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Erosão do Solo

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USO, MANEJO E 
CONSERVAÇÃO DO 
SOLO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar os tipos de erosão hídrica.
 > Descrever as fases, formas e consequências da erosão do solo.
 > Definir os métodos de controle dos processos erosivos do solo.
Introdução 
Desde o seu princípio, a agricultura busca o aumento da produtividade por meio 
de técnicas e tecnologias disponíveis para atender à população, que vem, cada 
vez mais, exigindo produções de melhor qualidade e que respeite a preservação 
dos recursos ambientais.
Nesse contexto, para que a maior produtividade e para que os melhores 
produtos sejam uma realidade, é necessário que haja um sistema eficiente 
de conservação, em especial, do solo e da água. A implantação de sistemas 
conservacionistas busca uma produção com o menor impacto negativo possível. 
No entanto, quando a exploração com finalidades florestal, pecuarista ou 
agrícola não é realizada com práticas de conservação, tem-se como resultado 
a erosão do solo e o seu consequente empobrecimento e degradação.
Neste capítulo, você estudará os principais tipos de erosão, como elas ocorrem 
e quais são os métodos que auxiliam no seu controle.
Tipos de erosão
A erosão consiste no desgaste do solo devido à remoção das camadas super-
ficiais gerada pela ação de agentes erosivos e influenciada por ação antrópica. 
Não é um processo recente e pode ocorrer de forma natural, com importância 
Erosão do solo
Francihele Cardoso Müller
para o rejuvenescimento do solo e para a formação de paisagens. Entretanto, 
esse processo natural tem se agravado à medida que as áreas de cultivo, 
juntamente com a pressão pelo uso do solo, aumentam (BERTOL et al., 2019; 
PIRES; SOUZA, 2013).
Entre os diferentes tipos de erosão, estão os descritos a seguir. 
 � Erosão natural ou geológica: é o tipo de erosão que ocorre sob condições 
naturais, causada pelo intemperismo natural ou por outros processos 
geológicos, não havendo interferência antropogênica. Caracteriza-se 
pela intensidade menor com que os solos são formados em grandes 
áreas e em escala do tempo geológico (SILVA, 1995).
 � Erosão antrópica ou acelerada: este tipo de erosão ocorre sob interfe-
rência humana. A intensidade desse processo erosivo é tão acelerada, 
que pode se tornar prejudicial (SILVA, 1995).
 � Erosão hídrica: ocorre pela ação da água sobre o solo. Pode ser classifi-
cada como pluvial, que é causada pela ação das chuvas; fluvial, que é o 
tipo de erosão causada pela ação dos rios, semelhante à pluvial, porém 
em escala maior e em regime permanente ou mais prolongado; lacustre, 
causada pela ação dos lagos; e marítima, causada pela ação dos mares, 
que desgastam rochas e solos, levando à formação de falésias, além 
de ser responsável pela dissolução de minerais e rochas, em especial 
as calcárias (BERTOL et al., 2019; PIRES; SOUZA, 2013; SILVA, 1995).
 � Erosão eólica: é um tipo de erosão causada pela ação do vento, uma 
vez que ele recolhe os sedimentos de um lugar e deposita-os em outro. 
A erosão eólica, presente desde os tempos geológicos, tornou-se pre-
ocupante na atualidade, especialmente em função da ação antrópica. 
Quando acelerada, a erosão eólica ocorre pela indução de métodos 
incorretos de manejo do solo ou pelo uso da terra com objetivos que 
destoam de sua aptidão (BERTOL et al., 2019; PIRES; SOUZA, 2013).
Na erosão hídrica, o escoamento superficial transporta as partículas do 
solo junto de matéria orgânica, sementes, defensivos agrícolas, o que torna 
os solos pobres, além de provocar o assoreamento e a poluição dos rios. 
Em função disso, eleva-se o custo de produção, pois aumenta a necessidade 
de fertilizantes e corretivos (BERTONI; LOMBARDI, 1999). 
