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Psicologia Hospitalar A significação da Psicologia no Contexto Hospitalar “... mudanças recentes na forma de inserção dos psicólogos na saúde e a abertura de novos campos de atuação tem introduzido transformações qualitativas na pratica que requerem, por sua vez, novas perspectivas teóricas. ” A psicologia da saúde é algo mais ampla do que em psicologia hospitalar. A psicologia hospitalar pegou conhecimentos “emprestados” de várias áreas como a da psicologia clínica, a organizacional e psicologia da saúde. A psicologia hospitalar também está ligada a religião por causa de toda a caridade em que os pacientes chegavam, os “loucos” e as pessoas que eram para ser “escondida” da sociedade e que esses funcionários acabavam acolhendo. Psicologia Hospitalar – processo de constituição Utilização de recursos técnicos e metodológicos “emprestados” das mais diversas áreas do saber psicológico – tentativa de delimitação de sua identidade. Dificuldades estruturais – inexistência de um paradigma claro – estratégias indefinidas. Exercício de legitimação do saber – dificuldade confundida com incapacidade. “(...) em psicologia hospitalar o pesquisador vê-se em posição diversa. Ele ainda não pode colocar-se diante de uma estrutura organizada, pois ela ainda não foi estabelecida universalmente. ” Se tem um objetivo claro consegue-se ter uma ideia melhor do que realmente vai acontecer, já se não tem, fica uma questão que paira perante a sociedade e nessa época era muito difícil entrar em um consenso com todos juntos. Psicólogos – resolver, cada um, o problema a sua maneira. Isso quer dizer que cada psicólogo dessa época resolvia os problemas que iam surgindo à sua maneira e não tinha uma abordagem “certa” para resolver os problemas que chegavam ao hospital e isso acabou gerando uma discussão entre os psicólogos hospitalares. Mas afinal, como definir a especificidade da atuação do psicólogo hospitalar? Estágio pré-paradigmático – estabelecimento de consenso sobre questões teóricas e metodológicas. Fundamentação (teoricamente) no saber biopsicossocial – atuação interdisciplinar, isso quer dizer que, vários profissionais cuidavam de apenas um paciente. O que é psicologia hospitalar? Como reproduzir os fundamentos da psicologia nas instituições de saúde? Qual é o papel do psicólogo no hospital? Quais são os seus objetivos? Quais são os limites de sua prática e como se dá essa pratica? Como diferenciar linhas e abordagens tão distintas em prática tão especifica? O campo epistêmico e seus impasses “... ao redimensionar a psicologia como um campo de saber, são evidentes os sinais ou signos de multiplicidade ou pluralidade, seja referente aos locais de atuação do profissional, seja com relação as teorias que embasam a pratica, seja no tocante das metodologias utilizadas, seja quanto a própria pluralidade implícita em cada profissional que interfere diretamente em sua atuação. ” Diversidade de enfoques metodológicos – psicologia Psicologia hospitalar – profissionais com saberes, práticas, linguagens e limites muito específicos. Cuidado: perda dos objetivos e diluição da assistência. Caminho da integração entre pratica profissional, formação e pesquisa. Devemos sempre considerar a diversidade e a partir disso ter em mente que é um saber em formação e nunca algo com consistência e formado, sempre muda. “... o atendimento psicoterápico a pacientes hospitalizados devido a doenças orgânicas está sujeito a particularidades que exigem, mesmo de psicoterapeutas experientes, conhecimentos mais específicos e técnicas mais adequadas a esta situação. As condições absolutamente únicas e originais do tipo de pessoas a serem atendidas, das relações interpessoais que se desenvolvem e do ambiente onde se faz o atendimento merecem uma reflexão mais detalhada”. O psicólogo hospitalar deve possuir características próprias, adequadas e especificas ao hospital ou instituição que estão inseridos. Eram muitas particularidades, por isso que a psicologia hospitalar passou a ser considerada a partir de limites, regras e rotinas. Em rotinas no hospital é de extrema importância e o psicólogo precisa saber lidar com a rotina daquele hospital, muitas vezes a rotina costuma ter períodos de mais agitação e de profissionais circulando do que em outros períodos. Esses ritmos não devem ser dos profissionais e sim dos pacientes que podem ter morrido ou outros melhorados. A atuação do psicólogo hospitalar está diretamente determinada por limites institucionais – regras, rotinas, condutas especificas, dinâmicas. Redefinição de seus limites no próprio espaço institucional juntamente com outros profissionais. Necessidade de repensar suas práticas. Planejamento coletivo da atuação, em que vários profissionais pensam juntos a respeito de um paciente. Articulação de conhecimento e espaços com integrantes da equipe. Nesse caso é importante ressaltar a importância das equipes na saúde e como os canais de comunicação são extremamente importantes para comunicação de como o paciente está de um turno para o outro. Limites e resistência Necessidade de delimitação readequação das ações e estabelecimento de novos fluxos de comunicação. As formas de comunicação devem ser pensadas junto a uma equipe multidisciplinar e pensar em como melhorar aquela comunicação em que fique bom para todos. O ambiente hospitalar interfere no desempenho técnico e na definição da tarefa psicológica – que nem sempre está alicerçada em modelo teórico especifico. Importância da discriminação das atividades exercidas em hospitais das demais atividades dos psicólogos. O risco de moldar-se ao modelo médico tradicional. Devemos prestar muita atenção e tomar cuidado para os cuidados não voltarem não voltarem ao modelo biomédico e acabar ignorando o paciente em si e acabar prestando atenção apenas a doença em que ele tem. As vezes existe situações em que profissionais da saúde não acreditam que existe situações além da orgânica e que somente este importa desconsiderado o psicológico e o inorgânico em si, isso está atrelado até mesmo a história em o que é saúde e o que é doença. 