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Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 1 MINERALOGIA E GEOLOGIA DO PETRÓLEO Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 2 M I N E R A L O G I A GEOLOGIA É a ciência que estuda a história da Terra, sua origem e o conjunto de fenômenos físicos, físico-químicos e biológicos que compõe seu complexo histórico. A Geologia divide-se em: . Geologia Geral ou Dinâmica; . Geologia Histórica; . Geologia Ambiental. Geologia Geral ou Dinâmica Estuda os fenômenos químicos formadores da crosta terrestre, e dos fenômenos que agem sobre a superfície e no interior do planeta. O conjunto dos fenômenos dividem-se em: - Dinâmica Externa ( Ex. : energia solar ) - Dinâmica Interna ( Ex.: erupção vulcânica, terremoto, maremoto, etc. ) Geologia Histórica Estuda e procura datar cronologicamente a evolução geral, as modificações estruturais, geográficas e biológicas existentes no planeta. Geologia Ambiental Consiste no estudo dos problemas geológicos decorrentes da relação que existe entre o homem e a superfície terrestre. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 3 A TERRA A Terra é um planeta do sistema solar, sendo o terceiro em ordem de afastamento do Sol e o quinto em diâmetro. É o maior dos quatro planetas telúricos. Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra tem condições únicas: mantém grandes quantidades de água, tem placas tectónicas e um forte campo magnético. A atmosfera interage com os sistemas vivos. A ciência moderna coloca a Terra como único corpo planetário que possui vida, na forma como a reconhecemos. Alguns cientistas como James Lovelock consideram que a Terra é um sistema vivo chamado Gaia. O planeta Terra tem aproximadamente uma forma esférica, mas a sua rotação causa uma deformação para a forma elipsóidal (achatada aos pólos). A forma real da Terra é chamada de Geóide, apresenta forma muito irregular, ondulada, matematicamente complexa. . Formação e origem do planeta: O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva. Os processos de formação do planeta Terra são a acreção ( acumulação de matéria na superfície de um astro, proveniente do meio circundante ), diferenciação ( processo de formação das camadas terrestres ) e desintegração radioativa. O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). http://pt.wikipedia.org/wiki/Sol http://pt.wikipedia.org/wiki/Planeta http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Solar http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Placas_tect%C3%B3nicas http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico http://pt.wikipedia.org/wiki/Atmosfera http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida http://pt.wikipedia.org/wiki/Cientista http://pt.wikipedia.org/wiki/James_E._Lovelock http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema http://pt.wikipedia.org/wiki/Gaia http://pt.wikipedia.org/wiki/Rota%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Ge%C3%B3ide http://www.seinan-gu.ac.jp/~djohnson/natural/earthcs.html Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 4 O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas. A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrentes do resfriamento do planeta originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de preenchimento, por material de natureza sedimentar), e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc, e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente. Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares. http://pt.wikipedia.org/wiki/Rochas http://pt.wikipedia.org/wiki/Montes_Apalaches http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Alpes_Escandinavos&action=edit Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 5 Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovênia, Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), os Andes (a oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Rochosas. . Características Físicas: Estrutura da Terra O interior da Terra, assim como o interior de outros planetas telúricos, é dividido por critérios químicos em uma camada externa (crosta) de silício, um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste de uma porção sólida envolvida por uma pequena camada líquida. Esta camada líquida dá origem a um campo magnético devido a convecção de seu material, eletricamente condutor. O material do interior da Terra encontra frequentemente a possibilidade de chegar à superfície, através de erupções vulcânicas e fendas oceânicas. Muito da superfície terrestre é relativamente novo, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 mil milhoes de anos. http://pt.wikipedia.org/wiki/Terci%C3%A1rio http://pt.wikipedia.org/wiki/Cenoz%C3%B3ica http://pt.wikipedia.org/wiki/Alpes http://pt.wikipedia.org/wiki/Andes http://pt.wikipedia.org/wiki/Himalaia http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Planetas_tel%C3%BAricos&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica http://pt.wikipedia.org/wiki/Crosta http://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%ADcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Manto http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAcleo http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico http://pt.wikipedia.org/wiki/Condutor http://pt.wikipedia.org/wiki/Vulc%C3%A3ohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Fenda_oce%C3%A2nica Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 6 Camadas terrestres, a partir da superfície: Litosfera (de 0 a 60,2km) Crosta (de 0 a 30/35 km) Manto (de 60 a 2900 km) Astenosfera (de 100 a 700 km) Núcleo externo (líquido - de 2900 a 5100 km) Núcleo interno (sólido - além de 5100 km) Tomada por inteiro, a Terra possui aproximadamente seguinte composição em massa: 34,6% de Ferro 29,5% de Oxigênio 15,2% de Silício 12,7% de Magnésio 2,4% de Níquel 1,9% de Enxofre 0,05% de Titânio A temperatura no interior da Terra aumenta progressivamente. http://pt.wikipedia.org/wiki/Litosfera http://pt.wikipedia.org/wiki/Crosta http://pt.wikipedia.org/wiki/Manto http://pt.wikipedia.org/wiki/Astenosfera http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAcleo_externo http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAcleo_interno http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%AAnio http://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%ADcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Magn%C3%A9sio http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADquel http://pt.wikipedia.org/wiki/Enxofre http://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A2nio Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 7 O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação, e calor adicional é constantemente gerado pelo decaimento de elementos radioativos como urânio, tório, e potássio. O fluxo de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado à energia recebida pelo Sol (a razão é de 1/20k). OBS.: É denominado grau geotérmico o número de metros em profundidade na crosta terrestre necessário para haver o aumento da temperatura de 10C. - O Núcleo A massa específica média da Terra é de 5,515 toneladas por metro cúbico, fazendo dela o planeta mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa específica do material superficial da Terra é apenas cerca de 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se concluir que materiais mais densos existem nas camadas internas da Terra (devem ter uma densidade de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em seus primeiros momentos de existência, há cerca de 4,5 bilhões de anos, a Terra era formada por materiais líquidos ou pastosos, e devido à ação da gravidade os objetos muito densos foram sendo empurrados para o interior do planeta (o processo é conhecido como diferenciação planetária), enquanto que materiais menos densos foram trazidos para a superfície. Como resultado, o núcleo é composto em grande parte por ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são muitos raros para serem considerados, ou tendem a se ligar a elementos mais leves, permanecendo então na crosta. O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é composto, segundo se acredita, primariamente por ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o núcleo interno pode estar na forma de um único cristal de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro líquido e níquel líquido (a combinação é chamada NiFe), com traços de outros elementos. Estima-se que realmente seja líquido, pois não tem capacidade de transmitir certas ondas sísmicas. A convecção desse núcleo líquido, associada a agitação causada pelo movimento de rotação da Terra, seria responsável por fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de um processo conhecido como teoria do dínamo. O núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para manter um campo magnético (veja temperatura Curie), mas provavelmente estabiliza o campo magnético gerado pelo núcleo líquido. http://pt.wikipedia.org/wiki/Kelvin http://pt.wikipedia.org/wiki/Planeta http://pt.wikipedia.org/wiki/Radioatividade http://pt.wikipedia.org/wiki/Ur%C3%A2nio http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%B3rio http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%A1ssio http://pt.wikipedia.org/wiki/Massa_espec%C3%ADfica http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Solar http://pt.wikipedia.org/wiki/Diferencia%C3%A7%C3%A3o_planet%C3%A1ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADquel http://pt.wikipedia.org/wiki/Sil%C3%ADcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Chumbo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ur%C3%A2nio http://pt.wikipedia.org/wiki/Crosta http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%BAcleo http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/N%C3%ADquel http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal http://pt.wikipedia.org/wiki/Onda_s%C3%ADsmica http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_magn%C3%A9tico http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADnamo http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura_de_Curie http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura_de_Curie Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 8 Evidências recentes sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus por ano. Tanto entre a crosta e o manto como entre o manto e o núcleo existem zonas intermediárias de separação, as chamadas descontinuidades. Entre a crosta e o manto há a descontinuidade de Mohorovicic. - O Manto O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior do mesmo é da ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. Também apresenta características físicas diferentes da crosta. O material de que é composto o manto pode apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta viscosa, em virtude das pressões elevadas. Porém, ao contrário do que se possa imaginar, a tendência em áreas de alta pressão é que as rochas mantenham-se sólidas, pois assim ocupam menos espaço físico do que os líquidos. Além disso, a constituição dos materiais de cada camada do manto tem seu papel na determinação do estado físico local. (O núcleo interno da Terra é sólido porque, apesar das imensas temperaturas, está sujeito a pressões tão elevadas que os átomos ficam compactados; as forças de repulsão entre os átomos são vencidas pela pressão externa, e a substância acaba se tornando sólida.) A viscosidade no manto superior (astenosfera) varia entre 1021 a 1024 pascal segundo, dependendo da profundidade. Portanto, o manto superior pode deslocar-se vagarosamente. As temperaturas do manto variam de 100 graus Celsius (na parte que faz interface com a crosta) até 3500 graus Celsius (na parte que faz interface com o núcleo). - A Crosta A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma extensão variável de acordo com a posição geográfica. Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de profundidade. É composta basicamente por silicatos de alumínio, sendo por isso também chamada de Sial. Existem doze tipos de crosta, sendo os dois principais a oceânica e a continental, sendo bastante diferentes em diversos aspectos. A crosta oceânica, devido ao processo de expansão do assoalho oceânico e da subducção de placas, é relativamente muito nova, sendo a crosta oceânica mais antiga datada de 160 Ma, no oeste do pacífico. http://pt.wikipedia.org/wiki/Descontinuidade_de_Mohorovicic http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/Magn%C3%A9sio http://pt.wikipedia.org/wiki/Astenosfera http://pt.wikipedia.org/wiki/Pascal_segundo http://pt.wikipedia.org/wiki/Celsius http://pt.wikipedia.org/wiki/Litosfera Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 9 É de composição basáltica e é cobertas por sedimentos pelágicos e possuem em média 7km de espessura. A crosta continental é composta de rochas félsicas a ultramáficas, tendo composição média granodiorítica e espessura média entre 30 e 40km nas regiões tectonicamente estáveis (crátons), e entre 60 a 80km nas cadeias montanhosas como os Himalaias e os Andes. As rochas mais antigaspossuem até 3,96 Ma e existem rochas novas ainda em formação. A fronteira entre manto e crosta envolve dois eventos físicos distintos. O primeiro é a descontinuidade de Mohorovicic (ou Moho) que ocorre em virtude da diferença de composição entre camadas rochosas (a superior contendo feldspato triclínico e a inferior, sem o mesmo). O segundo evento é uma descontinuidade química que foi observada a partir da obdução de partes da crosta oceânica. . Resumo : Forma e características físicas - apresenta forma aproximada de uma elipsóide de rotação; - diâmetro equatorial = 12.756.776 m ; - diâmetro polar = 12.713.824 m ; - maior elevação: Monte Everest, no Himalaia, com aproximadamente 9.000 m ; - maior depressão: Fossa das Filipinas, no oceano Pacífico; - densidade global: d= 5,527 g/L MINERALOGIA Mineralogia é a ciência da terra que se dedica ao estudo da química, estruturas molecular e cristalina e propriedades físicas (incluindo ópticas e mecânicas) de minerais, bom como a sua gênese, metamorfismo, evolução química e meteorização. A mineralogia começou por ter um caráter marcadamente taxonômico, isto e baseada na nomenclatura e classificação dos minerais, mas evoluiu para o campo da física aplicada, tendo hoje grande peso as áreas da cristalografia, da óptica, da simulação matemática e da nano-mecânica. http://pt.wikipedia.org/wiki/Descontinuidade_de_Mohorovicic http://pt.wikipedia.org/wiki/Feldspato http://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Obdu%C3%A7%C3%A3o&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_da_Terra http://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93ptica http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineral http://pt.wikipedia.org/wiki/Taxonomia http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristalografia Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 10 Minerais e Rochas A crosta terrestre é formada essencialmente de rochas, cujos constituintes são na maioria das vezes os minerais, podendo também constituir-se dos chamados mineralóides, como o vidro vulcânico, o carvão ou outros compostos de origem orgânica. - Conceitos Básicos . Mineral: É um elemento ou composto químico, via de regra, resultante de processos inorgânicos, de composição química geralmente definida e encontrado naturalmente na crosta terrestre. Os minerais, em geral, são sólidos. Somente a água ( H2O ) e o mercúrio ( Hg ) se apresentam no estado líquido nas condições ambientes. . Minério: (do latim minera, mina) é um mineral cujo componente metálico, segundo a sua concentração e viabilidade das jazidas, é economicamente rentável para a sua prospecção e exploração industrial (mineração). . Rocha: É um agregado natural, formado de um ou mais minerais ( podendo, eventualmente, tratar-se de vidro vulcânico ou matéria orgânica, que são os mineralóides ) , que constitui parte essencial da crosta terrestre e é nitidamente individualizado. . Petrologia: A petrologia, do grego petros (rocha) + logos (conhecimento), é o ramo da geologia que trata da origem, ocorrência, estrutura e história das rochas. Existem três campos de estudo principais em petrologia: ígnea, sedimentar e metamórfica. A petrologia ígnea foca a composição e textura de rochas ígneas (como o granito e o basalto, que cristalizam a partir de rocha fundida ou magma). A petrologia sedimentar foca a composição e textura de rochas sedimentares (como o calcário e o arenito, compostas por partículas sedimentares cimentadas por uma matriz de material mais fino). http://pt.wikipedia.org/wiki/Minera%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADngua_grega http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha http://pt.wikipedia.org/wiki/Geologia http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_%C3%ADgnea http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_sedimentar http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_metam%C3%B3rfica http://pt.wikipedia.org/wiki/Granito http://pt.wikipedia.org/wiki/Basalto http://pt.wikipedia.org/wiki/Magma http://pt.wikipedia.org/wiki/Calc%C3%A1rio http://pt.wikipedia.org/wiki/Arenito http://pt.wikipedia.org/wiki/Matriz Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 11 A petrologia metamórfica foca a composição e textura de rochas metamórficas (como o gneisse e o xisto, que começaram por ser rochas ígneas ou sedimentares mas que sofreram alterações químicas, mineralógicas ou texturais devido a temperaturas e/ou pressões extremas). A petrologia faz uso da mineralogia, da petrografia microscópica e das análises químicas para descrever a composição e textura das rochas. Modernamente, são também aplicados os princípios da geoquímica e geofísica através do estudo de tendências e ciclos geoquímicos e da utilização de dados termodinâmicos em experiências com o objectivo de melhor compreender as origens das rochas. O ESTUDO DAS ROCHAS . Classificação As rochas podem ser classificadas quanto: - a constituição - a origem Classificação quanto à constituição - Unimineralógicas ( visualmente só se enxerga um mineral – Ex.: ardósia ) - Plurimineralógica ( visulamente pode-se se distingüir mais de um mineral – Ex.: granito ) Classificação quanto à origem - Rochas magmáticas ou ígneas; - Rochas sedimentares; - Rochas metamórficas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Gneisse http://pt.wikipedia.org/wiki/Xisto http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineralogia http://pt.wikipedia.org/wiki/Petrografia http://pt.wikipedia.org/wiki/Geoqu%C3%ADmica http://pt.wikipedia.org/wiki/Geof%C3%ADsica http://pt.wikipedia.org/wiki/Termodin%C3%A2mica Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 12 . Rochas magmáticas ou Ígneas São aquelas formadas a partir do resfriamento e solidificação do magma. - rochas magmáticas intrusivas, abissais ou plutônicas => formadas por resfriamento lento do magma; no interior da crosta; mais definidos. - rochas magmáticas extrusivas => formadas por resfriamento mais rápido ( quanto mais rápido o resfriamento, maior é o cristal ) , menos definidos. . Rochas metamórficas São rochas formadas a partir das transformações provocadas por mudanças de temperatura e pressões em rochas magmáticas ou sedimentares. OBS.: O processo de mudança na estrutura cristalina pelos efeitos da temperatura e pressão é denominado metamorfose ou metamorfismo . Ex.: - ardósia, gnaisse, filito - mármore ( a partir do calcáreo ) . Rochas sedimentares São aquelas formadas a partir da decomposição de outras rochas formando extratos (camadas) de sedimentos. Podem conter fósseis - animais ou vegetais fossilizados. Os sedimentos podem ser : - mecânicos; - químicos; - orgânicos. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 13 . O ciclo das rochas OBS.: magma – são minerais no estado de fusão , na forma incandescente. EXERCÍCIOS 1) O que a litosfera ? 2) Qual a composição predominante do núcleo terrestre, da litosfera e do manto superior ? 3) O que são rochas ? Como estão classificadas ? 4) O que são minerais ? 5) O que são rochas plurimineralógicas ? 6) O que são rochas magmáticas intrusivas ? 7) Quais as condições necessárias para a formação de uma rocha metamórfica ? 8) Explique o ciclo da rochas. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 14 INTEMPERISMO Constitui um conjunto de processos que ocorrem na superfície terrestre e que ocasionam a decomposição dos minerais das rochas, por ação dos agentes atmosféricos, biológicos e químicos. . Tipos de Intemperismo 1. Intemperismo físico; 2. Intemperismo químicos; 3. Intemperismo biológico. 1. Intemperismo físico: são todos os processos que causam desagregação das rochas, com separação dos grãos minerais que a constituem. Esses processos ocorrem pela ação: . clima . temperatura . gelo . degelo . crscimento de cristaissalinos 1a- termoclastia: é o processo de decomposição das rochas ocasionado pela elevação ou diminuição da temperatura. 1b- crioclastia: é o processo de decomposição das rochas pela ação do gelo e degelo. 1c- haloclastia: é o processo de decomposição das rochas ocasionado pelo crescimento de cristais de sais. 1d- crescimento das raízes de vegetais Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 15 2. Intemperismo químico: É o processo de decomposição caracterizada pela reação química entre a rocha e soluções aquosas diversas. Tal processo é mais rápido se a rocha for previamente preparada pelo intemperismo físico, que a reduz em fragmentos menores, facilitando e aumentando o contato com os agentes aquosos ativos na degradação da rocha. A água de precipitação atmosférica, apesar de naturalmente “destilada”, não é pura, pelo fato de os gases do ar serem dissolvidos nela. Destes gases os mais importantes no intemperismo são: O2(g) , CO2(g) . O N2(g) além de ser pouco solúvel é inerte. O nitrogênio atmosférico, no entanto, graças a ação das faíscas elétricas e do oxigênio do ar nos dias chuvosos, forma o ácido nitroso ( HNO2 ) e o ácido nítrico ( HNO3 ), de ação corrosiva sobre as rochas e de valor como adubo nitrogenado para os vegetais. Ao infiltrar-se no solo, a água dissolve e acarreta ainda diversas substâncias orgânicas e inorgânicas, muitas vezes de natureza ácida, ativas também no intemperismo químico. O clima úmido é o ambiente mais propício a tal fenômeno, especialmente nas condições de umidade e calor como no Brasil, onde a velocidade da reação é acelerada pela temperatura. Esta por sua vez favorece o deenvolvimento da vegetação, assim aumentando a quantidade de gás carbônico e ácidos orgânicos, substâncias importantes na decomposição química das rochas. A penetração da decomposição em profundidade pode ser considerável, ao contrário da desintegração física. Distingüem-se três estágios na evolução intempérica de uma rocha : .1º estágio: início do ataque químico. .2º estágio: os minerais que constituem a rocha são completamente atacados e decompostos. .3º estágio: decomposição total da rocha ; formação do solo ( regolito ou manto de intemperismo ) Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 16 - Tipos de Intemperismo Químico . Decomposição por oxidação; . Decomposição por queluviação; . Decomposição por hidrólise e hidratação; . Decomposição por ácido carbônico ( H2CO3(aq) ) ; . Decomposição por dissolução. . Decomposição por oxidação É um dos primeiros processos ocorrentes na decomposição subaérea. Pode ser promovida por agentes orgânicos ou inorgânicos, sendo mais importantes os primeiros, resultantes principalmente do metabolismo de bactérias. Ferro (Fe) e manganês (Mn) são os elementos mais suscetíveis à oxidação durante o intemperismo. - enxofre, como sulfetos ( S2-) , ácido sulfúrico ( H2SO4(aq) ) => agente poderoso na decomposição das rochas. - o Fe2+ passa para Fe3+ => mudança na estrutura cristalina dos minerais que passa para vermelho ou amarelo. . Decomposição por queluviação Certos agentes originados à partir do húmus têm a propriedade de fixar determinados íons que perdem sua reatividade, sendo assim, removidos. Os íons ferro e alumínio são passíveis de serem removidos assim como o silício. Este processo é ativo em regiões de clima tropical, nos solos mal drenados, onde se acumulam as substâncias orgânicas. Os hidróxidos de ferro, concentram-se em níveis inferiores levados pelos quelatos , nome dado aos compostos orgânicos complexos. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 17 . Decomposição por Hidrólise e Hidratação 1) Hidratação: a água é incorporada ao retículo cristalino ( estrutura ) do mineral. 2) Hidrólise : retirada da água da estrutura do mineral. . Decomposição pelo ácido carbônico - H2CO3(aq) Reação: H2O + CO2 H + + HCO3 - Não é mais uma modalidade de hidrólise, pois a água da chuva dissolve o gás carbônico atmosférico. A maior parte do CO2(g) continua em solução, enquanto uma pequena parte se combina com a água para formar ácido carbônico que se encontra sempre em estado de dissociação. Assim, o CO2(g) é o agente mais importante do intemperismo químico. Age secularmente sobre os feldspatos ( o mineral mais comum na crosta terrestre ). Além do CO2(g) são importantes : ácidos húmicos, ácidos orgânicos resultantes do metabolismo de microorganismos; ácido sulfúrico proveniente da decomposição da pirita (FeS2). . Decomposição por dissolução Os ácidos agem também diretamente na dissolução de certos minerais. Os carbonato são os mais fáceis de se solubilizar. Um calcáreo ou um dolomito é facilmente solubilizado. Ex.: dissolução do mármore por chuva ácida; cavernas calcáreas por intensa circulação de água nas fendas, provocando seu aumento. . Decomposição químico-biológica A atividade orgânica, principalmente a de bactérias viventes no solo, toma parte na decomposição das rochas. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 18 Os primeiros ataques são as de bactérias e fungos, a seguir, os líquens, depois algas e musgos, formando e preparando o solo para as plantas. Todas elas segregam CO2(g), NO3 -, ácido orgânicos, etc., como produtos de seus metabolismos. Estes são incorporados pelas soluções que atravessam o solo, atingindo embaixo da rocha, num ataque químico, aumentando sua ação contra os minerais formadores das rochas. Os tecidos mortos das plantas servem de alimento a numerosos microorganismos. Na presença de O2(g) , o material vegetal pode decompor-se por completo em água e gás carbônico principalmente. Caso contrário pode formar húmus. Sua compisção química é heterogênea, complexa e variável, de natureza coloidal, atuando geralmente como ácido orgânico. SOLOS . FORMAÇÃO DO SOLO O solo nada mais é do que o resultado da ação conjunta de agentes externos (como chuva, vento, umidade etc) sobre restos minerais, porém enriquecidos com matéria orgânica. Sem a presença de matéria orgânica e sem atividades de microorganismos, não há a formação de solo, tratando-se somente de minerais não consolidados. Denomina-se também regolito ou manto de intemperismo, pelo fato de formar um manto sobre as rochas em vias de decomposição. O solo pode ainda, ser compreendido como conseqüência da ação do tempo ( intemperismo ), dos vegetais e animais, do clima e da topografia sobre o material do subsolo (rocha). Estes fatores são chamados de agentes formadores do solo. Estes agentes podem ser divididos em agentes ativos: o clima e a biosfera, e em agentes passivos: a rocha e o relevo. O tempo determina a maturidade do processo de formação do solo, dividindo os solos em jovens e maduros, dependendo da intensidade da atuação. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 19 . PERFIL DO SOLO O solo é dividido em camadas horizontais, chamados de horizontes. As características que podem ser levadas em conta para diferenciação dos horizontes dependem do conhecimento da pessoa que está realizando o trabalho e são baseados em alguns critérios como textura, cor, consistência, estrutura, atividade biológica, tipo de superfície dos agregados, etc. Normalmente o solo possui três horizontes bem fáceis de distinguir, o horizonte O, que representa a matéria orgânica presente na superfície; o horizonte A, que representa a região em que o solo perde material para as camadas mais profundas e o horizonte B, local em que se acumulam os materiais perdidos pelo horizonte A. Outras camadas importantes para se distinguir um perfil de solo são o horizonte C, e R, caracterizados pela rocha matriz decomposta (C) e não decomposta (R) No exame do perfil do solo três variáveis são de fácil identificação, podendo serrealizadas no campo e por pessoas sem experiência nesta área. A cor é uma das características que mais chamam a atenção, devido às várias tonalidades de coloração existentes no perfil, permitindo uma rápida delimitação dos horizontes. Na determinação da cor do solo 3 são os fatores predominantes; a matéria orgânica, que confere uma cor escura; o ferro, que confere um tom avermelhado e a quantidade de sílica (quartzo), que clareia o horizonte. Ou seja, quanto mais escuro (negro) for o solo, mais matéria orgânica ele possui; quanto mais vermelho, mais compostos de ferro e quanto mais claro (branco), mais quartzo terá. A textura do solo refere-se às proporções dos grupos de grãos que formam o solo, ou seja à proporção de argila, silte e areia. Na prática o conhecimento da textura é feito mediante a manipulação do solo úmido entre os dedos, o que dará uma idéia, pela manipulação táctil, da predominância das frações granulométricas finas e grosseiras. A consistência do solo é a última variável de fácil identificação no campo e é dividida em seca, úmida, molhada e cimentada. Estas classes são expressas pelo grau de adesão ou pela resistência à deformação. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 20 MINERAIS Minerais são substâncias de origem inorgânica e natural que ocorrem na natureza no estado sólido, com uma composição química definida e uma estrutura interna de átomos na forma de arranjo geométrico. Para ser considerada um mineral, uma substância tem de obedecer todos esses critérios da definição. A água não pode ser considerada um mineral, dessa forma, já que na temperatura e pressão ambientes ela ocorre em estado líquido. O mesmo se aplica ao petróleo (cuja origem é orgânica, além de ser líquido), ao mercúrio (que, como a água, é líquido), à calcita (que tem origem orgânica) e a várias outras substâncias. Os minerais diferem dos seres orgânicos por não terem funções vitais como respiração, reprodução, auto-locomoção etc. Por outro lado, é dos minerais que todo ser vivo toma a matéria que precisa para suas funções vitais, e é a partir dos minerais que a humanidade conseguiu construir esta sociedade em que vivemos, industrial, baseada na transformação das matérias naturais. . Propriedades Físicas dos Minerais As propriedades físicas dos minerais são o resultado direto de sua composição química e de suas características estruturais. Existe um conjunto de propriedades físicas que podem ser examinadas ou testadas rapidamente, com auxílio de instrumentos simples como um imã, uma lupa de mão, um canivete e uma placa de porcelana. Com, freqüência estas propriedades são suficientes para a identificação de um mineral desconhecido e, pela facilidade de seu estudo, são de emprego corriqueiro por mineralogistas, tanto no campo como em laboratório. As propriedades a serem estudadas nesta aula e aplicadas nas próximas aulas do curso são as seguintes: hábito, clivagem, partição, fratura, dureza, tenacidade, densidade relativa, magnetismo, cor, traço e brilho. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 21 1 . Hábito: Por hábito de um mineral se entende a (s) forma (s) com a qual ele aparece freqüentemente na natureza, por exemplo: como prismas alongados; como cristais tabulares (achatados); como agregados cristalinos com arranjos geométricos característicos; ou mesmo como grãos sem uma forma definida. Muitas espécies minerais ocorrem preferencialmente com um determinado hábito. Por exemplo, cristais de magnetita - Fe3O4 são frequentemente octaédricos, pirita - FeS2 , comumente ocorre como cristais em forma de cubos, e as micas ocorrem como lamelas. Embora nem sempre um determinado mineral tenha que apresentar seu hábito característico, o fato de que isto ocorra com freqüência é de grande auxílio na sua identificação. A lista a seguir inclui os termos mais comumente usados na descrição do hábito dos minerais. • Prismático: os cristais do mineral são freqüentemente constituídos por prismas (ou combinações de mais de um prisma). Usualmente são empregados adjetivos para qualificar os cristais prismáticos, como colunares (prismas alongados, com uma direção . geralmente coincidente com o eixo c . mais desenvolvida que as demais), aciculares (muito alongados e finos, com forma que lembra uma agulha), fibrosos, capilares ou filiformes (ainda mais finos, lembrando fios de cabelo) tabulares (achatados, com duas direções mais bem desenvolvidas do que a terceira), laminares (alongados e achatados, como a lâmina de uma faca). • Cúbico, octaédrico, dodecaédrico, romboédrico, etc . mineral caracterizado pela ocorrência freqüente de cristais com as formas citadas. • Micáceo : cristais tabulares ou lamelares formados por placas finas (como as micas) • Euédrico, subédrico, anédrico : mineral ocorre comumente como cristais bem formados (euédricos), ou com apenas algumas faces bem desenvolvidas (subédricos), ou ainda como grãos sem faces cristalinas presentes (anédricos .,embora deva ser ressaltado que a ausência de formas cristalinas visíveis externamente não signifique que o mineral não possua uma estrutura cristalina ordenada) . Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 22 Muitos dos termos acima, especialmente os relativos a prismas, podem ser igualmente aplicados a agregados de cristais (por exemplo, agregados colunares, agregados aciculares, etc.). Os seguintes termos são específicos da descrição de agregados cristalinos: • Dendrítico : arborescente, em ramos divergentes, como os de uma planta. • Divergente ou radiado : agregado de cristais (geralmente prismas colunares, aciculares ou tabulares) divergentes a partir de um ponto central. Tipos específicos de agregados radiais podem ser: a) Globular - agregados de cristais radiais, formando pequenas superfícies esféricas ou semi-esféricas. b) Botrioidal - formas globulares assemelhando-se (em tamanho dos glóbulos) a um cacho de uvas. c) Mamelonar - grandes superfícies arredondadas, semelhantes a mamas, formadas por indivíduos radiais ou divergentes. d) Reniforme : agregados radiados terminando em formas arredondadas com forma de rins. e) Colomorfo : termo genérico aplicado a formas arredondadas compostas de agregados radiados, sem levar em conta o tamanho. • Granular: agregado simplesmente composto por grãos (sem nenhuma conotação específica de forma ou tamanho) • Concêntrico : camadas mais ou menos esféricas, superpostas umas às outras. • Pisolítico: massas arredondadas, mais ou menos do tamanho de ervilhas • Oolítico : massa arredondadas, mais ou menos do tamanho de ovas de peixe • Bandado : mineral formado por camadas de diferentes cores ou texturas • Maciço : material compacto, sem formas ou feições especiais. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 23 Outros termos específicos, relacionados ao modo de ocorrência do agregado: • Drusa : superfície coberta de pequenos cristais • Geodo : cavidade (em uma rocha) cuja superfície é coberta de pequenos cristais • Concreção : massas formadas por deposição de material em torno de um núcleo. Algumas concreções são esféricas, mas outras podem ter forma variável. • Estalactite : agregados em cilindros ou cones pendentes (como por exemplo em cavernas) 2 . Clivagem, partição e fratura: Um mineral pode apresentar (ou não) tendência a se romper segundo planos preferenciais, quando submetido a um esforço externo. Este comportamento está diretamente relacionado ao tipo de ligação química envolvida e à eventual presença de defeitos ou descontinuidades na estrutura cristalina. Em presença de um esforço externo um cristal poderá apresentar tendência a se romper ao longo de direções em que: • A força de ligação é menor• Existem menos ligações por unidade de volume • Existem defeitos estruturais • Existe um maior espaçamento interplanar, embora as ligações químicas sejam do mesmo tipo Clivagem, partição e fraturas são propriedades físicas diferentes. A distinção entre elas é extremamente importante do ponto de vista da identificação de minerais . • Clivagem : tendência do mineral partir-se paralelamente a planos atômicos identificados por índices de Miller, tais como faces do cristal. Os planos de clivagem são, portanto, repetitivos desde a escala mesoscópica (do cristal) a escala microscópica e até a escala da própria estrutura cristalina. A clivagem é sempre consistente com a simetria do cristal. Para estudar a clivagem de um mineral não é suficiente apenas reconhecê-la, mas é necessário caracterizá-la em termos de sua orientação e sua qualidade. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 24 Em termos de orientação (geometria) a clivagem pode ser descrita por adjetivos que a relacionam com formas cristalinas. Assim, pode-se caracterizar a clivagem como cúbica (como na galena . PbS), octaédrica (como no diamante . C), dodecaédrica (como na esfalerita . ZnS), romboédrica (como na calcita . CaCO3), prismática (como nos piroxênios e anfibólios), pinacoidal (como a clivagem basal das micas), etc. Uma outra maneira de expressar esse conceito é utilizando os índices de Miller para a forma cristalina em questão, como {111} para a clivagem octaédrica. Vimos que a clivagem está intrinsecamente relacionada à estrutura cristalina. Portanto, se um mineral possui uma determinada direção de clivagem, existe o potencial para ocorrerem inúmeros planos de clivagem ao longo daquela direção. Entretanto, nem sempre a clivagem é perfeitamente desenvolvida nos cristais. Assim, deve-se utilizar adjetivos para caracterizar a qualidade da clivagem. Isto é feito de acordo com uma escala comparativa e empírica. Assim, pode-se dizer que uma clivagem é excelente (como a clivagem basal das micas e do grafite), boa, pobre ou ruim. Finalmente, alguns minerais se caracterizam pela ausência de clivagem. O quartzo, um dos minerais mais comuns não apresenta clivagem. • Partição: Assim como a clivagem, a partição também está associada a planos cristalográficos, mas não é tão bem desenvolvida. A partição pode ter outras causas, como a presença de planos de geminação no cristal ou ocorrer como resposta à aplicação de pressão. Assim, ao contrário do que ocorre com a clivagem, alguns indivíduos de uma espécie mineral podem apresentar partição enquanto outros não a possuem. Por exemplo, em uma população de cristais de um determinado mineral, pode ocorrer que apenas os cristais geminados ou submetidos a pressão apresentem planos de partição visíveis. Outro critério útil para distinguir clivagem de partição é o caráter menos penetrativo da última. Por exemplo, um cristal pode se partir ao longo de planos de geminação relativamente espaçados entre si, e ao mesmo tempo fraturar-se de maneira irregular na região entre dois planos de partição. Exemplos comuns de partição incluem a partição octaédrica da magnetita, a partição basal dos piroxênios e a partição romboédrica do corindon. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 25 • Fratura: Refere-se à maneira pela qual o mineral se rompe, exceto aquelas controladas pelas propriedades de clivagem e partição. Ocorre quando a força das ligações químicas é mais ou menos a mesma em todas as direções e, portanto, o rompimento não ocorre ao longo de nenhuma direção cristalográfica em particular. Assim, ao estudar as fraturas de um mineral, o estilo de fraturamento é a observação importante a ser feita. Alguns minerais apresentam estilos de fratura característicos, o que pode auxiliar na sua identificação. Os termos mais comuns usados para descrever fraturas em um mineral são: conchoidal (superfícies lisas e curvas, semelhantes à parte interna de uma concha, comum vidro e nomineral quartzo), fibrosa (quando o mineral se rompe formando estilhaços ou fibras), serrilhada (superfície denteada, irregular, com bordas cortantes), irregular (superfícies rugosas e irregulares). 3.Dureza: Esta é uma das mais importantes propriedades para a identificação de muitos minerais. Define-se como dureza de um mineral a resistência que uma superfície lisa do mineral apresenta a ser arranhada, (sulcada) por outro material (outro mineral, a ponta de uma faca, etc.). Em última instância, a dureza de um mineral está relacionada à reação da estrutura cristalina à aplicação de esforço sem ruptura. Em cristais formados essencialmente por ligações metálicas, os quais podem fluir plasticamente, o atrito de um material de dureza mais alta contra a superfície do cristal tende a produzir um sulco. Minerais formados por ligações iônicas ou covalentes tendem a apresentar um comportamento mais rúptil. Ao ser submetidos ao mesmo teste, a produção do sulco poderá ser acompanhada da produção de pó do mineral mais mole. Em compostos iônicos o tamanho e a carga dos íons envolvidos afetam a dureza do mineral. Assim, para um grupo de substâncias diferentes com o mesmo tipo de estrutura cristalina, quanto maior a distância interiônica e quanto menores as cargas dos íons, mais fraca será a ligação e, consequentemente, menor será a dureza do mineral. É importante ressaltar que a força global de uma estrutura cristalina é dada por uma combinação dos diferentes tipos de ligação química presentes, mas a dureza desta mesma estrutura é uma expressão da sua ligação mais fraca. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 26 A dureza é uma característica de cada mineral, e pode ser avaliada quantitativamente através do uso de equipamentos adequados. Entretanto, sua principal utilidade na identificação mineralógica consiste em estimar qualitativamente a dureza do mineral que se deseja identificar, comparando-o com outros minerais e/ou materiais de dureza conhecida. O teste de dureza baseia-se no fato de que um mineral de dureza mais alta é capaz de provocar um sulco em um mineral de dureza mais baixa, mas o segundo não é capaz de sulcar o primeiro. O mineralogista austríaco F. Mohs idealizou uma escala de dureza com base em dez minerais relativamente comuns, aos quais atribuiu graus de dureza relativa de um a dez. Esta escala ficou conhecida como Escala de Dureza de Mohs e é de uso corrente entre mineralogistas e outras pessoas interessadas na identificação de minerais. Os minerais da Escala de Mohs são listados abaixo, em ordem crescente de dureza: Escala de Mohs 1 . Talco 2 . Gipso (= gipsita) 3 . Calcita 4 . Fluorita 5 - Apatita 6 . Ortoclásio 7 . Quartzo 8 . Topázio 9 . Corindon 10 . Diamante Portanto, se um mineral que se deseja identificar é capaz de sulcar a fluorita, mas não sulca a apatita, pode-se dizer que este mineral tem uma dureza entre 4 e 5. Um grupo de materiais de fácil acesso pode ser usado para testar dureza, em complemento aos minerais da escala. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 27 Assim, a unha humana possui dureza pouco acima de 2 (sulca talco e gipsita, mas não sulca calcita); o cobre tem dureza pouco abaixo de 3; o aço comum tem dureza pouco acima de cinco; o vidro comum tem dureza 5 ½ , o aço temperado tem dureza 6 ½ etc. Ao avaliar a dureza de qualquer mineral é imprescindível realizar o teste nos dois sentidos (ou seja tentar sulcar o mineral A com o mineral B e vice-versa), porque um mineral excessivamente friável (pulverulento) ou quebradiço pode ser fisicamente desagregado por outro, mesmo que este possua dureza mais baixa. Em termos de dureza absoluta, a progressão de talco (dureza 1)até diamante (dureza 10) não é linear, mas segue uma curva exponencial, de tal maneira que a diferença de dureza entre o diamante (10) e o corindon (9) é muito maior do que a diferença de dureza entre a gipsita (2) e o talco (1). Como a dureza é uma propriedade direcional, alguns minerais possuem dureza diferente segundo direções cristalográficas distintas. Quando ocorre, este fato freqüentemente auxilia na identificação do mineral. Por exemplo, os cristais de cianita possuem dureza igual a 5 na direção do comprimento e dureza igual a 7 na direção perpendicular ao comprimento. 4 . Tenacidade : A tenacidade é uma medida da coesão de um mineral, ou seja, a sua resistência a ser quebrado, esmagado, dobrado ou rasgado. A tenacidade não guarda necessariamente relação com a dureza. O exemplo clássico desta diferença é o diamante, que possui dureza muito elevada mas tenacidade relativamente baixa, quando submetido a um impacto. Os seguintes termos qualitativos são usados para expressar tenacidade de um mineral: • Quebradiço : o mineral se rompe ou é pulverizado com facilidade. • Maleável : o mineral pode ser transformado em lâminas, por aplicação de impacto. • Séctil : o mineral pode ser cortado por uma lâmina de aço. • Dúctil : o mineral pode ser estirado para formar fios. • Flexível : o mineral pode ser curvado, mas não retorna a sua forma original, depois de cessado o esforço. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 28 • Elástico: o mineral pode ser curvado, mas volta à sua forma original, depois de cessado o esforço. Propriedades como ductilidade, sectilidade e maleabilidade são típicas de materiais constituídos por ligações metálicas. Neste tipo de ligação o material é considerado como cátions imersos em uma nuvem de elétrons de alta mobilidade. Quando é aplicado um esforço externo, os cátions podem mover-se relativamente uns aos outros sem necessariamente originar forças eletrostáticas repulsivas (e, consequentemente, sem perder coesão). O comportamento flexível é típico de minerais com estruturas em folha, como talco e clorita, onde as folhas são unidas entre si por forças de van der Waals ou pontes de hidrogênio (quando submetida a um esforço externo, a estrutura desliza ao longo dessas ligações mais fracas). Um outro grupo de minerais com estrutura em folha, as micas, apresenta propriedades elásticas, porque nestes minerais as camadas da estrutura são mantidas unidas entre si por ligações iônicas envolvendo álcalis como K+ (consideravelmente mais fortes do que as forças de van der Waals) . 5 - Densidade relativa : definida como a relação entre o peso do mineral e o peso de um volume igual de agua pura, é um número adimensional, e não tem o mesmo significado que peso específico (medido em unidades de peso por unidade de volume). A densidade relativa é característica para cada mineral, e depende basicamente de dois fatores: os elementos químicos que constituem o mineral e a maneira como estes elementos estão arranjados dentro da estrutura cristalina. Os efeitos destes fatores podem ser facilmente avaliados comparando-se: a) minerais com estrutura semelhante mas composição distinta, como os carbonatos ortorrômbicos de Ca, Sr, Ba e Pb, onde a densidade relativa aumenta com o aumento do peso atômico do cátion, de 2,95 na aragonita (CaCO3) até 6,55 na cerussita (PbCO3). Por outro lado, a diferença de densidade relativa entre o carbono puro na forma de grafite (2,2) e de diamante (3,5) ilustra o efeito da estrutura cristalina sobre esta propriedade. Existem vários métodos de determinação quantitativa de densidade em minerais, com o uso de equipamentos adequados (balança de Jolly, balança de Berman, picnômetro), líquidos pesados (bromofórmio, iodeto de metileno, etc.), ou cálculos com base na cela unitária do mineral, os quais não serão discutidos aqui. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 29 Para um reconhecimento expedito, entretanto, pode-se estimar a densidade relativa por comparação entre amostras de diferentes minerais. Associada ao estudo de outras propriedades físicas, esta análise comparativa de densidade é muitas vezes uma ferramenta fundamental na identificação de minerais. 6 . Magnetismo: Materiais que apresentam a propriedade de ser atraídos por uma um imã são chamados de ferromagnéticos. O número de minerais que apresentam esta propriedade é muito pequeno. Dentre os minerais comuns na natureza, apenas a magnetita (Fe3O4) e a pirrotita (Fe1-xS) apresentam esta propriedade. Portanto, quando presente em um mineral, o magnetismo é de extrema utilidade na identificação. Adicionalmente, o fato de que diferentes minerais possuem diferentes susceptibilidades magnéticas permite a separação física de grãos de minerais distintos mediante o uso de equipamentos. Ao ser aquecidos acima de uma temperatura específica, os materiais ferromagnéticos perdem suas fortes propriedades magnéticas, que são substituídas por um magnetismo comparativamente mais fraco (paramagnetismo). A temperatura à qual esta mudança ocorre é conhecida como .temperatura de Curie.. Para a magnetita, este fenômeno ocorre a 85 oC. 7 . Cor: Esta é provavelmente a primeira propriedade física a chamar a atenção quando alguém examina um mineral. O que o nosso cérebro interpreta como cor é, na verdade, o resultado da absorção seletiva de determinados comprimentos de onda da luz que atravessa o mineral. Os comprimentos de onda que não são absorvidos tornam-se dominantes no espectro que emerge do mineral, e a combinação destes comprimentos de onda é o que é percebido como cor. A maior parte dos mecanismos que produzem cor são produtos da interação de ondas luminosas com elétrons. A origem da cor em minerais está ligada a uma variedade de razões, tais como a presença de íons metálicos (em especial metais de transição como Ti, V, Cr, Mn, Fe, Co, Ni e Cu), fenômenos de transferência de carga, efeitos de radiação ionizante, entre outros. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 30 Para muitos minerais a cor é uma característica diagnóstica fundamental, enquanto para outros ela é tão variável que não pode ser usada como um critério de identificação. Devido à possibilidade de alteração de muitos minerais por contato com o ar, água, etc., a cor deve ser sempre observada preferencialmente em uma fratura recente do mineral. • Metais de transição: podem estar presentes em minerais em quantidades importantes (como os constituintes principais) ou em quantidades muito pequenas (como impurezas). Em ambos os casos, estes elementos podem provocar o aparecimento de cor. Em estruturas cristalinas que admitem substituições de grandes quantidades de um cátion por outro, as variações químicas podem implicar em um amplo espectro de variação de cor. Este é o caso da esfalerita (ZnS), que admite a substituição do Zn por quantidades variáveis de Fe e cuja cor varia em tons de branco, amarelo, castanho e preto, dependendo da quantidade de Fe presente. Em outros casos, onde um determinado metal ocorre em pequenas quantidades na estrutura, variedades coloridas podem ocorrer em um mineral cuja composição química global é essencialmente constante. No caso do mineral berilo, por exemplo, a presença de pequenas quantidades de Fe2+ produz cor azul enquanto a presença de Cr3+ como impureza produz coloração verde. As variedades azul e verde do mineral berilo possuem importância econômica como gemas preciosas (água-marinha e esmeralda, respectivamente). Com exceção da cor, as demais propriedades físicas da água-marinha e da esmeralda são idênticas às do berilo comum. O mesmo ocorre com o mineral corindon: a presença de Cr3+ como impureza no corindon gera a variedadevermelha conhecida como rubi. • Transferência de carga : este processo só ocorre em compostos que tenham pelo menos dois elementos com estados de oxidação diferentes e variáveis. O processo pode produzir cores intensas em minerais e gemas, e envolve a transferência de elétrons entre elementos diferentes. Alguns exemplos de elementos que participam no processo de transferência de carga são: Fe2+ e Fe3+; Ti3+ e Ti4+; Mn2+, Mn3+ e Mn4+ , ou combinações entre eles (por exemplo, minerais contendo ferro e manganês). Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 31 A transferência de um elétron de um átomo a outro envolve a absorção de energia, a qual pode ocorrer segundo um comprimento de onda definido. Por exemplo, a transferência de um elétron entre Fe2+ e Ti4+ envolve a absorção de energia luminosa no comprimento do vermelho, e portanto produz a cor azul da Safira. O mesmo processo pode ocorre entre ânions (por exemplo, a cor azul do mineral lazurita decorre da transferência de carga entre um triângulo de átomos de enxofre) ou entre cátion e ânion. • Centros de cor : são imperfeições na estrutura cristalina que causam absorção de energia luminosa e, consequentemente, o aparecimento de cor. Na maioria dos casos este fenômeno está associado à exposição à radiação ionizante. A fonte da radiação pode ser natural (elementos radioativos, como U, Th, K presentes em minerais ) ou artificial e, em raros casos, radiação ultravioleta pode produzir centros de cor. Quando um mineral é exposto a radiação, elétrons podem ser removidos de suas posições normais e, depois de perder energia, ficar aprisionados em uma posição vaga na estrutura cristalina. Estes elétrons aprisionados absorvem seletivamente determinados comprimentos de onda, produzindo cor. Um exemplo deste fenômeno é a variedade violeta (ametista) de quartzo (SiO2). A presença de pequenas quantidades de Fe3+ como impureza no quartzo produz cores amarelas (variedade citrino). Quando submetido a radiação, o Fe3+ pode perder um elétron (efetivamente tornando-se Fe4+), o qual é aprisionado em um centro de cor na estrutura do quartzo, produzindo a cor violeta típica da ametista. Como os centros de cor são um tipo de defeito causado por radiação, este defeito pode ser eliminado pela adição de energia. Por exemplo, ao submeter a ametista a um tratamento térmico, o processo é revertido, e a cor passa de violeta a amarelo. Na verdade, alguns tipos de ametista tendem a perder a cor com a simples exposição prolongada à luz (radiação ultravioleta). Tratamento térmico é um recurso freqüentemente usado na indústria de pedras preciosas, para modificar, melhorar ou controlar a coloração de uma determinada gema. Ametrino é uma variedade natural de quartzo que apresenta setores com cor de ametista e setores com cor de citrino. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 32 8 . Traço: é definido como a cor do pó fino de um mineral. A observação do traço de um mineral é geralmente feita atritando-se o mineral contra uma superfície de porcelana não polida (dureza ~ 7). Embora a cor de um mineral seja freqüentemente variável, o seu traço tende a ser relativamente constante, e portanto é uma propriedade extremamente útil na identificação do mineral. Os óxidos de ferro magnetita (Fe3O4) e hematita (Fe2O3), por exemplo, podem ser distinguidos por seu traço preto e avermelhado, respectivamente. Alguns minerais possuem dureza tão baixa que são capazes de deixar traço em materiais como papel, como é o caso do grafite e da molibdenita (MoS2) 9 . Brilho: refere-se à aparência do mineral à luz refletida. Em uma classificação ampla, o brilho dos minerais pode ser dividido em metálico e não metálico, com uma categoria transicional (sub-metálico) entre eles. Os termos geralmente utilizados para descrever o brilho dos minerais são: • Metálico - brilho semelhante ao dos metais. Característico de minerais dominados por ligações metálicas ou parcialmente metálicas. Minerais de brilho metálico geralmente (mas nem sempre) apresentam traço escuro. Este tipo de brilho é comum em minerais do grupo dos metais nativos, sulfetos e óxidos. • Não metálico - sem aparência de metal. Típico de minerais dominados por ligações iônicas ou covalentes. Geralmente possuem traço claro. Uma série de termos são usados para descrever os tipos de brilho não-metálico: • Vítreo - brilho como o do vidro. O exemplo típico é o mineral quartzo. • Resinoso - brilho semelhante ao de resina. • Nacarado - brilho semelhante ao brilho da pérola. Normalmente é melhor observado nos planos de clivagem . • Gorduroso ou graxo, brilho que lembra uma superfície coberta de óleo. O mineral nefelina é um exemplo típico. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 33 •Sedoso - brilho que lembra a seda. Comum em agregados fibrosos, como o asbesto e a gipsita fibrosa. •Adamantino - brilho que lembra o brilho do diamante. Além do diamante, ocorre tipicamente em minerais transparentes de chumbo, como a cerussita (PbCO3) e a anglesita (PbSO4) 9 . Outras propriedades dependentes da luz • Jogo de cores : a cor muda em sucessão rápida, quando o mineral é girado (diamante, opala) . • Mudança de cores : idem, mas a variação é lenta (labradorita). • Iridescência : espectro de cores no interior (fraturas, clivagens) ou na superfície (revestimento superficial) do mineral (bornita, calcopirita). • Opalescência : reflexão leitosa ou nacarada no interior do mineral (opala) • Embaçamento : a cor da superfície é diferente da cor do interior do mineral (calcocita, bornita, calcopirita) . • Asterismo . formação de raios de luz como uma estrela, quando o mineral é observado ao longo do eixo vertical. Ocorre principalmente em minerais hexagonais. • Luminescência : emissão de luz, exceto as provocadas por incandescência. Normalmente é tênue, melhor observável no escuro . • Triboluminescencia : emissão de luz provocada por atrito. Ocorre em minerais não metálicos e anidros (fluorita, esfalerita). • Termoluminescência . emissão de luz provocada por aquecimento (fluorita). • Fluorescência e fosforescência . emissão de luz provocada por exposição a determinados tipos de radiação, como luz ultravioleta, raios-x, raios catódicos. (fluorita, scheelita) . • Transparência . capacidade do mineral de ser atravessado pela luz. • Transparente . é possível ver contornos de objetos através do mineral. • Translúcido . há passagem de luz, mas não é possível distinguir contornos de objetos. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 34 • Opaco . não permite a passagem de luz, mesmo em seções delgadas. • Refração . mudança na direção da luz, quando passa de um meio para outro de densidade diferente (por exemplo do ar para o mineral). Depende do índice de refração (n) do mineral. Para minerais com n = 2, a velocidade da luz no mineral é a metade da velocidade no ar. Esta propriedade é de vital importância para os minerais utilizados como gemas, pois influencia o tipo de brilho dos minerais transparente. Assim, um mineral com n = 1.5 tenderá a apresentar brilho vítreo, enquanto um mineral com n = 2.4 tenderá a apresentar brilho adamantino. • Dupla refração: Quando um raio de luz penetra em um mineral ele se desdobra em dois raios, cada um viajando com velocidade e direção diferentes. A dupla refração ocorre na maioria dos minerais não isométricos, mas geralmente é muito fraca para poder ser observada. Uma exceção notável é a calcita de qualidade ótica (espato de Islândia), que possui dupla refração forte. 