de câncer e seus resultados potenciais ou esperados. 
2 21 95,2% 
37. Aborda condições relacionadas a comorbidades (físicas, funcionais e psicológicas) ao implementar o plano de cuidados 
oncológicos. 
2 21 95,2% 
38. Promove/facilita as adaptações a órteses, próteses e/ou outras condições decorrentes da doença ou do tratamento do 
câncer (como por exemplo: amputação, prótese mamária, estomas, drenos/sondas, entre outros).* 
2 21 95,2% 
39. Contribui para a melhor compreensão sobre o plano terapêutico e formação de conceitos para o autogerenciamento de 
sintomas pelo paciente, envolvendo família, cuidadores e redes de apoio.* 
2 21 95,2% 
40. Planeja/promove encontros entre pacientes com câncer e interessados em temas específicos, para troca de saberes e 
experiências, acolhimento, orientações, discussões e apoio (como por exemplo: grupo de pacientes com estomas, 
survivorship, grupo de pacientes em quimioterapia, entre outros).* 
2 21 90,5% 
41. Elabora diagnósticos de enfermagem relacionados ao histórico do paciente considerando seu estado de saúde/doença, 
fatores de risco, manifestações clínicas do câncer e terapêuticas vigentes. 
3 15 100% 
42. Incorpora em sua prática clínica conhecimentos relacionados a genética/genômica ao planejar o cuidado de pacientes e 
familiares, considerando os seus valores e o julgamento clínico avançado. 
3 15 93,3% 
Total: 21 competências 
Domínio 1 - Gestão do cuidado 
D) Avaliação do plano de cuidados 
43. Avalia a eficácia clínica, a segurança, a qualidade e as respostas do paciente com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer. 
1 23 87% 
44. Avalia a relação custo-efetividade e os aspectos éticos do plano de cuidados do paciente com um diagnóstico prévio, 
atual ou potencial de câncer. 
1 23 87% 
45. Monitora a evolução clínica em direção aos resultados desejados e promove/facilita as alterações necessárias. 1 23 100% 
46. Avalia o uso de intervenções inovadoras ou modificadas para o cuidado de pacientes com um diagnóstico prévio, atual 
ou potencial de câncer. 
1 23 91,3% 
47. Avalia o efeito geral do plano de cuidados/intervenções nos pacientes com base na síntese dos dados. 1 23 100% 
48. Mantém registros contínuos dos resultados dos atendimentos realizados ao paciente com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer. 
1 23 91,3% 
101 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
49. Avalia alternativas de melhoria/adaptação das condições de vida no domicílio e ambiente familiar, assim como 
estratégias de autocuidado.1 23 100% 
50. Planeja e avalia o cuidado de enfermagem em consonância com as demais intervenções da equipe de saúde com o intuito 
de melhorar os resultados do paciente com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer.* 
2 21 90,5% 
Total: 8 competências 
Domínio 2 - Ética e compromisso profissional 
51. Contribui para a resolução de conflitos éticos e bioéticos que podem surgir no atendimento de pacientes com um 
diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 91,3% 
52. Atua como defensor do paciente para promover o cuidado centrado nele, incluindo a tomada de decisão ética e 
compartilhada e metas de cuidados para resultados de qualidade. 
1 23 87% 
53. Utiliza uma estrutura ética em todos os aspectos do atendimento para auxiliar os pacientes com câncer em questões 
relacionadas ao controle e manejo dos sintomas, diretrizes antecipadas e cuidados paliativos e de fim de vida. 
1 23 100% 
54. Promove a tomada de decisão autônoma pelos pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer por 
meio do fornecimento de educação e suporte individualizados. 
1 23 87% 
55. Demonstra um compromisso com os princípios éticos relativos à prestação ou recusa de cuidados em conformidade com 
as leis, políticas e regulamentos relevantes no atendimento de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de 
câncer. 
1 23 95,7% 
56. Demonstra empatia, compaixão e responsabilidade para com os pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial 
de câncer, com familiares/cuidadores e com a equipe de saúde, sociedade e profissão. 
1 23 100% 
57. Promove a aprendizagem colaborativa ao longo da profissão e a prática baseada em evidências para si e para outros, para 
melhorar o cuidado de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 100% 
58. Avalia continuamente as alterações e inovações em todo o sistema de saúde relacionadas à prática de enfermagem 
oncológica. 
1 23 95,7% 
59. Identifica alterações na cultura organizacional, como valores, crenças ou atitudes, que podem afetar os resultados na 
prática de enfermagem oncológica. 
1 23 100% 
60. Participa de organizações/instituições educacionais ou profissionais que influenciam o tratamento do câncer e apoiam o 
papel/função do Enfermeiro Clínico Especialista em Oncologia (ECEO). 
1 23 87% 
61. Mantém competências profissionais e formações adequadas à função de Enfermeiro Clínico Especialista em Oncologia 
(ECEO). 
1 23 95,7% 
62. Defende políticas e/ou programas que melhorem a saúde da população com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de 
câncer e a profissão de enfermagem. 
1 23 91,3% 
63. Demonstra integridade e respeito pelos pacientes, familiares/cuidadores, enfermeiros, equipe de enfermagem e 
interprofissional. 
2 21 95,2% 
64. Orienta os pacientes e familiares/cuidadores sobre as viabilidades de acesso que envolvem a terapêutica do câncer e 
informa sobre os direitos relacionados ao contexto da oncologia.* 
2 21 100% 
Total: 14 competências 
102 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
Domínio 3 – Liderança 
65. Avalia competências assistenciais de enfermeiros e equipe de enfermagem para promover a prática de enfermagem 
oncológica, utilizando ferramentas e instrumentos existentes. 
1 23 95,7% 
66. Avalia as barreiras e facilitadores da prática de enfermagem oncológica nos diversificados ambientes de saúde, 
implementando estratégias para alcançar os resultados desejados. 
1 23 91,3% 
67. Avalia e monitora a influência da prática de enfermagem oncológica nos resultados dos pacientes com um diagnóstico 
prévio, atual ou potencial de câncer e nos resultados da equipe. 
1 23 95,7% 
68. Avalia e determina os aspectos da prática de enfermagem oncológica que requerem mudanças, melhorias, inovações ou 
manutenção com base nas evidências disponíveis. 
1 23 95,7% 
69. Divulga os resultados das mudanças e inovações da prática de enfermagem oncológica para diversas partes interessadas 
(internas e externas). 
1 23 91,3% 
70. Avalia as implicações clínicas, econômicas e de recursos humanos na implementação de programas, produtos e 
dispositivos na prática de enfermagem oncológica. 
1 23 95,7% 
71. Cria um ambiente de prática de enfermagem que estimula a autoaprendizagem e a prática crítica, reflexiva e 
investigativa. 
1 23 95,7% 
72. Planeja e implementa programas educacionais que visam as necessidades da equipe para melhorar a prática de 
enfermagem oncológica e os resultados dos pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer, com base 
nas evidências disponíveis. 
1 23 95,7% 
73. Assessora e incentiva os enfermeiros e equipe de enfermagem na utilização de evidências à prática de enfermagem 
oncológica. 
1 23 100% 
74. Assessora e incentiva os enfermeiros e equipe de enfermagem a desenvolver e implementar programas inovadores e 
econômicos de cuidado para pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 100% 
75. Incentiva e ampara enfermeiros na manutenção e aquisição de habilidades e no desenvolvimento de carreiras na área de 
enfermagem oncológica. 
1 23 100% 
76. Lidera equipes de enfermagem e interprofissionais que abordam questões relacionadas ao cuidado do câncer. 1 23 91,3% 
77. Realiza avaliações sistemáticas para identificar estruturas organizacionais e funções que afetam a prática e os resultados 
da enfermagem oncológica. 
1 23 91,3% 
78. Utiliza a estrutura organizacional e os processos para fornecer feedback contínuo sobre a eficácia da prática de 
enfermagem oncológica avançada. 
1 23 100% 
79. Avalia as variáveis dos sistemas de saúde como clima e cultura organizacional, atuação profissional, colaboração 
interprofissional, aspectos econômicos, requisitos regulatórios e demandas externas que influenciam a prática e os 
resultados da enfermagem oncológica. 
1 23 91,3% 
80. Desenvolve políticas de saúde, programas assistenciais, procedimentos, protocolos padrões e/ou diretrizes relacionados à 
oncologia, com base nas evidências disponíveis. 
1 23 91,3% 
81. Incorpora e promove o uso de tecnologias de informação no ambiente de cuidado em todo o processo de atendimento ao 
câncer para melhorar os resultados de saúde. 
1 23 100% 
103 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
82. Avalia o impacto do plano de cuidados/intervenções do Enfermeiro Clínico Especialista em Oncologia (ECEO) nos 
recursos humanos e econômicos. 
1 23 91,3% 
83. Registra a avaliação do impacto da prática do Enfermeiro Clínico Especialista em Oncologia (ECEO) na organização de 
forma clara, efetiva, descritiva e mensurável; divulgando às partes interessadas os resultados em todo o sistema de saúde. 
1 23 95,7% 
84. Demonstra habilidades de colaboração e comunicação eficazes com pacientes, familiares/cuidadores, enfermeiros, 
equipe de enfermagem e interprofissional, comunidade em geral. 
2 21 95,2% 
85. Avalia e monitora as políticas de saúde e programas assistenciais que podem impactar no atendimento em todo o 
continuum do câncer. 
2 21 90,5% 
86. Avalia o impacto das políticas legislativas e regulamentares na prática de enfermagem oncológica. 2 21 90,5% 
87. Avalia as barreiras e facilitadores do contexto familiar do paciente e suas redes de apoio, considerando as 
particularidades, possibilidades e limitações existentes para alcançar os melhores resultados.* 
2 21 100% 
88. Incentiva os enfermeiros no desenvolvimento e implementação de pesquisas inovadoras com foco no cuidado de 
pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer, proporcionando momentos de debates e estímulos 
mediante questões investigativas relacionadas à prática de enfermagem oncológica.* 
2 21 90,5% 
89. Participa ativamente da construção e avaliação das políticas institucionais, procedimentos e/ou protocolos, tendo como 
objetivo apoiar os programas/tratamentos de câncer e utilizar os resultados destas avaliaçõespara promover mudanças 
estruturais e/ou de processos nas organizações de saúde. 
3 15 86,7% 
90. Conhece e busca a inserção nos espaços decisórios tendo como objetivo promover o cuidado de qualidade à saúde da 
população em todo o continuum do câncer. 
3 15 93,3% 
Total: 26 competências 
Domínio 4 - Colaboração interprofissional 
91. Associa as intervenções de enfermagem em um plano interprofissional de cuidados para melhorar os resultados dos 
pacientes com câncer. 
1 23 95,7% 
92. Avalia os resultados clínicos dos pacientes para facilitar a coordenação de cuidados entre os profissionais de saúde e 
projetar novos programas assistenciais. 
1 23 91,3% 
93. Promove/facilita uma abordagem interdisciplinar e baseada em evidências para o gerenciamento de pacientes com um 
diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer em todo o continuum do tratamento. 
1 23 95,7% 
94. Compreende os escopos de prática de outras profissões da saúde para maximizar as contribuições dentro da equipe 
oncológica. 
1 23 95,7% 
95. Avalia a colaboração e a eficácia da comunicação entre a equipe interdisciplinar de cuidados oncológicos, para a 
obtenção de resultados em todo o continuum do atendimento. 
1 23 95,7% 
96. Difunde conhecimentos necessários para cuidar de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer; e 
para demais profissionais de saúde, familiares e cuidadores, por meio de educação por pares, orientações, capacitações, 
desenvolvimento da equipe, experiências, mentoria e preceptoria. 
1 23 100% 
97. Interpreta e discute resultados de pesquisas/evidências com outros profissionais de saúde para melhorar o atendimento de 
pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 95,7% 
104 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
98. Participa do desenvolvimento de padrões de prática interprofissional e diretrizes baseadas em evidências para cuidados 
oncológicos. 
1 23 95,7% 
99. Proporciona/facilita cuidados paliativos e de fim de vida para pacientes com câncer, em colaboração com ele (paciente), 
sua família/cuidadores e outros membros da equipe interprofissional de saúde. 
2 21 90,5% 
100. Lidera equipes interprofissionais para facilitar a colaboração com outras disciplinas na obtenção de resultados em todo o 
continuum do atendimento. 
2 21 90,5% 
101. Promove plano de cuidados incorporando ações vinculadas aos cuidados paliativos de forma crescente/progressiva e em 
conjunto com a equipe interprofissional; buscando imprimir uma continuidade terapêutica ao paciente com câncer, sua 
família/cuidadores e comunidade em geral, nas diversas etapas do tratamento.* 
2 21 90,5% 
Total: 11 competências 
Domínio 5 - Prática baseada em evidências 
102. Realiza plano de cuidados com base em evidências para pacientes que visam a redução do risco relacionado ao câncer. 1 23 100% 
103. Integra conhecimentos, habilidades e informações baseadas em evidências na enfermagem oncológica para melhorar os 
resultados no atendimento aos pacientes com câncer. 
1 23 100% 
104. Desenvolve programas de atendimento baseados em evidências que abordem questões que possam afetar os pacientes em 
todo o continuum do atendimento. 
1 23 95,7% 
105. Implementa processos para sustentar mudanças baseadas em evidências na prática de enfermagem oncológica, 
programas de tratamento do câncer e inovação clínica. 
1 23 95,7% 
106. Utiliza diretrizes práticas baseadas em evidências e ferramentas para avaliar/monitorar pacientes com um diagnóstico 
prévio, atual ou potencial de câncer. 
1 23 100% 
107. Utiliza métodos ou ferramentas inovadoras para melhor avaliar os pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer e seu plano de cuidados. 
1 23 95,7% 
108. Avalia as necessidades de mudanças em materiais/equipamentos, produtos ou abordagens terapêuticas com base em 
evidências, resultados clínicos e relação custo-efetividade, para melhorar a prática de enfermagem oncológica e os 
resultados dos pacientes com câncer. 
1 23 91,3% 
109. Avalia as tecnologias atuais e emergentes para apoiar ambientes de prática, otimizar a segurança do paciente, a relação 
custo-efetividade e os resultados de saúde em todo o continuum do atendimento. 
1 23 91,3% 
110. Planeja e implementa estratégias para superar barreiras e facilitar mudanças na prática de enfermagem oncológica, 
incluindo a implementação de novos programas, produtos e dispositivos. 
1 23 95,7% 
111. Identifica métodos e avalia as tendências de resultados relacionados à prática de enfermagem oncológica dentro e entre 
as unidades de cuidados e ambientes de prática. 
1 23 100% 
112. Realiza a análise de tendência e quantifica o impacto na qualidade e segurança do atendimento do tratamento do câncer. 1 23 95,7% 
113. Promove e desenvolve inovações baseadas em evidências ou soluções para as questões relacionadas ao atendimento dos 
pacientes com câncer em todo o continuum. 
1 23 95,7% 
114. Implementa intervenções que melhoram os cuidados de enfermagem oncológica relacionados a problemas complexos de 
assistência ao paciente que são consistentes com os recursos e evidências do sistema. 
1 23 87% 
105 
 
