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Unidade 1
Iniciação científica
Pensamento Científico
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria
ANDRÉ DE FARIA THOMÁZ
THALYTA MABEL NOBRE BARBOSA
AUTORIA
André de Faria Thomáz
Olá. Meu nome é André de Faria Thomáz. Sou bacharel em Ciências 
Contábeis pela Faculdade de Minas (2006), pós-graduando em Docência 
Superior pela Universidade Gama Filho (2009), pós-graduado em MBA 
Executivo em Administração de Empresas (2009-2012), mestre em 
Administração pela Pontifícia Universidade Católica (2011) e doutor em 
Administração Prática nas Funções de Contador pela mesma instituição 
(2018). Também sou professor universitário, conteudista e curador. Sou 
apaixonado pelo que faço e adoro transmitir a minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso, fui convidado 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Olá. Meu nome é Thalyta Mabel. Sou graduada em Serviço Social 
pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e mestre 
em Serviço Social, tendo como objeto de estudo o Serviço Social 
na Previdência Social, pela mesma instituição. Possuo experiência 
como docente nas áreas de Serviço Social e Metodologia Científica 
na graduação e na pós-graduação de instituições públicas e privadas. 
Atuo como autora, designer educacional e consultora educacional na 
elaboração, gestão e implementação de materiais didáticos para a EaD. 
Fui convidada mais uma vez pela Editora Telesapiens a integrar o seu 
elenco de autores independentes e estou muito feliz em poder ajudar 
você a conhecer o mundo maravilhoso da pesquisa científica e contribuir 
para o seu aprendizado nesta fase. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Ciência e os tipos de conhecimento .................................................. 10
O homem e o conhecimento ................................................................................................ 10
1.2 Tipos de conhecimento ..................................................................................................... 14
Conceito de ciência ...................................................................................................................... 17
Ciência e seus métodos ..........................................................................20
Ciência e vida acadêmica ....................................................................................................... 20
Ciência e método científico .................................................................................................... 21
Método e técnica ........................................................................................................22
Classificação dos métodos ..................................................................................24
Método experimental ...........................................................................25
Método observacional .........................................................................25
Método comparativo .............................................................................26
Método estatístico ..................................................................................26
Método etnográfico ...............................................................................27
Métodos indutivo e dedutivo ..........................................................28
A importância da pesquisa científica .................................................30
Significado da pesquisa científica ..................................................................................... 30
O avanço da pesquisa científica ...........................................................................................32
Ciência como prática social ...................................................................................................34
Desafios da ciência e a ética na produção científica ................... 41
Desafios da ciência ....................................................................................................................... 41
Produção científica e ética ......................................................................................................45
Graduação no Brasil .................................................................................................. 46
 Pós-graduação no Brasil ...................................................................................... 48
7
UNIDADE
04
UNIDADE
01
Pensamento Científico
8
INTRODUÇÃO
Você sabia que, em um contexto marcado por rápidas mudanças 
conceituais, teóricas e tecnológicas, o estudante de graduação deve ser 
capaz de produzir conhecimento relevante? Atualmente, as complexidades 
da nossa sociedade, as quais são refletidas no cotidiano acadêmico, 
demandam por profissionais que estejam capacitados a ler, compreender, 
questionar e a intervir nesse contexto. Nesse sentido, o instrumento 
mais adequado para isso são os projetos de pesquisa ou projetos de 
intervenção. Ao ingressar na universidade, você passa a conhecer o 
mundo da ciência. Aos poucos, você deixa de ser um mero receptor 
desse conhecimento e se torna um produtor dele, por meio da pesquisa 
científica. No entanto, ao realizar a pesquisa científica, é necessário que 
você se aproprie de algumas definições e seja instrumentalizado para tal. 
Diante dessa afirmação, nesta unidade, estudaremos juntos: o significado 
do conhecimento; os tipos de conhecimento; a importância da ciência e 
do conhecimento científico; os métodos científicos; e a ética na pesquisa. 
Por ser uma obra pensada e desenvolvida para a educação a distância, 
ela possibilitará uma experiência singular de imersão individualizada em 
um conteúdo rico em possibilidades de aprendizagem. Portanto, ao longo 
desta unidade letiva, você mergulhará neste universo! Bons estudos!
Pensamento Científico
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso objetivo é auxiliá-lo no 
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término 
desta etapa de estudos:
1. Conceituar ciência e identificar os tipos de conhecimento.
2. Caracterizar a ciência e identificar os métodos científicos existentes.
3. Identificar a importância da pesquisa científica. 
4. Conhecer os desafios da ciência e os aspetos importantes da ética 
na produção científica.
Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao 
trabalho!
Pensamento Científico
10
Ciência e os tipos de conhecimento 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de conceituar 
ciênciae de identificar os tipos de conhecimento. Isso será 
fundamental para a ampliação da sua compreensão a 
respeito do caminho percorrido diariamente por cientistas e 
pesquisadores em sua constante busca pelo conhecimento. 
Motivado para desenvolver essas competências? Vamos lá. 
Avante!
O homem e o conhecimento 
Você já parou para analisar com que velocidade a tecnologia nos 
tem surpreendido? Há pouco tempo, a internet não existia e os aparelhos 
de TV eram monocromáticos. A comunicação por telefone era privilégio 
das classes sociais mais abastadas e grande parte das tecnologias que 
utilizamos diariamente não havia sido inventada.
Além da intensa comunicação, hoje, dependemos cada vez mais 
do desenvolvimento de novos medicamentos, de novas técnicas de 
produção de alimentos, de novos meios para reverter os danos causados 
ao meio ambiente, além de outras explicações e soluções para os 
problemas que enfrentamos. Nesse contexto, a ciência assume papel de 
destaque na construção da sociedade e no aperfeiçoamento individual 
dos seres humanos.
Por meio da atividade científica, o conhecimento é produzido em 
diversos locais e pode ser compartilhado, testado e reformulado, pois 
é resultado do trabalho de cientistas espalhados ao redor do mundo. 
Entretanto, quais foram os motivos que levaram a humanidade a realizar 
investigações? O que seria conhecimento? 
Pensamento Científico
11
Figura 1 – Conceito do conhecimento 
Fonte: Freepik
Ao longo deste capítulo, responderemos a esses questionamentos. 
Vejamos, a seguir, a relação do homem com o conhecimento. 
Ao analisar a trajetória da humanidade, podemos perceber que o 
homem sempre foi ávido por conhecimento desde o seu nascimento. 
Exemplos disso são a descoberta do fogo, a impressão do pensamento 
nos desenhos rupestres, as explicações dos fenômenos que cercam a 
vida e a morte, os mitos, a filosofia, a criação e artefatos para a caça e 
a alimentação, bem como o avanço da intelectualidade, com a criação 
da roda e os pensamentos dos filósofos greco-romanos, que têm sido 
instrumentos poderosos de conhecimento até hoje. Todavia, apenas nos 
séculos XVI e XVII que a ciência ganhou status: verdade é aquilo que se 
pode ser comprovado. Hoje, o método científico é considerado o saber 
mais eficaz, o qual se encontra inserido no contexto do advento da ciência 
moderna. A ciência é uma forma de conhecimento. Contudo, o que seria 
conhecimento? 
Pensamento Científico
12
Você aprendeu até aqui que o homem sempre foi ávido por 
conhecimento e que, para adquiri-lo, ele realizava investigações. 
Também já se sabe que a ciência é uma forma de conhecimento e que 
ela está presente em seu cotidiano. Ainda sobre a relação do científico 
com a história da humanidade, Fachin (2003) apresenta uma reflexão 
sobre essa temática. A autora discorre que, desde a Antiguidade, já havia 
uma atenção para o científico, embora não existissem, naquela época, 
métodos e observações dos acontecimentos. Apenas após a advinda dos 
cientistas modernos que houve avanços nos métodos de pesquisa, nas 
técnicas e na ordenação nas coletas de dados. Esse será um assunto que 
discutiremos ao longo desta disciplina. 
Para Laville e Dionne (1999), há dois modos de aquisição do saber: 
o espontâneo e o racional. Esses dois tipos de saberes servem para 
conhecermos o funcionamento das coisas, a fim de melhor controlá-las 
e realizar melhores previsões. Os saberes espontâneos são: a intuição, a 
tradição e a autoridade, os quais, muitas vezes, são adquiridos a partir 
das experiências pessoais e nem sempre se baseiam em dados de 
experiências racionalizadas.
Devido à fragilidade do saber, o homem desenvolveu o desejo de 
saber mais e de dispor de conhecimentos metodicamente elaborados 
e mais confiáveis, o que chamamos de saber racional. Para explicar 
a evolução do saber racional até a chegada, no século XIX, da ciência 
triunfante, Laville e Dione (1999) explicam que esse saber foi iniciado com 
os filósofos Platão e Aristóteles, a partir do desenvolvimento da lógica e, 
em seguida, por intermédio das reflexões filosóficas realizadas no período 
medieval. Não só, mas também houve a colaboração das superstições e 
das magias da Renascença, da observação empírica do século XVII, que 
objetivava o pensamento científico, e, no século XVIII, do desenvolvimento 
dos princípios da ciência experimental.
REFLITA:
Você já consegue conceituar “conhecimento” com base 
nas informações apresentadas até este momento? 
