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CENTRO TÉCNICO-EDUCACIONAL SUPERIOR DO OESTE PARANAENSE – CTESOP CURSO ENFERMAGEM BEATRIZ BIBIANO DA ROCHA LUÍSE TURATTI SCHLINDWEIN CUIDADOS DA ENFERMAGEM NO PRÉ – NATAL: UM OLHAR SOBRE A REDE MÃE PARANAENSE ASSIS CHATEAUBRIAND – PR 2019 BEATRIZ BIBIANO DA ROCHA LUÍSE TURATTI SCHLINDWEIN CUIDADOS DA ENFERMAGEM NO PRÉ – NATAL: UM OLHAR SOBRE A REDE MÃE PARANAENSE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Enfermagem do Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense, como requisito parcial para a obtenção do título de Enfermeiro. Orientador: Professor José Joacy Rabelo de Oliveira ASSIS CHATEAUBRIAND – PR 2019 BEATRIZ BIBIANO DA ROCHA LUÍSE TURATTI SCHLINDWEIN CUIDADOS DA ENFERMAGEM NO PRÉ – NATAL: UM OLHAR SOBRE A REDE MÃE PARANAENSE Trabalho de Conclusão de Curso, para a obtenção do título de Enfermeiro, apresentado em __/__/2019 pela banca examinadora constituída pelos professores e profissionais: ________________________________________ Prof./ Enfermeiro José Joacy Rabelo de Oliveira Centro Técnico Educacional Superior do Oeste Paranaense CTESOP ________________________________________ Prof./ Enfermeira Rita de Cássia Ferreira Nunes Centro Técnico Educacional Superior do Oeste Paranaense CTESOP _________________________________________ Prof./ Enfermeiro Willians Fernandes Rodrigues Centro Técnico Educacional Superior do Oeste Paranaense CTESOP DEDICATÓRIA Eu Beatriz Bibiano da Rocha dedico este trabalho primeiramente a Deus e a Nossa Senhora Aparecida que nos concedeu o dom da vida, estando sempre ao meu lado dando forças para realizar todos os meus sonhos. Dedico também a todos meus familiares principalmente aos meus pais William e Leonarda, que passaram esses longos anos de lutas e dificuldades ao meu lado. Em especial minha mãe que passou noites em claro me ajudando a estudar e superar minhas dificuldades para chegar onde estou hoje. Dedico a todos que direta ou indiretamente me ajudaram a chegar onde estou, a todos os professores do Colégio Luterano Concórdia e Integração, assim como meu neurologista Silvio Bruno e minha psicopedagoga Olga Gerotto que sempre me incentivaram e apoiaram. Dedico também a todos que duvidaram da minha capacidade, isso só me faz mais forte e ter mais vontade de enfrentar todos os obstáculos. Dedico a Enfermeira Silvia Veiga e toda a equipe que compõe a Família Gilio Bortot pela oportunidade de aprendizado que tive nos dois anos que passei com vocês, isso foi essencial para minha formação. Dedico em especial para minha amiga e parceira de TCC Luíse Turatti assim como minhas colegas Polyane e Daniélly e meu melhor amigo/irmão Henrique por me ajudarem nas maiores dificuldades, estarem sempre comigo nos momentos bons, ruins, estressantes e principalmente nas risadas. Dedico também a Cintia e o Luis por compreenderem todas as vindas da minha parceira e a ausência dela em casa. Está vitória não é somente mérito meu, mas sim de cada um que passou por minha vida! DEDICATÓRIA Eu Luíse Turatti Schlindwein, venho dedicar este Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) a todas as pessoas que estiveram em minha vida, principalmente as que não me abandonaram nesses 4 anos, que foram de muito estresse e vitórias. Dedico esta conquista a minha família que nunca me abandonou, principalmente aos meus pais Cintia e Luis Carlos que não mediram esforços desde o meu nascimento para me ver realizar meu sonho de criança que era tornar-se Enfermeira. Obrigada Pai e Mãe por nunca terem desistido de mim e por sempre me apoiarem em todas as minhas caminhadas, nunca vou esquecer tudo que fizeram por mim nesses 21 anos de vida e tudo o que vão fazer ainda, está conquista não é só minha, é nossa, nunca se esqueçam que de todas as razões que eu tive para continuar vocês são a principal. Dedico para minhas irmãs Ana Carolina e Isabelle que sempre estiveram ao meu lado e me ajudaram muitas vezes na organização de meus trabalhos acadêmicos e sempre acreditaram em meu potencial, vocês são meus diamantes raros, amo cada uma. Dedico este TCC aos meus avôs, minhas avós, tios (as), primos (as), que participaram direta ou indiretamente em minha formação e que mesmo com a distância sempre mandaram boas vibrações. Dedico este trabalho as minhas amigas Andressa, Beatriz, Daniélly e Polyane que sempre me ajudaram quando eu precisava, e sempre apoiaram minhas ideia por mais “doidas” que fossem e que tornaram este caminho difícil um pouco mais leves com brincadeiras, risadas e muita emoção e o mais importante de tudo obrigada por aguentarem meu estresse e por passarem raiva junto comigo, vou sentir muita saudade de vocês e espero encontra-las em breve. Dedico esse meu trabalho também ao meu cunhado que muitas vezes me deu conselhos, apoiou meu sonho e sempre disse palavras de carinho sobre meu futuro e também fez muitas piadas com ele. Dedico este trabalho a Leonarda e William que sempre me receberam com muito carinho em sua casa, sempre me trataram bem e ajudaram em meus estudos com conselhos e muitas correções de trabalho. Dedico este trabalho ao meu namorado que está junto a mim nestes 4 anos, que mesmo quando erramos amigos sempre me apoiou, sempre falou palavras positivas, teve muita paciência comigo, sempre me deu conselhos e nunca me deixou desistir por mais difícil que fosse o obstáculo e que me deu forças para continuar. Está vitória não é somente mérito meu, mas sim de cada um que passou por minha vida! EPÍGRAFE “Escolhi os plantões, porque sei que o escuro da noite amedronta os enfermos. Escolhi estar presente na dor porque já estive perto do sofrimento. Escolhi servir ao próximo porque sei que todos nós um dia precisamos de ajuda. Escolhi o branco porque quero transmitir paz. Escolhi estudar métodos de trabalho porque os livros são fontes de saber. Escolhi ser Enfermeira porque amo e respeito à vida! ” - Florence Nightingale AGRADECIMENTO Hoje queremos agradecer a Deus por nos ter dado saúde e força para superar todas as dificuldades colocadas em meio à vida acadêmica. Nossa profunda gratidão ao Centro Técnico-Educacional do Oeste Paranaense que viabiliza ótimos profissionais e docentes que proporcionaram um aprendizado de qualidade. Ao professor/orientador José Joacy Rabelo de Oliveira a nossa eterna gratidão por todo o apoio e incentivo, pelas inúmeras horas de correção, por ser professor e amigo, pelos conselhos e acima de tudo acreditado em nossa capacidade. Agradecemos também a Odontóloga Leonarda Bibiano da Costa e a Enfermeira Silvia Ivone de Paula Veiga que colaboraram com a nossa escolha de tema e não mediram esforços para nos disponibilizar materiais para pesquisa do nosso Trabalho de Conclusão de Curso. Agradecemos a nossa amiga Julia Galvão que nos ajudou na composição deste trabalho, na parte de língua estrangeira. A nossa família principalmente aos pais pelo carinho, amor, incentivo e apoio incondicional nossa eterna gratidão. Agradecemos também a aqueles que direta ou indiretamente fizeram parte da nossa formação. APRESENTAÇÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso, está sendo apresentado ao Colegiado do Curso de Enfermagem do Centro