Buscar

Tia doc

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA – POLO BELÉM CURSO DE BACHAREL EM ENFERMAGEM
HILTON ONOFRE DA COSTA EVANS MARCELO DE OLIVEIRA SEABRA MARGARETE GOMES FRANCO SANDRA VALÉRIA P. DE CASTRO REIS SILVIA REGINA DINIZ SILVA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO NO PERÍODO DO CORONAVÍRUS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
BELÉM-PA 2023
HILTON ONOFRE DA COSTA EVANS MARCELO DE OLIVEIRA SEABRA MARGARETE GOMES FRANCO SANDRA VALÉRIA P. DE CASTRO REIS SILVIA REGINA DINIZ SILVA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO NO PERÍODO DO CORONAVÍRUS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á Universidade Paulista (UNIP) como requisito parcial para obtenção do título de graduação em enfermagem.
Orientadora Profª. MSc. Eliana Maria dos Santos
BELÉM-PA 2023
HILTON ONOFRE DA COSTA EVANS MARCELO DE OLIVEIRA SEABRA MARGARETE GOMES FRANCO SANDRA VALÉRIA P. DE CASTRO REIS SILVIA REGINA DINIZ SILVA
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO RECÉM-NASCIDO NO PERÍODO DO CORONAVÍRUS: REVISÃO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Paulista (UNIP), como requisito parcial para obtenção do título de graduação em enfermagem.
Orientadora Profª. Me. Eliana Maria dos Santos
Data:
Banca Examinadora:
 	Professor Orientador
Profª. Me. Eliana Maria Dos santos.
 	Examinador (a)
 	Examinador (a)
Belém -PA 2023
 (
Assistência de Enfermagem ao Recém-Nascido no Período do
 
Coronavirus:
 
Revisão
 
Integrativa
 
da
 
Literatura
 
/
 
Sandra
 
Valéria
 
Pantoja
 
de
 
Castro
 
Reis...[et al.].
 
-
 
2023.
31
 
f.
 
+
 
1.
Trabalho
 
de
 
Conclusão
 
de
 
Curso
 
(Graduação)
 
apresentado
 
ao
 
Instituto
 
de
 
Ciência
 
da Saúde
 
da Universidade Paulista,
 
Belém,
 
2023.
Área de Concentração: Hilton Onofre da Costa Evans/Marcelo de
 
Oliveira
 
Seabra/Margareth
 
Gomez
 
Franco/Sandra
 
Valéria
 
Pantoja
 
de
 
Castro
 
Reis Silvia Regina Diniz Silva.
Orientadora:
 
Profª.
 
Me.
 
Eliana
 
Maria
 
Dos
 
santos.
1.
 
Covid-19.
 
2.
 
A
 
qualidade
 
do
 
serviço
 
púbico
 
de
 
saúde
 
para
 
os
 
recém
 
nascidos durante a pandemia
 
. 3. A importância da humanização nos
 
cuidados do recem nascido . 4. Sistematização da assistência de
 
enfermagem
 
.
 
I.
 
Reis,
 
Sandra
 
Valéria
 
Pantoja
 
de
 
Castro
 
.
 
II.
 
Dos
 
santos
 
,
 
Eliana
 
Maria
 
(orientadora).
)CIP - Catalogação na Publicação
Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Universidade Paulista com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).
Dedicamos este trabalho em primeiro lugar a Deus, nosso criador, pelos caminhos que ele projetou para nossas vidas e pela forma com que nos sustentou durante esses anos.
Como amor e carinho aos nossos familiares, pais e irmãos, ombros amigos das horas difíceis que nos amparam diante das dificuldades e nos deram forças para chegar ao final deste estudo.
A todos que nos dispensaram valioso apoio, seja através de um simples olhar de incentivo, seja como facilitadores diretos de nossa formação. Esperamos recompensá-los à altura do que fizeram por nós com dedicação, carinho e acima de tudo, com profissionalismo.
 (
DEDICATÓRIA
)
A Deus, pela luz e graça que nos guiou ao longo desta caminhada, não permitindo que em nenhum momento os obstáculos fossem ser motivos para desanimarmos e que continuássemos firme neste ideal.
Aos nossos familiares, pais e irmãos, pelo encorajamento e apoio que nos dedicaram, mesmo nos momentos difíceis, souberam nos ajudar a suportar os obstáculos desta caminhada.
Aos nossos colegas de curso, por todos os estudos, pesquisas, apresentação de trabalhos que fizemos juntos, com parceria, amizade e muita dedicação. O fato de termos compartilhado e trocado tantas experiências, fez com que muito aprendêssemos durante o tempo em que passamos juntos na universidade.
A todas as pessoas generosas, que direta ou indiretamente nos ajudaram e confiaram em nosso sucesso, fazendo com que este sonho se tornasse realidade, em especial aos nossos professores, que com seus vastos saberes nos conduziram até o	final	desta	caminhada.
 (
AGRADECIMENTOS
)
“Sonho que se sonha só é apenas um sonho que se sonha só. Mas sonho que se sonha coletivamente pode tornar-se realidade”.
Paulo Freire
BVS - Biblioteca Virtual em Saúde
CPP - Contato pele a pele
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem
CF - Constituição Federal
COVID –19 - Corona Vírus Disease
FIOCRUZ - Fundação Oswaldo Cruz
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
OMS - Organização Mundial da Saúde
PUBMED - Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica
RN - Recém-nascido
RNA - Ácido Rribonucleico
SAE – Sistematização da Assistência de Enfermagem SARS-CoV-2 - Síndrome Respiratório Aguada Grave 2 SUS – Sistema Único de Saúde
WHO - World Health Organization
 (
LISTA
 
