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Programas de treinamentos definidos na política de saúde e segurança do trabalho e nos indicadores- UC 10 - TST - Senac

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24/11/2023, 08:51 Versão para impressão
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Segurança do Trabalho
Programas de treinamentos definidos na
política de saúde e segurança do trabalho e
nos indicadores
Antes de conhecermos os programas de treinamento definidos na política
de saúde e segurança do trabalho, é preciso conhecermos a política nacional da
saúde e da segurança do trabalho – PNSST, o que ela orienta sobre os programas
de treinamentos e qual a relação com a melhoria das condições de trabalho nos
aspectos de saúde, segurança e ambiente do trabalho nos contextos da indústria, do
comércio e dos serviços. Além das políticas, existem também outros programas de
treinamento apontados por indicadores que permitem o acompanhamento e a
certificação de empresas neste âmbito.
A política nacional da saúde e da segurança do trabalho visa promover a
saúde e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador, além de prevenir acidentes
e danos à saúde que possam estar relacionados às atividades profissionais,
eliminando ou reduzindo os riscos no ambiente de trabalho. Assim, sua implantação
procura garantir que o trabalho seja realizado em condições que não prejudiquem a
integridade física e mental dos trabalhadores.
Criada em 2004 e atualizada em 7 de novembro de 2011 pelo Decreto n.º
7.602, a PNSST está baseada nos princípios da universalidade; da prevenção; da
precedência das ações de promoção, proteção e prevenção sobre as ações de
assistência, reabilitação e reparação; do diálogo social; e da integralidade.
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Sobre os princípios, destacamos que a universalidade significa que o maior
número de pessoas deve ser atendido e protegido com as ações referentes à
PNSST. A prevenção significa que todos os esforços provenientes das ações da
política devem ser sempre no sentido de prevenir os eventos danosos, como os
acidentes e as doenças do trabalho. A precedência, a proteção e a prevenção devem
ser prioritárias sobre as ações da recuperação e da reabilitação. Isto é, devemos
trabalhar no sentido de que é necessário prevenir as ocorrências em vez de
remediar ou agir após a sua ocorrência. Quanto ao diálogo social, a política deve ser
discutida, analisada e revisada, envolvendo as partes interessadas no processo da
saúde e da segurança, envolvendo os trabalhadores, os empresários e o governo. A
integralidade significa que as ações e os esforços dos órgãos envolvidos sejam no
sentido de estabelecer uma relação de cidadania, isto é, todo o cidadão brasileiro
tem o direito de ter a sua integridade física preservada pelas ações de saúde e de
segurança do trabalho.
O alcance dos objetivos da PNSST passa pelo trabalho cooperativo e articulado
do Ministério da Saúde, do Ministério do Trabalho e da Previdência Social e
Emprego, atualmente chamados de Secretaria Especial do Trabalho e Secretaria da
Previdência Social, ambos pertencentes ao Ministério da Economia. Esses
organismos governamentais buscam em conjunto ações para que as empresas
participem e implantem a política de saúde e segurança.
Destacamos a seguir algumas das obrigações desses três órgãos
governamentais na efetivação da PNSST:
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Ministério do Trabalho e Emprego
Formular e propor as diretrizes da inspeção do trabalho.
Supervisionar e coordenar a execução das atividades relacionadas com
a inspeção dos ambientes e das condições de trabalho.
Elaborar e revisar as normas regulamentadoras de segurança e saúde
no trabalho.
Participar da elaboração de programas especiais de proteção ao
trabalho.
Atuando junto ao Ministério do Trabalho e Emprego, no contexto da PNSST, a
Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho –
Fundacentro também tem suas obrigações. Dentre elas, salientamos:
Elaboração de estudos e pesquisas pertinentes aos problemas que
afetam a segurança e a saúde do trabalhador.
Produção de análises, avaliações e testes de medidas e métodos que
visem à eliminação ou à redução de riscos no trabalho, incluindo
equipamentos de proteção coletiva e individual.
Desenvolvimento e execução de ações educativas sobre temas
relacionados com a melhoria das condições de trabalho nos aspectos
de saúde, segurança e meio ambiente do trabalho.
Difusão de informações que contribuam para a proteção e a promoção
da saúde do trabalhador.
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Ministério da Saúde
Fomentar a estruturação da atenção integral à saúde dos
trabalhadores, promovendo ambientes e processos de trabalho
saudáveis, fortalecimento da vigilância de ambientes e processos de
trabalho, assistência integral à saúde dos trabalhadores e reabilitação
física e psicossocial.
