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Análise de Investimento e Fontes de Financiamento Custo do Capital Profº Ms. Renato Silva • Unidade de Ensino: 01 • Competência da Unidade: Conhecer as técnicas de gestão de custo de capital e fontes de financiamento e de análise de investimento. • Resumo: Compreender os conceitos relacionados ao risco, custo do capital, fontes de financiamento e taxa interna de retorno • Palavras-chave: Custo de capital; risco; taxa interna de retorno(TIR); custos de fontes específicas • Título da Teleaula: Custo do Capital • Teleaula nº: 01 Contextualização O que você entende por investimentos? Por quais motivos uma empresa deve realizar investimentos? Contextualização Compreender o conceito de custo do capital Conhecer as fontes de Captação de recursos Contextualização Genésio é sócio-diretor de uma empresa do segmento de bebidas que iniciou há três gerações com seu avô, hoje a empresa é uma multinacional e há dois anos inaugurou uma fábrica no Nordeste brasileiro que precisará ser ampliada o que resulta na necessidade de grande investimento de recursos financeiros. Portanto, nesta primeira unidade, ajudaremos a empresa de Genésio a tomar decisões que envolvam custo de capital e elaborar um relatório de análise de indicadores de custo de capital. Afinal, por que é importante analisar investimentos e as fontes de financiamento das empresas e da sociedade como um todo? Como as proporções da estrutura de capital pode influenciar nas decisões de financiamento das empresas? Quais oportunidades essa área apresenta aos profissionais das áreas de negócios? 1 2 3 4 5 6 Conceitos Custo do capital Conceitos de Custo de Capital Custo de capital: Poderá ser entendido como o custo dos recursos captado no mercado para financiamento da empresa. Em outros momentos, será o retorno mínimo que o investidor exigirá, para investir recursos por ele disponível nas organizações. Só existem duas fontes de capital: Capital próprio = sócios Capital de terceiros = credores Quanto de capital próprio e de terceiros? Taxa Interna de Retorno (TIR) A Taxa Interna de Retorno é uma métrica usada para avaliar qual o percentual de retorno de um projeto para a empresa. Ao encontrar essa taxa, geralmente ela será comparada ao custo do Capital para que se decida se o projeto deve ou não ser aceito. Critério de Decisão PROJETO DE INVESTIMENTO CUSTO DE CAPITAL MENOR QUE A TIR ACEITA-SE O PROJETO Critério de Decisão PROJETO DE INVESTIMENTO CUSTO DE CAPITAL MAIOR QUE A TIR REJEITA-SE O PROJETO Tipos de risco Quais fatores que podem afetar o custo do capital? Risco Econômico Risco Financeiro 7 8 9 10 11 12 Custo Médio Ponderado do Capital É uma medida do custo do capital de financiamento de uma empresa, calculada como a média ponderada das diferentes fontes de financiamento utilizadas, ponderadas pelo peso de cada uma delas na sua estrutura de financiamento. Fórmula: CMPC = (% participação capital próprio x custo capital próprio) + (% participação capital terceiro x custo capital terceiro) Genésio precisa de R$ 400.000.000,00 nos próximos dois anos para ampliar a fábrica. Ele decidiu financiar 50% com capital próprio e 50% com capital de terceiros. Possibilidades levantadas: • Empréstimo junto ao BNDES, com juros de 10%a.a. • Financiamento com capital próprio, ao custo de 16% a.a. Qual o custo médio ponderado do capital? Passo para resolução: 1º Utilizar a fórmula do custo médio ponderado de financiamento de capital. 2º Combinação média ponderada de financiamento de capital, com uma estrutura de financiamento com 50% de capital próprio e 50% de terceiros. 