10. Propriedades elétricas A condução de eletricidade em minerais é fortemente controlada pelo tipo de ligação existente. Assim, minerais formados exclusivamentepor ligações metálicas (p.ex. os metais nativos) são condutores, minerais formados por ligações parcialmente metálicas (p.ex. alguns sulfetos) são semi condutores, e minerais formados por ligações iônicas e/ou covalentes são maus condutores de eletricidade. • Piezoeletricidade . produção de eletricidade por aplicação de pressão ao longo de um eixo polar (eixo com formas cristalinas distintas em cada uma das pontas). Este efeito só pode ocorrer em cristais que não possuem centro de simetria. • Piroeletricidade . produção de eletricidade por variação de temperatura. Ocorre apenas em minerais que não possuem centro de simetria e têm pelo menos um eixo polar (piroeletricidade verdadeira). A piroeletricidade secundária ocorre em minerais que sofre expansão desigual ao longo de direções distintas, ao ser aquecidos. A deformação do retículo resulta em pressão localizada, gerando piezoeletricidade. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 35 10. Radioatividade Ocorre em minerais formados por elementos radioativos, tais como U e Th, e pode ser um importante critério de identificação nestes casos. EXERCÍCIOS 1) O que são minerais ? 2) Qual a importância do estudo das propriedades físicas do minerais ? 3) O que é dureza ? Como é chamada a unidade de medida desta propriedade e qual a sua escala? 4) Qual a diferença entre traço e partição ? 5) Quanto ao brilho, como estão classificados os minerais ? 6) Comente a importância da propriedade física cor . 7) O que é tenacidade e como é classificada ? 8) O que é clivagem ? 9) Mencione as propriedades elétricas de um mineral. 10) Para um mineral, defina : a- magnetismo b- luminescência c- fratura Uso dos minerais Os minerais são extremamente importantes do ponto de vista econômico, porque todos os materiais inorgânicos do comércio ou são minerais ou substâncias derivadas deles. Abaixo, relacionam-se alguns minerais economicamente importantes de acordo com seus vários usos. O uso dos minerais está agrupados sob os títulos seguintes: - minerais de interesse gemológico; - minerais ornamentais; Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 36 - abrasivos; - fluxos; - refratários; - cerâmicos, vidro; - esmalte; - fertilizantes; - aparelhos ópticos e científicos; - minerais dos metais; A) Minerais de interesse gemológico . Gemas: Uma gema é um mineral, rocha (como a lápis-lazúli) ou material petrificado que quando cortado e facetado ou polido é coleccionável ou pode ser usado em joalheria. Outros são orgânicos, como o âmbar (resina de árvore fossilizada) e o azeviche (uma forma de carvão). Algumas gemas geralmente consideradas preciosas e bonitas são demasiado macias ou frágeis para serem usadas em jóias (por exemplo, rodocrosita monocristalina), mas são exibidas nos museus e procuradas por colecionadores. http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineral http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1pis-laz%C3%BAli http://pt.wikipedia.org/wiki/Joalheria http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82mbar http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ssil http://pt.wikipedia.org/wiki/Azeviche http://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Rodocrosita Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 37 Uma seleção de seixos de gemas polidos por abrasão em tambor cilíndrico. O seixo maior tem 40 mm de comprimento. . 1 - Turquesa, 2 - Hematita, 3 - Crisocola, 4 - Olho de tigre 5 - Quartzo, 6 - Turmalina, 7 - Cornalina, 8 - Pirita, 9 - sugilite, 10 - Malaquita, 11 - Quartzo rosa, 12 - Obsidiana, 13 - Rubi, 14 - Ágata muscínea, 15 - Jaspe, 16 - Ametista, 17 - Ágata azul, 18 - Lápis-lazúli As propriedades físicas dos metais, que os tornam valiosos como pedras preciosas, são a cor, o brilho, a dispersão e a dureza. O valor da gema de alguns minerais pode ser atribuído a uma só destas propriedades, por exemplo, a cor, no caso da turquesa. Por outro lado, o diamante, o rubi, a safira e a esmeralda combinam todas essa propriedades e são assim, estimadas acima de todas as outras gemas. Elas são conhecidas como pedras preciosas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Gem.pebbles.800pix.label.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/Turquesa http://pt.wikipedia.org/wiki/Hematita http://pt.wikipedia.org/wiki/Crisocola http://pt.wikipedia.org/wiki/Olho_de_tigre http://pt.wikipedia.org/wiki/Quartzo http://pt.wikipedia.org/wiki/Turmalina http://pt.wikipedia.org/wiki/Cornalina http://pt.wikipedia.org/wiki/Pirita http://pt.wikipedia.org/wiki/Sugilite http://pt.wikipedia.org/wiki/Malaquita http://pt.wikipedia.org/wiki/Quartzo_rosa http://pt.wikipedia.org/wiki/Obsidiana http://pt.wikipedia.org/wiki/Rubi http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gata_musc%C3%ADnea http://pt.wikipedia.org/wiki/Jaspe http://pt.wikipedia.org/wiki/Ametista http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gata http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%A1pis-laz%C3%BAli Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 38 Além das propriedades físicas mencionadas, as pedras preciosas populares devem ser relativamente raras, mas ao mesmo tempo, bastante abundantes para criar uma procura por elas. . diamante; . rubi; . safira; . esmeralda; . água marinha (azul-verde); . morganita ( rosa ); . granada ( usualmente vermelha ); . topázio ( vinho, amarelo, azul, rosa ); . zircão ( incolor ); . opala; . turqueza ( verde-azul ); . quartzo; . quartzo rosa. B) Minerais ornamentais . calcita; . mármore; . jade; . Quartzo ( ágata ; quartzo rosa ); . malaquita. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 39 C) Minerais abrasivos . diamante; . coríndon; . esmeril; . diatomito; . sílex; . granada. D) Minerais fluxos São materiais utilizados em operações de fusão. Principais: . calcita; . fluorita; . quartzo. E) Minerais para a indústria . caolim ( papel, tijolos, telhas, etc ); . feldspato ( quartzo ); . quartzo ( vidro ); . apatita; . silvita fertilizantes . salitre do chile Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 40 F) Minerais para aparelhos ópticos e científicos . quartzo; . fluorita; . gipso ( para lentes de microscópios ) . mica ( moscosita - transparente ) . turmalina G) Minerais metálicos mineral metal Bauxita Al Arsenopirita As Galena Pb Cobaltita Co Hematita Fe Uranimita U Calcocita Cu Cobre nativo Cu Ouro nativo Au Ilmenita Ti Esfarelita Zn Prata nativa/argentita Ag H) Minerais refratários . dolomita . asbesto ( crisólita ) . talco . magnesita . argila ( caolinita ) . grafita Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 41 MINERALOGIA DESCRITIVA Nas descrições individuais, consideram-se, na ordem as seguintes propriedades: . cristalográficas; . químicas ( composição ); . físicas; . ensaios que auxiliam no reconhecimento dos minerais; . ocorrência; . usos; . nome; . espécies semelhantes. Classificação dos minerais baseada na composição química Os minerais podem ser classificados de acordo com sua composição química e são listados abaixo na ordem aproximada de abundância na crosta terrestre. .Silicatos O grupo dos silicatos é de longe o maior grupo de minerais, sendo compostos principalmente por sílica e oxigênio, com a adição de cátions como o magnésio, o ferro e o cálcio. Alguns dos mais importantes silicatos constituintes de rochas comuns são o feldspato, o quartzo, as olivinas, as piroxenas, as granadas e as micas. . Carbonatos O grupo dos carbonatos é composto de minerais contendo o ânion (CO3) 2- e inclui a calcita e a aragonita (carbonatos de cálcio), a dolomita (carbonatode magnésio e cálcio) e a siderita (carbonato de ferro). Os carbonatos são geralmente depositados em ambientes marinhos pouco profundos, com águas límpidas e quentes, como por exemplo em mares tropicais e subtropicais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Crusta http://pt.wikipedia.org/wiki/Silicato http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADlica http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxig%C3%A9nio http://pt.wikipedia.org/wiki/Magn%C3%A9sio http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Feldspato http://pt.wikipedia.org/wiki/Quartzo http://pt.wikipedia.org/wiki/Olivina http://pt.wikipedia.org/wiki/Piroxena http://pt.wikipedia.org/wiki/Granada_%28mineralogia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Mica http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato http://pt.wikipedia.org/wiki/Aragonita http://pt.wikipedia.org/wiki/Dolomita http://pt.wikipedia.org/wiki/Siderita Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 42 Os carbonatos encontram-se também em rochas formadas por evaporação de águas pouco profundas (os evaporitos, como por exemplo os existentes no Great Salt Lake, Utah) e em ambientes de karst, isto é regiões onde a dissolução e a precipitação dos carbonatos conduziu à formação de cavernas com estalactites e estalagmites. A classe dos carbonatos inclui ainda os minerais de boratos e nitratos. . Sulfatos Todos os sulfatos contém o ânion sulfato na forma SO4 2-. Os sulfatos formam-se geralmente em ambientes evaporíticos, onde águas de alta salinidade são lentamente evaporadas, permitindo a formação de sulfatos e de halóides na interface entre a água e o sedimento. Também ocorrem em sistemas de veios hidrotermais sob a forma de minerais constituintes da ganga associada a minérios de sulfetos. Os sulfatos mais comuns são a anidrita (sulfato de cálcio), a celestita (sulfato de estrôncio) e o gesso (sulfato hidratado de cálcio). Nesta classe incluem-se também os minerais de cromatos, molibdatos, selenatos, sulfetos, teluratos e tungstatos. . Halóides O grupo dos halóides é constituído pelos minerais que formam os sais naturais, incluindo a fluorita, a halite (sal comum) e o sal amoníaco (cloreto de amónio). Os halóides, como os sulfatos, são encontrados geralmente em ambientes evaporíticos, tais como lagos do tipo playa e mares fechados (por exemplo nas margens do Mar Morto). Inclui os minerais de fluoretos, cloretos e iodetos. . Óxidos Os óxidos constituem um dos grupos mais importantes de minerais por formarem minérios dos quais podem ser extraídos metais. Ocorrem geralmente como precipitados em depósitos sitos próximo da superfície, como produtos de oxidação de outros minerais situados na zona de alteração cerca da superfície ou ainda como minerais acessórios das rochas ígneas da crusta e do manto. http://pt.wikipedia.org/wiki/Evaporito http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Great_Salt_Lake&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Utah http://pt.wikipedia.org/wiki/Karst http://pt.wikipedia.org/wiki/Caverna http://pt.wikipedia.org/wiki/Estalactite http://pt.wikipedia.org/wiki/Estalagmite http://pt.wikipedia.org/wiki/Borato http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitrato http://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfato http://pt.wikipedia.org/wiki/Evaporito http://pt.wikipedia.org/wiki/Hal%C3%B3ide http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidrotermal http://pt.wikipedia.org/wiki/Ganga http://pt.wikipedia.org/wiki/Anidrita http://pt.wikipedia.org/wiki/Celestita http://pt.wikipedia.org/wiki/Gipsita http://pt.wikipedia.org/wiki/Cromato http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Molibdato&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Selenato&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfeto http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Telurato&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Tungstato&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Hal%C3%B3ide http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal http://pt.wikipedia.org/wiki/Halite http://pt.wikipedia.org/wiki/Sal_amon%C3%ADaco http://pt.wikipedia.org/wiki/Mar_Morto http://pt.wikipedia.org/wiki/Fluoreto http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloreto http://pt.wikipedia.org/wiki/Iodeto http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93xido http://pt.wikipedia.org/wiki/Min%C3%A9rio http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxida%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Rocha_%C3%ADgnea http://pt.wikipedia.org/wiki/Crusta http://pt.wikipedia.org/wiki/Manto Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 43 Os óxidos mais comuns incluem a hematita (óxido de ferro), a espinela (óxido de alumínio e magnésio, um componente comum do manto) e o gelo (de água, ou seja óxido de hidrogénio). São também incluídos nesta classe os minerais de hidróxidos. . Sulfetos Muitos sulfetos são também economicamente importantes como minérios metálicos, incluindo-se entre os mais comuns a calcopirita (sulfeto de cobre e ferro) e a galena (sulfeto de chumbo). A classe dos sulfetos também inclui os minerais de selenetos, teluretos, arsenietos, antimonetos, os bismutinetos e ainda os sulfossais ( minerais compostos de chumbo, cobre , prata em combinação com enxofre e antimônio ou bismuto – enargita : Cu3AsS4). . Fosfatos O grupo dos fosfatos inclui todos os minerais com uma unidade tetraédrica de AO4 onde A pode ser fósforo, antimônio, arsênio ou vanádio. O fosfato mais comum é a apatita, a qual constitui um importante mineral biológico, encontrado nos dentes e nos ossos de muitos animais. Esta classe inclui os minerais de fosfatos, vanadatos, arseniatos e antimonatos. . Elementos nativos O grupo dos elementos nativos inclui os metais e amálgamas intermetálicas (como as de ouro, prata e cobre), semi-metais e não-metais (antimônio, bismuto, grafite e enxofre). Este grupo inclui também ligas naturais, como o electrum (uma liga natural de ouro e prata), fosfinos (hidretos de fósforo), nitritos e carbetos (que geralmente são só encontrados em alguns raros meteoritos). http://pt.wikipedia.org/wiki/Espinela http://pt.wikipedia.org/wiki/Manto http://pt.wikipedia.org/wiki/Gelo http://pt.wikipedia.org/wiki/Hidr%C3%B3xido http://pt.wikipedia.org/wiki/Sulfeto http://pt.wikipedia.org/wiki/Calcopirita http://pt.wikipedia.org/wiki/Galena http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Seleneto&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Telureto&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Arsenieto&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Antimoneto&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sulfossal&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Fosfatos http://pt.wikipedia.org/wiki/Tetraedro http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3sforo http://pt.wikipedia.org/wiki/Antim%C3%B3nio http://pt.wikipedia.org/wiki/Ars%C3%A9nio http://pt.wikipedia.org/wiki/Van%C3%A1dio http://pt.wikipedia.org/wiki/Biologia http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Vanadato&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Arseniato&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Antimonato&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Elemento_nativo&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouro http://pt.wikipedia.org/wiki/Prata http://pt.wikipedia.org/wiki/Cobre http://pt.wikipedia.org/wiki/Antim%C3%B3nio http://pt.wikipedia.org/wiki/Bismuto http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafite http://pt.wikipedia.org/wiki/Enxofre http://pt.wikipedia.org/wiki/Electrum http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Fosfino&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Nitrito http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbeto http://pt.wikipedia.org/wiki/Meteorito Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 44 . Subdivisão dos minerais Os minerais dietéticos Designam-se por minerais dietéticos os compostos inorgânicos necessários à vida, incluindo aqueles que devem fazer parte da boa nutrição humana. Entre estes minerais inclui-se o sal de cozinha e compostos contendo nutrientes e oligoelementos como o potássio, o cálcio, o ferro, o zinco, o magnésio e o cobre. Os mineraisdietéticos podem ser constituintes naturais do alimento ou propositadamente adicionados, na forma elementar ou mineral, ao alimento, como o acontece com suplementos à base de carbonato de cálcio ou de sais ferrosos. Alguns destes aditivos provêm de fontes naturais, como os depósitos de conchas, para o carbonato de cálcio. Em alternativa, os minerais podem ser adicionados à dieta em separado dos alimentos, sob a forma de suplementos. Entre os animais, e também de forma inadvertida, entre os humanos, uma fracção importante de minerais dietéticos é ingerida acidentalmente por ingestão de poeiras. Entre os herbívoros é importante a pica, ou geofagia, isto é a ingestão acidental de poeiras e materiais do solo em conjunto com a dieta normal. A geofagia humana também é corrente nalgumas sociedades rurais e como distúrbio alimentar, particularmente entre crianças. Classes famílias grupos espécies séries variedades http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Minerais_diet%C3%A9ticos&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Nutri%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloreto_de_s%C3%B3dio http://pt.wikipedia.org/wiki/Oligoelemento http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%A1ssio http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A1lcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferro http://pt.wikipedia.org/wiki/Zinco http://pt.wikipedia.org/wiki/Magn%C3%A9sio http://pt.wikipedia.org/wiki/Cobre http://pt.wikipedia.org/wiki/Alimento http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato_de_c%C3%A1lcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonato_de_c%C3%A1lcio http://pt.wikipedia.org/wiki/Geofagia Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 45 EXERCÍCIOS 1) Mencione os principais usos dos minerais. 2) Quais são as principais propriedades individuais que consideramos para a realização e identifcação dos minerais ? 3) Como são classificados os minerais quanto a composição ? 4) Indique a subdivisão dos minerais por meio de representação esquemática. 5) O que são elementos nativos e como são classificados ? 6) Pesquisar o que determina o caráter sólido dos minerais do grupo do ouro e o que os diferem um dos outros uma vez que possuem algumas semelhanças. 7) Pesquisar as características do grupo da platina e do ferro. JAZIDAS MINERAIS São depósitos de substâncias minerais ou fósseis ( carvão, petróleo ), economicamente aproveitáveis. As jazidas minerais podem ser: . Concentrações excepcionais de minerais habitualmente escassos na natureza. Ex.: veios, filões O quartzo é um dos minerais mais comuns na natureza. Os veios contém algumas dezenas de gramas de ouro por tonelada de quartzo. . Ocorrência dos minerais na natureza: A ocorrência tem que ser em quantidade significativa, caso contrário não podem ser explorada economicamente. Ex.1: exploração econômica de pegmatito onde são encontradas massas consideráveis de feldspatos, sendo possível separá-lo economicamente; jazidas de feldspatos em Perus, Socorro e partes do Estado de São Paulo. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 46 Ex. 2: jazidas de bauxita do Planalto de Poços de Caldas são exploradas para a produção do metal alumínio. Ex. 3: a crosta terrestre é constituída por um número pequeno de rochas que servem para brita, aterro, alvenaria, etc. ; essas rochas são constituídas por um número pequeno de minerais ordinários ; algumas vezes aparecem concentrações de minerais raros : ouro etc e constituirão jazidas minerais se permitirem a exploração econômica. Classificação das jazidas 1) Jazidas magmáticas: são aquelas resultantes das atividades dos magmas; subdividem-se em: a- ortomagmáticas: a jazida é um magma consolidada (rocha eruptiva) rico em alguma substância valiosa e economicamente explorável. b- pneumatolíticas: a jazida resulta da ação de gases dos magmas. c- hidrotermais: jazida que resulta de soluções ( em camadas dos magmas ) que atacaram as rochas e depositaram solutos nos poros ou fraturas destas mesmas rochas. 2) Jazidas metamórficas: resultam do fenômeno do metamorfismo. 