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AÇAILÂNDIA – MA 2023 ESTRUTURAS METÁLICAS I Prof. Deckson Lacerda 1 SUMÁRIO: 1 – Ações e carregamentos; 2 AÇÕES E CARREGAMENTOS 3 Vento: A determinação dos esforços causados pelo vento é baseada nos procedimentos apresentados na NBR 6123/1988. Velocidade básica: a velocidade básica V0, expressa em m/s, é a velocidade de uma rajada de 3 segundos, medida a 10 m acima do terreno, em campo aberto e que pode ser excedida em média uma vez em 50 anos. O gráfico que mostra estas velocidades é chamado de isopleta das velocidades básicas, e é apresentado na figura 1. 3 AÇÕES E CARREGAMENTOS 4 Figura 1: Isopletas da velocidade básica V0 (m/s). Fonte: Pfeil (2016) 4 AÇÕES E CARREGAMENTOS 5 Fator topográfico S1: leva em consideração as variações do relevo do terreno, da seguinte maneira: Terreno plano ou fracamente acidentado: S1 = 1; Taludes e morros – ver a NBR 6123; Vales profundos, protegidos de ventos de qualquer direção: S1 = 0,9. Fator de rugosidade S2: ele considera o efeito combinado da rugosidade do terreno, da variação da velocidade do vento com a altura acima do terreno e das dimensões da edificação ou parte da edificação em consideração. Rugosidade do terreno: se divide em 5 categorias. 5 AÇÕES E CARREGAMENTOS 6 Categoria I – Superfícies lisas de grandes dimensões, com mais de 5 km de extensão, medida na direção e sentido do vento incidente. Exemplos: mar calmo, lagos e rios e pântanos sem vegetação. Categoria II – Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados, tais como árvores e edificações baixas. Exemplos: zonas costeiras planas, pântanos com vegetação rala, campos de aviação e fazendas sem muro. A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual a 1 m. Categoria III – Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como muros, poucas árvores e edificações baixas. A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual a 3 m. 6 AÇÕES E CARREGAMENTOS 7 Categoria IV – Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona florestal, industrial ou urbanizada. Exemplo: zonas de parques e bosques com muitas árvores, cidade pequenas e seus arredores, subúrbios densamente construídos de grandes cidades e áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas. A cota média do topo dos obstáculos é considerada inferior ou igual a 10 m. Categoria V – Terrenos cobertos por obstáculos numeroso, grandes, altos e pouco espaçados. Exemplos: florestas com árvores altas, de copas isoladas; centros de grandes cidades e complexos industriais bem desenvolvidos. A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual ou superior a 25 m. Dimensões da edificação: para esse parâmetro são adotadas 3 classes de edificações, com intervalos de tempo para cálculo da velocidade média de, respectivamente, 3 s, 5 s e 10 s. 7 AÇÕES E CARREGAMENTOS 8 Classe A: todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de estruturas sem vedação. Toda edificação na qual a maior dimensão horizontal ou vertical não exceda 20 m. Classe B: toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal esteja entre 20 e 50 m. Classe C: toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal exceda 50 m. Para toda edificação ou parte de edificação para a qual a maior dimensão horizontal ou vertical da superfície frontal exceda 80 m, o intervalo de tempo correspondente poderá ser determinado de acordo com o anexo A da NBR 6123/1988. 8 AÇÕES E CARREGAMENTOS 9 Altura sobre o terreno: para determinar o fator S2 a uma determinada altura, deve-se utilizar a tabela 4 e a fórmula abaixo: Onde b, p e Fr são valores extraídos da tabela 4, sendo que Fr é o fator de rajada sempre correspondente ao valor que consta na categoria II. A equação que determina S2 é aplicável até a altura Zg que corresponde ao contorno da camada atmosférica. A altura da edificação pode ser dividida em partes. A força do vento em cada parte é calculada usando o fator S2 correspondente à cota do topo, medida a partir do terreno. Uma opção de encontrar z é usando a tabela 5. PAREI AQUI 9 AÇÕES E CARREGAMENTOS 10 Tabela 1: Parâmetros meteorológicos. Fonte: Pfeil (2016) 10 AÇÕES E CARREGAMENTOS 11 Tabela 2: