Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Segundo Saussure, “a fonética é uma ciência histórica, que analisa acontecimentos, transformações e se move no tempo”. Já a fonologia se coloca fora do tempo, pois o mecanismo da articulação permanece estável de acordo com a estrutura da língua em questão. Mesmo não sendo uma concepção contemporânea, foi Saussure quem primeiro fez a distinção entre as duas ciências, através do uso de suas dicotomias (Langue/Parole, Forma/Substância). Foi com componentes do Círculo Lingüístico de Praga que a Fonologia passa a adquirir seu próprio objeto de estudo. O termo Fonética pode significar tanto o estudo de qualquer som produzido pelos seres humanos, quando o estudo da articulação, da acústica e da percepção dos sons utilizados em línguas específicas. No primeiro tipo de investigação, torna-se evidente a autonomia da Fonética em relação à Fonologia. No segundo tipo de investigação, porém, as relações entre as duas ciências se tornam patentes. Os fenômenos relacionados à linguagem, suas variações, seus princípios e as características que regulam as estruturas das línguas são estudados pela Linguística. O linguista procura explicar os mecanismos adjacentes aos sistemas linguísticos, à compreensão dos sistemas sonoros das línguas, a relação existente entre os componentes da gramática - morfologia, sintaxe, semântica. A Fonética e a Fonologia são ramos da Linguística que estudam os sons da fala humana e como eles são produzidos, ou seja, “tanto a f onética quanto a fonologia investigam como os seres humanos produzem e ouvem os sons da fala.” Enquanto a Fonética está voltada para o estudo propriamente de como são produzidos os sons, a Fonologia estuda a função desses sons dentro de uma determinada língua. Os primeiros fonólogos foram os criadores da escrita silábica, como o sânscrito e os hiragana e katakana do japonês, e também dos criadores da escrita alfabética, o alfabeto latino e do cirílico. Sendo assim, podemos definir a distinção da Fonética e da Fonologia como: A Fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas (aparelho fonador). Cabe a ela descrever os sons da linguagem e analisar suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela fundamenta-se em estudar os sons da voz humana, examinando suas propriedades físicas independentemente do seu “papel lingüístico de construir as formas da língua”. Sua unidade mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone. A Fonologia cabe estudar as diferenças fônicas intencionais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de significação; estabelecer a relação entre os elementos de diferenciação e quais as condições em que se combinam uns com os outros para formar morfemas, palavras e frases. Sua unidade mínima de estudo é o som da língua, ou seja, o fonema. A Fonética se diferencia da Fonologia por considerar os sons independentes das oposições paradigmáticas e combinações sintagmáticas. conjunto dos sons de uma língua, portanto, para nomear a ciência dos sons da linguagem era utilizado o t ermo Fonética. Em 1871, começou-se a estabelecer esta distinção, como se conhece atualmente. Nesta época definiu- se Fonologia como a ciência da Fonética. Trubetzkoy ampliou os conceitos, “destinando à Fonologia o estudo dos sinais fônicos aplicados com objetivos de intercompreensão no seio de uma comunidade linguística. Assim, enquanto a Fonética estudaria o aspecto material dos sons da linguagem, a Fonologia estudaria os fatos fônicos em relação ao seu significado linguístico. ” (Souza e Cagliari). A Fonologia como é conhecida atualmente teve início em meados do século XIX, com o conceito de fonema. Est e conceito, o significado {fonema} existe desde que o homem começou a tentar representar a fala, porém o significante [f onema] tem uma história mais recente. Veio com o “filólogo francês Dufriche- Desguenettes em 1873 a fim de traduzir a expressão alemã ‘Sprachlaut’ que, à época, era traduzida em francês por ‘son du langage’. ...criou o neologismo ‘phonème’, com base no grego ‘phoné”. Em 1895, Baudouin de Courtenay, fez a associação da palavra “fonema” com o conceito {fonema}, sendo que o def iniu como “o equivalente psíquico do som”, ou seja, tinha uma concepção mentalista, psicológica de f onema, isto foi muito cr iticado posteriormente, tanto na Europa como nos Estados Unidos (Couto, 1997). Os estudos de natureza histórico- comparativa com o f im de classificar as línguas indo- europeias foi o foco de muitos estudos no século XIX, sendo que a Inglaterra foi o berço da Fonética moderno. Em 1889 foi criado o Alfabeto Fonético I nternacional, simbolizando claramente o esforço de se distinguir letra de som e de representar por símbolos distintos sons diferentes. A Fonética art iculatória progrediu muito no último século, devido aos estudos experimentais na área da fisiologia e da acústica do som. Tornando-se visível à observação os m ecanismos de produção dos sons, seus estudos foram facilitados. Os sintetizados de fala, o palato artificial, o quimógrafo e atualmente os computadores, auxiliaram aos estudiosos reproduzir os sons da fala. A fonética estuda os sons como entidades físico-articulatórias isoladas (aparelho fonador). Cabe a ela descrever os sons da linguagem e analisar suas particularidades acústicas e perceptivas. Ela fundamenta-se em estudar os sons da voz humana, examinando suas propriedades físicas independentemente do seu “papel linguístico de construir as formas da língua”. Sua unidade mínima de estudo é o som da fala, ou seja, o fone. À fonologia cabe estudar as diferenças fônicas intencionais, distintivas, isto é, que se unem a diferenças de significação; estabelecer a relação entre os elementos de diferenciação e quais as condições em que se combinam uns com os outros para formar morfemas, palavras e frases. Sua unidade mínima de estudo é o som da língua, ou seja, o fonema. Quer continuar lendo este conteúdo? Conheça e escolha seu Plano Premium para ler milhares de materiais completos Escolher Plano Ou ajude estudantes para se tornar Premium Você viu 1, do total de 2 páginas E aí, curtiu este material? Ajud
Compartilhar