3º Aplicar a regra de decisão. CMPC = (% participação capital próprio x custo capital próprio) + (% participação capital terceiro x custo capital terceiro) CMPC = ((0,50 x 16%) + (0,50 x 10%)) = 8% + 5% = 13% TIR = 15% Aceita-se essa estrutura de financiamento, pois a TIR é maior que o CMPC. Conceitos Custo de empréstimo a longo prazo Custo de Empréstimo a Longo Prazo Empresas podem financiar suas operações abrindo seu capital, ou seja, tornando-se companhias com ações em bolsa de valores. A forma jurídica de constituição da empresa deve ser Sociedade anônima (S/A). Assim, podem captar recursos via emissão de: • Ações • Debêntures 13 14 15 16 17 18 Captação de recursos no mercado de capitais Debênture: São certificados de empréstimos de grandes somas, um título mobiliário, com prazo de resgate estipulado e com uma remuneração por período de tempo estipulado. É emitido por sociedades anônimas S.A. e assegura a seus possuidores o direito de crédito em relação à empresa que a emitiu. É uma ferramenta de captação de recursos no mercado de capitais que as empresas usam para financiar seus projetos. Captação de recursos no mercado de capitais Ação: Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas. Ações preferências – preferência na hora de receber dividendos e não dão direito a votos. Ações ordinárias – direito a voto nas decisões administrativas. Valor Líquido da Ação Valor unitário ação (Vua): º çõ Custo de emissão (Ce): percentual de custo * preço da ação Dividendo por ação (Dp): percentual de dividendo* preço da ação Valor Líquido da ação (Np): Np = Vua – Ce – Dp Custo financeiro para emitir uma ação Kp = + g Sendo: Kp é custo da ação Dp é o dividendo por ação Np é o valor liquido da ação g é a taxa esperada de crescimento do dividendo. Genésio avalia um investimento de R$ 100.000.000,00 através de financiamento de longo prazo com a emissão de 100.000 debêntures de 20 anos com taxa de juros de 10% ao ano, mais uma taxa de 1,5% cobrada pela empresa responsável pela subscrição. Calcule o custo de capital de terceiros via emissão de debêntures. Cálculo do custo de capital de terceiros via emissão de debênture. A entrada inicial foi de R$ 98.500.000,00, que são os R$ 100.000.000,00 - 1,5% de subscrição, ou seja, 100.000.000 - 1.500.000 = 98.500000. Funções na HP 12 CDados Inseridos na HP12C N – (prazo)20 CHS – PV (Valor Presente)98.500 PMT (Amortização ou juros anual da debênture 10% de 100.000) 10.000 FV (Valor Futuro)100.000 i = 10,1783%i 19 20 21 22 23 24 Realizar parte do investimento no valor de R$100.000.000,00 através de uma emissão de 100.000 ações preferenciais com pagamento de dividendos de 10% sobre o valor da ação, mais dispêndio (custo) de 3,5%. Calcule o custo de financiamento via ação preferencial. Cálculo do custo de emissão de ação preferencial 1º passo – Calcular o valor da ação Capital = 100.000.000 = R$ 1.000,00 nº ações 100.000 2º passo – Calcular o dispêndio/ação – 3,5% = 0,035 R$ 1.000,00 x 0,035 = R$ 35,00 3º passo – Calcular o dividendo por ação – 10% = 0,10 R$ 1.000 x 0,10 = R$ 100,00 Cálculo do custo de emissão de ação preferencial 4º passo – Calcular o valor líquido da ação Np = 1.000 – 35 – 100 = 865,00 Assim Kp = Dp = 100 = 0,1156 x 100 = 11,56% Np 865 Kp = custo da ação preferencial Dp = dividendo por ação Np = valor líquido da ação Realizar parte do investimento no valor de R$ 100.000.000,00 por meio de ações ordinárias, sendo que a empresa vai pagar R$ 90,00 de dividendo por ação ordinária, dispêndio (custo) de 3,5% com crescimento no dividendo de 4% a.a. Calcule o custo de