 
Descrição 
Rodada do 
consenso 
Especialistas 
participantes (n) 
IC 
115. Registra os resultados das mudanças e/ou inovações da prática de enfermagem oncológica baseadas em evidências de 
maneira acessível, divulgando às partes interessadas. 
1 23 95,7% 
116. Avalia os resultados clínicos e econômicos de abordagens terapêuticas, produtos ou dispositivos e processos de 
atendimentos aos pacientes com câncer em todo o sistema de saúde. 
1 23 87% 
117. Associa teoria, evidências, práticas, julgamento clínico avançado, ética e bioética, experiências, pesquisa e perspectivas 
interprofissionais utilizando processos translacionais para melhorar a prática e os resultados em todo o continuum do 
atendimento. 
1 23 91,3% 
118. Implementa intervenções que melhoram a qualidade de vida e a felicidade/satisfação com a vida do paciente com câncer 
e seus familiares/cuidadores baseado em evidências científicas e em instrumentos existentes/validados.* 
2 21 95,2% 
119. Desenvolve soluções inovadoras e/ou participa da construção de políticas no âmbito do sistema de saúde que podem ser 
generalizadas para diferentes unidades e/ou ambientes de oncologia, por populações ou serviços especializados. 
3 15 100% 
Total: 18 competências 
Domínio 6 - Educação em saúde e pesquisa 
120. Desenvolve materiais educacionais relacionados à oncologia para pacientes, cuidadores/familiares, equipe de saúde e 
membros da comunidade em geral. 
1 23 100% 
121. Planeja e implementa programas de educação/orientação: a comunidade em geral, populações de risco e pacientes com 
diagnóstico de câncer prévio, atual ou potencial; família e cuidadores. 
1 23 100% 
122. Participa e/ou realiza pesquisas clínicas e de enfermagem para promover resultados positivos para pacientes com câncer. 1 23 95,7% 
123. Fornece informações sobre ensaios clínicos e pesquisas para os quais os pacientes podem ser elegíveis. 1 23 95,7% 
124. Contribui para a base de conhecimento em oncologia por meio de atividades como divulgação/extensão à comunidade, 
envolvimento em organizações profissionais e/ou instituições de ensino, apresentações em eventos e publicações 
científicas. 
1 23 100% 
125. Contribui com o processo de educação em saúde, o qual envolve as equipes, gestores e comunidade em geral, que 
necessitam construir seus conhecimentos e aumentar sua autonomia nos cuidados individuais e coletivos, especialmente 
relacionados à temática do câncer.* 
2 21 95,2% 
Total: 6 competências 
*Nova competência proposta pelos membros especialistas. 
Fonte: a autora. 
106 
 
 
 Em 2005, a Oncology Nursing Society (Sociedade de Enfermagem Oncológica) 
convidou organizações nacionais relacionadas a prática avançada com intuito de revisar, 
analisar, debater e desenvolver as competênciasdos enfermeiros de prática avançada em 
oncologia. Na ocasião, decidiu-se separar as competências dos NP e CNS oncológicos para o 
consenso devido às diferenças em suas funções e atuação profissional, embora algumas das 
competências possam se sobrepor entre estas categorias em alguns dos cenários de prática 
clínica (ONS, 2008). Após esta iniciativa foram validados e publicados os documentos com as 
recomendações de competências essenciais para a formação de enfermeiros de prática avançada 
em oncologia, o qual apresentam 110 competências para o CNS (ONS, 2008) e 121 
competências para o NP (ONS, 2019). As competências do ECEO foram elaboradas e 
direcionadas para uma prática profissional eficaz e de qualidade, relacionando custo-benefício 
nos resultados clínicos dos pacientes, assim como colaborando e influenciando a prática da 
equipe de enfermagem e interdisciplinar e dos sistemas e instituições de saúde (ONS, 2008). 
Embora o ECEO possa atuar em uma determinada área da oncologia, eles devem ser 
preparados para fornecer cuidados nas mais variadas configurações de atenção à saúde. Assim, 
a formação do ECEO para a prática avançada requer o desenvolvimento de competências 
específicas para atuar com os pacientes com câncer e suas famílias durante todo o continuum 
de atendimento, incluindo prevenção, rastreamento, detecção precoce, diagnóstico, tratamento, 
reabilitação, sobrevivência (survivorship) e cuidados paliativos, ou seja, da atenção primária 
até o fim da vida, em conjunto com a equipe interdisciplinar de saúde. Observa-se que esta 
formação envolve uma ampla preparação educacional, como por exemplo, disciplinas de 
fisiopatologia, farmacologia e avaliação clínica avançadas, bem como a realização de cursos 
específicos e experiências clínicas necessárias para que este profissional desenvolva todas as 
competências preconizadas (ONS, 2008). Por este motivo, há um direcionamento para que a 
formação seja a nível de doutorado (WALKER; POLANCICH, 2015). Além disso, a 
Associação Nacional de Especialistas em Enfermagem Clínica (NACNS) afirma que a prática 
avançada possui três princípios fundamentais: alta qualidade de cuidado; prática baseada em 
evidências; e, cuidado centrado no paciente (NACNS, 2019). 
Apesar da enfermagem de prática avançada existir nos Estados Unidos da América há 
mais de 40 anos, apenas 16% dos profissionais concluíram um programa educacional com foco 
principal na área de oncologia no país (MACKEY et al., 2018). Ademais, observa-se ainda que 
a atuação deste enfermeiro se torna um desafio devido à complexidade e diversidade da prática, 
adicionado ao aparecimento de novos e variáveis conhecimentos dos últimos anos (LOPES-
JÚNIOR et al., 2016). Os avanços tecnológicos e científicos mudam continuamente os cuidados 
107 
 
 
aos pacientes com câncer, logo, refletem no papel do enfermeiro de prática avançada nos 
diversos ambientes de atendimento (ONS, 2019). 
Uma revisão sistemática (SCHNEIDER; KEMPFER; BACKES, 2021) que buscou 
evidências sobre a formação de enfermeiros de prática avançada em oncologia para o melhor 
cuidado demonstrou, entre os principais resultados: melhores desfechos clínicos relacionados 
ao controle e manejo de sintomas; melhora na qualidade de vida e sobrevida dos pacientes com 
câncer; apoio em relação aos aspectos psicológicos, diminuindo as preocupações dos pacientes 
com a doença e/ou tratamento; garantia da satisfação do paciente; e tomada de decisão 
compartilhada, quando os pacientes eram assistidos por um enfermeiro de prática avançada. 
Assim, tal pesquisa demonstrou o valor deste profissional no campo da oncologia mediante 
uma formação clínica diferenciada e atuação avançada (SCHNEIDER; KEMPFER; BACKES, 
2021). 
As principais barreiras relacionadas à expansão do papel de enfermeiros de prática 
avançada são: ausência de proteção do título; falta de clareza no papel e no desenvolvimento 
de suas funções; variabilidade na educação e formação profissional; ausência de competências 
definidas; resistência por parte de alguns membros da equipe de saúde; e, restrição dos 
regulamentos e legislações, a qual atrasam a introdução do papel deste profissional em diversos 
países (BRYANT-KUKOSIUS et al.; 2016; MAIER; AIKEN, 2016). Na China, entre as 
principais diretrizes para implantação e desenvolvimento da prática avançada, destacam-se o 
estabelecimento dos cargos de especialistas com base nas necessidades dos serviços e 
padronização de currículos e modelos educacionais. Em Hong Kong, as instituições de ensino 
credenciadas especificaram as competências mínimas necessárias, a estrutura do currículo e os 
exames de certificação/habilitação, com a finalidade de avaliar e certificar as enfermeiras de 
prática avançada para a atuação clínica, conforme especialidade relacionada, garantindo a 
manutenção da qualidade do cuidado à população (ICN, 2014). Há evidências no que concerne 
a necessidade de regulamentação e padronização dos currículos de pós-graduação para atender 
aos requisitos de formação de enfermeiros de prática avançada, a fim de melhorar os resultados 
de saúde do paciente, a qualidade da assistência e a eficiência dos sistemas de saúde (OLÍMPIO 
et al., 2018). 
Na América Latina, considerando a necessidade de estabelecer critérios para a 
formação de enfermeiros de prática avançada em Atenção Primária à Saúde (APS), a 
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) 
recomendaram os seguintes modelos: 1) realização de mestrado profissional em programas 
oferecidos por universidades reconhecidas; 2) experiência profissional e formação clínica 
108 
 
 
adicional oferecidos por universidades reconhecidas; 3) realização do curso de residência 
uniprofissional ou multiprofissional na área de atuação pretendida em instituições acreditadas 
e, ao término de dois anos, obtenção do título de mestre e de enfermeiro de prática avançada. 
Além do exposto, foi apresentado neste mesmo documento as competências centrais dos 
enfermeiros de prática avançada em APS, o qual inclui sete domínios (Gestão da atenção, Ética, 
Colaboração interprofissional, Promoção e prevenção na saúde, Prática baseada em evidência, 
Pesquisa e Liderança), com 64 competências, a fim de orientar a preparar a prática e a 
regulamentação da enfermagem (OPAS, 2018). Nota-se que os domínios estabelecidos são 
semelhantes aos aqui apresentados na pesquisa, corroborando com a essência desta formação. 
Estudo que buscou estabelecer as competências centrais dos enfermeiros de prática 
avançada nos países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, 
México, Nicarágua, Uruguai e El Salvador), apresentou em seus resultados 26 competências, 
entre os domínios: Cuidados clínicos, Comunicação interdisciplinar e centrada no paciente e 
Contexto do cuidado e prática baseada em evidências. O consenso fornece uma estrutura base 
para a construção de currículos e programas de educação para enfermeiros de prática avançada. 
Observa-se que tal estudo contribuiu especialmente à área de APS, enfatizando a necessidade 
de aperfeiçoar as competências conforme a realidade de cada país/região (HONIG; LINDRUD; 
DOHRN, 2019), porém seus resultados vão ao encontro da natureza da presente pesquisa 
desenvolvida na área de oncologia. 
No Brasil, em 2016, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEn), a Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), a Associação Brasileira de 
Enfermagem (ABEn), o Ministério da Saúde e a Secretaria de Gestão do Trabalho e da 
Educação na Saúde (SGTES) pactuam a implementação da enfermagem de prática avançada. 
A proposta estabelecida foi dividida em 3 linhas: 1) fortalecimento de centros de excelência, 
consolidando linhas de pesquisa com foco em enfermagem de prática avançada; realização de 
mapeamento das atividades já realizadas pelos enfermeiros e formação de docentes e 
multiplicadores;ressaltando-se a importância de aperfeiçoar a formação profissional e 
estabelecer marcos normativos que garantam a segurança dos profissionais e pacientes; 2) 
implementação de currículo nuclear de práticas avançadas para os enfermeiros residentes de 
programas multiprofissionais, com a possibilidade de complementar estudos e concluir o 
mestrado profissional; 3) medidas para facilitar a implementação de protocolos para utilização 
nos programas de saúde que regulamentam as atuações (COFEN, 2016). 
Salienta-se que a implementação do papel de enfermeiros de prática avançada, 
mediante a formação e regulamentação adequadas é uma estratégia para a ampliação e cobertura 
109 
 
 
universal à saúde (OPAS, 2018). Entretanto, ainda que as discussões e ações nacionais estejam 
focadas para a implantação na APS, soluções inovadoras são imprescindíveis para enfrentar os 
desafios dos diversos espaços de atuação profissional e especialidades, sobretudo no cenário da 
oncologia, devido as estimativas mundiais de incidência e prevalência de câncer e a alta 
complexidade de cuidados. Se faz necessário ampliar os debates sobre os métodos de formação 
profissional por competências, criar e/ou adaptar programas de ensino para o nível avançado, 
reestruturar currículos e projetos pedagógicos, para que com a formação e a prática expandida, 
estes enfermeiros possam efetivamente promover grandes mudanças e resolutividades no 
cuidado prestado a esta população. É fundamental que os ECEO desenvolvam competências 
específicas em uma ampla variedade de áreas de estudo, que possuam diretrizes de formação 
profissional e de prática clínica estabelecidas, assim como regulamentações para uma atuação 
de excelência em nosso país. 
 
Limitações do estudo 
 
Há a possibilidade de viés de respostas dos membros participantes/especialistas devido 
à falta de clareza sobre a EPA (conceitos, características, papel, formação e atuação deste 
profissional). Ressalta-se que no Brasil as discussões sobre o tema são recentes, apesar de 
emergentes, e as pesquisas estão concentradas em sua grande maioria na APS. Há também 
limitações relacionadas ao número de participantes que contemplam um pequeno universo de 
especialistas existente em nosso país. 
 
Contribuições para a área da enfermagem, saúde ou políticas públicas 
 
As competências validadas nesta pesquisa ilustram a essência da formação do ECEO 
e refletem o papel deste profissional no cuidado de pacientes com diagnóstico de câncer prévio, 
atual ou potencial, da prevenção ao fim da vida, em conjunto com a equipe interdisciplinar de 
saúde. Tal consenso colabora com as pesquisas brasileiras sobre o tema EPA, particularmente 
no contexto da oncologia, e poderá ser utilizado como base por instituições de ensino, 
associações, organizações e instituições de saúde, uniformizando e instrumentalizando assim o 
modelo de formação profissional do ECEO. 
 
 
 
110 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Destaca-se que há pesquisas que evidenciam a importância da preparação educacional 
a nível de mestrado e/ou doutorado para a titulação e atuação do enfermeiro de prática avançada. 
Assim como, há um direcionamento em relação aos domínios de competências centrais destes 
profissionais, apontados também na presente pesquisa realizada no campo da oncologia. 
Aspectos referentes a liderança, colaboração interprofissional, julgamento clínico 
especializado, pensamento crítico, prática baseada em evidências, gestão do cuidado, ética e 
compromisso profissional, comunicação, educação/ensino, pesquisa e autonomia profissional 
fazem parte da natureza da EPA. 
Salienta-se que a formação do ECEO propõe o desenvolvimento de competências 
centrais para a atuação em pacientes com câncer e suas famílias durante todo o continuum de 
atendimento, da promoção à saúde aos cuidados paliativos, em conjunto com a equipe 
interdisciplinar de saúde. Tal formação envolve conteúdos e experiências voltadas para a prática 
clínica, cujas competências irão conduzir a uma atuação profissional avançada. 
Espera-se que a relação de competências centrais apresentadas e validadas na presente 
pesquisa contribuam para a elaboração de novos modelos de formação voltados para a prática 
avançada em oncologia, assegurando assim cuidados de excelência aos pacientes com câncer. 
 
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113 
 
 
4.3 MANUSCRITO 3: ENFERMEIRO DE PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA NO 
BRASIL: PROPOSTA DE UM PROGRAMA PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL 
 
Franciane Schneider7 https://orcid.org/0000-0002-7187-0906 
Silvana Silveira Kempfer7 https://orcid.org/0000-0003-2950-9049 
 
RESUMO 
 
Objetivo: propor um modelo de formação profissional de enfermagem de prática avançada em 
oncologia para o Brasil. Métodos: pesquisa exploratória de natureza qualitativa realizada a 
partir da coleta e análise de dados em documentos disponíveis para consulta pública. Mediante 
estes dados, buscou-se propor um programa de enfermagem de prática avançada em oncologia 
para o contexto brasileiro no formato de pós-graduação stricto sensu, considerando as 
normativas da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
Resultados: o desenvolvimento do programa justifica-se pela alta incidência e prevalência de 
câncer; sua estrutura pedagógica considera 125 competências centrais; a proposta das matrizes 
curriculares dos cursos de mestrado e doutorado profissional possuem quatro módulos 
(autonomia profissional, liderança, prática baseada em evidências e pesquisa avançada em 
enfermagem e oncologia) e seus respectivos cursos (teóricos e teórico-práticos). Considerações 
finais: a proposta do programa de enfermagem de prática avançada em oncologia poderá ser 
utilizada por instituições de ensino, associações, organizações e instituições de saúde como um 
alicerce, com o intuito de uniformizar e instrumentalizar o modelo de formação do enfermeiro 
clínico especialista em oncologia. 
 