DE
 
ABREVIATURAS
 
E
 
SIGLAS
)
RESUMO
O objetivo deste estudo foi identificar a importância do enfermeiro em todo o processo de cuidados ao recém-nascido no período Covid-19, e ainda demonstrar sobre os impactos da humanização nos primeiros dias de vida do recém-nascido; assim como analisar sobre as condições encontradas no serviço pública de saúde. Este estudo fundamentou-se em uma revisão de literatura, por meio de objetivos descritivos, usando uma abordagem qualitativa. Após percorrer as etapas metodológicas foi possível identificar 05 artigos, todas as publicações são datadas nos anos de 2021 e 2022 e focadas na prevenção e os cuidados prestados aos recém-nascidos. Diante da análise da literatura disponível, evidenciou-se diversas divergências sobre a implementação das práticas de cuidado. Visto isso, torna-se viável a criação de um protocolo de assistência aos recém-nascidos em tempos de pandemia de COVID-19, a fim de estabelecer um padrão de qualidade. Ainda sim, é preciso a maior realização de pesquisas referentes à assistência aos recém-nascidos considerando o período de pandemia do COVID-19, em especial de autores brasileiros.
Palavras-chave: Recém-nascido; Cuidados de enfermagem; Pandemias; Infecções por Coronavírus; Covid-19.
ABSTRACT
The objective of this study was to identify the importance of nurses in the entire newborn care process during the Covid-19 period, and also demonstrate the impacts of humanization in the newborn's first days of life; as well as analyzing the conditions found in the public health service. This study was based on a literature review, through descriptive objectives, using a qualitative approach. After going through the methodological steps, it was possible to identify 05 articles, all publications are dated in the years 2021 and 2022 and focused on prevention and care provided to newborns. In view of the analysis of the available literature, several divergences regarding the implementation of care practices were evident. Given this, it becomes feasible to create a care protocol for newborns in times of the COVID-19 pandemic, in order to establish a quality standard. Still, more research is needed regarding care for newborns considering the COVID-19 pandemic period, especially by Brazilian authors.
Keywords: Newborn; Nursing care; Pandemics; Coronavirus Infections; Covid-19.
SUMÁRIO
	1
1.1
1.2
	INTRODUÇÃO.....................................................................................
PROBLEMÁTICA.................................................................................
JUSTIFICATIVA...................................................................................
	9
11
12
	2
2.1
2.2
	OBJETIVOS ........................................................................................
OBJETIVO GERAL..............................................................................
OBJETIVOS ESPECÍFICOS................................................................
	13
13
13
	3
3.1
3.2
3.3
3.4
4
5
6
	REFERENCIAL TEÓRICO...................................................................
COVID-19.............................................................................................A QUALIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE PARA OS RECÉM-NASCIDOS DURANTE A PANDEMIA..................................
A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NOS CUIDADOS DO RECÉM NASCIDO..............................................................................................
SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM......................
METODOLOGIA.....................................................................................
RESULTADOS E DISCUSSÃO...............................................................
CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS....................................................
	14
14
15
16
21
22
23
27
28
1 INTRODUÇÃO
O ano de 2020 foi abalado completamente com aparição da doença COVID-19 (Corona Vírus Disease), sendo ocasionada através do vírus Sindrome Respiratória Aguda Grave 2 (SARS-CoV-2), provocando um impacto e diversos desafios se tratando da saúde pública; sendo que essa doença tem um dos seus principais perfis a rápida transmissibilidade entre a população que entra em contato com o vírus, podendo apresentar sintomas graves, leves e até ser assintomático. (Pereira et al., 2020; Humerez et al., 2020; Ramírez – Ortiz et al., 2020).
Segundo a OMS (2020) o primeiro diagnóstico relacionado ao COVID-19 foi registrado na província de Wuhan na China, no dia 08 de dezembro de 2019 e declarado como uma pandemia através da World Health Organization (WHO) no dia 11 de março de 2020. Surgindo no Brasil em 26 de fevereiro de 2020 e até o dia 18 de fevereiro de 2021 o caso de Corona vírus confirmado mundialmente é de 109.901.391 e no Brasil 9.979.276 já o número de óbitos no mundo chega a 2.430.096 e no Brasil a 242.178.
O Brasil é terceiro País com mais casos confirmados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos que registra 28.100.92 de casos confirmados e 495.180 de óbitos e da Índia que registra 10.950.201 de casos confirmados e 156.039 de óbitos. (Brasil, 2020).
Para ajudar nesse controle, foi estabelecido pelo governo um decreto que relatou o estado de calamidade pública do país, dessa forma estados e municípios alertaram sobre o bloqueio total, denominado de Lockdown, o qual por meio dele conseguiu restringir o acesso de pessoas nas ruas, evitando assim um maior número de contágio. Entretanto, os serviços essenciais a exemplo dos hospitais, não pararam e tiverem que adequar-se perante ao contexto.