3) Jazidas sedimentares: sedimentos com composição rara, responsável pelo valor econômico. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 47 CRISTAIS Um cristal é um sólido no qual os constituintes, sejam eles átomos, moléculas ou íons, estão organizados num padrão tridimensional bem definido, que se repete no espaço, formando uma estrutura com uma geometria específica. Em química e mineralogia, um cristal é uma forma da matéria na qual as partículas constituintes estão agregadas regularmente, criando uma estrutura cristalina que se manifesta macroscopicamente por assumir a forma externa de um sólido de faces planas regularmente arranjadas, em geral com elevado grau de simetria tridimensional. Cristais e vidros Embora o termo cristal tenha um significado preciso no âmbito da ciência dos materiais e da física do estado sólido, em linguagem coloquial o termo é utilizado de forma muito abrangente para designar objectos sólidos que apresentam características de brilho e forma bem marcados, em geral associados a formas geométricas simples. Se alguns são cristais, como o gelo, a neve e o sal de cozinha, outros são na realidade vítreos, isto é são compostos por materiais cujos átomos não apresentam qualquer ordenação especifica. Apesar de em geral o arrefecimento de uma substância conduzir à formação de cristais (isto é à cristalização), tal não é uma verdade universal. Misturas de substâncias muito heterogéneas raramente cristalizam e nalguns casos o arrefecimento pode ser tão rápido que as moléculas ou átomos perdem mobilidade antes de poderem atingir a posição correcta na malha cristalina. Um material não cristalino, como o vulgar vidro, não apresenta ordenação espacial dos seus átomos ou moléculas ao longo de distâncias consideráveis, face ao raio desses átomos ou moléculas, pelo que é denominado amorfo ou vítreo. Estes materiais são em geral denominados sólidos amorfos, sendo um exemplo geológico conhecido a obsidiana. Daí que seja numa acepção totalmente diversa que a palavra cristal é usada quando aplicada aos vidros, especialmente aos designados cristais, que não são mais do que vidro muito transparente e denso devido à introdução de um elevado teor de óxido de Chumbo: na realidade aqueles “cristais” não têm estrutura cristalina, já que neles os átomos não apresentam qualquer forma de arranjo regular. Os “cristais” de vidro não podem de forma alguma ser considerados um cristal no sentido aqui utilizado! http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lido http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomo http://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Dons http://pt.wikipedia.org/wiki/Qu%C3%ADmica http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineralogia http://pt.wikipedia.org/wiki/Mat%C3%A9ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Estrutura_cristalina http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lido http://pt.wikipedia.org/wiki/Vidro http://pt.wikipedia.org/wiki/Amorfo http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%ADtreo http://pt.wikipedia.org/wiki/Obsidiana http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal_%28vidro%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Chumbo Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 48 Num cristal a posição de cada um dos átomos, moléculas ou iões que o constituem, que para economia discursiva passaremos a designar (de forma menos correcta) por partículas, é determinada pelas posições ocupadas já existentes. Assim, no momento de cristalização, a partícula forma com as suas vizinhas um conjunto de ligações químicas (de qualquer tipo, indo das iónicas às ligações fracas) que determina a posição espacial que tenderá a ocupar. Célula unitária da estrutura de um cristal de sal (NaCl). Note-se a ordenação dos átomos. Em resultado desse processo, forma-se uma estrutura tridimensional, mantida de forma mais ou menos rígida pelas ligaçõesentre partículas, que se vai progressivamente propagando no espaço, formado assim um sólido que tenderá, pela expressão macroscópica desta ordenação interna, a ter uma forte tendência para a simetria. São esses os sólidos a que chamamos cristais. As estruturas cristalinas ocorrem em todos os tipos de materiais com todo o tipo de ligações inter-moleculares e inter-atómicas. Quase todos as ligações metálicas por nuvem de electrões coexistem com um estado policristalino, já que os metais em estado amorfo ou monocristalino raramente existem na natureza. A generalidade dos sais cristaliza, já que as ligações iónicas, formadas a partir da condensação de soluções, ou da solidificação de sais em fusão, formam malhas cristalinas muito estáveis. http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:NaCl-Ionengitter.png http://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_met%C3%A1lica http://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_i%C3%B3nica Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 49 Daí que quase todos os sais em estado sólido sejam cristais. As ligações covalentes também são muito comuns em cristais, em particular em cristais orgânicos (como os açucares e as proteínas puras). Outro exemplo de cristais com ligações covalentes são o diamante e a grafite. Os polímeros em geral apresentam regiões cristalinas, mas o comprimento das cadeias dificulta a cristalização total. Para além as ligações atrás referidas, as forças de van der Waals assumem um importante papel na formação dos cristais, controlando a aproximação das moléculas e mantendo-as nos seus mínimos de enenergéticos. Em geral, os cristais formam-se a partir de substâncias fluidas à medida que estas vão sofrendo solidificação ou precipitação (caso se trate de uma solução). A forma mais comum de cristalização consiste na existência de uma solução, a partir da qual o material que forma o cristal vai precipitando e, no processo, cada átomo ou molécula vai assumindo uma posição que é determinada pelos átomos ou moléculas vizinhas. A arrumação das partículas, e a sua persistência no lugar que ocupam na malha cristalina, é determinada pelo existência de um mínimo energético nessa posição, correspondente à optimização das ligações formadas entre as partículas. Um exemplo típico deste processo é a formação de gelo: quando o movimento browniano induzido pela calor é suficientemente pequeno para permitir que as moléculas de água se liguem de forma estável (em água pura aos 0º C), as ligações entre as zonas de polarização eléctrica positiva e negativa das moléculas são imobilizadas por ligações de van der Waals (assim denominadas em homenagem a Johannes Diderik van der Waals), as quais as mantêm em posição. Em resultado, as moléculas da água vão sendo progressivamente presas na estrutura, formando-se o gelo. Devido à formação desta rede, e à redução de entropia que corresponde à ordenação das moléculas, o gelo tem uma energia interna inferior à da água, daí que seja necessário fornecer um calor de fusão (igual àquele que ele liberta quando solidifica) para o transformar novamente em água. http://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%A3o_covalente http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADmero http://pt.wikipedia.org/wiki/For%C3%A7as_de_van_der_Waals http://pt.wikipedia.org/wiki/Solu%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_browniano http://pt.wikipedia.org/wiki/Celsius http://pt.wikipedia.org/wiki/Liga%C3%A7%C3%B5es_de_van_der_Waals http://pt.wikipedia.org/wiki/Johannes_Diderik_van_der_Waals http://pt.wikipedia.org/wiki/Entropia http://pt.wikipedia.org/wiki/Calor_de_fus%C3%A3o Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 50 É este calor de fusão que explica a estabilidade dos cristais e a tendência das substâncias puras, quando arrefecem, para assumir a forma cristalina (com elevada ordenação espacial). Os materiais que quando solidificam não libertam um calor de fusão, como acontece com a solidificação de um vidro, apesar de em geral serem considerados sólidos, são, do ponto de vista termodinâmico, líquidos com viscosidade quase infinita, já que as suas partículas não atingiram um estado de mínimo energético. Outra forma comum de cristalização, e a mais frequente em geologia, já que está presente nos magmas e nas soluções hidrotermais, é a precipitação a partir de uma solução. Um exemplo comum é o que acontece com as soluções sobressaturadas de sal comum (cloreto de sódio): quando a quantidade de sal em solução excede a que pode ser mantida àquela temperatura, os iões de Sódio e Potássio começam a agregar-se de forma estruturada (em geral em torno de impurezas ou de um cristal semente), crescendo rapidamente por remoção de sal da solução. O mesmo acontece com a formação dos cristais no magma: a partir do material fundido vão sendo precipitados cristais que crescem por agregação dos átomos que os constituem. Embora menos comum, mas de forma alguma rara, é a formação de cristais a partir de um gás ou mistura gasosa. O exemplo mais comum é o crescimento dos cristais de neve na atmosfera por ressublimação, ou sublimação regressiva, ao ocorrer a passagem de vapor de água (um gás) directamente para sólido. O mesmo acontece com a formação de cristais de enxofre nas sulfataras e de outros cristais em torno das fumarolas. Em condições ideais, o resultado dos processos de cristalização seria a formação de um único cristal, no qual todos os átomos (ou moléculas) encontrassem o seu lugar numa malha cristalina comum. Na realidade, porque o processo se inicia em múltiplos lugares e é instável no seu desenvolvimento, forma-se em geral uma miríade de cristais que se vão fundindo (com as óbvias imperfeições daí resultantes), à medida que as suas superfícies de crescimento se interceptam. Os sólidos policristalinos assim formados, apesar de localmente manterem a simetria imposta pela malha cristalina, assumem formas complexas onde a simetria geral pode não ser imediatamente perceptível ou mesmo não existir. http://pt.wikipedia.org/wiki/Magma http://pt.wikipedia.org/wiki/Cloreto_de_s%C3%B3dio http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3dio http://pt.wikipedia.org/wiki/Pot%C3%A1ssio http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ressublima%C3%A7%C3%A3o&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Sublima%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sulfatara&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Fumarola Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 51 Através de processos de deposição controlada, é possível crescer grandes monocristais, como por exemplo os necessários para aplicações fotoeléctricas. Devido às suas especiais propriedade (e beleza) são também criados cristais geminados, resultado de um crescimento simétrico em torno de um eixo predefinido. Forma dos cristais Na natureza encontram-se cristais de formas muito diversificadas, dependentes da forma de arranjo das cargas eléctricas nos átomos ou moléculas que formam o cristal e das condições em que a cristalização se deu (por exemplo a água, pode assumir múltiplas formas cristalinas em função da forma como o cristal se formou: a neve e um cubo de gelo são formas completamente distintas de cristais de água, com estrutura diferenciada em função das condições de cristalização. Pelas razões atrás apontadas, a forma dos cristais depende não só das características do material de que o cristal é formado mas também das condições de formação (um caso extremo é o Carbono: a altas pressões e temperaturas forma o diamante, a altas temperaturas e baixas pressões forma grafite, substâncias que á primeira vista nada têm em comum). Propriedades dos cristais Os cristais apresentam propriedade ópticas e eléctricas específicas distintas das de quaisquer outros sólidos ou fluidos, o que os torna extremamente úteis em aplicações electro-ópticas e electrónicas, as quais dependem da sua estrutura, do tipo de ligações e dasimpurezas e defeitos na malha cristalina de que eventualmente padeçam. A maior parte dos materiais apresenta defeitos na sua malha cristalina, em geral resultantes da presenças de átomos ou moléculas de outras substâncias ou de defeitos no posicionamento da malha durante a cristalização. http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Cristal_geminado&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81gua http://pt.wikipedia.org/wiki/Neve http://pt.wikipedia.org/wiki/Gelo http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbono http://pt.wikipedia.org/wiki/Diamante http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafite Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 52 Estes defeitos conferem características particulares aos cristais, estando na base de muitas tecnologias. São defeitos na malha cristalina do Silício, induzidas, por exemplo, pela presença átomos de Germânio ou Gálio, que permitem o aparecimento de semicondutores, a base da actual tecnologia electrónica. Os efeitos mais conhecidos da estrutura cristalina são os piezoeléctricos, que estão na base, entre outras coisas, dos relógios de quartzo e das balanças electrónicas, os ferroeléctricos, utilizados em detectores diversos, o efeito piroeléctrico, usado em detectores de calor, termómetros e detectores de intrusão, e, acima de tudo, a formação de semicondutores, os quais estão na base de toda a electrónica dos transístores e díodos aos computadores. Outras propriedades dos cristais estão a levar à utilização tecnológica da supercondutividade a altas temperaturas e a crescentes desenvolvimentos no campo da física da matéria condensada que poderão abrir novas áreas tecnológicas. O comportamento óptico dos cristais está na base do laser, do maser, das câmaras fotográficas e de filmar digitais, dos díodos emissores de luz (LED’s) e de todos os desenvolvimentos em matéria de fotoelectrónica que estão a revolucionar o mundo tecnológico. O pleocroísmo exibido por muitos cristais abre novas perspectivas em termos de óptica e da sua utilização em técnicas analíticas. Cristalografia A cristalografia é o ramo da ciência que estuda as propriedade dos cristais, a sua formação e interacção com os factores físicos e químicos, incluindo os ambientais. Os cristais, devido às simetrias geradas pela repetição espacial da sua estrutura atómica, assumem formas geométricas bem definidas que estão na base da sua classificação: em função do número de cadeias, dos eixos de simetria e do número e características morfológicas das faces, são agrupados em sistemas de classificação que servem para identifica-los. http://pt.wikipedia.org/wiki/Germ%C3%A2nio http://pt.wikipedia.org/wiki/G%C3%A1lio http://pt.wikipedia.org/wiki/Piezoel%C3%A9ctrico http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Efeito_ferroel%C3%A9ctrico&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Efeito_piroel%C3%A9ctrico&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Semicondutor http://pt.wikipedia.org/wiki/Trans%C3%ADstor http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADodo http://pt.wikipedia.org/wiki/Computador http://pt.wikipedia.org/wiki/Supercondutividade http://pt.wikipedia.org/wiki/Laser http://pt.wikipedia.org/wiki/Maser http://pt.wikipedia.org/wiki/D%C3%ADodo http://pt.wikipedia.org/wiki/LED http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Pleocro%C3%ADsmo&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristalografia Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 53 Estrutura Cristalina A estrutura cristalina de um sólido é a designação dada ao conjunto de propriedades que resultam da forma como estão espacialmente ordenados os átomos ou moléculas que o constituem. Note-se que apenas os sólidos cristalinos exibem esta característica, já que ela é o resultado macroscópico da existência subjacente de uma estrutura ordenada ao nível atómico, replicada no espaço ao longo de distâncias significativas face à dimensão atómica ou molecular, o que é exclusivo dos cristais. . Prevalência da estrutura cristalina Dado que, de maneira geral, a matéria sólida, se apresenta sob dois estados fundamentais de ordenação: o amorfo e o cristalino, como é óbvio, apenas os sólidos que tenham uma estrutura interna ordenada, os cristalinos, apresentem estrutura cristalina. Contudo esta definição pode ser enganadora, já que são comuns substâncias parcialmente cristalinas, isto é, compostas por porções cristalinas embebidas em material amorfo (é o caso da maioria das rochas). Também materiais aparentemente amorfos podem ser cristalinos, como é o caso da areia de quartzo (que é constituída por uma miríade de pequenos cristais) ou das argilas (que aparentam ser amorfas mas são constituídas por cristais microscópicos). . Sistemas cristalinos A existência da estrutura cristalina resulta dos sólidos cristalinos serem construídos a partir da repetição no espaço de uma estrutura elementar paralelepipédica denominada célula unitária (ver figura à direita). A forma e tamanho da célula unitária de cada cristal dependem das dimensões, valência química estado de ionização dos átomos ou moléculas que o compõem, e das condições em que o cristal se formou. A mesma substância, sob condições de pressão e temperatura distintas, pode formar cristais com células unitárias totalmente diversas. http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal http://pt.wikipedia.org/wiki/Amorfo http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal http://pt.wikipedia.org/wiki/Areia http://pt.wikipedia.org/wiki/Argila http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%B3lido http://pt.wikipedia.org/wiki/Cristal http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralelep%C3%ADpedo http://pt.wikipedia.org/wiki/Val%C3%AAncia http://pt.wikipedia.org/wiki/Press%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Temperatura Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 54 Um exemplo clássico é o Carbono, o qual pode, dependendo das condições, cristalizar sob centenas de formas, indo desde o diamante à grafite, passando pelos fulerenos e pelas inúmeras variantes da fibra de carbono. Também as substâncias orgânicas, dos açúcares às proteínas e ao DNA, cristalizam em formas extremamente complexas em resultado do seu elevado peso molecular e complexidade estrutural. Apesar da sua enorme diversidade, os cristais, dependendo da composição e condições de formação, assumem formas regulares e hoje facilmente dedutíveis em função das características atómicas e moleculares dos seus constituintes. Tal permite a sua fácil classificação em função de um número reduzido de parâmetros, conhecidos por parâmetros de rede. A partir desses parâmetros é possível determinar o paralelepípedo que constitui a menor subdivisão de uma rede cristalina que conserve as características gerais de todo o retículo, de modo que por simples multiplicação da mesma, se possa reconstruir o sólido cristalino completo. Esses paralelepípedos são em geral designados por células unitárias. A partir das células unitárias, e levando em conta os eixos de simetria e a posição do centro geométrico de cada elemento do cristal, é possível descrever qualquer cristal com base em diagramas designados por redes de Bravais, nome que homenageia Auguste Bravais (1811-1863), um dos pioneiros do seu estudo. Na figuras que se seguem apresenta-se o diagrama explicativo da forma como cada célula unitária determina a estrutura do cristal. Na realidade, cada cristal é constituído pela repetição de milhões de milhões de células unitárias semelhantes, agrupadas de forma regular, que, funcionado como autênticos blocos construtivos do cristal, acabam por determinar a sua macro-estrutura. Nos cristais naturais, múltiplas células unitárias são substituídas por impurezas, dando a cada cristal características distintas de forma e cor. Estas impurezas têm uma importância fundamental na