Palavras-chave: Enfermagem oncológica. Prática avançada de enfermagem. Competência 
profissional. Educação em enfermagem. Capacitação de recursos humanos em saúde. Educação 
de pós-graduação em enfermagem. 
 
ABSTRACT 
 
Objective: to propose a professional training model for advanced nursing practice in oncology 
for Brazil. Methods: exploratory research of a qualitative nature carried out from the collection 
and analysis of data in documents available for public consultation. Based on these data, an 
attempt was made to propose an advanced oncology nursing program for the Brazilian context 
in the stricto sensu postgraduate format, considering the regulations of the Coordination for the 
Improvement of Higher Education Personnel (CAPES). Results: the development of the 
program is justified by the high incidence and prevalence of cancer; its pedagogical structure 
considers 125 core competencies; the proposal of the curricular matrices of the professional 
master's and doctoral courses have four modules (professional autonomy, leadership, evidence-
based practice and advanced research in nursing and oncology) and their respective courses 
(theoretical and theoretical-practical). Final considerations: the proposal of the advanced 
practice nursing program in oncology can be used by educational institutions, associations, 
 
7 Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, SC, Brasil. 
https://orcid.org/0000-0002-7187-0906
https://orcid.org/0000-0003-2950-9049
114 
 
 
organizations and health institutions as a foundation to standardize and implement the training 
model of the clinical nurse specialist in oncology. 
 
Keywords: Oncology nursing. Advanced practice nursing. Professional competence. Nursing 
education. Health human resource training. Nursing graduate education. 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) realiza reuniões com a participação dos 
estados-membros com o objetivo de propor e debater estratégias que visem a Cobertura 
Universal de Saúde (CUS). Nestes encontros, identificaram-se dois principais desafios a serem 
solucionados: a alta qualidade dos serviços de saúde e a proteção de risco financeiro. O acesso 
universal à saúde deve ser ofertado a todos os indivíduos em diferentes cenários, reconhecendo 
que a saúde está para além da dependência dos serviços médicos e consequente despesas 
inerentes (DIAS et al., 2013). 
Com o intuito de colaborar com a implementação de recursos humanos, em 2013 a 
Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) lançou a “Resolução Recursos Humanos para a 
Saúde: Ampliando o Acesso aos Profissionais de Saúde Qualificados em Sistemas de SaúdeBaseados na Atenção Primária à Saúde”, ressaltando a importância do aumento do número de 
enfermeiros de prática avançada para apoiar os sistemas de saúde (OPAS, 2013). A partir deste 
momento, iniciam-se as discussões sobre o futuro da enfermagem e a implantação da prática 
avançada na América Latina e Caribe. 
No Brasil, em 2015, a OPAS, a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn) e o 
Conselho Federal de Enfermagem (COFEn) se reuniram para dialogar sobre o processo de 
implantação da enfermagem de prática avançada (EPA) na Atenção Primária à Saúde (APS), 
tendo como base a experiência canadense e americana. Na ocasião, considerou-se a necessidade 
de aumentar o escopo de práticas do enfermeiro, desenvolvendo e aprofundando o trabalho 
interprofissional e colaborativo com um perfil profissional de alta resolutividade. Assim, nota-
se que a implantação da EPA é uma proposta inovadora e com grande potencial de impacto 
positivo na ampliação do acesso à saúde da população (COFEN, 2015). A pactuação da 
implantação da EPA ocorreu em 2016 entre as entidades COFEn, Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ABEn e Ministério da Saúde. Nesta 
reunião, o presidente do COFEn afirmou que “As práticas avançadas já são uma realidade no 
115 
 
 
Brasil”, ressaltando a importância de aperfeiçoar a formação e estabelecer marcos normativos 
que garantam a segurança dos profissionais e pacientes (COFEN, 2016). 
A maioria das ações nacionais estão focadas na EPA em APS (OPAS, 2018a; 
BEZERRIL et. al., 2018). Contudo, soluções inovadoras são imprescindíveis para enfrentar os 
demais desafios nos diversos campos de atenção à saúde, especialidades e atuação profissional. 
Desta forma, propor métodos para a expansão do papel do enfermeiro de prática avançada na 
área da oncologia contribuirá com os serviços de saúde e com a população brasileira, 
considerando a alta incidência e prevalência de câncer. 
É necessário debater, adaptar, ampliar e validar a formação profissional por 
competências em especialidades críticas e complexas. Os enfermeiros com educação avançada 
podem efetivamente promover grandes mudanças na realização dos cuidados em todo o 
continuum de atendimento. Assim sendo, é notória a importância de profissionais qualificados, 
como os enfermeiros de prática avançada em oncologia, com competências específicas para 
atuar com esse perfil de paciente com necessidades tão complexas de cuidado. 
Schneider, Kempfer e Backes (2021), através de uma revisão sistemática, buscaram 
evidências sobre a formação de enfermeiros de prática avançada em oncologia para o melhor 
cuidado, demonstrando entre os principais resultados: melhores desfechos clínicos relacionados 
ao controle e manejo de sintomas; melhora na qualidade de vida e sobrevida dos pacientes com 
câncer; apoio em relação aos aspectos psicológicos, diminuindo as preocupações dos pacientes 
com a doença e/ou tratamento; garantia da satisfação do paciente; e, tomada de decisão 
compartilhada. Tal pesquisa demonstrou a importância deste profissional no campo da 
oncologia mediante uma formação clínica diferenciada e atuação avançada (SCHNEIDER; 
KEMPFER; BACKES, 2021). 
Destaca-se que o enfermeiro de prática avançada é aquele que adquiriu o alicerce de 
conhecimentos especializados, habilidades complexas de tomada de decisão e competências 
clínicas para uma prática expandida, cuja atuação é moldada conforme o contexto de cada país 
e de acordo com os diversificados campos de prática existentes (ICN, 2020). A formação inicial 
do enfermeiro de prática avançada ocorre a nível de mestrado (ICN, 2020), realizada por 
programas educacionais reconhecidos e cursos com objetivos e conteúdos voltados para a 
prática clínica (BRYANT-LUKOSIUS; MARTIN-MISENER, 2016). Este é o ponto de partida 
para discussões sobre estratégias para a consolidação da formação profissional, tendo em vista 
que esta é parte integrante para uma atuação eficaz e segura. Salienta-se ainda que, em alguns 
países, o enfermeiro de prática avançada possui uma formação que vai além do mestrado, para 
que assim, seja concebível a expansão do escopo de sua prática (ZUG et al., 2016). 
116 
 
 
Destarte, o presente estudo teve como pergunta norteadora: quais são os preceitos 
fundamentais de um modelo de formação profissional de enfermagem de prática avançada em 
oncologia para o Brasil? 
 
OBJETIVO 
 
Propor um modelo de formação profissional de enfermagem de prática avançada em 
oncologia no Brasil. 
 
MÉTODO 
 
Trata-se de uma pesquisa exploratória de natureza qualitativa realizada a partir da 
coleta e análise de dados em documentos específicos disponíveis para consulta pública, 
relacionados a instituições educacionais ou de saúde, conselhos, sociedades, associações e/ou 
organizações de enfermagem de prática avançada e a área de enfermagem oncológica. 
A busca documental ocorreu entre abril e julho de 2020 por meio de informações on-
line de domínio público, divulgado na íntegra, em qualquer idioma, sem limite temporal de ano 
de publicação. Buscou-se de forma manual por documentos e/ou informações relacionadas a 
EPA e seu processo de formação profissional, bem como pelas palavras-chaves: advanced 
practice nursing, clinical nurse specialist, nurse practitioner, oncology nursing, education e 
competences. Os dados foram coletados com o auxílio de um instrumento estruturado, 
contendo: nome da entidade; estado/país; definição/conceito sobre EPA; características da 
EPA; preparação educacional; e, competências. Os dados foram traduzidos e organizados em 
quadros (Word®). Posteriormente a coleta dos dados, as informações foram analisadas e 
compiladas, caracterizando-as conforme os modelos de formação existentes. 
Mediante estes dados, objetivou-se elaborar uma proposta de um programa de EPA 
em oncologia para o Brasil no formato de pós-graduação stricto sensu, considerando também 
as normativas da CAPES. Assim, destaca-se que este estudo está organizado em duas sessões: 
1) caracterização da EPA, com foco no processo de formação educacional; e, 2) proposição de 
um programa para a formação de EPA em oncologia mediante cursos de mestrado e doutorado 
profissional. 
 
 
 
117 
 
 
RESULTADOS 
 
CARACTERIZAÇÃO DA ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA 
 
Os termos usualmente utilizados para se referir ao enfermeiro de prática avançada são: 
nurse practitioner (NP) e clinical nurse specialist (CNS). As características destes profissionais 
são observadas no Quadro 1 (ICN, 2020). 
 
Quadro 1 – Características dos enfermeiros de prática avançada: CNS e NP. 
CNS NP 
Enfermeiro de prática avançada que realiza atendimento 
clínico especializado com base em avaliação diagnóstica 
estabelecido em cenários de prática clínica, por meio de uma 
abordagem sistêmica de cuidado e atuação colaborativa com 
os membros da equipe de saúde. 
Enfermeiro de prática avançada que possui um maior 
envolvimento no atendimento clínico, tendo um 
escopo expandido de prática que lhe dá autonomia 
para coordenar diagnósticos e prescrever tratamentos 
e/ou medicamentos. 
Mestrado como qualificação educacional mínima. Mestrado como qualificação educacional mínima. 
Papéis com níveis crescentes de competências, utilizando 
habilidades de pesquisa, educação, liderança e diagnóstico 
clínico. 
Papéis com níveis crescentes de competência 
utilizando habilidades de pesquisa, educação, 
liderança e diagnóstico clínico. 
Necessidade de manter competências clínicas através do 
desenvolvimento profissional contínuo. 
Necessidade de manter competências clínicas através 
do desenvolvimento profissional contínuo. 
Escopo de prática definido em uma especialidade. Escopo abrangente de prática específica para o NP 
com atividades que incluem prescrição, diagnóstico e 
gerenciamento de tratamento. 
Fornece atendimento direto e indireto, geralmente a 
pacientes com diagnóstico estabelecido.Fornece atendimento clínico direto a pacientes com 
condições não diagnosticadas, além de fornecer 
atendimento contínuo àqueles com diagnóstico já 
estabelecido. 
Trabalha dentro de um campo de prática especializado, com 
responsabilidades em um nível avançado. 
Trabalha genericamente em uma variedade de 
campos de prática e configurações, com 
responsabilidades em um nível avançado. 
Trabalha com populações definidas (por exemplo, oncologia, 
controle da dor, cardiologia). 
Trabalha com diversificadas populações. 
Trabalha de forma autônoma e colaborativa com a equipe de 
enfermagem ou outros profissionais de saúde e organizações. 
Trabalha de forma autônoma e em colaboração com 
outros profissionais de saúde. 
Responsabilidade clínica compartilhada com outros 
profissionais de saúde. 
Assume total responsabilidade clínica e 
gerenciamento da sua população de pacientes. 
Trabalha como consultor para enfermeiros e outros 
profissionais de saúde na gestão de problemas complexos no 
atendimento ao paciente. 
Realiza avaliações e investigações avançadas de 
saúde a fim de fazer diagnósticos diferenciais. 
Fornece atendimento clínico relacionado a um diagnóstico 
diferenciado. 
Avalia e inicia um plano de gerenciamento de 
tratamento após uma investigação avançada de saúde 
com base na condução de diagnósticos diferenciais. 
Influencia a prática clínica e de enfermagem especializada 
por meio de liderança, educação e pesquisa. 
Engaja-se em liderança clínica, educação e pesquisa. 
Fornece cuidados baseados em evidências e apoia 
enfermeiros e outros profissionais de saúde a fornecerem 
cuidados com base em evidências. 
Fornece cuidados baseados em evidências. 
Avalia os resultados dos pacientes para identificar e 
influenciar as melhorias clínicas do sistema. 
Frequentemente tem autoridade para encaminhar e 
admitir pacientes nas instituições de saúde. 
Pode ou não ter algum nível de autoridade de prescrição em 
uma especialidade. 
Geralmente tem autoridade para prescrever. 
Fonte: ICN (2020). 
 
118 
 
 
Assim, mediante estes conceitos e atributos relacionados à atuação profissional, 
acredita-se que para o contexto da enfermagem brasileira a concepção e a implantação da EPA 
poderão ocorrer mais naturalmente nos moldes do CNS. No que concerne o processo de 
formação educacional nos países que já têm instituída a EPA, nota-se as seguintes 
características (CNA, 2008; RCN 2012; ICN, 2014; 2020; NMBI 2017, NONPF 2017): 
 EUA: bacharelado em enfermagem em quatro anos e aproximadamente dois anos de 
pós-graduação para obtenção do título de mestre como enfermeiro de prática avançada. 
Número de 500 horas exigidas mediante práticas avançadas supervisionadas de 
atendimento direto ao paciente; 
 Canadá: preparação educacional mínima de pós-graduação stricto sensu em 
enfermagem somada a experiência clínica para o desenvolvimento das competências 
necessárias. Para o CNS, a preparação educacional mínima é um mestrado ou 
doutorado em enfermagem com especialização em uma determinada área clínica da 
enfermagem; 
 Reino Unido: licenciatura em enfermagem ou área equivalente e pós-graduação para 
obtenção do título de mestre ou doutor em enfermagem. Além disto, deverá ter 
experiência clínica de no mínimo três anos, em tempo integral, na especialidade de sua 
escolha. Para se tornar um enfermeiro prescritor é necessário realizar cursos 
específicos, treinamentos e avaliações de desempenho. Número de 500 horas exigidas 
mediante práticas avançadas supervisionadas (diretas e indiretas); 
 China: preparação educacional mínima de pós-graduação stricto sensu para o título de 
mestre ou doutor em enfermagem; 
 Irlanda: preparação educacional mínima de pós-graduação stricto sensu para o título 
de mestre ou doutor em enfermagem. O programa deve ser em uma área que reflita o 
campo de prática especializada, relacionando as competências descritas para a 
profissão. Além disto, deverá ter experiência clínica de no mínimo sete anos, sendo 
cinco destes relacionados a especialidade escolhida. Número de ao mínimo 500 horas 
é exigido mediante práticas avançadas supervisionadas (enfermeiros ou outros 
profissionais de saúde), pertencentes a área; 
 Nova Zelândia: preparação educacional mínima de pós-graduação stricto sensu para o 
título de mestre em enfermagem. Número de 300 horas é exigido; 
 Alemanha: preparação educacional mínima de pós-graduação stricto sensu para o 
título de mestre em enfermagem. 
 
119 
 
 
Observa-se que a formação em EPA possui configurações distintas entre os países, 
com programas de mestrado e/ou doutorado com atividades teórico-práticas que 
instrumentalizam o profissional para as diferentes áreas de atuação por meio do 
desenvolvimento de cerca de 300 a 500 horas clínicas. Já com relação à formação educacional 
do enfermeiro de prática avançada em oncologia, estão resumidas e apresentadas no Quadro 2 
algumas das características de cursos de mestrado e doutorado existentes nos EUA: 
 
Quadro 2 – Características de cursos de EPA em oncologia existentes nos EUA. 
Instituição de ensino Título Estruturação do curso / currículo 
Duke University School of Nursing 
 
(Durham, Carolina do Norte) 
 
https://nursing.duke.edu/ 
Especialista em 
oncologia 
avançada 
(Oncology 
specialty). 
 