O serviço público de saúde teve um impacto muito elevado durante a pandemia, determinadas mudanças nas questões sanitárias colaboraram para a eficiência dos hospitais, pela qual pode ser citado a biossegurança que desenvolveu uma atuação prestigiada, tanto para os profissionais da área da saúde que identificaram essa influência, apresentaram suas técnicas baseadas nessas normas, com ética e segurança, como também para os pacientes que usufruíram dessas condutas.
Algumas adversidades foram pesquisadas durante esse ciclo, o qual foi comprovado que chegou a atingir a quantidade de registro de nascimentos no Brasil.
 (
10
)
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),” Foram 2.728.273 registros de nascimentos em 2020, queda de 4,7% em relação ao ano anterior, que por sua vez já havia contabilizado redução de 3% em relação a 2018” (Brasil, 2021, ONLINE). Por consequência, indica uma quantidade na redução da natalidade no país, como resultado tem um cenário de dúvidas, que é ocasionado por essa circunstância, pela qual é um fator comum de ocorrer durante um período crítico.
Mediante o pressuposto, torna-se importante analisar a assistência prestada a essa população durante a pandemia. Alguns protocolos de rotina envolvem a investigação de neonatos filhos de mães com infecção confirmada ou suspeita, independente de sintomas.
O número de profissionais e visitantes em contato com esses pacientes deve ser minimizado, e realizado apenas por pessoas assintomáticas e que não tiveram contato com casos suspeitos ou confirmados (Ebserh, 2021). A mãe deve ser orientada acerca de indícios de adoecimento do recém-nascido e, apesar das restrições, o contato pele a pele deve ser incentivado quando possível, garantindo à criança o direito ao aleitamento materno (Brasil, 2020).
Portanto, esse trabalho tem por objetivo identificar a importância do enfermeiro em todo o processo de cuidados ao recém-nascido no período Covid-19, e ainda demonstrar sobre os impactos da humanização nos primeiros dias de vida do recém- nascido; assim como analisar sobre as condições encontradas no serviço pública de saúde.
1.1 PROBLEMÁTICA
No Brasil, a estimativa é de que os óbitos por COVID-19 seja de 1.860 por milhão de habitantes, e cerca de 330, ou seja, (12,6%), são grávidas ou puérperas. Entre as crianças de 0 a 5 anos de idade, foram a óbito cerca de 627, sendo que 420 eram bebês entre 0 e 12 meses (Barbosa et al., 2021).
Ademais, alguns estudos já evidenciam que neonatos, em sua maioria, são acometidos por infecções assintomáticas que decorrem de familiares contaminados (Almeida et al., 2021). É importante destacar que crianças assintomáticas são transmissores significativos para o resto da população (FREITAS; ALVES; GAÍVA, 2020). Quando há sintomatologia, as manifestações mais relevantes são febre e tosse, podendo haver também sintomas como náusea, vômito, diarreia e dor abdominal (Freitas; Alves; Gaíva, 2020)
A covid-19 produziu diversas modificações no âmbito hospitalar, à vista disso, os profissionais de enfermagem tiveram que se adaptar de acordo com as normas e exigências estabelecidas, por ser um cenário novo, com o passar dos dias eles progrediam com suas práticas humanizadas para oferecer um espaço com qualidade tanto para os bebês, como também a suas mães. Portanto, o projeto pontua o seguinte problema: Como atingir a qualificação dos profissionais de enfermagem na neonatal diante de uma pandemia?
1.2 JUSTIFICATIVA
Levando em consideração ao período compreendido da pandemia, esse trabalhho tem por objetivo acrescentar sobre os conhecimentos da prevenção da covid incluídos no âmbito hospitalar para a qualidade de vida dos neonatos.
As adversidades relacionadas ao recém-nascido neonato, vão desde a dificuldade da mobilidade urbana da mãe em chegar ao hospital, esse fato justifica-se as pesquisas recentes durante a covid, na qual mostrou que o deslocamento durante esse período na região norte foi a que teve o maior indicie, mas especificamente na cidade de Manaus(AM), alcançando até a vida após o nascimento do bebê. (Brasil, 2020, ONLINE).
Dessa forma, é possível verificar que as condutas realizadas pelos enfermeiros aos recémnascidos, podem impactar diretamente na saúde pública, uma vez que são profissionais qualificados e ajudam a evitar a intensificação da propagação do vírus, trazendo benefícios ao bem-estar de seus pacientes, principalmente em períodos de calamidades públicas.
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
Identificar a importância do enfermeiro em todo o processo de cuidados ao recém-nascido no período Covid-19.
2.2. ESPECÍFICOS
1. Demonstrar sobre os impactos da humanização nos primeiros dias de vida do recém-nascido;
2. Analisar sobre as condições encontradas no serviço pública de saúde.
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 COVID-19
O SARS-CoV-2, conhecido popularmente como coronavírus, é emergente, tendo início de sua onda de infecção na província chinesa de Wuhan, falando de forma mais específica, em um mercado de vendas de animais silvestres no final do ano de 2019. Desde então, veio se espalhando continente por continente, país por país, até que em março de 2020, a OMS (Organização Mundial de Saúde) decretou estado de pandemia (Lai, 2020).
A COVID-19 apresenta sintomas leves na maioria dos casos, mas pode ser extremamente agressiva a uma minoria. Costuma ser mais perigoso para idosos com mais de 60 anos e pessoas com doenças pré-existentes. Portanto, a gravidade varia de acordo com a evolução dos sintomas e do grupo afetado. (OMS, 2020; Silva et al., 2020).
O vírus em evidênciapossui material genômico de RNA de fita simples no sentido positivo, logo, serve diretamente para que se tenha uma síntese proteica, levando a uma maior velocidade na sua replicação em células infectadas. São envolvidos por uma capa de gordura e proteína, seu diâmetro tem aproximadamente 60 a 130nm. A presença da proteína S que é uma espicula glicoproteica tem sua conformação ao redor do vírus, lembrando ligeiramente uma coroa, daí então o nome coronavírus. (Lai, 2020).
