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Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Estudo da tireoide ANATOMIA Órgão bilobado, encapsulado, localizado na região mediana, anteroinferior do pescoço (compartimento infra-hióideo) Os dois lóbulos estão unidos medial e inferiormente pelo istmo, situado abaixo da cartilagem cricoide Em cerca de 30% da população existe um lobo extra, denominado lobo piramidal Exames de rotina para investigação de patologias da tireoide: TSH e T4 livre PRINCIPAIS OBJETIVOS DO USG DE TIREOIDE Pesquisar e localizar lesões tumorais cervicais palpáveis, intra ou extratireoidianas Identificar nódulos, caracterizando-os em padrões benignos, malignos e selecionando aqueles com potencial para biopsia Pesquisar nódulo oculto nos pacientes com irradiação pregressa da cabeça e pescoço, em pacientes que serão submetidos à paratireoidectomia Determinar a extensão do tumor maligno Acompanhar pós-operatório Guiar a PAAF (punção aspirativa por agulha fina) Ao palpar um nódulo, é melhor fazer USG haja vista a facilidade (por ausência de tecido) para a onda atravessa, além de que não há estrutura de ar na frente Imagem suspeita no USG → tireoidectomia ULTRASSONOGRAFIA DA TIREOIDE Posição: decúbito dorsal, em hipertextensão cervical para facilitar o acesso à glândula As dimensões normais da glândula variam em função do peso, sexo, altura e superfície de área corpórea Técnica de exame da tireoide Cortes transversais e longitudinais de cada lobo e do istmo Comparar a ecogenicidade da glândula tireoide com os músculos pré-tireoidianos e com a glândula submandibular Ecotextura observada: se homogênea ou heterogênea Observar se há presença de áreas nodulares mal definidas, traves fibróticas, nódulos, cistos Examinar também as regiões adjacentes → alterações vasculares, linfonodos, cistos, paratireoides Padrão de normalidade Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Cisto coloide: → semelhante ao cisto comum (lesão arredonda, com paredes finas, homogeneamente anecoico, com reforço acústico posterior) - Pequenos cistos intraparenquimatosos de conteúdo anecoico, medindo até 5/6 mm, que correspondem a acúmulo de coloide, sem significado patológico - Algumas vezes podem apresentar pontos hiperecogênicos que correspondem a coloide espesso - Cisto 100% benigno Hiperplasia difusa (bócio) Condição patológica mais comum (80-85%), acometendo 5% da população Apresenta várias causas, entre elas deficiência de iodo, desordem na síntese hormonal, bócio induzido por drogas e alimentos → não é indicativo exclusivamente de hipertireoidismo Quando a hiperplasia leva ao aumento do volume da glândula, pode ser denominada bócio → não é aumento da função, mas sim o aumento volumétrico Existe prevalência no sexo feminino (3:1) entre 35 e 50 anos → mais grave no sexo masculino A doença difusa que leva ao aumento da função tireoidiana é a doença de graves ou Basedow-Graves O volume da glândula costuma variar de 6 a 12 NÓDULO TIREOIDIANO Ecogenicidade: isoecogênico, hiperecogênico, hipoecogênico, anecoico - O nódulo do mal é o hipoecogênico (escuro) Composição: - Sólido → do mal - Cístico → do bem - Misto: proporção dos componentes sólidos e líquidos, devendo ser relata se é predominantemente sólido ou cístico ou se estes componentes estão em partes iguais, chamado sólido-cístico Halo periférico: presença e espessura - Halo completo fala a favor de benignidade e se não tem halo completo, não fala a favor de nada Contorno: - Definição: bem definido, mal definido (do mal), parcialmente definido - Regularidade: regular ou irregular (do mal) Dimensões do nódulo: 3 eixos, ou pelo menos o maior eixo - Paralelo à pele (benigno) ou perpendicular à pele (maligno) Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Calcificação: presença e tipo (microcalcificações ou calcificação grosseira) Localização: em que região do lobo ou istmo, o mais precisamente possível Forma: arredondada ou se altura > largura Ecogenicidade/ ecotextura Maior parte tem padrão ecográfico sólido, podendo ser hipo, isso ou hiperecogênico Aproximadamente 70% dos nódulos malignos são hipoecogênicos, 20% são isoecogênicos e 1-4% são hiperecogênicos Lesões iso e hiperecogênicas são predominantemente benignas 30% apresentam conteúdo cístico → no interior costuma ser necrose A chance de uma lesão de até 3 cm, puramente cística, ser maligna é menor que 1% Halo periférico Pode representar vasos