- Mestrado. 
- NP. 
Existem três cursos específicos (formação adicional 
em oncologia), integrados ao curso de NP 
generalista: 1) enfermagem de prática avançada: 
oncologia I; 2) enfermagem de prática avançada: 
oncologia II; e, 3) síntese da enfermagem de prática 
avançada em oncologia. 
Conteúdo didático: conceitos de prevenção do 
câncer, epidemiologia/fisiopatologia do câncer, 
tratamento de doenças, gerenciamento de sintomas, 
cuidados paliativos e sobrevivência. 
Créditos obrigatórios: 9. 
Número de horas: 224 horas clínicas. 
Experiência clínica final sob a orientação de um 
clínico especialista em uma área da oncologia. 
Currículo baseado no escopo e padrões de prática 
avançada da Oncology Nursing Society (ONS). 
Instituição de saúde vinculada: Duke University 
Comprehensive Cancer Center. 
University of Pennsylvania School 
of Nursing 
 
(Filadélfia, Pensilvânia) 
 
https://www.nursing.upenn.edu/ 
Especialista em 
oncologia adulta 
(Adult oncology 
specialty 
certificate). 
 
- Mestrado. 
- CNS. 
Cursos obrigatórias específicos: 1) prática avançada 
de enfermagem para cuidados de oncologia 
(teórico); 2) efeitos e terapia do câncer (teórico); e, 
3) enfermagem em oncologia: avaliação, 
diagnóstico e gestão do câncer (teórico-prático, 
horas clínicas). 
Número de horas: 250 horas clínicas. 
Currículo baseado nas competências do CNS, 
conforme recomendado pela Oncology Nursing 
Society (ONS). 
Instituição de saúde vinculada: Abramson Cancer 
Center. 
Columbia University School of 
Nursing 
 
(Nova York) 
 
https://www.cuimc.columbia.edu/ 
Nurse 
practitioner em 
oncologia 
(Oncology nurse 
practitioner). 
 
- Doutorado. 
- NP pediátrico ou 
adulto. 
Oncologia como uma subespecialidade, sendo o 
curso oferecido de forma complementar a outras 
áreas. 
NP são preparados para gerenciar as necessidades de 
cuidado físico e psicossocial das pessoas com câncer 
e de suas famílias ao longo da trajetória da doença. 
Currículo NP em oncologia pediátrica: 8 créditos 
(princípios e prática de oncologia I, gestão de 
sintomas no câncer, prática para o gerenciamento de 
sintomas do câncer e câncer na infância). 
Currículo NP em oncologia adulta: 8 créditos 
(princípios e prática de oncologia I, princípios e 
prática de oncologia II, gestão de sintomas no 
câncer, prática para o gerenciamento de sintomas do 
câncer). 
Fonte: a autora. 
https://www.nursing.upenn.edu/
https://www.nursing.upenn.edu/
120 
 
 
 
Desde 2005 a Oncology Nursing Society (Sociedade de Enfermagem Oncológica), em 
conjunto com outras organizações relacionadasà prática avançada, discute e revisa as 
competências centrais dos enfermeiros de prática avançada em oncologia. As competências dos 
CNS e NP oncológicos são distintas em sua maioria devido às diferenças em suas funções e 
atuação profissional (ONS, 2008). Há documentos com recomendações de 110 competências 
para o CNS (ONS, 2008) e 121 competências para o NP (ONS, 2019). Destaca-se que as 
instituições de ensino utilizam estes documentos para a elaboração de programas e/ou cursos 
de EPA em oncologia. É por meio das competências e elementos centrais comuns à prática 
avançada que se fornece a base para a elaboração dos currículos que necessitam também estar 
alinhados com a prática clínica deste profissional. 
Um caminho emergente para a formação profissional do enfermeiro de prática 
avançada está para além do mestrado, ou seja, em nível de doutorado, acreditando-se ser o 
futuro para a profissão. Alguns dos fatores que impulsionam essa mudança na educação incluem 
a rápida expansão do conhecimento subjacente à prática, a crescente complexidade do 
atendimento ao paciente, preocupações sobre a qualidade do atendimento e a segurança do 
paciente e escassez de recursos humanos de enfermagem que exigem um maior nível de 
preparação (AACN, 2020; NEVIDJON et al., 2010). 
Mediante o exposto, é apresentada a seguir a proposta do programa de EPA em 
oncologia para o Brasil – mestrado e doutorado profissional, pautada no modelo americano de 
formação e atuação em prática avançada, denominado clinical nurse specialists (enfermeiro 
clínico especialista), em consonância com as suas competências centrais. 
 
PROPOSTA DE UM PROGRAMA PARA A FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE 
ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA 
 
Os debates sobre os sistemas de saúde, ampliação do acesso à saúde, recursos humanos 
e qualidade da assistência à saúde incitam reflexões sobre as estratégias de inovação e 
reconfiguração da saúde, com o objetivo de proporcionar modelos mais eficazes e sustentáveis 
de cuidados, sendo a implantação da EPA um dos quesitos fundamentais para tal resolutividade. 
Para viabilizar o papel do enfermeiro de prática avançada nos sistemas de saúde é necessário 
analisar e estruturar a formação profissional. Na oncologia, esta formação trará novas 
perspectivas de cuidados (diretos ou indiretos), nos diferentes cenários de atuação profissional. 
Todavia, não impactará somente a operacionalização e o fazer cotidiano, mas também as 
121 
 
 
estruturas envolvidas no processo como o ensino, a pesquisa, a gestão, as políticas institucionais 
e/ou públicas, conduzindo para novos olhares e dinâmicas de atuação, para a melhoria da saúde 
da população brasileira. 
O Brasil apresenta uma posição de destaque entre os países da América Latina e do 
Caribe por ter maiores condições de estabelecer programas de pós-graduação (stricto sensu) em 
enfermagem de prática avançada (COSTA-MENDES, 2016), conforme observado no Quadro 
3. 
 
Quadro 3 – Quantitativo de programas e cursos de pós-graduação stricto sensu em enfermagem no Brasil. 
Pós-graduação stricto sensu em enfermagem 
Quantitativo 
de programas 
e cursos 
Mestrado 
acadêmico 
Doutorado 
acadêmico 
Mestrado 
profissional 
Doutorado 
profissional 
Mestrado 
acadêmico 
Doutorado 
acadêmico 
Mestrado 
profissional 
Doutorado 
profissional 
79 
Programas 
16 2 22 0 37 2 
118 
Cursos 
53 39 24 2 -- -- 
Fonte: CAPES (2021a). 
 
A escolha para o desenvolvimento do programa de EPA em oncologia justifica-se pela 
alta incidência e prevalência de câncer. A estimativa mundial aponta que, em 2020, ocorreram 
19,3 milhões de casos novos de câncer e cerca de 10 milhões de óbitos no mundo (SUNG, 
2021). No Brasil, estima-se no biênio 2020-2022 a ocorrência de 625 mil novos casos de câncer, 
para cada ano. Estas estimativas refletem o perfil de um país que possui os cânceres de próstata, 
pulmão, mama feminina e cólon e reto entre os mais incidentes, embora ainda apresente altas 
taxas para os cânceres do colo do útero, estômago e esôfago (INCA, 2019). De acordo com 
estes dados, é perceptível a importância de profissionais qualificados, como os enfermeiros de 
prática avançada, com competências específicas para atuar com esse perfil de paciente com 
necessidades tão complexas de cuidado. 
A elaboração do programa considera as 125 competências centrais do enfermeiro 
clínico especialista em oncologia (ECEO), validadas a partir do desenvolvimento da técnica 
Delphi, conforme os seis domínios (Figura 1): 
 
 
 
 
 
122 
 
 
Figura 1 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO) – 
Consenso Delphi. 
 
 
Fonte: a autora. 
 
Objetivos da formação 
 
 Formar enfermeiros de prática avançada em oncologia com competências centrais que 
conduzam cuidados pautados nos princípios éticos e humanísticos, conhecimentos 
técnico-científicos avançados, práticas baseadas nas melhores evidências, liderança 
clínica, autonomia profissional e atuação de forma colaborativa e transdisciplinar para 
a excelência no atendimento ao paciente com câncer e sua família; 
 Desenvolver conhecimentos, habilidades e atitudes em todas as dimensões da 
oncologia, tais como: promoção da saúde e prevenção do câncer, avaliação do estado 
de saúde/doença, diagnóstico e plano de cuidados, reabilitação e cuidados paliativos, 
considerando os aspectos biopsicosocioespiritoculturais envolvidos no atendimento; 
 Desenvolver habilidades de reflexão crítica, julgamento clínico especializado e 
tomada de decisão que envolvam o cuidado em oncologia; 
Gestão do 
cuidado
Ética e 
compromisso 
profissional
Liderança
Colaboração 
interprofissional
Prática baseada 
em evidências
Educação em 
saúde e pesquisa
D1 – Gestão do cuidado: 43 competências. Este domínio está subdividido em: promoção da saúde e prevenção 
do câncer (3 competências); avaliação do estado de saúde/doença (18 competências); diagnóstico e plano de 
cuidados (21 competências); e, avaliação do plano de cuidados (8 competências). 
D2 – Ética e compromisso profissional: 14 competências. 
D3 – Liderança: 26 competências. 
D4 – Colaboração interprofissional: 11 competências. 
D5 – Prática baseada em evidências: 18 competências. 
D6 – Educação em saúde e pesquisa: 6 competências. 
 
123 
 
 
 Gerar conhecimentos por meio de pesquisas e inovações contínuas, atualização e 
debates sobre a oncologia e a EPA, uso de tecnologias e envolvimento com políticas e 
regulamentos relacionados à oncologia. 
 
As propostas das matrizes curriculares dos cursos de mestrado e doutorado profissional 
de EPA em oncologia podem ser observadas nos Quadros 4 e 5, mediante quatro módulos/eixos 
(autonomia profissional; liderança; prática baseada em evidências; e, pesquisa avançada em 
enfermagem e oncologia) e seus respectivos cursos (teóricos e teórico-práticas), que integram 
a prática clínica: 
 
Quadro 4 – Proposta de matriz curricular do curso de mestrado profissional de EPA em oncologia. 
Módulos / Eixos Cursos Créditos 
Autonomia 
Pensamento crítico e julgamento clínico avançado 
Gestão do cuidado avançado – seminário de estudos de casos 
clínicos 
4 
Liderança 
Liderança clínica 
Colaboração interprofissional 
Cuidado centrado no paciente oncológico* 
4 
Prática baseada em evidências 
Promoção da saúde e prevenção do câncer, avaliação do 
estado de saúde/doença, diagnóstico e plano de cuidados 
Tecnologias emergentes para a prática avançada em 
oncologia 
Custo-efetividade em oncologia* 
Prática clínica supervisionada (mentoria) 
8 
Pesquisa em prática avançada 
em enfermagem e oncologia 
Pesquisas clínicas e de enfermagem em oncologia 
Elaboração de artigos científicos 
Seminário de tese/desenvolvimento de um produto ou 
processo 
Participação em eventos científicos 
8 
* 2 cursos optativos (3 créditos). 
Tempo previsto: 24 meses 
27 créditos (máximo) – 405 horas24 créditos (mínimo) – 360 horas 
Fonte: a autora. 
 
Um dos diferenciais planejados para este programa é a possibilidade de 
internacionalização a partir da cooperação institucional, ou seja, uma oportunidade de 
experienciar o estágio doutoral em um outro país, para o acompanhamento das atividades de 
um enfermeiro de prática avançada em instituições de referência em oncologia. Há ainda a 
possibilidade de realizar atividades de prática clínica em instituições de saúde nacionais de 
oncologia e/ou ensino e pesquisa, conforme parcerias instituídas. 
Observa-se que a área de concentração e linhas de pesquisa serão definidas 
posteriormente, conforme a instituição a qual o programa estará vinculado. 
 
124 
 
 
Quadro 5 – Proposta de matriz curricular do curso de doutorado profissional de EPA em oncologia. 
Módulos / Eixos Cursos Créditos 
Autonomia 
Autonomia e responsabilidade profissional e legal 
Pensamento crítico, julgamento clínico avançado e tomada de 
decisão 
Interdisciplinaridade/Transdisciplinaridade em oncologia 
Gestão do cuidado avançado – seminário de estudos de casos 
clínicos 
Prática clínica supervisionada (mentoria) 
8 
Liderança 
Liderança profissional 
Colaboração interprofissional 
Cuidado centrado no paciente oncológico 
Inteligência emocional 
Empatia* 
Prática clínica supervisionada (mentoria) 
10 
Prática baseada em 
evidências 
Promoção da saúde e prevenção do câncer, avaliação do estado de 
saúde/doença, diagnóstico e plano de cuidados 
Tecnologia e inovação em saúde, enfermagem e oncologia 
Cuidados paliativos em oncologia 
Survivorship em oncologia* 
Práticas integrativas e complementares em oncologia* 
Genética/genômica em oncologia* 
Custo-efetividade em oncologia 
Prática clínica supervisionada (mentoria) 
14 
Pesquisa em prática 
avançada em enfermagem 
e oncologia 
Pesquisas clínicas e de enfermagem em oncologia 
Elaboração de artigos científicos 
Seminário de tese/desenvolvimento de um produto ou processo 
Participação em eventos científicos 
12 
* 4 cursos optativos (8 créditos). 
Tempo previsto: 36 meses 
44 créditos (máximo) – 660 horas 
36 créditos (mínimo) – 540 horas 
Fonte: a autora. 
 
Trabalho de conclusão do curso (Dissertação e Tese) 
 
Deverá ser desenvolvido conforme recomendações da CAPES, atendendo às 
demandas da sociedade, alinhadas com o objetivo do programa, utilizando-se o método 
científico e o estado da arte do conhecimento, seguindo-se os princípios da ética (CAPES, 
2019). Sugere-se o desenvolvimento de estudos clínicos, projetos de intervenção, construção e 
validação de instrumentos para a prática clínica, elaboração e validação de protocolos 
assistenciais e/ou gerenciais, concepção de produtos e/ou novas tecnologias – relacionados à 
área da oncologia e que transformem a realidade dos atendimentos. 
 
Público-alvo 
 
 Mestrado profissional: a) Enfermeiros que concluíram o curso de residência 
uniprofissional ou multiprofissional na área da oncologia e/ou onco-hematologia 
125 
 
 
(5.760 horas); b) Enfermeiros que realizaram o curso de especialização em oncologia 
ou onco-hematologia (360 horas) e que possuem dois anos ou mais de experiência 
como enfermeiro no campo da oncologia. 
 Doutorado profissional: a) Enfermeiros que realizaram pós-graduação lato sensu em 
oncologia ou onco-hematologia e mestrado profissional (áreas relacionadas) e que 
possuem três anos ou mais de experiência como enfermeiro no campo da oncologia; 
b) Enfermeiros que concluíram o mestrado profissional na área de oncologia e que 
possuem três anos ou mais de experiência como enfermeiro no campo da oncologia. 
 
Processo seletivo 
 
Será realizado mediante prova de conhecimento sobre enfermagem oncológica a partir 
de referências bibliográficas previamente publicadas; análise de projeto de pesquisa; 
proficiência na língua inglesa; análise de currículo; e entrevista. 
 