Ao penetrar na célula humana, os ribossomos da célula hospedeira traduzem as informações contidas no material genético, onde produz proteínas como a RNA polimerase do vírus. A enzima replica seu material genético dentro da célula hospedeira, que produzi incialmente uma fita intermediária de RNA no sentido negativo e depois uma nova no sentido positivo. A montagem final do vírus ocorre no reticulo endoplasmático e no complexo de Golgi, após essa montagem as partículas migram para fora da célula já com a capacidade de infecção de novas células. (Belasco; Fonseca, 2020).
Segundo Belasco e Fonseca (2020), a principal forma de disseminação do coronavírus ocorre pessoa para pessoa, o indivíduo pode ser contaminado através do ar ou pelo contato pessoal com gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro ou até mesmo com o toque. Além disso, é importante se atentar ao contato com objetos ou superfícies contaminadas seguidas do contato com a boca, nariz ou olhos.
3.2 A QUALIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO DE SAÚDE PARA OS RECÉM- NASCIDOS DURANTE A PANDEMIA
Para compreender sobre a condição do Sistema Único de Saúde, deve-se mencionar em relação aos direitos garantidos pela Constituição Federal (CF), de 1988, pela qual constitui a importância do bem-estar a todos os seres humanos. Equitativamente, no seu artigo 196°, ela expõe que:
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Brasil, 1988).
A respeito disso, é necessário explicitar sobre o direito à saúde, todavia sabe- se que muitos hospitais no Brasil, possuem infraestruturas precárias, pelos quais são encontrados leitos insuficientes para abranger as gestantes, medicamentos e materiais escassos, são esses e outros desafios verificados no cotidiano da população que precisa do serviço público. Entretanto, com a pandemia diversas exigências foram surgindo para a prevenção do contágio da covid, sendo necessário para que o bebê e a sua família tivessem uma assistência garantida pelos profissionais, ainda que com poucos recursos assegurados a eles (Oliveira et al., 2021).
Ademais, o profissional de enfermagem teve um papel insubstituível nessa situação, fazendo com que houvessem desenvolvimentos rápidos e práticos em busca de resultados bem sucedidos, visto que a pandemia foi crescendo cada vez mais e os números de casos aumentando, entretanto esse profissional foi capaz de utilizar recursos, que antes eram pouco aplicados mas que tiveram uma atribuição importante para todos, a exemplo disso pode ser citado as tecnologias digitais (Ramos-Toecher, 2020).
O compartilhamento de imagens e ligações através de vídeo chamada, foram alternativas utilizadas pelos profissionais da neonatal, que por questões de limitação de visitas dos familiares, e até mesmo condições econômicas, impossibilitaram a relação entre eles pessoalmente, porém foram realizadas através das redes sociais uma opção na qual utilizou-se desses recursos para que os familiares pudessem acompanhar o momento virtualmente, tirando dúvidas em um período com mais rapidez, auxiliando assim as reivindicações em todo o processo. Esse procedimento torna-se pertinente, uma vez que o apoio emocional é de extrema magnitude para a
mãe, assegurando a ela e seu bebê um momento de tranquilidade nessa ocasião tão difícil (Oliveira, 2021).
3.3 A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO NOS CUIDADOS DO RECÉM-NASCIDO A humanização foi um dos caminhos fundamentais para o acolhimento dos
RNs, foi através dela que o enfermeiro conseguiu valorizar e conceber uma boa qualidade do serviço, pelo qual vai muito além das intervenções técnicas, mantém-se interligados através do respeito, ética profissional, e a cautela em todos os momentos que são realizados os procedimentos, é o enfermeiro entender que esse bebê precisa de proteção em todas as circunstâncias da prestação de serviço.
Perante ao exposto, pode ser citado a rede cegonha, ela é uma das metodologias criada pelo Ministério da Saúde, a qual foi desenvolvida em 2011, para fornecer assistência a gestante e seu neném, a contar da gravidez, até os dois anos de idade do bebê. A portaria de nº 1.459, de 24 de junho de 2011, em seu art. 1º que:
A Rede Cegonha, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e ao desenvolvimento saudáveis, denominada Rede Cegonha. (Brasil,2011).
A rede cegonha traz diversos benefícios, para o progresso do atendimento as mulheres e as crianças, onde são resguardados a qualidade do serviço e a segurança em todas as etapas. Circunstância essa muito favorável em período de uma pandemia, garantido e assegurando a atenção materno infantil no país.
Fazendo relação a humanização, entre uma das outras práticas que podem ser abordadas é o método canguru, na qual preconiza na portaria de nº 1.683, na sua definição expressa:” O método canguru é um modelo de assistência perinatal voltado para o cuidado humanizado que reúne estratégias de intervenção bio-psico-social” (Brasil, 2007). Posto isto, é uma da assistências primordiais ao acolhimento do bebê. A figura 1 apresenta mães no período da pandemia, em um hospital do estado do Pará.
Figura 1 - Método Canguru em Belém/PA
Fonte: Andrade (2020).
O hospital Santa Casa, localizado em Belém, no estado do Pará é referência no que diz a respeito do método canguru, é o que explica a autora Andrade. Expressa:
