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MATERIAL DE APOIO - Redação - Volney Ribeiro-1

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MUDE SUA VIDA! 
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SUMÁRIO 
DISSERTAÇÃO / FATORES DE TEXTUALIDADE .................................................................................................... 2 
DISSERTAÇÃO ................................................................................................................................................ 2 
FATORES DE TEXTUALIDADE.......................................................................................................................... 4 
 
 
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MUDE SUA VIDA! 
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DISSERTAÇÃO / FATORES DE TEXTUALIDADE 
DISSERTAÇÃO 
É uma tipologia textual em prosa, estruturada em introdução, desenvolvimento e 
conclusão, com o objetivo de (1) informar sobre um assunto ou de (2) defender um ponto de 
vista. 
1. Quando a dissertação tem o objetivo apenas de informar, sem o compromisso 
de defesa de um ponto de vista (TESE), ela é expositiva. Nesse caso, o texto tem 
função explicativa. Exemplo: 
“As bactérias são seres unicelulares e estão entre os menores organismos conhecidos. 
Podem viver isolados ou formar colônias e são encontradas em praticamente todos os lugares 
do planeta, incluindo o corpo de humanos e animais. Estes pequenos seres podem viver na 
presença de oxigênio (aeróbias), na ausência de ar (anaeróbias) ou, ainda, serem facultativas e 
viverem em ambientes com ou sem ar.” 
(Fonte: https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/tudo-sobre-bacterias/) 
 
 Observe que o texto anterior não propõe debate, não polemiza, não apresenta um 
ponto de vista para fundamentar. Ele apenas expõe ideias, sem o intuito de comprová-las. 
 
2. Quando uma dissertação tem o propósito de defender um ponto de vista 
(TESE), ela é argumentativa. No texto argumentativo, há necessidade de se 
comprovar a veracidade da TESE. Exemplo: 
 
CRISE DO MERCADO OU CRISE DO SUJEITO? 
Muitos dizem que a crise de Wall Street em 2001 e 2002 é um efeito da ganância. (...) 
Minha previsão é um pouco diferente. 
Desde o início do século 19, deixamos de calcular o valor social de cada um com base no 
lugar, na classe e na família em que nasceu. Para definir o valor de uma pessoa, suas riquezas 
começaram a contar mais que sua origem. Passamos de uma época que venerava o “ser” 
(nobre, burguês ou escravo) para uma época que venerava o “ter”. A mudança foi 
democrática: afinal, era difícil escapar do destino que nos reservavam as diferenças de 
nascença (só à força de casamentos), mas, no breve espaço de uma vida, por ventura ou pelo 
trabalho, um indivíduo podia transformar seu status, se esse dependesse apenas de sua 
riqueza. (...) 
No fim do século 19, as riquezas tornaram-se conspícuas: diferenças de consumo, e não 
só de carteira. Essa nova ostentação era o primórdio de uma mudança da subjetividade que 
seria exigida poucas décadas mais tarde, quando a época do “ter” entrou em crise, em 1929. 
(...) 
Passamos de uma sociedade organizada pelas diferenças de bens e posses para uma 
sociedade comandada pela aparência. Não se trata mais da necessidade de o rico mostrar sua 
riqueza. Parecer rico torna-se mais importante do que ser rico. Vale mais um pobretão chique 
do que um ricaço maltrapilho. Essa nova hierarquia, fundada nos sinais exteriores de 
“invejabilidade” mais do que de riqueza, abre possibilidades insuspeitadas de consumo e de 
crescimento. (...) 
Para a subjetividade da época do parecer, não devemos o que somos nem ao berço nem 
às posses, mas ao olhar dos outros. (...) 
Aconteceu o previsível: a subjetividade dominante impôs seu feitio à sociedade inteira, 
inclusive à economia. Na época do “ter” (conspícuo ou não), valiam as empresas que 
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produziam, acumulavam e trocavam riquezas reais. Na época do parecer, a economia também 
preferiu o parecer: valiam as empresas que “pareciam” ricas, ou seja, que produziam 
sobretudo sua própria imagem. (...) 
Obviamente, num mundo em que parecer é mais importante do que ser, as ações da 
empresa fazem parte da fachada. Valorizá-las (mesmo por um embuste contábil) é mais 
importante do que aumentar a produtividade ou equilibrar balanços. 
Essa bolha estourou. Talvez estoure também o tipo de subjetividade que foi a alma da 
bolha. Assim como 1929 anunciou o fim da época do “ter”, 2001 e 2002 anunciariam o fim da 
época do “parecer”. (...) 
Depois da subjetividade do “ser”, do “ter” e do “parecer”, quem sabe, seja a hora de uma 
subjetividade do fazer e do fazer, se possível, as coisas certas. 
(Contardo Calligaris, Folha de São Paulo. Adaptado) 
 
Com base na leitura do texto anterior, podemos concluir que: 
 Todo o texto se organiza em torno da defesa do ponto de vista pautado na seguinte 
ideia: ao contrário do que afirmam muitos, a crise de Wall Street não é um efeito da 
ganância, e sim o fim da época do “parecer”. 
 Para explicar a crise de Wall Street de 2001 e 2002, o autor analisa três grandes 
maneiras de calcular o valor social do homem: o “ser”, o “ter” e o “parecer”. 
 A primeira maneira (“ser”) era anterior ao século 19, quando o valor social do 
homem era calculado com base na classe social. 
 O que, num primeiro momento, era algo democrático (a passagem do “ser” ao 
“ter”) passou a ser também discriminatório, porque mais importante do que “ter” 
era “ostentar”. 
 
Vale destacar que toda dissertação é um texto não literário, que deve apresentar as 
seguintes características: 
 Denotação 
 Objetividade 
 Impessoalidade 
 Caráter monossêmico 
 Documentação e análise da realidade 
 Função utilitária 
 
Além de temas SOCIAIS, POLÊMICOS e CIENTÍFICOS, a dissertação-argumentativa 
também pode abordar tema SUBJETIVO. Nesse caso, a abordagem pode ser “levemente” 
pessoal e subjetiva. Exemplo: 
 
JOVEM TEM SAUDADE? 
A juventude de hoje vive um processo inusitado na história: tem saudades daquilo que 
não conheceu nem viveu, mas sabe como foi e curte. Por quê? 
Em primeiro lugar, porque vive um quotidiano de grande mutação que a nada fixa, 
consolida ou solidifica. Tudo é provisório, do bem de consumo à moradia e ao casamento. 
Certa necessidade de solidez, pelo menos no que é básico da vida, é importante para o jovem. 
Protege-o. E aquilo que permaneceu a respeito de mudanças é algo sólido, feito de um 
material que aplaca no jovem o medo inconsciente ou consciente da transitoriedade e 
provisoriedade que o cercam. 
Em segundo lugar, porque o jovem tem muito presente o nível de agressão e ameaça dos 
tempos atuais. Como quem adivinha caminhos mais seguros e menos ameaçadores, ele 
procura em temas do passado alguns conteúdos pacificadores hoje distantes. O jovem percebe 
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