Livro Digital - Aplicação do acento indicativo de crase

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LÍNGUA PORTUGUESA – ACENTO INDICATIVO DE CRASE 
PROFESSORA TAIMY VANINI 
 
 
Patrícia Simone Gomes de Paula - patriciadepaula01@gmail.com - IP: 45.184.143.21
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LÍNGUA PORTUGUESA – ACENTO INDICATIVO DE CRASE 
PROFESSORA TAIMY VANINI 
 
 
TAIMY VANNI 
 
Graduada em Letras – Português/ Inglês em 2011, atua na área de educação 
desde o segundo semestre da faculdade, contando com mais de 12 anos de 
experiência em sala de aula. Com concursos e vestibulares, a jornada iniciou 
em 2014, trabalhando como professora de Inglês na plataforma Ari de Sá. 
Atualmente, é professora de Língua Portuguesa e Redação no JáPassei 
Educação e comenta questões no Estratégia Concursos. 
 
 
 
 
 
Olá, professor (a)! 
O acento indicativo de crase é um dos tópicos mais polêmicos da Língua portuguesa, isso porque 
é um conteúdo muito pertinente nas provas de concursos e muitas pessoas foram condicionadas a 
acreditar que se trata de uma aprendizagem complexa. A primeira parte da afirmativa está correta – 
dificilmente um edital de Língua Portuguesa, de qualquer banca e para qualquer cargo, passa imune às 
regras de aplicação do acento grave. Porém, acreditar que se trata de um assunto difícil é um grande 
mito! 
Você descobrirá, ao longo de nossa aula, que esse é um dos conteúdos que mais possuem 
métodos simples para a resolução de questões, e que há algumas lógicas básicas por trás dele que 
simplificam muito o estudo. Por isso, meu querido concurseiro, não se aflija. Veja as questões sobre o 
acento indicativo de crase como pontos certeiros na sua escalada para sua posse! 
Para começarmos, você deve ter percebido que nos referimos ao acento como “grave”, certo? Isso 
porque, na verdade, crase é o nome da fusão que ocorre entre preposição e artigo, para dar origem ao 
acento. E esse, por sua vez, leva o nome de acento grave ou de acento indicativo de crase. 
Esse acento, ora esquecido, ora usado erroneamente, representa uma forma de regência – 
maneira como as palavras relacionam-se umas às outras, e a primeira coisa que é necessário entender 
é que ele só ocorre antes de palavras femininas. 
INVESTIGAÇÃO JÁPASSEI 
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 Ao longo da aula, você verá que há muito mais motivos para não utilizar o acento do que para 
usá-lo, por isso, aprender primeiro as regras de proibição é um caminho que otimiza os estudos, não à 
toa, eles foram colocados em primeiro plano na nossa apostila. 
Sobre a relevância do conteúdo, como já citado, é uma situação raríssima deparar-se com uma 
prova de concurso que não apresente questão sobre crase. Com base nas provas mais recentes, 
analisamos alguns números: 
A Língua Portuguesa fez parte de todos os editais de concursos para Professor de Educação Básica 
I e Professor de Educação infantil dos anos de 2019 a 2022, ocupando uma média de 34% das avaliações. 
A aplicação do acento indicativo de crase constou em todos os editais de Língua Portuguesa e as 
questões sobre o conteúdo ocupam uma média de 2,7% das provas da disciplina. Isso quer dizer que é 
comum que a aplicação desse acento apareça em mais de uma questão, uma vez que pode vir também 
relacionada a outros conteúdos, como Regência Verbal e Nominal e até Interpretação textual. 
Entender a colocação do acento grave é já poder contar de antemão com os pontos relacionados 
a essas questões, pois é um assunto simples e certeiro nas avaliações. 
Bons estudos! 
 
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O QUE É O ACENTO INDICATIVO DE CRASE 
 
O acento indicativo de crase ou acento grave ocorre quando há junção da preposição A e do 
artigo feminino A. Esse encontro entre preposição e artigo só acontece antes de palavra feminina, 
quando o verbo ou termo antes dela exigir a preposição A. Mais ou menos assim: 
 
Quando você se refere, refere-a A – E esse A é a preposição necessária para o verbo referir. 
Se você complementar o verbo referir com uma palavra masculina, ficará assim: 
Ele se referiu AO livro – AO é a preposição A e o artigo masculino O. 
 
Se você complementar o verbo referir com uma palavra feminina, ficará assim: 
Ele se referiu À revista – entendendo que o acento significa que há dois A ali (como se fosse A ao 
quadrado), sendo um A preposição e o outro artigo feminino. 
 
Portanto, não são todas as palavras femininas que aceitam o acento indicativo de crase – elas 
precisam estar acompanhadas por um verbo ou outro termo que exija a preposição A, como por 
exemplo: 
Assistir A 
Referir-se A 
Dirigir-se A 
Obedecer A 
Referência A 
Fiel A 
 
E aqui já fica um macete muito eficaz para a utilização do acento: Se estiver na dúvida sore usá-
lo ou não diante de uma palavra feminina, troque-a por uma masculina. Se aparecer AO na frente da 
masculina, quer dizer que a feminina levará crase. 
 