A Santa Casa é uma das pioneiras na introdução do Método Canguru em toda a região Norte do país e também é o hospital credenciado desde 2013 como referência para a capacitação de outras instituições de saúde. O Método Canguru é realizado por uma equipe multidisciplinar, capacitada na metodologia de atenção humanizada no atendimento ao recém-nascido de baixo peso em três etapas, definidas pelo Ministério da Saúde (Andrade, 2020, ONLINE).
Diante disso, inclusive manteve essa prática da realização do método no período da pandemia, sobre isso a pediatra do hospital relata:” Durante a pandemia, conseguimos manter na Santa Casa os cuidados com o recém-nascido de baixo peso, exceto em casos de mãe suspeita de covid-19” (HUTIM, 2020, ONLINE). Entretanto, como constatado é importante o uso dessa técnica, para o contato do bebê com a sua mãe desde as primeiras horas de vida, principalmente em períodos como esse, na qual a mesma precisa de ajuda e orientação para passar por essa fase tão crítica, e conseguir pelo menos amenizar a situação exterior.
Entretanto, devido a pandemia, e com as restrições para a proliferação do vírus, muitos RNs sofreram com a ausência de sua mãe que testou positivo e aquelas com suspeita, nos leitos neonatais, entretanto, é necessário questionar se realmente seria necessário essa conduta durante esse período, baseado pelo motivo da importância das mesmas para com seus filhos nesse momento tão prestigioso. Com base a essa referência, verifica-se o valor do relacionamento através do contato pele a pele (CPP), entre ambos, por meio do método canguru. Sobre essa temática, os autores Oliveira, et al. (2021, p.6), manifestam que:
Dessa forma, estudos indicaram que o contato pele a pele seja evitado e que o manejo da mãe e bebê deve ser realizado de acordo com as condições clínicas de ambos e os resultadosde rastreamento da infecção pelo novo coronavírus (OLIVEIRA et al., 2022, p.6).
As recomendações do CPP durante a pandemia, foram analisadas com forme a condição do quadro de saúde da mãe, uma vez que são seres humanos que estão chegando ao mundo e necessitam de cuidados perante a esse vírus. Dessa maneira, as recomendações foram restritas para mães com suspeita e confirmação de Covid. Todavia, esse contato traz benéficos para ambos, e evidencia assim a importância da amamentação para o RN. Diante disso, o profissional terá que investigar em como oferecer as suas práticas de humanização, conforme a realidade de cada paciente, não esquecendo a sua ética e importância durante todo o período. Portanto, de acordo com pesquisas dos autores Oliveira et al. Concluírem a respeito do CPP que:
Assim, é possível concluir o CPP deve ser desencorajado nos primeiros 10 minutos após o nascimento, tendo em vista que no período temporal considerado a parturiente ainda se encontra com secreções advindas do parto e que podem aumentar o risco de transmissão do SARS-CoV-2 para o RN (Oliveira et al., 2022,).
Essa investigação produz um olhar reflexivo e examinador, a respeito do CPP o qual trouxe um prejuízo para o bebê, atingindo até em dificuldade na prática da amamentação, por meio do seio materno. Em seguida, os mesmos autores apontam: “A amamentação, ainda na sala de parto, possibilita ao RN uma melhor adaptação a vida extrauterina e auxilia na regulação térmica, glicêmica e cardiorrespiratória” (Oliveira et al., 2022).
Ademais, com base a essa referência é valido mencionar que durante a pandemia, algumas orientações sobre a amamentação foram feitas, incluindo sobre as mães que possuíam a covid, as quais não podiam amamentar, dificultando assim que o bebê ingerisse o colostro, o qual é o leite materno muito nutritivo para o recém- nascido, como também auxilia na proteção contra infeções, pois é detentor de substâncias que auxiliam no fortalecimento da imunidade.
Outro preceito importante é a empatia, ela precisa estra interligada ao hábito das condutas do profissional com seus colegas de equipe, família do paciente. Salienta-se ainda que a Portaria de n° 930, de 10 de maio de 2012, evidencia em seu artigo 5°, sobre a organização dos leitos de unidades neonatais, ela diz que:
A Unidade Neonatal é um serviço de internação responsável pelo cuidado integral ao recém-nascido grave ou potencialmente grave, dotado de estruturas assistenciais que possuam condições técnicas adequadas à prestação de assistência especializada, incluindo instalações físicas, equipamentos e recursos humanos. (BRASIL, 2012).
Em vista dos argumentos apresentados, a humanização é detentora de cuidados com os Rns, devendo haver uma frequência dentro do ambiente hospitalar, bem como a sua alta medica, é todo esse período que os pais devem ser inseridos na rotina, questionando a equipe com dúvidas relacionadas as precauções na acolhida desse bebê. Ainda mais em tempos de isolamento social, pelo qual foi reduzido a permanência dos pais na unidade.
Durante o período da pandemia, foi elaborado pelo Ministério da Saúde, um manual referente às recomendações para assistência à gestante e puérpera, abrangendo diversas exigências para orientar a equipe de assistência, de como proporcionar uma assistência de qualidade, no que se refere as formas de transmissão, prevenção, tratamentos e entre outros assuntos. Algumas informações foram inseridas no que se diz a respeito das consultas, para ajudar na diminuição de circulação de pessoas nesse momento. O texto diz que:
Considerando que na teleconsulta não é possível realizar o exame físico, devemos redobrar a atenção para sinais e sintomas de alerta rastreados pela anamnese (diminuição da movimentação fetal, queixas de dor em hipogástrio, cefaleia, alterações visuais, alterações do conteúdo vaginal, surgimento de edema) e, sempre que possível, visibilizar a gestante por meio de vídeo. (BRASIL, 2021, p.35).