Técnico-Educacional Superior do Oeste Paranaense e segue adequação das instruções da Revista Científica Multidisciplinar do CTESOP e das Normas ABNT desta Instituição de Ensino Superior. CUIDADOSDA ENFERMAGEM NO PRÉ-NATAL: UM OLHAR SOBRE A REDE MÃE PARANAENSE * ROCHA, Beatriz Bibiano da *SCHLINDWEIN, Luíse Turatti **OLIVEIRA, José Joacy Rabelo de RESUMO: A Rede Mãe Paranaense, propõe uma organização que dá atenção materno-infantil nas ações do pré-natal e puerpério e o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento das crianças, em especial no seu primeiro ano de vida. É composta por uma equipe multiprofissional que visa prestar um atendimento correto e de boa qualidade a gestante. Abrangendo várias áreas, tais como: Enfermeiros, Nutricionistas, Farmacêuticos, Psicólogos, Assistentes Sociais, e médicos com as seguintes especialidades: Obstetras, Pediatras, Cirurgiões Pediatras, Endocrinologistas, Nefrologistas, Cardiologistas entre outros profissionais. A nível de saúde pública damos ênfase ao profissional enfermeiro. Ele é o responsável pela captação precoce da gestante, bem como responsável por todo pré-natal seguindo o protocolo do Rede Mãe Paranaense, dando continuidade no cuidado após o parto. O objetivo deste trabalho foi explanar os cuidados da enfermagem sobre o pré-natal, bem como estender um olhar mais rigoroso sobre o programa rede mãe paranaense. PALAVRAS –CHAVES: Rede Mãe Paranaense, Gestante, Cuidados de Enfermagem. *Beatriz Bibiano da Rocha - Orientanda do Curso de Graduação em Enfermagem – CTESOP, Assis Chateaubriand, 2019. E-mail: beatriz.b.rocha@hotmail.com *Luíse Turatti Schlindwein – Orientanda do Curso de Graduação em Enfermagem – CTESOP, Assis Chateaubriand, 2019. E-mail: luiseturatti17@gmail.com **José Joacy Rabelo de Oliveira – Orientador do Curso de Graduação de Enfermagem – CTESOP, Assis Chateaubriand, 2019. E-mail: jjunior_rabelo@hotmail.com CARE FOR NURSING PRENATAL: A LOOK AT THE PARANAENSE MOTHER NETWORK *ROCHA, Beatriz Bibiano da *SCHLINDWEIN, Luíse Turatti **OLIVEIRA, José Joacy Rabelo de ABSTRACT: The Mother Paranaense Network proposes an organization of maternal and child care in prenatal and postpartum actions and monitoring the growth and development of children, especially in their first year of life. It is composed of a multi-professional team that aims to provide a fair and good quality care to pregnant women. The Network covers various areas including nurses, nutritionists, pharmacists, psychologists, social workers, and doctors with specialties such as Obstetricians, Pediatricians, Pediatric Surgeons, Endocrinologists, Nephrologists, Cardiologists, among others. At the public health level, the Mother Paranense Network emphasizes the professional nurses. They are responsible for the early capture of pregnant women, as well as responsible for all prenatal, following the protocol of the Parana Mother Network and the continuing care after delivery. The objective of this work was to explain the nursing service of prenatal care, as well as to extend a more rigorous look at the program Mother Paranense Network . KEY WORDS: Rede Mãe Paranaense, Manager, Nursing care. *Beatriz Bibiano da Rocha – Nursing of Academy – CTESOP, Assis Chateaubriand, 2019. E-mail: beatriz.b.rocha@hotmail.com *Luíse Turatti Schlindwein – Nursing of Academy – CTESOP, Assis Chateaubriand, 2019. E-mail: luiseturatti17@gmail.com **José Joacy Rabelo de Oliveira – Advisor os Nursing – CTESOP, Assis Chateaubriand, 2019. E-mail: jjunior_rabelo@hotmail.com mailto:jjunior_rabelo@hotmail.com Lista de Abreviaturas ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas ACS – Agente Comunitária de Saúde CAD SUS – Sistema de Cadastramento de Usuários do SUS CEP - Centro de Especialidades do Paraná CISCOPAR - Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná CTB – Cardiotocografia Basal DHEG – Doença Hipertensiva Especifica da Gravidez ESF – Estratégia da Saúde da Família HIV – Vírus da Imunodeficiência Humana HOESP – Associação Beneficente De Saúde do Oeste do Paraná HOSPSUS – Apoio e Qualificação de Hospitais Filantrópicos do Sistema Unido de Saúde IMC – Índice de Massa Corporal MACC – Modelo de Atenção a Condições Crônicas MS – Ministério da Saúde NV – Nascido Vivo ODM – Objetivo de Desenvolvimento do Milênio OMS – Organização Mundial da Saúde PA – Pressão Arterial PNAISH – Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem PR – Paraná RMM – Razão da Mortalidade Materna RMPR – Rede Mãe Paranaense RN – recém-nascidos SAE – Sistematização de Assistência de Enfermagem SCIELO - Scientific Electronic Library Online SESA – Secretária da Saúde do Estado do Paraná SIAB – Sistema de Informação de Atenção SISPRENTAL – Sistema de Acompanhamento da Gestante SR - Senhor SUS – Sistema Único de Saúde TCC – Trabalho de Conclusão de Curso TV – Transmissão Vertical UAP – Unidade de Atendimento Primário UBS – Unidade básica de Saúde USF – Unidades de Saúde da Família VDRL - Venereal Disease Research Laboratory Lista de Figuras Figura 1: Percentual de óbitos infantis segundo causas evitáveis, Paraná, 2010 a 2017. Página 21. Figura 2: Razão de Mortalidade Materna/100mil NV, Brasil, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – 2010 a 2017. Página 22. Figura 3: Razão de Mortalidade Materna/100mil NV, por Regional de Saúde, Paraná – 2010 a 2017. Página 22. Figura 4: Razão de Mortalidade Materna/100mil NV por Faixa Etária Materna, Paraná – 2010 a 2017. Página 28. Figura 5: O sr. Acompanhou sua parceira durante as consultas de pré-natal? Página 30. Figura 6: Durante as consultas de pré-natal o (a) profissional de saúde falava e dava instruções e informações. Página 31. Figura 7: O sr. acompanhou o nascimento do seu filho? %. Página 32 Figura 8: Brasil versos Paraná. Página 33. Lista de Tabelas Tabela 1: Demonstrativo de quais hospitais são cadastrados no HOSPSUS e na RMPR. Página 24. Tabela 2: Classificação da sífilis. Página 40. Tabela 3: Esquema de tratamento da sífilis. Página 41. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 18 2. METODOLOGIA ................................................................................................ 20 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 21 1. Pré-Natal do Parceiro (a) ............................................................................... 29 2. Risco Habitual/ Baixo Risco ......................................................................... 33 3. Risco Intermediário ....................................................................................... 34 4. Alto Risco ....................................................................................................... 36 4.1. Doença Hipertensiva Específica da Gravidez ....................................... 37 4.2. Diabetes Mellitus Gestacional ............................................................... 38 4.3. Sífilis Gestacional ................................................................................... 40 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 42 5. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 43 18 1. INTRODUÇÃO Segundo Araujo (2012), o conjunto de medidas e protocolos de conduta preventiva, educativas e curativas, que tem por objetivo proporcionar condições de bem-estar psíquico e social às gestantes e seus familiares, além de acompanhamento materno-fetal levam a assistência ao pré-natal, de acordo com Santos (2012), que com a finalidadede promover a saúde mediante a diagnóstico e tratamento, o pré- natal deve ser a atenção prestada ao indivíduo, a família e comunidade de modo sistemático e contínuo. Perante a importância do acompanhamento do pré-natal, para se garantir a assistência adequada, devem ser realizados os exames mínimos preconizados durante a gestação, proporcionando-se assim a prevenção de agravos e tratamento em tempo hábil, reduzindo-se as taxas de mortalidade (FERREIRA et al., 2017). Dos óbitos maternos registrados no Brasil até 2012, 85% foram considerados evitáveis e 71% atribuídos à atenção dispensada à gestante durante o pré-natal, puerpério e assistência hospitalar. Em relação aos óbitos infantis, 60,5% dos quais foram registrados em 2011 foram considerados evitáveis (FRANK et al., 2016). No Paraná (PR), segundo a Secretária de Saúde do Estado (SESA, 2018) foi desenvolvido um conjunto de ações para que pudesse ser iniciado a captação precoce da gestante. A Secretária de Saúde do Estado do Paraná (SESA) preconiza o mínimo de sete consultas, realização de exames de rotina, no acompanhamento do pré-natal, além de estratificação de risco da gestante e criança, pois só assim terá a garantia do parto por meio de um sistema de vinculação no hospital conforme a classificação de risco gestacional. A Rede Mãe Paranaense (RMPR) é composta por equipe multiprofissional que visa prestar um atendimento correto e de boa qualidade à gestante, abrangendo várias áreas, tais como: Enfermeiros, Nutricionistas, Farmacêuticos, Psicólogos, Assistentes sociais, médicos com as seguintes especialidades: Obstetras, Pediatras, Cirurgiões Pediatras, Endocrinologistas, Nefrologistas, Cardiologistas e entre outros profissionais (SESA, 2018, p. 33). Compreendemos que abordar o cuidado realizado pelos profissionais de Enfermagem durante o Pré – Natal na Rede Mãe Paranaense (RMPR) é de grande importância, uma vez que nos ajuda a compreender e descrever as ações de Enfermagem realizadas durante o Pré-Natal em qualquer que seja o seu nível de 19 complexidade. É importante esclarecer o funcionamento do modelo desse tipo de atenção, apontar as medidas específicas voltadas para o trabalho do Enfermeiro (a), em especial no Pré-Natal de Alto Risco. A reflexão sobre o seu próprio processo de trabalho deve ser algo frequente na atuação do Enfermeiro (a) frente aos cuidados com a gestante, por isso, é muito importante que se realize a correta estratificação de risco dentro do programa Rede Mãe Paranaense. O método escolhido para a realização deste trabalho foi a revisão bibliográfica de caráter explicativa, baseada na coleta de dados em artigos acadêmicos e trabalhos de conclusão de curso encontrados em sites da internet como Scientific Electronic Library Online (Scielo), Google acadêmico, Bireme e Secretaria da Saúde do Paraná além de livros encontrados na biblioteca da instituição. 20 2. METODOLOGIA O método escolhido para a realização deste trabalho foi a revisão bibliográfica de caráter explicativa, baseada na coleta de dados em artigos acadêmicos e trabalhos de conclusão de curso encontrados em sites da internet como Scientific Electronic Library Online (Scielo), Google acadêmico, Bireme e Secretaria da Saúde do Paraná além de livros encontrados na biblioteca da instituição. Uma vez que estamos investigando a atuação dos profissionais Enfermeiros e suas muitas subjetividades e, ainda assim, procurando estar em consonância com o que determina o RMPR, compreendemos que o método que nos permitiu realizar uma síntese dos fatos, uma teorização do processo de trabalho e uma reflexão da atuação destes profissionais, seria o mais indicado nesta pesquisa. Para Lakatos (2017), metodologia ou método são conjuntos de atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo de produzir conhecimento válidos e verdadeiros, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista. 21 3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA A assistência pré-natal como conhecemos hoje, teve a sua origem nos trabalhos desenvolvidos por Pinard e Budin no final do século XIX e início do século XX, na França, com olhar mais abrangente no qual incluíam cuidados maternos e neonatais (CONCEIÇÃO, 2018, p. 07). No Brasil, no início da década de 1990, a Razão de Mortalidade Materna (RMM) era de 140 óbitos/100 mil Nascidos Vivos (NV). Em 2011 esses números obtiveram uma redução de 55%, declinando para 64 óbitos/100 mil NV na taxa de mortalidade materna. No Paraná, em 1990 a RMM era de 90,5/100 mil NV declinando em 2000 para 66,4/100 mil NV em 2010 os índices eram de 65,1/100mil NV. De acordo com o Quinto Objetivo de Desenvolvimento do Milênio (ODM), o Brasil deveria apresentar RMM igual ou inferior a 35 óbitos/100 mil NV até 2015. Ao final de 2015 notou-se que o Brasil apresentou redução da mortalidade, contudo este índice continua superior aos recomendados (BAGGIO, et al., 2016, p. 02). Figura 1. Fonte: SESA, 2018, p. 22. Em: www.saude.pr.gov.br http://www.saude.pr.gov.br/ http://www.saude.pr.gov.br/ 22 Figura 2. Fonte: SESA, 2018, p. 06. Em: www.saude.pr.gov.br Figura 3. Fonte: SESA, 2018, p. 08. Em: www.saude.pr.gov.br Tendo em vista os altos índices de mortalidade materno foi criado o Quinto ODM visando melhorar a saúde da gestante. Foram criados vários programas como: a Rede Cegonha e Saúde Mais Perto de Você para diminuir este índice (BRASIL, 2013). O governo do Estado do PR desenvolveu um programa de atenção à gestante e ao feto denominado Rede Mãe Paranaense (RMPR) para ajudar na diminuição da http://www.saude.pr.gov.br/ http://www.saude.pr.gov.br/ http://www.saude.pr.gov.br/ http://www.saude.pr.gov.br/ 23 RMM. A RMPR em 2011 iniciou o processo de implantação baseado nas análises dos óbitos maternos e infantis que ocorreram no período de 2006 a 2010 no estado do PR (SESA, 2014, p. 07). Com o objetivo de construir um modelo de atenção à saúde mais justo, equânime, democrático, participativo e que tenha como prerrogativas básicas os princípios da humanização de assistência, promoção e prevenção em saúde, o serviço prestado na área da saúde vem passando por transformações, no que diz respeito a estruturação e organização. Nesse sentido, os profissionais da área da saúde, entre eles o enfermeiro, devem estar sensibilizados para a humanização da assistência prestada à clientela, da forma a qual foi proposto pelo Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (BARBOSA et al., 2011, p.30). É importante que os direitos trabalhistas das gestantes sejam respeitados, por isso é direito da gestante a declaração de comparecimento quando for às consultas do pré-natal ou se fizer algum exame necessário no transcorrer de sua gravidez, portanto o profissional de saúde deve estar em completa sintonia com os direitos assegurados à gestante; eles devem ser respeitados para que se garanta uma gravidez saudável e um parto seguro (OLIVEIRA, 2016, p. 25). Através das consultas de pré-natal a gestante irá acompanhar o desenvolvimento de sua gravidez e do feto e observando as condições de saúde do mesmo. A consulta médica não deve ser vista somente como uma assistência básica e sim como uma maneira de prevenir intercorrência clínica obstétrica, por isso o pré- natal é fundamental para o preparo da maternidade (MARTINS et al. 2012 p.283). Em 2011 foi implantada pela SESA o programa de Apoio e Qualificação de Hospitais Filantrópicos do Sistema Único de Saúde (HOSPSUS), sendo assim a primeira ação de suporte da RMPR, visando garantir a referência para gestantes e crianças de risco em todo o estado. Foi realizado um chamamento público para contratação dos hospitaisde referência para atendimento das gestantes de risco habitual e intermediário, isto em 2012 e o mesmo foi republicado em 2017. Com intuito de melhorar, hoje são atualmente 136 hospitais que fazem parte da RMPR, sendo 106 como referência para gestantes de risco habitual e intermediário e 30 tendo prioridade e referenciados as gestantes e crianças de alto risco (SESA, 2018, p.13). 