Fator S2. Fonte: Pfeil (2016) 11 AÇÕES E CARREGAMENTOS 12 Fator estatístico S3: é baseado em conceitos estatísticos, e considera o grau de segurança requerido e a vida útil da edificação. Tabela 3: Valores mínimos do fator estatístico S3. Fonte: Pfeil (2016) 12 AÇÕES E CARREGAMENTOS 13 Determinação de Vk e q: após todos os valores de S serem determinados, calculam-se os valores de Vk e q usando as seguintes fórmulas: Exemplo 1: Determine os valores de Vk e q para uma marquise em Manaus/AM, com terreno plano ou fracamente acidentado, localizado em um terreno aberto, com sua maior dimensão correspondendo a 30 m e altura de 3,5 m. Essa marquise será para um hotel. Exemplo 2: Determine os valores de Vk e q para uma marquise em São Paulo/SP, que apresenta V0 = 40 m/s, com terreno localizado num local coberto por obstáculos e pouco espaçado, com sua maior dimensão correspondendo a 30 m e altura de 3,5 m. Essa marquise será para um hotel. Página 362. 13 AÇÕES E CARREGAMENTOS 14 Coeficientes aerodinâmicos para edificações correntes: O vento provoca numa edificação ações de pressão ou sucção que agem nas diversas partes e nos diversos elementos da construção. Para encontrar os valores destas ações, é necessário a determinação de alguns coeficientes, como veremos agora. Coeficientes de pressão e de forma externo: Os valores desses coeficientes para diversos tipos de edificações e para direções críticas de vento são dados nas tabelas 4 a 6 e em figuras e tabelas dos anexos E e F da NBR 6123/1988. 14 AÇÕES E CARREGAMENTOS 15 15 AÇÕES E CARREGAMENTOS 16 Figura 2: Coeficiente de pressão e forma para paredes. Fonte:https://www.google.com/search?q=tabela+4++coeficientes+de+press%C3%A3o+e+forma+externos+para+paredes Para a/b entre 3/2 e 2, interpolar linearmente. Para vento a 0º, nas partes A3 e B3, o coeficiente de forma Ce tem os seguintes valores: Para a/b = 1: mesmo valor das partes A2 e B2; Para a/b 2: Ce = -0,2; Para 1 < a/b < 2: interpolar linearmente. Barlavento e sota-vento. 16 AÇÕES E CARREGAMENTOS 17 Figura 3: Coeficiente de pressão e forma para paredes, anexo. Fonte: NBR 6123 (1988) 17 AÇÕES E CARREGAMENTOS 18 Exemplo 3: Considere um galpão de 20x40 metros e altura 7 metros. Encontre os coeficientes de pressão e de forma externos para a parede, com vento nas duas direções. Barlavento e sota-vento. 18 AÇÕES E CARREGAMENTOS 19 19 AÇÕES E CARREGAMENTOS 20 Figura 4: Detalhe 1, beiral. Fonte: NBR 6123 (1988) Figura 5: Detalhe 2, tabela 5. Fonte: NBR 6123 (1988) 20 AÇÕES E CARREGAMENTOS 21 Notas: O coeficiente de forma Ce na face inferior do beiral é igual ao da parede correspondente. Nas zonas em torno de partes de edificações salientes ao telhado (chaminés, reservatórios, torres, etc.), deve ser considerado um coeficiente de forma Ce = 1,2, até uma distância igual à metade da dimensão da diagonal da saliência vista em planta. Na cobertura de lanternins, cpe médio = - 2,0. Para vento a 0°, nas partes I e J o coeficiente de forma Ce tem os seguintes valores: a/b = 1: mesmo valor das partes F e H; a/b ≥ 2: Ce = - 0,2. Para 1 < a/b < 2: Interpolar linearmente. Barlavento e sota-vento. 21 AÇÕES E CARREGAMENTOS 22 Exemplo 3: Considere um galpão de 20x40 metros e altura 7 metros. Encontre os coeficientes de pressão e de forma externos para o telhado, com vento nas duas direções. Adotar ângulo de 15º para o telhado. Barlavento e solta-vento. 22 AÇÕES E CARREGAMENTOS 23 23 AÇÕES E CARREGAMENTOS 24 Tabela 7: Cpe médio para telhado com uma água. Fonte: NBR 6123(1988) Nota: Para vento a 0°, nas partes I e J, que se referem aos respectivos quadrantes, o coeficiente de forma Ce tem os seguintes valores: a/b = 1, mesmo valor das partes H e L. a/b = 2: Ce = - 0,2. Interpolar linearmente para valores intermediários de a/b. 24 AÇÕES E CARREGAMENTOS 25 Tabela 6: Detalhe para telhados de uma água. Fonte: NBR 6123 (1988) 25 AÇÕES E CARREGAMENTOS 26 Coeficiente de pressão interna: O coeficiente de pressão interna depende da permeabilidade das paredes da edificação. O índice de permeabilidade de uma parte da edificação é definido pela relação entre a área das aberturas e a área total desta parte. De modo geral, pode-se resumir os casos em: A) duas faces opostas igualmente permeáveis, as outras faces impermeáveis: Vento perpendicular a uma face permeável: Cpi = + 0,2. Vento perpendicular a uma face impermeável: Cpi = - 0,3. PAREI AQUI 26 AÇÕES E CARREGAMENTOS 27 B) quatro faces igualmente permeáveis: Cpi = - 0,3 ou 0. C) abertura dominante em uma face, as outras faces de igual permeabilidade: Abertura dominante na face de barlamento: Proporção entre a área de todas as aberturas na face de barlavento e a área total das aberturas em todas as faces submetidas a sucções externas: 1 – Cpi = + 0,1. 