Com o exposto mencionado, contesta-se a tele consulta como recurso eficiente, pois por meio dela foi garantido a segurança na prevenção tanto para mãe como para o bebê, uma vez que a tecnologia interliga e gera uma fonte de solução, através do aproveitamento da equipe com seus pacientes, entretanto, o enfermeiro consegue analisar e verificar os dados obtidos através dessa consulta, no qual repassa informações necessárias por intermédio da tecnologia, evitando com que os pacientes se locomovam até o hospital.
No Brasil, dados apresentados pela Fiocruz, relataram a quantidade de óbitos de RN no período da pandemia, no qual através dele é considerável investigar as causas que levaram a essa estatística, e os impactos nocivos referente ao serviço público de saúde. A figura 2 apresenta essas informações.
Figura 2 - Dados da Fiocruz
Fonte: Fiocruz (2021)
As evidências obtidas através desses dados, integra o fato da falta de investimentos necessários na estrutura hospitalar, onde é marcado por uma desigualdade social e econômica, ficando salientado como os bebês que não tem acesso ao hospital particular, necessitaram assim da rede pública, mas que não obtiveram acesso a leitos, por conta da demanda.
De acordo com os autores Oliveira, et al. (2021, p.2), eles explicitam que: “Associa-se isso à baixa disponibilidade de respiradores e cuidados intensivos para pacientes obstétricos com COVID-19, o que resulta em números elevados de mortes maternas e mal prognóstico para o RN’’. Dessa forma, evidenciou o papel fundamental dos avanços do enfermeiro nesse período de pandemia, tornando-se a assistência humanizada um dos principais mediadoras de cuidado e bem-estar.
Por ser um cenário de incertezas e dúvidas, as condutas foram sendo desenvolvidas com o passar do tempo, os profissionais de enfermagem tiverem um papel importante diante disso, à respeito disso, os autores Gomes, et al. (2022, p.13).
Nesse sentido, a capacidade de apoio na perspectiva de boas práticas de gestão e de disseminação de conhecimento baseado em evidências como norte para as decisões de reorganização da rede foi estratégica e bem acolhida por gestores de secretarias de Saúde e de maternidades, bem como por milhares de profissionais da saúde de todo o país. (Gomes et al., 2022, p. 13).
À face do exposto apresentado, reconhece-se o merecimento do enfermeiro perante essa situação, visto que desde o começo da pandemia, os profissionais trabalharam muito, mesmo com cansaços e esgotamento físico e mental, para melhor
atender os pacientes, e ajudar nessa fase difícil que foi sendo importante evidenciar esses agentes que tanto contribuíram, e ajudaram a salvar vidas.
3.4 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), instituída pela Resolução no. 358 do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), consiste em uma metodologia de organização, planejamento e execução de ações pela equipe de enfermagem, composta de cinco etapas inter-relacionadas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação (Carvalho; Ignácio; Magri, 2022).
SAE é de grande importância, pois esse processo sistemático e dinâmico possibilita à equipe de enfermagem assistir o recém-nascido e seus familiares, diminuindo o grau de ansiedade e estresse entre estes, além de favorecer o aconchego mãe-bebê e a vivência da paternidade, com a incorporação de cuidados humanizados centrados na família do bebê internado (Oliveira et al., 2022).
A realização da SAE é atividade privativa do enfermeiro, realizada de modo deliberado e sistemático em todos os ambientes, sejam eles públicos ou privados, em que ocorrem o cuidado de enfermagem (Carvalho; Ignácio; Magri, 2022). Compreende-se que o período neonatal dura em torno de 28 dias, logo, nesse período, ainda estão muito propensos a óbitos relacionados a fatores socioeconômicos, biológicos e à assistência do pré-natal, parto e puerpério devido à fragilidade e adaptação extrauterina (Cavalcante; Santos; Ventura, 2022).
4 METODOLOGIA
Este estudo fundamentou-se em umarevisão de literatura, por meio de objetivos descritivos, usando uma abordagem qualitativa (MINAYO, 2008). Durante todo a elaboração do estudo, foram utilizados os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); Legislações Brasileiras com referências a Constituição Federal de 1988; Portaria nº 1.459 de 24 de junho de2011; Portaria nº 1.683, de 12 de junho de 2007; Portaria nº 930, de 10 de maio de 2012.
Destacou o “ Manual de recomendações para a assistência à gestante e puérpera frente à pandemia de covid-19” elaborado pelo Ministério da Saúde; Mencionou artigos científicios evidenciados pelos autores Oliveira et al. Apresentado através da resenha: “ Asssitência ao recém-nascido na sala de parto durante a pandemia de Covid-19” e os autores Gomes et al. Que tem por tema: “Maternidades e covid-19: atenção às gestantes e recém-nascidos no contexto da pandemia”; Apresentou os sites da Agência Pará o qual mostrou a imagem que tem o tíulo da imagem 1 de “Método Canguru em Belém/PA” e as autoras Etiene Andrade e a pediatra Vilma Hutim; E o site da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) o qual trouxa a imagem 2 com a designação de “ Dados da Fiocruz”.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A busca identificou 148 artigos, dos quais, 23 da plataforma BVS e 32 na PUBMED. Levando-se em consideração os critérios de inclusão e exclusão foram selecionados 40 artigos, que após uma leitura e análise minuciosa houve a seleção de 10 artigos como amostra final para o estudo (Figura 1).
Figura 1- fluxograma da seleção de artigos
Verificou-se que dos 10 artigos, 4 (40%) foram obtidos na base de dados BVS, 6 (60%) PUBMED. Desses, 5 (50%) são apresentados no idioma Português e 5(50%) no inglês. A maior parte dos estudos foram publicados entre os anos de 2022 sendo 4 (40%), 2021 e 2020 apresentando 3 (30%) cada (Quadro 1).
 (
BASE
 