Perfil do egresso 
 
Enfermeiros de prática avançada em oncologia com competências centrais para a 
atuação no cuidado ao paciente com câncer e sua família, o qual utiliza de práticas baseadas em 
evidências para o melhor cuidado e considera os aspectos biopsicosocioespiritoculturais 
envolvidos em todo o continuum do atendimento do câncer, em colaboração com a equipe de 
saúde. 
No Brasil, a formação do enfermeiro de prática avançada em oncologia ainda não está 
consolidada, apesar das discussões nacionais e interesses na implantação da EPA. De acordo 
com as normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação stricto sensu do Ministério 
da Educação (MEC), por meio da Resolução nº 7 de 11 de dezembro de 2017, salienta-se que 
os programas deverão promover “a capacitação profissional qualificada para práticas 
avançadas, inovadoras e transformadoras dos processos de trabalho, visando atender às 
demandas sociais, econômicas e organizacionais dos diversos setores da economia”. Assim 
sendo, a proposta do programa de EPA com foco na área de oncologia atende as necessidades 
da população brasileira, assim como, apresenta os critérios mínimos para formação deste 
profissional de prática avançada para o alcance das competências centrais desejadas, 
fornecendo também a proteção do título (ABMES, 2017). 
 
126 
 
 
DISCUSSÃO 
 
A profissão de enfermagem está em constante desenvolvimento e aperfeiçoamento 
para atender os desafios da saúde na esfera mundial, com condições de responder e gerenciar a 
saúde da população em diversos estágios da vida. Os enfermeiros são profissionais que utilizam 
uma abordagem integrada e holística, incluindo a promoção da saúde, prevenção de doenças, 
tratamentos, reabilitação e cuidados paliativos. Entretanto, para que os enfermeiros possam 
melhorar consideravelmente a saúde da população e expandir sua atuação por meio da prática 
avançada, é necessário que ocorram diversificadas mudanças para que os desafios sejam 
superados. O desenvolvimento de políticas que fortaleçam a formação nos níveis de pós-
graduação, a regulação, a educação permanente, a prática profissional e a remuneração são 
aspectos primordiais a serem discutidos neste cenário (CASSIANI; ZUG, 2014). 
Na América Latina, ainda não existe uma regulação e/ou uma formação certificada 
para que os enfermeiros possam atuar com práticas avançadas em qualquer campo de atuação. 
O México conta com uma regulação recente, que permite aos enfermeiros prescreverem 
medicamentos na ausência de um médico e em situações de emergência. O Caribe, a Jamaica e 
Porto Rico são os países que mais têm desenvolvido programas de formação e regulação, 
facilitando assim o desenvolvimento do trabalho. Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, 
Panamá e Peru possuem um alto grau de acesso à educação de pós-graduação em enfermagem 
e são países potenciais para oferecer a formação necessária em práticas avançadas (OPAS, 
2018b). 
A Resolução n° 7 de 11 de dezembro de 2017 do Conselho Nacional de Educação 
(CNE), que estabelece normas para o funcionamento de cursos de pós-graduação stricto sensu, 
apresenta nas suas disposições gerais os seguintes conceitos: os cursos de mestrado e doutorado 
são orientados ao desenvolvimento da produção intelectual comprometida com o avanço do 
conhecimento e de suas interfaces, com o bem econômico, a cultura, a inclusão social e o bem-
estar da sociedade; estes cursos se diferenciam pela duração, complexidade, aprofundamento e 
natureza do trabalho de conclusão (CAPES, 2021b). Já a Portaria n° 60 de 20 de março de 2019, 
que dispõe sobre o mestrado e doutorado profissional no âmbito da pós-graduação stricto sensu, 
descreve entre alguns dos objetivos dos cursos: capacitar profissionais qualificados para o 
exercício da prática profissional avançada e transformadora; promover a articulação integrada 
da formação profissional com entidades demandantes de naturezas diversas, visando melhorar 
a eficácia e a eficiência das organizações públicase privadas por meio da solução de problemas 
e geração e aplicação de processos de inovação apropriados; formar doutor com perfil 
127 
 
 
caracterizado pela autonomia, pela capacidade de geração e transferência de tecnologias e 
conhecimentos inovadores para soluções inéditas de problemas de alta complexidade em seu 
campo de atuação (CAPES, 2021b). 
Destaca-se que o Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE) aponta características 
quanto à natureza da EPA, tais como: 1) habilidade de integrar pesquisa (evidências baseadas 
na prática), educação e gestão clínica; 2) alto grau de autonomia profissional e de independência 
na prática; 3) experiência na gestão de grande quantidade de casos em nível avançado; 4) 
reconhecimento de competências clínicas avançadas; 5) habilidade em prestar serviços de 
consulta junto a outros profissionais da saúde; 6) habilidade de planejar, implementar e avaliar 
programas; 7) reconhecimento como primeiro contato dos usuários (profissional de referência); 
8) autoridade para prescrever medicamentos e tratamentos; 9) autoridade para encaminhar 
pacientes a outros profissionais e admitir pacientes em hospitais; 10) reconhecimento oficial do 
título de enfermeiro de prática avançada e legislação política ou mecanismos regulatórios 
específicos (OPAS, 2018b). 
Dos mais de 192.000 enfermeiros de prática avançada trabalhando nos EUA, apenas 
1%, ou seja, cerca de 1.900 enfermeiros são certificados em oncologia (AANP, 2015). Deste 
modo, aumentar o número de enfermeiros de prática avançada em oncologia deve ser uma meta 
contínua das instituições de saúde (WUJCIK, 2016). Ademais, salienta-se que as complexas 
necessidades de cuidados oncológicos à população e diversidade da prática, associadas às novas 
modalidades de tratamentos, inovações e tecnologias, criam amplas oportunidades de 
crescimento à EPA nos diversos ambientes de atendimento (CUNNINGHAM, 2004; LOPES-
JÚNIOR et al. 2016; ONS, 2019). 
No Brasil, em 2009, se estabeleceu um perfil profissional de CNS em oncologia 
pediátrica. O Serviço de Enfermagem do Instituto de Oncologia Pediátrica (IOP) do Grupo de 
Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC), da Universidade Federal de São 
Paulo (UNIFESP), em conjunto à área de Ensino e Desenvolvimento em Enfermagem (EDEnf), 
implantou uma nova metodologia de organização de trabalho incorporando nas atividades dos 
enfermeiros competências específicas de prática avançada, atendendo à realidade da instituição. 
O perfil definido para a função apresentou os seguintes pré-requisitos: ter formação acadêmica 
de nível superior em enfermagem e registro no Conselho Regional de Enfermagem (COREn); 
título de especialista lato sensu em Oncologia Pediátrica, Enfermagem Oncológica ou 
Enfermagem Pediátrica; ter ingressado ou estar se preparando para ingressar na pós-graduação 
stricto sensu em Enfermagem; ser associado à Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica 
(SOBOPE); ter experiência mínima de dois anos na área ambulatorial, além de atuação nas 
128 
 
 
unidades de internação; ser aprovado nos cursos de capacitação em quimioterapia 
antineoplásica e cateter venoso central totalmente implantável existentes na instituição; e, ter 
disponibilidade para trabalho em regime de 40 horas semanais e fluência em inglês. Com 
relação às competências necessárias para o desenvolvimento da prática avançada de 
enfermagem na instituição, utilizou-se como base quatro pilares essenciais: assistência 
qualificada, educação/ensino (paciente, família, profissionais), pesquisa e gestão (DIAS et al. 
2013). 
Atualmente, existem algumas instituições que possuem programas de pós-graduação 
stricto sensu em oncologia no Brasil, sendo estas: 1) Instituto Nacional do Câncer (INCA), com 
um programa profissional de “Saúde Coletiva e Controle do Câncer” e outro programa 
acadêmico de ‘Oncologia’; 2) Fundação Hospitalar A.C. Camargo Cancer Center, com 
programas acadêmico e profissional de “Oncologia”; 3) Universidade de São Paulo (USP), com 
um programa acadêmico de “Oncologia Clínica, Células-tronco e Terapia Celular”; 4) 
Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com um 
programa profissional de “Oncologia”; (5) Universidade Federal do Pará (UFPA), com 
programas acadêmico e profissional de “Oncologia e Clínica Médica”; 6) Hospital do Amor 
(Fundação Pio XII) e Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata (FACISB), 
com um programa acadêmico de “Oncologia” e outro programa profissional de “Inovação em 
Saúde”; 7) Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), com um programa acadêmico 
de “Oncologia” e outro programa profissional. Estes programas atuam nas diversas áreas da 
oncologia com linhas de pesquisa diversificadas, oferendo qualidade e excelência em produção 
científica e de produtos. 
Com a EPA tendo como recomendação um nível educacional de mestrado ou 
doutorado em prática clínica, as instituições de saúde, universidades, profissionais/enfermeiros, 
coordenadores e docentes de cursos de pós-graduação stricto sensu poderão liderar, discutir, 
desenhar, conduzir e validar o processo ideal para a ampliação do papel dos enfermeiros, 
propondo critérios mínimos para a sua formação profissional (OLDENBURGER et al., 2017; 
OPAS, 2018a). É importante ressaltar o papel das Instituições de Ensino Superior (IES) na 
formação de futuros enfermeiros com uma visão crítica e reflexiva, sendo essencial para a 
transformação da prática profissional nos diversos cenários da saúde. Para atingir esta meta, é 
imperativo uma redefinição nos processos de formação, proporcionando uma organização 
curricular e projetos pedagógicos propícios para a formação de profissionais qualificados para 
a realização de mudanças que visem fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS) (TONHOM; 
MORAES; PINHEIRO, 2016). 
129 
 
 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A formação em EPA possui configurações distintas entre os países de origem, com 
programas de mestrado e/ou doutorado, com atividades teóricas e teórico-práticas (horas 
clínicas), para a titulação do CNS e NP. Porém, aspectos referentes a liderança, colaboração 
interprofissional, julgamento clínico especializado, pensamento crítico, prática baseada em 
evidências, gestão do cuidado, ética e compromisso profissional, comunicação, 
educação/ensino, pesquisa e autonomia profissional fazem parte da natureza desta formação. 
O desenvolvimento de um programa de EPA para a especialidade da oncologia atende 
as necessidades da população, assim como, evidencia critérios mínimos para formação deste 
profissional de prática avançada para o alcance das competências centrais almejadas na prática 
clínica. Salienta-se que as matrizes curriculares dos cursos de mestrado e doutorado profissional 
em EPA em oncologia poderão ser utilizadas como base por instituições de ensino, associações, 
organizações e instituições de saúde, uniformizando e instrumentalizando assim o modelo de 
formação profissional do ECEO no Brasil. 
 
REFERÊNCIAS 
 
AACN. American Association of College of Nursing. DNP fact sheet. 2020. Disponível em: 
https://www.aacnnursing.org/News-Information/Fact-Sheets/DNP-Fact-Sheet. Acesso em: 02 
set. 2021. 2009 
 
AANP. American Association of Nurse Practioners. NP fact sheet. 2021. Disponível em: 
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133 
 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O presente estudo teve como propósito compreender como se constitui a formação do 
enfermeiro de prática avançada em oncologia por meio de evidências sobre como esta formação 
profissional impacta nos cuidados de pacientes com câncer, assim como mediante o 
mapeamento e validação das competências centrais e o desenvolvimento de uma proposta 
educacional. Buscou-se elucidar o processo formativo em âmbito internacional, a fim de 
desenhar uma proposta para o contexto da enfermagem oncológica brasileira. 
A pesquisa de métodos mistos foi utilizada para atender aos objetivos do estudo com 
técnicas e coletas de dados diferenciados que se completaram entre si. A realização da revisão 
sistemática, que possui um nível de evidência científica 1A, foi um grande desafio, tendo em 
vista a definição do tema (formação do enfermeiro de prática avançada para a atuação clínica e 
os cuidados de enfermagem) e todas as etapas que envolvem o seu desenvolvimento, 
proporcionando diversos momentos de construção, desconstrução, reflexão e conhecimento. 
Observa-se que tal revisão apontou o valor da EPA no campo da oncologia mediante uma 
formação clínica diferenciada e atuação profissional avançada. 
A utilização da técnica Delphi também se tornou um desafio no que concerne à 
identificação, participação e a manutenção dos membros especialistas, assim como na análise e 
elaboração dos dados a cada rodada para a apresentação. Durante o desenvolvimento desta etapa 
da pesquisa foi gratificante receber o retorno de alguns dos membros participantes, os quais 
parabenizaram não somente pela escolha do tema EPA com foco na oncologia, mas também 
sobre o conteúdo apresentado a cada rodada, enfatizando a satisfação em participar da 
construção de um consenso sobre as competências do enfermeiro clínico especialista em 
oncologia. Obter este retorno por parte dos membros especialistas ressalta a intenção da 
pesquisa de contribuir com a formação profissional, com a profissão de enfermagem na 
oncologia, promovendo reflexões, movimentação, inovação e transformações. 
Salienta-se que as competências validadas nesta pesquisa ilustram a natureza da 
formação do ECEO e refletem o papel deste profissional no cuidado de pacientes com 
diagnóstico de câncer prévio, atual ou potencial, da prevenção ao fim da vida – em conjunto 
com a equipe interdisciplinar de saúde. Tal consenso, junto às matrizes curriculares dos cursos 
de mestrado e doutorado profissional, colaboram com as demais pesquisas brasileiras sobre o 
tema EPA, sobretudo no contexto da oncologia, e poderão ser utilizados como base por 
instituições de ensino, associações, organizações e instituições de saúde, delineando e 
uniformizando assim, o modelo de formação profissional do ECEO no Brasil. 
134 
 
 
Há estudos que evidenciam a importância da preparação educacional em nível de pós-
graduação stricto sensu (mestrado e/ou doutorado), com conteúdos e experiências voltadas para 
a prática clínica, cujas competências irão conduzir para a atuação profissional avançada. 
Aspectos referentes a liderança, colaboração interprofissional, julgamento clínico 
especializado, pensamento crítico, prática baseada em evidências, gestão do cuidado, ética e 
compromisso profissional, comunicação, educação/ensino, pesquisa e autonomia profissional 
fazem parte da essência da EPA. 
Destaca-se que é possível afirmar que o estudo comprova a tese apresentada de que “o 
enfermeiro de prática avançada em oncologia necessita de uma formação educacional em nível 
de mestrado e/ou doutorado, que permitirá uma base de conhecimento especializado e 
aprofundado na área, assim como, assegurará o desenvolvimento de competências essenciais 
para a prática expandida e baseada em evidências, a fim de prestar um cuidado de excelência 
aos pacientes com câncer e suas famílias”. Assim, acredita-se que os resultados aqui 
apresentados contribuirão para o caminho a ser seguido nesta formação profissional. 
Como limitações do estudo no que se refere à realização da técnica Delphi, nota-se a 
possibilidade de viés de respostas dos membros especialistas brasileiros devido à falta de 
clareza sobre a EPA – conceitos, características, papel, formação e atuação deste profissional. 
No Brasil, as discussões sobre o tema são recentes, apesar de emergentes, e as pesquisas estão 
em sua maioria concentradas na APS. Outra limitação significativa relaciona-se à pandemia em 
seu contexto mundial, que impossibilitou a realização de um estágio doutoral no exterior. Assim 
sendo, perdeu-se a oportunidade de vivenciar e experienciar momentos que fazem parte do 
processo de desenvolvimento, de aprendizagem, de integração com outros pesquisadores e 
instituições de ensino/pesquisa, inerentes ao doutoramento. 
Espera-se que os resultados desta pesquisa contribuam para a elaboração de novos 
modelos de formação e, consequentemente, de atuação profissional, voltados para a prática 
avançada em oncologia, assegurando assim cuidados de excelência aos pacientes com câncer. 
O desenvolvimento de um programa de EPA para a especialidade da oncologia atende as 
necessidades da população brasileira, assim como oferece critérios para formação deste 
profissional para o alcance das competências centrais necessárias para a prática clínica. 
Entretanto, é recomendado o desenvolvimento de novos estudos sobre o tema, a fim de explorar 
aspectos que se mostraram presentes e tem relevância na formação profissional do enfermeiro 
de prática avançada em oncologia. 
Nota-se que com o desenvolvimento desta pesquisa, outras questões e reflexões 
surgiram sobre a EPA e sua implantação, formação e atuação profissional no Brasil, tais como: 
135 
 
 
como conseguiremos transpor as barreiras para ter sucesso na sua implantação? Como 
poderemos contribuir para a melhor clareza sobre o seu papel? Como estabelecer marcos 
normativos no processo de formação e atuação profissional que garantam a segurança dos 
enfermeiros de prática avançada e dos pacientes? Como fornecer e garantir a proteção de título? 
As políticas e diretrizes da CAPES, que atendem a todos os programas profissionais, 
corroboram com este modelo de formação de EPA? Os atuais moldes dos programas de pós-
graduação stricto sensu atendem às necessidades da sociedade? Estes programas existentes 
desenvolvem as competências necessárias para a prática avançada, mediante a atual estrutura 
curricular de formação? É necessário delimitar de forma mais clara e precisa os campos de 
atuação entre os enfermeiros com formação acadêmica e profissional? No que concerne à 
preparação educacional, os critérios estabelecidos para a formação de enfermeiros de prática 
avançada, recomendados pela OPAS e OMS, atendem a realidade brasileira? As práticasavançadas já são uma realidade em nosso país ou estamos atuando somente mediante 
protocolos, com pouca ou nenhuma autonomia profissional e/ou apoio legal? 
Por fim, são inúmeras questões ainda a serem investigadas e respondidas, destacando 
a necessidade de amplos debates e reflexões entre os profissionais de enfermagem e equipe de 
saúde, assim como instituições envolvidas para a construção de um caminho claro e organizado 
de implantação da EPA no Brasil, percorrendo desde a sua formação profissional até expansão 
do escopo de sua prática. 
 
