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HISTÓRIA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Livro Eletrônico Presidente: Gabriel Granjeiro Vice-Presidente: Rodrigo Calado Diretor Pedagógico: Erico Teixeira Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais do Gran Cursos Online. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente. CÓDIGO: 230516289300 DANIEL VASCONCELLOS Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 3 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos SUMÁRIO Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 1. O Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas . . . . . . . . . . . . 5 2. Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco . . . . . . . . . . . . . . . . 11 2.1. Quilombo dos Palmares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 2.2. Quilombo do Catucá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 2.3. Divino Mestre . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 3. Crise da Lavoura Canavieira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 4. A Participação dos Políticos Pernambucanos no Processo de Emancipação/ Abolição da Escravatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22 5. Herança Afro-descente em Pernambuco . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 resumo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31 Mapa Mental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Questões Comentadas em Aula . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Gabarito . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Gabarito Comentado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68 O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 4 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos ESCRAVIDÃO E CULTURA AFRICANA EM ESCRAVIDÃO E CULTURA AFRICANA EM PERNAMBUCOPERNAMBUCO Olá meu(minha) querido(a), tudo bem? Bem-vindo novamente! Que nessa aula consigamos dar sequência ao seu processo de ingresso na Polícia Militar de Pernambuco. É isso mesmo! O resultado de sua dedicação, dos nossos bate-papos, será a sua aprovação no concurso. Nesta aula vamos tratar de uma temática muito importante, que deixou cicatrizes profundas na história brasileira, qual seja a prática da escravidão e seus impactos culturais, sociais, políticos e econômicos. Todas as aulas são importantes, entretanto, preste muita atenção nessa aula em específico por uma simples questão de estatística: a banca aplicou nada menos do que 4 questões desta temática entre 10 colocadas no certame de 2018. Voltemos então ao nosso mapa-mental inicial: Se recorda do nosso exercício inicial da aula anterior? Pois bem, antes de seguirmos, para cada tópico listado no Império, aponte o que sua memória conseguir recordar. Com dificuldade? Volte aos mapas-mentais da aula anterior e tente descrever (O que foi, causas, consequências) cada uma das revoltas como se estivesse contando uma história, um causo a alguém. Conseguiu? Pode ser que tenha derrapado em um ou outro detalhe, então volte a aula anterior e leia o que estiver lhe despertando dúvidas. Pronto! Ao fazer isso algumas vezes, sua revisão de véspera passará apenas pelos mapas-mentais dos resumos. Qualquer dúvida, só chamar no fórum. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 5 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Os tópicos a serem tratados nessa aula serão: • O tráfico transatlântico de escravos para terras pernambucanas; • Cotidiano e formas de resistência escrava em Pernambuco; • A Crise da Lavoura Canavieira; • A participação dos políticos pernambucanos no processo de emancipação/abolição da escravatura; • Herança afrodescendente em Pernambuco. Note, meu(minha) querido(a), que não listei estes temas em nosso mapa-mental. Isso porque a temática desta aula passa por quase todos os períodos da História do Brasil e de Pernambuco, desde o início da colonização até as heranças da cultura afrodescendente presentes no nosso dia-a-dia. 1 . O trÁFiCO trANsAtLÂNtiCO DE EsCrAVOs PArA 1 . O trÁFiCO trANsAtLÂNtiCO DE EsCrAVOs PArA tErrAs PErNAMBUCANAstErrAs PErNAMBUCANAs O tráfico negreiro para o Brasil ocorreu do século XVI ao XIX. Tratava-se de uma migração forçada de Africanos para o país que chegou a cerca de 5 milhões de pessoas. Comerciantes africanos, brasileiros, portugueses, holandeses e ingleses dominavam a atividade. Como há de se lembrar, falamos sobre a escravidão nas aulas anteriores, mas enfocando sua importância na atividade açucareira. Agora, trataremos da escravidão como atividade econômica em si e suas consequências. Dentro da lógica mercantilista, o escravo era uma mercadoria. Assim, embarcações vinham das feitorias do litoral africano carregadas de pessoas escravizadas, como animais são hoje transportados para o abate. Abaixo, uma ilustração da distribuição espacial dos escravos nos porões dos navios negreiros. Observe: O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia,divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 6 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Eram péssimas as condições: acorrentados durante todo o tempo, se alimentavam mal e faziam suas necessidades na frente uns dos outros. Não existiam mínimas condições de higiene. As mulheres eram estupradas pelos tripulantes. Quando a Inglaterra, em 1846, autorizou que seus navios abordassem e apreendessem navios negreiros (Lei Bill Arden), afim de combater o tráfico de escravos, muitas pessoas eram jogadas ao mar, acorrentadas umas nas outras, para que não houvesse o flagrante durante a abordagem dos ingleses. A pressão inglesa para que fosse abolida a escravidão tinha explicação na lógica burguesa do capitalismo industrial: o escravo não recebe salário e, portanto, não pode consumir. Os africanos se tornavam escravos: • por rapto individual ou de um pequeno grupo de pessoas no ataque a pequenas vilas; • por serem prisioneiros de guerra; • penhora: as pessoas eram penhoradas como garantia para o pagamento de dívidas; • troca de um membro da comunidade por comida; • como pagamento de tributo a outro chefe tribal Em 1560, o primeiro navio negreiro desembarcou na Colônia Portuguesa, justamente em Pernambuco, a pedido do primeiro donatário da capitania, Duarte Coelho. A capitania se tornou, ao longo do tempo, um dos maiores centros mundiais de comercialização de escravos. Durante três séculos, cerca de 1376 transportes de navios negreiros foram realizados para o Brasil. Dos cerca de 5 milhões de escravos trazidos, segundo dados oficiais, 853.833 vieram para Pernambuco. Mesmo após a proibição do tráfico negreiro em 1850 (Lei Eusébio de Queiroz), muitos chegaram de maneira ilegal, atracando longe dos portos para tentar despistar a fiscalização. Então, caro(a) aluno(a), os números oficiais não conseguem dar conta da quantidade de pessoas que foram trazidas para cá. No Brasil, de início, tráfico era realizado por comerciantes portugueses com grande influência na política local. Eram eles os responsáveis por aplicar o capital. Já realizavam o comércio com sucesso em outros ramos e investiam no negócio lucrativo do tráfico negreiro. Entre 1759 a 1788, o Marquês de Pombal, ministro da Coroa Portuguesa, entregou a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba o monopólio do tráfico para a região. Com o fim do monopólio, aumentou a concorrência entre os comerciantes. O tráfico de escravos deixou de ser exclusividade de comerciantes brancos europeus e brasileiros. A maioria dos pumbeiros (como eram chamados os comerciantes do litoral africano que adentravam o continente e capturava pessoas para serem vendias) era composta de mestiços, negros livres e ex-escravos. Controlavam o comércio costeiro e até áreas do interior. Nesse contexto, Francisco Félix de Sousa merece ser citado: alforriado aos 17 anos, é considerado o maior traficante de escravos brasileiro. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 7 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Sem dúvidas, o maior fluxo de chegada de escravos aconteceu no século XIX. Em Pernambuco, entre 1801 e 1850, chegavam cerca de 5 mil escravos por ano. Para se ter uma noção, ao longo dos séculos XVII e XVIII, a media era de cerca de 2.500 a 3.300 por ano. De maneira didática, podemos identificar 4 ciclos do tráfico: • Ciclo da Guiné (século XVI); • Ciclo de Angola (século XVII): traficou bacongos, ambundos, benguelas e ovambos; • Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século XVIII - 1815): traficou iorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus; • Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851). Para fugir à fiscalização dos navios ingleses buscaram rotas alternativas ao tráfico tradicional do litoral ocidental africano capturando escravos por exemplo em Moçambique. Até brasileiros chegaram a ser capturados e vendidos no mercado Africano. 001. 001. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que posteriormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país escravista.” (Charles Darwin). A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela representou para seu desenvolvimento econômico e cultural. Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco, rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas europeias e norte-americana. b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização. c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824 sugerem que tanto a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma queda de cinquenta por cento em relação a 1815. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pm-pe-pe-2018-upenet-iaupe-policial-militar-pm-soldado 8 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar mais a entrada de africanos escravizados pós 1850. e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a pressão internacional. O tráfico de pessoas do continente africano se fazia mediante trocas (venda e compra) de outros gêneros manufaturados, principalmente armas. Letra a. Várias crianças foram ilegalmente escravizadas em praias nos limites de alguns dos maiores e mais tradicionais engenhos de Pernambuco. O litoral era controlado por senhores de engenhos que estavam inseridos no topo da escala social das povoações próximas, pois eram eles que ocupavam as posições mais altas na justiça de paz, na guarda nacional e na polícia civil. Eram eles, portanto, os encarregados de reprimir o tráfico do qual eram protagonistas. Portanto, é uma bobagem falar desses senhores de engenho como vítimas dos traficantes, aos quais estariam endividados, pois era impossível um negreiro desembarcar sua preciosa carga humana sem estar sob a proteção do proprietário que controlava o acesso ao local de desembarque. Esses proprietários rurais eram senhores de engenho-traficantes – uma expressão que pode ser utilizada sem aspas, pois é um termo que define a posição relativa deles nesse ramo de negócios, pois não eram apenas compradores de cativos recém- chegados, mas protagonistas do processo, desde o desembarque atéa escravização das mais de 150 mil pessoas livres que vieram para a província depois de 1831 nos porões de navios negreiros. Esse crime, portanto, foi protagonizado pela tal “nobreza da terra”, melhor dizendo, senhores de engenho traficantes. O maior ou menor destaque de cada um desses protagonistas nesse ramo de negócios é matéria para a historiografia atual e futura. O que fica claro, é que o tráfico marcaria o litoral desses imensos brasis e foi um potente instrumento de reforço e legitimação da escravidão, ao envolver diferentes agentes, inclusive empregando muita gente, que compunha a população livre pobre circunvizinha aos pontos de desembarque. Claro que o tráfico sempre empregou muita gente, mas depois de 1831, era uma atividade francamente ilegal mesmo que apoiada pelo estado brasileiro, ao menos a partir da regência do pernambucano Araújo Lima, em 1837, cujo engenho margeava o rio Sirinhaém, que desembocava em Ponta de Serrambi, um conhecido ancoradouro de navios negreiros depois de 1831. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 9 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Em outubro de 1855, um navio negreiro foi capturado em Sirinhaém, Pernambuco. Haveria ainda algumas tentativas posteriores, mas foi em Sirinhaém o último desembarque comprovado. O barco trazia 240 a 250 pessoas de Angola, a maioria crianças, das quais umas 200 sobreviveram. Quase 50 desapareceram, distribuídas entre senhores de engenho de Sirinhaém, onde havia engenhos do clã Cavalcanti e até do ex-regente Araújo Lima, o Marquês de Olinda. Foi um escândalo político e diplomático que reverberou até o trono atingindo as relações com a Inglaterra, que havia deixado de invadir os portos brasileiros, passando a clamar em favor dos africanos livres ainda não emancipados e das pessoas trazidas da África depois de 1831 e, portanto, ilegalmente escravizadas. Esse episódio revelou as malhas que ligavam o “gabinete imperial da conciliação” com o tráfico e algumas das fissuras no campo saquarema (conservadores) que se preparava para enfrentar a “eleição dos círculos” de 1856. Nos últimos anos do tráfico, alguns navios procuraram Pernambuco por ser uma rota menos vigiada. O episódio de Sirinhaém mostra como se davam os desembarques nas praias que margeavam alguns dos principais engenhos da província, cujos proprietários participavam ativamente nesse ramo de negócios. Revela ainda uma parte das redes atlânticas desse tráfico a partir de Pernambuco, que alcançava, inclusive, os Estados Unidos. Ficaram claras, ainda, as malhas que ligavam esses senhores de engenho-traficantes à elite imperial, chegando ao ministro da Justiça do gabinete da conciliação e seus aliados do clã Cavalcanti, que formava uma verdadeira bancada familiar no senado imperial. Praticado pelos maiores negociantes dessa época, o tráfico desdobrou-se, indo muito além das praias onde ocorriam os desembarques, de tal forma que terminou alcançando praticamente toda a escala funcional e clientelar do estado imperial, através da distribuição de propinas e emolumentos que chegavam até os padres e capelães das povoações e engenhos que, ao batizarem aquelas crianças e adolescentes, confirmavam a escravização ilegal, pois o que estava expresso em um livro de batismo definia a qualidade e a condição da pessoa, servindo como prova de propriedade. As propinas e pagamentos que se propagavam pelo entorno dos pontos de desembarque faziam girar a economia local. As relações clientelares estreitavam-se. A escravidão saía fortalecida não apenas por se renovar demograficamente, mas por reforçar essa malha clientelar, espalhar pequenos ganhos monetários entre não proprietários de cativos, legitimando o processo diante de seus beneficiários grandes e pequenos, diretos e indiretos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 10 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 002. 002. (UPNET/IAUPE/PM-PE/2016) O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco, teria sido apenas mais um dos vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse dado errado. Tudo começou quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação também utilizada para o tráfico atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque na imprensa, por ter sido o último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos africanos a bordo. (CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n. 167,julho/dezembro 2012. pp. 223-260). Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA: a) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam na Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das autoridades imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do contrabando de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania. b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para frear o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante a década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco diminuiu de forma vertiginosa. c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais nada fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo disso foi o porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico de escravos. d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de Sirinháem” pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que fatos como este fossem corriqueiros. e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre do exterior, principalmente a dos chineses. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 11 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Meu(minha) querido(a), novamente uma questão muito mais relacionada à interpretação de texto do que necessariamente de conhecimento sobre dados estatísticos do tráfico negreiro. O desembarque de Sirinhaém foi um escândalo político e diplomático que reverberou até o trono atingindo as relações com a Inglaterra, que havia deixado de invadir os portos brasileiros, passando a clamar em favor dos africanos livres ainda não emancipados e das pessoas trazidas da África depois de 1831 e, portanto, ilegalmente escravizadas. Atenção para o autor, Marcus Carvalho, sempre fonte para a elaboração de questões da banca. Mais adiante voltaremos a resolver outras questões para exemplificarmos.Também mais adiante discutiremos as leis abolicionistas. Letra a. 2 . COtiDiANO E FOrMAs DE rEsistÊNCiA EsCrAVA EM 2 . COtiDiANO E FOrMAs DE rEsistÊNCiA EsCrAVA EM PErNAMBUCOPErNAMBUCO Meu(minha) caro(a), onde existe escravidão existe fuga! Assim como os nativos não aceitaram facilmente a dominação dos europeus, os africanos também resistiram. Desde o início do tráfico de escravos, gente que aqui chegava, tentava fugir. Era raro aquele que não tentou a fuga ao menos uma vez em sua vida. Quando chegavam o porto, tratados como mercadoria animal, eram examinados. Os que estivessem doentes eram levados às casas de engorda. O custo elevado dessa gente trazida a foça exigia que os comerciantes tentassem salvar o máximo de carga. Existiam encomendas de senhores e de comerciantes e a atividade acontecia em feiras ao ar livre, nas proximidades do porto. A tentativa de fuga das fazendas dos senhores era arriscada. Além de enfrentarem a caça do capitão-do-mato, geralmente um ex-escravo ou mestiço, o castigo para quem fosse capturado era cruel. Eram açoitados com violência no pátio das fazendas ou em praças das cidades. Existiam verdadeiras práticas de tortura que só seriam extintas com o Código Criminal do Império, em 1842. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 12 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Na capital da província de Pernambuco, Recife, antes mesmo de 1830 a maioria dos trabalhadores alforriados eram mulheres negras e mulatas. Mulheres estas que se apropriavam, ou não, das vantagens que tinham perante os escravos homens, conseguindo mais cedo a alforria. Sua vantagem consistia na proximidade dos senhores, e de agrados que poderiam dar e receber Os jornaleiros, ou escravos ao ganho como são mais comumente conhecidos, representavam uma parcela significativa dos escravos urbanos. Esses escravos realizavam trabalhos diversos, eram artesãos, barbeiros, vendedores, quitandeiras, quituteiras, carregadores, entre outras atividades. O escravo ao ganho tinha um senhor, a quem pertencia como os outros escravos, mas tinha uma certa autonomia de seu dono, não morando na mesma casa, não tendo um feitor, podendo circular mais livremente pelas ruas e praticar um ofício que lhe garantisse o sustento e alguma renda. No entanto, apesar da aparente liberdade, o escravo jornaleiro devia a seu senhor uma diária, normalmente alta, que era para ele uma fonte de renda importante, e caso não conseguisse pagá-la, poderia perder o “benefício” do ganho e sofrer castigos. O que sobrasse do seu jornal, ou seja, da renda obtida no dia de trabalho, deveria usar na sua alimentação, moradia, e outras despesas, o que desonerava bastante o senhor, que economizava nos gastos com a sobrevivência do escravo. Com a ajuda das diárias, alguns escravos conseguiram acumular a quantia necessária para a compra de alforrias. 003. 003. (UPENET/IAUPE/PM PE / SOLDADO/2018) “Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos terem se formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados, outros tantos resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por exemplo, o caso de Palmares.” REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.) Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência escrava em Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele. Todavia, ele não foi a única forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram em solo pernambucano. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que a) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um escravo que trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade em relação ao horário, possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono soubesse o que, de fato, havia acontecido. 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Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de diversão. d) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a religião africana praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram os escravos que resistiam e continuavam a homenagear os orixás. e) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a população de Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos moldes do que ocorreu no Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão exercida contra os escravos rebeldes na capitania de Pernambuco. a) Certa. os escravos que trabalhavam com alguma forma de comércio eram conhecidos como “escravos de ganho”. Normalmente era fixado uma quantia diária que o escravo deveria entregar ao senhor. b) Errada. O quilombo do Catucá foi extinto antes da segunda metade do século XIX. Depois de colocarem fim à Cabanada o governo pode focar em acabar com quilombos como o de Catucá, que foi extinto na segunda metade da década de 1830. c) Errada. A capoeira sempre foi uma forma de luta. a música foi introduzida para despistar os senhores e seus capangas. d) Errada. Muitos escravos não se converteram à fé católica. Muitas vezes adotavam atos religiosos para não serem punidos, mas secretamente continuavam adotando suas próprias crenças. e) Errada. Revoltas importantes ocorreram no Rio e na Bahia. A Revolta dos Malês foi inspirada na Revolução do Haiti, ocorreu em Salvador. A revolução no Haiti causou um grande temor nas classes mais poderosas nos países da América do Sul, pois a tomada de poder pela classe tida como subalterna foi possível em um país bem próximo. Essas duas revoltas espalharam o medo nos senhores de escravo pelo Brasil inteiro. Letra a. Quando obtinham sucesso na fuga, buscavam encontrar outros fugidos. Foi assim que nasceram os quilombos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 14 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Quilombo: a palavra possui etimologia banta referente à acampamentos de guerreiros na mata. Em 1740, o Conselho Ultramarino de Portugal usou a definição em postagem ao rei: “Toda habitação de negros fugidos, que passem de cinco, em parte despovoada, ainda que não tenham ranchos levantados e nem se achem pilões nele”. Os quilombos foram uma resistência de trincheira, em defesa de um território. 