Pensamento Científico
13
Acreditamos que sim. Portanto, prossigamos. Possivelmente, você 
tenha conceituado “conhecimento” como o ato de conhecer algo ou a 
reunião de informações armazenadas na mente humana. 
EXPLICANDO MELHOR:
Com base na resposta, podemos dizer que o homem tem 
diversos tipos de conhecimento. A mesma pessoa, por 
exemplo, pode ser um pesquisador da área da criança 
e do adolescente, conhecedor do Estatuto da Criança e 
do Adolescente e ser uma pessoa religiosa, conhecedora 
da bíblia.
Você também possui diversos tipos de conhecimento. Já parou 
para pensar nisso? Consegue identificá-los? Um exemplo simples e que 
faz parte da sua realidade é este: você está no ensino superior para obter 
conhecimentos sobre a profissão a qual você escolheu, a fim de que, 
posteriormente, seja um profissional devidamente qualificado. Quais são 
os conhecimentos que você vai adquirir ou já adquiriu para atingir o seu 
objetivo? É bem provável que você já tenha tido acesso às legislações que 
norteiam o exercício profissional e todo o referencial teórico-metodológico 
presente nas obras dos autores referencias da sua área. 
Figura 2 – Exemplo de conhecimento adquirido no ensino superior
Fonte: Freepik
Pensamento Científico
14
Lakatos e Marconi (2005) explanam que, ao percebermos um 
objeto, somos capazes de captar certas qualidades ou características 
dele. Dessa maneira, tomamos consciência de nossas percepções e 
acumulamos experiências que formam um “estoque” de conhecimento, 
como na escola, local onde acumulamos conhecimentos produzidos por 
outras pessoas. Isso significa que o conhecimento nem sempre é adquirido 
mediante contato direto com um objeto, mas pode ser transmitido pelas 
mais diversas formas de linguagem, tais como: fotografias, imagens, 
vídeos, descrições textuais, gráficos, fórmulas, entre outras ferramentas 
comunicativas de grande utilização para os momentos educacionais.
Ao longo do tempo, para facilitar os seus estudos, autores 
classificaram o conhecimento em tipos, assim como também houve a 
classificação da ciência. É válido ressaltar que, nas obras que abordam 
a temática “metodologia científica”, estudiosos usam nomenclaturas 
diferentes. Desse modo, serão os tipos de conhecimento que estudaremos 
no tópico seguinte.
Tipos de conhecimento 
O conhecimento é o ato ou o efeito de conhecer algo, de saber, de 
ter informação e de buscar instrução. É a relação do homem (razão) com 
determinado objeto/objetivo. O conhecimento é um conceito importante 
para a Educação, uma vez que nos leva a conhecer disciplinas, conceitos, 
teorias, princípios etc., que foram internalizados e aprendidos antes. Além 
disso, é preciso ressaltar que, para falar de conhecimento, precisamos 
abordar informações, dados e fatos, a fim de que o conhecimento possa 
ser considerado uma informação útil para alguém.
Afinal, o que é conhecimento? Conhecimento é o resultado da 
relação entre a percepção que temos do mundo, dada por meio de 
nossos sentidos – visão, audição, tato, olfato, paladar –, e os objetos 
que conseguimos perceber a nossa volta para, então, abstrairmos ideias 
ou noções. Fachin (2003) cita alguns tipos de conhecimentos nos quais 
os homens, por seu intermédio, evoluem e fazem evoluir o seu meio. 
Entre esses conhecimentos, temos: o filosófico; o teológico ou religioso; 
empírico (popular ou do senso comum); e o científico. Entretanto, é 
PensamentoCientífico
15
importante ressaltar que, aqui, usaremos basicamente o conhecimento 
científico. Estudemos cada conhecimento. 
De acordo com Alves (2007), o conhecimento empírico ou do senso 
comum é produzido no dia a dia, sem a necessidade de comprovação 
por meio de métodos sistemáticos ou científicos. Por esse motivo, é um 
tipo de conhecimento superficial e subjetivo ligado a tradições, crenças 
ou valores. Além disso, não possui uma forma sistemática e traz, como 
solução para um problema, uma explicação popular que não é testada 
como relação direta entre causa e efeito. É apenas observado um 
resultado, independente de subinterações possíveis. Por exemplo: os 
chás medicinais usados por nossas avós podem ser úteis para curar uma 
indigestão ou para “acalmar os nervos”. Contudo, é improvável que nossas 
avós saibam exatamente quais são as propriedades químicas desses chás 
ou como elas agem no corpo humano.
O conhecimento teológico ou religioso é produzido por meio 
da aceitação de saberes e de informações consideradas divinamente 
reveladas e, como tais, são inquestionáveis e infalíveis. Por exemplo: 
enquanto os cristãos acreditam que o conhecimento bíblico é de 
origem divina e representa a verdade, os muçulmanos encontram os 
conhecimentos que guiam as suas vidas no Alcorão, que é equivalente à 
Bíblia para os cristãos. De maneira direta, a justificativa ou resposta sobre 
um acontecimento é dada a um Deus, entendido como um ser supremo, 
dependendo da cultura de cada povo. O ser humano se relaciona por 
meio da fé religiosa. Podemos ter exemplos nos próprios livros utilizados 
por algumas religiões. 
O conhecimento filosófico é produzido por meio da reflexão e, 
portanto, é sistemático e crítico. Nesse caso, a percepção direta dos 
objetos concretos não é o mais importante, e sim a construção de ideias e 
conceitos, por vezes, metafísicos e abstratos, na busca pelo conhecimento 
da realidade em seu contexto mais universal. O conhecimento filosófico 
busca descobrir aspectos relacionados ao sentido primordial da existência 
e da realidade, se há, ou não, liberdade, quais valores devem direcionar 
as ações humanas, entre outros conteúdos dessa natureza que são para 
o bem em comum de todos.
Pensamento Científico
16
DEFINIÇÃO:
Já o conhecimento científico, o qual será explorado 
ao longo desta disciplina, pode ser considerado o 
conhecimento verdadeiro, visto que busca conhecer as 
causas e as leis que regem determinado evento. Ele é 
adquirido de modo racional, por meio de processos que 
são sistematizados e organizados. Não só, mas entendido 
quando o pesquisador retira o contexto em que o evento 
está inserido e valida aquele acontecimento por intermédio 
de procedimentos que possam levar o resultado a uma 
possível comprovação da sua ocorrência.
Esse processo nunca é considerado finalizado e pronto, pois sempre 
pode ser questionado e reavaliado. Em outras palavras, é um processo 
em constante construção. Se tomarmos o mesmo exemplo apresentado 
sobre chás, é o fato de se verificar exatamente qual é a causa e o efeito 
quando se utiliza um determinado chá. Seguem exemplos simples e que 
representam os tipos de conhecimento: 
 • Conhecimento empírico ou do senso comum – “Chá de camomila 
é bom para acalmar os nervos”.
 • Conhecimento teológico ou religioso – “Bem-aventurados os que 
choram, porque Deus os consolará”.
 • Conhecimento filosófico – “A finalidade essencial da razão humana 
é a felicidade universal”.
 • Conhecimento científico – “A temperatura média do universo 
diminui à medida que o universo se expande”.
Assim como já fora explicado, apesar da classificação em 
relação aos tipos de conhecimento para a apreensão da realidade 
social, o sujeito pode percorrer diversas áreas do saber para conhecer 
o seu objeto. Isso significa que as diversas formas de conhecimento 
estudadas poderão coexistir. Neste tópico, foi evidenciado que todas 
as formas de conhecimento são importantes. Apesar de sabermos que 
usaremos basicamente o conhecimento científico, é fácil perceber que 
algumas formas deram origem a ele. Nenhuma forma de conhecimento 
Pensamento Científico
17
é descartável, pois a ciência, apesar de exigir processos e ditar muitas 
regras, necessita da compreensão e da aplicação de contextos sociais, 
os quais só podem ser aplicados e compreendidos de maneira correta 
se considerado o ser humano como parte de todas essas interações. No 
tópico seguinte, apresentaremos o conceito de ciência com base em 
diversos autores. 
Conceito de ciência 
A ciência é o meio para identificar o nosso conhecimento e fazê-lo 
crescer, ver como as coisas funcionam, tais como a natureza, o universo 
etc. Ela trata de investigar/estudar os fenômenos, levando à descoberta de 
informações sobre o mundo. Esse estudo e investigação são realizados de 
acordo com o método científico, que nada mais é que o processo de avaliar 
o conhecimento empírico com os conhecimentos adquiridos por estudos 
e pesquisas. Vários autores, como Lakatos e Marconi (2000, 2003, 2005), 
Koche (1997), Fachin (2003), Minayo (2007), conceituaram e classificaram a 
ciência em suas obras. Vejamos algumas conceituações a seguir:
A ciência, segundo Fachin (2003, p. 27), “trata dos 
conhecimentos de várias maneiras, procurando leis gerais que 
abriguem certo número de fatos particulares. [...] As ciências 
prosperaram e foram divididas para que pudessem ser melhor 
compreendidas”. No século XIX, houve o progresso da ciência 
e de suas aplicações práticas, as quais provocam mudanças 
e melhoramentos na vida do homem. Já na segunda metade 
desse século, houve o desenvolvimento das ciências humanas, 
as quais seguiam uma concepção de construção do saber 
científico nomeada “positivismo”. O positivismo tem, como 
características, o empirismo, a objetividade, a experimentação, 
a validade, as leis e a previsão. Assim, é com base nesse 
modelo de ciência positiva que há o desenvolvimento das 
ciências humanas na segunda metade do século XIX. 
