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Neuroanatomia MACROSCOPIA DO CEREBELO • CONCEITOS GERAIS O cerebelo é a porção do encéfalo localizada na fossa posterior do crânio, em posição dorsal ao tronco encefálico. Não é essencial à vida, mas tem importân- cia na manutenção da postura e do equilíbrio, além de promover coordenação dos movimentos, aprendizagem motora e algumas funções cognitivas. Estruturalmente, assim como o cérebro (telencéfalo), o cerebelo apresenta um córtex de substância cinzenta recobrindo a substância branca interna. Devido a essa formação estrutural e pelo fato de que essas duas estruturas não têm re- lação direta com nervos, cérebro e cerebelo constituem o chamado sistema nervoso supra segmentar. • VISTA SAGITAL DO CEREBELO Observe na imagem abaixo: o tronco encefálico é contínuo com o diencéfalo e com a medula espinal. Atrás do tronco encefálico é possível ver o cerebelo, lo- calizado no interior do crânio, abaixo do lobo occipital do telencéfalo, com as- pecto folheado. O IV ventrículo tem formato triangular nessa vista e tem o ce- rebelo como limite posterior e superior. Marrom: telencéfalo e diencéfalo Laranja: mesencéfalo Verde: ponte e cerebelo Azul: bulbo Observe o cerebelo atrás da ponte. Entre eles está a o IV ventrículo. Referência: Grinberg LT, Rueb U and Heinsen H, 2011. • VISTA ANTERIOR (VENTRAL) O cerebelo é composto por duas regiões simétricas, os hemisférios cerebela- res, e uma porção central, o verme do cerebelo, importante por promover flu- ência na fala. Na porção inferior medial do hemisfério cerebelar há uma proeminência, a ton- sila, importante na clínica neurológica. Em casos de hipertensão intracraniana, como em hemorragias cerebrais, há aumento da pressão no interior do crânio, empurrando as tonsilas em direção ao forame magno. A herniação das tonsilas pode levar à morte rapidamente por compressão do bulbo. Roxo: hemisfério cerebelar direito Azul: hemisfério cerebelar esquerdo Bege: verme cerebelar, pedúnculos cerebelares e, logo abaixo, o flóculo do cerebelo. Referência: BodyParts3D DBCLS, 2019. Referência: Anatomist90, 2013. Para visualizar o cerebelo nessa vista anterior e inferior é necessário retirar a ponte. Observe as tonsilas que podem ser herniadas e comprimir o bulbo. Os lóbulos do verme visíveis nessa vis- ta: central, língula, nódulo, úvula, pirâmide e túber. Observe os pedúnculos cerebelares mais claros por serem compostos por fibras nervosas. O flóculo fica abaixo do pedúnculo cerebelar. Outras marcações são: asa do lóbulo central, lóbulo biventre, lóbulo semilunar. As fibras aferentes e eferentes que conectam o cerebelo à outras estruturas do Sistema Nervoso Central (SNC) formam os pedúnculos cerebelares: superior, médio e inferior. Logo abaixo dos pedúnculos cerebelares está o flóculo, em formato de chifre de rena, que se conecta por meio do pedúnculo do flóculo a uma porção do verme, o nódulo. Essas três estruturas constituem o lobo flóculo-nodular, regi- ão responsável pelo equilíbrio e postura. Referência: Anatomist90, 2013. • VISTA POSTERIOR (DORSAL) Na vista posterior não há um limite tão marcante do verme com os hemisférios cerebelares. Superiormente no verme, há uma protrusão chamada de cúlmen. Além disso, nesta vista é possível ver algumas fissuras do cerebelo, relevantes para delimitação de estruturas, principalmente no corte sagital, que por isso serão abordados a seguir. Referência: Anatomist90, 2013. Nessa peça em vista posterior e superior, o tronco encefálico foi mantido. Podemos ver a por- ção posterior do mesencéfalo com os colículos superiores e inferiores. Também é possível visualizar os braços dos colículos superiores e inferiores além dos corpos geniculares lateral e medial do tálamo. A glândula pineal repousa acima dos colículos superiores. No cerebelo há o verme e a região inferior dos hemisférios cerebelares direito e esquerdo. • VISTA SAGITAL Nesse corte, podemos ver as fissuras e os lóbulos cerebelares na altura do verme. É importante identificar na imagem abaixo: 1) Fissura prima separa o lobo anterior do lobo posterior do cerebelo. 2) Fissura póstero-lateral separa o lobo posterior do nódulo, o que delimita, consequentemente, o lobo flóculo-nodular. Outras fissuras do cerebelo também delimitam lóbulos: seguindo em sentido horário, a partir do teto superior do IV ventrículo temos: língula, lóbulo central, cúlmen, declive, folha do verme (fóllium), túber, pirâmide, úvula e nódulo. Os lóbulos sublinhados costumam ser mais cobrados em provas práticas de neu- roanatomia. • CORTE HORIZONTAL (TRANSVERSAL) Ao fatiar o cerebelo, é possível observar a substância branca recoberta pela substância cinzenta (córtex cerebelar). Além disso, no meio da substância branca existem alguns aglomerados de substância cinzenta: os núcleos do ce- rebelo. São eles: núcleo do fastígio, núcleos globosos, núcleo emboliforme e núcleo denteado. Para o estudo macroscópico, é importante, principalmente, identificar o núcleo denteado, facilmente visualizado devido ao seu aspecto irregular e tortuo- so. Esse núcleo tem funções importantes na execução motora, a partir do pla- nejamento motor e correção dos movimentos. Referência: Dr. Johannes Sobotta, 1908. Corte transversal do cerebelo, com exposição do córtex em toda periferia e na porção medial: o verme. Na substância branca do cerebelo há porções de substância cinzenta: os núcleos do cerebelo. De medial para lateral temos os núcleos simétricos: núcleo do fastígio, globoso, em- boliforme, muito próximo ao extenso e tortuoso núcleo denteado. Não é incomum livros de clínica médica e de neurologia denominarem esses núcleos de forma diferente: núcleo lateral (denteado), núcleo interpósito anterior (emboliforme), núcleo interpósi- to posterior (globosos) e núcleo medial do cerebelo (núcleo do fastígio). • VISTA SAGITAL DO CEREBELO • VISTA ANTERIOR (VENTRAL) • VISTA POSTERIOR (DORSAL) • VISTA SAGITAL • CORTE HORIZONTAL (TRANSVERSAL)
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