financiamento via ação ordinária. Cálculo do custo de emissão de ação ordinária Np = 1.000 – 35 – 90 = R$ 875,00 Kp = Dp + g 90 + 0,04 = 0,1429 x 100 = 14,29% Np 875 Kp = custo da ação ordinária Dp = dividendo por ação Np = valor do recebimento líquido com a venda das novas ações. g é a taxa esperada de crescimento do dividendo. Comparativos Custo de capital de terceiros, taxa do custo da debênture: 10,1783% a.a Custo da ação preferencial: 11,56% a.a Custoda ação ordinária: 14,29% a.a Menor custo e melhor solução neste caso: financiamento via debênture com custo de 10,17%. 25 26 27 28 29 30 Conceitos Custo dos lucros retidos Captação via lucros retidos Custo de financiamento de longo prazo via retenção de lucros. Lucros retidos Lucros que não foram distribuídos aos acionistas em forma de dividendos Captação via lucros retidos Quando uma empresa não distribui os lucros aos acionistas, a consequência imediata é que a empresa fica capitalizada, ou seja, aumenta a proporção do capital próprio em relação ao capital de terceiros na empresa. Em situações como essa, a empresa melhora a sua estrutura de capital, capitaliza-se e financia o seu crescimento com seus próprios recursos. lucros retidos A empresa irá optar por utilizar os recursos que estão retidos internamente, ou seja, houve retenção na distribuição de lucro para o acionista. O que devemos entender aqui é que: I) o capital retido na empresa não pertence a ela, mas sim ao acionista; II) como tal, esse acionista espera ser remunerado por esse capital que ficou retido na empresa Captação via lucros retidos Os custos dos lucros retidos são considerados uma emissão de ações ordinárias inteiramente subscritas. Dessa maneira, os custos dos lucros retidos estão relacionados ao custo das ações ordinárias e precisam ser considerados como custo de oportunidade em relação aos dividendos que o acionista deixou de receber. Custo dos lucros retidos Kp = + g Sendo: Kp é custo da ação preferencial Dp o dividendo por ação Np o valor liquido da ação g é a taxa esperada de crescimento do dividendo. 31 32 33 34 35 36 Custos dos Lucros Retidos Genésio precisa decidir de reinvestir os lucros retidos passa pelo cálculo do custo desse reinvestimento necessário utilizado e sua comparação com o custo de subscrever ações ordinárias. Vamos optar entre uma das situações a seguir: Primeira situação: Emissão de ações ordinárias A empresa faz a opção de realizar o investimento no valor de R$ 10.000.000,00 através de um financiamento de longo prazo com capital próprio, através da subscrição de ações ordinárias: Calcule o custo de utilização de capital próprio via subscrição de ações, sabendo que a empresa pagou R$ 90,00 de dividendo por ação ordinária, a ação vale R$ 950,00, e que o crescimento no pagamento dos dividendos é constante a 4% ao ano. Além disso, o custo de subscrição é de 3%. Primeira situação: Emissão de ações ordinárias Valor da Ação: R$ 950,00 Custo de Subscrição (3%) = 3% de 950 = 0,03 x 950 = 28,50 Dividendos: R$ 90,00 Kp = Dp + g = ______90________ = 90 + 0,04 = Np ( 950 – 28,50 – 90,00) 831,50 0,1482 x 100 = 14,82% é o custo da ação ordinária. Segunda situação: Custos dos Lucros Retidos A empresa faz a opção de realizar parte do investimento no valor de R$ 10.000.000,00 através de um financiamento de logo prazo, com capital próprio, através da utilização de lucros retidos. Calcule o custo de utilização de capital próprio via lucros retidos, sabendo que a empresa pagou R$ 90,00 de dividendo por ação ordinária e esta vale R$ 950,00, e que o crescimento no pagamento dos dividendos é constante a 4% ao ano. Segunda situação: Custos dos Lucros Retidos Valor da Ação: R$ 950,00 Dividendos: R$ 90,00 Kp = Dp + g = 90__ + 0,04 = 90 + 0,04 = 0,1447 Np 950 – 90,00 860 0,1447 x 100 = 14,47% é o custo dos lucros retidos. • Sendo 14,82% o custo de subscrição da ação ordinária e 14,47% o custo dos lucros retidos. • O custo dos lucros retidos é a uma opção melhor do que utilizar a emissão de ações ordinárias. 