Ao analisar a história da ciência, constatamos que muitos de seus 
princípios básicos foram modificados ou substituídos em função de novas 
conjunturas ou de novos padrões. Segundo Lakatos e Marconi (2000, p. 24): 
Pensamento Científico
18
A ciência, portanto, constitui-se em um conjunto de proposições 
e enunciados, hierarquicamente correlacionados, de maneira 
ascendente ou descendente, indo gradativamente de fatos 
particulares para os gerais, e vice-versa [...], comprovados (com 
a certeza de serem fundamentados) pela pesquisa empírica 
(submetidos à verificação). 
Já no que se refere à classificação e à divisão da ciência, elas 
ocorreram devido à necessidade do homem de estudar, entender e 
publicar os resultados das suas investigações científicas (nas próximas 
unidades, veremos como se dá as apresentações dessas investigações). 
Para Lakatos e Marconi (2003), em relação à classificação da ciência, 
podemos classificá-la mediante o conteúdo, complexidade, objeto, 
temas, metodologia e outros. No entanto, não há um consenso entre os 
autores da área acerca dessa classificação. Observe, na figura a seguir, a 
classificação da ciência de acordo com as autoras: 
Figura 3 – Classificação da ciência 
CIÊNCIAS
Factuais
Naturais
Sociais
Física/Química/Biologia
Direito
Formais
Lógica
Matemática
Economia/Política 
Sociologia/Antropologia
Fonte: Lakatos e Marconi, 2003 (Adaptado).
Explicar e apresentar as características das ciências não faz parte 
do objetivo desta unidade. Entretanto, é fundamental que você saiba da 
existência dessa classificação. 
Pensamento Científico
19
Já sobre o objetivo da ciência e a sua concepção na atualidade, 
Koche (1997, p. 79) sustenta que: 
[...] o objetivo da ciência ainda é o de tentar tornar inteligível 
o mundo, é atingir um conhecimento sistemático e seguro 
de toda a realidade. No entanto, a concepção de ciência na 
atualidadeé de ser uma investigação constante, em contínua 
construção e reconstrução, tanto das suas teorias quanto dos 
seus processos de investigação. 
Baseando-se na citação apresentada e nas análises da realidade e 
da história da ciência, podemos inferir que ela vem ganhando importância 
ao longo dos anos. O avanço científico, aliado a tecnologia, possibilitou 
transformações no mundo, como a Revolução Industrial. Todavia, é 
somente a partir da segunda metade do século XX que temos um acúmulo 
de conhecimentos e de transformações na sociedade. Ao pensarmos na 
ciência que temos hoje, devemos pensar, também, em aliá-la à tecnologia, 
já que esta é um instrumento para a realização da ciência. Para alguns 
autores, é a ciência aplicada, ou seja, a tecnologia fornece precisão e 
controle dos resultados à ciência, o que permite que o homem controle 
o mundo. É válido ressaltar, contudo, que, apesar do desenvolvimento 
científico-tecnológico que temos a nível mundial, esse progresso não tem 
chegado a vias de transformar a realidade da população. Um exemplo 
disso se refere às suas condições básicas de existência.
RESUMINDO:
Gostou do conteúdo apresentado? Compreendeu tudo? 
Agora, para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido o significado 
do conhecimento, identificado os seus tipos e o que 
significa ciência. Não só, mas também percebeu que todos 
nós somos dotados de conhecimento dos mais diversos 
tipos. Contudo, compreendeu, sobretudo, a importância 
do conhecimento científico para você, estudante de nível 
superior. Além disso, conheceu um pouco a história da 
ciência, seu objetivo e classificação, bem como soube a 
sua importância para o avanço da humanidade.
Pensamento Científico
20
Ciência e seus métodos 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de caracterizar 
a ciência e identificar os métodos científicos que existem. 
Isso será fundamental para você, aluno de nível superior. 
Dessa forma, você terá contato com alguns elementos, a 
fim de adquirir uma postura científica e ser capaz de obter 
conhecimento com credibilidade e confiabilidade. Motivado 
para desenvolver essas competências? Vamos lá. Avante!
Ciência e vida acadêmica 
Ao ingressar na vida acadêmica, é necessário que tenhamos atitudes 
de investigação científica, seja para interpretar a realidade social, seja para 
a produção das nossas pesquisas. Essa postura científica é adquirida ao 
cursar as diversas disciplinas, como a que está cursando agora, ao longo 
da sua graduação. Dessa forma, antes de iniciarmos a apresentação de 
alguns métodos que existem, é preciso discutir o significado de método e 
metodologia. Vamos lá! 
As pessoas, de forma geral, consideram a ciência porque acreditam 
que o conhecimento científico desvenda a verdade absoluta, devido a sua 
base empírica. Isso significa que as teorias científicas derivam diretamente 
de observações e experimentações sobre os fenômenos da natureza 
(ALVES, 2007).
De acordo com Alves (2007), os cientistas ou pesquisadores são 
pessoas interessadas em investigar aspectos ou elementos que dizem 
respeito ao mundo e aos seres humanos. Esses indivíduos podem realizar 
investigações individuais, mas, em geral, estão reunidos em universidades 
ou em departamentos de pesquisa dentro de empresas. 
Outro aspecto importante a ser discutido é a metodologia. É possível 
afirmar que a metodologia trata do caminho reflexivo e da prática exercida 
na abordagem da realidade (ALVES, 2007). Portanto, incorpora, ao mesmo 
Pensamento Científico
21
tempo, a teoria da abordagem, as técnicas (instrumentos de operação do 
conhecimento) e a criatividade do pesquisador.
Genericamente, o termo “metodologia” pode ser entendido como 
uma ação que visa investigar uma determinada realidade, desde que, 
para isso, sejam aplicados métodos específicos. Ao longo da história, um 
dos principais esforços do ser humano tem sido a busca constante pelo 
aumento do conhecimento a respeito do mundo onde vive e de si mesmo. 
Uma das razões para essa busca é muito simples: é preciso conhecer para 
controlar e, assim, definir as estruturas da ciência e da pesquisa cientifica.
Por exemplo: o início de toda pesquisa é delineado por uma 
problemática, a qual é permeada por questões de pesquisa que se baseiam 
em conhecimentos prévios, que, se tratados cientificamente, são capazes 
de construir novos referenciais, os quais são chamados de teoria e estão 
inseridos em uma determinada área de conhecimento. Em algum momento 
da vida, aprendemos que o fogo queima, que a água gelada refresca, que 
os automóveis devem parar quando o sinal vermelho do semáforo está 
aceso e que as pessoas geralmente reagem a certos estímulos, sejam eles 
positivos ou negativos, com reflexos no pensamento e atos. 
Diante do exposto, é plausível afirmar que a teoria e a metodologia 
estão intimamente relacionadas e são fundamentais no processo de 
elaboração de qualquer projeto de pesquisa ou intervenção. Sendo assim, 
a metodologia deve dispor de um instrumento claro e suficientemente 
capaz de resolver os impasses teóricos para o desafio da prática (ALVES, 
2007). No tópico a seguir, apresentaremos o significado de método. 
Ciência e método científico 
Acredito que você, aluno, já ouviu algumas vezes a palavra 
“método” em seu cotidiano e nas mais diversas situações e contextos. 
Vamos apresentar alguns exemplos. Já ouvimos alguém dizer que uma 
determinada pessoa é muito metódica e que, em consequência dessa 
forma de agir, ela poderá atingir o seu objetivo. Já em outras situações, 
percebemos que falta um método de ação em alguém ou até mesmo que 
o método de trabalho de certa pessoa não é eficiente. 
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De modo geral, a pesquisa sempre esteve voltada para a 
investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego de 
métodos científicos. São vários os tipos de pesquisa que podemos utilizar 
quando pretendemos desenvolver alguma investigação, quer seja de 
ordem prática ou intelectual.
Baseando-se nas explicações apresentadas, podemos dizer que o 
método seria o caminho o qual devemos percorrer para que possamos 
alcançar um determinado objetivo, ou seja, é uma forma para se alcançar 
uma meta. Então, por que devemos utilizar o método em nossas 
pesquisas? É importante que você saiba que uma das características que 
distingue a ciência de outros tipos de conhecimento é o seu método. 
DEFINIÇÃO:
A etimologia da palavra “método” é a seguinte: vem 
do grego methodus e significa “através, ao longo do 
caminho”. É o conjunto de etapas e procedimentos que 
orientam a investigação dos fatos ou a busca da verdade. 
Em outras palavras, o método é guia e um caminho 
(D’ONOFRIO, 1999).
Temos, na ciência, o método científico, o qual deve seguir as etapas 
que objetivam provar, ou não, o fato real, a verdade. 
Método e técnica 
É importante entender que, quando falamos em método científico, 
não estamos nos referindo apenas à ciência em si. Quando se diz que 
você já é um cientista, isso se refere ao fato de que, na essência, todo 
mundo tem um “quê” de pesquisador e/ou cientista. Estamos, a todo o 
tempo, testando, agindo e aprendendo, o que consiste basicamente no 
que os cientistas fazem de maneira metódica. No entanto, não podemos 
dizer de maneira literal que estamos praticando ciência, se não houver 
um processo sistematizado que possa ser testado e replicado, caso 
necessário. Para isso, será apresentada a diferença entre a palavra 
“método” e a “técnica”, assim como alguns conceitos do próprio método 
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científico. Isso se deve, pois, dessa forma, você compreenderá melhor a 
relação de tudo isso com a ciência. 
