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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA GABRIEL MANGES COELHO LAB DE CASOS JURÍDICOS I ATIVIDADE AVALIATIVA 2 CASO 1 Analisando as questões apresentadas sobre o contrato de trabalho de Mévio com a empresa ABC Ltda. em relação ao acidente de trabalho e seu afastamento. a) Em relação ao contrato de trabalho houve interrupção ou suspensão? Comente. No caso apresentado, o afastamento de Mévio devido ao acidente de trabalho resultou em uma suspensão do contrato de trabalho. A suspensão do contrato de trabalho ocorre quando há uma paralisação temporária das obrigações principais das partes (trabalho pelo empregado e pagamento de salários pelo empregador), sem que haja a extinção do contrato. O contrato fica suspenso durante o período em que o empregado não pode trabalhar e, portanto, o empregador não está obrigado a pagar o salário nesse período, exceto nos casos previstos em lei. b) Quais as obrigações dos contratantes exigíveis durante o afastamento? Discorra sobre o tema. Durante o período de afastamento por acidente de trabalho, algumas obrigações permanecem para ambas as partes: Obrigação do empregador: Garantir a estabilidade provisória no emprego, que é assegurada ao empregado acidentado durante 12 meses após a alta médica, conforme previsto no artigo 118 da Lei nº 8.213/91 (Lei de Benefícios da Previdência Social), desde que cumpridos os requisitos legais. Custear o tratamento médico e fornecer assistência necessária ao empregado acidentado, garantindo seu retorno ao trabalho quando receber alta médica. Não pode dispensar o empregado durante o período de estabilidade provisória, exceto por justa causa ou motivo de força maior devidamente comprovado. Obrigação do empregado: Cumprir as orientações médicas e se submeter ao tratamento necessário para sua recuperação. Informar o empregador sobre seu estado de saúde e, quando apto, retornar ao trabalho após receber alta médica. c) Mévio é detentor de estabilidade? Se sim, provisória ou definitiva? Explique. Mévio tem direito à estabilidade provisória no emprego, não sendo passível de dispensa sem justa causa durante 12 meses após a alta médica, conforme previsto na legislação. A estabilidade provisória é um direito conferido ao empregado acidentado que, após o afastamento por acidente de trabalho, retorna ao trabalho após receber alta médica. Essa estabilidade visa garantir a segurança do emprego do trabalhador nesse período sensível de recuperação e reintegração ao ambiente laboral. Portanto, considerando o caso apresentado, Mévio tem direito à estabilidade provisória por 12 meses a partir do retorno ao trabalho após a alta médica, e sua dispensa sem justa causa durante esse período pode ser considerada ilegal, sujeita a possíveis medidas legais de reintegração ou indenização. CASO 2 No caso apresentado, a reclamante alega a existência de um grupo econômico entre as empresas Antártica Distribuidora de Bebidas S/A e Piedade Distribuidora de Bebidas S/A, buscando responsabilizá-las solidariamente por diferenças salariais devido a uma alegada equiparação salarial. A existência de grupo econômico no direito do trabalho é caracterizada quando empresas distintas possuem uma relação de coordenação, direção e interesse comum, independentemente da existência de vínculos societários diretos. Essa relação pode ser demonstrada por meio de influência, controle ou interdependência entre as empresas, seja pela gestão, estrutura organizacional, atividades econômicas complementares, entre outros fatores. Analisando os elementos apresentados no caso: 1. Contrato comercial de distribuição exclusiva: A existência de um contrato comercial entre as empresas não necessariamente configura um grupo econômico. Se a relação entre Antártica Distribuidora de Bebidas S/A e Piedade Distribuidora de Bebidas S/A se resume a um contrato de distribuição de produtos, onde a Piedade atua como distribuidora exclusiva da Antártica em determinadas áreas geográficas, isso por si só não demonstra a existência de um grupo econômico. 2. Depoimento pessoal da reclamante e preposto da segunda reclamada: A alegação da reclamante de que nunca trabalhou para a segunda ré e a confirmação do preposto da Piedade Distribuidora de Bebidas S/A de que a empresa mantém apenas um contrato comercial de distribuição exclusiva reforçam a ideia de que não há uma relação de subordinação direta entre as empresas no sentido de caracterizar um grupo econômico. Considerando os elementos apresentados, como a ausência de vínculos societários entre as empresas, a existência de um contrato comercial específico de distribuição e a falta de subordinação direta entre elas, não parece haver elementos suficientes para comprovar a existência de um grupo econômico entre a Antártica Distribuidora de Bebidas S/A e a Piedade Distribuidora de Bebidas S/A. Portanto, com base nas informações fornecidas, a responsabilidade solidária das rés por eventuais diferenças salariais, em virtude da alegação de grupo econômico, não parece ser cabível neste caso.
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