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Escola SENAI “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini” Campinas – S.P. 2003 Processos Industriais Processos Industriais SENAI-SP, 2002 Trabalho elaborado pela Escola Senai “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini” Coordenação Geral Magno Diaz Gomes Equipe responsável Coordenação Luíz Zambon Neto Elaboração Luís Rogério Gomes de Almeida Versão Preliminar SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Escola SENAI “Prof. Dr. Euryclides de Jesus Zerbini” Avenida da Saudade, 125, Bairro Ponte Preta CEP 13041-670 - Campinas, SP senaizer@sp.senai.br Processos Industriais SENAI Sumário Caldeiras Reator Tratamento de Água Celulose e Papel Petróleo Siderurgia Alumínio Açúcar e Álcool Cimento Referências Bibliográficas 5 31 37 57 67 75 89 101 125 141 Processos Industriais SENAI 5 Caldeiras Introdução Uma caldeira é composta de dois sistemas básicos separados. Um é o sistema vapor- água, também chamado de lado de água da caldeira e o outro é o sistema combustível-ar-gás da combustão, também chamado de lado de fogo da caldeira. A entrada do sistema vapor-água ou lado de água da caldeira é a água. Esta água que recebe o calor através de uma barreira de metal sólido é aquecida e convertida em vapor. As entradas do sistema são: combustível e o ar de combustão necessário à queima. Neste sistema, o combustível e o ar são misturados, sendo em seguida queimados na câmara de combustão. A combustão converte a energia química do combustível em energia térmica, ou seja, calor. Este calor é transferido para o sistema vapor-água, para geração de vapor. Classificação das Caldeiras Basicamente existem dois tipos de caldeiras: a fogotubular e a aquatubular. Processos Industriais SENAI 6 Vista externa típica das caldeiras aguatubular e fogotubular (na ordem descrita ). Mas podemos classificá-las de acordo com as seguintes características: • Tipos de tubos; • Forma e posição dos tubos; • Aquecimento; • Tipo de fornalha. A melhor classificação que podemos fazer é a seguinte: Caldeiras de Tubo de Fogo - Fogotubular Foi o primeiro e mais simples tipo de caldeira construído e mesmo com o aparecimento de caldeiras modernas, ainda continua em uso. Neste tipo de caldeira, os gases quentes da combustão passam por dentro e a água da caldeira passa por fora dos tubos, ou seja, o lado de fogo fica por dentro e o lado de água fica por fora dos tubos. O vapor gerado pelo calor dos gases quentes da combustão é transferido, através das paredes metálicas dos tubos, para a água que fica circulando nestes tubos. À medida que os gases da combustão fluem através dos tubos, são resfriados pela transferência de calor para a água, portanto quanto maior o resfriamento dos gases, maior quantidade transferida de calor. O resfriamento dos gases da combustão é função da condutividade dos tubos, da diferença de temperatura entre os gases e a água da caldeira, da área de transferência de calor, do tempo de contato entre os gases e a superfície dos tubos da caldeira. Processos Industriais SENAI 7 Esquema básico de funcionamento de uma caldeira fogotubular (três passes) Caldeira fogotubular típica As caldeiras fogotubulares são simples e muito utilizadas, mas por problemas construtivos e de competividade econômica, suas aplicações são restritas às pequenas ou médias vazões de vapor (até 10 t/h), pressões de trabalho não superiores a 10 kgf/cm2 (150 psi) e somente vapor saturado. Caldeiras de Tubo de Fogo Horizontal É uma caldeira com tubos de fogo e de retorno no qual os gases desprendidos durante a combustão circulam por tubos que aquecem a água e saem pela chaminé. Processos Industriais SENAI 8 Uma caldeira na qual os tubos de fogo e de retorno são conjugados sendo que os gases quentes circulam pelos tubos diretos e voltam pelos tubos de retorno fazendo assim com que o vapor seja produzido. Caldeiras Tubo de Fogo Vertical Nesse tipo de caldeira os tubos são colocados verticalmente dentro do cilindro e a fornalha interna fica no corpo do cilindro. É usada em local de pequeno espaço e baixa vazão de vapor. Os gases resultantes da queima na fornalha sobem pelos tubos e aquecem a água que os envolve. Processos Industriais SENAI 9 Vantagens da caldeira fogo tubular: • Construção bastante simples, exige pouca alvenaria; • Bastante reforçada; • Baixo custo; • Facilidade de manutenção. Desvantagens da caldeira fogo tubular: • Baixo rendimento; • Partida lenta devido a grande quantidade de água; • Pressão limitada, até aproximadamente 15,5 kgf/cm2; • Pequena taxa de vaporização (kg vapor/m2 x h); • Fogo e gases têm contato direto com a chaparia provocando maior desgaste; • Apresentam dificuldades para instalação de economizador, superaquecedor e pré- aquecedores. Caldeiras de Tubos de Água - Aquatubulares A crescente industrialização e a criação de novos métodos industriais exigiram caldeiras de maior rendimento e menos consumo e rapidez na entrada em operação. Baseados nos princípios da termodinâmica e nas experiências com os tipos de caldeiras existentes, os fabricantes resolveram inverter o processo de passagem de fluido. Trocaram os tubos de fogo por tubos de água, aumentando em muito a superfície de aquecimento. Com isso a água passa por dentro e os gases quentes da combustão passam por fora dos tubos. Estes tubos são normalmente conectados entre dois ou mais tubulões cilíndricos. Processos Industriais SENAI 10 O tubulão superior (também chamado de tubulão de vapor) tem seu nível de água controlado em cerca de 50% e os inferiores trabalham totalmente cheios de água. Todo o conjunto (lado de fogo mais lado de água) é isolado por uma parede de refratários (câmara de combustão), de forma evitar perdas de calor para o ambiente. O aquecimento dos tubos e da água existente dentro destes tubos é feito com o calor gerado pela queima do combustível com o ar de combustão nos queimadores; este calor é transferido pelos gases da combustão existentes fora dos tubos. Quando um líquido é aquecido, as primeiras partes aquecidas ficam mais leves e sobem, enquanto as partes frias que são mais pesadas descem. Recebendo calor, elas tornam a subir, formando assim, um movimento contínuo, até que a água entre em ebulição. Processos Industriais SENAI 11 Notamos que a água é vaporizada nos tubos que constituem a parede mais interna, recebendo-se calor; vaporiza-se e sobe até o tambor superior dando lugar à nova quantidade de água fria que será vaporizada e assim sucessivamente. Com o aquecimento a água circula resfriando os tubos, aquecendo-se e liberando vapor, adiciona-se água no tubulão superior através da válvula de nível, localizada na entrada do tubo distribuidor. A água fria adicionada no tubulão superior desce (através dos tubos de subida – risers) para o tubulão superior, devido à diferença de densidade (efeito termossifão). Processos Industriais SENAI 12 Caldeira aquatubular de tubo reto Consiste de um feixe de tubos retos e paralelos que se interligam com o tambor de vapor, através de camadas. Observação: Essas foram as primeiras caldeiras aquatubulares de tubos retos projetadas com capacidade de 3 a 30 toneladas de vapor/hora com pressões de até 40 kgf/cm2. Caldeira aquatubular de tubo curvo e parede de água Esse tipo apresenta os tubos curvos que se unem aos tambores por solda ou mandrilagem, o que proporciona grande economia na fabricação e facilidade de manutenção. Processos Industriais SENAI 13 Caldeira aquatubular de tubo curvo. Caldeira aquatubular compacta Comoo próprio nome diz, o equipamento é montado em um único conjunto e pode entrar em funcionamento imediato. Vantagens da caldeira aquatubular: • Os tubos retos são de fácil substituição; • A limpeza e inspeção são facilitadas. Desvantagens da caldeira aquatubular de tubo reto: • Precisa de dupla tampa para os tubos (espelho); • A taxa de vaporização é muito pequena. Vantagens da caldeira aquatubular de tubos curvos: • Economia na construção, conseqüentemente menor custo; • Fácil limpeza e manutenção; • Grande produção de vapor; • Dimensões reduzidas; • Redução de temperatura na câmara de combustão com maior aproveitamento do calor; Processos Industriais SENAI 14 • Não necessita de refratários de alta qualidade; • Rápida entrada em funcionamento; • Fácil inspeção de todos os seus componentes. Visão interna de uma caldeira aquatubular de tubo curvo. Vantagens da caldeira aquatubular compacta: por ser idêntica a caldeia aquatubular de tubos curvos, apresenta as mesmas vantagens, além de grande redução no tamanho. O vapor gerado no tubulão superior é saturado; caso se queira vapor com temperatura acima de sua temperatura de saturação, deve-se gerar vapor superaquecido. O vapor superaquecido é obtido com a instalação de superaquecedores. Os superaquecedores são constituídos por feixes de tubos em forma de serpentina, sendo classificados (quanto à transferência de calor) como de radiação ou de convecção. Processos Industriais SENAI 15 A utilização de vapor superaquecido aumenta a disponibilidade de energia e também permite aumentar o rendimento das turbinas em função do maior salto entálpico disponível. Caso a caldeira gere vapor superaquecido, deverá ser instalado um sistema de dessuperaquecimento, pois a relação pressão x temperatura só vale para vapor saturado. No caso de vapor superaquecido a temperatura final do vapor será em função da pressão do vapor, do excesso de ar, da temperatura e do volume dos gases aos quais o superaquecimento esta submetido. A maioria dos dessuperaquecedores industriais opera através de adição de água atomizada no vapor superaquecido, esta