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Petrobras e o pré-sal No Brasil Imperial, o regime de exploração do petróleo era o dominial. Nesse regime, a exploração poderia ser feita por quem a Coroa outorgasse o direito. Registre-se que as primeiras concessões para exploração de petróleo foram outorgadas em 1864. O primeiro beneficiário foi o inglês Thomas Denny Sargeant, a quem o Decreto Imperial nº 3.352 concedeu o direito de extrair turfa, petróleo, ferro, cobre e quaisquer outros minerais nas Comarcas de Camamu e Ilhéus, na Província da Bahia. Nesse período, pequenos exploradores iniciaram a procura por jazidas de petróleo, geralmente junto com a busca por carvão e outros minerais com o objetivo de fabricação de “óleo e gás iluminantes” para substituir o óleo obtido a partir da pesca de baleias, que começava a se tornar escasso e caro em razão do aumento da demanda mundial pelo óleo. Foram outorgadas para explorações na Província da Bahia, seguindo-se explorações em São Paulo, Maranhão e outras províncias do Nordeste. O Estado não tomou iniciativas próprias de explorar petróleo, tendo sido as buscas realizadas exclusivamente por particulares, e pelo escasso uso de técnicas caracterizadas e equipamentos apropriados, não apresentando nenhuma descoberta importante. Petróleo No Brasil Linha Do Tempo Brasil Colonial - A existência do petróleo no País já era computada durante os tempos do regime imperial. Naquela época, o Marquês de Olinda cedeu o direito a José Barros de Pimentel de realizar a extração de betume nas margens do rio Marau, na Bahia. Até as primeiras décadas do século XX, alguns estudiosos e exploradores anônimos tentaram perfurar alguns poços de petróleo sem obter êxito. 1919 - Realizada a primeira perfuração pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil (SGMB), no município de Mallet (PR). O poço chegou aos 84 metros, mas foi abandonado no ano seguinte. 1927 – Foi proposta legislação específica para o setor petrolífero, na qual reservava a propriedade do subsolo e a exploração do petróleo somente a brasileiros natos. 1937 - Assinada a Nova Constituição do País, que estabelecera que as concessões para exploração das riquezas minerais só poderiam ser estendidas "a brasileiros, ou empresas constituídas por acionistas brasileiros". 1938 - Assinado o Decreto-lei nº 366 que acrescentava novo título ao Código de Minas, instituindo o regime legal de jazidas de petróleo e gases naturais, e também o Decreto-lei nº 395, que criava o Conselho Nacional do Petróleo (CNP). 1939 - Primeira descoberta de petróleo no Brasil, realizada pela Divisão de Fomento da Produção Mineral, órgão do Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM), no poço nº 163, localizado em Lobato, no Recôncavo Baiano. A descoberta foi considerada sub-comercial. 1941 - Descoberto em Candeias (BA) o primeiro campo comercial de petróleo do país, este ano também é marcado pelo decreto-lei nº 3.236, que resguarda à União a propriedade de todas as jazidas de petróleo e gases naturais encontradas em território nacional. Nesta época foram descobertos campos de gás natural em Aratu e de petróleo em Itaparica, ambos no Recôncavo Baiano. 1945 - O Conselho Nacional do Petróleo (CNP) defende a presença de capitais estrangeiros na indústria do petróleo, e aprova a participação de companhias privadas de capital nacional no refino do petróleo importado. 1947 – Início da campanha “O petróleo é nosso”. Tal campanha pela autonomia brasileira no campo do petróleo foi uma das mais polêmicas da história do Brasil republicano, perdurando de 1947 a 1953. O País dividiu-se entre aqueles que achavam que o petróleo deveria ser explorado exclusivamente por uma empresa estatal brasileira e aqueles que defendiam que a prospecção, refino e distribuição deveriam ser atividades exploradas por empresas privadas, estrangeiras ou brasileiras. 1951 - Presidente Getúlio Vargas envia ao Congresso projeto de criação da Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras. 1953 – Getúlio Vargas assina a Lei 2004, que cria a Petrobras (3 de outubro). 