Definir normas, parâmetros e indicadores para o acompanhamento das
ações de saúde do trabalhador a serem desenvolvidas no Sistema
Único de Saúde – SUS.
Promover a revisão periódica da listagem oficial de doenças
relacionadas ao trabalho.
Promover a participação da comunidade na gestão das ações em
saúde do trabalhador.
Ministério da Previdência Social (Atualmente
Secretaria da Previdência Social)
Subsidiar a formulação e a proposição de diretrizes e normas relativas
à interseção entre as ações de segurança e saúde do trabalho e as
ações de fiscalização e reconhecimento dos benefícios previdenciários
decorrentes dos riscos ambientais do trabalho.
Realizar estudos, pesquisas e propor ações formativas visando ao
aprimoramento da legislação e das ações do Regime Geral de
Previdência Social e dos Regimes Próprios de Previdência Social.
O Ministério da Previdência Social, por meio do Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS, também é responsável por:
Realizar ações de reabilitação profissional.
Avaliar a incapacidade laborativa para concessão de benefícios
previdenciários.
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Percebemos assim que a PNSST foi planejada por alguns órgãos do governo, e
por isso existe a preocupação de que todos esses órgãos estejam totalmente
integrados nas suas discussões e nas ações implantadas de saúde e segurança do
trabalho. Essa integração começa na harmonização da legislação, na implantação e
na divulgação, na fiscalização do cumprimento das ações, mas junto a isso há a
necessidade e a obrigatoriedade de registrar, investigar e propor medidas de
controle em todas as vezes que ocorrer um acidente do trabalho ou ocorrer uma
doença do trabalho, principalmente dos acidentes graves ou fatais.
Tendo abordado brevemente o envolvimento e as ações pertinentes a cada um
dos organismos governamentais e à Fundacentro na implantação da PNSST,
ressaltamos alguns pontos fundamentais da política de segurança:
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Incluir todos os trabalhadores brasileiros em um sistema nacional de
promoção e de proteção à saúde.
Promover o trabalho decente, enfatizando as questões de saúde e
segurança do trabalho e estabelecendo uma deliberação para que os
assuntos relacionados sejam tratados nas conferências nacionais de
emprego e trabalho decente.
Proporcionar a harmonização da legislação e de articulação das ações
de promoção e de prevenção da saúde do trabalhador.
Estabelecer uma negociação permanente entre trabalhadores e
empregadores para os assuntos de saúde e segurança, sem esquecer
das tratativas da inclusão das pessoas com deficiência e dos cuidados
com a saúde e a integridade física desses colaboradores.
Propor a adoção de medidas especiais para atividades laborais de alto
risco e a estruturação de uma rede integrada de informações em saúde
do trabalhador.
Promover a implantação de sistemas e programas de gestão da
segurança e saúde nos locais de trabalho e a reestruturação da
formação em saúde do trabalhador e em segurança do trabalho.
Permitir que os segmentos menos protegidos da indústria e dos
serviços possam ser contemplados com uma política de segurança
visando à promoção e à proteção desses trabalhadores.
Promover umadiscussão entre as esferas dos poderes federal,
estadual e municipal visando à inclusão desses servidores, pois as
normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho (atualmente
Secretaria Especial do Trabalho) excluíram esses trabalhadores de
uma gestão e de uma política de segurança, enquanto todos os outros
trabalhadores sob o regime da CLT estão amparados pelas normas de
segurança.
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Programas de treinamentos definidos na
política de saúde e segurança do trabalho
Na realidade brasileira da saúde e da segurança do trabalho, normalmente as
empresas de grande porte dispõem um sistema de segurança implantado e de uma
política bem disseminada entre todos os trabalhadores. Porém, as pequenas
empresas e as empresas de economia solidária geralmente não dispõem nem
implantam ações na esfera de segurança, muito menos contam com uma política
estabelecida. No entanto, a PNSST dá grande importância à necessidade de que
essas ações consigam chegar aos trabalhadores dessas empresas, que são os
menos assistidos e menos amparados nos quesitos da saúde e da segurança do
trabalho. Por este motivo os órgãos governamentais responsáveis pela PNSST
preocupam-se em desenvolver ações articuladas entre eles e com essas empresas,
no sentido de promover e implantar uma política de saúde e de segurança.