2 .1 . QUiLOMBO DOs PALMArEs2 .1 . QUiLOMBO DOs PALMArEs O Quilombo mais emblemático talvez seja o de Palmares, hoje localizadono atual estado de Alagoas, em terras que pertenciam à Pernambuco (há de se lembrar que Alagoas foi desmembrada de Pernambuco como represália de D. João à Insurreição Pernambucana de 1817.) De início, Palmares era um pequeno povoado com poucos quilombolas. Entretanto, o conflito com os holandeses acabou enfraquecendo a fiscalização e centenas de escravos fugiram engrossando o contingente populacional. Principalmente entre 1630 e 1650 o crescimento do número de habitantes foi vertiginoso. Palmares, a terra das palmeiras, era formada por vários mocambos (núcleos de povoamento), entre eles os principais foram: Subupira, Macaco e Zumbi. Com terra fértil, era cercada por alta cerca de pau-a-pique. Produziam a cultura de milho, mandioca, feijão e bananeiras. Caçavam, pescavam e produziam artesanatos como cestos, cerâmicas, artigos de metalurgia. O excedente de produção era comercializado com vilarejos da redondeza. Historiadores estimam que viviam cerca de 20 mil quilombolas em Palmares. Obviamente, os senhores que perdiam suas “propriedades” não estavam dispostos a assumir este prejuízo. Para se protegerem, os quilombolas criaram três guarnições com cerca de 200 guerreiros para cada uma das três entradas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 15 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos O primeiro rei de Palmares foi Ganga Zumba, filho de uma princesa do Congo. Em 1678, o governador de Pernambuco, Aires Souza e Castro selou um acordo com Ganga Zumba, decretando a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares. Esse foi o Acordo de Recife. Alguns quilombolas não aceitaram os termos postos no acordo. É certo que havia uma diferenciação de status entre os quilombolas. Aqueles que chegavam aos quilombos pelos próprios meios eram mais prestigiados enquanto que os libertados por ações de guerrilha eram desprivilegiados e colocados em trabalhos mais pesados. Assim, Ganga Zumba foi envenenado por opositores e Zumbi assumiu o controle de Palmares. ZumbiZumbi governougovernou PalmaresPalmares dede 16781678 atéaté 1694.1694. Zumbi não apoiou o Acordo do Recife e continuou recebendo escravos fugidos. A reação da Coroa Portuguesa foi enérgica. Várias excursões militares foram realizadas até que, em 1694, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho liderou as forças oficiais e destruiu Palmares. Apensar de Zumbi e mais um pequeno grupo conseguirem fugir, em 20 de novembro de 1679, foi morto, degolado e sua cabeça foi enviada até o Recife como troféu. Sua luta marca as comemorações do Dia da Consciência Negra. Existem(iram) vários quilombos espalhados por Pernambuco, dentre eles, podemos listar: Quilombo do Ibura, Quilombo de Nazareth, Quilombo de Catucá (extensão do Cova da Onça), Quilombo do Pau Picado, Quilombo do Malunguinho, Quilombo de Terra Dura, Quilombo do Japomim, Quilombos de Buenos Aires, Quilombo do Palmar, Quilombos de Olinda, Quilombo do subúrbio do engenho Camorim, Quilombo de Goiana, Quilombo de Iguaraçu. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 16 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 2 .2 . QUiLOMBO DO CAtUCÁ2 .2 . QUiLOMBO DO CAtUCÁ Uma dica valiosa para a sua prova. Nos últimos concursos para da PM de Pernambuco, nada menos do que 4 ocasiões apresentaram questões sobre o Quilombo do Catucá. Antes de apresentar um pouco de sua história, veja uma questão de 2016: 004. 004. (UPENET/IAUPE/PMPE/2016) Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a resistência de escravos tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e tomou as mais diversas formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu apogeu com o maior afluxo de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar nelas não apenas o número de escravos, mas também as formas de resistência, que se diversificavam cada vez mais. E, se as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas dessas formas de resistência, nunca foram as únicas. Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho: “Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.” (CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850. Recife: Ed. Univer- sitária da UFPE, 2010. P. 176) Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA. a) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX, caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente nas chamadas insurreições liberais. b) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX, cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife e canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominada por seu predecessor, o quilombo de Palmares. c) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas “fugas de portas a dentro”, quando um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 17 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos d) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e exescravos nas margens da sociedade escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica. e) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção. Meu(minha) querido(a), a questão é uma aula. Traz uma pequena explanação das formas de resistência à escravidão e, em seguida, um trecho da importante da obra de Marcus Carvalho, um dos maiores estudiosos da escravidão em Pernambuco. A letra b está fazendo uma afirmação geográfica errada. Se o Quilombo do Catucá está situado as margens de Recife, como sua extensão poderia chegar a Palmares em Alagoas? Ademais, os dois Quilombos estão muito separados no tempo: o grande crescimento do Quilombo do Catucá se dá no século XIX. É muito importante que você, ao ler a questão, não deixe de se atentar para a bibliografia. Note que Marcos Carvalho, o autor citado, fez um recorte cronológico (1822- 1850) e geográfico (Recife) de suas pesquisas. Olha o mesmo que não tivesse conhecimento sobre o Quilombo do Catucá, o recorte geográfico ecronológico é suficiente para percebermos o erro da associação entre Catucá e Palmares. Letra b. No século XIX, Pernambuco abrigou um dos quilombos mais importantes da história do Brasil. Espalhados da margem da fronteira agrícola da Zona da Mata Norte até os subúrbios do Recife, os integrantes do Quilombo do Catucá constituíam uma comunidade com grande mobilidade e formada por diversos núcleos dentro das matas da floresta do Catucá, mata que começava nos limites do que hoje é o oeste da Região Metropolitana do Recife, seguia até os mangues e rios da Ilha de Itamaracá, cortava o povoado de Tejucupapo, em Goiana e chegava até a fronteira com a Paraíba. Não é possível mapear precisamente a extensão do Catucá, uma vez que ele foi um quilombo itinerante que ocupou uma vasta extensão da província de Pernambuco. No entanto, de acordo com os estudos historiográficos, o centro do quilombo estava localizado entre as matas dos engenhos Timbó e Monjope, na extensão de Paratibe, em Paulista e no Recife, em um terreno acidentado conhecido como Cova da Onça, onde hoje existe o bairro do Curado III. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 18 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos A data de fundação do quilombo também não é precisa, mas os registros presentes no levantamento feito pelo historiador pernambucano Marcus Joaquim M. de Carvalho, apontam que o Catucá passou a existir às vésperas da independência, durante a Revolução Pernambucana de 1817, quando os escravizados se refugiaram nas matas. 005. 005. (UPNET/IAUPE/CBMPE/ 2017) Segundo o historiador Marcus Carvalho, alguns aspectos chamam a atenção na história social do Recife, na primeira metade dos oitocentos. Um deles é, sem dúvida, o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com a Insurreição de 1817, passa pela Confederação do Equador em 1824 e termina com a Praieira em 1848. (CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de. Rumores e rebeliões: estratégias de resistência escrava no Recife de 1817-1848. Tempo,Vol. 3- n. 6, dezembro de 1998). Sobre esses movimentos, é CORRETO afirmar que a) alguns dos participantes da Insurreição Pernambucana de 1817 foram plantadores de algodão e cana, que circundavam o quilombo do Catucá. Ali também viveram muitos dos plantadores, que estiveram envolvidos na Confederação do Equador. Dessa forma, uma das consequências dessas insurreições foi a fuga de escravos para o referido quilombo. b) por serem insurreições liberais e essa doutrina não admitir a prática da escravidão, a abolição da escravatura e o fim do tráfico atlântico de escravos foram uma das bandeiras defendidas por todos os seus líderes. Essa medida fez com que os cativos pegassem em armas e lutassem contra as tropas reais. c) na década de 1840, havia duas facções competindo pelo poder na província de Pernambuco. O levante dos praieiros está relacionado com as disputas entre esses dois grupos das elites locais pelo governo de Pernambuco, não existindo, assim, nenhuma conexão com as disputas parlamentares na Corte. d) os descontentamentos resultantes da outorga da Constituição de 1817 pela corte foram claramente manifestados em Pernambuco. Esse fato acabou insuflando as elites pernambucanas que proclamaram a república, adotando, provisoriamente, a constituição estadunidense. e) entre mortos e feridos, o saldo da Revolução Praieira foi de quase novecentas pessoas. Mas diferente das Insurreições 1817 e 1824, a Praieira não contou com a participação da “população”. A presença das “classes perigosas” nas duas primeiras insurreições liberais fez com que a repressão fosse muito maior. Os rebeldes de 1817 foram esmagados de tal forma que até padres foram executados, algo inusitado no mundo colonial lusitano e que se repetiria em 1824. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 19 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Mais uma questão que funciona como uma verdadeira aula. O Quilombo do Catucá, por ser próximo a Pernambuco, cresceu se favorecendo das disputas entre as elites e de revoltas como a Insurreição Pernambucana de 1817 e a Confederação do Equador de 1824. Se aproveitando das instabilidades e da falta de fiscalização, os cativos fugiam para o quilombo mais próximo, justamente o do Catucá. Letra a. Apesar da constante repressão das autoridades da província, os integrantes do Catucá – formada em sua maioria por negras e negros escravizados e fugitivos, mas com registros que apontam para integração também de pessoas brancas (que, para o historiador Marcus Joaquim, podem ser pessoas pardas que, à época, se identificavam como brancas) – não se limitaram a formar uma sociedade alternativa isolada na floresta. Catucá, portanto, está entre os quilombos do Brasil oitocentista, que tinham por base essas cumplicidades entre escravos de engenho, quilombolas e a população livre e liberta local, mormente os não proprietários dos meios de produção” Os quilombolas promoveram ataques aos engenhos, comerciantes e às casas de moradores que ficavam próximas às matas. As ações violentas ou de rebeldia levaram as autoridades a organizarem expedições punitivas contra os quilombolas que resultaram na morte e na captura de muitos deles. O quilombo de Catucá, e seus diversos núcleos, viveram sob ataques e resistência durante anos. Uma outra questão da banca, no certame do Corpo de Bombeiros, também abordou o Quilombo do Catucá. A autora, Ilka Boaventura Leite, também é recorrente nas provas da banca. Vamos analisá-la. 006. 006. (UPENET/IAUPE/CBMPE/2017) “O quilombo constitui questão relevante desde os primeiros focos de resistência dos africanos ao escravismo colonial, reaparece no Brasil/república com a Frente Negra Brasileira (1930/40) e retorna à cena política no final dos anos 70, durante a redemocratização do país. Trata-se, portanto, de uma questão persistente, tendo na atualidade importante dimensão na luta dos afro-descendentes.” (LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas. Etnográfica, Vol. IV (2), 2000, pp. 333-354). Em relação aos Quilombos dos Palmares e do Catucá, assinale a alternativa CORRETA. a) A proximidade que o Quilombo do Catucá tinha do Recife, localizado entre as freguesias do Recife, Paratibe e Paulista, permitiu aos seus moradores elaborarem uma série de táticas de sobrevivência, que perpassavam pela cooperação da população negra livre e dos escravos dos engenhos próximos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 20 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos b) Segundo os historiadores, os quilombos dos Palmares e do Catucá não possuíam elementos que os pudessem distinguir, até por que tanto as condições socioculturais que os formaram como a estrutura da Província de Pernambuco permaneciam as mesmas. c) A escassez de documentos que versem a respeito dos quilombos de modo geral torna toda a literatura existente sobre Palmares e Catucá ilações dos historiadores. Não existem, assim, informações precisas e verídicas que possibilitem se conhecerem esses locaisde resistência escrava. d) Ao contrário do observado em Palmares, o Catucá não era um quilombo dividido em vários grupos no meio da floresta. Além disso, o único meio de vida dos quilombolas era a agricultura de subsistência, não praticando furtos nos engenhos e assaltos nas estradas. e) Quando finalmente os holandeses conseguiram vencer a resistência luso-brasileira, eles encontraram várias plantações queimadas, engenhos destruídos e escravos fugidos. Foi justamente nesse contexto de batalha que foram criadas as condições necessárias para o aparecimento do Quilombo dos Palmares.COMENTÁRIO Meu(minha) querido(a), olha o bizu: o Quilombo do Catucá era próximo ao Recife, um centro urbano, o que permitia formas de resistência diferentes das formas de resistência de Palmares. Havia uma cadeia de contatos entre libertos e cativos, muitos quilombolas circulavam pelas ruas de Recife se aproveitando da grande movimentação diária. Letra a. 2 .3 . DiViNO MEstrE2 .3 . DiViNO MEstrE Se os Quilombos ficaram conhecidos como forma de resistência, não foram os únicos. Ocorreram Revoltas como a dos Malês na Bahia (Escravos de religião muçulmana que tentaram criar uma república em salvador no dia 27 de janeiro de 1835.) Em Pernambuco, em 1846, o Divino Mestre, perturbou as lideranças políticas religiosas. Sobre esse tema, as palavras do historiador Marcus Carvalho (preste atenção neste nome) elucidam claramente: Em 1846, as autoridades policiais do Recife prenderam o negro livre Agostinho José dos Santos, junto com outros seis negros, (...) Todos se referiam a Agostinho por “Divino Mestre”. De acordo com o chefe da Polícia da Província, fazia cinco anos que Agostinho pregava na cidade, tentando converter mais pessoas à sua crença religiosa. Suspeitava-se, todavia que a ‘seita’, na realidade, não passava de um disfarce para se preparar uma insurreição, e que as reuniões promovidas por Agostinho tinham ramificações de sociedades estabelecidas em outras províncias com o único objetivo de promover uma rebelião de negros. (CARVALHO, 2002, p.111) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 21 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 3 . CrisE DA LAVOUrA CANAViEirA3 . CrisE DA LAVOUrA CANAViEirA Querido(a), já tratamos da economia açucareira. Se lembra, foi o primeiro tópico da nossa segunda aula. Recordemos: A produção e exportação de açúcar para a Europa foi a principal atividade econômica brasileira no século XVI e parte do XVII. Como vimos, os Engenhos de Açúcar, espalhados principalmente pelo nordeste brasileiro, geravam riqueza para os senhores, para a coroa portuguesa(tributos) e para os comerciantes holandeses (refino e distribuição). Ocorre que, com a expulsão dos holandeses, o controle da colônia, e, portanto, da produção do açúcar, voltou a mão dos portugueses. Mas antes de todo esse imbróglio, como você há de se recordar, os portugueses não refinavam e nem distribuíam o açúcar no mercado europeu. Os holandeses, que já dominavam as técnicas de refinamento e a logística da distribuição comercial, aprenderam todo o processo de produção quando ocuparam regiões do Nordeste brasileiro. Quando foram expulsos, não abandonaram a atividade, passaram a fazer concorrência com o açúcar brasileiro produzindo nas Antilhas (América Central). Podemos assim apontar a concorrência holandesa como principal fator para a crise da economia açucareira. Apesar da crise que se seguiu, com a baixa dos preços do açúcar brasileiro no mercado internacional, a produção e a exportação do açúcar continuaram como a principal atividade econômica até o ápice do Ciclo do Ouro no século XVIII. Acontece, meu(minha) querido(a), que, além de todos esses problemas enfrentados pela atividade açucareira, ocorreram também uma sequência de eventos no século XIX que contribuíram para que a economia açucareira entrasse em decadência de vez, dando espaço a uma nova aristocracia rural, a aristocracia do café. • Surgimento do açúcar de beterraba: com o Bloqueio Continental de Napoleão, no início dos 1800, os navios ingleses carregados com açúcar brasileiro ficaram impedidos abastecer a Europa. Os europeus então precisaram de uma alternativa para abastecer o mercado interno • Expansão da economia cafeeira: A expansão da economia cafeeira pode ser explicada pela crise da produção cafeeira asiática, graças a pragas que tomaram as lavouras. Além disso, a abundância de mão-de-obra escrava pôde ser deslocada do Nordeste para o Sudeste. Ocorre que a economia cafeeira adotou o mesmo sistema de plantation (MEL) da cana. Com a crise do açúcar, os senhores de escravos passaram a vender suas propriedades. Muitos comerciantes de Pernambuco que eram senhores de escravos em 1840 já não o eram mais em 1870. Até meados do século XX, Pernambuco foi o maior produtor de açúcar do país, quando perdeu o posto para São Paulo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 22 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Com a crise da economia açucareira, o algodão passou a figurar em Pernambuco. A produção comercial no País começou no século 18, nos estados da Região Nordeste. Em 1760, o Maranhão exportou as primeiras sacas de algodão para a Europa, dando início ao plantio do tipo arbóreo perene, que tem fibras mais longas. Além da crise do açúcar, o processo foi impulsionado pela demanda inglesa de matéria- prima após a Revolução Industrial e a Independência dos Estados Unidos, que deixou de abastecer o mercado da Inglaterra. Em 1816, o maior proprietário de que se tem notícia na lavoura do algodão em Pernambuco, era Antonio dos Santos Coelho (capitão-mór) instalado nas terras de Cimbres. Ele possuía 600 a 700 escravos e, segundo se pode concluir, dominava a produção algodoeira na região. 4 . A PArtiCiPAÇÃO DOs POLÍtiCOs PErNAMBUCANOs NO 4 . A PArtiCiPAÇÃO DOs POLÍtiCOs PErNAMBUCANOs NO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURAPROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA Antes de falarmos propriamente das ações de políticos pernambucanos no movimento abolicionista, é preciso que entendamos as principais leis abolicionistas que foram surgindo ao longo do século XIX. Vamos a elas: Nome: Lei Feijó - “Lei pra inglês ver”: • Data: novembro de 1831 • O que previa: proibia o tráfico negreiro para o Brasil, declarando livres os escravos que aqui chegassem e punindo severamente os importadores. Na prática, a lei foi uma mera satisfação à pressão dos ingleses pelo fim da escravidão já que o governo não se empenhou em fiscalizar e punir. Isso só viria a acontecer de fato a partir de 1850 com a lei Eusébio de Queirós. Nome: Bill Aberdeen (Lei Inglesa) • Data: 1845 • O que previa: o parlamento inglês aprovou uma lei que permitia aos navios britânicos atacarem navios brasileiros envolvidos com o tráfico de escravos em águas internacionais. Nome: Lei Eusébio de Queirós • Data: 4 de setembro de 1850 • O que previa: a lei proibia o tráfico negreiro transportado da África até o Brasil. Apesar de sua importância, o tráfico ilegal continuou. Nome: Lei do Ventre Livre • Data: 28 de setembro de 1871 • O que previa: a lei declarava que os filhos de escravos nascidos a partir daquela data eram livres. Na prática os nascidos desde então ficavam sob a tutela do senhor de engenho até os 21 anos. O conteúdo deste livro eletrônicoé licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 23 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Nome: Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-Cotegipe) • Data: 28 de setembro de 1885 • O que previa: a lei estabelecia que os escravos com 60 anos ou mais eram livres. Entretanto, poucos eram os que conseguiam chegar aos 60 anos. A liberdade de um escravo idoso era um prêmio ao senhor de escravos que abandonava a responsabilidade de alimentá-lo. Nome: Lei Áurea • Data: 13 de maio de 1888 • O que prevê: a lei decreta o fim da escravidão no Brasil. Entretanto, não houve um planejamento sobre o que fazer com todos os libertos. Não se criou uma infraestrutura de educação, moradia e emprego. Não forneceram nenhuma política social de inclusão. Querido(a), a partir de 1831, as nações europeias influenciadas pelas ideias iluministas e pela Revolução Francesa de 1789, começaram a pressionar a comunidade internacional pelo fim da escravidão. A Inglaterra, em especial, sendo berço da Revolução Industrial, entendia a escravidão como contraditória à lógica do capitalismo: um escravo não consome e os investimentos em escravos poderiam ser deslocados para outras atividades econômicas de interesse inglês. A Lei de Terras de 1850 (lei n. 601 de 18 de setembro de 1850), provocou uma concentração de terras ainda maior nas mãos dos já latifundiários. Estabelecia a compra como a única forma de acesso à terra e proibia a posse da terra aos que nela já habitassem sem registro de compra. Muitos posseiros, índios, escravos fugidos e alforriados acabaram expulsos de suas terras. Ao contrário do que acontecia no Brasil, os Estados Unidos promoviam uma grande reforma agrária, distribuindo terras no Oeste por valores simbólicos, o que favoreceu o crescimento da economia agrícola familiar e transformou os norte-americanos num dos maiores produtores agrícolas mundiais. As associações abolicionistas debatiam estratégias para promover a causa e atuavam para atrair apoio público. Entre as personalidades de destaque que atuaram pelo fim da escravidão no Brasil podemos citar André Rebouças, Luís Gama, José do Patrocínio, Joaquim Nabuco, Castro Alves, entre outras. Aliás, recomendo que veja o filme “Doutor Gama”, disponível em streaming, sobre a atuação do advogado negro Luís Gama. Entre 1878 e 1885 surgiram 227 sociedades abolicionistas. Esses grupos organizaram conferências, comícios, panfletagem, jornais e ajudavam organizando rotas de fugas para escravos, abrigando-os, incentivando fugas. Uma ação comum foi o transporte de escravos fugidos para o Ceará — estado que aboliu a escravidão em 1884. Dentre essas associações, a de maior destaque foi a Confederação Abolicionista. Criada por José do Patrocínio e André Rebouças, em 1883, defendia uma abolição irrestrita e imediata, sem indenização para os senhores de escravos. Essa associação coordenou campanha abolicionista a nível nacional. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 24 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Vários jornais abriram espaço para a publicação de artigos em defesa da abolição. Nesse sentido, destacam-se os seguintes jornais: A Abolição, Oitenta e Nove, A Liberdade, O Amigo do Escravo, A Gazeta da Tarde, entre outros espalhados em todo o país. Diante da pressão internacional pelo fim da escravidão, a própria aristocracia rural começou a inflacionar o preço dos escravos na expectativa de que o governo pagasse uma indenização quando a previsível abolição acontecesse. Entretanto, o governo brasileiro libertou os escravos, mas não indenizou os proprietários. Resultado: a aristocracia escravagista começou a sonegar tributos retirando o sustentáculo financeiro do Império. Uma grave crise tomou conta do governo, já debilitada pelos altos gastos com a Guerra do Paraguai (1864-1870). 007. 007. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020) “Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.” (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos) Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação. b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos. c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico quanto social. d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial. e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 25 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos É muito importante que você leia os textos com atenção. Note que a alternativa “e” concorda com as afirmações: “era óbvio que a abolição estava iminente”, “O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras”, “segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista”, “a escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada”, “Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição...” Letra e. O movimento abolicionista brasileiro teve participação de importantes personalidades de Pernambuco. Vamos a eles: Joaquim Aurélio Barreto Nabuco é o principal expoente do abolicionismo pernambucano. Não é para menos. Vejamos o seu currículo. Nasceu em Recife no dia 19 de agosto de 1849 e faleceu em 17 de janeiro de 1910 em Washington, no Estados Unidos. Foi político, diplomata, jurista, orador, jornalista. Tamanha sua importância, na data de seu nascimento é comemorado o Dia Nacional do Historiador. Enquanto intelectual, usou de suas obras e de suas atividades políticas para se opor com veemência à escravidão. Escreveu obras importantes como “O Abolicionismo” e “Minha Formação”. Nesta última, descreve a contradição de ter sido educado por uma família escravagistae lutar pelo fim da escravidão. Liderou a bancada abolicionista na Câmara dos Deputados em 1878 e é um dos membros fundadores da Academia Brasileira de Letras. Joaquim Nabuco era um monarquista e acreditava que a abolição só viria por vias institucionais, através do Parlamento. Atribuía à escravidão a razão do atraso econômico e social do país. Condenava a postura da Igreja Católica em não se posicionar no combate ao absurdo da escravidão. Tobias Barreto de Menezes era Sergipano e chegou a Pernambuco em 1862. Estudou Direito na Faculdade do Recife e é considerado o principal teórico brasileiro da Escola do Recife, onde propagou os ideais do positivismo francês de Auguste Comte. Os historiadores dividiram didaticamente o movimento abolicionista em três fases. Vamos a elas: • Fase Literária: Engajamento de intelectuais do Nordeste Brasileiro, com destaque para Castro Alves (1847-1871). Essa fase é marcada pela conscientização através de recitais, saraus, livros e jornais. • Fase de Militância: Joaquim Nabuco liderou um movimento de grande repercussão contra a escravidão. Jornais e revistas denunciavam diariamente os absurdos e atrasos decorrentes da atividade. Surgiu um numero considerável de Sociedades Abolicionistas que se reuniam para planejar ações pelo fim da escravidão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 26 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos • Fase da Libertação: Tobias Barreto foi o maior expoente desta fase, pensando na organização da sociedade através do trabalho livre. Nesse momento, a campanha abolicionista ganha inúmeros adeptos. Cerca de 800 mil escravos foram libertos com a Lei Áurea de 1888. A influência da Escola de Direito do Recife foi enorme. Tanto que muitos abolicionistas não pernambucanos estudaram lá. Castro Alves, Plínio de Lima, Aristides Spínola, Rui Barbosa e Regueira Costa fundaram uma associação abolicionista de alunos. José Mariano Carneiro, que se formou na mesma turma de Joaquim Nabuco, fundou o jornal abolicionista A Província. O Ceará foi a primeira província brasileira a abolir a escravidão em 1884. Logo após, foi criada a associação emancipatória Clube do Cupim, do qual eram membros José Mariano, Joaquim Nabuco, Alfredo Pinto, Vicente do Café, Leonor Porto, Phaelante da Câmara e João Ramos. Uma discussão relevante sobre o processo da Abolição da Escravidão: o Nordeste brasileiro enfrentava a diminuição da utilização da mão de obra escrava em função da crise da lavoura canavieira. Nesse sentido, era muito conveniente à aristocracia rural de Pernambuco apoiar o fim da escravidão. Ademais, ainda criaram a expectativa de receber indenizações do governo pelos investimentos em escravos, o que não aconteceu. Esse, inclusive, será um dos fatores responsáveis pela queda da monarquia, sem apoio das elites aristocratas rurais. 008. 008. (UPENET/ UPE / IAUPE/PMPE/2009) Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o território nacional. Foi um dos últimos países a libertar os escravos. Sobre a libertação dos escravos, analise as proposições abaixo. I – A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental para a modernização da economia brasileira, embora a modernização tenha demandado algum tempo para começar. II – Os escravos tiveram grandes dificuldades para se incorporarem ao mercado de trabalho livre. Muitos deles continuaram com seus antigos senhores. III – Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos passaram a ser considerados cidadãos com todos os direitos concedidos pela constituição. IV – A escravidão institucionalizada foi rompida, porém muitas das relações da época do escravismo se mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo o manual, foi um dos vestígios mais marcantes do tempo da escravidão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 27 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Está CORRETO o que se afirma em a) I, II e III, apenas. b) I e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. Querido(a), preste muita atenção. Analisemos cada uma das afirmações: Afirmativa I: Ainda que você não soubesse o número de escravos libertos com a abolição, é certo que a escravidão representava um atraso na dinamização da economia. Afirmativa II: A abolição não solucionou o problema da miséria da população negra. Preferiram imigrantes europeus, acostumados com o trabalho nas lavouras do café, do que pagarem salários aos ex escravos. Ante essa situação, era compreensível que alguns quisessem continuar com seus senhores. Afirmativa III: Do ponto de vista jurídico sim. Do ponto de vista prático, obvio que não. Afirmativa IV: Práticas racistas e discriminatórias ainda acontecem no Brasil. Também existe uma desvalorização do trabalho manual. Letra e. 5. HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO5. HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO Caro(a) aluno(a), os primeiros escravos africanos chegaram, vindos de diversas partes da África, trazendo consigo seus hábitos, costumes, música, dança, culinária, língua, mitos, ritos e a religiões. Como já discutimos, o sincretismo religioso, a fusão da religiosidade africana com a religião católica, é um dos melhores exemplos da influência da cultura africana na sociedade brasileira, mas não o único. Durante séculos, as vítimas do tráfico transatlântico de escravos traziam consigo uma grande de diversidade étnica. Diante da violência e da exploração, das torturas e assassinatos, a segunda maior população de negros depois da África, construiu formas de resistência que ultrapassaram a simples fuga ou rebelião. A herança da escravidão faz com que manifestações religiosas, culturais e artísticas representem a luta pela manutenção da memória e de suas raízes. Em Pernambuco, a cultura local é profundamente ligada a manifestações afro-brasileiras. Se a escravidão deixou um legado negativo de desigualdade social e discriminação, por outro lado há que se destacar que também deixou uma cultura pungente, tão rica que colore as ruas da cidade de Recife. O Candomblé, a dança, a música, a comida, o sotaque pernambucano carregado de vocábulos africanos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 28 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Existe uma variedade de produtos trazidos da África e que agora fazem parte da dieta dos pernambucanos: a banana, o amendoim, o azeite de dendê, a manga, a jaca, o arroz, a cana de açúcar, o coqueiro e o leite de coco, o quiabo, o caruru, o inhame, a erva-doce, o gengibre, o açafrão, o gergelim, a melancia, a pimenta malagueta, etc. A Capoeira foi trazida pelos escravos angolanos como uma dança religiosa. Entretanto, foi transformada em luta pelos quilombolas de Palmares. As regras para transformar a capoeira em um jogo foram publicadas em 1928, inclusive com ilustrações de golpes, passos, defesas. Durante muito tempo o capoeirista foi tratado como um delinquente. O filme Besouro (2009 com direção de João Daniel Tikhomiroff) conta a vida de Besouro Mangangá (Ailton Carmo), um capoeirista brasileiro dadécada de 1920, a quem eram atribuídos feitos heroicos e lendários. Em 15 de julho de 2008 a capoeira foi reconhecida como Patrimônio Cultural Brasileiro e registrada como Bem Cultural de Natureza Imaterial. Outra contribuição da Capoeira é o Frevo. Para evitar a repressão da polícia, os capoeiristas adaptavam os movimentos. A palavra Frevo tem origem na expressão “frevura”. É uma dança realizada com sombrinhas coloridas que servem para o equilíbrio e a estética das coreografias no carnaval Pernambucano. O Maracatu é uma forma de dança carnavalesca criada pelos membros de terreiros de Candomblé para despistar a perseguição e intolerância do estado. Os negros se disfarçam de nobres e parecem prestar reverência à Corte Portuguesa, mas na verdade estão adorando seus deuses. Outra dança carnavalesca é o Congado que nasceu das coroações de reis africanos. Nos anos de 1990, um movimento de contracultura surgiu no Recife: o Manguebeat. Altamente influenciado pelos valores urbanos da cidade, promoveram a mistura dos tambores do maracatu, com o hip hop, o rock e a música eletrônica. Seus principais expoentes faziam parte da banda Nação Zumbi e Chico Science considerado o principal compositor do movimento. 009. 009. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e seus descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja um jovem estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da cultura negra na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do que isso.” (http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lugaresdeme- moriadaculturanegraguillen.pdf) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pm-pe-pe-2018-upenet-iaupe-policial-militar-pm-soldado 29 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa CORRETA. a) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados e libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro- brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de xangô. b) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas. c) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do século XIX. d) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação entre os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros terem sido feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do século XIX. e) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje. a) Certa. Claramente influenciado pelo sistema divino de ascendência africana, o Xangô de Pernambuco é uma religião marcada pela adoração a vários orixás, santos e deuses ligados à cultura ioruba. Entre as várias entidades adoradas, podemos destacar as devoções prestadas à Iemanjá, Iansã, Orixalá Nana, Ogum, Ode, Exu. Além desses santos, devemos salientar o culto a Orumilá, senhor do jogo de búzios que determina a vontade dos deuses em relação aos homens.” b) Errada. Indícios históricos apontam que o maracatu surgiu em meados do século XVIII, a partir da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana. Ela se origina da instituição dos Reis Negros, já conhecida nos países da França e Espanha, no século XV e em Portugal, no século XVI. c) Errada. Há dois tipos de maracatu: o maracatu nação... também chamado de Baque Virado... e o maracatu rural.” d) Errada. Os senhores de engenho proibiam os escravos de praticar qualquer tipo de luta. Logo, os escravos utilizaram o ritmo e os movimentos de suas danças africanas, adaptando a um tipo de luta. Surgia assim a capoeira, uma arte marcial disfarçada de dança. Foi um instrumento importante da resistência cultural e física dos escravos brasileiros.” O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 30 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos e) Errada. Segundo Jefferson Evandro Machado Ramos quando os escravos chegavam ao “Brasil, que possuía o Catolicismo como religião oficial, não foram autorizados a praticarem seus cultos religiosos de origem africana. Muitos senhores de engenho, inclusive, obrigavam os escravos a irem às missas à igreja ou capela para se batizarem e até praticarem os rituais católicos.” Letra a. Estimado, chegamos ao final da apresentação de conteúdos. Na sequência, estude o resumo, os mapas mentais e faça todos os exercícios. Todas os gabaritos estão discutidos na secção Gabarito Comentado. Ah, não se esqueça de avaliar esta aula, ok!? Nos encontramos na nossa próxima aula. Abraços, Professor Daniel O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 31 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos RESUMORESUMO trÁFiCO trANsAtLÂNtiCO DE EsCrAVOs • Sec. XVI a XIX: 5 milhões de pessoas para o Brasil • Mercantilismo: comércio dominado pelos portugueses. • Navios negreiros: tumbeiros. • Pernambuco: 1560 – primeiro navio negreiro da colônia. A pedido do donatário da capitania Duarte Coelho • Segundo dados oficiais, 853.833 vieram para Pernambuco, fora os não oficiais. • Ciclo da Guiné (século XVI); • Ciclo de Angola (século XVII): traficou bacongos, ambundos, benguelas e ovambos; • Ciclo da Costa da Mina, hoje chamado Ciclo de Benim e Daomé (século XVIII - 1815): traficou iorubás, jejes, minas, hauçás, tapas e bornus; • Período de tráfico ilegal, reprimido pela Inglaterra (1815-1851). Para fugir à fiscalização dos navios ingleses buscaram rotas alternativas ao tráfico tradicional do litoral ocidental africano capturando escravos por exemplo em Moçambique. • Desembarque de Sirinhaém: Foi a apreensão de um navio negreiro que desembarcou ilegalmente com escravos em 1855. Escândalo político e diplomático atingindo as relações com a Inglaterra, que havia deixado de invadir os portos brasileiros, passando a clamar em favor dos africanos livres ainda não emancipados e das pessoas trazidas da África depois de 1831 e, portanto, ilegalmenteescravizadas. COtiDiANO E FOrMAs DE rEsistÊNCiA EsCrAVA EM PErNAMBUCO • Resistência cotidiana: fugas, comércio, assalto, práticas religiosas, capoeira, auxílio á fugas, revoltas, quilombos. • Tortura: Código Criminal do Império de 1842. • Escravos de ganho: trabalhos diversos, eram artesãos, barbeiros, vendedores, quitandeiras, quituteiras, carregadores, entre outras atividades. • Quilombo: local escondido, ger. no mato, onde se abrigavam escravos fugidos. Povoação fortificada de escravos negros fugidos da escravidão, dotada de divisões e organização interna (onde tb. se acoitavam indignas e eventualmente brancos socialmente desprivilegiados). • Quilombo dos palmares: surgiu em 1597 e ao longo de todo o século XVII resistiu às expedições portuguesas e contou com cerca de 20 mil habitantes. Zumbi dos Palmares foi um dos grandes líderes do Quilombo dos Palmares e liderou a luta de resistência contra os portugueses. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 32 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos • Quilombo do Catucá: Acredita-se que surgiu durante a Revolução Pernambucana de 1817. Entre as matas dos engenhos Timbó e Monjope, na extensão de Paratibe, em Paulista e no Recife, em um terreno acidentado conhecido como Cova da Onça, onde hoje existe o bairro do Curado III. Diversos núcleos. Táticas de sobrevivência: Ataques a engenhos, comerciantes e moradores. Cooperação da população negra livre e dos escravos dos engenhos próximos. • Seita do Divino Mestre (1846): Seita religiosa liderada pelo negro Agostinho José dos Santos. Prisão de vários membros por receio de que fosse uma organização de revolta escrava. CrisE DA LAVOUrA CANAViEirA • Século XVIII: Concorrência holandesa nas Antilhas. • Século XIX: Açúcar de beterraba; Expansão cafeeira. • Surgimento da economia do algodão em Pernambuco. A PARTICIPAÇÃO DOS POLÍTICOS PERNAMBUCANOS NO PROCESSO DE EMANCIPAÇÃO/ ABOLiÇÃO DA EsCrAVAtUrA • Leis abolicionistas: • Lei Feijo (1831): lei para inglês ver. • Lei Bill Aberdeen (Lei Inglesa de 1845): atacar navios negreiros. • Lei Eusébio de Queirós (1850): proibiu o tráfico negreiro no Brasil. • Lei do Ventre Livre (1871): livres os nascidos a partir da lei. Contudo, o nascido ficaria sob os cuidados do senhor até os 8 anos de idade. • Lei dos Sexagenários (ou Lei Saraiva-Cotegipe de 1885) Liberdade para os maiores de 60 anos. • Lei Áurea (13 de maio de 1888): Abolição. • Lei de Terras de 1850: concentração latifundiária. • Associações e clubes abolicionistas: assessoria jurídica, coleta de doações, panfletagem, jornais, palestras. • Joaquim Nabuco (1849-1910): Escritor, político, diplomata, jurista, orador e jornalista. Liderou a bancada abolicionista na Câmara dos Deputados. Um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras. Defendia que a abolição viria através do parlamento. • Tobias Barreto: Sergipano, chegou a Pernambuco em 1862. Estudou Direito na Faculdade do Recife e é considerado o principal teórico brasileiro da Escola do Recife, onde propagou os ideais do positivismo francês de Auguste Comte. • Castro Alves, Plínio de Lima, Aristides Spínola, Rui Barbosa e Regueira Costa fundaram uma associação abolicionista de alunos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 33 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos • José Mariano Carneiro, que se formou na mesma turma de Joaquim Nabuco, fundou o jornal abolicionista A Província • associação emancipatória Clube do Cupim, do qual eram membros José Mariano, Joaquim Nabuco, Alfredo Pinto, Vicente do Café, Leonor Porto, Phaelante da Câmara e João Ramos. HERANÇA AFRO-DESCENTE EM PERNAMBUCO • Sincretismo religioso: fusão de religiosidades, com destaque para as matrizes africanas e cristãs. • manifestações religiosas, culturais e artísticas representem a luta pela manutenção da memória e de suas raízes. • Capoeira, Candomblé, Xangô, Frevo, Maracatu, Congado, a dança, a música, a comida, o sotaque pernambucano carregado de vocábulos africanos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 34 de 98www.grancursosonline.com.br MAPA MENTALMAPA MENTAL O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 35 de 98www.grancursosonline.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 36 de 98www.grancursosonline.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 37 de 98www.grancursosonline.com.br LEIS ABOLICIONISTAS “Lei para Inglês ver” 1831 Proibia o Tráfico Negreiro para o Brasil. Bill Aberdeen (Lei Inglesa) 1845 Permitia navios britânicos atacarem navios negreiros. Eusébio de Queirós 1850 Proibiu de fato o tráfico negreiro para o Brasil. Lei do Ventre Livre 1871 Libertava todo filho de escravo nascido a partir da data. Lei do Sexagenário 1885 Libertava os escravos com mais de 60 anos. Lei Áurea 1888 Assinada pela Princesa Isabel, aboliu a escravidão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. 38 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos QUESTÕES COMENTADAS EM AULAQUESTÕES COMENTADAS EM AULA 001. 001. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Ao sair da província de Pernambuco, Darwin, cientista inglês, escreveu em diário, que posteriormente daria origem ao livro “A Origem das Espécies”: “No dia 19 de agosto, finalmente deixamos a costa do Brasil. Eu agradeço a Deus, nunca mais ter que visitar um país escravista.” (Charles Darwin). A história do Brasil está marcada pela presença da mão de obra escrava e de tudo o que ela representou para seu desenvolvimento econômico e cultural. Em relação ao tráfico de escravos para as terras pernambucanas, é CORRETO afirmar que a) na primeira metade do século XIX, a dinâmica do tráfico atlântico de escravos envolvia uma série de produtos, que eram levados pelos navios saídos da província de Pernambuco, rumo aos portos africanos. Dentre esses produtos, havia, inclusive, artigos das manufaturas europeias e norte-americana. b) a Lei de 7 de novembro de 1831, que declarava livre todos os escravos vindos de fora a partir daquela data, não impactou o comércio escravista de Pernambuco, pois estes continuaram sendo desembarcados nos portos desta província, sem qualquer fiscalização. c) os dados sobre a importação de escravos entre os anos de 1815 e 1824sugerem que tanto a Insurreição Pernambucana de 1817 como a Confederação do Equador (1824) diminuíram consideravelmente a entrada da mão de obra escrava. Em 1817, por exemplo, houve uma queda de cinquenta por cento em relação a 1815. d) os tratados de 1826 assinados entre Brasil e Inglaterra previam o fim do comércio atlântico de escravos em três anos. A partir daí, o número de importações cairia até não se registrar mais a entrada de africanos escravizados pós 1850. e) após várias revisões historiográficas, hoje é possível se afirmar que, ao menos na capitania de Pernambuco, o único fator que contribuiu para o fim do tráfico atlântico de escravos foi a pressão internacional. 002. 002. (UPNET/IAUPE/PM-PE/2016) O “desembarque de Sirinhaém”, em 1855, em Pernambuco, teria sido apenas mais um dos vários episódios de contrabando de escravos, caso não tivesse dado errado. Tudo começou quando o comandante do palhabote (espécie de embarcação também utilizada para o tráfico atlântico de escravos), invés de ancorar no engenho de João Manuel de Barros Wanderley, acabou parando nas terras do seu vizinho. Este, por sua vez, prontamente denunciou o caso às autoridades. A notícia acabou ganhando grande destaque na imprensa, por ter sido o último negreiro apreendido na costa brasileira com cativos africanos a bordo. (CARVALHO, M.J.M de. O desembarque nas praias: o funcionamento do tráfico de escravos depois de 1831. Revista de História, São Paulo, n. 167,julho/dezembro 2012. pp. 223-260). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pm-pe-pe-2018-upenet-iaupe-policial-militar-pm-soldado 39 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Em relação ao tráfico de escravos em Pernambuco, assinale a alternativa CORRETA: a) O desembarque de cativos africanos nos portos naturais das diversas praias que ficavam na Província de Pernambuco, mas distante o suficiente para dificultar a vistoria das autoridades imperiais, foi uma estratégia desenvolvida pelos atores que participavam do contrabando de africanos, para continuar fornecendo cativos para a capitania. b) Embora conhecida como “Lei para Inglês ver”, a Lei de 1831 contribuiu bastante para frear o ímpeto dos traficantes. Exemplo disso é que, em finais da década de 1830 e durante a década de 1840, o número de escravos que ingressaram na Província de Pernambuco diminuiu de forma vertiginosa. c) Embora a lei antitráfico tenha entrado em vigor desde 1831, as autoridades imperiais nada fizeram para deter o comércio ilegal nos portos das capitais provinciais. Exemplo disso foi o porto do Recife, que não teve seu cotidiano alterado, no que tange ao comércio atlântico de escravos. d) Embora muito alarmado pela imprensa provincial e nacional, o “Desembarque de Sirinháem” pode ser considerado uma exceção, pois a forte fiscalização da coroa impedia que fatos como este fossem corriqueiros. e) Por ser, à época do “Desembarque de Sirinhaém”, uma província com forte tendência abolicionista, Pernambuco quase não recebia mais escravos. Além disso, os políticos e as elites latifundiárias estavam mais interessados em fomentar a vinda de mão de obra livre do exterior, principalmente a dos chineses. 003. 003. (UPENET/IAUPE/PM PE / SOLDADO/2018) “Embora não tivessem sido as únicas formas de resistência coletiva sob a escravidão, a revolta e a formação de quilombos foram das mais importantes. Apesar de muitos quilombos terem se formado aos poucos, através da adesão de fugitivos individuais ou agrupados, outros tantos resultaram de fugas coletivas iniciadas em revoltas. Tal parece ter sido, por exemplo, o caso de Palmares.” REIS, João José. Quilombos e revoltas escravas no Brasil.) Certamente o quilombo do Palmares foi e ainda é considerado um marco da resistência escrava em Pernambuco, por todo significado e simbologia que existe em relação a ele. Todavia, ele não foi a única forma de resistência que os escravos africanos desenvolveram em solo pernambucano. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar que a) as atividades atribuídas a alguns escravos acabavam por facilitar uma possível fuga. Um escravo que trabalhava vendendo mercadorias precisava de maior mobilidade e flexibilidade em relação ao horário, possuindo maiores chances de se distanciar, antes que o dono soubesse o que, de fato, havia acontecido. b) o quilombo do Catucá, que se localizava nas proximidades das cidades do Recife e Olinda, foi um dos maiores problemas para as autoridades provinciais durante quase toda a segunda metade do século XIX. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pm-pe-pe-2018-upenet-iaupe-policial-militar-pm-soldado 40 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos c) apesar de a capoeira ser vista hoje como uma luta, ela não era praticada pelos escravos como forma de resistência. Nessa época, estava muito mais ligada ao lado lúdico e de diversão. d) o processo de catequese pelos quais passavam os escravos africanos permitiu que a religião africana praticamente desaparecesse do Brasil, no período imperial. Poucos eram os escravos que resistiam e continuavam a homenagear os orixás. e) ao contrário do medo existente entre os habitantes da Bahia e do Rio de Janeiro, a população de Pernambuco não estava assombrada por um grande levante de escravos, aos moldes do que ocorreu no Haiti. Isso se justificava pela enorme repressão exercida contra os escravos rebeldes na capitania de Pernambuco. 004. 004. (UPENET/IAUPE/PMPE/2016) Durante os três séculos, nos quais vigorou a escravidão no Brasil, a resistência de escravos tanto de origem africana quanto de origem indígena foi constante e tomou as mais diversas formas. No século XIX, quando a escravidão brasileira viveu seu apogeu com o maior afluxo de escravos africanos, o crescimento das cidades fez multiplicar nelas não apenas o número de escravos, mas também as formas de resistência, que se diversificavam cada vez mais. E, se as fugas sempre foram as mais famosas e emblemáticas dessas formas de resistência, nunca foram as únicas. Sobre elas, diz o historiador Marcus Carvalho: “Nunca faltaram fugas de escravos no Recife. Alguns se aproveitavam dos cortes que o Capibaribe fazia entre os bairros para se evadirem dentro da própria cidade em busca de dias melhores. Existem ainda casos mostrando o outro lado da história: fugas do Recife para o interior, ou até para fora da Província, buscando a distância do senhor ou a proximidade de parentes, amores, amigos e pessoas da mesma etnia ou nação.” (CARVALHO, M. J. M. Liberdade: Rotinas e Rupturas do Escravismo no Recife, 1822-1850. Recife: Ed. Univer- sitária da UFPE, 2010. P. 176) Tendo em vista esse cenário, assinale a alternativa INCORRETA. a) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX, caracterizou-se por ser um espaço de resistência contra a escravidão, que cresceu beneficiando-se dos muitos conflitos internos das próprias elites escravistas, principalmente nas chamadas insurreições liberais. b) O quilombo do Catucá, situado nas margens do Recife, na primeira metade do século XIX, cresceu associado a esse centro urbano, beneficiado das fugas de escravos do Recife e canaviais da região, chegando também a se expandir sobre toda a região antes dominadapor seu predecessor, o quilombo de Palmares. c) Com o crescimento da escravidão urbana no Recife do século XIX, começaram a se desenvolver novas formas de fugas, como as chamadas “fugas de portas a dentro”, quando um escravo urbano fugia de seu dono, mas permanecia na mesma cidade, agora servindo a um novo senhor com o qual havia estabelecido um processo de negociação. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 41 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos d) Construções culturais, como a capoeira, o maracatu, e mesmo o culto a determinados santos católicos, como São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, foram importantes formas de resistência cotidiana, elaboradas por escravos e exescravos nas margens da sociedade escravista e mesmo em suas instituições mais importantes, como a Igreja Católica. e) O trabalho escravo nos canaviais também gerava resistência, fosse na forma de revoltas e assassinatos de feitores, fosse na forma de sabotagens da produção. 005. 005. (UPNET/IAUPE/CBMPE/ 2017) Segundo o historiador Marcus Carvalho, alguns aspectos chamam a atenção na história social do Recife, na primeira metade dos oitocentos. Um deles é, sem dúvida, o ciclo das insurreições liberais, que se inicia com a Insurreição de 1817, passa pela Confederação do Equador em 1824 e termina com a Praieira em 1848. (CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de. Rumores e rebeliões: estratégias de resistência escrava no Recife de 1817-1848. Tempo,Vol. 3- n. 6, dezembro de 1998). Sobre esses movimentos, é CORRETO afirmar que a) alguns dos participantes da Insurreição Pernambucana de 1817 foram plantadores de algodão e cana, que circundavam o quilombo do Catucá. Ali também viveram muitos dos plantadores, que estiveram envolvidos na Confederação do Equador. Dessa forma, uma das consequências dessas insurreições foi a fuga de escravos para o referido quilombo. b) por serem insurreições liberais e essa doutrina não admitir a prática da escravidão, a abolição da escravatura e o fim do tráfico atlântico de escravos foram uma das bandeiras defendidas por todos os seus líderes. Essa medida fez com que os cativos pegassem em armas e lutassem contra as tropas reais. c) na década de 1840, havia duas facções competindo pelo poder na província de Pernambuco. O levante dos praieiros está relacionado com as disputas entre esses dois grupos das elites locais pelo governo de Pernambuco, não existindo, assim, nenhuma conexão com as disputas parlamentares na Corte. d) os descontentamentos resultantes da outorga da Constituição de 1817 pela corte foram claramente manifestados em Pernambuco. Esse fato acabou insuflando as elites pernambucanas que proclamaram a república, adotando, provisoriamente, a constituição estadunidense. e) entre mortos e feridos, o saldo da Revolução Praieira foi de quase novecentas pessoas. Mas diferente das Insurreições 1817 e 1824, a Praieira não contou com a participação da “população”. A presença das “classes perigosas” nas duas primeiras insurreições liberais fez com que a repressão fosse muito maior. Os rebeldes de 1817 foram esmagados de tal forma que até padres foram executados, algo inusitado no mundo colonial lusitano e que se repetiria em 1824. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 42 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 006. 006. (UPENET/IAUPE/CBMPE/2017) “O quilombo constitui questão relevante desde os primeiros focos de resistência dos africanos ao escravismo colonial, reaparece no Brasil/ república com a Frente Negra Brasileira (1930/40) e retorna à cena política no final dos anos 70, durante a redemocratização do país. Trata-se, portanto, de uma questão persistente, tendo na atualidade importante dimensão na luta dos afro-descendentes.” (LEITE, Ilka Boaventura. Os quilombos no Brasil: questões conceituais e normativas. Etnográfica, Vol. IV (2), 2000, pp. 333-354). Em relação aos Quilombos dos Palmares e do Catucá, assinale a alternativa CORRETA. a) A proximidade que o Quilombo do Catucá tinha do Recife, localizado entre as freguesias do Recife, Paratibe e Paulista, permitiu aos seus moradores elaborarem uma série de táticas de sobrevivência, que perpassavam pela cooperação da população negra livre e dos escravos dos engenhos próximos. b) Segundo os historiadores, os quilombos dos Palmares e do Catucá não possuíam elementos que os pudessem distinguir, até por que tanto as condições socioculturais que os formaram como a estrutura da Província de Pernambuco permaneciam as mesmas. c) A escassez de documentos que versem a respeito dos quilombos de modo geral torna toda a literatura existente sobre Palmares e Catucá ilações dos historiadores. Não existem, assim, informações precisas e verídicas que possibilitem se conhecerem esses locais de resistência escrava. d) Ao contrário do observado em Palmares, o Catucá não era um quilombo dividido em vários grupos no meio da floresta. Além disso, o único meio de vida dos quilombolas era a agricultura de subsistência, não praticando furtos nos engenhos e assaltos nas estradas. e) Quando finalmente os holandeses conseguiram vencer a resistência luso-brasileira, eles encontraram várias plantações queimadas, engenhos destruídos e escravos fugidos. Foi justamente nesse contexto de batalha que foram criadas as condições necessárias para o aparecimento do Quilombo dos Palmares. 007. 007. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020) “Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.” (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 43 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação. b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos. c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros escravizados que trouxe à sociedade brasileirada época um colapso tanto econômico quanto social. d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial. e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna. 008. 008. (UPENET/ UPE / IAUPE/PMPE/2009) Em 1888, o Brasil aboliu a escravidão em todo o território nacional. Foi um dos últimos países a libertar os escravos. Sobre a libertação dos escravos, analise as proposições abaixo. I – A abolição de quase 800 mil escravos foi fundamental para a modernização da economia brasileira, embora a modernização tenha demandado algum tempo para começar. II – Os escravos tiveram grandes dificuldades para se incorporarem ao mercado de trabalho livre. Muitos deles continuaram com seus antigos senhores. III – Do ponto de vista jurídico, os escravos libertos passaram a ser considerados cidadãos com todos os direitos concedidos pela constituição. IV – A escravidão institucionalizada foi rompida, porém muitas das relações da época do escravismo se mantiveram. O preconceito contra o trabalho, sobretudo o manual, foi um dos vestígios mais marcantes do tempo da escravidão. Está CORRETO o que se afirma em a) I, II e III, apenas. b) I e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) I, II, III e IV. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 44 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 009. 009. (UPENET/IAUPE/PM PE/ SOLDADO/2018) Segundo a historiadora Isabel Guillen ao se caminhar “...pelas ruas do Recife lembramos que a cidade foi palco de mais de trezentos anos de escravidão de populações africanas e seus descendentes... [Mas], parece que a história da escravidão e da cultura negra, herança da diáspora, permanece invisibilizada na cidade. Qualquer pessoa que transita pela cidade, seja um jovem estudante ou turista, encontrará parcas referências à história da escravidão e da cultura negra na região metropolitana do Recife: o busto de Zumbi na praça do Carmo, a estátua de Solano Lopes no Pátio de São Pedro; Dona Santa na praça defronte à rua Vidal de Negreiros, a Igreja de Nossa Senhora do Rosários dos Homens Pretos, alguns baobás plantados em praças na cidade... E pouco nada mais do que isso.” (http://www.encontro2018.historiaoral.org.br/resources/anais/8/1524268689_ARQUIVO_Lugaresdeme- moriadaculturanegraguillen.pdf) Em relação às manifestações culturais afrodescendentes do Recife, assinale a alternativa CORRETA. a) As práticas religiosas que foram elaboradas e (re)elaboradas pelos africanos escravizados e libertos e pelos seus descendentes ficaram conhecidas pela designação de religiões afro- brasileiras. Em Pernambuco, de uma maneira geral, essas práticas receberam o nome de xangô. b) O maracatu, segundo os historiadores, surgiu na capitania de Pernambuco, ainda no século XVI, como uma forma de dança ritual na qual os homens definiam suas futuras esposas. c) Ao contrário de outras manifestações culturais, o maracatu, graças à atuação da liga carnavalesca e de alguns folcloristas, pôde conservar sua forma de expressão. Assim, os atuais grupos de maracatus são praticamente idênticos aos que existiram ao longo do século XIX. d) A capoeira, apesar de ter surgido na África, teve, no Brasil, uma grande disseminação entre os escravos, que a praticavam como forma de luta. Após seus primeiros registros terem sido feitos na Bahia, chegou ao estado de Pernambuco possivelmente em finais do século XIX. e) As religiões africanas, introduzidas pelos escravos em Pernambuco, tiveram relativa liberdade, o que justifica, em certa medida, a sua existência até os dias de hoje. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br https://questoes.grancursosonline.com.br/prova/pm-pe-pe-2018-upenet-iaupe-policial-militar-pm-soldado 45 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos EXERCÍCIOSEXERCÍCIOS 010. 010. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, conduzido pelo governo central. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abordado, julgue o item. No permanente processo de construção da identidade nacional, a determinação legal para a introdução da história da África nos currículos escolares é mais uma conquista no esforço de resgatar e reconhecer a importância capital dos africanos e de seus descendentes para a configuração da sociedade brasileira. 011. 011. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, conduzido pelo governo central. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abordado, julgue o item. Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os níveis de ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão. 012. 012. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020) “Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.” (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 46 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que a) o abolicionismo foi uma formade excluir a participação de negros alforriados da vida pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação. b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos. c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico quanto social. d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial. e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna. 013. 013. (VUNESP/ESFCEX/CONHECIMENTOS GERAIS P/ TODOS OS CARGOS- 1º SIMULADO/2020) DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que tendo-Nos requeridos o Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós quanto antes jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que haviamos offerecido ás suas observações para serem depois presentes à nova Assembléa Constituinte mostrando o grande desejo, que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do Imperio, por lhes merecer a mais plena approvação, e delle esperarem a sua individual, e geral felicidade Política: Nós Jurámos o sobredito Projecto para o observarmos e fazermos observar, como Constituição, que dora em diante fica sendo deste Imperio a qual é do theor seguinte: CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituic ao/Constituicao24.htm >, acesso em: 10 jul. 2020, às 17h27. Sobre a Constituição de 1824, analise as afirmativas. I – Estabelecia o voto indireto e censitário (Votantes [100 mil réis] – Eleitores [200 mil] – Deputados [400 mil] – Senadores [800 mil]). II – O catolicismo foi oficializado como religião do Estado e qualquer outra só poderia ser exercida em culto doméstico. III – Criados de servir, menores de 25 anos e libertos podiam votar se comprovassem a renda de 200 mil réis. Marque a alternativa correta. a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente a alternativa II está correta. c) Somente as alternativas I e II estão corretas. d) Somente as alternativas I e III estão corretas. e) Todas as alternativas estão. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 47 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 014. 014. (UPNET/IAUPE/PMPE/SOLDADO/2016) Leia os textos a seguir: Texto I “A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um repertório inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais dinâmicos e em ambientes sociais desiguais...”. LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39. Texto II “A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada por vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda a história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E sim, anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”. Texto III “O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”. LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11. Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA. a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados, garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco. b) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas, sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade. c) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia. d) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da identidade e do respeito à diversidade cultural. e) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e rainhas do congo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 48 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 015. 015. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – HISTÓRIA/2016) Leia os fragmentos a seguir. I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós Queremos a Lei seguinte. Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu bordo escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades, ou pelos Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que não tiverem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que se encontrarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente apprehendidas, e consideradas em tentativa de importação de escravos. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.) II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados no serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangeira, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do Brazil. Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscalisar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem reexportados. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.) Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente, a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen. b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó. c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco deAraújo. d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz. e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó. 016. 016. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR – HISTÓRIA/2014) Leia a notícia a seguir: “E se alguém te dissesse que o Brasil está longe de ser um país multiétnico? – e que a Copa do Mundo evidencia isto de uma maneira muito simples? Em um texto publicado na última terça- feira no jornal inglês The Guardian, o repórter Felipe Araújo faz uma reflexão sobre a torcida brasileira na Copa do Mundo: ‘Cobrindo a Copa do Mundo como jornalista me encontrei participando de um jogo similar ao ‘Onde Está Wally?’, o problema é que a pergunta agora era mais séria: onde estão os negros? Passei por cinco cidades-sede até o momento e em todas elas a pergunta para a resposta estava distante de ser respondida – eu até perdi lances de gol enquanto procurava por negros nas torcidas.’” (Onde estão os negros? Texto do The Guardian. Pragmatismo político [on-line], 4 jul. 2014.) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 49 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos A reportagem publicada no jornal inglês abordou, com estranhamento, a flagrante discrepância entre o número de negros na população brasileira e a quantidade de negros presentes na torcida brasileira nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014. Desse ponto de vista, o campeonato futebolístico evidencia que o Brasil é um país racista, porque a desproporção apontada é consequência histórica da a) marginalização econômica da maioria da população negra. b) restrição física ao ingresso de brasileiros negros nos estádios. c) hostilidade de torcidas organizadas contra negros nas arquibancadas. d) segregação étnica realizada nos meses anteriores à Copa. e) cultura de cordialidade entre negros, vítimas de racismo, e seus agressores brancos e pardos. 017. 