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By: Giovanna Mantoani Glicogênese é o processo bioquímico de formação de glicogênio a partir da glicose. O glicogênio é: - Uma molécula formada durante o estado alimentado. Quando o carboidrato vira estoque, uma das formas de armazenamento é na forma de glicogênio. - Um polímero de glicose. Ou seja, é um conjunto de glicoses unidas. - É um carboidrato de natureza energética. - Animais e fungos conseguem formar o glicogênio. - Duas estruturas que formam glicogênio e armazenam: músculo e fígado. Finalidade do glicogênio: Fígado Músculo Armazena glicose para que ele consiga abastecer no futuro, no estado de jejum, todos os tecidos. Ou seja, é um reservatório de glicose quando não há glicose disponível. Armazena o glicogênio para uso próprio como fonte de energia para metabolismo aeróbio e anaeróbio. É possível abastecer os O glicogênio muscular, tecidos entre 12-24 horas - mantém o suporte de glicose dos tecidos. durante uma atividade física, consegue abastecer o músculo por menos de 1h - o nível de glicogênio não é tão grande. Nucleotídeo de açúcar: - É um nucleotídeo associado a um carboidrato. - Garante a irreversibilidade da reação química ➡ se a reação de formação de glicogênio aconteceu, ela não consegue (de maneira reversível), pela mesma enzima, retroceder. - Contribui para a atividade catalítica ➡ é mais fácil conseguir fazer a reação química a partir da presença do nucleotídeo de açúcar. - UMP ou AMP são de fácil eliminação. - É possível confinar (armazenar) os nucleotídeos de açúcar de maneira mais fácil, que vão ser usados nos processos de reações metabólicas ➡ síntese da formação do glicogênio. UDP glicose: - Nucleotídeo de açúcar fundamental para o processo de formação do glicogênio. Assim que a glicose entra no tecido, ela é imediatamente fosforilada para ser aprisionada ➡ a enzima pega o fosfato do ATP, liberando ADP e o fosfato é destinado para o carbono 6 da glicose ➡ a glicose então passa a ser glicose-6-fosfato. - Músculo: é fosforilada pela enzima hexoquinase I e II. - Fígado: é fosforilada pela hexoquinase IV (glicoquinase). A glicose-6-fosfato é convertida em glicose-1-fosfato pela ação da enzima fosfoglicomutase ➡ pega o fosfato do carbono 6 da glicose e transfere para o carbono 1. Os dois fosfatos do UTP (NTP) são liberados ➡ junta-se um fosfato do açúcar fosfato com o fosfato residual que ficou do nucleotídeo UTP ➡ UDP glicose é formada ➡ liberação dos fosfatos inorgânicos. UDP-glicose-pirofosforilase: catalisa a reação de UTP (NTP) + glicose fosfato para formar a UDP glicose (nucleotídeo de açúcar). A enzima glicogênio-sintase pega a molécula de UDP-glicose e conjuga a extremidade não redutora do glicogênio em formação e forma a ligação α1-4 (entre o carbono 4 e o carbono 1). → Cadeia linear de glicogênio sendo formada (polímero de glicose). Obs: O glicogênio é uma molécula altamente ramificada, ou seja, não é exclusivamente linear. Começa a ser formado de maneira linear fazendo ligações α1-4, pela glicogênio-sintase, e posteriormente o glicogênio é ramificado. A enzima ramificadora (amilo 1,4 a 1,6 transglicosilase) ramifica o glicogênio. A cada sete moléculas de glicose, ela cliva a ligação α1-4 e faz uma ramificação. Essa ramificação se dá a partir da formação de uma ligação α1-6. Uma vez que a extremidade não redutora está livre, a glicogênio-sintase pode se ligar a ela ➡ formaria mais sete glicoses ➡ enzima ramificadora clivaria ➡ uma nova ramificação seria criada. - A ramificação é determinada pela ligação α1-6. - α1-4 garante a estrutura linear. - Para tornar a molécula mais solúvel. - Mais compacto o glicogênio fica, sendo mais fácil de ser armazenado. - Aumentar o número de sítios de ação da glicogênio fosforilase (enzima que degrada o glicogênio) e sintase (enzima que sintetiza glicogênio). A glicogênio-sintase não consegue iniciar a cadeia de glicogênio ➡ ela encaixa as glicoses formando ligações α1-4 a partir de uma cadeia pré-existente. Ação da glicogenina: sintetiza o início da cadeia de glicose para deixar a extremidade 4 livre para que se consiga fazer a ligação α1-4. - Iniciador da glicogênio-sintase. - É um iniciador sobre o qual são montadas novas cadeias de glicogênio. - Catalisa a montagem - o início da cadeia. Como a glicogenina faz isso? A glicose da