1975 – Elaboração do primeiro perfil para o preenchimento de cargo de desempenho de funções do psicólogo no hospital: ausência de planos de trabalho, metas e expectativas. Espaço institucional resistente – valorização do aspecto orgânico das doenças e doentes em detrimento do aspecto psíquico – modelo biomédico. A importância do desenvolvimento de um cuidado dinâmico, com alternância das lideranças. Exercício de uma subpsicologia: Esse exercício de subpsicologia é fazer o que dá e quando dá, e tem que tomar muito cuidado com essa prática. Quando se é muito rígido na pratica clinica não se dá bem em hospitais. É preciso ver se minha pratica é boa ou se é qualquer outra coisa que não a psicologia em si. Quando essa pratica não está consolidada não se chega a uma boa resolução dos problemas. • A sua entrada indiscriminada em hospitais sem formação especifica na área de psicologia hospitalar; • A coexistência de modelos tão dispares dentro do mesmo local de atuação; • A inexistência de um paradigma claro da especialidade refletindo a pluralidade teórico e metodológica da própria psicologia e determinando a ausência de expectativas coerentes e objetivos claros na tarefa, tanto por parte dos psicólogos, como da instituição de saúde; • Principalmente ausência de crítica dessas questões. Multiplicidade de enfoques e solicitações Transpor os limites do consultório, mantendo contato obrigatório com outras profissões – multidiciplidade de enfoques e ações diversas. As ações em diferentes áreas de atuação. “Portanto, responder a toda essa enorme amplitude de situações e solicitações pressupõe disponibilidade e preparo do psicólogo hospitalar, formação especifica,objetividade e coerência que abrangem, necessariamente, reformulações teóricas e metodológicas”. As vezes o psicólogo tem que fazer um preparo para uma cirurgia de risco em 2h ou menos do que isso e tem que saber qual a melhor rotina para o paciente e qual o melhor horário para poder chegar lá e conversar com eles. A nova especialidade e temporalidade “Estar onde estão os acontecimentos”. O espaço no hospital amplia-se do espaço vital ao espaço social, favorecendo a criação de uma micros sociedade formada por pacientes e familiares, com relações especificas em nível de comunicação e funcionamento, em um período determinado pela internação. Atendimento que respeita o tempo do paciente. A importância da seleção cuidadosa de propriedades. “... os profissionais de saúde mental, acostumados a lidar com manifestações da mente, muitas vezes chocam-se pela corporeidade tangível das doenças orgânicas. Além disso, no hospital, a atuação do psicólogo é permeada por queixas e desejos suscitados pela experiência da doença, que se inscreve no corpo físico. Isto, por si só, já bastaria para desassossegar psicólogos cujo oficio se configurou historicamente como escuta do sofrimento”. A precariedade existencial do paciente Indicação adequada de atendimento: qual o papel do psicólogo nisto? Caráter promocional e preventivo na psicologia hospitalar – isto é possível? Atuação preventiva: melhorar a eficácia adaptativa dos pacientes e também de seus familiares. Reconhecimento das motivações que estão subjacentes a seus problemas diante da situação de doença e hospitalização, visando facilitar a resolução desses problemas, da forma mais adequada possível. A morte e o morrer. A identidade diante da diversidade A psicologia no contexto hospitalar surgiu justamente em respostas ás novas tendências que assimilavam a necessidade de expansão do saber biopsicossocial na compreensão do fenômeno doença, visando modificar concepções habituais, necessidade de propagação da influência do modelo biopsicossocial a domínios contíguos definiu o surgimento da medicina psicossomática, da medicina comportamental e da psicologia da saúde”. Avaliar o grau de comprometimento emocional causado pela doença, tratamento e/ou internações, proporcionando condições para o desenvolvimento ou manutenção de capacidades e funções não prejudicadas pela doença, tanto a pacientes como a seus familiares. Favorecer ao paciente a expressão de sentimentos sobre a vivencia da doença, tratamento e hospitalizações, situações por si só mobilizadoras de conflito, facilitando a ampliação da consciência adaptativa do paciente. Fazer com que as situações de doença e tratamento sejam bem compreendidas pelo paciente, evitando sempre que possíveis situações difíceis e traumáticas, favorecendo a participação ativa do paciente no processo. Atuar no nível de humanização do atendimento, propiciando preparo para hospitalização, minimização de práticas agressivas através de preparo para condutas terapêuticas, exames, cirurgias, incentivo às visitas, preparo da alta e encaminhamento e serviços especializados da comunidade. Detectar e atuar frente aos quadros psicorreativos decorrentes da doença, do afastamento das estruturas que geram confiança e segurança ao paciente, quebra do cotidiano e diferentes manifestações causadas pela doença e hospitalização. Detectar condutas e comportamentos anômalos à situação de doença e hospitalização, orientando e encaminhando para tratamentos específico. Detectar precocemente antecedentes ou alterações psiquiátricas que posam comprometer o processo de tratamento médico orientando e encaminhando a serviços especializados. Melhorar a qualidade de vida dos pacientes, facilitar a integração dos pacientes nos serviços e unidades. Fornecer apoio e orientação psicológica aos familiares dos pacientes internados, incentivando a participação da família no processo de doença. Contribuir para um melhor entendimento por parte da equipe de saúde dos comportamentos, sentimentos e reações dos pacientes e familiares. Estimular o contato íntimo e diário entre equipe, visando discussões informais de casos clínicos e troca de informações profissionais. Estimular a realização de reuniões interdisciplinares para discussão de casos clínicos, estabelecimento de condutas uniformes e aprimoramento do atendimento. Desenvolver programas de saúde e pesquisas cientificas.
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