Iremos a escola – Há crase? Troque escola por colégio (ou outra palavra masculina): Iremos ao colégio. 
Logo, “iremos à escola” possui acento. 
Se fizer a troca e só aparecer O em frente à palavra masculina, não haverá crase. 
REGRAS DE APLICAÇÃO DA CRASE 
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QUANDO NÃO UTILIZAR O ACENTO GRAVE 
 
Observe as imagens a seguir. O uso do acento grave está correto? Vamos verificar por meio da lista de 
proibições que vem logo abaixo! 
 
 
Não se usa acento indicativo de crase: 
 Antes de palavra masculina. “Referi-me a Josué”, “Irei a pé”, etc. 
 Antes de verbos. “Almoço a partir das 11h”, “Ele passou a caminhar todas as manhãs.” 
 Antes da maioria dos pronomes – ela, essa, esta, elas, outra, outras, toda, vossa senhoria, você, 
vossa majestade. (Alguns pronomes admitem uso facultativo do acento grave, veremos na 
sequência do estudo). 
 Entre palavras repetidas: face a face, dia a dia. 
 Antes de palavra no plural quando A estiver no singular: Referi-me a mulheres. 
Lembrando que, acaso a construção fosse com AS, haveria crase: Referi-me às mulheres. 
 Antes de números - Estamos a dois quilômetros da cidade. Exceção: Numerais ordinais femininos 
admitem a crase: “Voltarei à primeira casa que vi”. 
 Antes dos artigos indefinidos – Dirigi-me a uma mulher. 
 
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QUANDO UTILIZAR O ACENTO GRAVE 
 Quando o macete explicado no início da aula der certo! (Aquele de trocar a palavra feminina por 
uma masculina). 
 Antes de horas determinadas. “A reunião será às 14h”, “O sinal baterá à uma hora”. (Veja que no 
último exemplo, “uma” refere-se a horas, não é um artigo). 
 Antes de locuções adverbiais que iniciem com A: À noite, à tarde, à esquerda, às claras, às 
pressas, à luz de velas, à moda, à maneira, às vezes, à toa. 
Lembre-se de que locuções adverbiais são palavras que indicam o tempo, modo ou lugar em que 
uma ação foi realizada. Por exemplo: Eu estudo à noite (indicação de tempo – estudo quando?). 
Comida à moda mineira (indicação de modo – comida de que modo?) 
Ele entrou às pressas (indicação de modo – entrou de que modo?) 
 
É possível que as expressões “À moda” e “À maneira” gerem acentos graves à frente de palavras 
masculinas. Por exemplo: Sapatos à Luiz XV – Quer dizer que ossapatos são feitos a essa moda. No 
caso, a expressão “À moda” está subentendida. 
 
Outros casos: Bife à milanesa (à moda milanesa). 
Escondidinho à paulista (à moda paulista). 
 
Obs. Bife a cavalo não possui crase! Normalmente essas expressões têm a ver com um lugar ou uma 
pessoa, já que significam que tal coisa foi feita “à maneira” de alguém/algum lugar. 
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CASOS FACULTATIVOS 
Existem alguns casos em que a aplicação do acento grave é facultativa, e muitas questões cobram 
exatamente isso – assinalar a alternativa em que o uso do acento é opcional. Vejamos quais são esses 
casos: 
 
 Pronomes possessivos femininos – minha, minhas, sua, suas, tua, tuas, nossa, nossas, vossa, 
vossas (vossa vida, vossas coisas – não vossa do pronomes de tratamento). Exemplo: Dirigi-me 
a minha casa/ Dirigi-me à minha casa. 
 Nomes próprios femininos. Exemplo: Sou fiel a Isabela./ Sou fiel à Isabela. 
 Os pronomes “senhora, senhorita e dona”. Entreguei o livro a senhora./ Entreguei o livro à 
senhora. (Nomes de personalidades famosas não levam o acento). 
 A preposição até. Vou até a casa de Alice./ Vou até à casa de Alice. 
 
Tenha em mente que a aplicação do acento será facultativa caso fosse necessária sem a presença 
das palavras acima. Por exemplo, na oração “Vi a minha tia no mercado” o acento não é facultativo, pois 
sem o “minha”, não haveria necessidade dele. 
 
CASOS PONTUAIS 
 
 Os pronomes aquela, aquele, aquilo, bem como seus plurais, podem receber o acento grave e 
virar àquele, àquela, àquilo. Para saber se haverá acento nesses pronomes, siga um macete bem 
simples – Troque a palavra “aquele” por esse, “aquela” por essa etc. seguindo os gêneros e 
números referentes. Observe: 
Vi aquela mulher ontem – Vi essa mulher ontem. Não haverá crase no “aquela”. 
Referi-me aquela mulher – Referi-me a essa mulher. Como foi necessário colocar um A em frente a 
“essa”, haverá a crase no “aquela”. Logo: Referi-me àquela mulher. 
 A palavra casa não recebe crase quando vem sozinha numa oração. Por exemplo: “Voltarei a 
casa”. Porém, se a casa estiver especificada, o acento aparece: “Voltarei à casa do meu pai”. 
 
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