24 A implantação do HOSPSUS veio para trazer melhorias de oferta de leitos hospitalares qualificados em todas as regiões de saúde do Estado, de forma que os hospitais públicos e filantrópicos possam: operar com eficiência, prestar serviços de qualidade que atendam às necessidades e demandas da população, preencher vazios assistenciais, inserir-se nas Redes de Atenção à Saúde prioritárias definidas pela SESA (Rede Paraná Urgência e Rede Mãe Paranaense) (SESA, 2017). Mostramos então na Tabela 1, exemplo de cidade e hospitais que estão cadastrados no HOSPSUS, que atende gestante de alto risco e emergências gestacionais. Tabela 1. MUNICÍPIO HOSPITAIS REFERÊNCIA URGÊNCIA EMERGÊNCIA REFERÊNCIA GESTAÇÃO DE ALTO RISCO Campo Largo Hospital Waldermar Monastier X X Curitiba Hospital de Clínicas da UFPR X X Curitiba Hospital Universitário Cajuru X Curitiba Hospital do Trabalhador X X Curitiba Hospital Evangélico X X Curitiba Santa Casa X Curitiba Hospital Pequeno Príncipe X Curitiba Mater Dei X Curitiba Hospital São Vicente X Cascavel Hospital Universitário do Oeste do PR X X Toledo Hospital Bom Jesus/ Associação Beneficente De Saúde do Oeste do Paraná (HOESP) X X Fonte: SESA, 2017. p. 12 e 14. Em; www.escoladesaude.pr.gov.br A missão RMPR é de garantir o acesso e atenção promovendo o cuidado seguro e de qualidade na gestação, parto e puerpério a crianças menores de um ano de idade. Esta rede tem como visão tornar o PR, até 2020, o Estado com o mínimo de óbitos maternos e infantis com a saúde voltada a atenção materno-infantil apresentando boa qualidade, organização com equidade e para isso está meta deve ser obtida prezando os valores de compromisso, ética, vínculo e humanização (SESA, 2014, p. 14). 25 O pré-natal dentro da RMPR abrange um conjunto de ações que se dá início na captação da gestante, preconizando-se o mínimo de sete consultas, realização de exames de imagem, estratificação de risco na gestante e da criança, atendimento ambulatorial especializado para gestantes e as crianças e a garantia do parto seguro com vinculação a um hospital conforme o risco gestacional (PARANÁ, 2018, p. 03). De acordo com o programa RMPR o risco gestacional foi dividido em: risco habitual, risco intermediário e alto risco; pois para a proteção do recém-nascido deve- se ter um pré-natal de qualidade, captura precoce para a rede, registro do Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB) e o Sistema de Acompanhamento da Gestante (SISPRENATAL WEB), conhecimento da história materna, pregressa e atual, idade, se já teve aborto, parto prematuro, doença, orientações oportunas, atividades educativas e profissionais competentes e responsáveis (SESA, 2018, p.23). O enfermeiro pode atuar em vários ambientes, não só hospitalar, um campo de atuação que vem se expandindo são as Unidades de Saúde da Família (USF), onde também a Sistematização de Assistência de Enfermagem (SAE) deve ser implantada. O enfermeiro através da atuação do pré-natal deve mostrar as famílias a importância do acompanhamento na gestação, na promoção, prevenção e tratamento de distúrbios durante e após a gravidez, bem como informa-la dos serviços que estão à sua disposição, pois nesse campo profissional, está apto a atuar com mais autonomia (MARTINS et al., 2012, p.283). Os protocolos são de suma importância para nortear os profissionais enfermeiros dentro da área de saúde, pois além de um importante instrumento de sistematização e organização dos processos de trabalho servem também para normatizar e direcionar as consultas e condutas a serem desenvolvidas na unidade. A facilidade do uso do protocolo na assistência pré-natal além de organizar e facilitar o processo de trabalho também é um importante orientador das práticas de atenção de qualidade. Em alguns locais o uso de protocolo se torna mais dificultoso devido à resistência de alguns profissionais que prestam serviços junto com o enfermeiro e também a falta de educação continuada (CONCEIÇÃO, 2018, p.19). O profissional enfermeiro deve sempre ter uma escuta ativa e procurar sempre esclarecer todas as dúvidas pertinentes a gestação; informar que a gestação é um processo fisiológico e salientar as transformações que ocorrem durante essa fase, promovendo-se assim a educação em saúde, tanto para gestante como também para seus acompanhantes (CONCEIÇÃO, 2018, p. 20). 26 O papel do enfermeiro em todos os níveis de assistência é de grande relevância, principalmente na Estratégia de Saúde da Família (ESF). O enfermeiro deve estar atento na questão de atender as expectativas da clientela (gestante e acompanhante) com particular atenção aos padrões de serviços e solução de queixas, problemas e outras necessidades, quando se refere a satisfação dos mesmos (BARBOSA et al., 2011. P.32). Para obter uma maior adesão ao pré-natal e garantir a qualidade na assistência o enfermeiro deve compreender os seus fundamentos e a importância de humanizar, o que serve também para melhorar os resultados obstétricos e perinatais com a mãe e o recém-nascido (RN) saudáveis. O enfermeiro segue um roteiro estabelecido pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Secretária do Estado da Saúde além de ser amparada pela Lei no Exercício Profissional (BARBOSA et al., 2011, p. 30). O pré-natal é uma assistência muito importante da atenção à saúde da mulher realizada pelos enfermeiros e médicos entre o período gravídico-puerperal. Durante todas as consultas o enfermeiro, por possuir capacitação, deve fazer várias orientações sobre amamentação, imunização, a importância de comparecer nas consultas subsequentes, prescrever o sulfato ferroso e ácido fólico conforme protocolo instituído, solicitar exames de acordo com o protocolo estadual, orientar também sobre o pré-natal do parceiro e desenvolver atividades educativas, podendo ser em grupos como palestras, rodas de conversa ou individuais (CONCEIÇÃO, 2018, p. 07). Sua atuação muitas vezes é confundida com atuação técnica principalmente pela sociedade que não consegue diferenciar os profissionais de enfermagem em seus níveis de atuação. Também existe um conforto com relação a hegemonia médica dentro das