adição resfria o vapor superaquecido. Caldeira aquatubular compacta típica com dois tubulões (caldeira tipo O) e superaquecedor tipo radiante. Como a transferência de calor do lado de fogo para o lado de água da caldeira depende da diferença de temperatura entre esses dois sistemas, em uma caldeira simples (sem acessórios de aproveitamento de calor), os gases da combustão somente poderão ser resfriados para uma temperatura pouco acima da temperatura do sistema vapor-água da caldeira. Se desejar reduzir as perdas de calor nos gases da combustão deve-se adicionar acessórios de aproveitamento de calor. O economizador e o pré-aquecedor de ar são formas usuais de aproveitamento de calor da caldeira. Processos Industriais SENAI 16 No economizador os gases da combustão têm contato com a superfície de transferência de calor na forma de tubos d’água, através dos quais flui a água de alimentação. Como os gases da combustão estão em temperaturas mais altas do que da água, o gás é resfriado e a água aquecida. Os gases da combustão, após passarem pelo economizador, passam pelo pré- aquecedor de ar, visando pré-aquecer o ar de combustão. O calor flui através da superfície de transferência de calor do pré-aquecedor, aquecendo o ar e resfriando os gases da combustão. O pré-aquecedor de ar pode ser do tipo recuperativo ou regenerativo (dependendo do seu princípio de funcionamento). No pré-aquecedor recuperativo, o calor proveniente dos gases da combustão é transferido para o ar de combustão, através de uma superfície metálica (pré-aquecedor tubular). No pré-aquecedor regenerativo, o calor proveniente dos gases da combustão é transferido indiretamente para o ar de combustão, através de um elemento de armazenagem por onde passam o ar e os gases alternadamente. As caldeiras aquatubulares podem ser projetadas para trabalhar com tiragem forçada, induzida ou balanceada. As caldeiras que operam com tiragem forçada trabalham com pressão ligeiramente positiva na câmara de combustão. Processos Industriais SENAI 17 Neste tipo de caldeira a pressão na câmara de combustão será da vazão de ar que entra na caldeira. Esta vazão é controlada pela malha de controle de pressão ligeiramente negativa na câmara de combustão. Neste tipo de caldeira a pressão na câmara de combustão é controlada atuando-se no damper do ventilador de tiragem induzida. Generalidades Processos Industriais SENAI 18 Como as caldeiras fogotubulares têm utilização restrita na indústria, veremos então mais detalhes das caldeiras aquatubulares. Nas caldeiras aquatubulares, as duas variáveis mais importantes a serem controladas são: pressão de vapor e nível do tubulão. A pressão de vapor deve ser mantida numa faixa de variação estreita, pois este vapor é normalmente utilizado em equipamentos complexos e que devem operar com grande estabilidade, como é o caso das turbinas. Esta pressão é controlada, variando-se as vazões de combustível e de ar de combustão, injetados no(s) queimador(es). Quanto maior a vazão de combustível, maior a troca de calor, maior a vaporização. O nível também deve ser controlado numa faixa estreita, pois tanto o nível alto como o nível baixo são danosos à caldeira – o nível alto acarretará arraste de água no vapor e o nível baixo poderá deixar os tubos sem água, levando-os à fusão. O nível é controlado atuando-se na LV que regula a quantidade de água de alimentação adicionada ao tubulão superior. Combustão Os combustíveis podem ser, genericamente, classificados como gasosos, líquidos ou sólidos. Para que se tenha uma queima adequada, deverá haver um manuseio cuidadoso do combustível. A forma de manusear o combustível irá variar, principalmente, em função do estado físico deste combustível, ou seja, carbono e hidrogênio. Para efeito de controle de combustão, um combustível sólido finamente moído, que possa ser transportado através de uma corrente de ar, apresenta características de controle semelhante as de um combustível gasoso; um combustível líquido quando atomizado e jogado em forma de jato na câmara de combustão, também apresenta características de controle semelhantes as de um combustível gasoso. Combustível Gasoso Como os combustíveis gasosos são facilmente dispersos no ar, não há necessidade de preparação destes combustíveis para combustão. Os combustíveis gasosos são utilizados diretamente na caldeira, da mesma forma com que são recebidas do Processos Industriais SENAI 19 fornecedor, o único cuidado necessário é a redução da pressão do gás para adequá- las às características do queimador. Há dois tipos de combustores para combustível gasoso: com mistura no bocal e com mistura prévia do ar e do gás. Combustível Líquido Um combustível líquido para ser queimado deve ser vaporizado ou atomizado. Um combustor líquido vaporizado converte continuamente o combustível líquido em vapor, utilizando para isso, o calor da própria chama. Num combustor de líquido atomizado, o combustível é alimentado com pressões de 7 a 20 kgf/cm2. A nebulização pode ser feita com injeção de ar ou vapor juntamente com o combustível. A atomização com o vapor é a mais utilizada e para que esta atomização ocorra, o vapor é injetado com pressão superior a do combustível. Normalmente, utiliza-se uma válvula reguladora de pressão diferencial para manter a diferença de pressão entre o vapor e o combustível; nos casos de caldeiras de grande porte, é comum utilizar-se uma malha de controle completa, para manter este diferencial de pressão. Combustível Sólido Um combustível sólido pode ser queimado num leito de combustível, em suspensão. Há diversos tipos destes sistemas de queima, cada qual conveniente a uma situação particular. Na queima em leito de combustível,o combustível não precisa de preparação adicional, sendo alimentado diretamente por gravidade ou através de carregadores mecânicos. Os carregadores mecânicos são projetados para permitir o ar de combustão, a liberação dos produtos gasosos da combustão e a rejeição do resíduo não queimam. Os tipos mais comuns de leito de combustível são os com alimentação paralela, com alimentação cruzada e com alimentação antiparalela. Na queima em suspensão o combustível deve ser moído ou pulverizado. A pulverização pode ser por impacto, atrito ou esmagamento. Na queima em suspensão, o ar além de ser utilizado para secar, transportar e para classificar o combustível, Processos Industriais SENAI 20 também leva os finos ao queimador, onde este mesmo ar serve como parte do ar necessário à combustão. Elementos da Combustão Em todos os tipos de combustível, a combustão é feita pelo processo de oxidação do hidrogênio e carbono contidos no combustível, com o oxigênio existente no ar atmosférico. O ar atmosférico é composto, basicamente, de 23% de oxigênio e 77% de nitrogênio em peso ou, de 21% de oxigênio e 79% de nitrogênio em volume. O nitrogênio e qualquer outro elemento químico não combustível existente no ar atmosférico ou no combustível passam pelo processo de oxidação sem modificações essenciais. Nos processos industriais, utiliza-se o queimador ou maçarico como dispositivos para a combustão. Estes dispositivos misturam o combustível e o ar de combustão em proporções dentro da faixa de inflamabilidade, possibilitando a ignição e a manutenção permanente da combustão, mantém turbulência da mistura e fornece combustível e ar de combustão em taxas que permitem a combustão completa sem retorno ou apagamento da chama. Os dois tipos básicos de queimador ou maçarico são o direto e o com mistura prévia. Processos Industriais SENAI 21 O processo de combustão produz calor. Em caldeiras, este calor que é transportado pelos gases gerados na combustão, é utilizado para gerar vapor. Para carvão, óleo ou gás combustível a relação kcal/kg de ar de combustão é aproximadamente a mesma, não importando se a relação kcal/kg de combustível é completamente diferente. O fato das necessidades de ar de combustão serem bastante próximas se baseada no poder calorífico dos combustíveis, é um importante conceito utilizado nas aplicações da lógica de controle da combustão. Ar para combustão Conhecendo-se a composição do combustível e com base na estequiometria da combustão, consegue-se calcular o ar teórico necessário à queima do combustível. Se for utilizar somente o ar teórico, parte do combustível não será queimado, a combustão será incompleta e o calor disponível no combustível não queimado será perdido através da chaminé. Para se garantir que a combustão seja completa, utiliza- se uma quantidade de ar superior ao teórico calculado; procura-se, assim, garantir que Processos Industriais SENAI 22 as moléculas do combustível possam encontrar o número apropriado de moléculas de oxigênio para completar a combustão. Este ar adicional é chamado de excesso de ar, sendo normalmente expresso como porcentagem do ar teórico. O excesso de ar mais o ar teórico é chamado de ar total. As perdas por excesso de ar aumentam em proporção muito menor que as perdas com combustível não queimado, por isto, sempre se trabalha com ar em excesso nos processos de combustão industrial. Um outro fator importante a considerar é que o aumento da porcentagem de excesso de ar reduz a temperatura da chama e reduz a taxa de transferência de calor da caldeira. O resultado é o aumento da temperatura dos gases da combustão e diminuição do rendimento da caldeira. Processos Industriais SENAI 23 A redução do excesso de ar reduz a massa dos gases da combustão e aumenta a transferência de calor para geração de vapor. O valor ótimo de excesso de ar a ser utilizado depende, principalmente, do tipo de combustível, tipo de queimador, características