Vamos, primeiramente, falar do método. Esse processo é como 
um grande apanhado de atividades organizadas de maneira sistemática, 
as quais fornecem uma maior segurançae permitem que alcancemos 
o objetivo proposto. O método segue um caminho traçado, apto a 
identificar falhas, erros e, ainda, auxiliar para que sejam tomadas as 
melhores escolhas. Podemos afirmar, também, que ele é um conjunto de 
critérios que servem como uma referência, na tentativa de explicação ou 
construção de previsões para o que é proposto.
IMPORTANTE:
Para que haja um método na realização de uma pesquisa 
ou comprovação científica, é indispensável que o objetivo 
esteja bem definido e seja estabelecido, de maneira clara, 
o que se quer responder. O método será, então, o conjunto 
de etapas necessárias para responder aquilo que foi 
proposto. Sendo assim, o método não é criado de acordo 
com o pensamento ou vontade do cientista, mas escolhido 
dependendo do tipo de objeto de pesquisa que se tem em 
determinada situação.
Em outras palavras, uma investigação qualquer vem de um 
problema ou um questionamento. Para tanto, são utilizados conjuntos 
de processos ou etapas que se traduzem no método científico, o qual 
tem como foco fornecer uma posição sobre a hipótese formada. Diante 
disso, pode-se, por outro lado, afirmar que o método é uma forma de se 
pensar, a fim de encontrar a compreensão de um problema, seja para fins 
de estudo ou, ainda, para uma explicação. Sabe-se que a própria ciência 
é constituída de um conhecimento extremamente racional, metódico 
e ainda altamente sistemático, sendo implícita a possibilidade de sua 
verificação por meio do uso de técnicas e métodos diversos. 
Podemos traduzir o que foi apresentado até aqui de outra forma. 
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VOCÊ SABIA?
Você sabia que estamos cercados, em nosso cotidiano, 
por diversos métodos, mesmo sem percebermos? Se 
fazemos um churrasco, por exemplo, para que a carne 
seja colocada no fogo, é necessário que o tempero seja 
colocado antes. Ao comer uma fruta, você naturalmente 
tira a casca para, depois, consumir o que tem dentro. São 
métodos simples que, se não aplicados, podem resultar 
em situações desagradáveis ou até mesmo desastrosas 
para a culinária. Podemos pensar na mesma construção 
de utilização do método quando a relacionamos com a 
nossa maneira de se vestir. Você coloca primeiramente a 
sua roupa íntima para, depois, colocar a calça, a camiseta e 
qualquer outra peça. Se você colocar a sua roupa superior 
e posteriormente vestir a roupa íntima, ou seja, não seguir 
os passos de maneira correta, o resultado não será o 
adequado ou o esperado para o processo. Nessa situação, 
no máximo, você estaria se parecendo com o Superman.
Fica claro que existe uma ordem natural para as coisas e para os 
procedimentos do dia a dia. Portanto, isso pode ser traduzido como um 
método de se fazer cada coisa. Se não for seguido, produzirá um resultado 
não satisfatório na primeira tentativa. Assim, é possível resumir tudo o que 
foi discutido de outra forma: o método nada mais é do que um caminho 
para o fim que buscamos chegar. É o que vai ser percorrido, ou seja, 
“como” é que pretendemos alcançar determinado aspecto ou resposta. 
Observe outros processos do seu cotidiano. 
Classificação dos métodos 
Apresentaremos uma classificação dos métodos, para que possa 
ser mais claro o que estamos querendo dizer. Entre os mais conhecidos, 
podemos destacar os seguintes: experimental, observacional, comparativo, 
estatístico e o etnográfico. 
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Método experimental 
O surgimento da ciência e, portanto, do seu método, está 
diretamente vinculado às ciências da natureza, as quais foram as primeiras 
a se desenvolverem no século XVII. Apenas no final do século XVIII é que 
surgiram as ciências sociais e as humanas (psicologia, sociologia, entre 
outras). 
Em um primeiro momento, as ciências tentaram garantir um 
estatuto de cientificidade e, para tal, utilizaram o método experimental 
nas suas formulações teóricas. Aos poucos, os cientistas da época foram 
percebendo a inadequação desse método para os fenômenos humanos. 
REFLITA:
Com base nos exemplos citados ao longo do material e em 
outras situações pelas quais passou ao longo da vida, você 
deve ter percebido que, em algum momento, já atuou como 
cientista e já realizou um experimento. Essa afirmação tem 
total referência quando dissemos, no início deste capítulo, 
que a ciência está presente em nosso dia a dia.
Na realização do método experimental, algumas condições 
particulares são estabelecidas pelo pesquisador. Em outras palavras, no 
ato da experimentação, o pesquisador compara o efeito de duas variáveis, 
como as condições e um tratamento. Assim, antes da realização desse 
método, é essencial que o pesquisador trace um plano experimental 
em que estejam estabelecidas as condições da experiência, de forma 
que, por meio delas, consiga-se obter as respostas do seu problema de 
pesquisa.
Método observacional 
É considerado o primeiro passo de um estudo, qualquer que seja 
a sua natureza. Envolve desde as primeiras etapas de um estudo até os 
mais avançados estágios. Além disso, difere-se de um simples conjunto 
de curiosidades para algo sistematizado e planejado, com fins de alcançar 
um objetivo ou procurar respostas para um possível problema de pesquisa. 
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A atividade de pesquisa visa resolver problemas e nós fazemos isso 
de forma cotidiana, seja na academia, seja no nosso ambiente profissional. 
Em algumas áreas de estudo, o método experimental pode ser de difícil 
aplicação, como nas ciências sociais e na biologia. Diante disso, o método 
observacional adquire bastante importância e deve ser executado com 
cuidado.
IMPORTANTE:
Diante do que foi apresentado, você conseguiria explicar 
a diferença entre o método experimental e o método 
observacional? No método experimental, o cientista 
toma providências para que algo ocorra em relação ao 
experimento, a fim de identificar o que ocorre a partir de 
então. Já no método observacional, o cientista observa algo 
que está ocorrendo sem interferir na realidade ou algo que 
já ocorreu.
Método comparativo 
Ao longo dos estudos sobre a história da ciência, verificamos que 
há uma discussão sobre o método comparativo e o seu processo de 
construção do conhecimento com base nos clássicos da Sociologia do 
século XIX. Nas obras de autores, tais como Comte, Durkheim e Weber, 
observamos o uso da comparação na construção do conhecimento. 
De acordo com Fachin (2003), o método comparativo consiste em 
investigar coisas ou fatos e explicá-los segundo as suas semelhanças 
e suas diferenças. Perceba que é o método que possibilita o estudo 
comparativo entre grupos, sociedades e outros fatores. É um procedimento 
de comparação sistemática de casos de análise que, em sua maioria, são 
aplicados com fins de generalização empírica e verificação de hipóteses. 
Método estatístico 
É o método desenvolvido tendo, como referência, a teoria estatística 
de probabilidade. Sua utilização possibilita medir, quantificar e mensurar a 
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realidade pesquisada. É um método que constitui um grande auxílio para 
a área das ciências sociais. 
Sem dúvidas, você já deve ter ouvido falar do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística (IBGE). Essa instituição é um instituto de 
pesquisa que realiza o recenseamento da população por meio do método 
estatístico. Outro exemplo de instituição que realiza o método estatístico 
é o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), que, por 
exemplo, realiza pesquisa de intenção de voto no período eleitoral. 
Apesar de ser utilizado de forma frequente, é comum ocorrer a 
manipulação, de forma tendenciosa, dos dados estatísticos com fins 
políticos e econômicos. Entretanto, é essencial que o pesquisador fique 
atento aos dados para que não se tire conclusões precipitadas e possua 
ética na realização da sua pesquisa. 
Método etnográfico 
Uma das abordagens metodológicas mais utilizadas no campo das 
pesquisas empíricasé a etnografia. A partir do conceito de cultura traçado 
por Lakatos e Marconi (2005), podemos afirmar que um dos modos pelo 
qual podemos buscar os significados da cultura é por meio da etnografia, 
que não será compreendida como um método permeado por regras, mas 
como uma prática que deve estar longe de ser avaliativa e julgadora. Ao 
pesquisador que se propor a realizar uma pesquisa etnográfica, é preciso 
romper com a linearidade do método para perceber as nuances que 
fogem a esse método. 
Entretanto, dentro do campo conhecido como filosofia da ciência, 
há uma reflexão mais profunda sobre as características específicas do 
conhecimento científico. Como exemplo, temos a crítica ao método indutivo 
relacionado à ciência, em que proposições gerais são formuladas a partir 
de observações de casos particulares. Apesar da aplicabilidade prática, o 
indutivismo não garante explicações definitivas sobre nenhum fenômeno 
da natureza. Adicionalmente, existe o fato de que nenhuma observação 
pode ser realizada de forma totalmente objetiva, pois todas as percepções 
e interpretações do mundo exterior são influenciadas por fatores subjetivos, 
como a cultura e as expectativas pessoais (ALVES, 2007).