136 
 
 
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144APÊNDICES 
 
145 
 
 
APÊNDICE A – Instrumento documental 
FICHÁRIO – COLETA DOCUMENTAL 
 
Leitura, tradução e análise dos dados: 
 
Entidade: 
 
Cidade / Estado / País: 
 
Definições gerais: 
 
Conceitos e termos relacionados a APN: 
 
 
Preparação educacional: 
 
 
Educação e competência: 
 
 
Escopo da prática: 
 
Proteção de título: 
 
CNS: 
 
NP: 
 
Referências: 
 
 
146 
 
 
APÊNDICE B – Instrumento Primeira Rodada Técnica Delphi: EXPERTS 
 
Competências Centrais do Enfermeiro de Prática Avançada em Oncologia – Enfermeiro Clínico Especialista em Oncologia (ECEO) 
 
Tempo estimado para responder: 60 min. 
 
 
Prezado(a) participante, 
 
Com o intuito de desenvolver e/ou adaptar um modelo de formação para enfermeiros de prática avançada em oncologia no Brasil, o qual é 
incipiente, assim como mapear as competências centrais para a atuação deste profissional, optou-se nesta pesquisa pelo modelo de formação 
americano e classificação de clinical nurse specialists (enfermeiro clínico especialista). Sendo assim, para a elaboração deste instrumento (primeira 
rodada) com as competências centrais do enfermeiro de prática avançada em oncologia – enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO), 
utilizou-se as referências: Declaração para Educação e Prática do Enfermeiro Clínico Especialista (National Association of Clinical Nurse 
Specialists, 2019)(1), Os Fundamentos da Educação de Doutorado para Prática Avançada de Enfermagem (American Association of College of 
Nursing, 2006)(2), Competências do Enfermeiro Clínico Especialista em Oncologia (Oncology Nursing Society, 2008)(3) e Enfermeira de Prática 
Avançada Registrada: Competências em Nível de Doutorado (American Association of College of Nursing, 2017)(4). 
Destaca-se que a formação do ECEO para a prática avançada requer o desenvolvimento de competências específicas, para atuar com os 
pacientes com câncer e sua família durante todo o continuum de atendimento, incluindo prevenção, rastreamento, detecção precoce, diagnóstico, 
tratamento, reabilitação, sobrevivência (survivorship) e cuidados paliativos, ou seja, da atenção primária até o fim da vida, em conjunto com a 
equipe interdisciplinar de saúde. 
147 
 
 
As competências centrais do ECEO devem incluir liderança, experiência clínica, gestão do cuidado, prática baseada em evidências, 
educação em saúde, pesquisa e inovação contínua, tomada de decisão assertiva e ética, colaboração interprofissional, envolvimento com políticas 
e regulamentos relacionados à oncologia e uso de tecnologias. 
Desta forma, o modelo inicialmente proposto nesta primeira rodada com as competências centrais do ECEO possui 6 domínios, com 112 
competências: 
 
Figura 1 – Domínios e competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO), Florianópolis, SC, Brasil, 2020. 
 
 
Gestão do 
cuidado
Gestão do 
cuidado
Ética e 
compromisso 
profissional
Ética e 
compromisso 
profissional
LiderançaLiderança
Colaboração 
interprofissio
nal
Colaboração 
interprofissio
nal
Prática 
baseada em 
evidências
Prática 
baseada em 
evidências
Educação 
em saúde e 
pesquisa
Educação 
em saúde e 
pesquisa
o Gestão do cuidado: 43 competências. 
Este domínio está subdividido em: promoção da saúde e 
prevenção do câncer (2 competências); avaliação do 
estado de saúde/doença (16 competências); diagnóstico 
e plano de cuidados (18 competências); e avaliação do 
plano de cuidados (7 competências). 
o Ética e compromisso profissional: 13 competências. 
o Liderança: 24 competências. 
o Colaboração interprofissional: 10 competências. 
o Prática baseada em evidências: 17 competências. 
o Educação em saúde e pesquisa: 5 competências. 
 
 
E
CEO 
148 
 
 
Competência: é a capacidade do indivíduo articular e mobilizar três 
dimensões interdependentes: conhecimentos, habilidades e atitudes, para 
intervir em um determinado contexto e alcançar os resultados desejados. O 
conhecimento corresponde ao acesso aos dados e informações, a capacidade 
de assimilá-los em informações aceitáveis e integrá-los aos esquemas pré-
existentes que evoluem ao longo do caminho e tornam possível compreender 
o mundo. A habilidade relaciona-se com a capacidade de agir de forma 
concreta de acordo com os objetivos e processos pré-definidos. O 
desenvolvimento da habilidade também ocorrerá de modo paralelo ao 
conhecimento. A atitude relaciona-se ao comportamento e determinação, 
sendo estes elementos essenciais de um indivíduo ou organização para 
atingir algo(5). 
 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
Eu, Franciane Schneider, venho pelo presente, convidá-lo(a) a participar da pesquisa para o desenvolvimento da tese de doutorado no 
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina, intitulada “Enfermagem de Prática Avançada em 
Oncologia: Proposta de Formação Profissional”, sob orientação da Professora Drª. Silvana Silveira Kempfer. 
A pesquisa tem por objetivos: compreender o processo de formação do enfermeiro de prática avançada em oncologia (EPAO) para o melhor 
cuidado, especialmente nos países de origem; mapear as competências destes EPAO; validar as competências centrais do enfermeiro clínico 
especialista em oncologia (adulta), de acordo com o contexto brasileiro; propor um modelo de formação profissional de enfermagem de prática 
avançada em oncologia para o Brasil. Trata-se de uma pesquisa exploratório-descritiva, de natureza mista. Para atender aos objetivos propostos, 
ela ocorrerá mediante as seguintes etapas: coleta de dados documental e Técnica Delphi. 
Habilidade 
- Saber como fazer 
Conhecimento 
- Saber o que fazer 
e porquê 
Atitude 
- Querer fazer 
Competência 
149 
 
 
Caso aceite participar da pesquisa, sua contribuição será na Técnica Delphi, que tem a finalidade de obter um nível de consenso entre os 
participantes/experts sobre o tema proposto. A utilização da Técnica Delphi possibilita reunir dados de profissionais experts por meio de um 
ambiente virtual, garantindo um espaço de expressão de opiniões e posicionamentos a partir dos dados gerados. A Técnica Delphi (clássica) 
recomenda a realização de até quatro rodadas entre os experts, para que haja o nível de consenso, utilizando-se de análise estatística para a avaliação 
de concordância. 
Sua participação é voluntária e consistirá em responder ao instrumento de coleta de dados, por meio do aplicativo Google Forms®. Neste 
momento, estamos na 1ª rodada da Técnica Delphi, o qual será apresentada para sua apreciação as competências centrais do EPAO mapeadas em 
literaturas internacionais. Para cada competência apresentada, solicitamos que você revise e avalie com relação a relevância, especificidade e 
abrangência. Assim, utilizaremos uma escala de 'Concordância' de três pontos, considerando como respostas: “Concordo”, “Não estou decidido” e 
“Discordo”. 
Espera-se com esta pesquisa contribuir com a profissão de enfermagem, especialmente na área de oncologia, com o conceito de EPAO, 
direcionar as instituições de ensino e órgãos reguladores sobre quais são as competências centrais e as diretrizes necessárias para a formação da 
EPAO, para garantir uma prática clínica segura e de qualidade aos pacientes com câncer e uma implantação bem sucedida no Brasil. 
Asseguramos o compromisso e a responsabilidade no desenvolvimento da pesquisa, quanto ao respeito aos princípios éticos de não 
maleficência, justiça e equidade, participação livre, esclarecida e voluntária, sigilo e anonimato das informações; e relevância social da pesquisa. 
Certificamos que os dados serão usados exclusivamente para fins de pesquisa, sendo divulgados em publicações científicas, garantindo seu 
anonimato e a confidencialidade de suas informações. Atendendo às exigências da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, 
informamos que a sua participaçãonão é obrigatória e a qualquer momento você poderá desistir de participar da pesquisa, sem prejuízos, retirando 
o consentimento sem qualquer justificativa, bastando para isso, entrar em contato com as pesquisadoras, conforme contatos disponibilizados. 
Destaca-se ainda que não haverá benefícios diretos aos participantes, sendo assim, a sua participação é voluntária e você não receberá 
nenhuma remuneração ou gratificação ao participar da pesquisa. Pode-se classificar como risco, ao participar da pesquisa, cansaço ou algum 
150 
 
 
desconforto, principalmente relacionado ao tempo gasto para responder ao questionário ou até mesmo no andamento das discussões para o alcance 
do consenso. 
Para esclarecer eventuais dúvidas ou informações sobre o estudo, as pesquisadoras poderão ser contatadas mediante e-mail ou telefone: 
Silvana Silveira Kempfer – silvana.kempfer@ufsc.br ou (48)998574925; Franciane Schneider – franciane.s85@gmail.com ou (47)99916-6131.Em 
caso de dúvidas, você também poderá procurar o Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos – CEPSH da Universidade Federal de Santa 
Catarina, pelo telefone (48)3721-6094 ou e-mail cep.propesq@contato.ufsc.br. 
 
Projeto submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos (CEPSH-UFSC). 
Parecer número: 3.445.887. 
CAAE: 15517119.1.0000.0121. 
 
Declaro que li o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e concordo participar da pesquisa. 
( ) Sim 
( ) Não 
 
Características dos participantes 
Nome completo: 
Endereço de e-mail: 
Cidade/Estado: 
Titulação (selecione todas as titulações concluídas): 
( ) Especialização em oncologia ou onco-hematologia 
( ) Especialização na modalidade de residência uni/multiprofissional em oncologia ou onco-hematologia 
151 
 
 
( ) Mestrado (acadêmico) 
( ) Mestrado (profissional) 
( ) Doutorado (acadêmico) 
( ) Doutorado (profissional) 
( ) Pós-doutorado 
 
Tempo de experiência profissional na prática clínica oncológica ou onco-hematológica: 
( ) 5 anos 
( ) De 6 a 8 anos 
( ) De 9 a 11 anos 
( ) De 12 a 14 anos 
( ) De 15 a 17 anos 
( ) De 18 a 20 anos 
( ) Acima de 20 anos 
 
Tempo de experiência com ensino e/ou pesquisa na área de oncologia ou onco-hematologia: 
( ) Até 5 anos 
( ) De 5 a 10 anos 
( ) De 11 a 15 anos 
( ) De 16 a 20 anos 
( ) Acima de 20 anos 
 
152 
 
 
Caso queira inserir outras informações relevantes sobre sua formação profissional, certificações, titulações e/ou experiências, sinta-se à 
vontade: ___________________________________________________________________________ 
 
Você já ouviu falar sobre a Enfermagem de Prática Avançada? 
( ) Sim 
( ) Não 
 
 
PRIMEIRA RODADA - TÉCNICA DELPHI: EXPERTS 
 
OBJETIVO E ORIENTAÇÕES 
A utilização da Técnica Delphi possibilita reunir dados de experts no tema da pesquisa por meio de um ambiente virtual, garantindo um 
espaço de expressão de opiniões e posicionamentos a partir dos dados gerados. O objetivo desta etapa/rodada de pesquisa é obter um nível de 
consenso entre os experts/participantes sobre as competências centrais do enfermeiro clínico especialista em oncologia (adulta). Assim sendo, 
pedimos que você reflita sobre as competências centrais apresentadas e insira a sua opinião, contribuindo com o desenvolvimento da pesquisa e 
concepção do consenso. Revise e avalie cada competência deste documento com relação a relevância, especificidade e abrangência. 
 Relevância: a competência é um conhecimento, habilidade ou atitude necessária para enfermeiro clínico especialista em oncologia (ECEO)? 
 Especificidade: a competência é declarada de forma específica e clara? (Se Não, inserir sugestão de reformulação/revisão da competência). 
 Abrangência: falta algum aspecto do conhecimento, habilidade ou atitude para o ECEO? Inserir essas competências adicionais. 
Para tanto, solicitamos que você assinale com “X” na coluna de CONCORDÂNCIA a opção que corresponde a sua opinião, considerando 
as seguintes: “Concordo”, “Não estou decidido” e “Discordo”. A opção “Não estou decidido” somente deverá ser assinalada caso você proponha 
mudanças/sugestões a respeito da competência em questão. 
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Domínio 1: Gestão do cuidado 
 
 
 
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A. Promoção da saúde e prevenção do câncer 
 
1. Avalia e utiliza dados epidemiológicos, bioestatísticos, ambientais e outros dados científicos relacionados ao câncer, relevantes 
para a atuação com: 
a. A comunidade em geral. 
b. Populações de risco. 
c. Pacientes com diagnóstico de câncer prévio, atual ou potencial. 
 
2. Promove escolhas de estilo de vida saudáveis e estratégias de autocuidado de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
B. Avaliação do estado de saúde/doença 
3. Realiza um histórico de enfermagem (anamnese e exame físico) abrangente de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer, que inclui a avaliação biopsicossocioespiritual do paciente e análise das manifestações clínicas relacionados à 
doença e/ou seu tratamento. 
 
4. Realiza anamnese de forma abrangente investigando fatores de risco, diagnóstico ou história pregressa de câncer. 
5. Avalia os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer relacionados a história pessoal e familiar e as necessidades de 
aconselhamento genético e/ou testes moleculares e/ou genômicos. 
 