e preparação do combustível, tipo de câmara de combustão, carga (como porcentagem de carga máxima), da malha de controle de combustão utilizada e de outros fatores. O excesso de ar adequado à instalação particular deverá ser determinado testando-se a instalação. Descrição dos componentes de uma caldeira Fornalha É o local da caldeira onde se realiza a gaseificação e a queima de vapor, sendo em sua construção observados os seguintes aspectos: o tipo de combustível, facilidade de limpeza, teor de cinzas e fuligem produzidas pelo combustível, volatilidade de combustível, temperatura na fornalha, regime de trabalho, admissão e regulagem de ar. Todos esses aspectos são considerados levando-se em conta a finalidade da caldeira. As fornalhas são construídas em função do combustível a ser queimado ficando, assim, classificadas: Fornalha para queima de combustível sólido É aquela que apresenta grelhas inclinadas e é destinada a queimar lenha, carvão ou outros combustíveis sólidos. Há vários tipos de grelhas, sendo as mais usadas: • Grelha plana com barrotes basculantes – apenas em caldeiras muito pequenas. • Grelha inclinada ou em escada, com ou sem movimento de degraus. Utilizadas em caldeiras de médio porte. • Grelha rotativa ou de esteira. Utilizada em caldeiras de 60 a 80 t/h de vapor. Deve ser observado que o tipo de grelha a usar está ligado ao porte da caldeira, ao combustível e ao tipo de alimentação empregada. Processos Industriais SENAI 24 Fornalha para queima de combustível em suspensão Esta fornalha é utilizada quando se queima óleo, sólidos pulverizados ou gás. O elemento responsável pela queima do combustível é o queimador ou maçarico. Na seleção da fornalha, devem ser considerados os seguintes fatores: • tipo de combustível; • volume do combustível; • teor das cinzas; • método de injeção do ar; • comprimento da chama e • temperatura da fornalha. Tubos e tambores Tubos geradores de vapor São os tubos que recebem maior quantidade de calor na fornalha. Esses tubos têm a finalidade de transformar a água em vapor saturado que vai até o tambor onde se separam. Tubos de fogo Empregados nas caldeiras tipo tubo de fumaça. Tem a finalidade de aumentar a superfície de aquecimento da água. É através deles que circulam os gases quentes resultantes da combustão. Tambor de vapor É um cilindro fechado, colocado na parte mais alta da caldeira, onde se faz a separação da água e do vapor. São conectados a esse tambor os tubos geradores de vapor, o visor de nível da água e o manômetro. O nível de água nesse tambor nunca deve ser superior a ¾ de sua capacidade do mesmo e nunca inferior a 1/2 tambor. A fim de impedir que o vapor arraste água e partículas sólidas, são colocadas dentro do tambor algumas placas defletoras ou chicanas. Tambor de lama Localiza-se na parte mais baixa da caldeira; trabalha sempre cheio de água e sua finalidade é acumular as impurezas da água de alimentação, tais como: lama, ferrugem Processos Industriais SENAI 25 e outros materiais. A esse tambor estão conectados os tubos geradores de vapor para saída de água a ser vaporizada e também válvulas para a descarga das impurezas. Economizador Sua função é pré aquecer a água de alimentação da caldeira. Está localizado na parte alta da caldeira entre o tambor de vapor e os tubos geradores de vapor. Os gases quentes são obrigados a circular através do economizador antes de saírem pelas chaminés. Desaerador Os desaeradores tem duas finalidades. A principal é fazer com que os gases contidos na água, tais como, o oxigênio e o gás carbônico se desprendam, e em decorrência aqueçam a água de alimentação. O funcionamento do desaerador consiste na introdução de vapor diretamente na água. Processos Industriais SENAI 26 Esquema de funcionamento de um desaerador Superaquecedor Antes de explicarmos os superaquecedores, vamos estudaro que vem a ser vapor superaquecido. Vapor superaquecido Se aquecermos a água em um recipiente fechado, quando a água atingir uma certa temperatura ela se transforma em vapor (temperatura 100 oC à pressão atmosférica). Enquanto existir água dentro do recipiente, o vapor será saturado, e a temperatura não aumentará. A partir do momento em que não houver mais líquido, o vapor restante irá se aquecendo, podendo atingir qualquer temperatura que se desejar (mantida à pressão constante). Esse processo de superaquecimento do vapor seria impossível nas caldeiras, pois se, a água evaporasse, os tubos queimariam e também não haveria alimentação suficiente da rede de vapor. Utilizam-se, pois, os superaquecedores para elevação de temperatura de vapor sem danificar a caldeira. O vapor saturado arrasta grande parte das impurezas contidas na água, o que não acontece com o vapor superaquecido. Processo de superaquecimento do vapor Para superaquecer o vapor empregam-se dispositivos denominados superaquecedores. Esses elementos normalmente aproveitam os gases da combustão Processos Industriais SENAI 27 para dar o devido aquecimento ao vapor saturado, transformando-o em vapor superaquecido. Os superaquecedores são construídos de tubos de aço em forma de serpentina cujo diâmetro varia de acordo com a capacidade da caldeira. Quando instalados dentro das caldeiras podem estar localizados atrás do último feixe de tubos, entre dois feixes de tubos, sobre os feixes de tubos ou ainda na fornalha. Aplicações do vapor para processo A finalidade da geração de vapor depende do tipo de indústria. A maioria das indústrias depende do vapor para seus processos. Indústrias metalúrgica e cerâmica Utilizam o vapor para o aquecimento dos dutos de óleo combustível de alimentação dos queimadores dos fornos e para nebulização do combustível. O vapor pode ser tanto de baixa pressão como de média pressão. Indústria de produtos alimentícios Utiliza vapor saturado de média pressão para cozimento de alimentos. Este tipo de indústria usa o vapor indiretamente para aplicações de cozimento. Nas indústrias onde o vapor entra diretamente no processo de fabricação, tem que ser muito bem tratado a fim de não prejudicar o produto. Existem nos processos químicos controladores da qualidade do vapor para que atenda às especificações de utilização, neste tipo de indústria. Indústria Têxtil Utiliza vapor saturado de média pressão em grande quantidade para aquecimento dos tanques de tingimento, alvejamento e secagem. Indústria de celulose e papel Utiliza o vapor saturado de baixa e média pressão, sendo a maior parte empregada nos digestores, nos tanques de branqueamento, nos cilindros de lavagem, nas calandras e secadoras de papel. Processos Industriais SENAI 28 Questionário 1. Qual a principal função de uma caldeira? 2. O que entra no sistema de vapor – água? 3. O que entra no sistema de combustível – ar – gás? 4. Quais são os tipos básicos de caldeiras? 5. Descreva como é o funcionamento da caldeira de fogotubular. 6. Quais são as desvantagens da caldeira de fogotubular? 7. Qual a vazão e a pressão de trabalho da caldeira fogotubular? 8. Descreva o funcionamento da caldeira aquatubular. 9. Em que valor deve ser mantido o nível do tubulão superior? 10. Com relação à água, como trabalha o tubulão inferior? 11. Como são isoladas as paredes das caldeiras? 12. Como é aquecida a água que está dentro dos tubos da caldeira? 13. Aonde é a entrada de água da caldeira? 14. Por que a água circula entre o tubulão superior e inferior? 15. Qual o tipo de vapor gerado na saída do tubulão superior? 16. Defina o que é vapor saturado. 17. Defina o que é vapor superaquecido. 18. Como são constituídos os superaquecedores. Processos Industriais SENAI 29 19. Qual a função do dessuperaquecedor? 20. Qual a função do economizador? 21. Qual a função do pré-aquecedor? 22. Como deve ser mantida a pressão do vapor na saída da caldeira? 23. Como deve ser controlado o nível no tubulão superior? 24. Genericamente, como podem ser os tipos de combustíveis? 25. Como devem ser os combustíveis sólidos e líquidos para que tenham características semelhantes ao combustível gasoso? 26. Por que não há necessidade de preparação do combustível gasoso? 27. Qual o único cuidado que devemos tomar com o combustível gasoso? 28. Como deve ser o combustível líquido para ser queimado? 29. Como pode ser feita a neutralização do combustível líquido? 30. Como deve ser o leito para a queima do combustível sólido? 31. Como deve ser o preparo do combustível sólido para a sua queima? 32. Quais são os dispositivos utilizados em processos industriais para a combustão? 33. Qual a função dos queimadores ou maçaricos? 34. O que acontece quando trabalhamos com a quantidade de ar teórica? 35. Qual deve ser a quantidade de ar para que haja a combustão completa? 