sanguíneos, cápsula fibrosa, compressão ou edema do parênquima tireoidiano adjacente O halo periférico dos nódulos benignos é fino, regular e completo, sendo que dos malignos é caracteristicamente espesso, irregular e incompleto Contornos Os contornos dos nódulos benignos tendem a ser regulares e bem definidos, enquanto nos malignos, geralmente são irregulares e/ou mal definidos Calcificações Apresentam padrão ecográfico diverso, sendo descritas como finas ou micro, grosseiras e em casca de ovo (calcificação periférica em anel) Calcificação tênue, fina ou puntiforme (microcalcificações) são sinal altamente específico de malignidade Calcificação grosseira, densa, amorfa, com sombra acústica posterior, são frequentes e, geralmente, encontradas nos nódulos benignos Se houver calcificação dentro do nódulo, este deve ser considerado suspeito, diferente da mama que é indicativo de benignidade Na mama, as microcalcificações são vistas apenas na mamografia, mas na tireoide são vistas com USG Calcificação em casa de ovo é um halo branco de calcificação em volta do nódulo → do bem Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros O nódulo extremamente do mal: hipoecogênico, grande, perpendicular, irregular, com focos hiperecogênicos de permeio sugerindo calcificação, com sombra acústica Dimensões Nódulos malignos apresentam diâmetro maiores do que os demais Observa-se que, a cada aumento de 1 cm de no diâmetro transverso do nódulo, o risco de malignidade aumenta em 2 vezes Forma Nódulo angulado, irregular ou com sua altura maior que a largura, é muito sugestivo de carcinoma papilífero, porém a ausência dessas características não exclui malignidade CRITÉRIOS DE AUMENTO DO RISCO EM FUNÇÃO DOS PADRÕES ULTRASSONOGRÁFICOS OBSERVADOS Característica US Aumento do risco Hipoecogenicidade Em 15 vezes (para malignidade e/ou suspeita) Vascularização IV/V Em 6,4 vezes (para malignidade e/ou suspeita) Em 219 vezes (para malignidade) Dimensões A cada 1 cm, em 2,8 vezes (para malignidade e/ou suspeita) IR > 0,77 → risco aumentado e a cada 0,1 aumenta 1,8 o risco (para malignidade e/ou suspeita) Microcalcificações Aumenta risco (sensibilidade de 40% e especificidade de 96,9%) Contornos irregulares/ mal definidos/ ausência de halo Aumenta risco para malignidade CLASSIFICAÇÃO DE CHAMMAS Classificação dos nódulos em 5 padrões de vascularização ao US doppler colorido À medida em que a vascularização aumenta na região central do nódulo, maior a taxa de malignidade Chammas I Ausência de vascularização Chammas II Apenas vascularização periférica Chammas III Vascularização periférica > central Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Chammas IV Vascularização central > periférica Chammas V Apenas vascularização central CARACTERÍSTICAS ECOGRÁFICAS E RISCO DE MALIGNIDADE DOS NÓDULOS TIREOIDIANOS Alta suspeição (risco estimado de malignidade: 70-90%) Nódulo sólido hipoecoico com componente sólido hipoecoico de um nódulo misto → achado onipresente Com 1 ou + dos seguintes achados: - Margensirregulares - Microcalcificações - Mais alto que largo → perpendicular - Calcificações periféricas com componente nodular protuso - Extensão extratireoidiana Linfonodo suspeito: fixo, duro, indolor, crescido Linfonodo benigno na imagem: gordura no interior Gordura no USG: hiper Suspeição intermediária (risco de malignidade: 10-20%) Nódulo sólido hipoecoico com margens lisas e regulares → achado onipresente Sem os seguintes achados: - Microcalcificações - Mais alto que largo - Extensão extratireoidiana (EET) Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Suspeição baixa (risco estimado de malignidade: 5-10%) Nódulo sólido isoecoico ou hiperecoico com margens lisas e regulares ou nódulo parcialmente cístico (misto) com área sólido excêntrica Sem os seguintes achados: - Microcalcificações - Mais alto que largo - Extensão extratireoidiana (EET) Reforço acústico posterior: indica que é líquido → cístico Muito baixa suspeição (risco estimado de malignidade: < 3%) Nódulo espongiforme ou nódulo misto sem achados suspeitos (nenhum dos achados ecográficos descritos como de baixa, intermediária ou alta suspeição) Benigno (risco estimado de malignidade: < 1%) PUNÇÃO ASPIRATIVA POR AGULA FINA PAAF Nódulos sem indicação de PAAF ou que tiveram resultados benignos: acompanhamento com USG a cada 6-18 meses Se houver crescimento acelerado (> 50% do volume ou > 20% em pelo menos 2 dimensões), realizar nova PAAF Não é