unidades hospitalares, o que reflete diretamente na autonomia do enfermeiro refletindo em sua atuação (MARTINS et al., 2012 p. 279). O acolhimento é uma prática presente em todas as relações de cuidado, nos encontros reais entre trabalhadores de saúde e usuários, nos atos de receber e escutar as pessoas, podendo acontecer de formas variadas (CONCEIÇÃO, 2018, p.18). O acolhimento durante o pré-natal pode ser realizado de várias formas, dentre elas, pode-se citar a atenção voltada para escutar as queixas da gestante, seus anseios, suas preocupações, esclarecendo os mitos que ela cria em torno da fase que vive. Outro fator relevante é estimular a participação do (a) acompanhante durante as consultas do pré-natal, no trabalho de parto, no parto e pós-parto, o diálogo presente 27 em um pré-natal humanizado possibilita a criação de um elo entre profissionais de saúde e gestantes (OLIVEIRA, 2016, p. 07). Na primeira consulta o profissional que irá fazer a abertura do pré-natal deve preencher o cadastro do E-SUS com todos os dados da gestante. A gestante e o acompanhante recebem inúmeras orientações neste primeiro momento e em seguida é realizado o preenchimento da carteirinha para o acompanhamento do pré-natal onde contém número do cartão SUS, do SISPRENATALWEB, hospital de referência para a realização do parto, o calendário de imunização, solicitação dos exames de rotina e frisar a importância de sempre carregar o cartão de gestante, pois passa a ser seu documento no período gestacional (SESA, 2018, p.23). O novo sistema SisPreNatal web tem a finalidade de cadastrar as gestantes por intermédio do acesso à base do Sistema de Cadastramento de Usuários do SUS (CAD SUS), disponibilizando informações em tempo real na plataforma web, o que torna possível a avaliação dos indicadores pela Rede Cegonha e o cadastramento das gestantes para vinculação ao pagamento de auxílio deslocamento, conforme dispõe a Medida Provisória nº 557, de 26 de dezembro de 2011 (OLIVEIRA, 2016, p. 30). Assim que a gestante é cadastrada, ela deve ser vinculada ao serviço hospitalar, que pode ser uma Unidade de Atendimento ou um Município próximo, onde ela fará o parto, este vínculo dependerá do risco gestacional em que ela foi estratificada e sempre deve-se observar os seguintes cuidados: anotar o nome do hospital de referência para realização do parto, orientar a gestante a dirigir-se a tal serviço quando apresentar alguma intercorrência clínica e Unidade de Atenção Primária (UAP) e assim programar uma visita guiada ao hospital vinculado (SESA, 2018, p.23). No primeiro momento de captação da gestante também é feita uma vasta coleta de dados: idade, endereço, estado civil, profissão/ocupação, renda familiar, moradia, vão ser feitas várias perguntas para investigar antecedentes familiares; antecedentes pessoais; antecedentes ginecológicos; antecedentes obstétricos; informações sobre a gestação atual, data da última menstruação, idade gestacional, realizado cálculo para data provável de parto (SESA, 2013, p. 30-32). Dentro do programa da Rede Mãe Paranaense (RMPR) existem classificações de risco que foram elaborados pela análise de dados de 2006 a 2010, a classificação ocorre perante os dados extraídos na entrevista como: raça, etnia, cor, idade da gestante, escolaridade e ocorrência de óbitos em gestações anteriores. A partir destes 28 dados surgiram três níveis de classificação de risco: risco habitual, risco intermediário e alto risco (SESA, 2018, p. 41). Figura 4. Fonte: SESA, 2018, p. 09. Em: www.saude.pr.gov.br Na organização da RMPR, verificou-se a necessidade de estabelecer a estratificação de risco para a gestante e para a criança, como elemento orientador para organização da atenção nos seus diversos níveis: Atenção Primária, Secundária e Terciária (SESA, 2018, p.41). A gestação possui suas fases de evolução por esse motivo existe uma avaliação e classificação de risco que deve ser realizada na primeira consulta e nas subsequentes, permitindo avaliação e encaminhamento adequado se necessário (SESA, 2011, p. 19). No pré-natal é recomendado que se faça avaliação dinâmica das situações de risco e prontidão para identificar problemas e poder montar planos de cuidados para atuar e impedindo um resultado desfavorável. A ausência no controle do pré-natal pode cooperar para que a gestante passe a ter risco gravídico (OLIVEIRA, 2016, p. 11). É importante salientar que a estratificação de risco se refere a uma condição crônica, visando a uma intervenção clínica individual ou do grupo de gestantes http://www.saude.pr.gov.br/ http://www.saude.pr.gov.br/ 29 diferenciadas, segundo o estado de risco. Não é classificado como estratificação de risco situações de urgência como pré-eclâmpsia e trabalho de parto (OLIVEIRA, 2016, p. 08 – 09). Segundo SESA (2018) a captação precoce das gestantes para o início do pré- natal é muito importante para que a Atenção Primária possa fazer seu trabalho com êxito, o ideal é que a primeira consulta de pré-natal seja realizada antes do final do 3º mês de gestação. A equipe multiprofissional da Unidade de Saúde elabora um calendário de práticas educativas que é de suma importância que a gestante compareça nas atividades. Tais práticas visam discutir assuntos relacionados à gestação (transformações físicas e emocionais que determinam também o acompanhamento do pré-natal), cuidados com a saúde durante a gestação, preparação para o parto, sinais de trabalho de parto, puerpério imediato, cuidados com o bebê, dentre outros (OLIVEIRA, 2016, p. 07). 1. Pré-Natal do Parceiro (a) A importância do envolvimento consciente e ativo do pai/parceiro (a) tem despertado o tema pois o mesmo tem emergido cada vez com mais força por parte de pesquisadores, gestores e trabalhadores da saúde, pois exige muitos debates, ações e mudanças de olhares por parte de todos (BRASIL, 2016, p. 09). O Pré-Natal do Parceiro deve enfatizar ações quanto à prevenção, promoção, ao autocuidado e a adoção de estilo de vida mais saudáveis, sendo assim se torna também uma das principais “porta de entrada” dos serviços efetuados pela Atenção Básica (BRASIL, 2016, p. 07). O pré-natal é o momento oportuno e propicio para estimular o parceiro no processo de gestação, pois é fundamental para o bem-estar pessoal da mãe, do bebê e dele próprio, sendo sim a gravidez também um assunto de homem. (BRASIL, 2016, p. 11). 30 Figura 5. Fonte: BRASIL, 2016, p. 10. Em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/22/ETAPA-I/Parana.pdf Facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina as ações e aos serviços de assistência integrada a saúde da Rede SUS mediante atuação nos aspectos socioculturais sob a perspectiva relacionada de gênero contribui para a melhora das condições de saúde da gestante e também para redução da morbimortalidade (BRASIL, 2016, p. 05). Através da Portaria GM/MS nº 1.944, de 27 de agosto de 2009 foi instituída a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem (PNAISH), e tem como objetivo facilitar e ampliar o acesso com qualidade da população masculina, na faixa etária de 20 a 59 anos, as ações e aos serviços de assistência integral a saúde da Rede SUS, respeitando-se a integralidade da atenção e melhorando as condições de saúde desta população. (BRASIL, 2016, p. 13). O incentivo do pai/parceiro (a) pelas equipes de saúde deve ser desde a realização do teste de gravidez passando pelo puerpério, ou seja, acompanhamento do desenvolvimento integral do filho (a) (BRASIL, 2016, p. 18). Os responsáveis pela realização do pré-natal na Atenção Básica, sendo ele o enfermeiro (a) ou médico (a), como integrante da equipe, devem proporcionar o acolhimento na unidade e sua integração ao processo (BRASIL, 2016, p. 19). 