1954 – Petrobras inicia atividades (10 de maio). 1955- Entra em operação a Refinaria Presidente Bernardes, em Cubatão, SP - Descoberta de petróleo em Nova Olinda (AM), mais tarde considerada subcomercial. 1956 – Início de operação do Terminal de Madre de Deus, na Bahia, que torna possível exportar para Cubatão o excesso de petróleo produzido no estado - Esforço para adquirir no mercado interno quantidades cada vez maiores de materiais e equipamentos. A RPBC adquiriu no país 78% de seus suprimentos. 1961 – Entra em operação a Refinaria Duque de Caxias, RJ, que propiciou a autosuficiência na produção dos principais derivados. - Inaugurado o primeiro posto da Petrobras, em Brasília, DF - Iniciada exploração da plataforma continental, do Maranhão ao Espírito Santo. 1962 – Monopólio estatal é estendido à importação e exportação de petróleo e derivados. - Marco da produção de 100 mil bdp alcançado. 1963 – Descoberta do campo petrolífero de Carmópolis (SE). 1966 – Criado o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo A. Miguez de Mello – Cenpes. - Inaugurada a Fábrica de Asfalto de Fortaleza, mais tarde denominada Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor). 1967 – Constituída a primeira subsidiária, Petrobras Química S.A. – Petroquisa. 1968 – Perfurado o primeiro poço submarino na Bacia de Campos, RJ. – Realizada primeira descoberta de petróleo no mar, o campo de Guaricema, SE. Inauguradas as refinarias Gabriel Passos, em Betim (MG) e Alberto Pasqualini, em Canoas (RS). 1971 – Criada a subsidiária Petrobras Distribuidora S.A. 1972 – Criada a Petrobras Internacional – Braspetro S.A. - Entra em operação I Pólo Petroquímico, em São Paulo. - Começa a extração de óleo de xisto, em São Mateus do Sul, PR. - Inaugurada a Refinaria do Planalto, em Paulínia, SP, a maior do País. 1974 – Descoberto petróleo na Bacia de Campos, RJ (campo de Garoupa). - Aquisição pela Petrobras das refinarias privadas de Capuava, SP e Manaus, AM. 1975 – Exploração de petróleo no território nacional é aberta à iniciativa privada, por meio dos contratos de risco. 1976 – Criadas duas subsidiárias: Petrobras Fertilizantes S.A. – Petrofértil. 1977 – Assinado primeiro contrato de risco para exploração de petróleo, com a British Petroleum. - Bacia de Campos (campo de Enchova) começa a produzir. - Inaugurada a Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, PR. 1978 – Encontrado campo de gás de Juruá, primeira descoberta com possibilidades comerciais na região amazônica. - Inaugurado o segundo pólo petroquímico do Brasil, instalado em Camaçari, BA. 1979 – Começa a comercialização de álcool hidratado como combustível para automóveis. 1980 – Inaugurada a Refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos, SP. 1981 – Instalados, na bacia de Campos, os Sistemas de Produção Antecipada, tecnologia desenvolvida por técnicos da Petrobrás. 1982 – Inaugurado o terceiro polo petroquímico do Brasil, em Triunfo, RS. 1984 – Alcançada a meta-desafio de produção de 500 mil barris diários de petróleo. - Descoberto Albacora, primeiro campo gigante do país (bacia de Campos, RJ). - Inaugurado o primeiro Centro Modelo de Combate à Poluição no Mar por Óleo, em São Sebastião, SP. 1985 – Descoberta do campo de Marlim, o segundo campo gigante do país, também na bacia de Campos. – Descoberta de gás natural, pela Pecten, na bacia de Santos, e de óleo pela firma brasileira Azevedo Travassos, na parte terrestre da bacia Potiguar, as únicas efetuadas pelas contratantes de risco. 1986 – Lançado o Procap, programa de capacitação tecnológica para produção em águas profundas e ultraprofundas.- É consolidado pela Petrobras o pioneirismo na exploração e produção em águas profundas, com a perfuração de poços em profundidade d'água superiores a 1.200 metros e produção a profundidades de cerca de 400 metros, o que constitui recorde mundial. 1987 - Descoberta do Campo de Marlin Leste, em lâmina d´água de 1.251m e distando aproximadamente120 km do litoral. 1988 – Entra em produção o campo de Rio Urucu, no Alto Amazonas. 