Erosão do solo2
A erosão hídrica do tipo pluvial é a de maior interesse nas condições de 
clima no Brasil e pode ocorrer como:
 � erosão laminar: consiste na remoção de uma camada fina superior do 
terreno. As gotas de chuva, ao colidirem com a superfície do solo sem 
cobertura, desagregam e deslocam partículas de forma superficial, 
o que desgasta a superfície do solo e pode dar origem a sulcos muito 
rasos (LEPSCH, 2010; PES; GIACOMINI, 2017; SILVA, 1995) (Figura 1a);
 � erosão em sulcos: é resultante de irregularidades na superfície do 
solo, ou seja, quando há formação de sulcos mais profundos devido a 
uma inclinação maior do terreno e à concentração da enxurrada em 
determinados locais (LEPSCH, 2010; PES; GIACOMINI, 20017) (Figura 1b);
 � erosão em voçoroca: são formadas pela ação de grandes volumes de 
água que alcançam velocidade e, assim, desagregam as laterais e o 
fundo dos sulcos já existentes pela erosão em sulcos. A erosão em 
voçoroca é a forma mais profunda de erosão, podendo atingir vários 
metros e até o horizonte C dos solos. A presença deste tipo de erosão 
indica a destruição de áreas agrícolas (Figura 1c) (LEPSCH, 2010; PES; 
GIACOMINI, 2017).
Figura 1. Erosão laminar (a), erosão em sulco (b) e erosão em voçoroca (c).
Fonte: Adaptada de Pes e Giacomini (2017).
a
c
b
Erosão do solo 3
A qualidade do solo, que reflete a capacidade do solo de funcionar dentro 
dos limites de um ecossistema natural ou de aumentar a qualidade de fatores 
como ar e água, promovendo a saúde de plantas, animais e seres humanos 
(DORAN, 1997), é diretamente afetada pela erosão hídrica. Esse processo de 
erosão causa a degradação do solo pelo arraste das partículas que contêm 
nutrientes, gerando a redução da fertilidade natural dos solos. Ainda, essa 
redução refletirá na queda da produtividade nessas áreas e na necessidade 
de aplicação de corretivos e fertilizantes (SANTOS; GRIEBELER; OLIVEIRA, 2010).
A erosão eólica (Figura 2) é limitada no território brasileiro, porém encontra-
-se em expansão. Regiões planas, onde a chuva é ausente por longos períodos, 
determinando, assim, o secamento do solo e a inibição do crescimento da 
vegetação, e com ventos fortes são propícias a esse tipo de erosão. Resumida-
mente, ela se estabelece em condições de solo pouco coeso, seco, de textura 
fina, superfície uniforme e topografia plana, com temperaturas elevadas, 
clima seco e baixa precipitação (BERTOL et al., 2019; SILVA, 1995).
A movimentação dos sedimentos da superfície do solo ocorre sob ação do 
vento, havendo, primeiramente, o desalojamento dos sedimentos da massa do 
solo e, em seguida, o seu transporte, sendo arrastados ou saltitados ao longo da 
superfície do solo. O transporte é dependente de fatores como a turbulência de 
redemoinhos e das irregularidades do movimento do vento (BERTOL et al., 2019).
Esse tipo de erosão constitui um sério problema quando a vegetação natural 
é reduzida ou removida por completo. Crescente no Brasil, a erosão eólica vem 
ganhando mais importância à medida que terrenos arenosos ou em elevada 
declividade têm sido incorporados ao processo produtivo (PIRES; SOUZA, 2013).
Figura 2. Erosão eólica.
Fonte: Food and Agriculture Organization of the United Nations (2015, documento on-line).
Erosão do solo4
Todo o planeta passa por processos de erosões de diferentes nature-
zas e, a depender da região, em diferentes proporções. De acordo com a 
FAO (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS, 2015), 
a erosão é responsável pela perda de 25 a 40 bilhões de toneladas de solo 
ao ano, trazendo efeitos negativos sobre a produtividade, que chegam a 
aproximadamente 7,6 milhões de toneladas de cereais ao ano. A previsão é 
de que, no ano de 2050, se não forem tomados os devidos cuidados para o 
controle e a redução da erosão, esse número será muito maior e haverá uma 
redução de mais de 253 milhões de toneladas de cereais.
A América Latina é uma região que gera muita preocupação, pois aproxi-
madamente 50% de seus solos sofrem algum tipo de degradação, dentre elas, 
a mais preocupante é a erosão, capaz de gerar perdas inestimáveis para a 
agricultura e para o meio ambiente (FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION 
OF THE UNITED NATIONS, 2015).
Como pode-se observar, a erosão é reconhecida como uma das principaiscausas que ameaçam a sustentabilidade da agricultura, dessa forma, esforços 
para que esse problema seja minimizado têm sido constantes e crescentes.