31 Para que se tenha um pré-natal de melhor qualidade é necessário que o parceiro (a) faça alguns exames que podem ser solicitados pelo enfermeiro, tais como: tipagem sanguínea e Fator RH (no caso da mulher ter RH negativo), testes rápidos de anti-HIV, Hepatite B, Hepatite C e Sífilis, Hemograma, Lipidograma: dosagem de colesterol HDL, dosagem de colesterol LDL, dosagem de colesterol total, dosagem de triglicerídeos, dosagem de Glicose, eletroforese da hemoglobina (para detecção da doença falciforme), aferição de Pressão Arterial, verificação de Peso e cálculo de IMC (índice de Massa Corporal) e orientar exclusivamente sobre a imunização (BRASIL, 2016, p. 26). Figura 6. Fonte: BRASIL, 2016, p. 11. Em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/22/ETAPA-I/Parana.pdf As orientações por mais básicas que sejam devem ser dadas nesse momento. Se faz necessário orienta-lo quanto: a importância das atividades físicas regulares, alimentação balanceada e saudável (preferência por alimentos in natura; usar óleos, gorduras, sal e açúcar com moderação; limitar o uso de produtos prontos para consumo; evitar comidas prontas tipo fast food etc.), diminuir ou cessar o consumo de bebidas alcoólicas, cigarros e outras drogas (BRASIL, 2016, p. 30). 32 Esclarecer sobre o direitoda mulher a um acompanhante no pré-parto, parto e puerpério e incentivar o pai a conversar com a parceira sobre a possibilidade da sua participação nesse momento. É muito importante orienta-lo quanto ao incentivo na amamentação e a dividir também as tarefas de cuidados da criança com a mãe. Em casos em que a gestação seja de alto risco com chances do RN nascer prematuro e/ou com baixo peso incentivar o pai/parceiro a conhecer a unidade neonatal da maternidade de referência (BRASIL, 2016, p. 31). Figura 7. Fonte: BRASIL, 2016, p. 14. Em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2018/agosto/22/ETAPA-I/Parana.pdf A Coordenação Nacional de Saúde do Homem em parceria com o Departamento de Ouvidoria do SUS, realizou uma pesquisa em 2014 no país todo com 7.584 homens sendo 360 só do PR com os seguintes resultados (BRASIL, 2018, p. 34). 33 Figura 8. Fonte: BRASIL, 2018, p. 34. Em: www.saude.pr.gov.br 2. Risco Habitual/ Baixo Risco As gestantes que não apresentam fatores de risco individual e nem familiar são classificadas como risco habitual. Nesses casos existe um cronograma elaborado pela 20ª Regional de Saúde no Paraná baseado na Linha Guia da RMPR seguindo a seguinte ordem (SESA, 2018, p. 43): 2 consultas no primeiro trimestre; 2 consultas segundo trimestre; 3 consultas no terceiro trimestre; 1 avaliação bucal no primeiro trimestre; 1 consulta até o 10º dia de puerpério. De acordo com a lei do Exercício Profissional de Enfermagem, Decreto Nº 94.406 de 1987, o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pelo enfermeiro. Este Decreto permite ao enfermeiro realizar a consulta de enfermagem, desenvolver plano de cuidado, tais como: alimentação adequada na gestação, os exames a serem realizados neste período (grupo sanguíneo, fator Rh, hemograma, sorologia para sífilis, teste anti-HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana), exame de urina, parasitológico de fezes, glicemia de jejum, bacterioscopia de conteúdo vaginal, reações sorológicas para toxoplasmose/rubéola/hepatite, colpo citologia ancótica, Papanicolau e ultrassonografia) e também referenciar a gestante através de http://www.saude.pr.gov.br/ http://www.saude.pr.gov.br/ 34 encaminhamentos para outros serviços, promovendo-se assim a interdisciplinaridade das ações (MARTINS et al.; 2012, p. 285). É dever do profissional Enfermeiro orientar a gestante quanto ao encaminhamento do pré-natal no serviço de referência municipal de consultas e exames. Deve-se esclarecer que o vínculo com a unidade continua, caso o pré-natal seja centralizado no município e não seja realizado por todas as equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) (OLIVEIRA, 2016, p. 18). A consulta de enfermagem para gestantes de risco habitual tem como prioridade a assistência integral clínico-ginecológico e educativa, para que se possa ter um maior controle do pré-natal, do parto e puerpério, todas essas medidas aplicadas durante o cuidado com a gestante mostra que o enfermeiro é um membro ativo na equipe de saúde (BARBOSA, et al., 2011, p. 33-34). No atendimento a gestante é possível evitar complicações durante o período gravídico através de um diagnóstico preciso, durante as consultas pode-se descrever diagnósticos e evitar complicações. Muitas vezes a assistência inadequada ou a falta dela pode ocasionar a mortalidade materno neonatal e baixo peso ao nascer. Perante essas informações constatamos que o acompanhamento adequado previne processos patológicos que poderiam levar a gestação para a estratificação de alto risco, sendo que a Atenção Primária está mais ligada para a prevenção de doenças, promoção da saúde e tratamento de problemas ocorridos durante o período gravídico até no pós-parto e sempre lembrando juntamente o bebê (MARTINS, et al., 2012 p. 283). 3. Risco Intermediário As gestantes classificadas como Risco Intermediário são aquelas que apresentam riscos de intercorrências ou que possuem alguma patologia estável, mas que em algum momento pode vir a acarretar em um problema levando a gestante para o Alto Risco (SESA, 2018, p. 43). Segundo a Oficina do Plano Diretor de Atenção Primária apresentada pela SESA (2011) se encaixam no contexto as gestantes que apresentam fatores de risco relacionados com as características individuais, sociodemograficas e de história reprodutiva anterior, como: Gestantes negras ou indígenas; 35 Gestantes com menos de 15 anos e mais de 40 anos; Gestantes analfabetas ou com menos de 3 anos de estudos; Gestantes com menos de 20 anos e com uma gestação Natimorto. Nesta classificação é muito importante que a Atenção Primária tenha um olhar e cuidado ainda mais diferenciado e na Atenção Secundária Ambulatorial, uma atenção especializada sempre que necessária e referenciada pela Atenção Primária, o modelo de Atenção para o nível Secundário Ambulatorial é um modelo em que a gestante e a criança terão atendimento por uma equipe multiprofissional, com ampliação dos recursos de diagnóstico e terapêutico ofertado (PARANÁ, 2018, p. 10). Nesses casos existe um cronograma elaborado pela 20ª Regional de Saúde no Paraná seguindo a seguinte ordem: 2 consultas no primeiro trimestre; 2 consultas segundo trimestre; 3 consultas no terceiro trimestre; 1 avaliação bucal no primeiro trimestre; 1 consulta até o 10º dia de puerpério. 