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Métodos indutivo e dedutivo 
No método indutivo, para que as generalizações sejam consideradas 
legítimas, é preciso fazer numerosas observações do fenômeno em 
estudo. Essas observações devem ser repetidas em várias condições 
e não pode haver nenhum resultado contraditório (ALVES, 2007). Esse 
método pode ser traduzido como a forma de se raciocinar por meio de 
uma associação com base em dados prévios, quando se obtém uma 
conclusão de algo já observado e estabelecido. Para exemplificar: o 
cobre, o zinco e o ferro conduzem eletricidade. Dessa forma, todos os 
metais conduzem eletricidade. 
Já o método dedutivo é o ato de descobrir a verdade por meio de 
conclusões já conhecidas. Pode-se dizer que ele parte do geral para o 
particular. Ao utilizarmos o exemplo exposto, dizemos que todos os metais 
conduzem eletricidade. O ouro é um metal, logo, conduz eletricidade. Ou, 
ainda, podemos pensar da seguinte forma: o cobalto conduz eletricidade, 
assim, sabemos que é um metal. 
Diante do exposto, pode-se afirmar que, entre a dedução e a 
indução, não há um isolamento de processo, uma vez que ambos são 
complementares. A indução deve servir como base a uma possível 
conclusão acerca de um tema. Na sequência, a dedução continua sendo 
uma espécie de parâmetro e pode até mesmo servir como premissa para 
próximas induções.
NOTA:
Com base nos tipos de métodos que apresentamos, saiba 
que não há como dizer que o método científico é apenas 
um. São várias as maneiras possíveis para a obtenção de 
resultados científicos e todas elas são de fundamental 
importância na construção do conhecimento. Cabe ao 
pesquisador decidir qual é a mais adequada.
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Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado como parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, mediante a sua publicação em um periódico científico. 
É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica e proceder a divulgação dos resultados obtidos a partir da 
pesquisa para outros cientistas da área.
Assim, é fundamental que você saiba que produzir conhecimento 
exige muita dedicação por parte do pesquisador. 
RESUMINDO:
Gostou do que foi apresentado? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo, resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter relacionado a ciência e o 
método. Também aprendeu o conceito de método e a sua 
importância para a realização das atividades de pesquisa. 
Identificou os principais métodos científicos utilizados 
pela ciência e as características de cada um deles. Por 
fim, verificou o quanto é significativa, para a construção do 
conhecimento e, logicamente, para o avanço da ciência, a 
utilização de um método científico.
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A importância da pesquisa científica 
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
a importância da pesquisa científica. Motivado para 
desenvolver essa competência? Vamos lá. Avante!
Significado da pesquisa científica 
Para você, o que seria pesquisa? Geralmente, nós associamos a 
atividade de pesquisa aos cientistas vestidos de batas brancas, em seus 
laboratórios, realizando experimentos. Com certeza, você já assistiu a 
diversos filmes e desenhos animados nos quais aparecem os cientistas 
em um laboratório realizando as suas experiências com vários tubos 
de ensaio e outros utensílios. No entanto, essa é uma ideia equivocada 
que temos acerca do que significa pesquisa. A atividade de pesquisa é 
a de resolver problemas e nós fazemos isso de forma cotidiana, seja na 
academia, seja em nosso ambiente profissional. Você já percebeu isso? 
Avalie o seu dia a dia e veja como a pesquisa está presente nele. 
Pesquisamos para saber o menor valor de um objeto que desejamos 
comprar, para realizar os trabalhos da faculdade e, até mesmo, para 
escolher uma escola para o filho estudar. Você já realizou algumas dessas 
atividades? Claro que sim. Lembre-se que você, ao pesquisar, tem que 
resolver alguma situação e, para isso, estabelece algum critério norteador 
para que atinja o seu objetivo. Nas empresas e organizações, pesquisas 
são realizadas para saber a satisfação do cliente, a aceitação do produto 
e da marca perante os consumidores e a concorrência. 
Minayo (2007, p. 47) sustenta que: 
[...] a pesquisa é uma atividade básica das Ciências na sua 
indagação e construção da realidade. [...] É uma atividade de 
aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, 
fazendo uma combinação particular entre teoria e dados, 
pensamento e ação. 
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Perceba que, de acordo com a autora, o termo “pesquisa” atrelado 
à ciência é uma aproximação da realidade munida de critérios, rigor, 
metodologia e caráter científico. 
A pesquisa científica tem a finalidade de propor respostas aos 
problemas relevantes que o homem se coloca e realizar descobertas 
significativas, ou seja, que aumentem a sua bagagem de conhecimentos. 
Em suma, a pesquisa científica visa descrever, explicar e prever os 
fenômenos.
Você já consegue conceituar o que é pesquisa científica? A 
figura a seguir sintetiza as características da pesquisa científica que 
foram apresentadas até aqui. Aconselhamos que internalize essas 
características, pois elas serão necessárias ao longo da sua formação 
profissional e até mesmo quando estiver nos ambientes de atuação da 
sua prática profissional. 
Figura 4 - Características da pesquisa científica
PESQUISA 
CIENTÍFICA
Problema
Planejada
Reflexão 
crítica
Sistematizada
Conhecimento 
original
Investigação 
contítua
Fonte: Lakatos e Marconi, 2003 (Adaptado).
Para Lüdke e André (1986), a melhor maneira de se aprender 
a pesquisar é, precisamente, fazendo pesquisa, enfrentando os 
problemas teóricos, metodológicos e técnicos que se apresentam no 
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trabalho científico. Para realizá-la, é preciso haver um confronto entre as 
informações coletadas sobre um determinado assunto e o conhecimento 
teórico acumulado. 
Entre outras informações pertinentes, é necessário entender que, 
na pesquisa, existe uma relação entre teoria e prática e que é ao exercer 
a atividade da pesquisa que o pesquisador delineará os limites e as 
possibilidades em relação a essa atividade.
O avanço da pesquisa científica
O desenvolvimento científico sempre foi influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos, assim como já abordamos. Na atualidade, 
por exemplo, o avanço de pesquisascom células-tronco embrionárias, 
que podem possibilitar a cura de diversas doenças, é bastante criticado 
por setores religiosos da sociedade. Nessa perspectiva, podem ser 
citadas, também, as doenças negligenciadas, tais como a malária, a 
esquistossomose, entre outras, que são enfermidades consideradas 
endêmicas em populações de baixa renda e que apresentam investimentos 
reduzidos em pesquisas científicas e produção de medicamentos.
Dessa forma, o conhecimento científico não é resultante da prática 
investigativa e experimental por si só. A ciência se desenvolve a partir de 
interações sociais complexas e, consequentemente, sofre a influência de 
interesses pessoais, além de grupos políticos, econômicos e religiosos. 
O porquê de se entender os processos sistemáticos que envolvem a 
metodologia da pesquisa é parte integrante para a obtenção da segurança 
dos dados, critérios, princípios e normas, os quais fornecerão orientação 
e possibilitarão condições adequadas ao pesquisador na realização dos 
seus trabalhos. Os resultados sempre devem ser os mais confiáveis 
possíveis, para que possam ser usados como base de generalizações ou 
para outras pesquisas. 
Ao resgatarmos alguns aspectos da história, perceberemos que, 
durante a Idade Média, o desenvolvimento do conhecimento científico 
avançou lentamente, em consequência do predomínio do dogmatismo 
religioso. Nessa época, houve a valorização do conhecimento religioso para 
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explicar os fenômenos naturais, tendo Deus como o centro do Universo 
(teocentrismo). Culturas pagãs, como a grega, foram perseguidas, combatidas 
e menosprezadas. A Igreja restringiu o acesso à escrita e à cultura, o que 
impactou negativamente o desenvolvimento da intelectualidade. 
Já o desenvolvimento tecnológico resultou em inúmeros benefícios 
para sociedade, como o processo de globalização econômico e social. 
No entanto, pelo fato de os avanços tecnológicos terem ocorrido em uma 
sociedade capitalista, que objetiva essencialmente o lucro, a natureza 
é explorada de maneira inescrupulosa e o bem-estar social está sendo 
cada vez mais comprometido.
Assim, a ciência (neste caso, apresentada como construção 
do conhecimento) é capaz de oferecer respostas confiáveis sobre a 
compreensão de determinados eventos e por que ocorrem. Ela também 
pode ser compreendida como a observação dos fatos de maneira 
sistêmica, com intuito de análise da experimentação e, desse processo, é 
possível retirar resultados passíveis de utilização universal. 
A ciência precisa ser entendida como a compreensão das relações 
dos efeitos e suas possíveis/principais causas de acontecimentos em 
determinados eventos quaisquer. Nesses eventos, é almejado demonstrar 
a verdade dos fatos e suas implicações ou aplicações práticas. Assim, a 
pesquisa científica, em si, é uma construção criada por meio de questões 
específicas que precisam ser respondidas. Constatamos, portanto, que o 
conhecimento se preocupa em explicar, mas também tem, como cerne, a 
busca por relações e outros fatos, na tentativa de explicá-los. 
Algo muito interessante de se observar é que o próprio senso 
comum pode motivar a realização de uma pesquisa científica. Esse 
processo é uma forma de testar algo que o senso comum não consegue 
obter resposta e trazê-lo à luz da aplicação do método científico. Um bom 
exemplo para entender a diferença entre os dois conhecimentos pode se 
referenciar na realização dos tratamentos médicos. 