6. Avalia o impacto das comorbidades físicas nos sintomas do câncer e na resposta ao tratamento. 
154 
 
 
7. Avalia a presença de comorbidades psicológicas, habilidades de enfrentamento (pregressas e atuais) e o impacto psicossocial 
da experiência do câncer, incluindo sofrimento emocional e luto. 
 
8. Avalia os sinais e sintomas comuns que indicam a presença de câncer, progressão da doença ou recidiva. 
9. Avalia os sinais e sintomas de emergências oncológicas em pacientes de alto risco. 
10. Realiza uma avaliação farmacológica, incluindo medicamentos de uso livre (sem receita), medicamentos prescritos, 
suplementos nutricionais e outras terapias complementares, alternativas e integrativas, para identificar quaisquer potenciais 
interações com a terapêutica do câncer. 
 
11. Identifica e avalia os riscos à saúde relacionados a polifarmácia e o plano de tratamento do paciente. 
12. Avalia exames laboratoriais e/ou de imagem de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer, que possam 
indicar melhora e/ou piora do estado de saúde/doença. 
 
13. Realiza uma avaliação abrangente do estado funcional e capacidade de realizar atividades de rotina da vida diária. 
14. Avalia os riscos relacionados à sexualidade e à reprodução/fertilidade em pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer, incluindo a repercussão nos relacionamentos. 
 
15. Avalia barreiras potenciais e percebidas no atendimento (como por exemplo: transporte, alfabetização/escolaridade, 
conhecimento, papel social, trabalho, condições de moradia, renda econômica, idade, entre outros) que podem repercutir no 
tratamento. 
 
16. Avalia variações de desenvolvimento, culturais, étnicas, raciais, espirituais, de gênero e socioeconômicas na apresentação dos 
sintomas ou na experiência de adoecimento de pacientes com câncer. 
 
17. Avalia os papéis, funções e fatores de estresse dos indivíduos, composição familiar, redes de apoio/suporte e cuidadores, e sua 
capacidade de gerenciar a experiência do câncer. 
 
18. Avalia as necessidades educacionais relacionadas a um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer e do seu tratamento, 
considerando as dificuldades individuais. 
 
Caso tenhaselecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
C. Diagnóstico e plano de cuidados 
155 
 
 
19. Constrói diagnósticos diferenciais relacionados ao câncer e fatores de risco para pacientes, com foco em manifestações clínicas 
da doença e do seu tratamento. 
 
20. Diagnostica problemas físicos e psicossociais com base no conhecimento dos sintomas, estado funcional, fatores de risco ou 
processos de desenvolvimento. 
 
21. Sintetiza dados relevantes para desenvolver um plano de cuidados centrado no paciente e baseado em evidências para o manejo 
do câncer e sintomas relacionados ao seu tratamento. 
 
22. Associa intervenções no plano de cuidados para prevenir, corrigir, modificar ou resolver resultados esperados e inesperados 
em pacientes com câncer. 
 
23. Associa as modalidades de tratamento farmacológico e não farmacológico ao plano de cuidados. 
24. Contribui para um plano abrangente de cuidados à medida que os pacientes fazem a transição do tratamento ativo para o de 
sobrevivência (survivorship) a longo prazo ou cuidados no fim da vida. 
 
25. Associa a avaliação de sobrevivência (survivorship) a longo prazo e a gestão dos efeitos tardios do tratamento no plano de 
cuidados. 
 
26. Incorpora tecnologias apropriadas e inovações, com base em evidências, no plano de cuidado de pacientes com câncer. 
27. Registra o histórico de enfermagem e o plano de cuidados específico do paciente com câncer e os resultados pretendidos para 
facilitar a comunicação entre os membros da equipe de saúde. 
 
28. Incorpora evidências genéticas/genômicas atuais e emergentes no fornecimento de cuidados de enfermagem, ao mesmo tempo 
em que considera os valores do paciente e o julgamento clínico avançado. 
 
29. Utiliza raciocínio clínico e síntese de evidências para a prestação de cuidados de enfermagem avançados no paciente com um 
diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
 
30. Encaminha os pacientes para outros profissionais de saúde para avaliação adicional, conforme necessidade. 
31. Utiliza recursos do sistema e da comunidade que melhoram a prestação de cuidados dos pacientes com um diagnóstico prévio, 
atual ou potencial de câncer. 
 
32. Orienta/educa precocemente os pacientes, a fim de auxiliá-los no enfrentamento do diagnóstico de câncer e seus resultados 
potenciais ou esperados. 
 
33. Aborda condições relacionadas à comorbidades (físicas e psicológicas) ao implementar o plano de cuidados oncológicos. 
34. Realiza intervenções imediatas e oportunas nos pacientes em emergência oncológica e/ou encaminha para outros serviços, 
conforme necessidade. 
 
35. Promove/facilita as transições necessárias entre os diversificados ambientes de saúde para viabilizar a continuidade de 
cuidados. 
 
156 
 
 
36. Envolve a família do paciente, cuidadores e redes de apoio no plano de cuidados oncológicos, considerando as particularidades, 
possibilidades e limitações existentes. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
D. Avaliação do plano de cuidados 
37. Avalia a eficácia clínica, a segurança, a qualidade e as respostas do paciente com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de 
câncer. 
 
38. Avalia a relação custo-efetividade e os aspectos éticos do plano de cuidados do paciente com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer. 
 
39. Monitora a evolução clínica em direção aos resultados desejados e promove/facilita as alterações necessárias. 
40. Avalia o uso de intervenções inovadoras ou modificadas para o cuidado de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer. 
 
41. Avalia o efeito geral do plano de cuidados/intervenções nos pacientes, com base na síntese dos dados. 
42. Mantém registros contínuos dos resultados dos atendimentos realizados ao paciente com um diagnóstico prévio, atual ou 
potencial de câncer. 
 
43. Avalia alternativas de melhoria/adaptação das condições de vida no domicílio e ambiente familiar, assim como estratégias de 
autocuidado. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
 
 
 
 
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Domínio 2: Ética e compromisso profissional 
 
 
 
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44. Contribui para a resolução de conflitos éticos e bioéticos que podem surgir no atendimento de pacientes com um diagnóstico 
prévio, atual ou potencial de câncer. 
 
45. Atua como defensor do paciente para promover o cuidado centrado nele, que inclui a tomada de decisão ética e compartilhada 
e metas de cuidados para resultados de qualidade. 
 
46. Utiliza uma estrutura ética em todos os aspectos do atendimento para auxiliar os pacientes com câncer em questões relacionadas 
ao controle e manejo dos sintomas, diretrizes antecipadas e cuidados paliativos e de fim de vida. 
 
47. Promove a tomada de decisão autônoma pelos pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer, por meio do 
fornecimento de educação e suporte individualizados. 
 
48. Demonstra um compromisso com os princípios éticos relativos à prestação ou recusa de cuidados em conformidade com as 
leis, políticas e regulamentos relevantes no atendimento de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
 
49. Demonstra empatia, compaixão e responsabilidade para com os pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de 
câncer, com familiares/cuidadores e com a equipe de saúde, sociedade e profissão. 
 
50. Demonstra integridade e respeito pelos pacientes, enfermeiros, equipe de enfermagem e interprofissional. 
51. Promove a aprendizagem colaborativa ao longo da profissão e a prática baseada em evidências, para si e para outros, para 
melhorar o cuidado de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
 
52. Avalia continuamente as alterações e inovações em todo o sistema de saúde relacionadas à prática de enfermagem oncológica. 
53. Identifica alterações na cultura organizacional, como valores, crenças ou atitudes, que podem afetar os resultados na prática de 
enfermagem oncológica. 
 
54. Participa de organizações/instituições educacionais ou profissionais que influenciam o tratamento do câncer e apoiam o 
papel/função do ECEO. 
 
55. Mantém competências profissionais e formações adequadas à função de ECEO. 
158 
 
 
56. Defende políticas e/ou programas que melhorem a saúde da população com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer 
e a profissão de enfermagem. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
 
Domínio 3: Liderança 
 
 
 
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57. Demonstra habilidades de colaboração e comunicação eficazes com pacientes, enfermeiros, equipe de enfermagem e 
interprofissional. 
 
58. Avalia competências assistenciais de enfermeiros e equipe de enfermagem para promover a prática de enfermagem oncológica, 
utilizando ferramentas e instrumentos existentes. 
 
59. Avalia as barreiras e facilitadores da prática de enfermagem oncológica nos diversificados ambientes de saúde, implementando 
estratégias para alcançar os resultados desejados. 
 
60. Avalia e monitora a influência da prática de enfermagemoncológica nos resultados dos pacientes com um diagnóstico prévio, 
atual ou potencial de câncer e nos resultados da equipe. 
 
61. Avalia e determina os aspectos da prática de enfermagem oncológica que requerem mudanças, melhorias, inovações ou 
manutenção, com base nas evidências disponíveis. 
 
62. Divulga os resultados das mudanças e inovações da prática de enfermagem oncológica para diversas partes interessadas 
(internas e externas). 
 
63. Avalia as implicações clínicas, econômicas e de recursos humanos na implementação de programas, produtos e dispositivos 
na prática de enfermagem oncológica. 
 
159 
 
 
64. Cria um ambiente de prática de enfermagem que estimula a autoaprendizagem e a prática crítica, reflexiva e investigativa. 
65. Planeja e implementa programas educacionais que visam as necessidades da equipe para melhorar a prática de enfermagem 
oncológica e os resultados dos pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer, com base nas evidências 
disponíveis. 
 
66. Assessora e incentiva os enfermeiros e equipe de enfermagem na utilização de evidências à prática de enfermagem oncológica. 
67. Assessora e incentiva os enfermeiros e equipe de enfermagem a desenvolver e implementar programas inovadores e 
econômicos de cuidado para pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
 
68. Incentiva e ampara enfermeiros na manutenção e aquisição de habilidades e no desenvolvimento de carreiras na área de 
enfermagem oncológica. 
 
69. Lidera equipes de enfermagem e interprofissionais que abordam questões relacionadas ao cuidado do câncer. 
70. Realiza avaliações sistemáticas para identificar estruturas organizacionais e funções que afetam a prática e os resultados da 
enfermagem oncológica. 
 
71. Utiliza a estrutura organizacional e os processos para fornecer feedback contínuo sobre a eficácia da prática de enfermagem 
oncológica avançada. 
 
72. Avalia as variáveis dos sistemas de saúde, como clima e cultura organizacional, atuação profissional, colaboração 
interprofissional, aspectos econômicos, requisitos regulatórios e demandas externas que influenciam a prática e os resultados 
da enfermagem oncológica. 
 
73. Avalia as políticas organizacionais, procedimentos e/ou protocolos quanto a capacidade em apoiar e melhorar os resultados 
dos programas/tratamentos de câncer; utilizando os resultados destas avaliações para promover mudanças estruturais e/ou de 
processos. 
 
74. Desenvolve políticas de saúde, programas assistenciais, procedimentos, protocolos padrões e/ou diretrizes relacionados à 
oncologia, com base nas evidências disponíveis. 
 
75. Avalia e monitora as políticas de saúde e programas assistenciais que podem impactar no atendimento em todo o continuum 
do câncer. 
 
76. Avalia o impacto das políticas legislativas e regulamentares na prática de enfermagem oncológica. 
77. Participa de iniciativas legislativas e regulatórias para promover e melhorar o atendimento à saúde da população em todo o 
continuum do câncer. 
 
78. Incorpora e promove o uso de tecnologias de informação no ambiente de cuidado em todo o processo de atendimento ao câncer 
para melhorar os resultados de saúde. 
 
160 
 
 
79. Avalia o impacto do plano de cuidados/intervenções do ECEO nos recursos humanos e econômicos. 
80. Registra a avaliação do impacto da prática do ECEO na organização de forma clara, efetiva, descritiva e mensurável; 
divulgando às partes interessadas os resultados em todo o sistema de saúde. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
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Domínio 4: Colaboração interprofissional 
 
 
 
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81. Associa as intervenções de enfermagem em um plano interprofissional de cuidados para melhorar os resultados dos pacientes 
com câncer. 
 
82. Avalia os resultados clínicos dos pacientes para facilitar a coordenação de cuidados entre os profissionais de saúde e projetar 
novos programas assistenciais. 
 
83. Lidera equipes interprofissionais para facilitar a colaboração com outras disciplinas na obtenção de resultados em todo o 
continuum do atendimento. 
 
84. Promove/facilita uma abordagem interdisciplinar e baseada em evidências para o gerenciamento de pacientes com um 
diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer em todo o continuum do tratamento. 
 
85. Compreende os escopos de prática de outras profissões da saúde para maximizar as contribuições dentro da equipe oncológica. 
86. Avalia a colaboração e a eficácia da comunicação entre a equipe interdisciplinar de cuidados oncológicos, para a obtenção de 
resultados em todo o continuum do atendimento. 
 
87. Difunde conhecimentos necessários para cuidar de pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer; e para 
demais profissionais de saúde, familiares e cuidadores, por meio de educação por pares, orientações, capacitações, 
 
161 
 
 
desenvolvimento da equipe, experiências, mentoria e preceptoria. 
88. Interpreta e discute resultados de pesquisas/evidências com outros profissionais de saúde para melhorar o atendimento de 
pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de câncer. 
 
89. Participa do desenvolvimento de padrões de prática interprofissional e diretrizes baseadas em evidências para cuidados 
oncológicos. 
 
90. Proporciona/facilita cuidados paliativos e de fim de vida para pacientes com câncer, em colaboração com ele (paciente) e outros 
membros da equipe interprofissional de saúde. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
 
Domínio 5: Prática baseada em evidências – PBE 
 
 
 
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91. Realiza plano de cuidados com base em evidências para pacientes que visam a redução do risco relacionado ao câncer. 
92. Integra conhecimentos, habilidades e informações baseadas em evidências na enfermagem oncológica para melhorar os 
resultados no atendimento aos pacientes com câncer. 
 
93. Desenvolve programas de atendimento baseados em evidências, que abordem questões que possam afetar os pacientes em todo 
o continuum do atendimento. 
 
94. Implementa processos para sustentar mudanças baseadas em evidências na prática de enfermagem oncológica, programas de 
tratamento do câncer e inovação clínica. 
 
95. Utiliza diretrizes práticas baseadas em evidências e ferramentas para avaliar/monitorar pacientes com um diagnóstico prévio, 
162 
 
 
atual ou potencial de câncer. 
96. Utiliza métodos ou ferramentas inovadoras para melhor avaliar os pacientes com um diagnóstico prévio, atual ou potencial de 
câncer e seu plano de cuidados. 
 
97. Avalia as necessidades de mudanças em materiais/equipamentos, produtos ou abordagens terapêuticas com base em evidências, 
resultados clínicos e relação custo-efetividade, para melhorar a prática de enfermagem oncológica e os resultados dos pacientes 
com câncer. 
 
98. Avalia as tecnologias atuais e emergentes para apoiar ambientes de prática, otimizar a segurança do paciente, a relação custo-
efetividade e os resultados de saúde em todo o continuum do atendimento. 
 
99. Planeja e implementa estratégias para superar barreiras e facilitar mudanças na prática de enfermagem oncológica, incluindo a 
implementação de novos programas, produtos e dispositivos. 
 
100. Identifica métodos e avalia as tendências de resultados relacionados à prática de enfermagem oncológica dentro e 
entre as unidades de cuidados e ambientesde prática. 
 