017. (IPAD/2010/PREFEITURA DE GOIANA – PE/ADMINISTRADOR DE REDES – 1) O abolicionismo encontrou no Norte do país um amplo campo de atuação, a partir do exemplo e das ações de homens como Joaquim Nabuco. No contexto goianense, a função principal do Clube Abolicionista era a) lutar pela aprovação de leis contrárias à escravidão. b) oferecer assistência jurídica a escravos e a ex-escravos. c) organizar rebeliões escravas. d) realizar conferências e conseguir donativos para alforrias. e) recuperar escravos feridos. 018. 018. (ESPCEX/2019) Ideias republicanas estavam presentes entre os brasileiros há tempos. No século XVIII, inspiraram movimentos contra o domínio português. Em 1870, um grupo de políticos lançou, no Rio de Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episódios, ocorridos na segunda metade do século XIX, abalaram o Império Brasileiro. Considerando os seguintes fatos: I – Questão Militar. II – Questão de Fronteiras. III – Questão Religiosa. IV – Questão da Cisplatina. V – Questão Abolicionista. Assinale abaixo a alternativa em que todas as proposições estão corretas no que se refere às questões que contribuíram para o fim do período Imperial Brasileiro. a) I e II. b) I, II e III. c) I, III e V. d) III, IV e V. e) IV e V. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 50 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 019. 019. (UPE/VESTIBULAR/2017) Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil viveu um período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais emergiam diante de uma estrutura política, que não atendia aos interesses de um grupo, a nova burguesia urbana, que ascendia no cenário político da época, buscando representação e participação na vida política brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até então. A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e escravista – via-se, então, em processo de desestruturação, sendo alvo de pesadas críticas. CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime monárquico. Fonte: http://www. encontro2008.rj.anpuh.org/resources/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA- ANPUH-2008.pdf Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político brasileiro, as quais tinham entre suas bandeiras a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão. b) a instituição do trabalho compulsório e da República. c) o início da industrialização e a ampliação da escravidão. d) o apoio à política migratória e a defesa do sistema parlamentar. e) a reforma no modelo político e a demarcação das terras indígenas. 020. 020. (INÉDITA/2023) É correto dizer que o tráfico negreiro transatlântico contou, em grande parte, com a participação decisiva: a) dos nativos africanos que, voluntariamente, ofereciam-se ao processo de escravidão. b) dos poderosos reinos africanos, que já praticavam a escravidão há séculos. c) dos poderosos reinos pré-colombianos, que já haviam dado início à escravização de africanos antes mesmo do descobrimento da América. d) dos chineses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em suas plantações de soja. e) dos japoneses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em suas plantações de arroz. 021. 021. (FATEC/VESTIBULAR/2012) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, “a Lei de Terras”. Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta. a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil. b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 51 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no “Act Homesteade” americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres. d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para os cafeicultores. e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil. 022. 022. (INÉDITA/2023) Além da política que estimulava a imigração de europeus para o Brasil, um dos efeitos do fim do tráfico negreiro transatlântico foi: a) o início da negociação de escravos entre o Brasil e o Sul dos Estados Unidos. b) a intensificação da atividade da Ku Klux Klan em solo brasileiro. c) a intensificação do tráfico negreiro interprovincial em solo brasileiro. d) a intensificação do processo de alforria em massa dos escravos negros nascidos no Brasil. e) a ação de traficantes clandestinos (piratas) que vendiam os negros em um mercado paralelo. 023. 023. (FUVEST/VESTIBULAR/2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográficados aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. (Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979. p; 105. Adaptado). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 52 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa: a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis. b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores. c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto outros os consideravam uma “mercadoria”. d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas. e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização. 024. 024. (ENEM/2013) O quilombo dos Palmares se transformou em um importante fato histórico através do qual, atualmente, o movimento negro brasileiro buscar manter viva a memória da resistência dos africanos escravizados contra a exploração vivenciada durante toda a história de ocupação do território que hoje chamamos de Brasil. Sobre os fatos relacionados ao quilombo dos Palmares, indique a alternativa abaixo que está incorreta: a) Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais começaram a impor a desarticulação de Palmares. b) O governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Zumbi, importante líder palmarino, assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”. c) A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. d) Instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas, Palmares se transformou em uma espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade. e) Pelo acordo de Recife, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região norte de Alagoas em troca da promessa de que o quilombo não recebesse mais nenhum africano fugido. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 53 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 025. 025. (UNIFESP/VESTIBULAR/2011) Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que: a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos. b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre. c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais para atender o mercado interno. d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório. e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas. 026. 026. (INÉDITA/2023) Leia as afirmações abaixo e selecione a alternativa INCORRETA: a) A Abolição da Escravatura no Brasil não veio acompanhada de nenhuma política que possibilitasse o desenvolvimento econômico dos negros libertos. b) A Lei Saraiva, de 1881, fez parte de uma reação conservadora que, prevendo o decreto da Abolição, criou mecanismos para impedir o voto dos analfabetos. c) A Lei do Ventre Livre determinava que todo filho de escravo nascido após 1871 deveria ser liberto imediatamente sem nenhum tipo de indenização. d) A Lei Saraiva-Cotejipe, também conhecida como Lei dos Sexagenários, libertava os escravos com mais de 60 anos de idade após três anos de serviço. e) A Lei Áurea foi realizada como forma de as elites barrarem o avanço do debate sobre a reforma agrária. 027. 027. (PUC-RIO/2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a. a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-obra. b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII. c) A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa. d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”. e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 54 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 028. 028. (FUVEST/2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalharpara pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.) Com base no texto, considere as afirmações abaixo: I – O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição. II – O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea. III – A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil. IV – A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão. V – As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual. São corretas apenas as afirmações: a) I, II e IV b) I, III e V c) I, IV e V d) II, III e IV e) III, IV e V O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 55 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 029. 029. (PUC-RIO/2007) Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade brasileira, durante o século XIX. Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento acerca da escravidão, assinale a única opção que NÃO apresenta uma característica correta. a) Os escravos especializados em algum ofício usufruíam de melhores condições de trabalho; viviam, nas cidades, como homens livres, e evitavam fugas ou revoltas. b) O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer critérios de distinção entre trabalhadores libertos (forros) e escravos. c) A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no Brasil, distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado, trazido pelo tráfico. d) As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria, em áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos de matizes raciais. e) As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos proprietários como a perda de um bem constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela captura. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 56 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 030. 030. (UDESC/2009) Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de café para onde tinham sido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31) Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma: I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor. II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo, mesmo dentro do sistema escravista. III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social. IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc. V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 57 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 031. 031. (ADVISE/2009) A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro? a) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era muito pequena. b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame escravidão. c) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase quarenta anos (1850-1888). d) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo. e) Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam a sua liberdade. 032. 032. (UFPB/2008) O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão. “O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.” (Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112). Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar: a) As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico inter continental e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões. b) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantaçõesde cana-de-açúcar, às minas e à produção do café. c) A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos. d) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras. e) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 58 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 033. 033. (ENEM/2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado). No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais c) optava pela via legalista de libertação d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos 034. 034. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2020) Com o objetivo de promover pouco a pouco a substituição do braço escravo na lavoura de café, recorreu-se, nos meados do século XIX, à colonização estrangeira, sob sistema de parceria. Pretendia-se, dessa maneira, conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais de povoamento com as necessidades do latifúndio cafeeiro. Contava-se com a experiência dos núcleos coloniais de povoamento cuja criação desde a vinda da Corte de D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada. A partir de então, havia se rompido definitivamente com as tradicionais restrições à fixação de estrangeiros na colônia. Estimulava-se a vinda de imigrantes. (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999) O trecho acima aponta um primeiro motivo para o incentivo à imigração: a substituição do trabalho escravo. Outros motivos pertinentes para se estimular a migração foram: a) a questão demográfica, reconhecendo-se a necessidade de povoamento do país, e o branqueamento da população que, à época, era composta majoritariamente por negros e indígenas. b) a chegada da família real com sua corte, o que trouxe a necessidade de mão de obra excedente, e a dificuldade de se controlar a população escrava. c) a crise do modelo agrário brasileiro, com a expulsão dos proprietários de suas terras tradicionais, e a falta de trabalhadores no vasto território do Império. d) a pluralização de povos, que estava nos planos imperiais de miscigenação da população, e a alta mortalidade da escravaria do campo. e) os problemas econômicos do Império, que já não possuía mais recursos para a compra de escravos africanos, cada vez mais caros, e o aumento da população de escravos e indígenas, que ameaçava os domínios de Pedro II. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 59 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 035. 035. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorporadas à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”. Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item. Na formação histórica do Brasil, as relações processadas via Atlântico são de tal ordem essenciais que se pode afirmar que “o Brasil também começa na África, e a África se prolonga no Brasil”. 036. 036. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorporadas à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”. Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item. Após longo período de esquecimento do significado da presença de vários grupos africanos no Brasil, espera-se que os professores identifiquem práticas sociais que atravessam o cotidiano escolar, mas que nunca estiveram no interior da escola. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 60 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 037. 037. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945),especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, conduzido pelo governo central. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abordado, julgue o item. Diferentemente do ocorrido no Brasil, a escravidão africana praticamente inexistiu nas demais regiões da América. 038. 038. (AOCP/IFB/PROF. DE HISTÓRIA/2016) No que diz respeito à história da África e aos primórdios do tráfico de escravos para Portugal e América, assinale a alternativa correta. a) Durante séculos, a África esteve praticamente isolada do comércio com outras regiões, à exceção do seu Norte. A partir do final do século XV e em um crescendo, ela foi incorporada ao novo sistema geoeconômico orientado para o Atlântico, ligando a Europa, a África e a América, naquilo que ficou conhecido como comércio triangular. b) Até a chegada dos portugueses à África, seus habitantes viviam em formas comunitárias de sociedade, desconhecendo a escravidão e praticando um comércio de escambo. Com a vinda dos portugueses, isso se alterou, com o surgimento de tribos especializadas na captura de africanos para transformá-los em escravos e na pilhagem. c) Ao chegarem à África, os portugueses apoderaram-se das saídas das grandes rotas do comércio de ouro e de escravos, que haviam sido estabelecidas há séculos. Impedidos de fazer seu comércio com outros povos e necessitando de uma série de bens que não conseguiam produzir, os africanos foram obrigados a fornecer escravos para os portugueses. d) Durante o século XV e o início do XVI, os portugueses estabeleceram inúmeras feitorias na costa ocidental, fazendo alianças com a população local e com seus chefes, para que participassem do comércio com os europeus, principalmente ouro e escravos. e) De início, os portugueses pretendiam instalar-se na África, organizando uma produção destinada à exportação para a Europa, mas a resistência dos africanos e a dificuldade em fazer alianças com os chefes tribais levou-os a optarem pelo Brasil, tornando o continente africano uma região fornecedora de braços para as propriedades agrícolas da América. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 61 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 039. 039. (AVANÇA SP/PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA – SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA - PEB II – HISTÓRIA/2022) Leia as afirmações abaixo sobre a história africana e suas relações com o Brasil e, a seguir, assinale a alternativa correta: I – muitos dos escravizados trazidos para o Brasil e que foram trabalhar em Minas ou Goiás vieram de regiões do interior do continente africano, das savanas e das bordas dos desertos. II – poucos dos escravos trazidos para o Brasil vieram de regiões do litoral do continente africano. III – No território brasileiro, reis e nobres africanos, vendidos por seus desafetos como escravos, buscaram, algumas vezes, reconstruir as estruturas políticas e religiosas das terras de onde haviam partido. a) Apenas a afirmativa I está correta. b) Apenas a afirmativa II está correta. c) Apenas a afirmativa III está correta. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As afirmativas I e III estão corretas. 040. 040. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir. A luta dos escravizados pela liberdade ocorreu tanto pela fuga e formação de quilombos, que representaram uma alternativa concreta à ordem escravista, quanto pela negociação: os escravos reivindicaram momentos livres para se dedicar a seus afazeres, a sua cultura e religiosidade, e a suas famílias, recebendo eventuais concessões. 041. 041. (CESPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2018) Tendo em vista que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) os itens a seguir, acerca das características básicas da produção brasileira no período colonial. No período em apreço, em que predominava a pluricultura de produtos, a produção aurífera mineira era voltada para a metrópole, e as indústrias básicas, como a metalurgia, empregavam uma pequena parcela de trabalhadores livres. 042. 042. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir. A concessão de alforria aos descendentes de africanos escravizados enfraqueceu as rebeliões escravas ao tornar-se mecanismo de distinção entre negros escravizados e negros e mulatos livres. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 62 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 043. 043. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do período imperial do Brasil, julgue o item a seguir. Para conter as rebeliões escravas, a Coroa portuguesa enrijeceu as leis que proibiam a reunião de escravos e institucionalizou a figura do capitão do mato, medidas que se mantiveram até o período Imperial quando a Revolta dos Malês, na Bahia, abalou a estrutura do sistema escravista de maneira semelhante à do quilombo de Palmares. 044. 044. (CESPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Julgue os itens a seguir, com relação aos traços gerais da organização e da formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação do Brasil ao império português. No âmbito do império português, a associação entre monocultura da cana-de-açúcar, trabalho escravo e grande propriedade surgiu no Nordeste brasileiro, com o custeamento da coroa. 045. 045. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2012) No século XVII, no atual território do estado de Alagoas, ocorreu a maior revolta de escravos realizada no Brasil e que se tornou célebre pela capacidade de estruturar economicamente a comunidade de libertos e de resistir ao cerco dos senhores e das autoridades. Esse importante fato histórico corresponde a) à Revolta de Penedo, cujo líder foi Duarte Coelho. b) à Revolta dos Emboabas, sob a liderança Caramuru. c) ao surgimento do Quilombo de Trindade, cujo líder foi Arariboia. d) à Revolta dos Malês, cujo líder foi Ganga. e) ao surgimento do Quilombo dos Palmares, cujo líder foi Zumbi. 046. 046. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2017) No início do século XV, a expansão marítima correspondia aos interesses diversos de classes, grupos sociais e instituições que compunham a sociedade portuguesa. Para os comerciantes, era a perspectiva de um bom negócio; para o rei, era a oportunidade de criar novas fontes de receita; para os nobres e os membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus cristianizando “povos bárbaros” resultava em recompensas e em cargos cada vez mais difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar significava, sobretudo, emigrar, tentar uma vida melhor. Daí a expansão ter-se convertido em uma espécie de grande projeto nacional ao qual todos, ou quase todos, aderiram e que atravessou os séculos. Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 23 (com adaptações). Considerando o contexto histórico da época Moderna apresentado no texto precedente, julgue os próximos itens.A produção dos engenhos das Alagoas na Capitania de Pernambuco voltava-se essencialmente ao consumo interno da população urbana que surgia na região, apesar da importância do açúcar para o comércio internacional da metrópole portuguesa. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 63 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 047. 047. (AOCP/PREFEITURA DE CAMAÇARI/PROF. DE HISTÓRIA/2013) O ensino da história e da cultura afro-brasileira e da africana proporciona reflexões importantes, uma delas é o termo “escravo”. Assinale a alternativa correta a respeito de tal termo. a) É corretamente atribuído ao negro africano. b) É corretamente atribuído a determinada condição de trabalho. c) É utilizado no Brasil colonial para designar as pessoas subalternas. d) Tem o mesmo significado tanto no Brasil colonial quanto na Grécia Antiga. e) Não tem utilidade no presente, já que não existe mais escravidão. 048. 048. (AOCP/PREF. MUNICIPAL DE LAGARTO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Conhecido desde a Antiguidade, o trabalho escravo foi responsável pelo desenvolvimento econômico do Brasil em sua fase de colonização. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. a) A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. b) Os escravos vinham em busca de uma vida melhor. c) A Lei do Ventre Livre colocou fim na escravidão. d) Os ingleses sempre foram favoráveis à escravidão no Brasil. e) O tráfico negreiro gerou riquezas visíveis para a África. 049. 049. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012) O autor da imagem ao lado foi o artista francês Jean-Baptiste Debret, que veio ao Brasil em 1816, como integrante da Missão Francesa, promovida por D. João VI. Sua estada foi longa, pois ficou no Brasil até 1831. Isso permitiu que ele produzisse uma grande quantidade de desenhos e pinturas sobre o povo e as paisagens brasileiras, além de interessantes relatos. Publicou os seus trabalhos no livro Viagem pitoresca e histórica do Brasil. Sobre a sociedade imperial retratada no quadro de Debret é possível afirmar que: a) Todos os escravos viviam em condições bastante semelhantes. b) Os senhores de escravos defendiam mais participação política dos seus escravos. c) A mulher tinha um papel de destaque na família patriarcal. d) Havia uma forte hierarquia na sociedade escravista que se expressava na vida cotidiana. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 64 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 050. 050. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR/SUPERIOR/2012) Canto das três raças Paulo César Pinheiro Ninguém ouviu Um soluçar de dor No canto do Brasil Um lamento triste Sempre ecoou Desde que o índio guerreiro Foi pro cativeiro E de lá cantou Negro entoou Um canto de revolta pelos ares No Quilombo dos Palmares Onde se refugiou Fora a luta dos Inconfidentes Pela quebra das correntes Nada adiantou E de guerra em paz De paz em guerra Todo o povo dessa terra Quando pode cantar Canta de dor ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô E ecoa noite e dia É ensurdecedor Ai, mas que agonia O canto do trabalhador Esse canto que devia Ser um canto de alegria Soa apenas Como um soluçar de dor O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 65 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Esta composição de Paulo César Pinheiro imortalizada pela voz de Clara Nunes representa um lamento em relação ao fato lamentável da escravidão no Brasil. Sobre esta assinale a única alternativa INCORRETA: a) A mão-de-obra escrava foi a base de sustentação da economia colonial e imperial. b) A identificação de escravos como crioulos revelava a sua condição de nascido no Brasil, diferente do africano que era o recém-chegado, trazido pelo tráfico. c) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pelo uso dos índios como mão-de-obra. d) A escravidão africana teve início com a descoberta do ouro na primeira metade do século XVIII na região, que hoje, chamamos de Minas Gerais. 051. 051. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012) Leitor, se não tens desprezo De vir descer às senzalas, Trocar tapetes e salas Por um alcouce cruel, Que o teu vestido bordado Vem comigo, mas ... cuidado ... Não fique no chão manchado, No chão do imundo bordel. Este é um trecho do poema “tragédia no lar” do poeta romântico Castro Alves. Conhecido como poeta dos escravos. Castro Alves se destacou por combater a escravidão no Brasil inspirando muitos abolicionistas. Sobre a Abolição no século XIX é possível afirmar que: a) Houve um processo gradual de abolição da escravidão a partir de 1850 com o fim do tráfico negreiro. b) O Movimento abolicionista surgiu na segunda metade do século XVIII, mas se ampliou durante o século XIX. c) O Brasil foi um dos primeiros países a abolir a escravidão na América. d) A promulgação da Lei Áurea contou com o apoio irrestrito dos grandes proprietários de terras. 052. 052. (UPENET/ IAUPE/CBMPE/2017) Leia com atenção o texto abaixo: Posso sair daqui pra me organizar (x2) Posso sair daqui pra desorganizar Da lama ao caos, do caos à lama (x2) o homem roubado nunca se engana O sol queimou, queimou a lama do rio Eu vi um chié andando devagar O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 66 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos E um aratu pra lá e pra cá E um caranguejo andando pro sul Saiu do mangue e virou gabiru Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e cebola Ia passando uma véia e pegou a minha cenoura “Aê minha véia deixa a cenoura aqui Com a barriga vazia eu não consigo dormir” E com o bucho mais cheio comecei a pensar Que eu me organizando posso desorganizar Que eu desorganizando posso me organizar Que eu me desorganizando posso me organizar. Da lama ao caos, do caos à lama o homem roubado nunca se engana Da lama ao caos, do caos à lama o homem roubado nunca se engana Chico Science & Nação Zumbi. Da Lama Ao Caos. 1994. Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA. a) O texto faz referência ao ecossistema dos mangues como símbolo da miséria e da pobreza e ilustra a necessidade de se proporem alternativas para sua extinção, na medida em que colaboram com a desorganização da cidade do Recife e dificultam o desenvolvimento. b) Da lama ao caos, do caos à lama é uma obra, que exemplifica o movimento Manguebeat, ocorrido na década de 70, na cidade do Recife, no sentido de resgatar a desvalorização da cultura local, influenciando movimentos culturais externos. c) No trecho do texto: “Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça”, o autor sinaliza a sua insatisfação com as heranças e influências culturais deixadas por Josué de Castro, Mestre Salustiano, Ariano Suassuna no surgimentodo movimento Manguebeat, na década de 90. d) O texto ilustra um movimento de renovação e valorização da cultura pernambucana, denominado de Manguebeat, nascido na década de 90, na cidade do Recife, pautado na mobilização e na contestação social, e traz a ideia de caos como referência às desigualdades e aos conflitos sociais. e) No texto, o caranguejo e o aratu representam a abundância dos recursos da natureza presentes nos manguezais, sendo esses recursos os responsáveis pela redução da fome e da miséria e por significativos avanços sociais, vistos na década de 70, momento em que nascia o Movimento Manguebeat. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 67 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos GABARITOGABARITO 1. a 2. a 3. a 4. b 5. a 6. a 7. e 8. e 9. a 10. C 11. E 12. e 13. c 14. d 15. b 16. a 17. d 18. c 19. a 20. b 21. d 22. c 23. e 24. b 25. d 26. c 27. c 28. b 29. a 30. d 31. b 32. e 33. c 34. a 35. C 36. C 37. E 38. d 39. e 40. C 41. E 42. C 43. E 44. E 45. e 46. E 47. b 48. a 49. d 50. d 51. a 52. d O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 68 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos GABARITO COMENTADOGABARITO COMENTADO 010. 010. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, conduzido pelo governo central. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abordado, julgue o item. No permanente processo de construção da identidade nacional, a determinação legal para a introdução da história da África nos currículos escolares é mais uma conquista no esforço de resgatar e reconhecer a importância capital dos africanos e de seus descendentes para a configuração da sociedade brasileira. A obrigatoriedade do ensino da História da África contribui para esse resgate. Certo. 011. 011. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, conduzido pelo governo central. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abordado, julgue o item. Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os níveis de ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão. De acordo com a legislação deve-se abordar questões culturais, sociais e políticas, ultrapassando o mero estudo estereotipado do negro como escravo. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 69 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 012. 012. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA MAGISTÉRIO DE HISTÓRIA/2020) “Por volta da década de 1880, era óbvio que a abolição estava iminente. O Parlamento, reagindo ao abolicionismo de dentro e de fora do país, vinha aprovando uma legislação gradualista. As crianças nascidas de mães escravas foram declaradas livres em 1871, e em 1885 a liberdade foi garantida para os escravos com idade superior a 65 anos. O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras, onde quase dois terços da população escrava estava concentrada. Com uma nova consciência de si mesmos e encontrando apoio em segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista, grandes números de escravos fugiram das fazendas. A escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada. Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição, embora alguns reivindicassem que os fazendeiros deviam ser indenizados pela perda de seus escravos.” (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos) Considerando o excerto e o que se sabe sobre o assunto discutido, é correto afirmar que a) o abolicionismo foi uma forma de excluir a participação de negros alforriados da vida pública brasileira, negando à população negra o direito ao trabalho, saúde e educação. b) um recurso inteligente e eficaz de controle político das províncias trazia como diferencial o ideal abolicionista que pregava a igualdade entre todos os seres humanos. c) a contestação do poder central criou um processo de libertação indiscriminado de negros escravizados que trouxe à sociedade brasileira da época um colapso tanto econômico quanto social. d) os princípios democráticos, republicanos e de liberdade, construídos de maneira rápida e eficaz, foram difundidos nas províncias distantes e isoladas do vasto território imperial. e) o abolicionismo corresponde a uma conjugação de ideias e valores contrários à perpetuação da escravidão em uma sociedade que se pretendia moderna. É muito importante que você leia os textos com atenção. Note que a alternativa “e” concorda com as afirmações: “era óbvio que a abolição estava iminente”, “O movimento abolicionista tornou-se irresistível nas áreas cafeeiras”, “segmentos da população que simpatizavam com a causa abolicionista”, “a escravidão tornou-se uma instituição desmoralizada”, “Quase ninguém opunha-se à ideia de abolição...” Letra e. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 70 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 013. 013. (VUNESP/ESFCEX/CONHECIMENTOS GERAIS P/ TODOS OS CARGOS- 1º SIMULADO/2020) DOM PEDRO PRIMEIRO, POR GRAÇA DE DEOS, e Unanime Acclamação dos Povos, Imperador Constitucional, e Defensor Perpetuo do Brazil: Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que tendo-Nos requeridos o Povos deste Imperio, juntos em Camaras, que Nós quanto antes jurassemos e fizessemos jurar o Projecto de Constituição, que haviamos offerecido ás suas observações para serem depois presentes à nova Assembléa Constituinte mostrando o grande desejo, que tinham, de que elle se observasse já como Constituição do Imperio, por lhes merecer a mais plena approvação, e delle esperarem a sua individual, e geral felicidade Política: Nós Jurámos o sobredito Projecto para o observarmos e fazermos observar, como Constituição, que dora em diante fica sendo deste Imperio aqual é do theor seguinte: CONSTITUICÃO POLITICA DO IMPERIO DO BRAZIL. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituic ao/Constituicao24.htm >, acesso em: 10 jul. 2020, às 17h27. Sobre a Constituição de 1824, analise as afirmativas. I – Estabelecia o voto indireto e censitário (Votantes [100 mil réis] – Eleitores [200 mil] – Deputados [400 mil] – Senadores [800 mil]). II – O catolicismo foi oficializado como religião do Estado e qualquer outra só poderia ser exercida em culto doméstico. III – Criados de servir, menores de 25 anos e libertos podiam votar se comprovassem a renda de 200 mil réis. Marque a alternativa correta. a) Somente a alternativa I está correta. b) Somente a alternativa II está correta. c) Somente as alternativas I e II estão corretas. d) Somente as alternativas I e III estão corretas. e) Todas as alternativas estão. A alternativa III está incorreta porque, mesmo com renda, os criados de servir, os menores de 25 anos e os libertos foram excluídos de participação. Vale ressaltar que as mulheres eram excluídas de direitos políticos pelas normas sociais. Letra c. 014. 014. (UPNET/IAUPE/PMPE/SOLDADO/2016) Leia os textos a seguir: Texto I “A cultura Afrodescendente tem sido muitas vezes reificada, apresentada como um repertório inerte de tradições, como se não estivesse enraizada em processos culturais dinâmicos e em ambientes sociais desiguais...”. LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afro-descendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 39. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 71 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Texto II “A cultura e o folclore são meus / Mas os livros foi você quem escreveu... / Perseguidos sem direito nem escolas / Como podiam registrar as suas glórias / Nossa memória foi contada por vocês / E é julgada verdadeira como a própria lei / Por isso, temos registrado em toda a história / Uma mísera parte de nossas vitórias / Por isso, não temos sopa na colher / E sim, anjinhos para dizer que o lado mau é o Candomblé...”. Texto III “O preconceito racial a que são submetidos não só os maracatuzeiros e maracatuzeiras mas toda a população negra desta cidade está oculto nas falas, nos procedimentos, nos gestos...”. LIMA, I. M. de F.; GUILLEN, I. C. M. Cultura afrodescendente no Recife: maracatus, valentes e catimbós. Recife: Bagaço, 2007. p. 11. Com base nos textos, analise aspectos das manifestações culturais Afro-Brasileiras em Pernambuco e assinale a alternativa CORRETA. a) O livre exercício dos cultos religiosos bem como a proteção dos locais onde são realizados, garantidos pela Constituição de 1988, foram decisivos para que não houvesse, nos últimos anos, casos de intolerância religiosa em Pernambuco. b) A permanência da cultura Afro-brasileira em Pernambuco demonstra que os afrodescendentes, após a abolição da escravatura, tiveram suas condições sociais alteradas, sendo reconhecidos e respeitados pelo Estado brasileiro bem como por sua sociedade. c) Embora muito praticada em Pernambuco nos tempos de hoje, a capoeira só chegou a esse Estado graças ao desenvolvimento da capoeira regional e capoeira de angola na Bahia. d) A permanência da herança cultural afrodescendente no estado de Pernambuco só foi possível devido às táticas estabelecidas pelos sujeitos históricos, que partilhavam e partilham esses códigos culturais, constituindo-se em uma atitude de resistência em defesa da identidade e do respeito à diversidade cultural. e) A herança cultural afrodescendente em Pernambuco, como o maracatu, são verdadeiras reproduções dos costumes africanos. No caso, o maracatu era a antiga coroação dos reis e rainhas do congo. A história de resistência da população negra se deu das mais variadas formas, com as manifestações e tradições culturais sendo exemplo disto. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 72 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 015. 015. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO – HISTÓRIA/2016) Leia os fragmentos a seguir. I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós Queremos a Lei seguinte. Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encontradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu bordo escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades, ou pelos Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que não tiverem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que se encontrarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente apprehendidas, e consideradas em tentativa de importação de escravos. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.) II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço de embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados no serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangeira, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do Brazil. Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscalisar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem reexportados. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.) Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente, a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen. b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó. c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco de Araújo. d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz. e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó. Muito fácil! Listei, inclusive, os parágrafos da Lei Feijó no corpo do texto sobre a Questão Abolicionista. Tenha em mente que você deverá saber identificar cada uma das leis abolicionistas. Na seção Mapas Mentais, encontrará uma tabela resumindo essas leis. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 73 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 016. 016. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR – HISTÓRIA/2014) Leia a notícia a seguir: “E se alguém te dissesse que o Brasil está longe de ser um país multiétnico? – e que a Copa do Mundo evidencia isto de uma maneira muito simples? Em um texto publicado na última terça- feira no jornal inglês The Guardian, o repórter Felipe Araújo faz uma reflexão sobre a torcida brasileira na Copa do Mundo: ‘Cobrindo a Copa do Mundo como jornalista me encontrei participando de um jogo similar ao ‘Onde Está Wally?’, o problema é que apergunta agora era mais séria: onde estão os negros? Passei por cinco cidades-sede até o momento e em todas elas a pergunta para a resposta estava distante de ser respondida – eu até perdi lances de gol enquanto procurava por negros nas torcidas.’” (Onde estão os negros? Texto do The Guardian. Pragmatismo político [on-line], 4 jul. 2014.) A reportagem publicada no jornal inglês abordou, com estranhamento, a flagrante discrepância entre o número de negros na população brasileira e a quantidade de negros presentes na torcida brasileira nos estádios durante a Copa do Mundo de 2014. Desse ponto de vista, o campeonato futebolístico evidencia que o Brasil é um país racista, porque a desproporção apontada é consequência histórica da a) marginalização econômica da maioria da população negra. b) restrição física ao ingresso de brasileiros negros nos estádios. c) hostilidade de torcidas organizadas contra negros nas arquibancadas. d) segregação étnica realizada nos meses anteriores à Copa. e) cultura de cordialidade entre negros, vítimas de racismo, e seus agressores brancos e pardos. Questão exige conhecimento acerca do processo da abolição da escravatura. Como vimos, não houve uma política social para os ex escravos após o fim da escravidão. Essas políticas sociais somente surgiram em finais do século XX, com o programa Bolsa Família de Fernando Henrique Cardoso e com o sistema de cotas, já no Governo Lula. Letra a. 017. 017. (IPAD/2010/PREFEITURA DE GOIANA – PE/ADMINISTRADOR DE REDES – 1) O abolicionismo encontrou no Norte do país um amplo campo de atuação, a partir do exemplo e das ações de homens como Joaquim Nabuco. No contexto goianense, a função principal do Clube Abolicionista era a) lutar pela aprovação de leis contrárias à escravidão. b) oferecer assistência jurídica a escravos e a ex-escravos. c) organizar rebeliões escravas. d) realizar conferências e conseguir donativos para alforrias. e) recuperar escravos feridos. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 74 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Os clubes ou associações abolicionistas tinha suas atuações voltadas para a libertação dos escravos. No caso específico do clube abolicionista de Goiana, realizavam conferências para conseguir donativos para as alforrias. Letra d. 018. 018. (ESPCEX/2019) Ideias republicanas estavam presentes entre os brasileiros há tempos. No século XVIII, inspiraram movimentos contra o domínio português. Em 1870, um grupo de políticos lançou, no Rio de Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episódios, ocorridos na segunda metade do século XIX, abalaram o Império Brasileiro. Considerando os seguintes fatos: I – Questão Militar. II – Questão de Fronteiras. III – Questão Religiosa. IV – Questão da Cisplatina. V – Questão Abolicionista. Assinale abaixo a alternativa em que todas as proposições estão corretas no que se refere às questões que contribuíram para o fim do período Imperial Brasileiro. a) I e II. b) I, II e III. c) I, III e V. d) III, IV e V. e) IV e V. A monarquia perdeu o apoio ideológico da igreja, o apoio financeiro dos senhores de escravos que esperavam uma compensação pela abolição, e o apoio do exército, influenciado pelos ideais positivistas republicanos. Letra c. 019. 019. (UPE/VESTIBULAR/2017) Durante a segunda metade do século XIX, o Brasil viveu um período extremamente turbulento em sua História. Novos ideais emergiam diante de uma estrutura política, que não atendia aos interesses de um grupo, a nova burguesia urbana, que ascendia no cenário político da época, buscando representação e participação na vida política brasileira. Contudo, não encontravam espaço no sistema, que vigorava até então. A base de sustentação do Império – a monarquia monocultora e escravista – via-se, então, em processo de desestruturação, sendo alvo de pesadas críticas. CARVALHO, Mariana Nunes de. Intelectuais, imprensa e a contestação ao regime monárquico. Fonte: http:// www.encontro2008.rj.anpuh.org/resources/content/anais/1212976674_ARQUIVO_MARIANA-ANPUH-2008. pdf O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 75 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Esse momento relatado propiciou várias contestações do sistema político brasileiro, as quais tinham entre suas bandeiras a) o fim da monarquia e a abolição da escravidão. b) a instituição do trabalho compulsório e da República. c) o início da industrialização e a ampliação da escravidão. d) o apoio à política migratória e a defesa do sistema parlamentar. e) a reforma no modelo político e a demarcação das terras indígenas. b) Errada. Ao contrário, queriam o fim e não a instituição do trabalho compulsório (escravo). c) Errada. Restrição da escravidão. d) Errada. Defendiam, no período, o sistema republicano. e) Errada. Não havia nenhuma discussão acerca da demarcação de terras indígenas. Letra a. 020. 020. (INÉDITA/2023) É correto dizer que o tráfico negreiro transatlântico contou, em grande parte, com a participação decisiva: a) dos nativos africanos que, voluntariamente, ofereciam-se ao processo de escravidão. b) dos poderosos reinos africanos, que já praticavam a escravidão há séculos. c) dos poderosos reinos pré-colombianos, que já haviam dado início à escravização de africanos antes mesmo do descobrimento da América. d) dos chineses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em suas plantações de soja. e) dos japoneses, que também tinham interesse no uso da mão de obra escrava negra em suas plantações de arroz. A escravidão no continente africano, assim como nos continentes europeu e asiático, remonta à Idade Antiga. Antes mesmo do contato com muçulmanos e europeus, os reinos africanos subjugavam tribos inteiras e tornavam seus membros escravos. A prática de fornecimento de escravos a reinos fora do continente africano, por parte de reinos como Benin, Angola, Mali e Songhai, já era muito expressiva antes da colonização europeia da América. A entrada de portugueses e espanhóis no tráfico inaugurou a fase mais predatória e lucrativa de um negócio que já existia. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 76 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 021. 