1 consulta no MACC (Modelo de Atenção das Condições Crônicas), de preferência no primeiro trimestre com avaliação da necessidade de retorno. Também, indo ao encontro do Programa Rede Mãe Paranaense, o MACC – Ciscopar (Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná) promove um atendimento diferenciado às gestantes de risco intermediário e alto risco, realizando atendimento integralizado com o intuito de proporcionar uma gestação e parto seguro e bebê saudável. Neste novo modelo de atenção são realizadas atividades relacionadas às necessidades individuais das gestantes verificadas no decorrer do processo de atendimento pela equipe multiprofissional (PARANÁ, 2016). Os enfermeiros têm como principais atribuições nesta classificação orientar, elaborar plano de cuidado para evitar intercorrências, solicitar exames e fazer o encaminhamento para o centro de serviço especializado, que em nossa regional é o MACC, além destes também é preconizado realizar o teste rápido de HIV, Hepatite, Sífilis e alimentar/atualizar todos os sistemas de informação com as novas informações repassadas pela gestante (PARANÁ, 2018, p. 13). 36 4. Alto Risco A classificação de alto risco é vista quando a gestante e/ou feto e/ou RN tem mais chances de risco de vida, ou seja, é mais fácil ter um óbito nesta classificação do que nas demais (BRASIL, 2012, p. 11). Nesses casos existe um cronograma elaborado pela 20ª Regional de Saúde no Paraná seguindo a ordem: 2 consultas no primeiro trimestre; 2 consultas segundo trimestre; 3 consultas no terceiro trimestre; 1 avaliação bucal no primeiro trimestre; 1 consulta até o 10º dia de puerpério. Mínimo de 5 consultas no MACC. No início do pré-natal a gestante deve ser vinculada a maternidade de referência, sendo orientada a procurar este serviço quando apresentar intercorrências clínicas ou quando estiver em trabalho de parto. Em alguns municípios a Unidade de Pronto Atendimento ficou definida como porta de entrada para qualquer intercorrência durante a gestação (OLIVEIRA, 2016, p. 19). É muito importante que a gestante de alto risco não perca o vínculo com a equipe de atenção básica onde foi iniciado o pré-natal devendo fazer seu acompanhamento no serviço de referência especializado em pré-natal de alto risco, e também é de suma importância a visita domiciliar mensal da Agente Comunitária de Saúde (ACS) em sua área de abrangênciarealizando-se assim as buscas ativas (OLIVEIRA, 2016, p. 20). Perante o protocolo da 20ª Regional de Saúde do PR de 2018 a gestante de alto risco tem direito de no mínimo cinco consultas no MACC intercaladas com consultas realizadas na Unidade Básica de Saúde (UBS), esses serviços, no entanto não devem anular um ao outro e sim fazer um conjunto de ações, lembrando que em todas as consultas será reavaliado a necessidade do encaminhamento ou retorno para serviço especializado. 37 Existem vários tipos de fatores geradores de risco gestacional. Alguns desses fatores podem estar presentes ainda antes da ocorrência da gravidez. Sua identificação nas mulheres em idade fértil na comunidade permite orientações as que estão vulneráveis no que concerne ao planejamento familiar e aconselhamento preconcepcional. Assim é importante que as mulheres em idade reprodutiva especialmente aquelas em situações de vulnerabilidade, tenham acesso aos serviços de saúde e oportunidade de estar bem informadas e na melhor condição física possível antes de engravidar. Como exemplo podemos citar uma mulher diabética, que deve estar bem controlada antes de engravidar (BRASIL, 2012, p.11). Os fatores de risco são identificados através de uma anamnese, exame físico geral e exames gineco-obstétricos podendo ser ainda identificados por visitas domiciliares, por isso a importância de um pré-natal com acompanhamento correto e assistido pela equipe multiprofissional (BRASIL, 2012, p.11). 4.1. Doença Hipertensiva Específica da Gravidez A Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG) é caracterizada pela tríade sintomática: a hipertensão juntamente da proteinúria significante que leva a edema em membros superiores e/ou face nas gestantes com mais de vinte semanas (SESA, 2018, p. 30). A pré-eclâmpsia/eclâmpsia é classificada em leve ou grave variando de acordo com o risco de saúde (BRASIL, 2012, p. 30). Na pré-eclâmpsia leve a Pressão Arterial (PA) é aferida de 4/4horas durante todo o dia e é classificada assim se houver no mínimo três mensurações igual ou maior a 150/100 mmHg (BRASIL, 2012, p. 31). O enfermeiro (a) e/ou médico (a) pode fazer a avaliação diária da gestante onde deve constar: aferição de PA 4/4horas durante o dia, pesagem diária, pesquisa de sintomas de iminência de eclâmpsia (cefaleia frontal ou occipital persistente, distúrbios visuais (estocoma, diplopia, amaurose), dor epigástrica ou no hipocôndrio direito sendo acompanhada ou não de náuseas e vômito, hiper-flexia, proteinúria na fita ou proteinúria de 24 horas, hematócrito e plaquetas e provas de função renal e hepática, não há necessidade de tratamento medicamentoso (BRASIL, 2012, p. 30-31). Também é feita a avaliação do feto com: contagem dos movimentos fetais diariamente, avaliação do crescimento fetal e do líquido amniótico, Cardiotocografia 38 basal (CTB) e reavaliação materna e fetal deve ser refeita imediatamente a qualquer mudança de estado de saúde (BRASIL, 2012, p. 31). A pré-eclâmpsia grave é caracterizada pela aferição de PA, se for igual ou maior de 160/110mmHg sendo confirmada com duas mensurações com intervalo de quatro horas e não importando se a paciente vai estar acordada ou sedada (SESA, 2014, p. 31). “Os distúrbios hipertensivos são as complicações mais comuns no pré-natal, acometendo 12 a 22% das gestações, sendo a eclâmpsia uma das principais causas de óbito materno em países desenvolvidos e em países em desenvolvimento. Em 2003, a Razão de Mortalidade Materna (RMM) no Brasil, obtida a partir de todos os óbitos declarados, foi de 51,7 óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos e a RMM corrigida foi de 72,4 por 100.000 nascidos vivos, correspondendo a 1.572 óbitos maternos. As maiores RMM estão nas regiões Nordeste (62,8), Norte (56,9) e Centro- Oeste (52,7); e as menores nas regiões Sul (51,3) e Sudeste (41,7), destacando-se que a eclâmpsia é a primeira causa de morte materna no País, seguida pelas síndromes hemorrágicas” (MOURA, et al., 2010, p. 251). O profissional enfermeiro (a) que irá atuar na realização do pré-natal da gestante deve ter um olhar atento nas principais queixas e informar a gestante sempre que perceber alguma intercorrência. Desta forma, nas consultas de pré-natal serão observados e registrados todos os fatos relatados por elas, o acompanhamento do ganho de peso; da pressão arterial; dos resultados de exames e outros, que servirão para o controle das principais doenças e intercorrências do período gestacional (MENEZES, et al., 2014. p. 02). 4.2. Diabetes Mellitus Gestacional O termo diabetes mellitus gestacional vem sendo utilizado para qualquer nível de intolerância a carboidratos, levando assim a hiperglicemia. Essa patologia pode aparecer por conta da elevação de hormônios contrarreguladores da insulina, mas ainda existem fatores como estresse fisiológico imposto pela gravidez e fatores genéticos ou ambientais. Um dos principais hormônios relacionados a resistência da insulina são lactogênico placentário, cortisol, estrógeno, progesterona e prolactina. (NETA, 2014, p. 824). 