Um dos objetivos dos programas de treinamento e das capacitações é a
divulgação de assuntos que interessam a todas as pessoas que estão envolvidas em
uma determinada conjuntura de programas. No caso, a PNSST não poderia ser
diferente, ela busca e implanta ações no sentido de fortalecer o processo de
divulgação da política para implantar e acompanhar o cumprimento dos
acordos coletivos das categorias e das convenções internacionais que o Brasil
subscreveu relacionados à saúde e à segurança do trabalho.
Nesse contexto, programas de treinamento ou de ações educativas na
empresa, dentro da política de saúde e segurança estabelecida, são de grande
importância. Para eliminação ou redução dos acidentes e doenças do trabalho, a
política determina que todos os trabalhadores sejam capacitados em todas as suas
atividades exercidas. Para atender a essa determinação, cada empresa deverá
elaborar e implantar o seu próprio programa de ações educativas, conforme a sua
realidade de trabalho e de riscos existentes nas suas atividades.
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A abordagem sobre capacitações e ações educativas trazida na PNSST prevê
uma articulação com o Ministério do Trabalho (atualmente Secretaria Especial do
Trabalho) para regulamentar e viabilizar a inclusão de conhecimentos básicos em
prevenção de acidentes e saúde e segurança do trabalho no currículo do ensino
fundamental e médio nas redes pública e privada de ensino. Prevê essa articulação
também nos programas de aprendizagem do ensino técnico profissionalizante e
superior, assim como nos cursos para empreendedores. Essas ações partiriam da
criação de um grupo de trabalho para definir quais os conhecimentos básicos a
serem incluídos em todos os níveis citados, bem como a capacitação em saúde e
segurança do trabalho para pequenos empreendedores, prevista nessa etapa da
política nacional.
Além disso, também está prevista na política a revisão de referências
curriculares para a formação dos profissionais em saúde e segurança do trabalho de
nível técnico, superior e pós-graduação, realizada por um grupo de trabalho tratando
do aprimoramento dos conceitos mínimos do assunto saúde e segurança do trabalho
para os cursos de qualificação desses profissionais. A capacitação em saúde e
segurança do trabalho para os representantes dos trabalhadores e dos
empregadores também está prevista na PNSST, buscando a articulação com
instituições de ensino nacionais e internacionais, públicas ou privadas, para a
realização das capacitações para trabalhadores e empregadores.
O assunto aqui tratado é amplo, complexo e normatizado. É visto pela maioria
das empresas como uma despesa, e não como um investimento. Neste contexto, a
PNSST prevê uma análise das prioridades nacionais para estudos e pesquisa nessa
área e articula com instituições de ensino públicas e privadas o financiamento dos
estudos e das pesquisas em saúde e segurança do trabalho, disponibilizando em
uma plataforma digital todas as informações e os dados referentes a estatísticas e
indicadores relativos ao assunto que estamos tratando, juntamente com um fundo
para estudos e pesquisas.
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Essas articulações com as instituições de ensino servem também para
determinar quais os recursos necessários para o financiamento das mesmas e para
saber como estão os resultados no âmbito da saúde e da segurança do trabalho
através de todo o levantamento e da análise dos dados.
Diante de todas essas determinações estabelecidas na PNSST, podemos
chegar à conclusão de que o planejamento de ações educativas é uma ação que
poderá trazer excelentes resultados para as empresas no que se refere à saúde e à
segurança do trabalho.
É necessário lembrar que as ações educativas devem ser bem planejadas para
que os resultados sejam alcançados conforme o previsto. Como já vimos, as ações
educativas são elaboradas para a realidade de cada empresa, de acordo com os
seus riscos e com o grau de complexidade das atividades realizadas. Para alcançar
esses resultados com as ações educativas, é necessário estabelecer indicadores de
desempenho.
A melhor forma de compreendermos esse assunto é através de exemplos,
sendo assim, veremos algumas ações educativas na indústria, nos serviços e no
comércio.
Indústria
Já sabemos que as máquinas e os equipamentos utilizados nos processos
produtivos e de transformação utilizadas pelas indústrias são agentes de risco e
provocam muitos acidentes. Diante disso, a política de saúde e de segurança do
trabalho estabeleceu ações no sentido de adequação das mesmas a uma
regulamentação nacional, colocando e instalando dispositivos de segurança para
evitar e prevenir acidentes e doenças. Essa regulamentação está descrita na NR-12
– segurança no trabalho em máquinas e equipamentos – do Ministério do Trabalho.
Neste contexto, vamos considerar uma área de trabalho dentro de uma
indústria em que existem máquinas que emitem um ruído excessivo, podendo causar
perda auditiva nos funcionários. Diante dessa identificação de risco, já podemos
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iniciar o nosso planejamento das ações educativas. É sabido que todos os
funcionários devem receber a informação de todos os riscos a que estão expostos
no local de trabalho. A partir desse cenário, podemos planejar um treinamento
específico sobre o risco ruído, mostrando a forma de prevenção e as possíveis
consequências que o agente de risco ruído pode causar nas pessoas.
Seguindo nesse sentido, outra ação educativa a ser planejada é a forma como
o funcionário pode proteger-se com a utilização de equipamento de proteção
individual – EPI. Portanto, deve ser planejada uma ação educativa que instrua a
todos os funcionários expostos ao ruído sobre a importância e a forma correta de
utilizar os EPIs. O planejamento dessas ações deve fazer parte de um planejamento
global que normalmente é realizado anualmente, com constante atualização, quando
necessário.
Outro exemplo que podemos utilizar é o de um funcionário que executa suas
atividades exposto a produtos químicos. Após o reconhecimento desse risco, é
necessário planejar as ações educativas relativas a esse caso de exposição. Em
primeiro lugar, é necessário um planejamento para que o funcionário tome
conhecimento desse risco e das possíveis consequências que podem ocorrer com a
sua saúde. Com esse mesmo risco podemos planejar uma ação educativa no
sentido de informar e conscientizar sobre a necessidade do uso de EPI para a sua
proteção.
Serviços
Sabemos que existem empresasespecializadas em diversos segmentos e que
oferecem os serviços para outras, caracterizando uma relação de contratante e
contratada. Com a aprovação recente da lei da terceirização, essa relação tende a
aumentar e com isso o envolvimento do setor de segurança do trabalho deve ter o
cuidado de planejar ações educativas pertinentes para receber a empresa
contratada nas suas instalações.
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Nesse caso, é preciso elaborar uma ação educativa para integrar os
funcionários da empresa contratada, informando as regras de segurança interna e
que os funcionários devem cumprir dentro das instalações da empresa contratante.
Comércio
A área do comércio apresenta riscos de menor gravidade de maneira geral,
mas isso não quer dizer que as ações educativas sejam menos importantes do que
outros setores das empresas. Consiste em comercializar produtos já fabricados,
cuidando do armazenamento e das vendas para os clientes que os necessitam.
Nesse caso, é comum a empresa não dispor de um SESMT estruturado de
acordo com a NR-4. Porém, é necessário planejar ações educativas mínimas
exigidas legalmente. Umas dessas ações é o treinamento de combate a incêndio
para brigadistas, pois as legislações dos corpos de bombeiros exigem que qualquer
empreendimento apresente pessoas treinadas e capacitadas no assunto.
Vamos citar mais um exemplo que possa elucidar a forma de elaborar o
planejamento das ações educativas no setor do comércio. Vamos tomar como
exemplo um trabalhador da área administrativa que se utiliza de uma mesa de
trabalho e faz uso de um computador. Esse trabalhador está exposto a riscos
ergonômicos e devem ser planejadas ações educativas para a prevenção de
doenças do trabalho. Podemos citar ainda ações educativas como o curso
obrigatório para integrantes da Cipa. As ações planejadas referem-se ao risco e às
suas consequências para a saúde, bem como a forma correta e adequada de utilizar
esse posto de trabalho para que ele não acarrete consequências à sua saúde.
Uma boa estratégia no que diz respeito ao planejamento das ações educativas
é estabelecer um plano anual de capacitações, no qual se pode planejar todas as
ações que serão implementadas durante todo o ano. Porém, além das ações
relativas aos riscos identificados, temos as ações obrigatórias e exigidas pela
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legislação. Essas também devem fazer parte do planejamento anual de ações
educativas. Podem fazer parte deste planejamento as ações que podem ser
ministradas ao longo do tempo e que não têm caráter obrigatório, servindo como
informação complementar ou de cunho social e sustentável.
Programas de treinamentos definidos nos
indicadores
De acordo com o dicionário Michaelis, o termo indicador significa “tudo aquilo
que indica; algo que orienta sobre qualquer providência a ser tomada”. Podemos,
então, dizer que um indicador se refere aos elementos que têm como objetivo
apontar, medir ou mostrar algo, podendo ser, geralmente, um instrumento físico
como o resultado de um determinado tempo cronometrado em um cronômetro ou
algo mais abstrato, como medir a reputação da marca de uma empresa.
Pode-se citar como um exemplo comum de indicador na área de Saúde e
Segurança do Trabalho o número de treinamentos que uma determinada
empresa planeja e/ou realiza em um determinado ano. Ressalta-se, porém, que
essa informação só será considerada como um indicador se existir um
monitoramento, pois, dessa forma, os envolvidos têm a possibilidade de tomar
alguma ação, caso não esteja sendo cumprido o que se se pretendia.
Os indicadores são essenciais nas atividades de monitoramento e avaliação
das organizações. São utilizados como instrumentos de gestão, assim como seus
projetos, programas e políticas, pois permitem acompanhar o alcance das metas, a
identificação de avanços, melhorias de qualidade, correção de problemas,
necessidades de mudança ou outras situações previstas dentro de um sistema de
gestão.
De acordo com todos os sistemas de gestão, tanto de saúde e segurança do
trabalho quanto qualquer outro tema passível de certificação, é estabelecida a
obrigatoriedade de criar, medir e agir preventivamente e corretivamente quando os
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resultados alcançados não forem os esperados. Quando podemos medir a eficiência
de alguma coisa, é possível melhorá-la cada vez mais com a implantação de
medidas de controle.
O estabelecimento de indicadores anuais a serem atingidos no âmbito das
ações educativas serve como um caminho para que possamos medir a eficácia dos
treinamentos. Conforme mencionado anteriormente, um dos indicadores mais
comuns, e que devem fazer parte da gestão desse assunto, é se todos os
treinamentos planejados foram executados, isso porque de nada adianta planejar
ações e depois não colocá-las em prática.
Outro indicador a ser perseguido nessa área é verificar a eficiência das ações
educativas. Existem diversas formas através das quais podemos buscar esse
estudo. Uma delas é analisar todo o desenvolvimento e a evolução do
comportamento da ocorrência de acidentes. Isso quer dizer que se os acidentes
estão controlados ou o seu número diminui, o pilar ações educativas está dando os
resultados esperados, uma vez que com essas ações nosso objetivo é diminuir os
acidentes.
Outra forma de acompanhar os resultados das ações educativas é estabelecer
uma forma de inspecionar as atitudes e o comportamento dos funcionários frente ao
trabalho executado. Quando uma ação educativa é ministrada, esperam-se
mudanças de comportamentos inseguros para comportamentos seguros. Dessa
forma, os acidentes também diminuem, mostrando que os treinamentos são eficazes
junto às pessoas.
Esses indicadores citados são apenas alguns exemplos e sugestões que
podem ser utilizadas dentro de um sistema de gestão relativo às ações educativas.
Cabe lembrar que cada empresa elabora o seu planejamento e lança mão de
indicadores conforme a realidade de cada uma delas. Deve ficar claro, porém, que
sem um sistema de gestão, sem planejamento e sem indicadores para medir o
desempenho e os resultados alcançados, não será possível melhorar os resultados
através das ações educativas.
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ISO 45001-2018
O assunto que trataremos a seguir está completamente entrelaçado com o
tema anterior sobre os indicadores, pois o sistema de gestão é bastante embasado
na elaboração de indicadores de saúde e segurança, principalmente aos ligados com
ações educativas. O ponto principal é a prevenção, portanto o cumprimento de
indicadores no seu processo é o alicerce de todo um sistema de certificação.
ISO 45001-2018 é um exemplo de norma para a certificação em saúde e
segurança do trabalho amplamente utilizada em escala mundial. Essa certificação é
realizada por um organismo externo e credenciado pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas – ABNT.
Essa norma entrou em vigor em 2018, visando substituir a OHSAS-18001, que
até então era a norma utilizada para a certificação em saúde e segurança do
trabalho. A ISO 45001 visa permitir que uma organização forneça locais de
trabalho seguros e saudáveis, que previnam lesões e doenças ocupacionais. A
certificação dessa norma obriga as empresas a cumprirem a legislação de saúde e
segurança do trabalho de forma integral e total de todos os requisitos legais que são
aplicáveis ao segmento a que a empresa pertence.