DE
 
DADOS
)
 (
PUBMED
)	 (
BVS
)
 (
LEITURA
 
DOS
 RESUMOS
 
=
 
32
) (
LEITURA
 
DOS 
RESUMOS
 
=
 
23
) (
LEITURA
 
NA
 
ÍNTEGRA
 
=
 
25
) (
LEITURA
 
NA
 
ÍNTEGRA
 
=
 
15
)
 (
RESPONDE
 
AS
 
QUESTOES
 
NORTEADORAS = 6
) (
RESPONDE
 
AS
 
QUESTOES
 
NORTEADORAS = 4
)
 (
ESTUDOS
 
INCLUÍDOS
 
NA
 
REVISÃO
 
= 5
)
Quadro 1 – Distribuição dos artigos para análise na discussão
	Nº
	AUTOR/ANO
	TÍTULO
	METODOLOGIA
	1
	SIMSEK et
al/2022
	The impact of the COVID-19 pandemic on nursing care and nurses‘ work in a neonatal intensive care unit.
	Exploratória/Qualitativa
	2
	OLIVEIRA et
al/2021
	Assistência ao recém- nascido na sala de parto durante a pandemia de COVID-19
	Descritiva
	3
	LIMA et al/2021
	Plano de cuidados de enfermagem para o aleitamento materno no contexto da pandemia por COVID- 19
	Descritiva
	4
	ALMEIDA et
al/2021
	Práticas do cuidado com recém-nascido em tempos de pandemia
	Descritiva
	5
	COSTA et
al/2021
	Enfermagem neonatal na pandemia de COVID-19: podemos melhorar o futuro?
	Exploratória/Qualitativa
A redução do contacto com os seus bebés pode afetar negativamente o desenvolvimento de um apego seguro entre os pais e o seu bebé, e pode fazer com que os pais experimentem stress e ansiedade, prejudicar o sentido de confiança do bebé e impedir o desenvolvimento das competências parentais em desenvolvimento dos pais (SIMSEK et al 2022).
Se tratando sobre os impactos da humanização nos primeiros dias de vida do recém-nascido, o método canguru oferece muitas vantagens, incluindo a redução da mortalidade neonatal, graças ao contacto pele a pele prolongado, que desenvolve o vínculo mãe-bebé, reduz a ansiedade, a depressão e os níveis de stress das mães, promove a amamentação, aumenta a produção de leite e leva à gravidez precoce (Sweeney et al., 2017). No estudo realizado por Simsek et al (2022), as enfermeiras
neonatais afirmaram que o contacto físico dos pais com os seus bebés foi reduzido para prevenir a transmissão da COVID-19 aos bebés.
No contexto da pandemia deve-se priorizar a manutenção da vida e do bem- estar materno-infantil em detrimento da realização de ações que podem aumentar o risco de contaminação do RN pelo Coronavírus (OLIVEIRA et al, 2021).
Lima et al (2021), comentam que com o surgimento da covid-19 esse diagnóstico, assim como o de amamentação interrompida, merecem uma atenção maior, principalmente no pré-natal, considerando a quantidade de dúvidas que circundam a mãe: as questões de suscetibilidade a infecção por coronavírus se as chances de o vírus ser transmitido pelo leite materno caso a mãe adquira a doença.
Todos esses fatores e possibilidades acabam afetando a mãe que por medo, interrompe a amamentação ou diminui a qualidade desse processo (LIMA et al 2021),
Com base sobre a importância do enfermeiro em todo o processo de cuidados ao recém-nascido no período Covid-19, os neonatos requerem maior cuidado devido ao sistema imunológico imaturo e a probabilidade de transmissão de mãe para o bebê (BARBOSA et al., 2021). Desse modo, Almeida et al, (2021), comenta que é indispensável o monitoramento de perto dos sinais vitais, sintomas respiratórios e sintomas gastrointestinais.
Ainda em suas pesquisas, Almeida et al, (2021), completam informando que a amamentação também gerou controvérsias em grande parte dos estudos, evidências mostraram que o aleitamento materno pode facilitar a contaminação de recém- nascidos por gotículas respiratórias durante a amamentação, embora o leite materno seja considerado a principal fonte de nutrição do neonato. Para minimizar esse risco, recomenda-se o uso de máscara facial cirúrgica durante a amamentação, caso ocorra espirro ou tosse, além da higienização correta e contínua das mãos (PEREIRA et al., 2020).
A falta de consenso entre as literaturas sobre quais serão as medidas adotadas em recém-nascidos com suspeita ou confirmação de Covid-19 ou até mesmo assintomáticas, pode dificultar na prestação do cuidado pela equipe multiprofissional que está em contato direto com estes pacientes, o que pode impactar na qualidade da assistência prestada (BARBOSA et al., 2021). A enfermagem é primordial no cuidado aos recém-nascidos, por estar prestando assistência direta a estes pacientes, o acompanhamento dos sinais vitais, sintomas respiratórios e gastrointestinais são
essenciais para o tratamento dos mesmos que são totalmente dependentes e por apresentarem sinais e sintomas inespecíficos (ALMEIDA et al, 2021).
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que, durante a pandemia, as mães continuem a implementar o método canguru enquanto tomam precauções de segurança, como usar máscara e lavar as mãos (OMS, 2020). Simsek et al (2022), afirmaram que os benefícios do método canguru são 65 vezes maiores que o risco de morte causado pela COVID-19.
A transmissão pós-natal ou horizontal do vírus para o RN é mais frequente e agrava-se quando a mãe é sintomática para COVID-19 devido a maior probabilidade do contato com gotículas ou material biológico contaminado. Nessa situação é preciso que haja adequações na assistência para redução do risco de infecção na sala de parto (SWEENEY et al., 2017). Diante disso, Oliveira et al (2021), ressalta a importância da assistência humanizada ao RN no momento do parto e dos avanços conquistados para que o nascimento tenha menos intervenções desnecessárias para a parturiente e RN.
Em relação ao diagnóstico de enfermagem, a amamentação ineficaz é um dos diagnósticos mais presentes durante o período de puerpério, e um dos que podem acarretar mais problemas para mãe e para o bebê, tendo em vista a possibilidade de acúmulo de leite nas mamas da puérpera, que podem gerar mastite e abscesso, bem como desnutrição da criança (BARBOSA et al., 2021).
As condições encontradas no serviço pública de saúde, no Brasil, Oliveira et al (2021), comentam que a assistência a gestantes e puérperas confirmadas com o coronavírus encontra barreiras, tendo em vista as dificuldades presentes no cuidado obstétrico, como os obstáculos para o acesso ao serviço de saúde durante a pandemia. Associa-se isso à baixa disponibilidade de respiradores e cuidados intensivos para pacientes obstétricos com COVID-19,o que resulta em números elevados de mortes maternas e mal prognóstico para o recém-nascido.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da análise da pesquisa vigente, conclui-se que se faz necessário incentivar a realização de pesquisas referentes à assistência aos recém-nascidos considerando o período de pandemia do COVID-19, a literatura nacional ainda carece de mais aporte cientifico.
Mediante o pressuposto, evidenciou-se diversas divergências sobre a implementação das práticas de cuidado. Essas discordâncias podem causar erros de assistência, dificuldades dos profissionais de saúde para apropriar-se das técnicas corretas, possíveis discussões da equipe responsável pelos cuidados dos recém- nascidos, entre outros.