necessário suspender anticoagulantes ou antiplaquetários a fim de realizar a PAAF Os cânceres de tireoide fazem metástase no linfonodo! Indicações Nódulos de qualquer tamanho associados à linfadenopatia cervical suspeita (ausência de hilo central hiperecogênico, arredondado, com microcalcificação ou áreas císticas) Nódulos > 0,5 cm com características sugestivas de malignidade na US Nódulos com 1 cm ou mais, sólidos ou não sólidos com microcalcificações Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Nódulos mistos (cístico-sólido) com 1,5 cm ou mais e características sugestivas de malignidade na US ou 2 cm ou mais, independentemente das características na US Nódulos espongiformes com 2 cm ou mais CARCINOMA PAPILÍFERO Tumor maligno mais comum da tireoide (80-90%) Bem diferenciado Predomina no sexo feminino (2:1) Dois picos de incidência: 7-40 anos/ 40-60 anos Prognóstico excelente → tratamento com tireoidectomia e, na pior das hipóteses, usa iodo radioativo Disseminação linfática Associado à irradiação USG: hipoecoicos em 90% dos casos, microcalcificações são muito sugestivas Diagnóstico citológico (PAAF) CARCINOMA FOLICULAR 5-15% dos cânceres de tireoide (2 mais comum) Predomina no sexo feminino 40-60 anos Associado à carência de iodo Disseminação hematogênica: (principais sítios) - Ossos - Cérebro - Pulmão - Fígado Prognóstico bom USG: lesões isoecogênicas, podendo ser hipoecogênicas em 40% dos casos, margens irregulares e multilobuladas, halo periférico espesso e irregular Diagnóstico histopatológico → PAAF não consegue diferenciar carcinoma folicular x adenoma folicular TI-RADS É um sistema de notificação de nódulos tireoidianos proposto pelo American College of Radiology (ACR) Ele usa um sistema de pontuação padronizado para relatórios que fornecem aos usuários recomendações sobre quanto usar aspiração por agulha fina ou acompanhamento por ultrassom de nódulos suspeitos e quando deixar de lado com segurança nódulos benignos/ não suspeitos A pontuação é determinada a partir de 5 categorias de achados de ultrassom. Quanto maior a pontuação cumulativa, maior o nível de TR e a probabilidade de malignidade Composição Cística ou completamente cística Espongiforme 0 ponto Cística e sólida mista 1 ponto Sólido ou quase totalmente sólido 2 pontos Ecogenicidade Anecoico 0 ponto Hiper ou isoecoico 1 ponto Hipoecoico 2 pontos Muito hipoecoico 3 pontos Forma Mais largo do que alto 0 ponto Mais alto do que largo 3 pontos Margem Suave Mal definida O ponto Lobulado/ irregular 2 pontos Extensão extra-tireoidiana 3 pontos Todas e quaisquer descobertas na categoria final também são adicionadas Alice Santos de Lima 5º período 2022/2 Esse resumo não está isento de erros Focos ecogêncios (escolha 1 ou mais) → nenhum Artefato de cauda de cometa grande (coloide) 0 ponto Microcalcificações 1 ponto Calcificações periféricas/ borda 2 pontos Focos ecogênicos pontuados 3 pontos Se vários nódulos estiverem presentes, apenas os 4 nódulos de maior pontuação (não necessariamente o maior) devem ser pontuados, relatados e acompanhados Nódulos predominantemente císticos ou espongiformes são inerentemente benignos → se esses recursos estiverem presentes, nenhum outro ponto será adicionado (automaticamente TR1) Pontuação e classificação TR1: 0 pontos → benigno - Não é necessário FNA - TR1: 0,3% TR2: 2 pontos → não suspeito - Não é necessário FNA - TR2: 1,5% TR3: 3 pontos → ligeiramente suspeito - 1,5 cm ou mais de acompanhamento, 2,5 cm ou mais com FNA - Acompanhamento: 1, 3 E 5 anos - TR3: 4,8% TR4: 4-6 pontos → moderadamente suspeito - 1 cm ou mais de acompanhamento, 1,5 cm ou mais com FNA - Acompanhamento: 1, 2, 3 e 5 anos - TR4: 9,1% TR5: 7 ou mais pontos → altamente suspeito - 0,5 cm ou mais de acompanhamento, 1 cm com FNA - Acompanhamento anual por até 5 anos - TR5: 35% A biópsia de FNA é recomendada para lesões suspeitas (TR3-TR5) com os critérios de tamanho acima. Se houver vários nódulos, os dois com as pontuações ACR TI-RADS mais altas devem ser amostrados (em vez dos dois maiores), com o tamanho maior sendo usado como desempate se houver vários nódulos da mesma classificação O aumento do intervalo no acompanhamento é significativo se houver um aumento de> 20% e> 2 mm em duas dimensões ou um aumento de volume> 50%. Se o nível de ACR TI-RADS aumentar entre as varreduras, uma varredura com intervalo no ano seguinte é novamente recomendada
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