A preocupação crescente do governo, dos empresários e acionistas, da
comunidade e dos sindicatos de categoria dos trabalhadores com os assuntos
relativos à saúde e à segurança possibilita a certificação e o consequente controle
dos riscos relativos ao trabalho. Com isso, as empresas alcançam uma série de
benefícios, dos quais podemos destacar: melhoria da cultura de segurança com
todas as pessoas na empresa, redução das despesas com seguro reclamatóriastrabalhistas e, principalmente, o controle total dos riscos à saúde e à integridade
física das pessoas dentro das empresas.
Um dos requisitos obrigatórios dessa norma é a implantação de uma política de
saúde e de segurança do trabalho. Ela determina que a política seja definida e
autorizada pela alta administração da empresa, sendo de sua responsabilidade
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qualquer desvio ou não cumprimento. Após a definição dessa política, é necessário
estabelecer e implantar as medidas para que essa política seja cumprida, e uma
dessas ações é o planejamento de todas as ações educativas e de treinamento para
toda a força de trabalho envolvida nas atividades da empresa.
Alguns itens devem obrigatoriamente constar na política, bem como algumas
providências devem ser tomadas em relação à política. Uma dessas providências é
ser adequada à escala de riscos relativos à saúde e à segurança. Isso quer dizer
que não deve ser tão simples, nem tão exagerada com o tratamento dos riscos
existentes na empresa. Outra providência que deve ser cuidada é que objetivos e
indicadores da empresa sejam acompanhados e revistos sempre que necessário,
para que sejam atingidos ao longo do exercício anual da empresa. Considerando
que a política deve estar documentada e aprovada pela administração, devem existir
documentos em que a política está bem escrita e assinada. Esses documentos
devem estar disponibilizados para todas as pessoas, inclusive as partes
interessadas que são: os funcionários, os acionistas, os fornecedores, os clientes, a
comunidade e o governo.
Todos os funcionários obrigatoriamente devem conhecer, entender e aplicar em
todas as suas ações a política de saúde e segurança do trabalho. Isso quer dizer
que ela deve ser comunicada a todas as pessoas. Essa ação, inclusive, deve fazer
parte do planejamento das ações educativas e de treinamento dentro da empresa de
forma periódica.
Dentro da política da norma ISO 45001-2018, existem itens que fazem parte de
forma obrigatória. Um deles é a inclusão de um compromisso para a prevenção de
lesões, ferimentos e danos para a saúde e de melhoria contínua da gestão e do
desenvolvimento da saúde e da segurança do trabalho. Isso quer dizer que, perante
o sistema de gestão, a empresa deve estar comprometida a alcançar sempre, e
de forma contínua, resultados melhores a cada ano, no sentido de prevenir as
doenças e os acidentes de trabalho.
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A política deve também incluir um item em que se compromete a no mínimo
cumprir os requisitos legais aplicáveis e também outros requisitos que a organização
subscreva e que sejam relativos à saúde e à segurança do trabalho. Isso quer dizer
que a empresa é obrigada a atender e a aplicar todas as leis sobre esse assunto e
que se referem à prevenção de doenças e de acidentes do trabalho, implantando
ações que previnem a ocorrência desses fatos.
Cabe ressaltar que, quando uma empresa resolve certificar-se em uma
determinada norma, ela estará submetendo-se a todas as exigências da mesma na
busca do certificado. A certificação é uma questão voluntária, mas a implantação das
ações é de caráter obrigatório.
Como vimos ao longo desse tópico, um sistema de gestão em saúde e
segurança do trabalho apresenta uma série de requisitos e de ações no sentido de
buscar os resultados pretendidos. As ações educativas e de treinamento são de
importância destacada para o sistema, por isso a grande necessidade de
estabelecer um planejamento de todas as ações e treinamentos, buscando a
aplicação adequada e gerando os resultados necessários para a gestão da saúde e
da segurança do trabalho.
Nesse sentido, as mudanças de comportamento das pessoas é um dos
resultados esperados. Essa mudança deve sempre ser orientada no sentido de
incorporar as atitudes seguras dos trabalhadores para reduzir ou eliminar os eventos
adversos como doenças e acidentes do trabalho. Cabe destacar também a
necessidade da conscientização, fazendo com que todas as pessoas da organização
percebam que as orientações mostradas nas ações educativas e nos treinamentos
servirão para sua proteção, saúde e integridade física, para o seu bem-estar e para
sua qualidade de vida no trabalho.
A PNSST está disponível na integra no site do Ministério da Saúde. A Cartilha
da PNSST está disponível no site da Secretaria de Previdência Social.

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