1,5 – Cpi = + 0,3. 2 – Cpi = + 0,5. 3 – Cpi = + 0,6. 6 ou mais – Cpi = + 0,8. 27 AÇÕES E CARREGAMENTOS 28 Abertura dominante na face de sotavento: Adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente a esta face. Abertura dominante em uma face paralela ao vento e Abertura dominante não situada em zona de alta sucção externa: Adotar o valor do coeficiente de forma externo, Ce, correspondente ao local da abertura nesta face. Abertura dominante situada em zona de alta sucção externa: Proporção entre a área da abertura dominante e a área total das outras aberturas situadas em todas as faces submetidas a sucções externas: 28 AÇÕES E CARREGAMENTOS 29 0,25 – Cpi = - 0,4. 0,50 – Cpi = - 0,5. 0,75 – Cpi = - 0,6. 1 – Cpi = - 0,7. 1,5 – Cpi = - 0,8. 3 ou mais – Cpi = - 0,9. D) edificações efetivamente estanques e com janelas fixas que tenham uma probabilidade desprezável de serem rompidas por acidente, considerar o mais nocivo dos seguintes valores: Cpi = - 0,2 ou 0. 29 AÇÕES E CARREGAMENTOS 30 Exemplo 3: Considere um galpão de 20x40 metros e altura 7 metros. Encontre os coeficientes de pressão interna, com vento nas duas direções. Adotar ângulo de 15º para o telhado, q = 0,772 KN/m2 e paredes com 4 faces igualmente permeáveis. 30 AÇÕES E CARREGAMENTOS 31 Ações permanentes: Serão apresentados abaixo os valores das ações permanentes mais comuns no dimensionamento de estruturas de aço. Estrutura metálica – valores estimados: Vigas e pilares de 0,20 KN/m a 0,50 KN/m. Terças de perfil formado a frio (PFF) – 0,10 KN/m2. Telhas simples de aço galvanizado – 0,05 KN/m2. Telhas simples de alumínio – 0,025 KN/m2. Telhas termoacústicas de aço galvanizado de 0,10 KN/m2 a 0,15 KN/m2. Telhas termoacústicas de alumínio de 0,05 KN/m2 a 0,075 KN/m2. Correntes e contraventos horizontais – 0,05 KN/m2. 31 AÇÕES E CARREGAMENTOS 32 Sistemas de vedação: a) Alvenaria de tijolos cerâmicos Para a determinação da carga por metro linear, basta multiplicar-se o valor correspondente à largura da parede e o tipo de tijolo pela altura da parede. Largura Tijolo Furado Tijolo Maciço 10 cm 1,20 KN/m2 1,60 KN/m2 15 cm 1,80 KN/m2 2,40 KN/m2 25 cm 3,00 KN/m2 4,00 KN/m2 Tabela 7: Carga de tijolos cerâmicos. Fonte: Pfeil (2016) 32 AÇÕES E CARREGAMENTOS 33 Caso existam aberturas nas paredes, estas poderão ser descontadas subtraindo-se da altura da parede um valor igual à área das aberturas existentes dividido pelo vão da viga. Exemplo 4: Considere uma parede de tijolo furado com 15 cm de largura; 4,0 m de comprimento; 3,15 m de altura entre lajes; viga de apoio de 40 cm de altura; uma janela de 1,20 m x 1,10 m e uma porta de 0,70 m x 2,10 m. Determine a carga q referente a alvenaria. ESTÁ NO LIVRO. 33 AÇÕES E CARREGAMENTOS 34 b) Blocos de sical A utilização dos blocos de sical é semelhante à dos tijolos de cerâmica. Tabela 8: Densidade blocos de sical. Fonte: Pfeil (2016) Densidade Densidade a seco 4,50 KN/m3 Para Cálculo estrutural 5,50 KN/m3 Para Cálculo de frete 6,00 KN/m3 Largura (cm) Altura (cm) Comprimento (cm) Carga 7,5 30,0 60,0 1,42 KN/m2 10,0 30,0 60,0 1,65 KN/m2 12,5 30,0 60,0 1,69 KN/m2 15,0 30,0 60,0 1,83 KN/m2 20,0 30,0 60,0 2,10 KN/m2 Tabela 9: Cargas blocos de sical. Fonte: Pfeil (2016) 34 AÇÕES E CARREGAMENTOS 35 c) Drywall (gesso acartonado) e placas cimentícias Segundo o item 2.1.2 da NBR 6120, pode-se adotar “uma carga uniformemente distribuída por metro quadrado de piso não menor que um terço do peso por metro linear de parede pronta, observado o valor mínimo de 1 KN/m2”. Nestes casos, como estas divisórias não atingem o valor mínimo, considera-se o valor de 1,0 KN/m2. 35