39 Na atenção básica, a equipe deve estar atenta com as gestantes diabéticas, e elas devem ser referenciadas para o centro de atenção secundária ou terciária, visando a compreensão metabólica, avaliação da presença de complicações crônicas, orientação especializada para prevenir malformação fetal e incluir o uso continuo de ácido fólico. Quanto mais descompensado estiver o controle glicêmico, maior o risco de abortamento e de surgir malformação (BRASIL, 2012, p. 183). “No brasil, a prevalência do diabetes gestacional em mulheres com mais de 20 anos, atendidas pelo SUS, é de 7,6% (IC% 6,9 – 8,4 – critério da Organização Mundial da Saúde (OMS), 94% dos casos apresentando hiperglicemia no nível de diabetes fora da gravidez” (BRASIL, 2012, p. 183). Para rastrear o diabetes é feito uma anamnese e pelos dados obtidos se pode ter ou não o diagnóstico de diabetes gestacional, muitas gestantes apresentam fatores de risco como (BRASIL, 2012, p. 183 - 184): Idade igual ou superior a 35 anos; Índice de massa corporal (IMC) igual ou superior 25 kg/m²; Antecedente familiar de diabetes mellitus; Macrossomia ou polihidrâmnio em gestação anterior; Óbito fetal sem causa aparente em gestação anterior; Malformação fetal em gestação anterior; Uso de drogas hiperglicemiantes (corticoide, diuréticos tiazídicos); Síndrome dos ovários policísticos; Hipertensão arterial crônica. Na gestação atual é importante analisar em qualquer momento o ganho excessivo de peso na suspeita clinica ou ultrassonografia de crescimento fetal excessivo ou polihidrâmnio (BRASIL, 2012, p. 184). As gestantes com rastreamento positivo, ou seja, com glicemia plasmática de jejum maior ou igual a 85mg/dL até 125mg/Dl e/ou com qualquer fator de risco devem ser submetidas a confirmação diagnosticada com teste oral de tolerância a glicose após a ingestão de 75g de glicose anidra em 250-300ml de água, depois de um período de jejum entre 8-14 horas (TOTG 75g 2h). A glicose plasmática é determinada em jejum, após 1 hora e após 2 horas. Nesta curva, os pontos de corte são iguais ou superiores a 95,180 e 55, respectivamente, os achados de 2 valores alterados confirmam o diagnóstico. Um único valor alterado indica a repetição do TOTG 75g 2h na 34ª semana de gestação (BRASIL, 2012, p. 184). 40 A assistência ao pré-natal deve priorizar a educação em saúde e orientar sobre os cuidados com a dieta, atividade física, controle glicêmico e quanto ao tratamento medicamentoso, para prever resultados que desfavoreça a gestante e o RN (NETA, 2014, p. 824). 4.3. Sífilis Gestacional A sífilis é uma doença infecciosa sistêmica, que tem por seu agente etiológico o Treponema pallidum, e que pode ter duas formas: sífilisadquirida e sífilis congênita (BRASIL, 2012, p.139). Tabela 2. Classificação da sífilis Sífilis adquirida Recente (menos de um ano de evolução) Formas primárias, secundária e latente recente Tardia (com mais de um ano de evolução) Formas latente tardia e terciária Sífilis congênita Recente Casos diagnosticados até o 2º ano de vida Tardia Casos diagnosticados após o 2º ano de vida Fonte: BRASIL, 2012, p. 139. O quadro clinico, o diagnóstico e o tratamento da sífilis gestacional não se diferenciam do período não gestacional (BRASIL, 2012, p. 140). Para diagnosticar a infecção materna é realizado o exame Venereal Disease Research Laboratory (VDRL) que já é solicitado na primeira consulta do pré-natal e deve ser repetido no terceiro trimestre e no momento do parto, porém nas gestantes que possuem sífilis ele é feito mensalmente (NUNES, 2017, p. 4877). 41 Tabela 3. Esquema de tratamento da sífilis Estadiamento Penicilina G Benzatina Intervalo entre as séries Controle de cura (Sorologia) Sífilis primária 1 série Dose total: 2.400.000 UI Dose única VDRL mensal Sífilis secundária ou latente com menos de 1 ano de evolução 1 série Dose total: 4.800.000 UI 1 semana VDRL mensal Sífilis terciária ou com mais de um ano de evolução ou com duração ignorada 1 série Dose total: 7.200.000 UI 1 semana VDRL mensal Fonte: BRASIL – Manual Técnico; Gestação de alto risco, 2012, p. 141. É de suma importância a participação do enfermeiro (a) para o fortalecimento adequado do pré-natal, afim de que sejam diminuídas as implicações na saúde da gestante em especial as com sífilis, a consulta se dará com a estratificação de risco (NUNES, 2017, p. 4877). É importante que se faça a notificação compulsória desta gestante para que a vigilância epidemiológica consiga ter controle dos casos de transmissão vertical (TV) e também possa acompanhar o comportamento da infecção para que se tenha um planejamento de medidas para tratamento, prevenção e controle (NUNES, 2017, p. 4877). O enfermeiro tem um papel fundamental no controle da sífilis gestacional, pois é quem orienta sobre a maneira correta de se fazer o tratamento, além de orientar sobre o uso de preservativo em todas as relações sexuais; elabora planos de promoção de saúde, faz pedido de exames e também faz a captação dos parceiros (NUNES, 2017, p. 4880). Caso a sífilis gestacional não seja tratada ou seja tratada de forma inadequada, pode ocasionar abortamentos, prematuridade e natimortalidade (NUNES, 2017, p. 4881). 42 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluímos que é dever do enfermeiro realizar um pré-natal de qualidade e humanizado de acordo com as diretrizes do Rede Mãe Paranaense, visando sempre a qualidade do serviço e bem-estar da gestante acolhida. Vemos que o programa Rede Mãe Paranaense oferece uma assistência a gestante com todo suporte possível para qualquer eventualidade, desde uma gestação habitual até aquela de alto risco, buscando dar suporte juntamente com toda equipe envolvida no processo de acolhimento/desenvolvimento do pré-natal. Entretanto cabe ao enfermeiro estar atento em relação as capacitações e informações que venham a ser fornecidas, bem como mudanças em algum aspecto do Rede Mãe Paranaense, para que assim possa prestar a assistência adequada a gestante e seu parceiro. Visto isso, frisamos que o Programa Rede Mãe Paranaense vem sendo o mais completo dos programas materno-fetal, oferecendo todo aporte que os dois precisam, e tudo isso dentro do Sistema Único de Saúde (SUS). 43 5. REFERÊNCIAS ARAUJO, L. de A. A Consulta de Enfermagem no Pré-Natal. In: ARAUJO, L. de. A; REIS, A. T. Enfermagem na Prática: Materno-Neonatal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p. 41. BAGGIO, M.A.; et al. Programa Rede Mãe Paranaense: análise da atenção pré-natal em uma regional de saúde; Cascavel: 23/09/2016. p. 01-10. Disponível em: < http://www.saude.ufpr.br/portal/revistacogitare/wpcontent/uploads/sites/28/2016/12/4 5301-187180-1-PB.pdf > Acesso em: 12 de mar. 2019. BARBOSA, T.L.A.; et al. O Pré-natal Realizado Pelo Enfermeiro: A Satisfação Das Gestantes. Montes Claros, 2011. Disponível em: < https://revistas.ufpr.br/cogitare/article/viewFile/21108/13934 > Acesso em: 23 de mai. 2019. BRASIL. Ministério da Saúde. 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