Fases, formas e consequências da erosão 
no solo
A erosão hídrica é um processo que ocorre por meio da chuva sobre o solo 
e o escoamento superficial da água, passando por diferentes mecanismos e 
fases. As fases que constituem esse processo são a desagregação, o transporte 
e a deposição, descritas com mais detalhes a seguir (BERTOL et al., 2019).
 � Desagregação: também conhecida como desprendimento, é a fase 
inicial do processo erosivo, que ocorre por meio do impacto da gota 
de chuva sobre o solo sem vegetação ou durante as operações de 
preparo do solo. Os resíduos vegetais ou a própria vegetação existente 
sobre o solo protegem a superfície do impacto direto das gotas da 
chuva, portanto, as partes do solo sem cobertura são atingidas pela 
precipitação, que chega à superfície do solo causando o umedecimento 
dos agregados, reduzindo suas forças de coesão, que continuam a 
sofrer o impacto das gotas de chuva gerando a sua desintegração em 
partículas menores (argila e matéria orgânica), ocorrendo o processo 
de salpicamento. Nesta fase, ocorre gasto de energia, que será maior 
quanto mais protegido e agregado estiver o solo, de forma a reduzir a 
Erosão do solo 5
energia total da chuva e, consequentemente, a capacidade de trans-
portar o material desprendido (MACEDO; CAPECHE; MELO, 2009; PIRES; 
SOUZA, 2013).
 � Transporte: quando a intensidade da precipitação excede a taxa de 
infiltração, ocorre o transporte do material desagregado na primeira 
fase da erosão. Nesta fase, é estabelecido o escoamento superficial 
e a enxurrada movimenta-se no sentido da declividade, podendo se 
concentrar em pequenas depressões. A enxurrada ganha velocidade à 
medida que o volume da suspensão e a declividade do terreno aumen-
tam, de forma a ampliar a capacidade de gerar atrito e desagregação 
do solo. Os sedimentos transportados podem chegar aos mananciais 
de água e pelos rios podem alcançar os mares e os oceanos (MACEDO; 
CAPECHE; MELO, 2009; PIRES; SOUZA, 2013).
 � Deposição: é quando ocorre a deposição do material desagregado e 
transportado nas etapas anteriores. Esta é a última etapa do processo 
de erosão e tem o seu início quando a água perde energia, pois a carga 
de sedimentos é maior que a capacidade de transporte da enxurrada 
(MACEDO; CAPECHE; MELO, 2009; PIRES; SOUZA, 2013).
Conforme você já viu na seção anterior, as formas conhecidas de erosão 
hídrica pluvial são laminar ou entre sulcos, em sulcos e em voçoroca. A seguir, 
será apresentada como elas ocorrem e como se dá o escoamento da água 
com mais detalhes.
 � Erosão laminar: ocorre em regiões mais lisas do terreno quando 
o solo está descoberto, favorecendo o fluxo laminar fino de água. 
A etapa de desagregação do solo se dá pela ação do impacto das 
gotas de chuva diretamente no solo, assim como pelo transporte dos 
sedimentos realizados especialmente pelo fluxo laminar; além disso, 
pode ocorrer pelo salpicamento de partículas de solo provindas do 
impacto da chuva com o solo. O escoamento superficial na erosão 
laminar ocorre em uma curta distância no terreno, o chamado fluxo 
laminar. Inicialmente é pouco visível, sendo possível reconhecê-la por 
meio de pequenas modificações na coloração do solo e pelo aflora-
mento de raízes e pedras, ou, ainda, pelo fato de que, em dias de chuva, 
é possível observar que as enxurradas ficam barrentas (BERTOL et al., 
2019; PIRES; SOUZA, 2013).
Erosão do solo6
 � Erosão em sulcos: ocorre devido à ação da chuva sobre solos de elevada 
declividade, podendo se ramificar ao longo do terreno. É iniciada a 
partir da concentração da enxurrada em determinados caminhos do 
terreno, favorecendo a formação de pequenas depressões, que au-
mentam aos poucos, caso não haja controle. Em encostas, a água pode 
escoar por pequenos sulcos que converge para sulcos mais acentuados, 
ampliando-os e acentuando-os. De fácil identificação, pela presença 
dos sulcos, e, por isso, o controle da erosão pode ser realizado na 
fase inicial, por meio do preparo do solo. Quando em processo mais 
avançado, podem impedir a utilização de máquina agrícolas na área 
(LEPSCH, 2010; PIRES; SOUZA, 2013).
 � Erosão em voçorocas: tem seu início a partir do deslocamento de 
grande volume de sedimentos e do aprofundamento de sulcos, podendo 
atingir quilômetros de extensão e muitos metros de profundidade. 
Ocorre pelas enxurradas em grandes concentrações que passam pelo 
mesmo sulco ao longo do tempo, gerando o que conhecemos como 
voçorocamento. Esse processo se intensifica em solos com horizontes 
A + B modestos sobre um horizonte C profundo, pois os primeiros são 
removidos deixando exposto o horizonte C que possui partículas de 
baixa coesão e facilmente carreadas. Comumente, é observada em 
latossolos associados a cambissolos. Ainda, existe um tipo especí-
fico de voçoroca, ocasionada pelo solapamento provocado pela água 
subterrânea, que leva à remoção da camada superior do solo. Quanto 
à forma da calha da voçoroca, pode ser encontrada em formato de 
U — encontradas em locais de solo e subsolo resistentes à erosão —, 
e em formato de V —formadas em solos menos suscetíveis à erosão 
(BERTOL et al., 2019; FENDRICH et al., 1988; PIRES; SOUZA, 2013).
Dentre as consequências da erosão, a mais importante talvez seja a perda 
irreversível, em alguns casos, do próprio solo (Quadro 1), pois, com ele, perde-
-se insumos, plantas e produtos, que podem, inclusive, contaminar rios, 
lagos, etc. Ainda, a água que carrega o solo pode gerar o assoreamento de 
rios, lagos e represas, ocasionando inundações e outros transtornos (BERTOL 
et al., 2019; PIRES; SOUZA, 2013).
Erosão do solo 7
Quadro 1. Estimativa de perda anual de solo e de água por erosão hídrica 
no Brasil em função do tipo de ocupação do solo
Perda de solo Perda de água
Tipo de 
ocupação Área (ha) 
Média 
t ha-1 
ano-1
Média 
t ano-1
Média
m3 ha-1 
ano-1
Média 
106
m3 ano-1
Lavouras 50.104.483 15,0 751.567.250 2.519 126.213
Pastagens 177.700.471 0,4 71.080.188 252 44.781
Total 227.804.955 15,4 822.647.438 2.771 170.994
Fonte: Adaptado de Pires e Souza (2013).
Outro fator de grande interesse agrícola é a redução da fertilidade do 
solo e da capacidade de reter umidade, o que prejudica a vegetação e causa 
o seu desaparecimento progressivo. As plantas cultivadas em solo erodido 
exigem maior cuidado e gasto com sementes e adubos e, por esse motivo, 
pode ocorrer a desvalorização dessas áreas, que com o tempo ficam cada 
vez mais pobres, secas, com solos rasos e menos produtivos. As voçorocas, 
por constituir uma forma de erosão que gera sulcos de grande dimensão, 
impossibilita a utilização da área, pois o seu controle é de custo elevado e 
necessita de técnicas especializadas (BERTOL et al., 2019; PIRES; SOUZA, 2013).
Assim, conforme apresentado ao longo desta seção, a erosão pode trazer 
consequências negativas, todas com reflexo na produção e no meio ambiente, 
independentemente da sua forma. No entanto, esses processos podem ser 
minimizados por práticas conservacionistas que serão abordadas na seção 
a seguir.
Formas de prevenção e controle da erosão
Sendo a erosão um processo de desgaste, transporte e sedimentação do solo 
em resposta à ação da água e do vento, algumas prática de barreiras para 
esse processo possibilitam o seu controle. Por exemplo, a erosão ocorrida 
Erosão do solo8
pela ação do vento pode ser controlada especialmente pela utilização de 
barreiras físicas, como a revegetação de solos extremamente erodidos e a 
formação de renques para quebra-ventos. O plantio das espécies arbóreas 
pode ser como sistemas agroflorestais, em que são utilizadas, associadas 
às espécies arbóreas, espécies de interesse alimentício, ou, ainda, agrossil-
vipastoris, usada para pastagens, lavouras e criação de animais (VERDUM; 
VIEIRA; CANEPPELE, 2016). 
Assim, a utilização de determinadas técnicasconservacionistas pode evitar 
o impacto da água sobre o solo e o seu posterior escoamento, de forma a evitar 
enxurradas, fazendo com que essa água seja infiltrada no solo sem a remoção 
do horizonte A e enriqueça os mananciais subterrâneos (LEPSCH, 2010).
A cobertura e o manejo do solo são fatores de grande importância para 
evitar e controlar os processos de erosão hídrica pluvial, seja pela cobertura 
superficial das copas das árvores ou pela sua deposição de fitomassa sobre 
o solo, pelas condições atribuídas à presença de raízes das plantas ou, ainda, 
pelos tipos de prepare, uso e manejo do solo (BERTOL et al., 2019).
A desagregação do solo causada pelos efeitos da chuva e da enxurrada 
pode ser evitada com o reflorestamento, pois quanto maior a cobertura 
vegetal, menor será o impacto das gotas da chuva sobre o solo, uma vez 
que as plantas dissipam a sua energia favorecendo a infiltração da água e a 
redução da enxurrada (Figura 3) (BERTOL et al., 2019). 
Figura 3. Cultivo de pastagem para controle da erosão do solo.
Fonte: São Paulo (2021, documento on-line).
Erosão do solo 9
Dentre o grupo de plantas que podem ser utilizadas no controle da erosão 
pelo cultivo de adubo verde, algumas leguminosas se destacam, como a 
mucuna-cinza (Mucuna cochinchinensis), mucuna-preta (Mucuna aterrima) 
e guandu (Cajanus cajan). Além de seus potenciais de fixação biológica de 
nitrogênio, elas possuem sistema radicular ramificado e profundo, sendo 
possível a extração de nutrientes das camadas mais profundas do solo e 
o seu uso para as culturas subsequentes. Alguns estudos relacionados à 
mucuna-preta em um argissolo vermelho-escuro verificam que essa espécie 
pode reduzir a erosão em 99,7%, evitando perdas de solo de 10.000 para 
30 kg por hectare (WADT, 2007).
Em áreas muito inclinadas ou em áreas que passaram por processo de 
erosão muito acentuado, é recomendado o plantio de florestas artificiais, 
como aquelas com pinus e eucalipto, que, além de proteger o solo, podem 
ser exploradas comercialmente. As áreas que se apresentam mais difíceis 
para lavouras podem ter sua proteção por meio do plantio de pastagens 
(LEPSCH, 2010).
O manejo do solo é uma prática que envolve os sistemas de cultivo, rotação 
e sucessão de culturas, entre outros. Esses sistemas alteram as condições 
químicas, físicas e biológicas do solo pela alternância das culturas (conside-
rando seu porte, quantidade de biomassa e sistema radicular) e interferem 
na erosão por ocasião da chuva (erosão hídrica pluvial) (BERTOL et al., 2019). 
A rotação de culturas (Figura 4) proporciona maior diversidade de organismos 
no solo (macro e micro), refletindo na melhoria de atributos como a estrutura 
do solo, gerando o aumento da infiltração da água e reduzindo a enxurrada 
e, por consequência, a erosão hídrica.
O plantio direto (Figura 5) também é um aliado na conservação do solo, pois 
mantém os resíduos das culturas e promove a mínima mobilização do solo. 
Uma boa alternativa nesse sistema é o cultivo em consórcio de gramíneas, 
como milho, milheto, sorgo e braquiária, e de leguminosas, como crotalária, 
feijão-guando e feijão-caupi, pois possuem sistemas radiculares distintos 
(fasciculado nas gramíneas e pivotante nas leguminosas), atuando de forma 
diferente sobre a estrutura do solo, além da vantagem de fixar nitrogênio no 
solo (ZONTA; COSTA; SOFFIATI, 2021).
Erosão do solo10
Figura 4. Sistema de rotação de culturas ‘Santana’.
Fonte: Adaptada de Altmann et al. (2021).
Nabo forrageiro Nabo forrageiro
Milho
Soja Milheto
Algodão
Abril
Outubro
Abril
Setembro
Dezembro
Novembro
Ano III
Ano I
Ano II
Erosão do solo 11
Figura 5. Plantio direto.
Fonte: Rural Pecuária (2016, documento on-line).
Em um estudo realizado por Cardoso et al. (2012) com diferentes 
espécies de plantas de cobertura para o controle das perdas de 
solo, água e nutrientes por erosão hídrica, com finalidade de conservação do 
solo, a espécie feijão-de-porco (Canavalia ensiformis DC.), quando comparada 
a espécies como crotalária júncea (Crotalaria juncea L.) e milheto (Pennisetum 
sp.), apresentou maior potencial no controle dos processos erosivos.