1989 – Eliminado o chumbo tetraetila de nossa gasolina. 1992 – Petrobras ganha o OTC Award, como empresa que mais contribuiu para o desenvolvimento tecnológico da indústria offshore. 1993 – Assinado acordo entre os governos do Brasil e da Bolívia para importação de gás natural boliviano e a construção de um gasoduto de 2.233 quilômetros. - Começa a operar primeira plataforma semi-submersível totalmente desenvolvida pelos técnicos da Petrobras (Petrobras XVIII), no campo de Marlim (bacia de Campos). 1995 – Aprovada a Emenda Constitucional nº 9, flexibilizando o Monopólio da União sobre o petróleo e permitindo a contratação de empresas privadas e estatais para executar as atividades. – Descoberta do campo gigante de Roncador, na bacia de Campos. - Assinado o contrato de fornecimento de gás boliviano para a Petrobras. 1997 – Aprovada a Lei do Petróleo, Lei nº 9.478, criando a ANP, o CNPE e introduzindo as regras para a execução das atividades integrantes do monopólio da União sobre o petróleo. - Superada a marca de produção de um milhão de barris diários de petróleo. – Iniciada construção do gasoduto Bolívia-Brasil. 1998 – Assinados primeiros acordos de parceria entre Petrobras e empresas privadas para exploração de petróleo. - Petrobras obtém da Agência Nacional do Petróleo 397 concessões em blocos exploratórios, de desenvolvimento e campos em produção, correspondendo a 7,1% da área sedimentar do país, o que ficou conhecido como Rodada Zero. - Criada a Petrobras Transporte – Transpetro. 1999 – Inaugurada primeira etapa do Gasoduto Bolívia-Brasil.- Realizada, pela ANP, a 1ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural. - Início da produção em Roncador, estabelecendo novo recorde mundial de lâmina d´água (1.853m). 2000 – Petrobras produz petróleo a 1.877 metros de profundidade, no campo de Roncador, recorde mundial- Concluído o Gasoduto Bolívia-Brasil. - Superada produção de 1,5 milhão de barris/dia de óleo (campo de Marlim produz 500 mil barris diários, 40% do volume nacional). - Realizada, pela ANP, a 2ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural (são desta Rodada a maioria dos blocos onde foram feitas as descobertas do Pré-sal). - A Shell é a primeira empresa privada a começar a exploração de petróleo na Bacia de Campos. 2001 - Petrobras recebe pela segunda vez o OTC Award, mais importante prêmio da indústria mundial do petróleo. - Ações da Petrobras são lançadas na bolsa de Nova Iorque. - Descoberta do campo gigante de Jubarte, na Bacia de Campos, em frente ao litoral do Espírito Santo. - Realizada, pela ANP, a 3ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural. 2002 – Início da produção em Jubarte. - Realizada, pela ANP, a 4ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural. 2003 – Descoberto o Campo de Mexilhão, maior jazida de gás natural na plataforma continental brasileira, na bacia de Santos. - A Shell é primeira empresa a produzir petróleo depois da flexibilização do monopólio estatal, com início de produção de Bijupirá & Salema, na Bacia de Campos. - Realizada, pela ANP, a 5ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural. -Produção da Petrobras no Brasil e no exterior supera a marca de dois milhões de barris de óleo equivalente por dia. 2004 - No dia 30 de dezembro de 2004 um navio-sonda foi enviado à Bacia de Santos. Sua missão: perfurar alguns poços pioneiros em busca de óleo, no bloco exploratório BMS-10. A primeira área escolhida pelos geólogos e geofísicos foi a hoje conhecida como Parati. É que ali haviam sido identificadas, acima da camada de sal, rochas arenosas depositadas em águas profundas, com formação semelhante às encontradas na Bacia de Campos, onde estão acondicionadas cerca de 80% das reservas nacionais de petróleo. 