Antigamente, um tratamento indicado pelos próprios índios ou 
anciãs era proveniente do conhecimento comum, que também pode ser 
dito como vulgar. Os remédios eram usados para diversas doenças ou 
Pensamento Científico
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situações. Após ser comprovada a melhora ou a cura de determinada 
doença a partir do que foi aplicado, isso se tornava um conhecimento 
científico. Como entender isso? 
Anteriormente, a validação não existia, pois, mesmo que as doenças 
tivessem sido curadas, não se havia aplicado um método científico e 
não se tinha certeza da real eficácia de determinado remédio para uma 
doença específica. Como realizar um link desse assunto com a sua própria 
vida acadêmica? Na tentativa de resolução de um determinado problema, 
será importante a aplicação de métodos/maneiras científicas para chegar 
a sua solução sem a utilização de achismos. Compreenda a importância 
de se utilizar o método científico, pois, de acordo com o olhar da pesquisa 
acadêmica, você já é um cientista! 
No mundo atual, é possível perceber que o conhecimento científico 
é altamente relevante para a sociedade. De modo geral, as pessoas 
atribuem confiabilidade a qualquer informação, dado ou raciocínio obtido 
por meio dos chamados métodos científicos. Os sujeitos, de forma geral, 
consideram a ciência porque acreditam que o conhecimento científico 
desvenda a verdade absoluta devido a sua base empírica, na qual as teorias 
científicas derivam diretamente de observações e experimentações sobre 
os fenômenos da natureza (CHALMERS, 1993).
Ciência como prática social 
O conhecimento científico é construído por meio da prática social e 
é bastante influenciado pelos interesses das classes sociais dominantes. 
Nesse sentido, segundo Chalmers (1993, p. 158), “[...] o desenvolvimento 
de uma ciência ocorre de forma análoga à construção de uma catedral 
enquanto resultado do trabalho combinado de certo número de indivíduos, 
cada qual aplicando suas habilidades especializadas”.
Um resultado obtido em laboratório por meio de métodos científicos, 
por exemplo, em condições controladas e de maneira reprodutível, ainda 
não está qualificado a ser parte integrante do conhecimento científico. 
Qualquer resultado experimental necessita passar pelo crivo de outros 
investigadores, por meio de sua publicação em um periódico científico. 
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É de extrema importância, portanto, realizar a formalização da produção 
científica e proceder à divulgação dos resultados obtidos a partir da 
pesquisa para outros cientistas da área.
Figura 5 – Divulgação da pesquisa
Fonte: Pixabay
No ato da pesquisa científica, é necessário que qualquer atividade 
experimental produzida seja avaliada, testada, discutida e aceita pela 
comunidade científica. Essa interdependência social para a construção 
da ciência evidencia o caráter dinâmico do conhecimento científico. É 
possível que resultados experimentais importantes sejam refutados, 
mal interpretados ou não recebam a devida atenção pela comunidade 
científica de uma determinada época, postergando grandes avanços 
científicos por longos anos, como foi o caso das pesquisas científicas 
realizadas pelo monge e botânico Gregor J. Mendel, que nasceu na 
Áustria, em 1822. Os trabalhos que Mendel publicou sobre hibridização 
de ervilhas não receberam nenhuma atenção de seus contemporâneos. 
Entretanto, atualmente, Mendel é considerado o fundador da genética 
(BATISTETI; ARAÚJO; CALUZI, 2010).
A população, de modo geral, tem uma visão descontextualizada 
do trabalho de um cientista. A mídia tem grande influência sobre esse 
tipo de visão, pois o estereótipo do cientista nos desenhos animados, nas 
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histórias em quadrinhos e em outros meios de comunicação é uma figura 
masculina, individualista, antissocial, com óculos, e que sempre tem 
ideias mirabolantes.
NOTA:
Para entender a atual visão de mundo com base no 
conhecimento científico, é preciso compreender as fases 
da evolução do intelecto do homem, as quais refletem o 
próprio processo de desenvolvimento da ciência. Não há 
um consenso sobre a época histórica precisa do surgimento 
da ciência: para alguns estudiosos, sua criação data das 
primeiras civilizações; outros consideram a Grécia Antiga o 
berço da ciência e há, ainda, aqueles que acreditam que o 
surgimento da ciência se deu na Era Moderna. No entanto, 
sabe-se que, nas mais diversas culturas e regiões do globo,do ponto de vista mental e intelectual, houve, inicialmente, 
a subordinação do mundo físico a um mundo superior, 
o qual era habitado por entes e divindades responsáveis 
pelos fenômenos da natureza e pelo destino do homem 
(ROSA, 2012).
O pensamento grego começou a se diferenciar das outras culturas 
contemporâneas por se basear na observação e no raciocínio para explicar 
os fenômenos naturais. No curso dos séculos, a busca pelas causas e 
pela essência dos fenômenos teve grande influência teológica, mantendo 
as bases metafísicas gregas. O distanciamento da ciência em relação aos 
pensamentos religiosos para explicar os fenômenos naturais se iniciou no 
século XV, com o Renascimento. A ideia de racionalidade, que surgiu com 
os filósofos iluministas no século XVIII, intensificou-se com o positivismo e 
o construtivismo nos séculos seguintes (ROSA, 2012).
É importante salientar que o desenvolvimento do conhecimento 
científico foi marcado por estagnação e retrocessos, como o período 
da Idade Média, mas também por grandes avanços, como na época do 
Renascimento, o que evidencia a complexidade da evolução histórico-
social da ciência (ROSA, 2012). Assim, para compreender melhor o 
processo de construção do conhecimento científico, precisamos conhecer 
alguns detalhes sobre as principais fases do pensamento humano, as 
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quais envolvem o pensamento mitológico, o conhecimento religioso e a 
racionalidade empírico-mecanicista.
A mente humana apresenta a mesma capacidade nos diferentes 
povos, embora não seja possível desenvolver imediatamente e ao mesmo 
tempo todas as capacidades mentais. Assim, cada cultura desenvolve os 
potenciais cognitivos de acordo com o tipo de vida que leva e com o 
tipo de relação que mantém com a natureza. Os povos antigos também 
utilizavam meios intelectuais para tentar compreender o Universo, como 
é o caso das civilizações pré-colombianas (maias, incas e astecas), que 
possuíam grandes conhecimentos sobre astronomia e matemática. Não 
se pode, portanto, desvalorizar a forma de pensar dessas culturas, pois 
os indivíduos estavam inseridos em uma realidade material muito rude, 
dominados pela necessidade de manter um nível mínimo de subsistência.
Contudo, trata-se de um modo intelectual de pensar que parte 
do princípio de que é preciso compreender o todo para se explicar as 
coisas, o que contradiz o proceder do pensamento científico, que avança 
etapa por etapa na explicação dos fenômenos naturais. O fato é que o 
mito não confere ao homem o domínio material sobre a natureza, o que é 
alcançado por meio do pensamento científico. 
REFLITA:
Enquanto nas culturas orientais desenvolvia-se o 
espírito contemplativo, na Grécia Antiga formava-se uma 
mentalidade crítica, impulsionada pelos filósofos da 
época. A partir do questionamento de conceitos absolutos 
(metafísica), buscou-se explicar os fenômenos naturais a 
partir da lógica e da razão.
O pensador grego Aristóteles foi o fundador da lógica, influenciando 
fortemente a formação do pensamento científico. Os campos filosófico e 
científico se confundiam e se inter-relacionavam até o fim da Idade Média, 
o que caracterizava um período de transição do pensamento humano 
(ROSA, 2012).
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No entanto, após séculos de relativa estagnação, houve um avanço 
extraordinário no conhecimento científico, propiciado pelas profundas 
transformações sociais, políticas, econômicas e culturais iniciadas em 
meados do século XV, no período denominado Renascimento (ROSA, 
2012). A superação da preponderância do conhecimento religioso 
ocorreu na época da Idade Moderna: as invenções e inovações técnicas 
contribuíram decisivamente para a expansão do conhecimento científico. 
Além disso, avanços revolucionários na Matemática, Astronomia e 
Anatomia permitiram o desenvolvimento da Física, da Química e da 
Biologia. O termo “biologia” surgiu no século XIX para nomear o campo da 
ciência que estuda os seres vivos, herdando, assim, boa parte do que, até 
então, chamava-se de história natural (ROSA, 2012).
Dessa forma, a formação do pensamento científico foi influenciada 
pelo pensamento filosófico e teve um período de relativa estagnação em 
seu desenvolvimento, devido ao predomínio do conhecimento religioso 
durante a Idade Média. A expansão do pensamento científico foi, então, 
retomada na época da Idade Moderna, em que foi superada a hegemonia 
da religião.
Nesse sentido, houve a construção de competências pelos alunos, 
como o desenvolvimento da capacidade de trabalhar em grupo, debater, 
questionar, expressar-se de forma oral, escrita ou artística, entre outras. 