molécula UDP-glicose é transferida para o resíduo de tirosina da glicogenina ➡ entra UDP-glicose e UDP sai ➡ primer é formado ➡ glicose está encaixada no resíduo de tirosina e entra outra UDP-glicose ➡ ligação é clivada ➡ a glicose é ligada na outra que já estava ligada ➡ ligação α1-4 é formada ➡ molécula de UDP é liberada. Esse processo é repetido 6 vezes. A glicose é deixada livre ao final e vai servir de sítio para ancoragem e ligação da glicogênio-sintase e assim ela consiga formar o polímero de glicose. A glicogenina fica escondida no meio da cadeia de glicogênio. Resumo: A glicogenina catalisa a própria reação e consegue ser o primer ➡ garante a formação do iniciador para que a glicogênio-sintase consiga formar o glicogênio. Obs: Indivíduos com falta de glicogenina possuem: - Fadiga muscular - Depleção de glicogênio - Arritmia cardíaca. A principal enzima modulada é a glicogênio-sintase. Ela pode assumir duas formas: ativa (a) e inativa (b). Quando essa enzima está ativada, o glicogênio está sendo formado e quando está inativa, o glicogênio não está sendo formado. Para a glicogênio-sintase estar inativa, ela está fosforilada enquanto que para estar ativa, ela precisa estar desfosforilada. Duas enzimas que participam da fosforilação da glicogênio-sintase: CKII e GSK3 ➡ Mantém a glicogênio-sintase inativa. A CKII precisa fosforilar inicialmente garantindo a etapa de preparação. Uma vez tendo essa etapa, a GSK3 consegue fosforilar por fim a glicogênio-sintase e inibí-la por completo. - Sem a CKII fosforilando antes, a GSK3 não consegue fosforilar. - 1º: fosforilação pela CKII, quebrando uma molécula de ATP e saindo uma molécula de ADP - fosfato foi colocado. - 2º: GSK3 fosforilando a partir da quebra de 3 moléculas de ATPs - 3 fosfatos são colocados na glicogênio-sintase. A proteína fosfatase-1 (PP1) consegue retirar os fosfatos (desfosforilar) da glicogênio-sintase para garantir a sua forma ativa e 3 fosfatos inorgânicos são liberados. Quando se tem glicose sobrando dentro da célula, há necessidade de formar o estoque de glicogênio. A insulina é o hormônio que é produzido no estado alimentado (durante a hiperglicemia). - A insulina consegue estimular a fosfatase e inibir GSK3 ➡ favorece a forma desfosforilada, a forma ativa, da glicogênio-sintase ➡ garante a síntese de glicogênio. O glucagon é o hormônio do jejum (não há glicose). - O glucagon inibe a fosfatase e favorece a manutenção da glicogênio-sintase fosforilada ➡ glicogênio-sintase inativa ➡ repressão da síntese de glicogênio. - O mesmo ocorre com a adrenalina (epinefrina) ➡ inibe a fosfatase e garante a manutenção da glicogênio-sintase fosforilada (inativa). Momento de estresse, de atividade física ➡ ideia não formar glicogênio e sim quebrar para ter mais glicose e mais fonte de ATP. A glicose é um modulador alostérico. Ela consegue ativar a fosfatase. - Glicose ativando fosfatase favorece a glicogênio-sintase ativa ➡ favorece a síntese de glicogênio. - A glicose em excesso ela mesma consegue estimular o seu armazenamento na forma de glicogênio. A nível hormonal, a insulina estimula a biossíntese de glicogênio: - A insulina se liga ao seu receptor tirosina quinase e a cascata de fosforilação é iniciada. - PKB (proteína quinase B) fosforila GSK3, o que torna GSK3 inativa. - GSK3 inativa não consegue fosforilar a glicogênio-sintase. Portanto, a glicogênio permanece ativa ➡ favorece a síntese de glicogênio. A insulina consegue estimular a síntese de glicogênio de maneira direta e indireta. Ela é capaz de: - Estimulara entrada de glicose na célula. - Estimula a hexoquinase, que transforma a glicose em glicose-6-fosfato. - A glicose-6-fosfato é transformada depois em glicose-1-fosfato pela fosfoglicomutase. - A glicose-1-fosfato é conjugada a uma molécula de UTP para virar UDP-glicose. - A insulina também consegue estimular a glicogênio-sintase, que transforma a UDP-glicose em glicogênio. Se a glicose não entrasse na célula, não haveria síntese de glicogênio. O miócito é totalmente dependente de insulina para a entrada de glicose, pois só apresenta GLUT 4, que é ativado pela insulina. A atividade física dispara uma via de sinalização alternativa que também leva a ativação de GLUT 4, mas, hormonalmente falando, é a insulina que ativa o GLUT 4.
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