Diante do supracitado, torna-se viável a criação de um protocolo de assistência aos recém-nascidos em tempos de pandemia de COVID-19, a fim de estabelecer um padrão de qualidade aos atendimentos, uma vez que, os cuidados terão uma base cientifica e comprovada para uma assistência de excelência.
Importante salientar que apenas o primeiro passo foi dado, com a demonstração das discordâncias dentro da assistência do recém-nascido. A criação de um protocolo de assistência e a escrita de outros artigos futuramente dentro de uma perspectiva constante de pesquisa trará um processo fundamental e necessário para modelar e compreender as necessidades de uma assistência integralizada moldada em uma base cientifica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA, S.L.A et al. Manifestações clínicas do Covid-19 na população pediátrica e neonatal. Brazilian Journal of Health Review. Curitiba, v.4,
n.2,	mar./apr.	2021.	Disponível	em: https://brazilianjournals.com/ojs/index.php/BJHR/article/view/25693/20422. Acesso em: 17 set. 2023.
ANDRADE. Santa Casa mantém UCI Canguru ativa durante a pandemia. https://agenciapara.com.br/noticia/20836/santa-casa-mantem-uci-canguru-ativa- durante- a pandemia. Acesso em: 18 abr. 2023.
BARBOSA, A.C et al. Repercussões em recém-nascidos infectados
pelo novo coronavírus durante a gestação: Revisão integrativa. Research, Society and Development, [S. l.], v. 10, n. 8, 2021. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/17364. Acesso em: 17 set. 2023.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instruir um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais [...]. Diário Oficial da União, Brasília, ano 126, n. 191-A, 5 out. 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm.
BRASIL. Empresa Brasil de Comunicação. Devido a pandemia, IBGE antecipa dados	de	pesquisa	sobre	mobilidade.	08	abr.	2020.	Disponível	em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-04/devido-pandemia-ibge- antecipa-dados- depesquisa-sobre-mobilidade#. Acesso em: 18 abr. 2023.
BRASIL.	Ministério	da	Saúde.	MANUAL DE	RECOMENDAÇÕES	PARA A ASSISTÊNCIA À GESTANTE E PUÉRPERA FRENTE À PANDEMIA DE COVID-19.
Brasília, DF: Ministério da Saúde, 20 mai. 2021. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_assistencia_gestante_puerpera
_covid19_2e d.pdf. Acesso em: 09 abr. 2023
BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA N°930. Brasília, DF: Ministério da Saúde,
10	mai.	2012.	Disponível	em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/prt0930_10_05_2012.html. Acesso em: 09 abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1459. Brasília, DF: Ministério da Saúde,	24	jun.	2011.	Disponível	em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt1459_24_06_2011.html.
Acesso em: 09 abr. 2023.
BRASIL. Ministério da Saúde. PORTARIA Nº 1.683. Brasília, DF: Ministério da Saúde,	12	jul.2007.	Disponível	em:
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2007/prt1683_12_07_2007.html. Acesso em: 16 abr.2023.
BRASIL. Serviços e informações do Brasil. IBGE divulga resultado da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2020: De acordo com o estudo, o número de nascimentos superou o de óbitos no ano passado em mais de 1,2 milhão. 18 nov.	2021.	Disponível	em:	https://www.gov.br/ptbr/noticias/financas-impostos-e- gestao-publica/2021/11/ibge-divulgaresultado-da-pesquisaestatisticas-do-registro- civil-2020. Acesso em: 16 abr. 2023.
COSTA, C.M et al. Práticas do cuidado com recém-nascido em tempos de pandemia: revisão integrativa. Research, Society and Development, v. 10, n. 2, e40410212552, 2021
DING, L et al. Nursing Care of 26 Infants Born to Mothers With COVID-19. Practice Improvements in Neonatal Care. [S. l.], v. 22, n. 01. Disponível em https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8815632/pdf/ancr-22-15.pdf. Acesso em 04 set. 2023.
FREITAS, B.H.; ALVES, M.D.; GAÍVA, M.A.M. Medidas de prevenção e controle de infecção neonatal por COVID-19: revisão de escopo. Revista Brasileira de Enfermagem.	Cuiabá,	2020.	Disponível	em: https://www.scielo.br/j/reben/a/JWtxP78p5TfR4qHzBS3PmCQ/?lang=en#. Acesso em: 18 set. 2023.
FIOCRUZ. Fiocruz analisa dados sobre mortes de crianças por Covid-19. Disponível em: https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-analisa-dados-sobre-mortes-de- criancas-por-covid-19. Acesso em: 10 abr. 2023.
GOMES, M et al. Maternidades e covid-19: atenção às gestantes e recém- nascidos no contexto da pandemia. Revista Sicelo. Rio de Janeiro/RJ, p.13,2022. Disponível em: https://books.scielo.org/id/kymhj/pdf/portela-9786557081587-16.pdf . Acesso em: 15 abr. 2023.
HUTIM. Santa Casa UCI canguru ativa durante a pandemia. Disponível em: https://agenciapara.com.br/noticia/20836/santa-casa-mantem-uci-canguru-ativa- durante- apandemia. Acesso em: 18 abr. 2023.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento. 11 ed. São Paulo: Hucitec, 2008.
MONTES, M.T.; HERRANZ-RUBIA, Nuria. Neonatal nursing in the COVID19 pandemic: can we improve the future? Journal of Neonatal Nursing, v. 26, n. 5, 2020. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1355184120301010. Acesso em: 04 set. 2023.
OLIVEIRA, C et al. Assistência ao recém-nascido na sala de parto durante a pandemia de covid-19. Revista Scielo. São Paulo/ SP, p.2, 2021. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ape/a/q79bqJZwNmJcK3MFVK4f7jk/?lang=pt. Acesso em: 14 abr. 2023.
RAMOS-TOESCHER, A. M. et al.. Saúde mental de profissionais de enfermagem durante a pandemia de COVID-19: recursos de apoio. Escola Anna Nery, v. 24, n. spe, p. e20200276, 2020.
PEREIRA, C.M.; AVELLAR, L.Z. Implicações da pandemia de COVID-19 para mães e bebês internados em Unidade Neonatal: um olhar a partir da teoria de Winnicot. Revista Brasileira de Psicoterapia. [S. l.], agosto 2021.
Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1353469. Acesso em: 18 set. 2023.
PROCIANOY, R.S et al. Neonatal COVID‐19: little evidence and the need for more information. Jornal de Pediatria. 2020. Disponível em:
https://jped.elsevier.es/pt-pdf-S2255553620300410. Acesso em: 08 set. 2023,
SIMSEK, D.C.; GUNAY, U; OZARSLAN, S. The impact of the
COVID-19 pandemic on nursing care and nurses‘ work in a neonatal intensive care unit. Journal of Pediatric Nursing. [S. l.], maio 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9135281/. Acesso em: 18 set. 2023.
TWANOW, J.D.E., et al. The COVID-19 Pandemic and Pregnancy: Impact
on Mothers and Newborns. Seminars in Pediatric Neurology, v. 42, p. 1-29, 2022. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC9122838/. Acesso em: 11 set. 2023.

Continue navegando