Enquanto as competências apresentam caráter genérico, as habilidades 
estão relacionadas com situações mais específicas. Por exemplo, na área 
de ciências, ler e interpretar gráficos relacionados à saúde e à ecologia, 
e analisar situações-problema referentes às questões ambientais são 
de extrema importância/exigência. Portanto, é plausível afirmar que 
processo educacional está passando cada vez mais a ter, como tônica, o 
desenvolvimento de competências e habilidades pelo aluno, para que ele 
possa compreender os conhecimentos científico-tecnológicos e utilizá-
los para atuar no mundo como cidadão.
Até este momento, estudamos que o conhecimento científico 
é construído por meio da prática social e é influenciado por aspectos 
econômicos, políticos e religiosos. Assim, a ciência apresenta caráter 
dinâmico e está em constante mudança e reformulação. A população, de 
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modo geral, apresenta visões equivocadas sobre a ciência e o trabalho 
dos cientistas, e cabe ao professor desmistificar as concepções de senso 
comum dos alunos.
A tecnologia, que consiste em ser a aplicação prática da ciência, 
representa o modo de vida de nossa sociedade atual. No entanto, o 
desenvolvimento tecnológico não gera, necessariamente, bem-estar 
social, visto que, no mundo contemporâneo, observa-se o aprofundamento 
das desigualdades sociais e vários problemas ambientais. O papel da 
escola e do ensino de ciências naturais, nesse contexto, é o de formar 
cidadãos que possam atuar de maneira crítica e transformadora sobre 
a realidade. Portanto, as práticas pedagógicas do educador devem 
possibilitar que o aluno desenvolva competências e habilidades que 
sejam significativas para a sua atuação como cidadão global. 
NOTA:
De acordo com Alves (2007), a subjetividade é o modo 
como cada indivíduo percebe o mundo. Objetividade é a 
percepção do mundo de modo imparcial e independente 
das preferências individuais do sujeito. Já a intersubjetividade 
é um modo compartilhado de ver o mundo, utilizado pela 
ciência para decidir o que e como deve ser estudado.
Figura 6 – Pesquisa científica
Fonte: Freepik
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Nesse ínterim, alguns questionamentos são importantes: de que 
forma o pesquisador pode perceber essas nuances, captar os detalhes 
contidos nas entrelinhas da cultura e do cotidiano dos sujeitos? Como 
registrar os dados de forma que não sejam trazidos de maneira superficial 
e não sejam alterados?
As necessidades e os interesses de cada ser humano também 
interferem na interpretação da realidade e na busca da verdade. Consistem 
em ser matizes ou vieses que limitam ou direcionam para o que lhes seja 
mais útil ou conveniente enxergar, sem considerar a possibilidade de que 
outros podem enxergar de maneira diferente.
Assim, podemos incluir em nossa história que a semente do 
conhecimento é permeada pelos estudos de comunidades antigas, as 
quais, por meio de uma comunicação, transmitiram a ciência de forma 
rudimentar até atingirem o uso da tecnologia. É nesse momento que 
houve a adesão aos fenômenos observados pela ciência moderna.
RESUMINDO:
Gostou do que lhe apresentamos? Compreendeu tudo? 
Agora, só para termos a certeza de que você realmente 
entendeu o tema de estudo deste capítulo,resumiremos 
o que estudamos. Você deve ter aprendido, ao longo do 
capítulo, o que significa a pesquisa científica. Também 
conheceu as suas características e importância para a 
humanidade. Além desses aspectos, aprendeu que há 
uma relação entre o conhecimento de senso comum e o 
ato de se fazer pesquisa científica. Por fim, compreendeu a 
importância de você, estudante, realizar pesquisas em sua 
graduação.
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Desafios da ciência e a ética na produção 
científica
INTRODUÇÃO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar 
os desafios da ciência e os aspectos importantes da ética 
na produção científica. Motivado para desenvolver essas 
competências? Vamos lá. Avante!
Desafios da ciência 
O que leva uma pessoa a realizar uma investigação científica? O 
desenvolvimento de uma pesquisa científica se refere à experiência 
teórica e prática do pesquisador, da comunidade científica e da área 
de conhecimento na qual está situado. A pesquisa científica deve ser 
estabelecida a partir de duas abordagens: qualitativa e quantitativa. 
Neste tópico, aprenderemos um pouco mais essas duas abordagens 
científicas que devem ser determinadas pelo pesquisador ainda no início 
do processo de pesquisa.
Dessa forma, é importante que, durante a produção cientifica, seja 
justificado o que lhe impede de buscar respostas. O tema e até o subtema 
que você escolheu podem promover mudanças significativas para a 
profissão que você exerce? Trata-se de novas soluções para a comunidade? 
Respondem às questões que há tempos não são investigadas? 
Contribuem para o trabalho de outras pessoas ou para o desenvolvimento 
de sua área de atuação? Questione-se sobre as contribuições práticas 
de sua pesquisa científica e apresente ao leitor, aquele que terá acesso 
posteriormente à sua pesquisa escrita e organizada, a relevância do tema, 
as suas argumentações e as suas considerações pessoais sobre o assunto 
e, principalmente, sobre os subtemas ao redor de sua pesquisa.
Assim como já foi explicado, a ciência é resultado do trabalho de 
cientistas e de grupos de cientistas espalhados pelo mundo, reunidos em 
universidades, empresas e instituições de pesquisa. Esses profissionais 
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divulgam o seu trabalho para a avaliação de outros pesquisadores e para 
contribuir com a realização de outras pesquisas.
Na visão de Alves (2007), é extremamente importante que as teorias 
desenvolvidas por meio da pesquisa científica sejam divulgadas, de forma 
que possam ser avaliadas, testadas e, quando necessário, reformuladas. 
Desse modo, também é possível evitar a duplicação de esforços e de 
gastos desnecessários de recursos. Para que essa divulgação aconteça, 
são utilizadas várias formas:
a. Realização de eventos, como seminários e congressos científicos.
b. Publicação de artigos científicos em periódicos (publicações 
impressas ou on-line) de cada área do conhecimento. 
c. Defesa pública e publicação de monografias, dissertações e teses 
em universidades. 
d. Divulgação jornalística de resultados de pesquisas em jornais, 
revistas, programas de televisão ou de rádio e portais de internet.
e. Publicação de livros técnicos.
Nesse sentido, a divulgação jornalística do conhecimento científico 
é especialmente importante para que o grande público tenha acesso 
à informação especializada. É importante “traduzir” termos e teorias 
científicas em uma linguagem que seja compreendida mais facilmente, 
pois, assim, contribui para uma melhor atuação da comunicação entre as 
produções cientificas.
IMPORTANTE:
A busca do ser humano pelo conhecimento sobre o mundo 
onde vive e sobre si mesmo tem servido tanto para suprir 
suas necessidades intelectuais e materiais quanto para criar 
outras. Pode-se verificar a utilidade da ciência ao observar 
o conhecimento acumulado até hoje, por exemplo, sobre 
as leis que regem as órbitas planetárias e outros corpos 
celestes, o funcionamento do corpo humano, os efeitos 
gerados pelo surgimento dos grandes centros urbanos, 
entre outros assuntos.
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Você deve ter imaginado que é muito difícil ser um pesquisador, 
mas, nestas poucas páginas, verá que isso é possível a qualquer um, 
desde que haja muita dedicação. Quer saber como produzir e desenvolver 
conhecimento?
Estudar o que é verdade consiste em analisar a relação existente 
entre o pensamento humano e o objeto a ser conhecido. Assim, voltamos 
à limitação humana e a sua relação com a realidade. O homem tem como 
portas de entrada (de sua aprendizagem e de seu relacionamento com 
a realidade), primeiramente, seus sentidos (visão, audição, tato, olfato 
etc.). Algumas vezes, precisa de instrumentos adequados para conhecer 
um mundo que, aos olhos naturais, não conseguiria perceber. Um bom 
exemplo são os microscópios para ampliar a visão. Sem o instrumento 
adequado, como é possível saber que vírus, bactérias e microrganismos 
existem? Entretanto, o fato de o homem não os perceber não significa que 
não existam.
Outras vezes, há obstáculos que impedem ou distorcem o 
entendimento da realidade pelo ser humano. Exemplo disso são os 
dogmas, verdades prontas e acabadas que se baseiam em crenças que 
lhes foram impostas ou que tacitamente foram aceitas ao longo de seu 
crescimento, desde criança até a fase adulta. Além disso, a pesquisa não 
é a única forma de obter conhecimento e fazer descobertas. A pesquisa 
bibliográfica é um exemplo claro de obtenção do conhecimento, 
pois esclarece dúvidas, e não é necessário o emprego de processos 
metodológicos rigorosos. Embora seja válido, esse tipo de pesquisa não 
se caracteriza como uma pesquisa científica. Em sua vida acadêmica, se 
ainda não a fez, é provável que você faça pesquisas bibliográficas.
É importante lembrar que a pesquisa científica sempre parte de 
uma dúvida ou um problema e, por meio da utilização de um método 
científico, talvez sejam encontradas respostas e soluções. Muitas vezes, 
não encontramos respostas às nossas indagações imediatamente ou 
apenas com a aplicação de um método de pesquisa. É possível que, antes 
de encontrarmos as respostas às nossas dúvidas, tenhamos de recorrer 
a vários tipos e métodos de pesquisa. Para ser considerada científica, 
uma pesquisa pode levar anos, porque ela precisa ser comprovada e 
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experimentada inúmeras vezes, a fim de comprovar se as respostas 
encontradas são válidas.