determinação das características dos cristais naturais, em particular dos minerais, determinando as propriedades eléctricas e ópticas, a temperatura de fusão e a reactividadequímica. http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbono http://pt.wikipedia.org/wiki/Diamante http://pt.wikipedia.org/wiki/Grafite http://pt.wikipedia.org/wiki/Fulereno http://pt.wikipedia.org/wiki/Fibra_de_carbono http://pt.wikipedia.org/wiki/A%C3%A7%C3%BAcar http://pt.wikipedia.org/wiki/Prote%C3%ADna http://pt.wikipedia.org/wiki/DNA http://pt.wikipedia.org/wiki/Peso_molecular http://pt.wikipedia.org/wiki/Paralelep%C3%ADpedo http://pt.wikipedia.org/wiki/Redes_de_Bravais http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Bravais http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Bravais http://pt.wikipedia.org/wiki/Mineral Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 55 . Sistemas de cristalização Em função dos parâmetros de rede, isto é, do comprimento dos lados e dos eixos do paralelepípedo elementar da célula unitária, e dos ângulos que as suas faces formam entre si, podem identificar-se sistemas de cristalização, ou sistemas cristalinos básicos. Neste contexto, um sistema de cristalização é o grupo pontual da malha cristalina, isto é o conjunto de simetrias de rotação e reflecção permitidas ao manter fixo um ponto da malha (ignorando os átomos ou moléculas contidos em cada célula unitária). A análise geométrica dos sistemas de cristalização permite concluir que existem sete sistemas distintos (veja a tabela abaixo), embora dentro de alguns deles seja possível distinguir subcategorias em função dos centros de simetria. A designação dos eixos e dos ângulos entre os eixos é a que resulta do diagrama que acompanha a tabela. Sistema de cristalização Eixos Ângulos entre os eixos Cúbico a = b = c α = β = γ = 90º Tetragonal a = b ≠ c α = β = γ = 90º Ortorrômbico a ≠ b ≠ c ≠ a α = β = γ = 90º Hexagonal a = b ≠ c α = β = 90º; γ = 120º Romboédrico ou Trigonal a = b = c α = β = γ ≠ 90º Monoclínico a ≠ b ≠ c ≠ a α = γ = 90º; β ≠ 90º Triclínico a ≠ b ≠ c ≠ a α ≠ β ≠ γ (todos ≠ 90º) http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=C%C3%A9lula_unit%C3%A1ria%2C&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngulo http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Grupo_pontual&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Imagem:Celda_unitaria1.jpg http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%BAbico_%28cristalografia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Tetragonal http://pt.wikipedia.org/wiki/Ortorr%C3%B4mbico http://pt.wikipedia.org/wiki/Hexagonal_%28cristalografia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Rombo%C3%A9drico http://pt.wikipedia.org/wiki/Trigonal http://pt.wikipedia.org/wiki/Monocl%C3%ADnico http://pt.wikipedia.org/wiki/Tricl%C3%ADnico Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 56 Da combinação dos eixos e ângulos resultam os seguintes sete sistemas básicos de cristalização: Cúbico, ou isométrico — fornece quatro eixos ternários de rotação, o que permite um grande número de grupos espaciais (36). Produz estruturas simples e lineares e é aquele em que, para além de todos os cristais possuirem quatro eixos ternários de simetria, os eixos cristalográficos possuem comprimentos iguais e são perpendiculares entre si. Tetragonal — permite um eixo quaternário de rotação e 68 grupos espaciais (o maior número possível em qualquer sistema). Todos os cristais deste sistema têm a característica de possuírem, para além de um eixo quaternário de simetria, três eixos cristalográficos perpendiculares entre si, sendo os dois horizontais de igual comprimento e o vertical de comprimento diferente. Ortorrômbico — requer três eixos binários de rotação ou um eixo de rotação binário e dois planos de imagem reflexa. Permite 59 grupos espaciais. Produz estruturas de grande complexidade tendo como característica comum a todos os cristais deste sistema o apresentarem, ao menos, um eixo binário de simetria. Possuem três eixos cristalográficos perpendiculares entre si, todos com comprimentos diferentes. Hexagonal — permite um eixo de rotação senário e 27 grupos espaciais, mas é considerado por vezes como mera variante do sistema trigonal (por duplicação). Neste sistema todos os cristais possuem ou um eixo ternário de simetria, ou um eixo senário (eixo de ordem seis) de simetria. Possuem quatro eixos cristalográficos, dos quais três são horizontais, com comprimentos iguais e cruzando-se em ângulos de 120°, e o quarto é o vertical, com comprimento diferente dos demais. Romboédrico, ou trigonal — requer um eixo ternário de rotação, permitindo 25 grupos espaciais. Monoclínico — requer um eixo de rotação binário e um plano reflexo. Permite 13 grupos espaciais. Os cristais deste sistema em geral apresentam apenas um eixo de simetria binário, ou um único plano de simetria, ou a combinação de ambos. Possuem três eixos cristalográficos, todos com comprimentos diferentes. Dois eixos formam um ângulo oblíquo entre si, sendo o terceiro perpendicular ao plano formado pelos outros dois. http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%BAbico_%28cristalografia%29 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Grupo_espacial&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Tetragonal http://pt.wikipedia.org/wiki/Ortorr%C3%B4mbico http://pt.wikipedia.org/wiki/Hexagonal_%28cristalografia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Rombo%C3%A9drico http://pt.wikipedia.org/wiki/Monocl%C3%ADnico Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 57 Triclínico — agrupa todos os casos que não podem ser acomodados em qualquer dos restantes sistemas, exibindo apenas simetria translacional ou inversão. Permite apenas 2 grupos espaciais. Os cristais com este sistema caracterizam-se pela ausência de eixos ou planos de simetria, apresentando três eixos cristalográficos com comprimentos desiguais e oblíquos entre si. Uma análise do grau de simetria de cada um dos sistemas acima apontados permite concluir que o mais simples, e o mais simétrico, é o cúbico, já que apresenta a simetria do cubo, beneficiando da isometria das suas faces. Os restantes seis sistemas ordenam-se de acordo com a seguintes sequência decrescente de simetria: hexagonal, tetragonal, romboédrico, ortorrômbico, monoclínico e triclínico. O sistema hexagonal é frequentemente considerado como sendo uma variante do sistema trigonal, já que é possível, sem alterar as simetrias, a partir de um produzir o outro. . Redes de Bravais Por sua vez, em função das possíveis localizações das partículas (átomos, íons ou moléculas) na célula unitária, estabelecem-se 14 estruturas cristalinas básicas, as denominadas redes de Bravais (ver tabela abaixo). Uma rede de Bravais é um conjunto de pontos construídos por translação de um único ponto em intervalos discretos determinados por um conjunto de vectores denominados vectores base. Todos os materiais cristalinos até agora identificados pertencem a um dos 14 arranjos tridimensionais correspondentes às estruturas cristalinas básicas de Bravais. As excepções conhecidas são os quasecristais de Shechtman, os quais contudo não são verdadeiros cristais por não possuírem uma malha com repetição espacial uniforme. A estrutura de cada cristal pode ser representada por uma das estruturas constantes da tabela, agrupando-se depois num dos sete sistemas de cristalização. Cada uma das estruturas agrega uma célula unitária, contendo átomos em coordenadas específicas de cada ponto da malha cristalina. Por incluir a célula unitária, a simetria do cristal pode ser mais complexa que a simetria da respectiva malha cristalina. http://pt.wikipedia.org/wiki/Tricl%C3%ADnico http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Simetria_translacional&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%BAbico_%28cristalografia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Cubo http://pt.wikipedia.org/wiki/Hexagonal_%28cristalografia%29 http://pt.wikipedia.org/wiki/Tetragonal http://pt.wikipedia.org/wiki/Rombo%C3%A9drico http://pt.wikipedia.org/wiki/Ortorr%C3%B4mbico http://pt.wikipedia.org/wiki/Monocl%C3%ADnico http://pt.wikipedia.org/wiki/Tricl%C3%ADnico http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81tomohttp://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%8Don http://pt.wikipedia.org/wiki/Mol%C3%A9cula http://pt.wikipedia.org/wiki/Redes_de_Bravais http://pt.wikipedia.org/wiki/Vector_%28espacial%29 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Quasecristais_de_Shechtman&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9lula_unit%C3%A1ria Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 58 SISTEMAS DE CRISTALIZAÇÃO Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 59 Células unitárias dos arranjos cristalinos de Bravais. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 60 . Relações de simetria nos cristais Os cristais podem ser agrupados em 32 classes, ou grupos pontuais, de acordo com o número de eixos de rotação e planos de reflexão que permitem sob condição de manter invariante a malha cristalina. Essas classes, por indiciarem a assimetria estrutural do cristal, e a consequente assimetria na distribuição de cargas eléctricas, correspondem a importantes variações no comportamento piezoelétrico e piroelétrico dos materiais. . Piezoeletricidade e polarização Das 32 classes de simetria, 20 apresentam actividade piezoeléctrica, coincidindo com aquelas classes que não têm centro de simetria. Apesar de qualquer material não condutor desenvolver uma polarização dieléctrica quando submetido a um campo eléctrico, há materiais que desenvolvem polarização mesmo na ausência de campos. Tais materiais são designados por polares, sendo esta propriedade determinada exclusivamente pela estrutura cristalina. Apenas 10 das 32 classes de cristais exibem comportamento polar. Todos os materiais polares são simultaneamente piezoeléctricos. . Materiais ferroelétricos Algumas estruturas cristalinas, com destaque para a perovskite e materiais similares, exibem comportamento ferroelétrico. Esta propriedade é análoga ao ferromagnetismo, já que na ausência de um campo eléctrico aquando da produção do cristal, este não exibe polarização, ganhando-a de forma permanente apenas quando exposto a um campo eléctrico de magnitude significativa. Este comportamento é em tudo semelhante à magnetização do ferro. Esta polarização induzida pode ser revertida pela aplicação de um campo de polarização inversa de magnitude adequada. Apesar de designados por ferroeléctricos, os cristais que possuem esta propriedade não têm necessariamente ferro na sua composição, já que a propriedade se deve exclusivamente à assimetria na estrutura cristalina, a qual é independente da composição química. http://pt.wikipedia.org/wiki/Piezoel%C3%A9ctrico http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Piroel%C3%A9ctrico&action=edit http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Polariza%C3%A7%C3%A3o_diel%C3%A9ctrica&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_el%C3%A9ctrico http://pt.wikipedia.org/wiki/Perovskite http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Ferroel%C3%A9ctrico&action=edit http://pt.wikipedia.org/wiki/Ferromagnetismo http://pt.wikipedia.org/wiki/Magnetiza%C3%A7%C3%A3o Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 61 Crescimento de cristais Ex.: Prática em laboratório sal cor / grade cristalina Coef. Solubilidade a 20 – 300C ( 100 g H2 O) Cromato de potássio - K2CrO4 Amarelo / rômbico 61,7 g – 63,4 g Dicromato de potássio - K2Cr2O7 Laranja / triclínico 12,0 g – 20,0 g Sulfato de cobre pentaidratado – CuSO4.5H2O Azul / triclínico 20,7 g – 25,0 g Materiais e reagentes: . copos becker 100 mL . baqueta de vidro . água destilada . sais diversos Cristais de K2CrO4 : 10 mL de água destilada ou 10 g 63,4 g ------------------- 100 g ( mL ) de água => X = 6,34 g de K2CrO4 X -------------------- 10 g ( mL ) de água Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 62 EXERCÍCIOS 1) Represente cristalograficamente o retículo cristalino : a- cúbico simples b- ortorrômbico simples c- triclínico 2) Defina: a- cristal b- mineral c- arranjo cristalino 3) Como se pode obter um cristal em laboratório ? Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 63 APÊNDICE GEOLOGIA DO PETRÓLEO 1. PETRÓLEO O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos e quantidades variáveis de não hidrocarbonetos. Quando ocorre no estado líquido em reservatórios de subsuperfície ou em superfície, é denominado de óleo (ou óleo cru, para diferenciar do óleo refinado). É conhecida como condensado a mistura de hidrocarbonetos que encontra-se no estado gasoso em subsuperfície e torna-se líquida na superfície. Já o termo gás natural se refere à fração do petróleo que ocorre no estado gasoso ou em solução no óleo em reservatórios de subsuperfície. Outra forma de ocorrência dos hidrocarbonetos são os hidratos de gás, que consistem em cristais de gelo com moléculas de gás (etano, propano e, principalmente, metano). Os hidratos de gás ocorrem em condições bastante específicas de pressão e temperatura, sendo mais comuns em depósitos rasos nas regiões polares ou em águas profundas em vários pontos do planeta. 1.1. ORIGEM PETRÓLEO As primeiras teorias que procuraram explicar a ocorrência do petróleo postulavam uma origem inorgânica, a partir de reações que ocorreriam no manto. Ainda hoje existem autores que advogam uma origem inorgânica para o petróleo, sejaa partir da polimerização do metano proveniente do manto e migrado através de falhas,ou a partir de reações equivalentes às empregadas na síntese de Fischer-Tropsch, eque encontrariam condições favoráveis à sua ocorrência nas zonas de subducção. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 64 Diversos fatos, no entanto, favorecem uma origem orgânica para a maior parte dos hidrocarbonetos encontrados próximos a superfície da Terra, em espacial para aqueles com dois ou mais átomos de carbono. Em primeiro lugar, quase todo o petróleo é encontrado em rochas reservatório de bacias sedimentares. As ocorrências de petróleo em rochas do embasamento, estão quase todas associadas à rochas sedimentares adjacentes. A presença e a quantidade de hidrocarbonetos em exalações provenientes de vulcões ou de falhas profundas durante terremotos é menos frequente e muito menor do que o esperado caso os mesmos tivessem uma origem mantélica. Outrossim, existem também evidências químicas da origem orgânica, como a presença no petróleo de compostos cuja estrutura molecular é mesma de substâncias encontradas nos seres vivos (ex: os esteranos encontrados no petróleo são o produto da degradação dos esteróides encontrados nas algas). Em suma, os dados disponíveis atualmente indicam que o petróleo é gerado a partir da transformação da matéria orgânica acumulada nas rochas sedimentares, quando submetida às cndições térmicas adequadas. Cabe ressaltar que o metano pode ter origem inorgânica (proveniente do manto) ou orgânica (degradação da matéria orgânica), cada qual com características isotópicas distintas. Traços de hidrocarbonetos de origem inorgânica (?) também são encontrados em meteoritos. 1.2. COMPOSIÇÃO DO PETRÓLEO O petróleo contém centenas de compostos diferentes. Estudos realizados em amostras de óleo do campo de Ponca City (Oklahoma, EUA) foram identificados cerca de 350 hidrocarbonetos, 200 compostos de enxofre, além de diversos não-hidrocarbonetos. Em termos elementares, o petróleo é composto essencialmente por carbono (80 a 90% em peso), hidrogênio (10 a 15%), enxofre (até 5%), oxigênio (até 4%), nitrogênio (até 2%) e traços de outros elementos (ex: níquel, vanádio, etc). A composição do petróleo é geralmente descrita em termos da proporção de hidrocarbonetos saturados, hidrocarbonetos aromáticos e não-hidrocarbonetos. Os hidrocarbonetos saturados, compostos de C e Hunidos por ligações simples, incluem os alcanos normais (parafinas normais ou n-alcanos), os isoalcanos (isoparafinas ou alcanos ramificados) e os cicloalcanos (alcanos cíclicos ou naftenos). Os n-alcanos com menos de 5 átomos de carbono (metano, etano, propano e butano) ocorrem sob a forma de gás em condições normais de pressão e temperatura, enquanto aqueles de 5 a 15 átomos de carbono são líquidos e os com mais de 15 átomos de carbono variam de líquidos viscosos a sólidos. A maior parte dos alcanos normais presentes no petróleo possuI até 40 átomos de carbono. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 65 Os isoalcanos estão presentes prNicipalmente com compostos de até 10 átomos de carbono, embora ocorram com até 25 átomos. Os cicloalcanos podem apresentar até 6 anéis de carbono, cada qual com 5 ou 6 átomos de carbono. Iso- e cicloalcanos ocorrem principalmente no estado líquido. Os Hidrocarbonetos aromáticos são compostos que apresentam o anel aromático (benzeno) e ocorrem sempre no estado líquido. Podem apresentar mais de um anel aromático, como os naftalenos (2 anéis) e os fenantrenos (3 anéis). O tolueno, com apenas um núcleo benzênico, é o composto aromático mais comum no petróleo, seguido pelo xileno e o benzeno. Finalmente, os não-hidrocabonetos são compostos que contém outros elementos, além do carbono e hidrogênio, denominados de heteroátomos. Como os elementos nitrogênio, enxofre e oxigênio são os heteroátomos mais comuns, esses compostos são geralmente conhecidos como NSO. Também é comum a ocorrência de metais (especialmente níquel e vanádio) associados á matéria orgânica em compostos denominados de organometálicos. As resinas e asfaltenos são compostos NSO de alto peso molecular, pouco solúveis em solventes orgânicos. Sua estrutura básica consiste de ‘’camadas’’ de compostos poliaromáticos condensados, empilhadas sob a forma de agregados. A proporção de resinas e, principalmente, de asfaltenos no petróleo é diretamente proporcional a sua viscosidade. Existem basicamente dois tipos de classificações de óleos. Aquelas propostas por engenheiros baseiam-se na composição e propriedades físico-químicas do óleo (densidade, viscosidade, etc) e são voltadas para as áreas de produção e refino. Já as classificações propostas por geólogos dão ênfase à composição, sendo voltadas para a origem e evolução do petróleo. Dentre as classificações de caráter geológico, uma das mais usadas é a proposta por Tissot & Welte (1978) que divide os óleos em seis tipos: parafínicos, parafínico-naftênicos, naftênicos, aromáticos intermediários, aromático-asfálticos e aromático-naftênicos. A composição de cada tipo reflete a origem, o grau de evolução térmica e os processos de alteração a que o petróleo foi submetido. Os óleos também são comumente chamados de leves ou pesados quando suas densidades são, respectivamente, menores ou maiores do que a de água. Os gases naturais, por sua vez, são classificados como gás seco ou úmido. O gás seco é composto essencialmente por metano, enquanto no gás úmido estão presentes também etano, propano e butano em proporções variáveis. Além dos hidrocarbonetos, outros compostos gasosos podem estar associados, como o dióxido de carbono (CO2), gás sulfídrico (H2S), e mais raramente, Hélio (He) e hidrogênio (H). O gás não-associado é aquele que ocorre sozinho no reservatório, e o gás associado ocorre junto com o óleo. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 66 1.3. FATORES CONDICIONANTES DA OCORRÊNCIA DE PETRÓLEO EM BACIAS SEDIMENTARES A formação de uma acumulação de petróleo em uma bacia sedimentar requer a associação de uma série de fatores: (a) a existência de rochas ricas em matéria orgânica, denominadas de rochas geradoras; (b) as rochas geradoras devem ser submetidas às condições adequadas (tempo e temperatura) para a geração do petróleo; (c) a existência de umas rochas com porosidade e permeabilidade necessárias à acumulação e produção do petróleo, denominada de rochas reservatório; (d) a presença de condições favoráveis à migração do petróleo da rocha geradora até a rocha reservatório; (e) a existência de uma rocha impermeável que retenha o petróleo, denominada de rocha selante ou capeadora; e (f) um arranjo geométrico das rochas reservatório e selante que favoreça a acumulação de um volume significativo de petróleo. Uma acumulação comercial de petróleo é o resultado de uma associação adequada destes fatores no tempo e no espaço. A ausência de apenas um desses fatores inviabiliza a formação de uma jazida petrolífera. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 67 2. ROCHA GERADORA Uma rocha geradora deve possuir matéria orgânica em quantidade e qualidade adequadas e submetidas ao estágio de evolução térmica necessário para degradação do querogênio. É aceito de modo geral, que uma rocha geradora deve conter um mínimo de 0,5 a 1,0% de teor de carbono orgânico total (COT). Os aspectos volumétricos da rocha geradora (espessura e extensão lateral) também não devem ser ignorados, pois uma rocha com quantidade e qualidade da matéria orgânica adequadas pode ser, por exemplo, muito delgada para gerar quantidades comerciais de petróleo. O termo matéria orgânica se refere ao material presente nas rochas sedimentares, que é derivado da parte orgânica dos seres vivos. A quantidade e qualidade da matéria orgânica presente nas rochas sedimentares refletem uma série de fatores, tais como a natureza da biomassa, o balanço entre produção e preservação de matéria orgânica, e as condições físicas e químicas do paleoambiente deposicional. 2.1. COMPOSIÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA Os organismos são de modo geral constituídos pelos mesmos compostos: lipídios, proteínas, carboidratos e, nas plantas superiores, lignina. A proporção entre estes compostos, no entanto, difere entre Os diversos tipos de organismos. Os lípidios englobam as gorduras e cêras, cujaS funções são de armazenamento de energia e proteção das células, respectivamente. Praticamente insolúveis em água, as gorduras consiste na mistura de vários triglicerídeos, classificados quimicamente como ésteres. Quando hidrolizados, os glicerídeos dão origem a glicerol e ácidos graxos. Já nas cêras, o glicerol é substituído por álcoois complexos, bem como estão presentes n-alcanos com vários átomos de carbono. Além dos lipídios típicos, existem substâncias similares, como alguns pigmentos (ex: clorofila), e os terpenóides e esteróides, que cumprem funções protetoras das células. As proteínas consistem basicamente em polímeros de aminoácidos, nos quias se encontra a maior parte do nitrogênio presente nos organismos. As proteínas podem atuar tanto como constituinte de diversos materiais (ex: músculos) como na forma de enzimas, catalizando as mais variadas reações bioquímicas. Na presença de água e sob a ação de enzimas, as proteínas podem ser quebradas em seus aminoácidos individuais. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 68 Os carboidratos englobam os açúcares e seu polímeros (mono-, oligo- e polissacarídeos) e estão entre os compostos mais importantes nos seres vivos. Podem servis como fonte de energia ou como constituinte de plantas (celulose) e animais (quitina). Embora praticamente restrita aos vegetais superiores, a celulose é o carboidrato mais abundante na natureza. Insolúveis em água, os carboidrato podem ser hidrolisados, transformando-se em acúcares como 5 ou 6 átomos de carbono, os quais são solúveis. A lignina consiste basicamente em compostos poliaromáticos (polifenóis) de alto peso molecular, constituindo estruturas tridimensionais dispostas entre os agregados de celulose que constituem os tecidos das plantas. São sintetizados pelas plantas terrestres a partir da desidratação e condensação de álcoois aromáticos. Nos diversos grupos de organismos as abundâncias relativasdesses compostos podem variar consideravelmente. As plantas terrestres, por exemplo, são constituídas principalmente por carbohidratos (celulose, 30 a 50%) e lignina (15 a 25%), e secundariamente por proteínas e lipídios, enquanto o fitoplâncton marinho é composto predominantemente por proteínas (até 50%), lipídios (5 a 25%) e carboidratos (até 40%). Mesmo entre compostos que ocorrem na proporção de ppm ou ppb (partes por milhão e por bilhão) são observados contrastes marcantes entre diferentes tipos de organismos. A diferença na distribuição e proporção relativa entre os compostos também se reflete na composição elementar da matéria orgânica. Assim, a biomassa de origem continental é mais rica em oxigênio e mais pobre em hidrogênio do que a biomassa de origem marinha, uma vez que as plantas terrestres são constituídas principalmente por lignina e celulose, com alta proporção de compostos aromáticos e funções oxigenadas. Como consequência, a matéria orgânica terrestre possui uma razão elementar H/C entre 1,3 e 1,5, enquanto a matéria orgânica marinha apresenta valores na faixa de 1,7 a 1,9. A composição da matéria orgânica preservada nas rochas sedimentares, entretanto, não depende apenas da natureza da biomassa dominante no peleoambiente, já que a composição original pode ser modificada por uma série de processos sin- e pósdeposicionais. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 69 2.2. PRODUÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA O ciclo do carbono constitui um dos mais importantes ciclos biogeoquímicos, não só por sua complexidade e abrangência, como pela importância econômica, na compreensão da origem e ocorrência de combustíveis fósseis. A maior parte do carbono orgânico nos ambientes aquáticos ocorre sob a forma de carbono dissolvido, sendo o restante constuído é de natureza particulada. O carbono orgânico dissolvido, composto principalmente por substâncias húmicas, proteínas, carboidratos e lipídios (Esteves, 1988), consiste no produto da decomposição de plantas e animais e da excreção destes organismos. Já o carbono orgânico particulado compreende a matéria orgânica em suspensão, incluindo a pequena fração representada pelos organismos vivos. O principal mecanismo de produção de matéria orgânica é a fotossíntese, processo no qual água e dióxido de carbono são convertidos em glicose, água e oxigênio. A partir da glicose são formados os polissacarídeos e os outros compostos orgânicos necessários à vida. Os maiores produtores de matéria orgânica nos ambientes aquáticos são os organismos fitoplanctônicos. Estima- se que a produção mundial de matéria orgânica de origem fitoplanctônica é de cerca de 550 bilhões de toneladas/ano, enquanto a matéria orgânica originada dos organismos bentônicos, por exemplo, não ultrapassa 200 milhões de toneladas/ano. Embora atualmente a produção primária de origem terrestre seja equivalente à aquática, a maior exposição ao oxigênio limita sua preservação. No continente, as condições climáticas (temperatura, incidência de luz solar, umidade) constituem o principal fator condicionante da produtividade primária. De fato, nos ambientes desérticos ou polares a produtividade é baixa, enquanto nas regiões tropicais, a produtividade é alta. Já no meio aquático, a produtividade primária é condicionada principalmente pela luminosidade, temperatura e disponibilidade de nutrientes (especialmente fósforo e nitrogênio), embora seja afetada também por uma série de fatores ambientais, como salinidade e pH. No que diz respeito à temperatura e salinidade, as melhores condições ocorrem nas zonas de clima temperado, onde a produtividade é mais alta do que nos mares polares ou equatoriais. No caso do suprimento de nutrientes, a origem pode ser externa (descarga de grandes rios) ou interna (reciclagem da própria biomassa). No caso dos oceanos, a disponibilidade de nutrientes pode ser incrementada pelo fenômeno da ressurgência. Devido à ação dos ventos e das correntes oceânicas, águas frias e ricas em nutrientes, vindas de áreas mais profundas, chegam às regiões costeiras acarretando um grande aumento da produtividade primária. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 70 A exposição da matéria orgânica ao oxigênio (em superfície) resulta na sua degradação. Nos ambientes aquáticos, o grau de preservação da matéria orgânica depende da concentração de oxigênio e do tempo de trânsito da biomassa ao longo da coluna d’água e de exposição na interface água/sedimento. Assim em águas tóxicas a matéria orgânica tende a ser degrada, enquanto em águas anóxicas, há melhores condições de preservação. Em bacias cuja toda a coluna d’àgua é óxica, altas taxas de sedimentação podem auxiliar na preservação da matéria orgânica, retirando-a da interface água/sedimento. A atividade de organismos heterotróficos também exerce importante um papel no processo de degradação da matéria orgânica. Sob condições óxicas, as bactérias aeróbicas e de organismos metazoários desempenham um importante papel na degradação da biomassa primária. Sob condições disóxicas/anóxicas, a ação desses organismos é limitada ou mesmo eliminada, e a alteração da matéria orgânica passa a ser realizada por bactérias anaeróbicas, que empregam nitratos e sulfatos como agentes oxidantes. Já na ausência desses agentes oxidantes, a matéria orgânica é decomposta por bactérias metanogênicas. Nos sistemas lacustres de água doce (onde é baixa a disponibilidade de sulfato) a metanogênese pode ser responsável, junto com a oxidação por oxigênio livre, pela decomposição da maior parte da matéria orgânica produzida. Estima-se que em média 0,1% da matéria orgânica produzida pelos organismos fotossintéticos é preservada nos sedimentos. Os ambientes mais favoráveis à preservação da matéria orgânica são os mares restritos e os lagos profundos. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 71 2.3. FORMAÇÃO DO QUEROGÊNIO Após sua incorporação nos sedimentos e ainda submetida a pequenas profundidades e baixas temperaturas (até 1000m e 50ºC), a matéria orgânica passa por uma série de transformações denominada de diagênese. A diagênese tem início com a degradação bioquímica da matéria orgânica pela atividade de microorganismos (bactérias, fungos, etc) aeróbicos e anaeróbicos que vivem na porção superior da coluna sedimentar (principalmente no primeiro metro). As proteínas e carbohidratos são transformadas em seus aminoácidos e açúcares individuais, os lípidios são transformados em glicerol e ácidos graxos e a lignina, em fenóis e ácidos aromáticos. As proteínas e carbohidratos são os compostos mais instáveis, enquanto os lipídios e a lignina são mais resistentes à degradação. Essa transfomações são acompanhadas pela geração de dióxido de carbono, água e metano. O resíduo da degradação microbiana passa em seguida por mudanças químicas (perda de grupos funcionais e polimerização) que resultam numa progressiva condensação e insolubilização da matéria orgânica. Ao longo deste processo, os biopolímeros (compostos sistetizados pelos organismos) são transformados nos geopolímeros encontrados nas rochas sedimentares. Alguns lipídios e hidrocarbonetos sintetizados pelas plantas e animais resistem à degradação microbiana, sofrendo somente pequenas mudanças em sua composição e estrutura molecular. Estas substâncias, encontradas em sedimentos recentes e rochas sedimentares são chamadas de fósseis geoquímicos ou moleculares, marcadores biológicos ou biomarcadores. O produto final do processo de diagênese é o querogênio, definido como a fração insolúvel da matéria orgânica presente nas rochas sedimentares. Além do querogênio, também há uma fração solúvel, composta por hidrocarbonetos e não-hidrocarbonetos derivados de biopolímeros pouco alterados, e denominada de betume. O querogênio é a forma mais importantede ocorrência de carbono orgânico na Terra, sendo 1000 vezes mais abundante do que o carvão e o petróleo somados. Quimicamente, o querogênio é uma macromolécula tridimensional constituída por ‘’núcleos’’ aromáticos (camadas paralelas de anéis aromáticos condensados), ligados por ‘’pontes’’ de cadeias alifáticas lineares ou ramificadas. Tanto os núcleos quanto as pontes apresentam grupos funcionais com heteroátomos (ex: ésteres, cetonas, etc). Ao microscópio, normalmente é possível identificar estruturas remanescentes da matéria orgânica original, tais como tecidos vegetais, pólens e esporos, colônias de algas, etc. Em muitos casos, entretanto, o processo de diagênese pode obliterar a estrutura original, o que resulta a formação de um querogênio amorfo. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 72 A proporção entre os três elementos mais abundantes no querogênio (C, H e O) varia consideravelmente em função da origem e evolução da matéria orgânica. Com base nas razões elementares H/C e O/C e em dados químicos e petrográficos é possível classificar os querogênio como dos tipos I, II e III: (a) o querogênio do tipo I é constituído predominantente por cadeias alifáticas, com poucos núcleos aromáticos. Rico em hidrogênio (alta razão H/C), é derivado principalmente de lipídios de origem algálica. Normalmente encontrado em rochas geradoras depositadas em ambiente lacustre. (b) o querogênio do tipo II contém uma maior proporção de núcleos aromáticos, anéis naftênicos e grupos funcionais oxigenados. Consequentemente, é mais pobre em hidrogênio e mais rico em oxigênio do que o querogênio do tipo I. Geralmente derivado de matéria orgânica de origem marinha. (c) o querogênio do tipo III é constituído predominantemente por núcleos aromáticos e funções oxigenadas, como poucas cadeias alifáticas. Apresenta baixos valores para a razão H/C e altos valores de O/C. Derivado de matéria orgânica de origem terrestre, este tipo é frequentemente encontrado em rochas geradoras depositadas em ambiente marinho deltaico. A composição do petróleo gerado a partir de cada querogênio reflete sua composição. Assim, um óleo derivado de um querogênio do tipo I apresenta um elevada abundância relativa de compostos alifáticos, enquanto um óleo proveniente de um querogênio do tipo II possui em geral um maior conteúdo de enxofre. O querogênio do tipo I possui o maior potencial para geração de petróleo, seguido pelo tipo II, com um potencial moderado para a geração de óleo e gás, e pelo tipo III, que possui um baixo potencial para a geração de óleo. Nas rochas sedimentares, além dos mencionados acima, também pode ocorrer um tipo denominado de querogênio residual, derivado de matéria orgânica intensamente retrabalhada e oxidada. Com baixíssimo conteúdo de hidrogênio e abundância de oxigênio, o querogênio residual (ou inerte) não apresenta potencial para a geração de hidrocarbonetos. Cabe lembrar que é comum a ocorrência de tipos de querogênio com características intermediárias entre os tipos citados acima. Tal fato pode resultar tanto da mistura de matéria orgânica terrestre e marinha em diferentes proporções, como de mudanças químicas decorrentes da degradação química e bioquímica sofrida no início da diagênese. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 73 3. GERAÇÃO E MIGRAÇÃO DO PETRÓLEO 3.1. CONVERSÃO DO QUEROGÊNIO EM PETRÓLEO Com o soterramento da rocha geradora o querogênio é submetido a temperaturas progressivamente mais altas. Como forma de se adaptar as novas condições de pressão e temperatura, o querogênio passa por uma série de transformações que incluem, inicialmente, a liberação de grupos funcionais e heteroátomos, seguida pela perda de hidrocarbonetos alifáticos e cíclicos, e acompanhadas por uma progressiva aromatização da matéria orgânica. Como consequência das transformações sofridas pelo querogênio, são produzidos dióxido de carbono, água, gás sulfídrico, hidrocarbonetos, etc. São reconhecidas três fases na evolução da matéria orgânica em função do aumento de temperatura: diagênese, catagênese e metagênese. A diagênese (discutida no capítulo anterior) se dá após a deposição da matéria orgânica, sob pequenas profundidades e baixas temperaturas, resultando na transformação da matéria orgânica original em querogênio. Durante a diagênese, o metano é o único hidrocarbonetos gerado em quantidades significativas. Na catagênese, o querogênio é submetido a temperaturas ainda maiores (da ordem de 50 a 150ºC), o que resulta na formação sucessiva de óleo, condensado e gás úmido. O final da catagênese é alcançado no estágio em que o querogênio completou a perda de suas cadeias alifáticas. Na metagênese, alcançada sob Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 74 temperatura muito elevadas (acima de 150-200ºC), a matéria orgânica é representada basicamente por gás seco (metano) e um resíduo carbonoso. Este estágio corresponde ao início do metamorfismo (facies xisto-verde). O termo maturação se refere ao estágio de evolução térmica alcançado pelas rochas geradoras. Uma rocha é chamada de imatura quando o querogênio encontra-se ainda na fase de diagênese e ainda não ocorreu a geração de volumes significativos de petróleo. Ao passar pela catagênese, a rocha geradora é considerada matura. No início da catagênese, o querogênio passa inicialmente pela “janela de óleo’’ (zona de geração de óleo ou oil window), estágio em que predomina largamente a geração dos hidrocarbonetos líquidos (iso-, ciclo- e n-alcanos de médio peso molecular) sobre os gasosos. Ainda durante a catagênese, sob temperaturas mais elevadas, o querogênio passa pela zona regressiva de geração de óleo, na qual aumenta a proporção de n-alcanos de baixo peso molecular. No final da catagênese, a rocha geradora atingiu a ‘’janela de gás’’ (zona de geração de gás ou gas window), sendo considerada senil. Diversos parâmetros químicos, óticos e moleculares são utilizados na definição do grau de maturação de uma rocha geradora. Um dos mais empregados é a medida da reflectância da vitrinita (%Ro), técnica desenvolvida originalmente para o estudo de carvões e que consiste na determinação, ao microscópio, do poder refletor das partículas de vitrinita (parte do tecido de plantas superiores) presentes no querogênio. Existe uma relação entre os valores de reflectância da vitrinita e os estágios evolutivos do querogênio (ver tabela abaixo). Para caracterizar a evolução do processo de transformação do querogênio em petróleo são empregados dois parâmetros: o potencial genético (ou potencial gerador), definido como a quantidade de petróleo (óleo e gás) que um querogênio é capaz de gerar, e a taxa de transformação, definida como a relação entre a quantidade de petróleo gerado e o potencial genético original. O potencial gerador original se refere ao querogênio que ainda não foi submetido à catagênese, ou seja, cuja taxa de transformação é zero. A partir do início da catagênese, a conversão do querogênio em petróleo ocasiona um progressivo aumento da taxa de transformação associado à redução do potencial gerador, o qual passa a ser denominado de residual. Sob condições extremas de evolução térmica (metagênese) o potencial gerador residual do querogênio pode ser reduzido à zero enquanto a taxa de transformação chega a 100%. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 75 Para a determinação do potencial gerador e da quantidade de petróleo é normalmente empregada a técnica da pirólise Rock-Eval, que simula o processo de degradação térmica do querogênio. Uma pequena quantidade de amostra de rocha (em torno de 250mg) é submetida a temperaturas de 300 a 600ºC por um período de cerca de 25 minutos, sob atmosfera inerte, para que não haja combustão da matéria orgânica. Nos primeiros 8 minutos, sob temperaturas de 300ºC, os hidrocarbonetos livres presentesna amostra de rocha são vaporizados, quantificados por um detector de ionização de chama, e representados no registro de pirólise pelo pico S1 (mg HC/g rocha). Em seguida, sob temperaturas de 300 a 600ºC, ocorre a degradação do querogênio e a geração de hidrocarbonetos, os quais são quantificados pelo mesmo detector de ionização de chama e representados pelo pico S2 (mg HC/g rocha), que constitui o potencial gerador. A temperatura na qual ocorre o máximo de geração de hidrocarbonetos, denominada de Tmax, é um parâmetro indicativo do estágio de evolução térmica da rocha analisada. Finalmente, durante a degradação do querogênio também forma-se dióxido de carbono (S3, em mg CO2/g rocha) proveniente da perda de grupos funcionais oxigenados. O processo de degradação térmica do querogênio pode ser descrito pelas formulações clássicas da cinética de primeira ordem. A conversão do querogênio é controlada pela taxa de reação, cujo incremento em função da temperatura é descrito pela Lei de Arrhenius, a qual é dependente da temperatura e dos parâmetros cinéticos (fator de frequência e energia de ativação). O fator de frequência (ou fator pré-exponencial, cuja unidade é s-1) representa a frequência de choques entre as moléculas, e a energia de ativação (em kcal/mol), a quantidade de energia, necessários para que uma determinada reação ocorra. Os três tipos básicos de querogênio (tipos I, II e III) apresentam comportamentos cinéticos distintos, como reflexo de suas diferenças composicionais. A premissa, adotada em alguns modelos, de que as taxas de reação aproximadamente dobram a cada 10ºC de aumento de temperatura não é válida, uma vez que é aplicável somente para reações com baixas energias de ativação (no final da diagênese/início da catagênese) e não leva em consideração as diferenças de comportamento cinético dos diferentes tipos de querogênio. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 76 3.2. MIGRAÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA O processo de expulsão do petróleo das rochas geradoras, fator essencial para a formação das acumulações comerciais, é denominado de migração primária. Inúmeras teorias e hipóteses tem sido propostas a fim de explicar os mecanismos e os fatores que controlam a expulsão do petróleo de sua rocha geradora. Dentre os diversos mecanismos sugeridos, podem ser citados o da migração do petróleo em solução na água e por difusão molecular. Com o avanço no conhecimento mostrou-se que estes mecanismos, embora atuantes, não possuem a eficiência necessária para a expulsão de volumes significativos de petróleo. Atualmente, acredita-se que a migração primária é controlada basicamente pelo aumento de pressão nas rochas geradoras em resposta à progressiva compactação e à expansão volumétrica ocasionada pela formação do petróleo. Deste modo, forma-se um gradiente de pressão entre a rocha geradora e as camadas adjacentes, favorecendo a formação de microfaturas e o deslocamento de fases discretas de hidrocarbonetos. O encadeamento dos processos de aumento de pressão, microfraturamento, movimentação de fluidos e subsequente alívio de pressão constitui um ciclo que deve se repetir diversas vezes para que ocorra a expulsão de quantidades significativas de petróleo. Balanços de massa baseados em dados geoquímicos de poços e nos resultados de experimentos de laboratório indicam que a eficiência do processo de expulsão pode ser elevada, alcançando valores de 50 a 90%. O deslocamento do petróleo entre a rocha geradora e a trapa é denominada de migração secundária. Consiste em um fluxo em fase contínua, impulsionado pelo gradiente de potencial de fluido. Este potencial pode ser subdividido em três componentes: (a) o desequilíbrio de pressão causado pela compactação, (b) a flutuabilidade, que consiste na força vertical resultante da diferença de densidade entre petróleo e água de formação; e (c) a pressão capilar, resultante da tensão interfacial entre as fases petróleo e água e as rochas. Em rochas pelíticas soterradas à mais de 3 km, o componente relacionado ao excesso de pressão da água domina o potencial de fluido do petróleo, enquanto em rochas grosseiras o componente flutuabilidade predomina. Ao atingir níveis mais rasos da bacia (profundidades menores que 2km), o componente relacionado ao excesso de pressão da água já não domina o potencial de fluido do petróleo. Consequentemente, amigração do petróleo ocorre quando a flutuabilidade supera a pressão capilar, enquantosua acumulação se dá onde a pressão capilar supera a flutuabilidade. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 77 4. ROCHA RESERVATÓRIO Denomina-se de reservatório à rocha com porosidade e permeabilidade adequadas à acumulação de petróleo. A maior parte das reservas conhecidas encontra-se em arenitos e rochas carbonáticas, embora acumulações de petróleo também ocorrem em folhelhos, conglomerados ou mesmo em rochas ígneas e metamórficas. 4.1. POROSIDADE E PERMEABILIDADE A porosidade, representada pela letra grega , é definida como a porcentagem (em volume) de vazios de uma rocha. Na maioria dos reservatórios a porosidade varia de 10 a 20%. A porosidade absoluta corresponde ao volume total de vazios, enquanto a porosidade efetiva se refere apenas aos poros conectados entre si. Os reservatórios normalmente apresentam variações horizontais e verticais de porosidade. A quantidade, tamanho, geometria e grau de conectividade dos poros controlam diretamente a produtividade do reservatório. Medida diretamente, em amostras de testemunho, ou indiretamente, através de perfis elétricos, a porosidade de uma rocha pode ser classificada como insignificante (0-5%), pobre (5-10%), regular (10-15%), boa (15-20%), ou muito boa (>20%). A porosidade primária (ou deposicional) é formada durante a deposição dos sedimentos, podendo ser inter- ou intragranular. Este tipo de porosidade tende a diminuir como o soterramento, pelo efeito da compactação mecânica e da diagênese. Já a porosidade secundária forma-se após a deposição, geralmente como resultado da dissolução de minerais. A porosidade primária é mais comum em arenitos, enquanto a secundária ocorre com mais freqüência nas rochas carbonáticas. As fraturas podem aumentar consideravelmente o volume de vazios das rochas. Em reservatórios areníticos e carbonáticos as fraturas podem contribuir para o aumento da conectividade dos poros, enquanto nos folhelhos, rochas ígneas e metamórficas as mesmas respondem por quase toda porosidade. A permeabilidade, representada geralmente pela letra K, é a capacidade da rocha de transmitir fluido, sendo expressa em Darcys (D) ou milidarcys (md). Uma rocha tem 1D de permeabilidade quando transmite um fluido de 1cP (centipoise) de viscosidade com uma vazão de 1cm3/s, através de uma seção de 1cm2 e sob um gradiente de pressão de 1atm/cm. Controlada principalmente pela quantidade, geometria e grau de conectividade dos poros, a permeabilidade de uma rocha é medida diretamente, em amostras de testemunho, e pode se classificada como baixa (<1md), regular (1-10md), boa (10-100md), muito boa (100-1000md) e excelente (>1000md). A maior parte dos reservatórios possui permeabilidades de 5 a 500md. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 78 A permeabilidade raramente é a mesma em todas as direções numa rocha sedimentar, sendo geralmente maior na horizontal do que na vertical. Uma vez que é inversamente proporcional à viscosidade do fluido, a permeabilidade de um reservatório para o gás é muito maior do que para o óleo. Assim, enquanto um reservatório pode produzir gás com apenas alguns milidarcys, para a produção de óleo são necessários pelo menos dezenas de milidarcys. Quando mais de um fluido divide o espaço poroso (como é o caso dos reservatórios com água, óleo e/ou gás), cada fluido apresenta uma permeabilidade relativa, que varia em função dasua saturação. Ou seja, a permeabilidade é máxima (permeabilidade absoluta, Ka) quando um fluido ocupa 100% dos poros, e decresce (permeabilidade relativa, Kr) à medida que este fluido divide o espaço poroso com outro fluido. Ë necessária uma saturação mínima para que um fluido consiga fluir. No caso do óleo, uma saturação mínima em torno de 20% é necessária para que o mesmo possa fluir (Kr>0). 4.2. QUALIDADE DO RESERVATÓRIO As características de permoporosidade de um reservatório refletem basicamente a textura da rocha. De modo geral, porosidade e permeabilidade são diretamente proporcionais ao grau de seleção e tamanho dos grãos e inversamente proporcional à esfericidade. Outrossim, variações laterais e verticais da permoporosidade são fortemente controladas pelas características do ambiente deposicional. Assim, em arenitos eólicos com estratificação cruzada, a permeabilidade vertical e a horizontal podem apresentar diferenças de até duas ordens de grandeza. Já em um corpo de arenito canalizado as permeabilidades podem aumentar significativamente das margens para o centro do paleocanal. A diagênese também pode alterar completamente as características permoporosas originais de uma rocha reservatório. Em arenitos, os processos diagenéticos mais importantes são a cimentação e a dissolução. A cimentação quando em pequenas proporções pode ser favorável, uma vez que previne a produção de grãos de areia junto com o óleo. Quando em elevada proporção, a cimentação pode obliterar completamente a porosidade original, reduzindo a permeabilidade a praticamente zero. A calcita, o quartzo e as argilas autigênicas (caolinita, ilita e montmorilonita) constituem os cimentos mais comuns em arenitos. Em rochas carbonáticas os efeitos da diagênese são mais importantes, uma vez que a calcita é menos estável do que o quartzo. ConseqUentemente, a cimentação e a dissolução podem tanto piorar quanto melhorar a qualidade do reservatório. Cabe ressaltar que a entrada do óleo no reservatório pode contribuir para preservar as características permoporosas do reservatório, uma vez que o mesmo pode inibir a diagênese. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 79 A continuidade do reservatório também constitui um fator crítico para a sua produtividade. De modo geral, se distingue a espessura total (gross pay) do reservatório, que corresponde a distância vertical entre o topo do reservatório e o contato óleo-água, e a espessura ‘’líquida’’ (net pay), equivalente a espessura de reservatório de onde o petróleo pode efetivamente ser produzido. As principais causas de descontinuidade em reservatórios são as barreiras diagenéticas, deposicionais e tectônicas. As barreiras diagenéticas são constituídas geralmente por níveis cimentados relacionados a ‘’fronts’’ diagenéticos e ao petróleo (ex: contato óleoágua). As barreiras deposicionais estão relacionadas com a forma dos corpos de rocha reservatório e com a distribuição espacial das fácies a eles relacionadas. Assim, uma camada de arenito constituída por corpos delgados de areia intercalados com níveis contínuos de folhelhos pode se msotrar um reservatório altamente compartimentado. Já as barreiras tectônicas são representadas principalmente pelas falhas, que podem por si só constituir uma barreira como pode justapor rochas reservatório e selante, dificultando o fluxo de fluidos. A definição da estratégia de produção, bem como o cálculo das reservas de uma jazida, requerem um conhecimento detalhado da qualidade e continuidade do reservatório em três dimensões. 5. TRAPAS Trapas são situações geológicas em que o arranjo espacial de rochas reservatório e selante possibilita a acumulação de petróleo. 5.1. TRAPAS E ROCHAS SELANTES Uma trapa pode ser caracterizada através de um conjunto de parâmetros: o ápice ou crista corresponde ao ponto mais alto da trapa, o ‘’spill point’’ representa o ponto mais baixo onde pode ser encontrado petróleo, e o fechamento, a distância vertical entre o ápice e o ‘’spill point’’. Uma trapa contém água, óleo e/ou gás, podendo apresentar contatos bruscos ou transicionais, e de inclinação variável (horizontal sob condições hidrostáticas, ou inclinado sob condições hidrodinâmicas). As trapas podem ser classificadas como estruturais, estratigráficas, hidrodinâmicas ou mistas. As trapas estruturais são aquelas cuja geometria é o resultado de atividade tectônica, estando relacionadas a falhas, dobras ou diápiros. Anticlinais associados a falhas reversas ou normais constituem o tipo de trapa estrutural mais comum. As trapas estratigráficas são aquelas resultantes de variações litológicas, podendo ser de origem deposicional (ex: recifes, lentes de arenitos, etc) ou pós-deposicional (ex: truncamentos, barreiras diagenéticas, etc). Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 80 As trapas hidrodinâmicas formam-se em áreas onde o fluxo descendente de água retém o petróleo sem nenhum tipo de fechamento estrutural ou barreira estratigráfica. As trapas mistas são o resultado da combinação de duas de quaisquer situações acima. As rochas selantes ou capeadoras são as responsáveis pela retenção do petróleo nas trapas. Devem apresentar baixa permeabilidade associada com alta pressão capilar, de modo a impedir a migração vertical do petróleo. Os evaporitos (especialmente a halita) são os capeadores mais eficientes, embora os folhelhos sejam os mais comuns nas acumulações de petróleo. Os folhelhos podem nos casos em que a pressão capilar não é suficientemente alta, atuar como capeadores seletivos, impedindo a passagem do óleo e permitindo a perda de gás da trapa. Cabe ressaltar que a capacidade selante de uma rocha é dinâmica. Um folhelho capeador pode, com o aumento da compactação e alguma atividade tectônica, fraturar-se e perder sua capacidade selante. Para que seja possível a formação de uma jazida petrolífera, é fundamental que a formação da trapa seja contemporânea ou anteceda a geração e migração do petróleo. 5.2. ALTERAÇÃO DO PETRÓLEO NA TRAPA A composição do petróleo que chega a trapa depende essencialmente da natureza da matéria orgânica e da evolução do processo de geração e migração. Esta composição, entretanto, pode ser alterada na trapa por uma série de processo de alteração: craqueamento térmico, ‘’deasphalting’’ e biodegradação. O craqueamento térmico é consequência do aumento de temperatura do reservatório devido à subsidência, mudança do gradiente geotérmico ou influência de intrusões ígneas. O processo de degradação térmica do petróleo também pode ser descrito pelas formulações clássicas da cinética de primeira ordem, sendo controlado pela temperatura e pelo tempo. O craqueamento resulta no aumento da proporção dos hidrocarbonetos leves às expensas dos compostos mais pesados. Sob temperaturas muito, o petróleo é transformado basicamente em metano e um resíduo carbonoso aromatizado (pirobetume). O processo de ‘’deasphalting’’ consiste na precipitação dos asfaltenos causada pela dissolução de grandes quantidades de gás e/ou hidrocarbonetos leves no petróleo acumulado. Esses hidrocarbonetos leves podem se formar na própria acumulação, pelo efeito do craqueamento térmico, bem como resultar de um segundo pulso de migração secundária que atingiu o reservatório. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 81 A biodegradação é o processo de alteração do petróleo pela ação de bactérias. A biodegradação do petróleo está normalmente associada ao influxo de água meteórica no reservatório, uma vez que as bactérias que consomem o petróleo são principalmente aeróbicas, dependendo, portanto, do oxigênio e nutrientes trazidos pela água. O consumo dos hidrocarbonetos pelas bactérias é seletivo, seguindo de modo geral a seguintes sequência: alcanos normais, seguidos pelos ramificados, cíclicos e, finalmente, os hidrocarbonetos aromáticos.A perda preferencial dos compostos mais leves resulta no aumento da densidade e da viscosidade do óleo acumulado. 5.3. CÁLCULOS DE RESERVAS E MÉTODOS DE PRUDUÇÃO Na cubagem do volume de petróleo recuperável de uma jazida deve ser levado em consideração volume do reservatório que contém petróleo, a porosidade, a saturação de óleo, o fator de recuperação e o fator volume de formação. O volume do reservatório é calculado com base em mapas estruturais e isópacos. A porosidade e a saturação de óleo (fração do espaço poroso ocupado pelo petróleo) são definidas com base em perfis elétricos. O fator de recuperação (percentagem do volume total do óleo que pode ser produzido) é estimado por analogia com reservatórios similares já em produção. O fator volume de formação é usado para a conversão do volume do petróleo no reservatório para as condições de P e T na superfície, correspondendo ao volume de óleo no reservatório para fornecer um barril de petróleo na superfície. Esse fator pode ser estimado com base na composição do petróleo (varia de 1,08 nos óleo pesados, até 2,0 nos muito leves) ou determinado com precisão através de análises de PVT (pressão-volume-temperatura) em laboratório. A produção do petróleo depende da diferença de pressão entre poço e reservatório. Existem três mecanismos naturais para o fluxo espontâneo do petróleo até a superfície: gás dissolvido, capa de gás e empuxo de água. A presença de gás dissolvido nas mais variadas proporções é comum em acumulações de petróleo. A energia do gás dissolvido é liberada com a expansão decorrente da queda de pressão entre o reservatório e a superfície. À medida que o gás se expande, ele ‘’arrasta’’ o óleo ao longo do gradiente de pressão. Com o avanço da produção e a redução da quantidade de gás, observa-se o declínio da pressão do reservatório até a mesma alcançar a pressão de saturação (‘’bubble point’’). Neste ponto, o gás sai de solução sob a forma de bolhas, podendo formar uma capa de gás (denominada de secundária) sobre o óleo. Esta capa exerce pouca influência sobre a eficiência da produção, e tende a aumentar até ocupar o espaço poroso ocupado pelo óleo. A eficiência da recuperação através deste mecanismo está em torno de 20%. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 82 A capa de gás livre, por sua vez, indica que a quantidade de gás excede a necessária para saturar o óleo. A energia provém tanto gás dissolvido quanto da capa de gás comprimido na porção superior do trapa. Com o avanço da produção também se observa o declínio da pressão do reservatório e uma expansão da capa de gás, ocupando o espaço ocupado pelo óleo. A eficiência da recuperação através deste mecanismo pode variar de 20 a 50%. O mecanismo de produção por meio do empuxo de água ocorre nas acumulações onde a pressão é transmitida pelo aquífero através do contato óleo-água ou gás-água. Neste caso, a água substitui o petróleo produzido, mantendo a pressão do reservatório. No caso do empuxo de água não estar sendo suficiente para manter a pressão, os poços podem ser fechados e a pressão original será restaurada. A eficiência da recuperação através deste mecanismo pode chegar a 80%. No caso de reservatórios em que a pressão declina até a atmosférica, a única energia disponível é a da gravidade, pouco eficiente e com resultados anti- econômicos. Em alguns casos, a energia do reservatório pode ser recuperada com a injeção de gás sob pressão. Prof. Luciano Cardoso / Profª Antonieta 83 Material utilizado na montagem desta apostila: . Apontamentos de aula, Profª Maria Antonieta de Brito – E.M. “1º de Maio; . MANUAL DE MINERALOGIA, Autor: JAMES D. DANA . http://albertowj.files.wordpress.com/2010/03/geologia_do_petroleo.pdf . Sites da web: diversos - Jan / 2008 - Atualização: jan / 2014 http://albertowj.files.wordpress.com/2010/03/geologia_do_petroleo.pdf . Características Físicas: Estrutura da Terra - O Núcleo - O Manto - A Crosta .Silicatos . Carbonatos . Sulfatos . Halóides . Óxidos . Sulfetos . Fosfatos . Elementos nativos Os minerais dietéticos Cristais e vidros Forma dos cristais Propriedades dos cristais Cristalografia . Prevalência da estrutura cristalina . Sistemas de cristalização Células unitárias dos arranjos cristalinos de Bravais. . Relações de simetria nos cristais . Piezoeletricidade e polarização . Materiais ferroelétricos