2005 Julho– Encontrados os primeiros indícios de petróleo no pré-sal na Bacia de Santos, no bloco BM-S- 10 (Parati), no litoral do estado do Rio de Janeiro; - Realizada, pela ANP, a 7ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural. 2006 Pré-sal: A Petrobras anunciou a existência de um grande campo petrolífero armazenado abaixo de uma espessa camada de sal, próximo ao litoral do Rio de Janeiro. Essa descoberta foi fruto do processo de cooperação entre a Petrobras e empresas estrangeiras que visavam exploração de petróleo. Ao longo de muitos anos, a estatal desenvolveu tecnologias que pudessem garantir a autossuficiência do Brasil em relação às reservas de petróleo, visto que o Brasil sempre dependeu, historicamente, da importação do óleo. Assim, as pesquisas saíram dos campos terrestres e migraram para águas profundas. 2007 Março - Encontrada nova jazida de óleo leve na seção pré-sal que deu origem ao campo de Caxaréu, no norte da Bacia de Campos; Junho – Encontrada nova jazida de óleo leve na seção pré-sal do campo de Pirambu, no norte da Bacia de Campos; Agosto – Encontrada jazida de óleo leve no bloco BM-S-9 – Carioca, na Bacia de Santos; Novembro – Conclusão das análises no segundo poço do bloco BM-S-11 (Tupi) indicou volumes recuperáveis entre 5 e 8 bilhões de barris de petróleo e gás natural; Dezembro – Encontrada nova jazida de óleo leve no bloco BM-S-21 – Caramba, na Bacia de Santos; - Realizada, pela ANP, a 9ª Rodada de Licitações de blocos exploratórios para petróleo e gás natural, com retirada de blocos situados sobre área do Pré-sal. https://antigo.mme.gov.br/documents/36212/447336/Linha_do_tempo.pdf/b55bbdd3-08e6-f86e-dac3- 2bb532f312f7 https://antigo.mme.gov.br/documents/36212/447336/Linha_do_tempo.pdf/b55bbdd3-08e6-f86e-dac3-2bb532f312f7 ❑ 2008 Início da Produção no pré-sal no campo de Jubarte, localizado na Bacia de Campos. ❑ 2009 Início da Produção no pré-sal da Bacia de Santos. ❑ 2010 Entrada do primeiro grande sistema do pré-sal na operação. Um navio-plataforma em Angra dos Reis. ❑ 2013 Acordo de Partilha de Produção ❑ 2016 Recorde de produção de 1 milhão de barris por dia. https://petrobras.com.br/pre-sal#5000m Linha Do Tempo – PRÉ-SAL O pré-sal encontrado no Brasil é uma grande reserva de petróleo e de gás natural encontrada em águas profundas, a mais de sete mil metros abaixo do nível do mar, sob uma extensa camada de sal que atinge até dois mil metros de espessura, o que dificulta sua exploração. Essa reserva brasileira localiza-se em uma faixa litorânea de aproximadamente 800 quilômetros de extensão que compreende os estados do Espírito Santo e Santa Catarina. O petróleo encontrado nessa região é de alta qualidade e localiza-se numa área de três bacias sedimentares: 1. Bacia de Santos; 2. Bacia de Campos e 3. Bacia do Espírito Santo. https://petrobras.com.br/pre-sal#5000m ❑ 2017 Início da Produção no Bloco Libra, na Bacia de Santos. ❑ 2018 Entrada em operação do navio-plataforma P-74. ❑ 2021 Produção total de petróleo em águas profundas e utraprofundas representam 95% do total. ❑ 2022 Recorde de produção de 2 milhões de barris por dia. ❑ 2023 5,5 bilhões de barris de produção nacional acumulada no pré-sal, após15 anos. O Brasil sempre dependeu da importação de petróleo, então a descoberta do pré-sal demonstrou a autossuficiência petrolífera do Brasil. Segundo o IBP, o Brasil deixará de importar petróleo e se tornará um exportador de energia até 2035. Estima-se que a produção de petróleo aumente cerca de 109%, tornando o Brasil o maior produtor de petróleo da América do Sul. A descoberta do pré-sal não só garante a autossuficiência do Brasil, mas também protege o país de uma possível crise energética. Isto coloca o Brasil numa boa posição econômica e geopolítica para fortalecer a sua economia, criar novos empregos e expandir o progresso tecnológico através de investimentos em grande escala. https://petrobras.com.br/pre-sal#5000m Linha Do Tempo – PRÉ-SAL https://petrobras.com.br/pre-sal#5000mPetróleo Brasileiro S.A. - Petrobras A eleição do Presidente Getúlio Vargas, em 1950, fortaleceu a visão nacionalista para a questão do petróleo. No dia 6 de dezembro de 1951, a Mensagem presidencial nº 469 encaminhou o Projeto de Lei nº 1.516 ao Congresso Nacional, dispondo sobre a constituição da sociedade de economia mista Petróleo Brasileiro (Petrobras). ➢ Apesar de cunho nacionalista, o Projeto de Lei nº 1.516/1951 apresentava ambiguidades que permitiam a ação de interesses contrários aos próprios objetivos políticos do governo Vargas. ➢ Em 25 de janeiro de 1952, o Deputado Federal Eusébio Rocha (PTB) apresentou o Projeto de Lei nº 1.595, procurando neutralizar todos os dispositivos do texto presidencial que permitiam a compra de ações da futura empresa por grupos privados de nacionalidade indiscriminada. ➢ O substitutivo Eusébio Rocha, como passou a ser chamado, foi aprovado em 7 de março do mesmo ano na Comissão de Segurança Nacional da Câmara, presidida por Artur Bernardes, com parecer favorável do relator José de Lima Figueiredo, do Partido Social Democrático (PSD) de São Paulo. ➢ Em maio, o líder da maioria, Gustavo Capanema, do PSD de Minas Gerais, apresentou requerimento de urgência para a discussão do projeto governamental, sob a alegação de que era necessário assegurar recursos para o funcionamento da empresa no próximo exercício. Presidente Getúlio Vargas : “O petróleo é nosso!” ➢ O Deputado Federal Bilac Pinto induziu a UDN a criticar a fórmula proposta pelo governo e adotar oficialmente a solução estatal absoluta, surpreendendo as classes conservadoras e o próprio meio político oposicionista. ➢ Assim, em 6 de junho de 1952 foi apresentado à Câmara a emenda substitutiva udenista, introduzindo no país o monopólio estatal para as etapas de prospecção, lavra, refino e transporte do petróleo e produtos derivados, além da criação da Empresa Nacional de Petróleo (Enape), com capital integralmente público. ➢ A proposta foi acolhida pela maioria nacionalista do PTB e por elementos dissidentes do PSD e integralmente apoiado pelo CEDPEN, presidido pelo General Felicíssimo Cardoso e composto de militares e parlamentares nacionalistas. ➢ A chamada emenda Bilac Pinto foi subscrita, entre outros, pelos deputados Artur Bernardes, Eusébio Rocha e Lima Figueiredo. Não havia, propriamente, diferenças acentuadas entre a emenda de Bilac Pinto e a proposta de Eusébio Rocha, uma vez que ambas visavam preservar a futura empresa da interferência e do seu possível controle por parte de grupos privados comprometidos com interesses externos. ➢ Getúlio Vargas, contudo, não estava disposto a permitir que sua bandeira caísse em mãos adversárias e, para evitar essa possibilidade, o Deputado Gustavo Capanema iniciou negociações com as lideranças partidárias, terminando por aceitar as alterações da Câmara dos Deputados relativas à instituição efetiva do monopólio. ➢ Foi mantida, então, a denominação original da sociedade, Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobrás), e descartada a sugestão contida na proposta de Bilac Pinto, que criava a empresa pública Enape. ➢ Encaminhado ao Senado Federal, o texto aprovado pela Câmara dos Deputados sofreu grandes ataques. A pressão dos setores econômicos contrários ao monopólio estatal, inclusive a grande imprensa, foi mais intensa, e parte dos senadores, liderados por Othon Mäder (UDN-PR), Plínio Pompeu de Sabóia Magalhães (UDN-CE) e Assis Chateaubriand (PSD-PB), se declaravam expressamente contrários ao projeto aprovado na Câmara. ➢ A defesa do monopólio estatal do petróleo foi feita por Landulfo Alves (PTB-BA), Alberto Pasqualini (PTB-RS), Domingos Velasco (PSB-GO) e Kerginaldo Cavalcanti (PSP-RN). Ao final do processo de votação, o Senado aprovou 32 emendas ao texto da Câmara, muitas delas alterando radicalmente o sentido da proposta, ao permitir, inclusive, meios para a participação e o controle do capital estrangeiro sobre o setor de petróleo. ➢ De volta à Câmara, as alterações feitas pelo Senado foram rechaçadas por uma comissão especial da qual Bilac Pinto fez parte. O Plenário da Câmara dos Deputados acatou as decisões da comissão e o presidente Vargas, em ato solene, com a presença de todo o Ministério, sancionou a Lei nº 2.004, em 3 de outubro de 1953, criando a Petrobrás e instituindo o monopólio estatal. ➢ A campanha "O Petróleo é Nosso" atuou durante todo o período de tramitação do Projeto nº 