ACESSE:
O filme “O dia depois de amanhã” (EUA, 2004) mostra os 
possíveis efeitos do aquecimento global. O cientista vivido 
pelo ator Dennis Quaid alerta as autoridades mundiais para 
a necessidade de se tomarem medidas urgentes, capazes 
de impedir uma nova Era do Gelo.
Lembre-se que o trabalho científico original é fruto de uma pesquisa 
que foi realizada pela primeira vez e apresenta as novas descobertas, 
contribuindo para o desenvolvimento do conhecimento científico. Nesse 
tipo de pesquisa, o pesquisador é movido pela necessidade de contribuir 
com o progresso da ciência e com o desenvolvimento de soluções 
concretas para os problemas estudados.
Figura 7 – Controle da ciência
Fonte: Freepik
Além das limitações relacionadas ao desenvolvimento da ciência, 
há uma série de desafios ligados à atividade científica. Primeiramente, 
é preciso lembrar que o desenvolvimento da ciência interessa a todos. 
Quando dizemos “todos”, estamos nos referindo aos governos dos países, 
à comunidade científica, às empresas privadas, aos grupos sociais, aos 
indivíduos e à sociedade em geral, em todas as atribuições da pesquisa 
científica. 
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Dessa forma, as práticas científicas, que deveriam ser um dos 
desejos de qualquer estudante universitário, são uma etapa fundamental 
para a formação de pesquisadores. Nossa nação carece de pesquisadores 
capazes de produzir, ampliar o conhecimento e, consequentemente, 
desenvolver o Brasil, a fim de diminuir a nossa dependênciadas nações 
mais desenvolvidas. Isso porque as práticas científicas contribuem para o 
desenvolvimento da capacidade intelectual de uma nação.
Produção científica e ética 
Ao longo da história, diversos filósofos e cientistas investiram seu 
tempo e recursos, com o intuito de encontrar uma forma de classificar 
o conhecimento humano em diferentes áreas. Como resultado desses 
esforços, muitas classificações surgiram ao longo do tempo e é bastante 
provável que novas ainda sejam criadas, à medida que as áreas do 
conhecimento científico se ampliem ou se especializem.
Atualmente, uma das principais formas de se classificar a ciência 
é por meio da divisão entre a ciência pura e a ciência aplicada. A ciência 
pura ou básica é constituída por investigações nas quais não existe uma 
preocupação em encontrar uma utilidade prática imediata para as teorias 
formuladas. Já a ciência aplicada é constituída por investigações nas quais 
há uma busca por soluções concretas para problemas reais, o que possibilita 
a aplicação prática imediata dos resultados da pesquisa científica.
Também podemos dividir a ciência em ciências naturais, focadas no 
estudo da natureza e de seus fenômenos, e ciências sociais, que estudam as 
pessoas e os agrupamentos humanos. Historicamente, as ciências naturais 
são mais antigas; já as ciências sociais são mais recentes. Dessa forma, 
muitos procedimentos de pesquisa utilizados pelas ciências sociais são 
adaptações dos procedimentos originariamente desenvolvidos no campo 
das ciências naturais. No atual momento de desenvolvimento científico, há 
um grande debate acerca da necessidade de se desenvolverem métodos 
científicos apropriados para cada área do conhecimento e para cada objeto 
de estudo. Portanto, passamos por um momento histórico em que diversas 
áreas do conhecimento, as quais denominamos “ciências”, encontram-se 
em diferentes estágios de desenvolvimento.
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Ao comparar a situação apresentada com o ser humano, seria 
conveniente afirmar que algumas ciências já estão na fase adulta, enquanto 
outras estão ainda na infância. O que seria, afinal, uma ciência mais 
“adulta”? Seria uma ciência que já tem várias teorias bem desenvolvidas 
e testadas, além de uma metodologia científica bem definida, como é o 
caso da Física, por exemplo.
Outras ciências ainda estão desenvolvendo suas teorias e sua 
metodologia. É o caso das ciências mais novas, como a Sociologia e a 
Psicologia. Entretanto, isso não significa dizer que uma ciência seja melhor 
que a outra. Apenas chama a atenção para o fato de que algumas áreas 
do conhecimento humano já são mais desenvolvidas, principalmente 
porque são mais antigas e estão sendo estudadas há mais tempo.
A atual classificação oficial das áreas de conhecimento utilizada no 
Brasil foi proposta pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de 
Nível Superior (Capes).
EXPLICANDO MELHOR:
A Capes, que é um órgão oficial do governo federal 
brasileiro, definiu nove grandes áreas que agrupam 
conhecimentos e que têm afinidades entre si. Em outras 
palavras, são áreas que compartilham temas, objetos de 
estudo e metodologias de pesquisa. Observe que cada 
grande área do conhecimento apresenta subáreas que 
tratam de assuntos de natureza semelhante. Por exemplo: 
em ciências da saúde, todas as subáreas têm como foco de 
estudo o corpo humano e a saúde tanto em nível individual 
quanto em nível coletivo. Em ciências biológicas, por sua 
vez, o foco de estudo é o meio ambiente natural e todas as 
suas propriedades.
Graduação no Brasil
De acordo com Alves (2007), no Brasil, a graduação é um curso de 
nível superior realizado após a conclusão do Ensino Médio. Ela busca a 
formação profissional do estudante em diversas áreas do conhecimento e, 
em alguns casos, essa formação é obrigatória para o exercício da profissão.
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Os cursos de graduação, no Brasil, têm, em média, quatro anos de 
duração, embora haja diferenças de duração entre diferentes cursos. Além 
disso, são divididos em: (1) bacharelado, (2) licenciatura e (3) tecnologia.
O bacharelado dura de quatro a seis anos e é voltado ao exercício da 
profissão relacionada a cada área do conhecimento. Exemplos: Arquitetura, 
Medicina, Direito, Engenharias, Comunicação Social. A licenciatura 
também dura, em média, de quatro a seis anos, e é um curso superior 
voltado à formação de professores para níveis inferiores à graduação. 
Exemplos: Letras, Educação Artística. Já os cursos de tecnologia duram, 
em geral, de dois a três anos, e são voltados à formação de tecnólogos, 
ou seja, profissionais especializados em áreas técnicas do conhecimento, 
especialmente, as voltadas à indústria. Exemplos: Tecnólogo em 
Construção Civil, Tecnólogo em Gestão.
Os cursos de graduação são regulamentados e avaliados 
periodicamente por órgãos vinculados ao Ministério da Educação (MEC), 
como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio 
Teixeira (Inep) ou o Sistema Integrado de Monitoramento, Execução e 
Controle (Simec). Em 2008, de acordo com a Pesquisa Nacional por 
Amostra de Domicílios (Pnad) do IBGE, o Brasil tinha cerca de 06 milhões 
de estudantes matriculados em cursos de graduação. A maior parte deles 
(cerca de 60%) estava matriculada em instituições privadas.
Diante do exposto, precisamos refletir sobre a pesquisa na 
graduação, o que chamamos de iniciação científica. Muito se tem 
falando sobre a pesquisa nas instituições de nível superior do nosso 
país. Sabemos que a quase totalidade das pesquisas são realizadas em 
instituições públicas. Todavia, qual seria a relação da pesquisa com o 
aluno de graduação? Primeiro, precisamos explicar que um dos grandes 
desafios das universidades é a de, além da formação, fazer com que 
os graduandos sejam capazes de utilizar os conhecimentos. Assim, as 
atividades curriculares que tenham por objetivo a resolução de problemas 
são importantes instrumentos para a formação dos alunos. 
Você já realizou uma pesquisa? Quais foram os aspectos que 
sentiu mais dificuldade? Com certeza, houve vários obstáculos em vários 
momentos da sua graduação, seja em sala de aula, seja durante a iniciação 
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científica. Saiba que, nos próximos capítulos da disciplina, você receberá 
mais conhecimentos para ser um pesquisador. 
Para que você se instrumentalize nessa área, é necessário que 
você seja envolvido na elaboração de projetos de pesquisa, inclusive, 
para estimular os alunos que possuem a vocação para seguir a carreira 
de pesquisadores. As formas institucionais para ingressar nessa área ainda 
durante a graduação são os estágios curriculares e a iniciação científica. 
Recomendamos que você se aproprie das pesquisas realizadas pela sua 
instituição. Perceba que elas têm total ligação com a sociedade em que 
estamos vivendo, pois objetivam transformar a realidade por meio da 
busca por respostas para um problema ou situação. 
Pós-graduação no Brasil
Na visão de Lakatos e Marconi (2005), no Brasil, a pós-graduação 
é formada por cursos que podem ser realizados após a conclusão da 
graduação. Esses cursos dividem-se em dois tipos: lato sensu e stricto 
sensu. Os cursos lato sensu são especializações voltados à atualização 
profissional nas mais diversas áreas do conhecimento. A carga horária 
mínima de um curso de especialização é de 360 horas, em geral, 
distribuídas no período de um ano a um ano e meio. No Brasil, os MBAs 
(do inglês: Master in Business Administration) também são cursos de 
especialização.
Já os stricto sensu são cursos voltados à formação científica e 
acadêmica, ou seja, formam pesquisadores e professores universitários. 
Dividem-se em mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado. 
Em todos os tipos de pós-graduação stricto sensu, há uma séria 
preocupação com o desenvolvimento da autonomia científica, ou seja, 
da capacidade de o indivíduo aprender

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