36. O que acontece com a temperatura da chama quando há excesso de ar? 37. Do que depende o valor ótimo do excesso de ar? Processos Industriais SENAI 30 38. Como deve ser determinado o excesso de ar em uma caldeira Processos Industriais SENAI 31 Reator O Reator no processo químico industrial Reatores na indústria química Entende-se por reator, como sendo um equipamento capaz de gerar uma reação de caráter químico em um processo industrial Nesta unidade veremos alguns tipos de reatores mais freqüentes, que são classificados de acordo com as fases dos produtos ou sistema de trabalho. Segundo as fases dos produtos os reatores podem trabalhar com fases: • Homogênea: gases → todos os produtos Líquidos → todos os produtos • Heterogênea: gás-líquido, gás sólido, líquido-líquido, gás-líquido-sólido. Segundo a forma de trabalho dos reatores serão de: • Marcha descontínua • Marcha contínua Formas de esfriamento e aquecimento As reações químicas podem ser exotérmicas ou endotérmicas. Por isso o reator terá que absorver parte do calor produzido ou fornecer calor. Considerando um reator de operação exotérmica, é necessário fornecer calor para alcançar e manter a temperatura de reação. O aquecimento é, em geral, conseguido por troca de calor com vapor de água que circula por serpentinas interiores e exteriores ao reator ou por combustão de um Processos Industriais SENAI 32 combustível gasoso ou líquido. Um exemplo deste último caso se tem no cracking térmico. Neste caso o reator é usado, entre outros fins, para a desidrogenação de álcool secundário e obtenção de cetonas. Se o que se pretende é retirar parte do calor produzido, existem diversos procedimentos. Em geral produz-se vapor através de tubos por onde circula água e saem para o exterior na forma de vapor, ou seja (se o reator é tubular) o calor de reação evapora a água que recobre os tubos parcialmente mantendo constante o nível por meio de uma injeção de água. Regulando a pressão de saída do vapor, assegura-se uma reação à temperatura constante. Outras vezes não é a água que circunda os tubos, e sim outro produto, como por exemplo um derivado de petróleo. Este,ao vaporizar-se, troca posteriormente calor com água, vaporizando-a. Algumas vezes só se refrigera o reator e então se faz circular água por serpentinas. Em seguida a água é empregada para produzir vapor. Outras vezes só necessita de um dispositivo para produzir o calor inicial de reação. Para isso utiliza-se um aquecedor elétrico, como no caso da obtenção de amoníaco. Processos Industriais SENAI 33 Na figura é esquematizado uma forma de absorção de calor de um sistema de reação. Trata-se de uma reação exotérmica em um reator tubular, com catalisador no interior dos tubos. Reator descontínuo Parte dos processos industriais se efetuam atualmente em forma descontínua,isto é, o reator, que geralmente é do tipo caldeira, possui forma cônica no fundo, serpentinas de calefação, agitadores mecânicos, fechamento hermético, entradas de produtos etc. Passado o tempo de reação faz-se análise do produto e, se este cumpre as especificações previstas, procede-se o seu esvaziamento. Muitas vezes se empregam catalisadores no processo. Algumas vezes interessa separá-los, ou é feito seja por diluição do produto final, ou por precipitação, outras vezes o catalisador acompanha o produto. Este sistema descrito é denominado batch e como se pode deduzir, as produções sempre serão pequenas se comparadas com os processos da grande indústria química. Pode-se dizer que, o reator descontínuo é um equipamento básico de fabricação, tendo como vantagem a possibilidade de produção de diferentes produtos, mudando para tanto a formulação dos produtos e as condições de operação. Processos Industriais SENAI 34 Por outra parte, tem como inconveniente, uma maior vigilância na sua operação e, se empregado para distintas fabricações, deve ser limpo para evitar as contaminações de distintos produtos. Reator tipo tanque agitado contínuo Neste reator os produtos reagentes e os produtos formados pela reação entram e saem do reator continuamente. Se os produtos formados são retirados em forma líquida, ocorre a separação do catalisador, pois ao abaixar a concentração do mesmo no reator, decrescerá a formação dos produtos finais. A figura representa um exemplo deste tipo de reator. Nele se observa os produtos regentes Ra e Rb que entram de forma contínua no reator (que já tem alojado em seu interior o catalisador), a agitação e o aquecimento. Na saída observa-se os produtos segundo a reação: Ra+ Rb → Pc, a separação dos produtos Ra e Rb com retorno ao reator e finalmente a condensação do produto final Pc, assumindo-se que os pontos de ebulição de Ra e Rb são mais altos que os de Pc. Reator tubular O reator tubular é aplicado, em geral, em reações que se desenvolvem a alta pressão. Isto porque seria necessário uma espessura muito grande das paredes de um reator de maior volume, o que seria inviável devido ao custo da instalação. Assim em lugar de utilizar um grande reator, se substitui por muitos tubos de reação. Processos Industriais SENAI 35 O desenho de um reator dependerá do total conhecimento das reações que se desenvolvem, assim como das velocidades na medida em que as massas dos reagentes e dos produtos avançam (quase sempre através do catalisador), determinando assim o tempo que as substâncias estarão no reator e sua velocidade de passo. Com todos dados é possível dimensionar-se um reator. Reator de leito fluidizado Os reatores de leito fluidizado são aqueles em que a reação catalítica se efetua por fluidização dos sólidos. Este processo se desenrola em aparelhos de corpo cilíndrico com cones esféricos no fundo. A entrada, ou entradas do agente fluidizante (ar, hidrogênio, cloro, etc.), é pela parte inferior. Possui também, uma ou mais saídas de produtos, para drenar ou esvaziar o reator, além dos elementos auxiliares tais como: serpentinas de aquecimento ou esfriamento, controle de fluxo, de pressão, etc. Nos reatores de eixo fluidizado, o catalisador é geralmente um sólido que está perfeitamente misturado com produtos reagentes e os que resultam da reação. Os produtos saem do reator em fase líquida ou vapor e o catalisador poderá ser removido ou substituído quando sua eficácia estiver baixa ou quando sua quantidade na mistura estiver abaixo do valor mínimo. Questionário 1. O que é um reator e qual sua função? 2. Quais são os tipos de reatores? 3. O que significa marcha contínua e marcha descontínua? 4. O que são reações endotérmicas e exotérmicas? 5. Como o reator mantém sua temperatura de trabalho constante? 6. O que significa catalisador? Processos Industriais SENAI 36 7. O que significa PRC e LRCA? 8. Indique a vantagem e desvantagem do reator semicontínuo? 9. Como se evita contaminação num processo BATH? 10. Qual é o problema encontrado no reator com processo contínuo? 11. O que é um reator tubular? 12. Qual o uso de um reator tubular? 13. Como se dimensiona o tamanho de um reator? 14. O que é um serpentina? 15. Num reator podemos utilizar vários produtos, inclusive cloro, hidrogênio e amônia. Quais os riscos de se trabalhar com estes produtos? Processos Industriais SENAI 37 Tratamento de Água Processos de tratamento de água As águas residuais resultantes das várias atividades humanas, domésticas, industriais ou agrícolas, não podem continuar a ser utilizadas sem tratamento prévio. As estações de tratamento consistem de uma série de processos físicos, químicos e biológicos. Os objetivos destes processos são proporcionar o tratamento e melhorar a qualidade da água para usá-la novamente, no consumo humano ou sendo reutilizada com conseqüências mínimas ao ambiente. Os processos de tratamento de água se dividem em dois grupos: • Processos Convencionais. • Processos Avançados. A utilização de um ou de outro processo não corresponde a um melhor ou pior tratamento de água por uma estação de tratamento de água e sim, está diretamente ligado aos componentes residuais do manancial a ser tratado, atendendo as necessidades para tornar a água potável. Processos convencionais Remoção de compostos orgânicos É a remoção de compostos orgânicos residuais que em combinação com produtos desinfetantes (cloro) formam compostos clorados que são causadores de sabor e cheiro desagradáveis na água tratada. Para remoção de compostos orgânicos é usado carvão ativado e um tempo de contato mínimo de 15 (quinze) minutos. Carvão ativado • Aplicação: remoção de compostos orgânicos. Processos Industriais SENAI 38 • Obtenção: queima em altas temperaturas e baixo teor de oxigênio de casca de coco, nó de pinho e celulose. • Aspecto físico: pó finamente pulverizado. • Custo em U$: 0,73/kg Coagulação É a introdução de reagentes fortemente catiônicos (cloreto férrico) para que em contato com a água bruta, carregada anionicamente, forme coágulos. O tempo de ocorrência da coagulação é extremamente curto e a intensidade de agitação deve ser tal que permita, dentro do tempo exigido, assegurar a difusão completa do coagulante na água. Cloreto férrico (FeCl3) • Aplicação: coagulante. • Obtenção: reação do ataque de minério de ferro com ácido clorídrico (HCl). • Aspecto físico: solução a 40%. • Custo em U$: 0,22/kg Floculação A floculação é a aglomeração e compactação de partículas de coagulante e de matéria em suspensão na água, formando conjuntos maiores e mais adensados, denominados “flocos”. Ela é efetuada por meio de um processo mecânico (ETA 11, III, IV e Capivari) ou hidráulico (ETA 1), que produz agitação na água com o objetivo de se criar gradientes Processos Industriais SENAI 39 de velocidade que cause turbulência capaz de provocar choques ou colisões entre as partículas coaguladas. Estes gradientes produzem tensão cisalhante nos flocos existentes e são limitados para não ultrapassarem a capacidade de resistência do cisalhamento destas partículas. Os contatos provocados permitem que os flocos aumentem de tamanho e densidade, tornando-se mais fáceis de se sedimentarem. O tempo para ocorrência da floculação normalmente excede a 20 minutos, em alguns tipos de água (água barrenta) até 60 minutos ou mais. Como auxiliar deste processo são usados polieletrólitos que são compostos de alto poder molecular e não iônicos que proporcionam maior densidade aos flocos formados. Polieletrólitos • Aplicação: auxiliar de decantação. • Obtenção: reação de polimerização de monômeros acrilamida (C3H5NO). • Aspecto físico: suspensão em solvente orgânico (querosene desodorizado). • Custo em U$: 2,90/kg Decantação A decantação ou sedimentaçãose resume no efeito da