1.516/1951 no Congresso Nacional, defendendo a tese do monopólio estatal do petróleo e combatendo os pontos que julgava contrários ao interesse nacional no projeto do governo. ➢ Os obstáculos enfrentados para a mobilização continuavam gigantescos, como a repressão policial, a perseguição de alguns governadores e o boicote da mídia. No entanto, a pressão a favor do monopólio estatal foi constante. ➢ O contexto histórico da luta dos países em desenvolvimento por independência política e emancipação econômica tornou as empresas petrolíferas estatais entidades que personificam o controle soberano sobre os recursos naturais. As empresas estatais são instrumentos da política econômica nacional dos seus Estados, atuando de acordo com os objetivos estratégicos e de bem- estar social do Estado, indo muito além da mera busca de rentabilidade. ➢ De acordo com Carlos Lessa, a campanha “O Petróleo é Nosso” foi "maior mobilização popular e social da história do Brasil em defesa de algum projeto de desenvolvimento". Não haveria nada similar antes, nem depois. A campanha abriu espaço para a manifestação política popular, cuja mobilização era uma novidade na história do Brasil. ➢ A aprovação da Lei nº 2.004/1953, que instituiu o monopólio estatal da Petrobrás, não teve como causa única essa campanha, mas, certamente, ela contribuiu de modo decisivo para influenciar as lideranças políticas e o Presidente Getúlio Vargas a se posicionarem diante das pressões provenientes de outros países. ➢ A Petrobrás, como bem afirmou Barbosa Lima Sobrinho, foi uma conquista do povo brasileiro, cujo irresistível movimento de opinião superou todos os obstáculos para fazer prevalecer a vontade nacional. O que a "Campanha do Petróleo" revelou foi uma dimensão política não esperada para um projeto nacional de desenvolvimento. Cadeia Produtiva Do Setor Petrolífero Fonte: https://docplayer.com.br/6489168-Petroleo-e-gas-informacoes-para-empresas-fornecedoras-de-bens-e-servicos.html Refino 1. Destilação Fracionada: baseada na temperatura de ebulição das frações. O petróleo é colocado em um forno, fornalha ou caldeira, e ligado a uma torre de destilação que possui vários níveis, também chamados de pratos ou bandejas. Conforme vai aumentando a altura da torre, a temperatura de cada bandeja vai diminuindo. O petróleo é aquecido até a sua ebulição, então os vapores dos compostos vão subindo pela torre. Os hidrocarbonetos com moléculas maiores permanecem líquidos na base da torre. Os mais leves são vaporizados e vão subindo pela coluna até atingirem níveis de temperaturas menores que o seu ponto de ebulição, e assim se condensam e saem da coluna. Fonte: https://www.preparaenem.com/quimica/refino-petroleo.htm http://www.preparaenem.com/quimica/refino-petroleo.htm 2.Destilação a vácuo: as frações que não foram separadas na etapa anterior são colocadas em outro tipo de torre de destilação; a diferença consiste na pressão, que é inferior à pressão atmosférica. Isso possibilita que as frações mais pesadas entrem em ebulição em temperaturas mais baixas. Com isso, suas moléculas de cadeia longa não se quebram. Nessa etapa são recolhidas frações, como graxa, parafinas e betume. 3.Craqueamento térmico ou catalítico (Cracking ou Pirólise): o termo “craqueamento” vem do inglês to crack, que significa “quebrar”. E é exatamente isso que é feito nesse processo, ocorre a quebra de moléculas longas de hidrocarbonetos de elevada massa molar em outras de cadeia menor e massa molar mais baixa. É um processo importantíssimo que permite que a partir de umúnico composto se obtenham vários compostos de moléculas menores, que são usados para várias finalidades. O craqueamento pode ser térmico ou catalítico. O térmico é feito submetendo-se o petróleo a altas temperaturas e a elevadas pressões. Já o catalítico não necessita disso, mas apenas da presença de catalisadores (e é feito na ausência de oxigênio). Essa etapa é feita para aumentar o aproveitamento e rendimento do petróleo e conseguir suprir as demandas mundiais cada vez maiores de petróleo e seus derivados. Por exemplo, se a demanda por gasolina aumentar, uma refinaria pode transformar óleo diesel ou querosene em gasolina. 