37 38 39 40 41 42 Conceitos Custo médio ponderado de capital Custo Médio Ponderado do Capital Empresas com capital aberto e que financiam suas operações via emissão de ações e debêntures, também podem calcular o custo médio do capital dessas fontes. Ka = (wi x Ki) + (Wp x Kp) + (Ws x Kr) Ka – custo médio ponderado do capital Wi – participação relativa de capital de terceiros na estrutura de capital da empresa. Ki – custo de capital de terceiros Wp – participação relativa de ações preferenciais na estrutura de capital da empresa Kp – custo das ações preferenciais Ws – participação relativa de ações ordinárias ou capital próprio na estrutura de capital da empresa Kr – custo de novas ações ordinárias Estrutura Meta Estrutura meta e a melhor opção possível para compor a estrutura de capital. Pesos meta refletem as proporções desejadas da estrutura de capital, e a estrutura ótima que a empresa pretende atingir. Exemplo Capital total da empresa, em um primeiro momento : R$ 35.000.000,00 empréstimos de longo prazo; R$ 25.000.000,00 em ações preferenciais e R$ 50.000.000,00 em ações ordinárias Capital total R$ 110.000.000,00 Percentual de cada componente da estrutura de capital sobre o valor total do capital. Empréstimo de longo prazo 35.000.000 = 0,3182 = wi 110.000.000 Ações preferenciais 25.000.000 = 0,2273 = wp 110.000.000 Ações ordinárias 50.000.000 = 0,4545 = ws 110.000.000 43 44 45 46 47 48 Custos: empréstimo 9%, ações preferenciais 11%, ações ordinárias 12,5% Ka=(wi x Ki) + (Wp x Kp) + (Ws x Kr) Ka = (0,3182 x 0,09) + (0,2273 x 0,11) + (0,4545 x 0,125) = Ka = 11,04% Custo médio ponderado de capital Os valores de mercado das ações ordinárias e preferenciais. A empresa possuía 1.000.000 de ações ordinárias a R$ 70,00 = R$ 70.000.000 500.000 ações preferenciais a R$ 60,00 = R$ 30.000.000 R$35.000.000,00 de empréstimo a longo prazo. Portanto capital total = R$ 135.000.000,00 Percentual de cada componente da estrutura de capital sobre o valor total do capital. Empréstimo de longo prazo 35.000.000 = 0,2593 135.000.000 Ações preferenciais 30.000.000 = 0,2222 135.000.000 Ações ordinárias 70.000.000 = 0,5185 135.000.000 Custos: empréstimo 9%, ações preferenciais 11%, ações ordinárias 12,5%. Ka=(wi x Ki) + (Wp x Kp) + (Ws x K) Ka = (0,2593 x 0,09) + (0,2222 x 0,11) + (0,5185 x 0,125)= Ka = 11,26% Estrutura meta – Foram estabelecidas as proporções da estrutura do capital em: 40% de empréstimo, 10% com ações preferenciais e 50% com ações ordinárias. Empréstimo de longo prazo CAPITAL TOTAL 35.000.000,00 ____X_____ = 0,40 = 54.000.000 135.000.000 Ações preferenciais ____X______ = 0,10 = 13.500.000 135.000.000 Ações ordinárias ____X______ = 0,50 = 67.500.000 135.000.000 Custo médio ponderado de capital Custos: empréstimo 9%, ações preferenciais 11%, ações ordinárias 12,5% Ka=(wi x Ki) + (Wp x Kp) + (Ws x Kr) Ka = (0,40 x 0,09) + (0,10 x 0,11) + (0,50 x 0,125)= Ka = 10,95% 49 50 51 52 53 54 Conceitos Recapitulando • Conceito de Custo do Capital • Tipos de financiamento do Capital • Custo Médio Ponderado do Capital • Ações e Debêntures • Custos de financiamento de longo prazo • Estrutura Meta 55 56 57
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