021. (FATEC/VESTIBULAR/2012) Em 4 de setembro de 1850, foi sancionada no Brasil a Lei Eusébio de Queirós (ministro da Justiça), que abolia o tráfico negreiro em nosso país. Em decorrência dessa lei, o governo imperial brasileiro aprovou outra, “a Lei de Terras”. Dentre as alternativas a seguir, assinale a correta. a) A Lei de Terras facilitava a ocupação de propriedades pelos imigrantes que passaram a chegar ao Brasil. b) A Lei de Terras dificultou a posse das terras pelos imigrantes, mas facilitou aos negros libertos o acesso a elas. c) O governo imperial, temendo o controle das terras pelos coronéis, inspirou-se no “Act Homesteade” americano, para realizar uma distribuição de terras aos camponeses mais pobres. d) A Lei de Terras visava a aumentar o valor das terras e obrigar os imigrantes a vender sua força de trabalho para oscafeicultores. e) O objetivo do governo imperial, com esta lei, era proteger e regularizar a situação das dezenas de quilombos que existiam no Brasil. A Lei de Terras, implementada em 1850, objetivava redefinir a questão sobre a posse de terras no Brasil, contrabalançando-a com a questão do fim da participação do país no tráfico negreiro transatlântico e a questão da chegada de imigrantes europeus. Parte do projeto original da lei foi vetado pelos políticos ligados à elite cafeicultora, a quem não interessava o acesso fácil à terra tanto por parte de ex-escravos quanto por parte de colonos imigrantes. Letra d. 022. 022. (INÉDITA/2023) Além da política que estimulava a imigração de europeus para o Brasil, um dos efeitos do fim do tráfico negreiro transatlântico foi: a) o início da negociação de escravos entre o Brasil e o Sul dos Estados Unidos. b) a intensificação da atividade da Ku Klux Klan em solo brasileiro. c) a intensificação do tráfico negreiro interprovincial em solo brasileiro. d) a intensificação do processo de alforria em massa dos escravos negros nascidos no Brasil. e) a ação de traficantes clandestinos (piratas) que vendiam os negros em um mercado paralelo. Um dos efeitos mais evidentes do fim do tráfico negreiro transatlântico foi a intensificação do tráfico interprovincial, isto é, entre as províncias do Império do Brasil. Essa nova modalidade de negociação de escravos deu sobrevida não apenas ao trabalho escravo em si, mas também à renda que se obtinha com a própria atividade dos traficantes. Letra c. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 77 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 023. 023. (FUVEST/VESTIBULAR/2012) Os indígenas foram também utilizados em determinados momentos, e sobretudo na fase inicial [da colonização do Brasil]; nem se podia colocar problema nenhum de maior ou melhor “aptidão” ao trabalho escravo (...). O que talvez tenha importado é a rarefação demográfica dos aborígines, e as dificuldades de seu apresamento, transporte, etc. Mas na “preferência” pelo africano revela-se, mais uma vez, a engrenagem do sistema mercantilista de colonização; esta se processa num sistema de relações tendentes a promover a acumulação primitiva de capitais na metrópole; ora, o tráfico negreiro, isto é, o abastecimento das colônias com escravos, abria um novo e importante setor do comércio colonial, enquanto o apresamento dos indígenas era um negócio interno da colônia. Assim, os ganhos comerciais resultantes da preação dos aborígines mantinham-se na colônia, com os colonos empenhados nesse “gênero de vida”; a acumulação gerada no comércio de africanos, entretanto, fluía para a metrópole; realizavam-na os mercadores metropolitanos, engajados no abastecimento dessa “mercadoria”. Esse talvez seja o segredo da melhor “adaptação” do negro à lavoura... escravista. Paradoxalmente, é a partir do tráfico negreiro que se pode entender a escravidão africana colonial, e não o contrário. (Fernando Novais. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial. São Paulo: Hucitec, 1979. p; 105. Adaptado). Nesse trecho, o autor afirma que, na América portuguesa: a) os escravos indígenas eram de mais fácil obtenção do que os de origem africana, e por isso a metrópole optou pelo uso dos primeiros, já que eram mais produtivos e mais rentáveis. b) os escravos africanos aceitavam melhor o trabalho duro dos canaviais do que os indígenas, o que justificava o empenho de comerciantes metropolitanos em gastar mais para a obtenção, na África, daqueles trabalhadores. c) o comércio negreiro só pôde prosperar porque alguns mercadores metropolitanos preocupavam-se com as condições de vida dos trabalhadores africanos, enquanto outros os consideravam uma “mercadoria”. d) a rentabilidade propiciada pelo emprego da mão de obra indígena contribuiu decisivamente para que, a partir de certo momento, também escravos africanos fossem empregados na lavoura, o que resultou em um lucrativo comércio de pessoas. e) o principal motivo da adoção da mão de obra de origem africana era o fato de que esta precisava ser transportada de outro continente, o que implicava a abertura de um rentável comércio para a metrópole, que se articulava perfeitamente às estruturas do sistema de colonização. A lucratividade do tráfico negreiro foi a principal motivação para que houvesse a substituição da mão de obra escrava indígena pela negra. Letra e. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 78 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 024. 024. (ENEM/2013) O quilombo dos Palmares se transformou em um importante fato histórico através do qual, atualmente, o movimento negro brasileiro buscar manter viva a memória da resistência dos africanos escravizados contra a exploração vivenciada durante toda a história de ocupação do território que hoje chamamos de Brasil. Sobre os fatos relacionados ao quilombo dos Palmares, indique a alternativa abaixo que está incorreta: a) Em 1694, sob a liderança do bandeirante paulista Domingos Jorge Velho, as forças oficiais começaram a impor a desarticulação de Palmares. b) O governador de Pernambuco, Aires Sousa e Castro, e Zumbi, importante líder palmarino, assinaram o chamado “acordo de 1678” ou “acordo de Recife”. c) A prosperidade e a capacidade de organização desse imenso quilombo representaram uma séria ameaça para a ordem escravocrata vigente. Não por acaso, vários governos que controlaram a região organizaram expedições que tinham por objetivo estabelecer a destruição definitiva de Palmares. d) Instalado na serra da Barriga, atual região de Alagoas, Palmares se transformou em uma espécie de confederação, que abrigava os vários quilombos que existiam naquela localidade. e) Pelo acordo de Recife, o governo pernambucano reconhecia a liberdade de todos os negros nascidos em Palmares e concedia a utilização dos terrenos localizados na região norte de Alagoas em troca da promessa de que o quilombo não recebesse mais nenhum africano fugido. O quilombo dos Palmares se transformou em um importante fato histórico através do qual, atualmente, o movimento negro brasileiro buscar manter viva a memória da resistência dos africanos escravizados contra a exploração vivenciada. Letra b. 025. 025. (UNIFESP/VESTIBULAR/2011) Com relação à economia da cana-de-açúcar e da pecuária no Nordeste durante o período colonial, é correto afirmar que: a) por serem as duas atividades essenciais e complementares, portanto as mais permanentes, foram as que mais usaram escravos. b) a primeira, tecnologicamente mais complexa, recorria à escravidão, e a segunda, tecnologicamente mais simples, ao trabalho livre. c) a técnica era rudimentar em ambas, na agricultura por causa da escravidão, e na criação de animais para atender o mercado interno. d) tanto em uma quanto em outra, desenvolveram-se formas mistas e sofisticadas de trabalho livre e de trabalho compulsório. e) por serem diferentes e independentes uma da outra, não se pode estabelecer qualquer tentativa de comparação entre ambas. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br79 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos a) Errada. Não diferencia a pecuária como atividade realizada por força de trabalho livre; b) Errada. Afirmar que a técnica era rudimentar em ambas, sendo que na produção do açúcar, as técnicas eram sofisticadas; c) Errada. A afirmação não considera que na produção do açúcar a mão de obra era essencialmente escrava; e) Errada. É sim possível fazer comparação entre os dois tipos de economia. Letra d. 026. 026. (INÉDITA/2023) Leia as afirmações abaixo e selecione a alternativa INCORRETA: a) A Abolição da Escravatura no Brasil não veio acompanhada de nenhuma política que possibilitasse o desenvolvimento econômico dos negros libertos. b) A Lei Saraiva, de 1881, fez parte de uma reação conservadora que, prevendo o decreto da Abolição, criou mecanismos para impedir o voto dos analfabetos. c) A Lei do Ventre Livre determinava que todo filho de escravo nascido após 1871 deveria ser liberto imediatamente sem nenhum tipo de indenização. d) A Lei Saraiva-Cotejipe, também conhecida como Lei dos Sexagenários, libertava os escravos com mais de 60 anos de idade após três anos de serviço. e) A Lei Áurea foi realizada como forma de as elites barrarem o avanço do debate sobre a reforma agrária. A Lei do Ventre Livre, decretada em 1871, não estipulava a alforria imediata para os filhos de escravos nascidos a partir de 1871. Ela determinava que os filhos de escravos seriam retidos até os 8 anos de idade e, caso libertos, seu antigo dono deveria ser indenizado. Mas se o “senhor” optasse, ele poderia permanecer com esse escravo até os 21 anos e, após isso, seria obrigado a libertá-lo. Nesse caso, não havia indenização estipulada. Letra c. 027. 027. (PUC-RIO/2009) Sobre as características da sociedade escravista colonial da América portuguesa estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO de uma. Indique-a. a) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pela utilização dos índios - denominados “negros da terra” - como mão-de-obra. b) Na América portuguesa, ocorreu o predomínio da utilização da mão-de-obra escrava africana seja em áreas ligadas à agro-exportação, como o nordeste açucareiro a partir do final do século XVI, seja na região mineradora a partir do século XVIII. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 80 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos c) A partir do século XVI, com a introdução da mão-de-obra escrava africana, a escravidão indígena acabou por completo em todas as regiões da América portuguesa. d) Em algumas regiões da América portuguesa, os senhores permitiram que alguns de seus escravos pudessem realizar uma lavoura de subsistência dentro dos latifúndios agroexportadores, o que os historiadores denominam de “brecha camponesa”. e) Nas cidades coloniais da América portuguesa, escravos e escravas trabalharam vendendo mercadorias como doces, legumes e frutas, sendo conhecidos como “escravos de ganho”. A escravidão indígena continuou ocorrendo, inclusive, na colônia portuguesa. Letra c. 028. 028. (FUVEST/2009) Trabalho escravo ou escravidão por dívida é uma forma de escravidão que consiste na privação da liberdade de uma pessoa (ou grupo), que fica obrigada a trabalhar para pagar uma dívida que o empregador alega ter sido contraída no momento da contratação. Essa forma de escravidão já existia no Brasil, quando era preponderante a escravidão de negros africanos que os transformava legalmente em propriedade dos seus senhores. As leis abolicionistas não se referiram à escravidão por dívida. Na atualidade, pelo artigo 149 do Código Penal Brasileiro, o conceito de redução de pessoas à condição de escravos foi ampliado de modo a incluir também os casos de situação degradante e de jornadas de trabalho excessivas. (Adaptado de Neide Estergi. A luta contra o trabalho escravo, 2007.) Com base no texto, considere as afirmações abaixo: I – O escravo africano era propriedade de seus senhores no período anterior à Abolição. II – O trabalho escravo foi extinto, em todas as suas formas, com a Lei Áurea. III – A escravidão de negros africanos não é a única modalidade de trabalho escravo na história do Brasil. IV – A privação da liberdade de uma pessoa, sob a alegação de dívida contraída no momento do contrato de trabalho, não é uma modalidade de escravidão. V – As jornadas excessivas e a situação degradante de trabalho são consideradas formas de escravidão pela legislação brasileira atual. São corretas apenas as afirmações: a) I, II e IV b) I, III e V c) I, IV e V d) II, III e IV e) III, IV e V O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 81 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Afirmativa II: Incorreta. Apesar da abolição pela Lei Áurea (1888), ainda hoje é possível encontrar casos de trabalho escravo, sejam em fazendas mais isoladas, até casos de trabalhadoras domésticas. Afirmativa IV: Incorreta. Deixar uma pessoa presa a um trabalho em razão de uma dívida é sim caracterização de trabalho escravo. Letra b. 029. 029. (PUC-RIO/2007) Cartazes, como o acima, registram algumas das características da escravidão na sociedade brasileira, durante o século XIX. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 82 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Com base nas informações contidas no documento e no seu conhecimento acerca da escravidão, assinale a única opção que NÃO apresenta uma característica correta. a) Os escravos especializados em algum ofício usufruíam de melhores condições de trabalho; viviam, nas cidades, como homens livres, e evitavam fugas ou revoltas. b) O costume de andar calçado era um símbolo de status social que permitia estabelecer critérios de distinção entre trabalhadores libertos (forros) e escravos. c) A identificação do escravo como “crioulo” apontava para sua condição de nascido no Brasil, distinguindo-o, do “africano”, o recém-chegado, trazido pelo tráfico. d) As diferenças entre escravos e “forros”, isto é, cativos que haviam conseguido sua alforria, em áreas urbanas, eram pouco expressivas em termos de matizes raciais. e) As fugas de escravos, a despeito de sua recorrência, eram compreendidas pelos proprietários como a perda de um bem constituído, o que justificava o pagamento de recompensa pela captura. Apesar de os escravos especializados serem mais valorizados pelos senhores, não viviam como homens livres, fugiam sim e participavam de revoltas. Letra a. 030. 030. (UDESC/2009) Em 17 de março de 1872 pelo menos duas dezenas de escravos liderados pelo escravo chamado Bonifácio avançaram sobre José Moreira Veludo, proprietário da Casa de Comissões (lojas de venda e compra de escravos) em que se encontravam, e lhe meteram a lenha. Em depoimento à polícia, o escravo Gonçalo assim justificou o ataque: Tendo ido anteontem para a casa de Veludo para ser vendido foi convidado por Filomeno e outros para se associar com eles para matarem Veludo para não irem para a fazenda de café para onde tinhamsido vendidos. (Apud: CHALHOUB, Sidney, 1990, p. 30 31) Com base no caso citado acima e considerando o fato e a historiografia recente sobre os escravos e a escravidão no Brasil, é possível entender os escravos e a forma como se relacionavam com a escravidão da seguinte forma: I – O escravo era uma coisa, ou seja, estava sujeito ao poder e ao domínio de seu proprietário. Privado de todo e qualquer direito, incapaz de agir com autonomia, o escravo era politicamente inexpressivo, expressando passivamente os significados sociais impostos pelo seu senhor. II – Nem passivos e nem rebeldes valorosos e indomáveis, estudos recentes informam que os escravos eram capazes de se organizar e se contrapor por meio de brigas ou desordens àquilo que não consideravam justo, mesmo dentro do sistema escravista. III – Incidentes, como no texto acima, denotam rebeldia e violência por parte dos escravos. O ataque ao Senhor Veludo, além de relevar o banditismo e a delinquência dos escravos, só permite uma única interpretação: barbárie social. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 83 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos IV – O tráfico interno no Brasil deslocava milhares de escravos de um lugar para outro. Na iminência de serem subitamente arrancados de seus locais de origem, da companhia de seus familiares e do trabalho com o qual estavam acostumados, muitos reagiram agredindo seus novos senhores, atacando os donos de Casas de Comissões, etc. V – Pesquisas recentes sobre os escravos no Brasil trazem uma série de exemplos, como o texto citado acima, que se contrapõem e desconstroem mitos célebres da historiografia tradicional: que os escravos eram apenas peças econômicas, sem vontades que orientassem suas próprias ações. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras. b) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. c) Somente as afirmativas I, II, IV e V são verdadeiras. d) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras. e) Todas as afirmativas são verdadeiras. Afirmativa I: Falsa. A afirmativa desconsidera as lutas e a resistência empreendida por essas populações escravizadas. Afirmativa III: Falsa. A afirmativa é preconceituosa, denotando que a luta e a resistência contra a escravidão era uma delinquência. Letra d. 031. 031. (ADVISE/2009) A escravidão negra no Brasil teve várias facetas. Dentre as assertivas a seguir, qual não pode ser considerada uma marca do escravismo brasileiro? a) A vida nos engenhos era dura e penosa. Por isso, a expectativa de vida dos escravos era muito pequena. b) Todos os escravos se reconheciam como iguais e lutaram juntos pelo fim da infame escravidão. c) O processo de derrocada da escravidão foi lento e gradual, durando, legalmente falando, quase quarenta anos (1850-1888). d) Era relativamente comum ao “preto forro”, caso tivesse algum pecúlio, adquirir um escravo. e) Os escravos que conseguiam, ao longo de muito anos de trabalho duro, juntar algum cabedal compravam a sua liberdade. A maioria dos escravos foi aculturada. Ademais, muitos temiam os castigos que poderiam receber caso fossem pegos fugindo ou auxiliando alguém a fugir. Letra b. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 84 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 032. 032. (UFPB/2008) O texto, a seguir, retrata uma das mais tristes páginas da história do Brasil: a escravidão. “O bojo dos navios da danação e da morte era o ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens.” (Fonte: BUENO, Eduardo. Brasil: uma história: a incrível saga de um país. São Paulo: Ática, 2003. p. 112). Sobre a escravidão como atividade econômica no Brasil Colônia, é correto afirmar: a) As pressões inglesas, para que o tráfico de escravos continuasse, aumentaram após 1850. Porém, no Brasil, com a Lei Eusébio de Queiróz, ocorreu o fim do tráfico inter continental e, praticamente, desapareceu o tráfico interno entre as regiões. b) A mão-de-obra escrava no Brasil, diferente de outros lugares, não era permitida em atividades econômicas complementares. Por isso, destinaram-se escravos exclusivamente às plantações de cana-de-açúcar, às minas e à produção do café. c) A compra e posse de escravos, durante todo o período em que perdurou a escravidão, só foi permitida para quem pudesse manter um número de, pelo menos, 30 cativos. Essa proibição justificava-se, devido aos altos custos para se ter escravos. d) Muitos cativos, no início da escravidão, conseguiam a liberdade, após adquirirem a carta de alforria. Isso explica o grande número de ex-escravos que, na Paraíba, conseguiram tornar-se grandes proprietários de terras. e) Os escravos, amontoados e em condições desumanas, eram transportados da África para o Brasil, nos porões dos navios negreiros, como forma de diminuição de custos. Com isso, muitos cativos morriam antes de chegarem ao destino. a) Errada. As pressões inglesas aumentaram a partir de 1850 para acabar com o tráfico de escravos. b) Errada. Lembre-se dos Escravos de Ganho. c) Errada. Poderiam ter quantos escravos quisessem. d) Errada. A maioria das alforrias ocorreram no século XIX. Ainda, os libertos não se tornaram proprietários de terra. Letra e. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 85 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 033. 033. (ENEM/2013) A escravidão não há de ser suprimida no Brasil por uma guerra servil, muito menos por insurreições ou atentados locais. Não deve sê-lo, tampouco, por uma guerra civil, como o foi nos Estados Unidos. Ela poderia desaparecer, talvez, depois de uma revolução, como aconteceu na França, sendo essa revolução obra exclusiva da população livre. É no Parlamento e não em fazendas ou quilombos do interior, nem nas ruas e praças das cidades, que se há de ganhar, ou perder, a causa da liberdade. NABUCO, J. O abolicionismo [1883]. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: Publifolha, 2000 (adaptado). No texto, Joaquim Nabuco defende um projeto político sobre como deveria ocorrer o fim da escravidão no Brasil, no qual a) copiava o modelo haitiano de emancipação negra. b) incentivava a conquista de alforrias por meio de ações judiciais c) optava pela via legalista de libertação d) priorizava a negociação em torno das indenizações aos senhores. e) antecipava a libertação paternalista dos cativos Questão interpretativa. No texto, Joaquim Nabuco defende a política e as negociações para conseguir-se o fim da escravidão. Nesse sentido, defendia a mudança na legislação para alcançar a abolição. a) Errada. O modelo haitiano é o da revolução (Revolução Haitiana de 1791 que resultou numa república de ex-escravos). b) Errada. Apesar de a alforria como via legal de liberdade, defendia uma mudança na lei para extinguir a escravidão. d) Errada. Não priorizou a indenização, e sim a mudança na legislação.e) Errada. A afirmação não faz sentido. Letra c. 034. 034. (VUNESP/ESFCEX/OFICIAL - ÁREA ADMINISTRAÇÃO/2020) Com o objetivo de promover pouco a pouco a substituição do braço escravo na lavoura de café, recorreu-se, nos meados do século XIX, à colonização estrangeira, sob sistema de parceria. Pretendia-se, dessa maneira, conciliar fórmulas usadas nos núcleos coloniais de povoamento com as necessidades do latifúndio cafeeiro. Contava-se com a experiência dos núcleos coloniais de povoamento cuja criação desde a vinda da Corte de D. João VI para o Brasil tinha sido estimulada. A partir de então, havia se rompido definitivamente com as tradicionais restrições à fixação de estrangeiros na colônia. Estimulava-se a vinda de imigrantes. (Emília Viotti da Costa. Da monarquia à república: momentos decisivos. 