4.Reforma Catalítica (Reforming): nesse processo se reformulam ou reestruturam as moléculas dos derivados do petróleo, podendo transformar hidrocarbonetos de cadeia normal em cadeia ramificada, pela isomerização, ou pode-se também transformar hidrocarbonetos de cadeia normal em hidrocarbonetos de cadeia cíclica ou aromáticos. Fonte: https://petroquimica2017.wordpress.com/2017/10/16/petroquimica-no-brasil/ Petrobras no mar 1955-1973 Atividades pioneiras em P&D e na exploração de petróleo offshore - Fundação do centro de aperfeiçoamento e pesquisa de petróleo (CENAP) – 1955; - Início das atividades do CENPES – 1966; -Primeira descoberta de petróleo no mar: Campo de Guaricema, Sergipe (1968) – 28 metros de lâmina d'água; - Instalação do CENPES na ilha do Fundão, RJ (1973) 1974- 1985 Descobertas de petróleo na Bacia de Campos e primeiros experimentos tecnológicos -Descobertas de campos em águas rasas: Garoupa, Enchova, Namorado, Pampo, Corvina e outros; -Implantação de sistemas de produção antecipada com plataformas flutuantes em 15 campos de petróleo (1977-1985); -Descoberta de campos gigantes em águas profundas:Albacora (1984) e marlim (1985). 1986-1991 Desenvolvimento de tecnologias para a produção de petróleo em águas entre 400 e 1000 metros de profundidade: Programa de Capacitação Tecnológica em águas profundas (PROCAP 1.000) -Descoberta dos campos de Albacora Leste (1986), Marlim Sul, Marlim Leste (1987), Barracuda (1989); -Recordes mundiais nos campos de petróleo em águas profundas: Marimbá, 492 metros de lâmina d'água (1988); Marlin, 721 metros de lâmina d'água (1991); -Conquista do prêmio Distinguished Achievement Award, da Offshore Technology Conference, pela implantação do Sistema de Produção Antecipada do Campo de Marlim. 1992-1999 Desenvolvimento de tecnologias para a produção de petróleo em águas entre 1000 e 2000 metros (PROCAP 2000) - Descoberta dos campos de Espadarte, Caratinga (1994) e Roncador (1996); -Recorde mundial de produção em águas profundas: 1.027 metros de lâmina d'água, poço Marlim 4 (1994); -Inovações em árvores de natal, sistema de ancoragem com cabos de poliéster, bombeamento submarino e outros equipamentos; -Recorde mundial de produção no Campo de Roncador, 1853 metros de lâmina d'água: primeiro campo de petróleo em produção em águas ultraprofundas no mundo (1999). Fonte:https://www.revistaespacios.com/a16v37n10/16371019.html http://www.revistaespacios.com/a16v37n10/16371019.html 2000-2006 Desenvolvimento de tecnologias para a produção de petróleo em águas entre 2.000 e 3.000 metros (PROCAP 3.000, de 2000 a 2011) - Início de explorações no Pré-sal da Bacia de Santos (2003-2005) -Conquista pela segunda vez, do premio Distinguished Achievement Award (2001) pelo desenvolvimento do Campo de Roncador, em águas ultraprofundas; -Descoberta dos campos de Jubarte (2001), Cachalote (2002) e Baleia Franca (2003); - Recorde mundial de produção em profundidade, no Campo de Roncador: 1.877 metros de lâmina d'água (2000); - Alcance de autossuficiência na produção de petróleo (2006). 2006-2012 -Era do pré-Sal -Descobertas de reservas gigantes e supergigantes de petróleo na camada geológica do Pré-sal Principais descobertas no Pré-sal -Bacia de Santos: Tupi, Iracema, Iara, Guará, Franco, Libra. - Bacia de Campos: Parque das Baleias; Declarações de Comercialidade de campos do Pré-sal: Tupi e Guará; 2013-2015 - Produção no pré-sal alcança 300 mil barris de petróleo por dia; - Sete anos após a primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, a empresa alcança a média 300 mil barris de petróleo por dia. -Conquista pela terceira vez, do prêmio Distinguished Achievement Award (2015), como reconhecimento às tecnologias de ponta desenvolvidas para a produção da camada pré-sal. Fonte:https://www.revistaespacios.com/a16v37n10/16371019.html http://www.revistaespacios.com/a16v37n10/16371019.html ANP - Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis