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PEÇA PRATICA PENAL_XXX (1)

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EXMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 3° VARA CRIMINAL DA 
COMARCA DE SÃO GONÇALO / RJ
Processo nº_ xxxxxxxxxxx
Carlos,, já qualificados nos autos do processo em epígrafe, vêm, por intermédio de seu advogado 
inscrito na OAB, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência,com fulcro no Art. 593, inciso I do 
Código de Processo Penal, data vênia diante da r. decisão condenatória de fls.(…), interpor 
apresente
 RECURSO DE APELAÇÃO
neste termos, 
aguarda deferimento 
Rio de janeiro,xx de xxxxxxxx de 2024
Nome 
assinatura oab n°
RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
EGRÉGIO: SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA 
APELANTE: CARLOS
APELADA: MINISTÉRIO PÚBLICO
ORIGEM: TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
PROCESSO Nº XXXXXXXXXXX
COLENDA CÂMERA ; Em que pese o zelo do magistrado “a quo”, este não deu ao caso a solução 
adequada, se não vejamos: 
EMÉRITOS JULGADORES
BREVE SÍNTESE
 O apelante, primário e de bons antecedentes, fora denunciado como incurso nas sanções penais 
dos artigos 302 da Lei nº 9.503/97, por duas vezes, e art. 303, do mesmo diploma legal, ambos em 
concurso material, isto posto, como dispõe a denúncia, na data de 08 de julho de 2017 teria o 
apelante, na direção de veículo automotor, com imprudência em razão do excesso de velocidade, 
colidiu com um veículo em que estavam Júlio e Mario, este na época com 9 anos, causando lesões 
que resultaram com a morte de ambos. Pode se ler ainda da inicial de que, em decorrência da 
mesma colisão, ficou lesionado Pedro, que passava pelo local com sua bicicleta e foi atingido pelo 
veículo em alta velocidade, este, que, após atendimento médico em hospital público, se retirou do 
local, sem ser notado, razão pela qual foi elaborado laudo indireto de corpo de delito com base no 
boletim de atendimento médico. Pedro nunca compareceu em sede policial para narrar o ocorrido e 
nem ao Instituto Médico Legal. No curso da instrução, testemunhas presenciais, não sendo Pedro 
localizado. Durante o interrogatório o apelante negou estar em excesso de velocidade, esclarecendo 
que perdeu o controle do carro em razão de um buraco existente na pista. Foi acostado exame 
pericial realizado nos automóveis e no local, concluindo que, realmente, não houve excesso de 
velocidade por parte do apelante, e que havia o buraco mencionado na pista. O exame pericial, 
todavia, apontou que possivelmente haveria imperícia do apelante na condução do automóvel, o que 
poderia ter contribuído para o resultado. O juiz a quo julgou totalmente procedente a pretensão 
punitiva do Estado e, apesar de afastar o excesso de velocidade, afirmou ser necessária a 
condenação do apelante em razão da imperícia. No momento da dosimetria, fixou a pena base de 
cada um dos crimes no mínimo legal, e, com relação à vítima Mário, na segunda fase, reconheceu a 
agravante prevista no art. 61, II, alínea h do CP, pelo fato de ser criança, aumentando a pena base 
em 3 meses. Ficando a pena acomodada em 04 anos e 09 meses de detenção. Não houve 
substituição de pena privativa de liberdade por restritiva de direitos em razão do quantum final, nos 
termos do art. 44, I, do CP, sendo fixado o regime inicial fechado de cumprimento de pena, com 
fundamento na gravidade em concreto da conduta.
DO DIREITO
ao apelante o que diz respeito à extinção da punibilidade no que tange ao crime de lesão corporal 
praticada na direção de veículo automotor, que teria como vítima Pedro, tendo em vista que não 
houve representação por parte da vítima,condição essa indispensável para o oferecimento da 
denúncia por parte do Ministério Público.
O art. 88 da Lei 9.099/95 determina que nos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas a 
ação penal dependerá de representaçãoda vítima, o que, foi excepcionado pelo legislador no que 
tange aos delitos de trânsito. já que Pedro nunca compareceu na delegacia e nem em juízo, não 
havendo qualquer circunstância a indicar que ele tinha interesse em ver o autor do fato 
responsabilizado criminalmente.passados mais de 06 (seis) meses da identificação da autoria, houve 
decadência, nos termos do art. 38 do CPP: 
“Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante legal, decairá no direito de queixa ou de 
representação, se não o exercer dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier, a saber, quem é o 
autor do crime [...]”
o que funciona como causa de extinção da punibilidade, conforme art. 107, IV do CP: “Extingue-se a 
punibilidade: [...] 
Cabe mencionar que não poderia o magistrado ter condenado com fundamento de que houve 
imperícia na direção do veículo, tendo em vista que tal conduta não foi narrada na denúnciaNo que 
tange ao processo de dosimetria da pena, primeiro cabe explanar sobre o afastamento do agravante 
conforme art. 61, inciso II, alínea h do CP. er aplicado aos crimes dolosos. Quis a lei punir mais 
severamente aquele que, dolosamente, pratica crime contra criança. Na hipótese de crime culposo, 
não há que se falar em agravante com uma única conduta o agente teria causado mais de um 
resultado aplica-se a regra do art. 70 do CP, as penas cabíveis são iguais ou posterior a uma delas 
com aumento em um dos casos.
artigo 69 do CP: “Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso 
de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquele”, 
: “A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semiaberto ou aberto. A de detenção, 
em regime semiaberto, ou aberto, salvo necessidade de transferência a regime fechado” esta forma, 
cumpre requerer o afastamento do regime mais severo, seja aplicando-se o regime aberto ou 
semiaberto. (art. 33, caput do CP). Lei 9.503/97. Cabe, ainda, o pedido de substituição da pena 
privativa de liberdade por restritiva de direitos, independentemente do quantum de pena aplicada, já 
que o limite do art. 44, inciso I, do Código Penal.
DO PEDIDO
I - , II, "h", do CP independe da prévia ciência pelo réu da idade da vítima, sendo, de igual modo, 
desnecessário perquirir se tal circunstância, de fato, facilitou ou concorreu para a prática delitiva, 
pois a maior vulnerabilidade do idoso é presumida.
II - aplicada pena privativa de liberdade inferior a um ano ou se o crime for culposo; II - o réu não for 
reincidente; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, 
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente.
d - Por fim, requer a determinação de inversão do ônus sucumbenciais.
 e - valor da causa (5,00)
neste termos, 
aguarda deferimento.
xx de xxxxx 2024
rio de janeiro, RJ
nome e assinatura oab n°
LINK: ://s.oab.org.br/arquivos/2019/12/344a0e72-b8c2-4714-a732-a284fea7b208.pdf
http://s.oab.org.br/arquivos/2019/12/344a0e72-b8c2-4714-a732-a284fea7b208.pdf

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