gravidade sobre partículas suspensas num líquido de densidade inferior. Sob a influência da gravidade qualquer partícula que tiver uma densidade maior que a da água irá sedimentar-se, com isso a água sai do decantador com baixos valores de cor e turbidez. Este processo consiste em diminuir a velocidade do fluxo de água, fazendo com que o tempo de escoamento seja maior que o tempo necessário para que os flocos se sedimentem. Normalmente este tempo pode variar de 30 minutos a 2 horas. A remoção do lado formado no fundo dos decantadores deve ser feita periodicamente, e pode ser de forma automática (ETA 11, III, IV e Capivari) ou manual (ETA 1). Filtração A filtração da água é o processo onde ela é separada da matéria em suspensão. Remanescente do decantador, pela passagem através de uma substância porosa. Na prática este material poroso é usualmente uma camada de areia. A remoção de Processos Industriais SENAI 40 matéria sólida se efetua pela filtração através dos poros na superfície da camada de areia e pela aderência das partículas sólidas aos grãos de areia. O tipo de filtração aplicada na ETAs da Sanasa são filtros rápidos abertos onde a água passa por gravidade de cima para baixo, através da areia com alta velocidade, geralmente a taxa de filtração varia de 120 a 180 m3/m2/dia. A composição das camadas filtrantes pode ser só de areia e pedras de várias granulometrias (ETA I e II), e compostas de areia e antracito (ETA III, IV e Capivari). Após um período que varia de 16 a 60 horas (na Sanasa), os poros passam a ficar vedados pelos flocos remanescentes do decantador diminuindo a capacidade de filtração, o que provoca sensível redução da taxa de filtração. Esta redução da taxa de filtração é o parâmetro indicativo da necessidade de limpeza do filtro, que é feita por uma corrente reversa de água de lavagem (convenientemente pré-tratada), que expande e agita a areia e remove para o esgoto os sólidos acumulados. Desinfecção Para melhor compreensão da desinfecção, recorremos a definição do termo esterilizar que é destruir todos os microorganismos existentes em algum material. A desinfecção é caso particular da esterilização que se refere especificamente a eliminação dos germes patogênicos, sem que haja necessariamente a destruição de todos os organismos, uma vez que os patogênicos são geralmente menos resistentes que os não patogênicos. Na Sanasa o processo de desinfecção é feito com a aplicação de cloro e amônia, produzindo um composto de ação mais lento (cloraminas), porém com o poder de prolongar a ação bactericida do cloro. Este processo é considerado eficiente para controle do desenvolvimento bacteriológico em sistemas de distribuição relativamente longos. A quantidade de cloro residual combinado (nome dado ao composto na água) deve estar na faixa de 1 a 4 mg/l, e o tempo de contato mínimo para garantir a desinfecção é de 1 (uma) hora, daí a importância das caixas de contato. Para formação das cloraminas, na Sanasa utiliza-se uma parte de amônia para cinco partes de cloro. Hipoclorito de sódio (NaOCl) • Aplicação: desinfecção de águas, em sistemas de pequeno porte. Processos Industriais SENAI 41 • Obtenção: eletrólise do cloreto de sódio (NaCl) com borbulhamento em solução de cloreto de sódio. • Aspecto físico: solução em 12% de cloro ativo. • Custo em U$: 0,25/kg Cloro (Cl2) • Aplicação: desinfecção. • Obtenção: eletrólise do cloreto de sódio. • Aspecto físico: gás liquefeito. • Custo em U$: 0,16/kg Amônia (NH3) • Aplicação: estabilizante do cloro, removedor de gosto e odores. • Obtenção: síntese do ar atmosférico à alta pressão e temperaturas em presença de catalisadores mistos de pó de ferro com dióxido de potássio (K2O). • Aspecto físico: gás liquefeito. • Custo em U$: 0,90/kg Correção do pH A correção do pH é feita com a finalidade de diminuir e/ou evitar a corrosividade da água, a cal é utilizada. Durante o processo de clarificação o pH é levemente ácido (pH = 6,0) devido a ação do sulfato de alumínio (sal de ácido forte). A água nestas condições, apesar de atender às especificações sanitárias, provocaria a longo prazo corrosão das tubulações de distribuição, principalmente nas ligações de ferro galvanizado. Processos Industriais SENAI 42 Tanque de neutralização (correntes ácidas) Com a correção, o pH sai das unidades de tratamento na faixa de 7,6 a 8,2 (levemente alcalino), suficiente para evitar a corrosão. Os sais de carbonatos no interior da tubulação formam ao longo do tempo um filme entre água e canalização. Cal virgem CaO • Aplicação: correção do pH. • Obtenção: queima em altas temperaturas de rochas calcárias (calsita, dolomitica, mármore). • Aspecto físico: sólido granulado. • Custo em U$: 0,17/kg. Cal hidratada Ca(OH2) • Aplicação: correção do pH. • Obtenção: reação de óxido de cálcio (CaO) com água. • Aspecto físico: pó • Custo em U$: 0,14/kg Fluoretação A fluoretação reduz o índice de dentes cariados, perdidos e/ou obturados (CPO), que na cidade de Campinas, conforme estudos da PUCC, através da Faculdade de Processos Industriais SENAI 43 Odontologia, já reduziu em 65% estas incidências (CPO), sendo que em classes menos favorecidas chega a 71%, enquanto nas classes mais elevadas é de 25%. Ácido fluossilícico (H2SiF6) • Aplicação: medicação sistêmica, combate à cárie. • Obtenção: reação da sílica com ácido fluorídrico borbulhamento em água. • Aspecto físico: solução à 20%. • Custo em U$: 0,06/kg Fluorsolicato de sódio (Na2SiF6) • Aplicação: medicação sistêmica, combate à cárie. • Obtenção: reação do silicato de sódio (NaSiO3) com ácido fluorídrico (HF). • Aspecto físico: pó finamente pulverizado. • Custo em U$: 1,34/kg Processos avançados Oxidação extensiva A oxidação extensiva visa a destruição da matéria orgânica excessiva vinda do manancial. Este processo na Sanasa só é aplicado na ETA Capivari por ser o rio que abastece de água bruta de qualidade inferior e mais suscetível a grandes variações, por ser de baixa vazão. No processo é adicionado permanganato de potássio (oxidante), é aplicado uma aeração vigorosa por aproximadamente 15 minutos. Com isso, além da destruição da matéria orgânica, conseguimos a redução de substâncias que produzem gosto e odores com sulfeto de hidrogênio (HS) e alguns compostos orgânicos voláteis, além de propiciar a oxidação de ferro e manganês solúveis para a forma insolúvel, tornando-os apropriados para a reação nas fases da clarificação. O equipamento de aeração usado consiste em unidades de difusão de ar, em sistemas de turbinas de arejamento em que o ar é liberado abaixo das pás rotativas, e arejamento de superfície no qual a transferência de oxigênio é garantida pela alta turbulência de superfície. Processos Industriais SENAI 44 Equipamento para arejamento Permanganato de potássio (KmnO4) • Aplicação: oxidação de matéria orgânica. • Obtenção: oxidação de soluções de manganatos (MnO4) com gás cloro. • Aspecto físico: cristais. • Custo em U$: 2,80/kg Intercloração A intercloração, utilizada na ETA IV, é uma cloração da água decantada, antes da filtração, para oxidação de ferro e manganês solúvel, tornando-os insolúveis. Este processo traz outros benefícios, tais como: controlar o desenvolvimento das algas, reduzir as acumulações nos filtros, fatores que contribuem para a melhoria da eficiência, assim como para aumentar o tempo de funcionamento dos filtros. Na pós cloração (cloração final) é apenas complementado os teores de cloro residual já adicionados na intercloração, para que a água saia do sistema com concentração padronizado (de 1 a 4 mg/l). Pré-sedimentação A pré-sedimentação, utilizada nas ETAs III e IV, foi concebida para remoção de resíduos sedimentáveis. Seu funcionamento se assemelha ao decantador, e a eficiência na remoção de cor, turbidez, sólidos sedimentáveis e matéria orgânicachega às vezes a 60%. O tempo de detenção da água no pré-sedimentador é de uma hora, trazendo como benefício, além dos já citados, o de funcionar como um tanque de homogeneização, pois, absorve as bruscas mudanças na qualidade da água do rio no caso principalmente de fortes chuvas. Processos Industriais SENAI 45 Tipos de precipitação utilizados Números da empresa Para captar, tratar, distribuir água e tratar e afastar o esgoto, a empresa gasta 1 milhão de quilos de produtos químicos e consome 4,9 milhões de KW/h de energia elétrica mensalmente. A composição físico-química provável, determinada por amostragem, da água distribuída para a população da cidade é a seguinte: Água potável fluoretada • Aspecto: limpo • Odor: inobjetável • Turbidez: 0,5 NTU • pH: 7,1 • Acidez: 5,0 mg/l • Alcalinidades: ----- • Bicarbonatos:30 mg/l • Cloretos: 30 mg/l • Dureza total: 52 mg/l Processos Industriais SENAI 46 • Ferro total: 0,02 mg/l • CO2: 2 mg/l • Resíduos totais: 125 mg/l • Sulfatos: 14 mg/l O Sistema de esgotamento sanitário no seu início O município de Campinas possui cinco bacias de esgotamento sanitário, a saber: Bacia do Córrego Proença-Anhumas, Bacia do Córrego Piçarrão, Bacia do Rio Capivari, Bacia do Córrego Samambaia e Bacia do Quilombo. A Sanasa atende com a rede coletora de esgotos 87% da população urbana do município através de 2.141.265m de redes coletoras com 138.427 ligações (Junho/91), num total de 216.812 economias atendidas. A Sanasa praticamente não vêm realizando nenhum tipo de tratamento destes esgotos. No entanto, está sendo viabilizado o tratamento dos esgotos das bacias Ahumas e Piçarrão. Com este projeto será possível tratar de 75% dos esgotos lançados no município de Campinas. A Sanasa está atualizando o Plano Diretor de Esgotos do Município pretendendo com isso definir as obras prioritárias a executar convocando para tal todas as entidades representativas e a população a participarem. Após a priorização das obras do Plano Diretor e elaboração dos projetos executivos, a Sanasa pretende elevar os índices atuais de tratamento, executando as obras previstas, despoluindo grande parte de nossos cursos d’água. O Esgoto de campinas hoje Campinas hoje possui uma rede com 2,6 milhões e metros e 44 estações elevatórias que atende a quase 90% da população com recolhimento e afastamento de esgoto. Atualmente 8 estações de tratamento se incubem de impedir que cerca de 4% do esgoto seja despejado nos córregos “in natura”. Processos Industriais SENAI 47 Campinas, como a maioria das grandes cidades brasileiras, tem um desafio pela frente: em pouco tempo construir estações de tratamento de esgoto em número suficiente para eliminar ao máximo a descarga de poluentes nos córregos da região. O plano para construção de 24 estações de tratamento de esgoto já está em andamento: nos últimos 2 anos a Sanasa inaugurou três estações – a Ciatec, a Icaraí e a Santa Rosa – e implantou vários interceptores que estão levando o esgoto para pontos de futuras estações. Um deles foi implantado juntamente com a reurbanização da Avenida José de Souza Campos, a Norte-Sul. Além disso, já está em vigor a lei que determina que os novos empreendimentos tenham a sua própria estação de tratamento de esgoto. Ao mesmo tempo, em parceria com a Prefeitura Municipal, a Sanasa implantou o interceptor da Lagoa do Taquaral, cujos resultados em relação à despoluição já são visíveis. Antes do fim do ano de 1997 já será novamente possível a pesca no local sem qualquer risco para a população. Em fase de licitação, está a estação de tratamento de esgotos do Córrego Samabaia. Ela terá capacidade, em sua fase final, de tratar 200 l/s de esgotos. O início das obras está previsto para o final do ano de 1997. A meta da Sanasa é tratar 70% do esgoto gerado por Campinas até o ano 2000 e atender 100% da população com sistema de coleta e afastamento. Sanasa em números População atendida com afastamento de esgoto: 798.000 Estações de Tratamento de Esgotos (Primárias – 50% de limpeza) Capacidade ETE Costa e Silva 15,1 l/s ETE Paineiras 3,5 l/s ETE Nóbrega 4,1 l/s ETE IAPI 1,5 l/s ETE Vila Itália 1,3 l/s Processos Industriais SENAI 48 Secundárias – 96% de limpeza ETE Ciatec 13,5 l/s ETE Icaraí 0,99 l/s ETE Santa Rosa 7,79 l/s Características dos sistemas analisados para o tratamento da fase líquida Os níveis de tratamento de esgotos considerados no trabalho para o tratamento da fase líquida (esgotos) são os níveis preliminar, primário e secundário. A principal ênfase é dada ao nível secundário, único capaz de cumprir a legislação relativa aos padrões de lançamento. Os principais sistemas de tratamento de esgotos domésticos em nível secundário são: • Sistemas de lagoas de estabilização; • Sistemas de lodos ativados; • Sistemas de filtros biológicos; • Sistemas anaeróbicos; • Sistemas de disposição no solo. Níveis de tratamento dos esgotos • Preliminar: sólidos em suspensão grosseiros (materiais de maiores dimensões e áreas). • Primário: sólidos em suspensão sedimentáveis; DBO em suspensão (matéria orgânica componentes dos sólidos em suspensão sedimentáveis). • Secundário: DBO em suspensão remanescente (matéria orgânica em suspensão fina não removida no tratamento primário); DBO solúvel (matéria orgânica na forma de sólidos dissolvidos). Classificação/finalidade dos tratamentos de esgotos Preliminares • Finalidade: remoção de sólidos grosseiros, detritos minerais, areia, óleos e graxas. • Unidades: grade. • Comuns: caixa de retenção de areia, tanques de remoção de óleos e graxas. Primários • Finalidade: remoção de sólidos em suspensão, dissolvidos e em estado coloidal. Processos Industriais SENAI 49 • Unidades: tratamento primário. • Comuns: tratamento biológico (oxidação), decantação secundária. Secundário • Finalidade: Remoção de sólidos em suspensão, dissolvidos e em estado coloidal. • Unidades: Tratamento primário. • Comuns: Tratamento biológico (oxidação), decantação secundária. Estação de tratamento de água Tratamento de H2O para caldeira (desmineralização) Água dura e água mole Água dura: água que custa a formar espuma com sabão, contém sais de cálcio e magnésio dissolvidos. Uma dureza temporária é causada por bicarbonatos dissolvidos, formados quando a H2O da chuva, com monóxido de carbono dissolvido (gás carbônico, CO2) se infiltra no calcário ou rochas calcáreas. CaCO2 + H2CO3 → Ca(HCO3)2 → Hidroteno carbonato de cálcio É chamada temporária porque o carbonato de cálcio (Giz), CaCO3, se precipita ao ferver aderindo, como uma camada dura, no interior dos canos e vasilhas. A dureza permanente é formada pelos sulfatos e cloretos de cálcio e magnésio. Estes sais reagem com sabão (estearato de sódio) formando uma espuma insolúvel (estearato de cálcio). A dureza temporária é removida através de fervura ou pela adição de cal extinta. Processos Industriais SENAI 50 O acréscimo de bicarbonato de cálcio ou calgon (ou fosfato complexo) remove tanto a dureza temporária quanto a permanente precipitando tanto o cálcio quanto o magnésio como sais insolúveis. Os amolecedores de H2O com permuta de íons, contêm um minério natural, como a permutita ou uma resina sintética, que têm a propriedade de substituir os íons de cálcio e magnésio por íons inofensivos de sódio. A maioria dos agentes desionizantes com uma forte solução salina repõem os íons de sódio deslocando os de Ca e Mg. Água A qualidade da água que abastece o gerador de vapor tem papel fundamental no desemprego do equipamento. O vapor gerado a partir de água que contenha impurezas em suspensão e minerais de qualquer espécie poderá ser prejudicial aos diversos processos e equipamentos envolvidos. No gerador de vapor, as impurezas em suspensão se depositam no lado de água entupindo ou dificultando a trocade calor assim como os minerais liberados na geração do vapor se incrustam nas paredes da câmara e internos dos tubos (dependendo da caldeira aqua ou fogo tubular) e resistências e eletrôdos de nível (caldeira elétrica), comprometendo seu funcionamento e originando, na melhor das hipóteses, uma maior freqüência de operação de limpeza. Portanto, a água que abastece o conjunto deverá ser desmineralizada ou destilada com pH 7 +/- 1 e com dureza máxima ao redor de 60 ppm. Fluxograma de reposição de H2O para caldeira Processos Industriais SENAI 51 Desmineralização Tipo de tratamento para água de alimentação O tipo de tratamento de água de alimentação depende: • da qualidade da água bruta; • da pressão de operação da caldeira; • do fluxo de calor na superfície de vapor da caldeira. Obs: a maioria das dificuldades operacionais das caldeiras é ocasionada por problemas no tratamento da água de alimentação. Monitoração da qualidade da água tratada A característica da H2O de alimentação é monitorada por medidores de pH (quanto mais H, melhor é o tratamento) e condutividade elétrica (quanto maior for condutividade, pior a água). Desmineralização ou desmi A medida que a H2O evapora, os cristais tendem a encrustar-se nas paredes dos tubulões (cálcio, sílica, cloro e magnésio) e nas tubulações, formando uma camada que diminui a vazão de H2O e dificulta a troca de calor entre o lado de fogo e o lado de água, reduzindo o rendimento da caldeira. Obs: O cloro ataca o aço inóx. O aço inóx ANSI 304 não resiste ao cloro. Já o aço ANSI 316 não é atacado pelo cloro, porém a mistura de cloro + sódio (NaCl) ataca quase todos os tipos de aço, com exceção do aço inox ANSI 316L, que é muito caro. Desaeração Serve para eliminar os gases arrastados ou dissolvidos na H2O (o próprio ar atmosférico, CO2 e O2). Quando estes gases estão à alta temperatura, tornam-se corrosivos, atacando os tubos e os tubulões, atacando também os trocadores de calor e as linhas de condensado. Os remanescentes da desaeração são eliminados pela adição de produtos químicos. Processos Industriais SENAI 52 Purga (Blow Down) Purga descontínua: é um sistema conectado na parte mais baixa do tubulão de água. Mediante aberturas periódicas da válvula de purga, a lama química é removida do fundo do tubulão inferior. Purga contínua: é conectada à tubulação de vapor e remove a água contendo sólidos dissolvidos um pouco abaixo da superfície da água existente no tubulão superior. Controle automático da concentração dos produtos químicos Este controle é feito por instrumentos que medem a condutividade da água e atuam na vazão de purga contínua da caldeira, mantendo a concentração média dos produtos químicos próxima ao limite máximo aceitável. Com isso, pode-se ter a menor vazão de purga contínua com maior economia de água desmi. Quanto melhor é o tratamento de H2O, menor a purga da caldeira. Processos Industriais SENAI 53 Fluxograma de processo de desmineralização A coluna forte ou fraca depende do diâmetro das bolinhas. Quanto maior o diâmetro, menor a área de contato por isso mais fraca a coluna. Resina Catiônica É composta de hidrogênio. Na passagem da água, a resina segura o cálcio e o magnésio, liberando hidrogênio na forma de H2. Processos Industriais SENAI 54 Regenerador H2SO4 H2O+Ca+Mg+Cl + metasilicato H2O+H2+Cl + metasilicato CaSO4 + MgSO4 Obs: O H2SO4 provoca aquecimento na resina podendo queimar. Na regeneração da resina catiônica, é utilizado o H2SO4 (ácido sulfúrico). A resina segura o H2 do H2SO4, e com a lavagem da resina, volta para o esgoto o CaSO4 e o MgSO4 (enquanto uma torre está em regeneração, a outra está em operação e vice- versa). Resina Aniônica Fraca (bolinhas grandes) Forte (bolinhas pequenas) A resina aniônica é composta de hidroxilas. Na passagem da água, segura o cloro e o metasilicato e solta hidroxilas OH-. Regenerador NaOH (soda) H2O+H2+Cl + metasilicato H2O + (H + OH) = 2 H2O (água desmi) NaCl + Metasilicato de Na Na regeneração com soda, a resina segura a hidroxila da soda e solta o cloro e o metasilicato. Na lavagem da resina, vai para o esgoto NaCl e o metasilicato de Na. Resina Catiônica Resina Aniônica Processos Industriais SENAI 55 Questionário 1. O que significa águas residuais? 2. O que significa águas tratadas? 3. O que são estações de tratamento de água? 4. O que significa ETA? 5. Dentro de um processo convencional temos a remoção dos compostos orgânicos. a) O que é um composto orgânico? b) Por que o composto orgânico precisa ser eliminado? c) Como se dá a eliminação do composto orgânico? 6. O que é carvão ativado? 7. O que é coagulação e para que serve? 8. O que significa solução a 40%? 9. O que é floculação e como ela acontece? 10. O que é sedimentação? 11. O que é decantação? 12. O que é solução coloidal? 13. O que é lodo? 14. O que é um filtro de areia e como ele funciona? 15. Como se compõe um filtro de areia? 16. Como se regenera um filtro de areia? 17. Qual é a diferença entre esterilizar e desinfectar? Processos Industriais SENAI 56 18. O que são caixas de contato? 19. O que é pH? 20. Para que se manipula o pH da água? 21. Como se manipula o pH? 22. Para que serve o flúor? 23. Num processo avançado, se usa a oxidação extensiva? 24. O que significa oxidante e redutor? 25. Qual é o objetivo da oxidação extensiva? 26. O que é um aerador e para que serve? 27. O que se faz para aumentar a eficiência dos filtros? 28. Qual é o objetivo da cloração final? 29. Para que serve a pré-sedimentação e qual a vantagem de sua aplicação? 30. O que é turbidez (NTU)? 31. O que significa esgotamento sanitário? 32. O que é estação elevatória? 33. O que é esgoto “in natura”? 34. O que é um interceptor? 35. Sobre os produtos utilizados no tratamento de água: a) Quais são? b) Para que servem? Processos Industriais SENAI 57 c) Como são obtidos? 36. As empresas de reciclagem de plástico, vidro, precisam ter um tratamento particular de esgoto. Caso lancem seu esgoto diretamente na rede coletora, se flagrados, são duramente punidos. No entanto, as empresas de saneamento descarregam grande parte do esgoto “in natura” porque as empresas de reciclagem não podem despejar também? 37. Por que falta água no calor e na estiagem? 38. Faça um fluxograma simplificado do tratamento de H2O? 39. Como se classifica os processos de tratamento de esgoto? 40. Qual é a finalidade de cada um? Processos Industriais SENAI 57 Celulose e Papel Obtenção da celulose A matéria-prima para a obtenção da celulose é principalmente a madeira, pois mais de 80% da celulose se obtém a partir da madeira. O método mais moderno de obtenção da celulose é denominado procedimento ao sulfato. Anteriormente se efetuava o chamado procedimento ao sulfito. A diferença essencial consiste em que a madeira, uma vez preparada, e tratada para seu cozimento; no primeiro método é adicionado sulfato de sódio à lixívia, (material usado no cozimento), enquanto no segundo, se adiciona SO2, que dá lugar à aparição de sulfito na solução. O processo descrito a seguir é o procedimento ao sulfato. Este consiste de quatro fases, a saber: • Preparação da madeira (descascamento e corte); • Processo de cozimento; • Diversos tratamentos; • Regeneração e caustificação da lixívia. Preparação da madeira A madeira deve chegar o tratamento prévio o mais seca possível. Para tanto, as fábricas de celulose dispõem de grandes armazéns que recebem a madeira, permanecendo ali nove meses, pelo menos. Uma vez seca a madeira, passa a ser descascada. E não precisa ser total, já que a casca que não é eliminada será dissolvidana fase de cozimento. Processos Industriais SENAI 58 Geralmente os troncos são cortados longitudinalmente, se bem que tudo depende das dimensões da máquina de corte. Esta máquina é composta por três partes iguais. Em sua parte baixa existe um eixo com uma excêntrica, a qual imprime um movimento de rotação aos troncos e os desloca para cima. Dessa forma os troncos vão passando de um conjunto descascador para outro, até sair da máquina praticamente sem casca. Cada conjunto é aberto em cima e tem um chuveiro que fornece água sob pressão para ajudar a desprender as cascas. A água e a casca que flutuam no fundo, são retirados pela parte de baixo e se separam para que a água seja usada novamente. Os troncos são retirados da máquina por meio de correias transportadoras e são conduzidos para proceder ao esmigalhamento. O moinho ou desintegrador envia a madeira moída a um ciclone para separar os nós e pedaços grossos de madeira e, em seguida, é levada para um depósito. A etapa seguinte consiste em levar a madeira selecionada para a unidade de cozimento. Máquina de corte Processos Industriais SENAI 59 Cozimento Uma vez que a madeira já está moída, é cozida com lixívia, que tem como composição: 8% de NaOH, 2% de Na2S, 1% de Na2CO3 e o restante de água. O cozimento se efetua em autoclaves de 50 a 100 m3 de capacidade. Uma vez carregado, se elevam a pressão e a temperatura o mais rápido possível até alcançar 8 kgf/cm2 e 175 oC, respectivamente. O aquecimento pode ser feito por meio de vapor direto, porém é mais utilizado o aquecimento com vapor exterior. Quando em uma operação, a massa é bombeada em circuito fechado para se conseguir uma distribuição mais regular da lixívia sobre a madeira. Passadas as primeiras horas, se reduzem a pressão e a temperatura, pois se o cozimento continuar com os valores assinalados, a celulose se dissolveria parcialmente na lixívia. Terminado o cozimento, o produto do autoclave é levado para tanques onde a massa é lavada com água e separada da lixívia. Processos Industriais SENAI 60 Tratamento dado à celulose A madeira é contida principalmente por 40/50 % de celulose, 10/30 % de hemicelulose e 20/30 % de lignita. Também contém, baixas porcentagens de proteínas, saia inorgânicos, resinas e gomas. Depois do tratamento dado com lixívia, a maior parte de produtos que não são celulose, são separados, estabelecendo assim um grau maior ou menor de pureza da massa. A massa de celulose é conduzida agora a uma desfibradora, onde é agitado permanecendo as fibras soltas. Em seguida é submetida à lavagem com água e passada por telas, para separar os materiais grossos (geralmente constituem os nós das madeiras) do resto das fibras de celulose, que estão em suspensão na água. A seguir, a massa passa pelo interceptor para que as substâncias de densidade alta (como a areia) se decantem. Efetuadas estas separações por meios rudimentares, se recorre uma classificação seletiva para separar os resíduos mais finos. Para isso, a suspensão passa sucessivamente através de um classificador a diafragma onde se elimina parte da água. Segundo o destino da celulose, se elimina a água ou não. Se, por exemplo, a celulose é destinada a fábrica de papel, ela é enviada na forma de creme, se é expedida na forma de rolos, deixa-se com 60% de água. Uso da celulose A celulose tem sua maior aplicação na fabricação de papel e de rayon viscoso. Também é utilizada na obtenção de revestimentos sintéticos para embutidos, plásticos, recobrimentos, nitrocelulose, explosivos, etc. O vernis e os esmaltes derivados da nitrocelulose são usados em pinturas de eletrodomésticos, automóveis, etc. Processo de fabricação do papel As matérias-primas empregadas, no processo de fabricação do papel podem ser classificadas em: Processos Industriais SENAI 61 • Matérias fibrosas • Material de recheio (substância inorgânica) • Material para aglutinar (substâncias orgânicas) Materiais fibrosos A qualidade da pasta de celulose que se emprega nesse processo, depende do tipo de papel que deseja fabricar. Assim, ela pode secar ou continuar na forma de creme. Outra procedência da pasta é o papel usado. Nesse caso, a pasta é preparada, conforme etapas a seguir: a) Seleção manual de papel, com separação de partes que não sejam de papel, como plásticos, cordas, etc. b) Eliminação possível, das gravuras, impressões, colorações, etc. Mediante ao emprego de dissolventes adequados. c) Desfibração que há com máquinas adequadas, principalmente a chamada desfibradora holandesa, e também com trituradoras, desintegradoras, etc. Material de recheio Com o fim de dotar o papel de certas qualidades, são adicionadas substâncias que se denominam recheio ou carga de papel. Estes produtos rebaixam a resistência do papel, porém lhe dão propriedades que lhes são necessárias, tais como aumento de sua brancura, melhor superfície e maior opacidade. Os produtos mais empregados são: Argila; principalmente em caolim, que tem por missão de ser um agente de recheio. Pigmentos brancos; dá ao papel opacidade e brilho. O melhor de todos eles é o dióxido de titânio, seguindo-lhes o sulfato de zinco. Outros produtos empregados são o carbonato de cálcio como agente de carga. Pedra- ume, argamassa e cal, como branqueadores, silicato de sódio como adesivo compactado. Processos Industriais SENAI 62 Material de aglutinação A substância mais empregada para a aglutinação do papel, é uma resina denominada de colofónia. Esta tem por objetivo, evitar que os papéis fiquem porosos e a tinta escorra. Outras substâncias inorgânicas que se empregam na fabricação do papel são: colorantes, parafina (como impermeabilizante de papel) e glicerina (para suavizar o papel), como mais importante. Processo de fabricação Todas as substâncias que vem a alimentar a máquina de fabricação de papel devem chegar