101. Realiza a análise de tendência e quantifica o impacto na qualidade e segurança do atendimento do tratamento do 
câncer. 
 
102. Promove e desenvolve inovações baseadas em evidências ou soluções para as questões relacionadas ao atendimento 
dos pacientes com câncer em todo o continuum. 
 
103. Implementa intervenções que melhoram os cuidados de enfermagem oncológica relacionados a problemas complexos 
de assistência ao paciente que são consistentes com os recursos e evidências do sistema. 
 
104. Registra os resultados das mudanças e/ou inovações da prática de enfermagem oncológica baseadas em evidências, de 
maneira acessível, divulgando às partes interessadas. 
 
105. Desenvolve soluções inovadoras e/ou políticas no âmbito do sistema de saúde que podem ser generalizados para 
diferentes unidades e/ou ambientes de oncologia, por populações ou serviços especializados. 
 
106. Avalia os resultados clínicos e econômicos de abordagens terapêuticas, produtos ou dispositivos e processos de 
atendimentos aos pacientes com câncer em todo o sistema de saúde. 
 
107. Associa teoria, evidências, práticas, julgamento clínico avançado, ética e bioética, experiências, pesquisa e 
perspectivas interprofissionais utilizando processos translacionais para melhorar a prática e os resultados em todo o continuum 
do atendimento. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
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Domínio 6: Educação em saúde e pesquisa 
 
 
 
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108. Desenvolve materiais educacionais relacionados à oncologia para pacientes, cuidadores/familiares, equipe de saúde e 
membros da comunidade em geral. 
 
109. Planeja e implementa programas de educação/orientação: 
a. A comunidade em geral. 
b. Populações de risco. 
c. Pacientes com diagnóstico de câncer prévio, atual ou potencial; família e cuidadores. 
 
110. Participa e/ou realiza pesquisas clínicas e de enfermagem para promover resultados positivos para pacientes com 
câncer. 
 
111. Fornece informações sobre ensaios clínicos e pesquisas para os quais os pacientes podem ser elegíveis. 
112. Contribui para a base de conhecimento em oncologia, por meio de atividades como divulgação/extensão à comunidade, 
envolvimento em organizações profissionais e/ou instituições de ensino, apresentações em eventos e publicações científicas. 
 
Caso tenha selecionado 'Não estou decidido', inserir a sugestão/mudança a respeito da(as) competência(as) em questão: 
 
 
Caso queira listar/sugerir mais competências relacionada a esta seção, sinta-se à vontade: 
 
 
 
Agradecemos sua contribuição e reiteramos o compromisso de compartilhar os dados desta etapa, tão logo sejam compilados. 
 
164 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
1. National Association of Clinical Nurse Specialists, NACNS. Statement on Clinical Nurse 
Specialist Practice and Education – 3 ed. [Internet]. 2019 [cited Out 15, 2020]; Estados 
Unidos da América: NACNS. Available from: https://nacns.org/professional-
resources/practice-and-cns-role/cns-competencies/. 
 
2. American Association of College of Nursing, AACN. The Essentials of Doctoral Education 
for Advanced Nursing Practice. 2006 [cited Out 15, 2020]; Estados Unidos da América: 
AACN. Available from: 
https://www.aacnnursing.org/Portals/42/Publications/DNPEssentials.pdf. 
 
3. Oncology Nursing Society, ONS. Oncology Clinical Nurse Specialist Competencies. 
[Internet]. 2008 [cited Out 15, 2020]; Estados Unidos da América: ONS. Available from: 
https://www.ons.org/oncology-clinical-nurse-specialist-competencies. 
 
4. American Association of College of Nursing, AACN. Common Advanced Practice 
Registered Nurse Doctoral-Level Competencies. 2017 [citedOut 25, 2020]; Estados Unidos da 
América: AACN. Available from: 
https://www.aacnnursing.org/Portals/42/AcademicNursing/pdf/Common-APRN-Doctoral-
Competencies.pdf. 
 
5. Durant T. The Alchemy of Competence. In: Hamel G. et al. Strategic flexibility: managing 
in a turbulent environment. John Wiley & Sons: 1998. 
 
https://nacns.org/professional-resources/practice-and-cns-role/cns-competencies/
https://nacns.org/professional-resources/practice-and-cns-role/cns-competencies/
https://www.aacnnursing.org/Portals/42/AcademicNursing/pdf/Common-APRN-Doctoral-Competencies.pdf
https://www.aacnnursing.org/Portals/42/AcademicNursing/pdf/Common-APRN-Doctoral-Competencies.pdf
165 
 
 
APÊNDICE C – Material de Apoio 
 
Material de Apoio sobre o tema ‘Enfermagem de Prática Avançada em Oncologia’ 
 
Dda. Franciane Schneider 
Drª. Silvana Silveira Kempfer 
 
ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA 
Há no mundo um interesse crescente em adotar práticas capazes de inovar e melhorar sistemas 
de saúde para responder aos problemas decorrentes das necessidades das populações, 
principalmente com o aumento das doenças crônicas. Parte destes problemas relaciona-se à 
força de trabalho em saúde, como por exemplo a carência de profissionais, além de formação 
compatível para prover cuidados de saúde com qualidade(1). Na contemporaneidade, uma das 
inovações em pauta e com amplas discussões na saúde é a enfermagem de prática avançada 
(EPA). 
A EPA originou-se no Canadá e Estados Unidos da América (EUA) há mais de 40 anos. Desde 
então, gradativamente diversos países vem estruturando tal prática, mediante a preparação 
educacional, a reformulação e/ou criação de regulamentações específicas, a definição do papel 
e formas de atuação profissional para um cuidado de saúde expandido e de excelência(2,3). 
De acordo com o International Council of Nurses (ICN)(4), o enfermeiro de prática avançada é 
aquele que adquiriu a base de conhecimentos especializados, habilidades complexas de tomada 
de decisão e competências clínicas para uma prática expandida, cujas características são 
moldadas conforme o contexto de cada país e de acordo com os diversos cenários de prática 
existente, sendo necessária a preparação educacional a nível avançado – o mestrado é 
recomendado. Nota-se ainda que em alguns países, a EPA teve uma formação educacional para 
além do nível de mestrado (ou seja, doutorado), para que assim fosse possível a expansão do 
escopo de sua prática(5). 
Estudos internacionais têm demonstrado o impacto positivo do papel do enfermeiro de prática 
avançada na melhoria dos resultados de saúde com o paciente, na qualidade da assistência e na 
resolutividade das adversidades dos sistemas de saúde(6). Atualmente, mais de 70 países estão 
interessados em implantar a prática avançada em enfermagem, assim como existe diferentes 
estágios de desenvolvimento de seus papéis/funções(7). No Brasil, a implantação da EPA na 
Atenção Primária vem sendo discutida com maior ênfase, como uma resposta às crescentes 
necessidades de saúde da população e dificuldades de acesso a recursos humanos, embora 
existam distintos campos para a atuação deste profissional. 
166 
 
 
 
ENFERMAGEM DE PRÁTICA AVANÇADA EM ONCOLOGIA (EPAO) 
A estimativa mundial mostra que, em 2018, ocorreram 18,1 milhões de casos novos de câncer 
e 9,6 milhões de óbitos(8). Estima-se, para o Brasil, biênio 2020-2022, a ocorrência de 625 mil 
casos novos de câncer, para cada ano(9). De acordo com estes dados de incidência e prevalência, 
é notório a importância de profissionais qualificados, com conhecimentos, habilidades e 
atitudes específicas para atuar com esse perfil de paciente com necessidades complexas de 
cuidado, destacando-se assim a implantação e expansão da EPA no cenário da oncologia(10). 
Estudo internacional demonstra melhorias estatisticamente significativas nos desfechos clínicos 
dos pacientes nos serviços de saúde por meio da atuação do EPAO(11). Outros estudos(12-14) 
avaliaramos papéis, as responsabilidades, os padrões de prática clínica e a produtividade dos 
EPAOs, com o objetivo de obter dados para preencher a lacuna da força de trabalho existente 
neste campo de atuação, devido ao aumento da população com diagnóstico de câncer e seus 
sobreviventes(15). Os EPAOs proporcionam cuidados de alta qualidade e sua implementação 
soluciona a carência de profissionais com competências essenciais para o cuidado prestado à 
esta população(11,14,16). Contudo, observa-se que a atuação desse profissional se torna um 
desafio, devido a variabilidade e complexidade da prática, somado ao surgimento de novos e 
mutáveis conhecimentos da área nos últimos anos(17). Esses avanços tecnológicos mudam 
continuamente os cuidados aos pacientes com câncer e consequentemente refletem no papel da 
EPAO desenvolvido nos diversos ambientes de atendimento(18). 
Desenvolver novas estratégias para a prestação de cuidados oncológicos, aumentando os 
números e expandindo os papéis de profissionais não-médicos, como os de enfermeiros de 
prática avançada é de extrema importância para atender às necessidades atuais e potenciais de 
tratamento do câncer(14). Reconfigurar, melhorar e alinhar a educação/formação é essencial para 
proporcionar cuidados de excelência, desfechos clínicos seguros e garantir a satisfação do 
paciente. Abordagens inovadoras devem ser empregadas para apoiar os enfermeiros de prática 
avançada a adquirirem os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias para exercer 
com competência o seu papel no cenário apresentado(12). 
Destaca-se que a formação do enfermeiro de prática avançada envolve sua preparação 
educacional em um nível avançado, por programas educacionais reconhecidos e cursos com 
objetivos e conteúdos voltados para a prática clínica(6), sendo este o ponto de partida de 
discussões sobre estratégias para a consolidação da formação, tendo em vista que esta é parte 
integrante para a atuação profissional de excelência. Além disso, a Associação Nacional de 
Especialistas em Enfermagem Clínica (NACNS) afirma que a prática avançada possui três 
167 
 
 
princípios fundamentais: alta qualidade de cuidado, prática baseada em evidências e cuidado 
centrado no paciente(19). 
Há essencialmente dois modelos de formação/atuação do enfermeiro de prática avançada em 
oncologia no contexto internacional, sendo eles: nurse practitioner (NP) e clinical nurse 
specialist (CNS)(4). Estes profissionais estão inseridos em todos os sistemas de tratamento de 
câncer para garantir cuidados especializados e com boa relação custo-benefício(19). O NP tende 
a ter maior envolvimento no atendimento clínico, possui um escopo expandido de prática clínica 
que lhes dá autonomia para coordenar diagnósticos e prescrever tratamentos e/ou 
medicamentos. Já o CNS frequentemente possui maior responsabilidade por atividades não 
clínicas, como por exemplo educação, liderança de melhorias na qualidade da assistência 
(desenvolvimento de diretrizes e protocolos clínicos) e gestão dos serviços de saúde; presta 
cuidados altamente complexos e especializados(7). 
Na América Latina, considerando a necessidade de estabelecer critérios para a formação do 
EPA na Atenção Primária à Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde 
(OPAS)/Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs os seguintes planos: Modelo 1 – 
realização de mestrado profissional em programas oferecidos por universidades reconhecidas; 
Modelo 2 – experiência profissional e formação clínica adicional oferecidos por universidades 
reconhecidas; Modelo 3 – realização do curso de residência uniprofissional ou multiprofissional 
na área de atuação pretendida em instituições acreditadas e, ao término de dois anos, obtenção 
do título de mestre e de EPA(20). 
Em um artigo de reflexão publicado em 2015, as autoras elaboraram alguns questionamentos 
pertinentes ao cenário da enfermagem brasileira, sendo estes: Os programas de mestrados 
profissionais atendem ao que se propõe como prática avançada? Os programas têm permitido 
instrumentalizar enfermeiras para uma prática avançada, ou seja, a estrutura curricular responde 
às competências necessárias a essa formação, dando sustentação à prática e também à produção 
do conhecimento e tecnologia? Há possibilidades de adequações na estrutura curricular de 
alguns mestrados profissionais de modo a atender também ao escopo da enfermagem de prática 
avançada?. Contudo, as autoras sugerem amplos debates e reflexões entre os profissionais e 
instituições envolvidas, de modo que se construa um desenho claro de como cada programa 
deverá se organizar para atingir a proposta(21). 
 
GLOSSÁRIO: 
Baseado em evidências: reflete/inclui todas as fontes de evidências, desde a opinião de 
experts/especialistas até meta-análises(22). 
168 
 
 
Clinical Nurse Specialist (CNS) – Enfermeiro Clínico Especialista: é um enfermeiro de prática 
avançada que realiza aconselhamento clínico especializado, atendimento com base em 
avaliação diagnóstica estabelecido em cenários de prática clínica, por meio de uma abordagem 
sistêmica de cuidado e atuação colaborativa com os membros da equipe de saúde. O título é 
usado para representar a formação e o papel, pois é uma categoria amplamente identificada de 
enfermagem para prática avançada em todo o mundo(4). 
Competência: é a capacidade do indivíduo articular e mobilizar três dimensões 
interdependentes: conhecimentos, habilidades e atitudes, para intervir em um determinado 
contexto o alcance dos resultados. O conhecimento corresponde ao acesso aos dados e 
informações, a capacidade de assimilá-los em informações aceitáveis e integrá-los aos 
esquemas pré-existentes que evoluem ao longo do caminho e tornam possível compreender o 
mundo. A habilidade relaciona-se com a capacidade de agir de forma concreta de acordo com 
os objetivos e processos pré-definidos. O desenvolvimento da habilidade também ocorrerá de 
modo paralelo ao conhecimento. A atitude relaciona-se ao comportamento e determinação, 
sendo estes elementos essenciais de um indivíduo ou organização para atingir algo(23). 
Enfermagem de Prática Avançada: é vista como intervenções avançadas de enfermagem que 
influenciam os resultados clínicos de saúde nos indivíduos, famílias e populações diversas. A 
prática avançada de enfermagem é baseada na educação e preparação de pós-graduação, 
juntamente com a especificação de critérios centrais e competências essenciais para esta 
prática(4). 
Interprofissional: refere-se à interação recíproca de dois ou mais profissionais, de diferentes 
disciplinas/áreas, trabalhando com o objetivo mútuo de melhores resultados/desfechos para os 
pacientes com câncer(22). 
Intervenção (de enfermagem): refere-se a uma variedade de ações de enfermagem, incluindo, 
mas não se limitando a, farmacológicas, não farmacológicas e educacionais. As intervenções 
podem ser a nível do paciente/família, da prática de enfermagem e/ou organização/sistema(22). 
Paciente: refere-se ao indivíduo adulto, sua família e/ou cuidadores, e a comunidade(22). 
Resultado (de enfermagem): refere-se a qualquer resultado potencialmente influenciado pelos 
cuidados/intervenções de enfermagem(22). 
 
REFERÊNCIAS 
 
1.Miranda Neto MV, Rewa T, Leonello VM, Oliveira MAC. Advanced practice nursing: a 
possibility for Primary Health Care?. Rev. Bras. Enferm. [Internet]. 2018 [cited Jun 12, 
2018] ;71(Suppl1):716-721.Available from: 
169 
 
 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-
71672018000700716&lng=en. 
 
2.International Council of Nurses, ICN, CIE. Nurse Practitioner/Advanced Practice Nursing 
Network Country Profiles. [Internet]. 2014 [cited May 30, 2018]; Genève: ICN. Available 
from: http://international.aanp.org/content/docs/countryprofiles2014.pdf. 
 
3.Olímpio JA, Araújo JN, Pitombeira DO, Enders BC, Sonenberg A, Vitor AF. Advanced 
practice nursing: a concept analysis. Acta Paul Enferm.

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