No caso das voçorocas, sulcos de grandes dimensões, o controle deve ser 
realizado de forma específica para evitar que seja necessário o abandono da 
área. Para o controle do voçorocamento, é necessário realizar a estabilização 
ou evitar o aumento de tamanho do sulco em largura e profundidade por meio 
do desvio do fluxo de água (pela construção de um canal como um camalhão 
ou dique bem alto) ocasiona a voçoroca. Caso isso não seja possível, deve-se 
aplicar técnicas de controle da velocidade e do volume da água que escorre 
sobre a garganta da voçoroca (ANDRADE; PORTOCARRERO; CAPECHE, 2005).
Erosão do solo12
Controlado o voçorocamento, a recuperação de áreas com voçorocas 
exige práticas mecânicas, como o transporte de material, movimentação 
de terra, alocação e remoção de rejeitos e construção de pequenas obras 
de contenção e drenagem superficial e vegetativas, por meio do plantio de 
espécies adaptadas a esses ambientes (Figura 6) (ANDRADE; PORTOCARRERO; 
CAPECHE, 2005).
A aplicação de práticas conservacionistas é uma forma de evitar a 
existência dos diferentes tipos de processos erosivos.
Figura 6. Práticas mecânicas e vegetativas em área de voçoroca.
Fonte: Hernani (2021, documento on-line).
Reconformação do talude
Revegetação
Os métodos de controle da erosão do solo, seja pela ação do vento ou da 
água, são diversos, assim como os efeitos desses processos no solo. Dessa 
forma, para cada tipo e nível de erosão, indica-se métodos específicos. Por-
tanto, em virtude da necessidade da produção agrícola, bem como da busca 
do equilíbrio entre a exploração do solo e a sua conservação, novas técnicas 
de controle da erosão estão sempre em desenvolvimento.
Erosão do solo 13
Referências
ALTMANN, N. et al. Característica do sistema Santana. Brasília: Embrapa, [2021]. Dis-
ponível em: https://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/sistema_plantio_direto/
arvore/CONT000fx4zsnbz02wyiv80u5vcsv2uytj5w.html. Acesso em: 6 abr. 2021.
ANDRADE, A. G.; PORTOCARRERO, H.; CAPECHE, C. L. Práticas mecânicas e vegetativas 
para controle de voçorocas. Comunicado Técnico, Rio de Janeiro, n. 33, p. 1–4, 2005.
BERTOL, I. et al. Erosão do solo. In: BERTOL, I.; DE MARIA, I. C.; SOUZA, L. S. (ed.). Manejo 
e conservação do solo e da água. Viçosa: SBCS, 2019.
BERTONI, J.; LOMBARDI, N. F. Conservação do solo. 4. ed. São Paulo: Ícone, 1999.
CARDOSO, D. P. et al. Plantas de cobertura no controle das perdas de solo, água e 
nutrientes por erosão hídrica. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, 
Campina Grande, v. 16, n. 6, p. 632–638, 2012.
DORAN, J. W. Soil quality and sustainability. In: BRAZILIAN CONGRESS OF SOIL SCIENCE, 
26., 1997, Rio de Janeiro. Proceedings [...]. Rio de Janeiro: [s. n.], 1997.
FENDRICH, R. et al. Drenagem e controle da erosão urbana. 2. ed. Curitiba: Universitária 
Champagnat, 1988.
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soil resources: main report. Rome: FAO, 2015. Disponível em: http://www.fao.org/
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HERNANI, L. C. Controle da erosão. Brasília: Embrapa, [2021]. Disponível em: https://
www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/sistema_plantio_direto/arvore/CONT000fh2b-
6ju702wyiv80rn0etnr3eq82e.html. Acesso em: 6 abr. 2021.
LEPSCH, I. F. Formação e conservação dos solos. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2010.
MACEDO, J. R.; CAPECHE, C. L.; MELO, A. S. Recomendações de manejo e conservação de 
solo e água. Niterói: Programa Rio Rural, 2009. (Manual Técnico, 20).
PES, L. Z.; GIACOMINI, D. A. Conservação do solo. Santa Maria: UFSM, 2017.
PIRES, F. R.; SOUZA, C. M. Práticas mecânicas de conservação do solo e da água. 3. ed. 
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utilizada. Acesso em: 6 abr. 2021.
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