a esta em forma de uma polpa clara. Para isso, primeiramente, o material fibroso, se submete a um tratamento para a sua desintegração, sem que as fibras da celulose sofram alterações; isto ocorre por batimento e com injeção de água. As máquinas mais usadas são as batedeiras holandesas, que se pode considerar como o protótipo, é de lá que tem surgido outras, modificando-a e melhorando-a. Na batedora é adicionado a pasta, o resto dos componentes para formar uma mistura homogênea. Depois de batido, ocorre o refino, sendo a refinadora cônica de Jordan e a Bauer são as mais utilizadas. A maior parte das batedoras e refinadoras, são máquinas em cujo interior são alojados discos ou cutelos, que são as encarregadas por um movimento de giro, para preparar a pasta de tamanho e fluidez desejadas. A obtenção passa por três fases distintas de eliminação de água, as quais são: • Depósito da parte sólida da suspensão, com eliminação parcial de água; • Eliminação da água que ficou retida nas fibras, por meio de compressão; • Eliminação de água não necessária da lâmina de papel, por aquecimento. Processos Industriais SENAI 63 A primeira fase consiste em passar a suspensão de fibras por peneiras, para que sejam retidas as substâncias mais pesadas, como areia e partículas de fibras excessivamente grandes, levando-a finalmente ao depósito de alimentação. Desse depósito sairá a suspensão diluída, que cai em uma tela metálica, acionada por roletes, de onde parte da água escorrerá através dela. Outra parte da água é eliminada na lâmina de papel que vai se formando, por meio de vácuo gerado nas caixas de sucção. Na primeira parte da máquina, forma-se uma lâmina de papel contínuo. Regulando a velocidade da tela metálica, se conseguirá a espessura do papel que se deseja. A segunda parte do processo de é a prensagem, onde mais água será eliminada. Com estas etapas, a água se reduzirá desta forma: • Suspensão de fibra inicial: mais de99 % de água; • Lâmina depois da primeira fase: 80 % de água; • Lâmina depois de ser submetida à compressão: 65 % de água. Uma vez submetida à compressão, passa a lâmina a ser secada por calor. Para isso, a lâmina que já tem consistência suficiente para sustentar-se por si mesma, circula por roletes secadores. Estes são aquecidos interiormente com vapor e acionados por meio de um conjunto de engrenagens. Ao final, a folha de papel sai com um conteúdo de água de aproximadamente 5 %. Finalmente, a folha de papel circula por entre um série de roletes (calandra), para alisar e amaciar mais sua superfície, e após é enrolada formando bobinas. Processos Industriais SENAI 64 Questionário 1. O que é balanço de matéria? 2. Como se calcula o balanço de matéria em processos onde ocorre ou não reação? 3. O que é balanço de energia? 4. O que é entalpia? 5. O que é entropia? 6. O que é um processo contínuo? Dê exemplo. 7. O que é um processo descontínuo? Dê exemplo. 8. O que significa BATCH? 9. O que é um reator? 10. O que é celulose? 11. O que é lixívia? 12. Qual é o método moderno de obtenção de celulose? 13. Quais são as fases do processo ao sulfato? 14. Explique a preparação da madeira? 15. Na preparação da madeira para que serve a água? 16. O que é esmigalhamento? 17. O que significa NaOH, Na2SO4, Na2CO3 ? 18. O que é autoclave? Processos Industriais SENAI 65 19. O que é vapor direto e indireto ou exterior? 20. Descreva o processo de cozimento da madeira. 21. Para que serve a água no processo de cozimento? 22. Qual é o destino da lixívia? 23. Para que serve o cozimento da madeira? 24. Após o cozimento quais são os tratamentos que a massa de celulose recebe? 25. Qual é o destino da celulose? 26. O que é rayon viscoso? 27. Quais são as matérias primas na fabricação de papel? 28. O que são matérias-fibrosas? 29. Como é usado o papel reciclado? 30. Quais são os materiais de recheio? 31. O que é recheio? 32. O que é opacidade? 33. O que é agente de carga? 34. O que é adesivo de compactado? 35. O que é material de aglutinação? 36. Explique o processo de fabricação de papel e como é eliminada a água nesse processo? 37. No final do processo qual será a quantidade de água presente na folha? Processos Industriais SENAI 66 38. Analise uma fábrica de papel em relação: a situação geográfica; água e madeira utilizadas e o impacto ambiental da sua utilização. O que a fábrica faz a respeito? Analise também a energia consumida e os equipamentos e os combustíveis necessários à sua geração? 39. Após o estudo do processo de fabricação de papel, comente: a) Qual é a utilidade da reciclagem de papel? b) Para que economizar papel branco? Processos Industriais SENAI 67 Processos Industriais SENAI 67 Petróleo Convém esclarecer primeiramente o petróleo como o tal, isto é, da forma em que sai da terra, é praticamente um líquido sem aplicação. O petróleo é uma mistura de hidrocarbonetos, principalmente, por conter também quantidades variáveis de enxofre na forma de sulfetos e mercaptanos e de oxigênio, geralmente unido ao enxofre. Também acompanha o petróleo água do mar, procedente da própria jazida petrolífera e dos compartimentos dos petroleiros (barcos que se destinam unicamente ao transporte de petróleo) e alguns sólidos em suspensão. A composição do petróleo é muito variada e depende da procedência conforme relacionado a seguir: • Pensilvânia – Hidrocarboneto leve (até 6 átomos de C, e de cadeia linear). • Texas – Hidrocarbonetos cíclicos não saturados e asfálticos. • Venezuela, Iraque e Kuwait – Tipo misto, isto é, não há predomínio de uns hidrocarbonetos sobre outros. • Rússia – Hidrocarbonetos cíclicos saturados, do tipo de ciclohexano. Esta é a razão pela qual a indústria dedicada ao tratamento de petróleo, é denominada refinaria de petróleo, ou simplesmente refinaria. Destilação do petróleo Praticamente é impossível dividir o petróleo em todos seus componentes e tampouco seria de interesse. O que se faz na realidade, é a decomposição do óleo cru em frações que tenham utilidade prática. Tal processo se descreve a seguir: Processos Industriais SENAI 68 Separação eletrostática O óleo cru do petróleo leva consigo água salgada e areia, que devem ser eliminados antes de seu subtratamento, principalmente por razões econômicas, já que é inferior em custo a instalação de separação, frente aos gastos com avarias produzidas pelas substâncias que acompanham o óleo cru, caso elas passassem através das instalações de refinação. A separação eletrostática consiste em enviar o óleo cru a um aquecedor para dar-lhe a fluidez necessária, adicionar água desmineralizada para diluir os sais que leva consigo, e passá-lo através do emulsionador, para emulsionar a mistura. Esta emulsão passa a um recipiente decantador que possui um potencial elétrico suficientemente alto para eletrizar as partículas da emulsão e agrupa-las. Sendo imissíveis e de diferente densidade, a água e os sais vão para o fundo enquanto o óleo cru separado, sai pela parte superior. Depósito de Óleo Cru Aquecedor Emulsificador Corrente Elétrica Óleo Cru Separado Água Sal LIC Água Tratada Esquema de uma planta de separação eletrostática Destilação atmosférica do óleo cru Uma vez eliminada as impurezas do óleo cru, este passa por uma coluna que trabalha a pressão atmosférica. Processos Industriais SENAI 69 As frações que se obtém dependem principalmente da qualidade do óleo cru de alimentação, ou seja, os produtos obtidos não apresentam uma composição específica, necessitando de ensaios físicos para a determinação da composição. O processo de destilação atmosférica é o seguinte: O óleo cru troca calor com os produtos de outras instalações (reaproveitamento de energia). Uma vez aproveitado o máximo de calor, o óleo cru passa a ser aquecido em um forno no qual irá adquirir a temperatura adequada (aproximadamente 400oC) para alimentar a torre principal denominada de flash, situada na parte média inferior da coluna. O forno de aquecimento do óleo cru pode ter forma circular, retangular ou de caixa. Para favorecer o fracionamento do óleo cru, injeta-se vapor no fundo da coluna. Pela cabeça da coluna se obtém propano, butano, gasolinas e gases mais leves que o propano junto com o vapor de água. Todos estes passam por uma série de condensadores onde a maior parte desses produtos condensam. Ambas partes (gás-líquido) passam por um depósito separador, os gases são conduzidos para compressão, tratados e enviados como combustível. A água é separada do resto dos hidrocarbonetos por decantação, e drenada. A parte orgânica, formada principalmente por butano e a fração de gasolina é enviada em parte para a coluna com refluxo e o resto a outras colunas para sua estabilização. A coluna principal tem várias saídas laterais por onde saem frações de nafta, querosene e gás-óleo. Cada uma destas frações alimenta a outra coluna de arraste, com objetivo de melhorar o ponto inicial das frações por meio de vapor direto, que se injeta na coluna pelo fundo. Este valor junto com a fração leve separada, retorna para a coluna principal passando por um prato que está em cima daquele, onde se extrai a alimentação correspondente a coluna de arraste. Do fundo da coluna principal é extraída a lama de óleo cru reduzido; resíduo parafinoso que contém óleos minerais, parafinas, óleo combustível e asfalto. Este resíduo é enviado aos tanques de armazenamento para ser destilado na coluna de vácuo. Processos Industriais SENAI 70 A E E B C D D D D E G F F F V V V V refluxo a estabilização nafta querosene gás-óleo asfalto asfalto óleo cru separado óleo-com bustível óleo cru reduzido a) Forno b) Coluna Destilação
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