6. ed. São Paulo: Fundação Editora da UNESP, 1999) O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 86 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos O trecho anterior aponta um primeiro motivo para o incentivo à imigração: a substituição do trabalho escravo. Outros motivos pertinentes para se estimular a migração foram: a) a questão demográfica, reconhecendo-se a necessidade de povoamento do país, e o branqueamento da população que, à época, era composta majoritariamente por negros e indígenas. b) a chegada da família real com sua corte, o que trouxe a necessidade de mão de obra excedente, e a dificuldade de se controlar a população escrava. c) a crise do modelo agrário brasileiro, com a expulsão dos proprietários de suas terras tradicionais, e a falta de trabalhadores no vasto território do Império. d) a pluralização de povos, que estava nos planos imperiais de miscigenação da população, e a alta mortalidade da escravaria do campo. e) os problemas econômicos do Império, que já não possuía mais recursos para a compra de escravos africanos, cada vez mais caros, e o aumento da população de escravos e indígenas, que ameaçava os domínios de Pedro II. A política de “branqueamento” foi estimulada pelo Estado, acreditando em teorias de que o “sangue” branco, por ser superior, suplantaria a raça negra com o passar das gerações. Além disso, a ideia de vazio demográfico, que desconsiderava os territórios dos povos indígenas, buscava legitimar a invasão destas áreas pelo Estado. A solução foi a imigração de europeus, que chegavam ao Brasil em grandes quantidades, fugidos das guerras e da fome na Europa no ultimo terço do século XIX. Letra a. 035. 035. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorporadas à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 87 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item. Na formação histórica do Brasil, as relações processadas via Atlântico são de tal ordem essenciais que se pode afirmar que “o Brasil também começa na África, e a África se prolonga no Brasil”. Os laços culturais que envolvem a África e o Brasil, e não só ele mas o continente americano, permitem o argumento da afirmativa. Certo. 036. 036. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR – HISTÓRIA/2017) África e América foram incorporadas à história ocidental a partir do expansionismo comercial e marítimo europeu do início dos tempos modernos. O processo de exploração colonial desses continentes seguiu a lógica econômica e política que, na Europa, caracterizava a transição do feudalismo ao capitalismo. Nas palavras de um ex-diretor geral da Unesco, “hoje, torna-se evidente que a herança africana marcou, em maior ou menor grau, dependendo do lugar, os modos de sentir, pensar, sonhar e agir de certas nações do hemisfério ocidental. Do sul dos Estados Unidos ao norte do Brasil, passando pelo Caribe e pela costa do Pacífico, as contribuições culturais herdadas da África são visíveis por toda parte; em certos casos, chegam a constituir os fundamentos essenciais da identidade cultural de alguns segmentos mais importantes da população”. Tendo por referência inicial as informações contidas no texto acima e considerando aspectos significativos do ensino de história, da história da América e de suas identidades, bem como da história africana e de suas relações com o exterior, julgue o item. Após longo período de esquecimento do significado da presença de vários grupos africanos no Brasil, espera-se que os professores identifiquem práticas sociais que atravessam o cotidiano escolar, mas que nunca estiveram no interior da escola. A ideia é fazer com que os alunos se identifiquem com essas práticas ou as reconheça como legítimas. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 88 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 037. 037. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO - HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República, em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo (1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo sistemático, conduzido pelo governo central. Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema abordado, julgue o item. Diferentemente do ocorrido no Brasil, a escravidão africana praticamente inexistiu nas demais regiões da América. Muito fácil! A escravidão africana existiu na maior parte do continente americano. Errado. 038. 038. (AOCP/IFB/PROF. DE HISTÓRIA/2016) No que diz respeito à história da África e aos primórdios do tráfico de escravos para Portugal e América, assinale a alternativa correta. a) Durante séculos, a África esteve praticamente isolada do comércio com outras regiões, à exceção do seu Norte. A partir do final do século XV e em um crescendo, ela foi incorporada ao novo sistema geoeconômico orientado para o Atlântico, ligando a Europa, a África e aAmérica, naquilo que ficou conhecido como comércio triangular. b) Até a chegada dos portugueses à África, seus habitantes viviam em formas comunitárias de sociedade, desconhecendo a escravidão e praticando um comércio de escambo. Com a vinda dos portugueses, isso se alterou, com o surgimento de tribos especializadas na captura de africanos para transformá-los em escravos e na pilhagem. c) Ao chegarem à África, os portugueses apoderaram-se das saídas das grandes rotas do comércio de ouro e de escravos, que haviam sido estabelecidas há séculos. Impedidos de fazer seu comércio com outros povos e necessitando de uma série de bens que não conseguiam produzir, os africanos foram obrigados a fornecer escravos para os portugueses. d) Durante o século XV e o início do XVI, os portugueses estabeleceram inúmeras feitorias na costa ocidental, fazendo alianças com a população local e com seus chefes, para que participassem do comércio com os europeus, principalmente ouro e escravos. e) De início, os portugueses pretendiam instalar-se na África, organizando uma produção destinada à exportação para a Europa, mas a resistência dos africanos e a dificuldade em fazer alianças com os chefes tribais levou-os a optarem pelo Brasil, tornando o continente africano uma região fornecedora de braços para as propriedades agrícolas da América. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 89 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Esta questão, em particular, pode levar o candidato a entender que a alternativa A estaria correta. Entretanto, a África não esteve isolada do comércio com outras regiões, realizando interações com variados povos que atracavam seus navios no litoral. A alternativa correta é a letra D, pois os portugueses somente conseguiram empreender o comercio de escravos construindo feitorias e realizando acordos com chefes tribais locais. Letra d. 039. 039. (AVANÇA SP/PREFEITURA DE LARANJAL PAULISTA – SP/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA - PEB II – HISTÓRIA/2022) Leia as afirmações abaixo sobre a história africana e suas relações com o Brasil e, a seguir, assinale a alternativa correta: I – muitos dos escravizados trazidos para o Brasil e que foram trabalhar em Minas ou Goiás vieram de regiões do interior do continente africano, das savanas e das bordas dos desertos. II – poucos dos escravos trazidos para o Brasil vieram de regiões do litoral do continente africano. III – No território brasileiro, reis e nobres africanos, vendidos por seus desafetos como escravos, buscaram, algumas vezes, reconstruir as estruturas políticas e religiosas das terras de onde haviam partido. a) Apenas a afirmativa I está correta. b) Apenas a afirmativa II está correta. c) Apenas a afirmativa III está correta. d) As afirmativas I e II estão corretas. e) As afirmativas I e III estão corretas. Afirmativa II: Incorreta. A maioria dos escravos que foram trazidos para o Brasil vieram do interior do continente africano. Letra e. 040. 040. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir. A luta dos escravizados pela liberdade ocorreu tanto pela fuga e formação de quilombos, que representaram uma alternativa concreta à ordem escravista, quanto pela negociação: os escravos reivindicaram momentos livres para se dedicar a seus afazeres, a sua cultura e religiosidade, e a suas famílias, recebendo eventuais concessões. Exemplo dessas concessões dadas aos escravos são os festejos e celebrações religiosas, além da prática da capoeira. Certo. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 90 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 041. 041. (CESPE/IRBR/TERCEIRO SECRETÁRIO DA CARREIRA DE DIPLOMATA/2018) Tendo em vista que, como colônia de Portugal, o Brasil fazia parte do mercantilismo da Idade Moderna, que tinha no sistema colonial um dos fatores fundamentais do processo de acumulação primitiva da Europa nos séculos XVI, XVII e XVIII, julgue (C ou E) os itens a seguir, acerca das características básicas da produção brasileira no período colonial. No período em apreço, em que predominava a pluricultura de produtos, a produção aurífera mineira era voltada para a metrópole, e as indústrias básicas, como a metalurgia, empregavam uma pequena parcela de trabalhadores livres. Muito errada e com pegadinhas. No período não predominava a pluricultura e não existiam indústrias, proibidas pela coroa portuguesa para não competir com os produtos produzidos na metrópole. Errado. 042. 042. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do período imperial do Brasil, julgue os itens a seguir. A concessão de alforria aos descendentes de africanos escravizados enfraqueceu as rebeliões escravas ao tornar-se mecanismo de distinção entre negros escravizados e negros e mulatos livres. Uma estratégia utilizada pela coroa portuguesa para enfraquecer os movimentos de revolta de escravos era criar condições para que uma minoria conseguisse sua liberdade através das cartas de alforria. Certo. 043. 043. (CESPE/SEDUC-AL/PROFESSOR/2018) A respeito da história do período colonial e do período imperial do Brasil, julgue o item a seguir. Para conter as rebeliões escravas, a Coroa portuguesa enrijeceu as leis que proibiam a reunião de escravos e institucionalizou a figura do capitão do mato, medidas que se mantiveram até o período Imperial quando a Revolta dos Malês, na Bahia, abalou a estrutura do sistema escravista de maneira semelhante à do quilombo de Palmares. São inúmeras informações erradas. A coroa não institucionalizou a figura do capitão do mato. Ela existia, mas não em algum regramento documentado pela Coroa. Além disso, a Revolta dos Malês não teve tanta ressonância quanto a de Palmares. Errado. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 91 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 044. 044. (CESPE/IPHAN/ANALISTA I/2018) Julgue os itens a seguir, com relação aos traços gerais da organização e da formação do espaço geográfico brasileiro na época da incorporação do Brasil ao império português. No âmbito do império português, a associação entre monocultura da cana-de-açúcar, trabalho escravo e grande propriedade surgiu no Nordeste brasileiro, com o custeamento da coroa. A afirmação está correta até a última oração, pois a criação das Capitanias Hereditárias visava justamente terceirizar a atividade açucareira, sem custos para a Coroa Portuguesa. Errado. 045. 045. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2012) No século XVII, no atual território do estado de Alagoas, ocorreu a maior revolta de escravos realizada no Brasil e que se tornou célebre pela capacidade de estruturar economicamente a comunidade de libertos e de resistir ao cerco dos senhores e das autoridades. Esse importante fato histórico corresponde a) à Revolta de Penedo, cujo líder foi Duarte Coelho. b) à Revolta dos Emboabas, sob a liderança Caramuru. c) ao surgimento do Quilombo de Trindade, cujo líder foi Arariboia. d) à Revolta dos Malês, cujo líder foiGanga. e) ao surgimento do Quilombo dos Palmares, cujo líder foi Zumbi. O Quilombo dos Palmares foi o maior quilombo estruturado em território brasileiro. Resistiu a inúmeras investidas dos senhores e das autoridades da Coroa Portuguesa até sua derrocada. Letra e. 046. 046. (CESPE/PM-AL/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2017) No início do século XV, a expansão marítima correspondia aos interesses diversos de classes, grupos sociais e instituições que compunham a sociedade portuguesa. Para os comerciantes, era a perspectiva de um bom negócio; para o rei, era a oportunidade de criar novas fontes de receita; para os nobres e os membros da Igreja, servir ao rei ou servir a Deus cristianizando “povos bárbaros” resultava em recompensas e em cargos cada vez mais difíceis de conseguir, nos estreitos quadros da Metrópole; para o povo, lançar-se ao mar significava, sobretudo, emigrar, tentar uma vida melhor. Daí a expansão ter-se convertido em uma espécie de grande projeto nacional ao qual todos, ou quase todos, aderiram e que atravessou os séculos. Boris Fausto. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 1995. p. 23 (com adaptações). O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 92 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Considerando o contexto histórico da época Moderna apresentado no texto precedente, julgue os próximos itens. A produção dos engenhos das Alagoas na Capitania de Pernambuco voltava-se essencialmente ao consumo interno da população urbana que surgia na região, apesar da importância do açúcar para o comércio internacional da metrópole portuguesa. A produção dos engenhos visava exclusivamente o mercado externo, de acordo com o interesse da Coroa Portuguesa. Errado. 047. 047. (AOCP/PREFEITURA DE CAMAÇARI/PROF. DE HISTÓRIA/2013) O ensino da história e da cultura afro-brasileira e da africana proporciona reflexões importantes, uma delas é o termo “escravo”. Assinale a alternativa correta a respeito de tal termo. a) É corretamente atribuído ao negro africano. b) É corretamente atribuído a determinada condição de trabalho. c) É utilizado no Brasil colonial para designar as pessoas subalternas. d) Tem o mesmo significado tanto no Brasil colonial quanto na Grécia Antiga. e) Não tem utilidade no presente, já que não existe mais escravidão. Atenção concurseiro(a)! Essa é uma questão de interpretação da realidade. Você não pode associar o termo escravo ao negro africano pelo simples fato de que ser negro não é igual à condição de escravo. Escravo é termo corretamente atribuído a uma condição de trabalho. Outro detalhe é que, na Grécia Antiga, existia a escravidão por dívida. Letra b. 048. 048. (AOCP/PREF. MUNICIPAL DE LAGARTO/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2011) Conhecido desde a Antiguidade, o trabalho escravo foi responsável pelo desenvolvimento econômico do Brasil em sua fase de colonização. Sobre o assunto, assinale a alternativa correta. a) A escravidão no Brasil durou mais de 300 anos. b) Os escravos vinham em busca de uma vida melhor. c) A Lei do Ventre Livre colocou fim na escravidão. d) Os ingleses sempre foram favoráveis à escravidão no Brasil. e) O tráfico negreiro gerou riquezas visíveis para a África. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 93 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos a) Certa. A escravidão durou de 1530 a 1888. b) Errada. Os escravos vieram forçados. c) Errada. A lei áurea pôs fim a escravidão. d) Errada. Os ingleses pressionaram o Brasil pela abolição. e) Errada. É perceptível hoje a miséria africana decorrente da escravidão e do imperialismo. Letra a. 049. 049. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012) O autor da imagem ao lado foi o artista francês Jean-Baptiste Debret, que veio ao Brasil em 1816, como integrante da Missão Francesa, promovida por D. João VI. Sua estada foi longa, pois ficou no Brasil até 1831. Isso permitiu que ele produzisse uma grande quantidade de desenhos e pinturas sobre o povo e as paisagens brasileiras, além de interessantes relatos. Publicou os seus trabalhos no livro Viagem pitoresca e histórica do Brasil. Sobre a sociedade imperial retratada no quadro de Debret é possível afirmar que: a) Todos os escravos viviam em condições bastante semelhantes. b) Os senhores de escravos defendiam mais participação política dos seus escravos. c) A mulher tinha um papel de destaque na família patriarcal. d) Havia uma forte hierarquia na sociedade escravista que se expressava na vida cotidiana. Querido(a), é importante que você consiga interpretar documentos iconográficos. Pela imagem, é possível perceber a hierarquia da sociedade escravista. Numa fila indiana, em primeiro lugar vem o senhor, depois usa filhas, o que se imagina a esposa e, ao final os escravos. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 94 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos 050. 050. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR/SUPERIOR/2012) Canto das três raças Paulo César Pinheiro Ninguém ouviu Um soluçar de dor No canto do Brasil Um lamento triste Sempre ecoou Desde que o índio guerreiro Foi pro cativeiro E de lá cantou Negro entoou Um canto de revolta pelos ares No Quilombo dos Palmares Onde se refugiou Fora a luta dos Inconfidentes Pela quebra das correntes Nada adiantou E de guerra em paz De paz em guerra Todo o povo dessa terra Quando pode cantar Canta de dor ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô ô, ô, ô, ô, ô, ô E ecoa noite e dia É ensurdecedor Ai, mas que agonia O canto do trabalhador Esse canto que devia Ser um canto de alegria Soa apenas Como um soluçar de dor O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 95 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Esta composição de Paulo César Pinheiro imortalizada pela voz de Clara Nunes representa um lamento em relação ao fato lamentável da escravidão no Brasil. Sobre esta assinale a única alternativa INCORRETA: a) A mão-de-obra escrava foi a base de sustentação da economia colonial e imperial. b) A identificação de escravos como crioulos revelava a sua condição de nascido no Brasil, diferente do africano que era o recém-chegado, trazido pelo tráfico. c) O início do processo de colonização na América portuguesa foi marcado pelo uso dos índios como mão-de-obra. d) A escravidão africana teve início com a descoberta do ouro na primeira metade do século XVIII na região, que hoje, chamamos de Minas Gerais. Querido(a), essa é pra gabaritar! Lembre-se do mapa mental sobre os ciclos econômicos. Pela ordem cronológica: pau-brasil, cana-de-açúcar, ouro, café. Também se lembre do MEL (monocultura, escravidão, exportação, latifúndio) da economia açucareira. Agora basta um mero exercício de lógica: a alternativa afirma que a escravidão começou com a descoberta do ouro,no entanto, se o açúcar surgiu antes e utilizava da mão de obra escrava, a alternativa D só pode estar errada. Letra d. 051. 051. (IBFC/PMRJ/POLICIAL MILITAR - SUPERIOR/2012) Leitor, se não tens desprezo De vir descer às senzalas, Trocar tapetes e salas Por um alcouce cruel, Que o teu vestido bordado Vem comigo, mas ... cuidado ... Não fique no chão manchado, No chão do imundo bordel. Este é um trecho do poema “tragédia no lar” do poeta romântico Castro Alves. Conhecido como poeta dos escravos. Castro Alves se destacou por combater a escravidão no Brasil inspirando muitos abolicionistas. Sobre a Abolição no século XIX é possível afirmar que: a) Houve um processo gradual de abolição da escravidão a partir de 1850 com o fim do tráfico negreiro. b) O Movimento abolicionista surgiu na segunda metade do século XVIII, mas se ampliou durante o século XIX. c) O Brasil foi um dos primeiros países a abolir a escravidão na América. d) A promulgação da Lei Áurea contou com o apoio irrestrito dos grandes proprietários de terras. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 96 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos a) Certa. A abolição da escravidão no Brasil ocorreu de maneira lenta e gradual a partir da proibição do tráfico negreiro em 1850, apesar de o tráfico ilegal continuar existindo até a abolição. b) Errada. O movimento abolicionista surgiu na segunda metade do século XIX. c) Errada. O Brasil foi o último país a abolir a escravidão. d) Errada. Os grandes proprietários de terra se sentiram lesados pelo império que não os indenizou. Letra a. 052. 052. (UPENET/ IAUPE/CBMPE/2017) Leia com atenção o texto abaixo: Posso sair daqui pra me organizar (x2) Posso sair daqui pra desorganizar Da lama ao caos, do caos à lama (x2) o homem roubado nunca se engana O sol queimou, queimou a lama do rio Eu vi um chié andando devagar E um aratu pra lá e pra cá E um caranguejo andando pro sul Saiu do mangue e virou gabiru Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça Quanto mais miséria tem, mais urubu ameaça Peguei um balaio fui na feira roubar tomate e cebola Ia passando uma véia e pegou a minha cenoura “Aê minha véia deixa a cenoura aqui Com a barriga vazia eu não consigo dormir” E com o bucho mais cheio comecei a pensar Que eu me organizando posso desorganizar Que eu desorganizando posso me organizar Que eu me desorganizando posso me organizar. Da lama ao caos, do caos à lama o homem roubado nunca se engana Da lama ao caos, do caos à lama o homem roubado nunca se engana Chico Science & Nação Zumbi. Da Lama Ao Caos. 1994. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br 97 de 98www.grancursosonline.com.br HistóriA Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco Daniel Vasconcellos Sobre ele, assinale a alternativa CORRETA. a) O texto faz referência ao ecossistema dos mangues como símbolo da miséria e da pobreza e ilustra a necessidade de se proporem alternativas para sua extinção, na medida em que colaboram com a desorganização da cidade do Recife e dificultam o desenvolvimento. b) Da lama ao caos, do caos à lama é uma obra, que exemplifica o movimento Manguebeat, ocorrido na década de 70, na cidade do Recife, no sentido de resgatar a desvalorização da cultura local, influenciando movimentos culturais externos. c) No trecho do texto: “Ô Josué, eu nunca vi tamanha desgraça”, o autor sinaliza a sua insatisfação com as heranças e influências culturais deixadas por Josué de Castro, Mestre Salustiano, Ariano Suassuna no surgimento do movimento Manguebeat, na década de 90. d) O texto ilustra um movimento de renovação e valorização da cultura pernambucana, denominado de Manguebeat, nascido na década de 90, na cidade do Recife, pautado na mobilização e na contestação social, e traz a ideia de caos como referência às desigualdades e aos conflitos sociais. e) No texto, o caranguejo e o aratu representam a abundância dos recursos da natureza presentes nos manguezais, sendo esses recursos os responsáveis pela redução da fome e da miséria e por significativos avanços sociais, vistos na década de 70, momento em que nascia o Movimento Manguebeat. Querido(a), procure ver clipes de Chico Science & Nação Zumbi. A banca costuma cobrá-lo em suas provas. Tanto que seguirão questões sobre a temática na lista de exercícios ao final desta aula. Foi um movimento de contracultura com letras de músicas que retratam o cotidiano urbano do Recife e denunciam questões sociais. Também foi caracterizado pela ressignificação de ritmos como o maracatu e o rock. Letra d. O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. https://www.grancursosonline.com.br Abra caminhos crie futuros gran.com.br O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para douglas eduardo - 10971430403, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal. Sumário Escravidão e Cultura Africana em Pernambuco 1. O Tráfico Transatlântico de Escravos para Terras Pernambucanas 2. Cotidiano e Formas de Resistência Escrava em Pernambuco 2.1. Quilombo dos Palmares 2.2. Quilombo do Catucá 2.3. Divino Mestre 3. Crise da Lavoura Canavieira 4. A Participação dos Políticos Pernambucanos no Processo de Emancipação/Abolição da Escravatura 5. Herança Afro-descente em Pernambuco Resumo Mapa Mental Questões Comentadas em Aula Exercícios Gabarito Gabarito Comentado