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TIPOS DE ESTRUTURAS DE ARRIMO

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TIPOS DE ESTRUTURAS DE ARRIMO
Apresentação
Você já se deu conta de que a infraestrutura urbana está entremeada por obras geotécnicas? 
Desde escavações para a execução de edifícios, até a construção de um pequeno muro no quintal 
do seu vizinho.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os principais tipos de estruturas de arrimo, como 
os muros de gravidade e as cortinas; analisar como são os mecanismos externos que potencializam 
a instabilidade destas estruturas, bem como verá os principais conceitos de verificação da 
estabilidade a partir das definições dos empuxos já estudadas anteriormente. Por último, faremos 
uma rápida abordagem sobre a importante questão da durabilidade das estruturas de contenção.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar os tipos de muros de arrimo e de cortinas.•
Analisar os conceitos de verificação para estabilidade a muros de gravidade.•
Compreender a importância e a necessidade de durabilidade das estruturas de contenção.•
Desafio
Você é o engenheiro projetista de um muro de arrimo de flexão que será instalado em um talude 
instável de uma rodovia. Verifique a sua estabilidade ao tombamento, considerando uma carga 
distribuída de 10kN/m2. O solo de terrapleno possui =34 graus, c=10kPa e γ=20 kN/m. Considere 
o peso específico do concreto igual a 25kN/m3.
Infográfico
A estabilidade externa de um muro de gravidade é governada por quatro verificações, que nada 
mais são que modos potenciais de ruptura. Portanto, para o dimensionamento externo de um muro, 
devemos sempre realizar as seguintes verificações:
Conteúdo do livro
No capítulo Tipos de Estruturas de Arrimo, da obra "Mecânica dos Solos Aplicada", o autor aborda 
os principais tipos existentes de estruturas de contenção, as verificações necessárias ao 
dimensionamento de um muro de arrimo e, por fim, comenta sobre a durabilidade das estruturas de 
contenção. 
Boa leitura.
MECÂNICA DOS 
SOLOS APLICADA 
Cleber Floriano
Tipos de estruturas 
de arrimo
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 � Conhecer os tipos de muros de gravidade e de cortinas.
 � Aprender os conceitos de verificação à estabilidade para muros de 
gravidade.
 � Entender a necessidade de durabilidade das estruturas de contenção.
Introdução
Neste capítulo, vamos conhecer os principais tipos de estruturas de arrimo 
como os muros de gravidade e as cortinas. Vamos entender como são os 
mecanismos externos que potencializam a instabilidade destes muros, 
bem como aprender os principais conceitos de verificação à instabili-
dade a partir da definição dos empuxos já estudados anteriormente. Por 
último, faremos uma rápida passagem sobre a importante questão da 
durabilidade das estruturas de contenção.
Estruturas de arrimo
As estruturas de arrimo (do verbo arrimar, que significa apoiar, escorar) ou 
também conhecida no meio técnico como estruturas de contenção (retening 
structure), são elementos estruturais capazes de suportar os esforços causados 
por pressões ou movimentos potencias de massa. São projetados para diversas 
finalidades, como conter uma escavação, uma encosta natural em situação 
crítica, queda de blocos, fluxos de detritos, manter estável um aterro de apro-
ximação de uma ponte, entre outros mecanismos e tipos de movimento de 
massa potenciais. Do ponto de vista de durabilidade das estruturas, podem 
ser dividas em: provisórias ou definitivas. O fato é que para toda e qualquer 
estrutura de contenção deve-se conhecer bem qual o mecanismo externo 
que demanda aquela estrutura. Somente desta forma consegue-se verificar e 
dimensionar adequadamente.
Os tipos de contenções abrangem uma grande variedade de obras e projetos 
de engenharia como: pontes, rodovias, obras portuárias, ferrovias, edificações 
em geral, usinas, barragens, entre outros. Neste capítulo, o foco são as estru-
turas mais comuns do meio civil que são os muros de contenção e as cortinas. 
Ambos são elementos estruturais que sofrem a ação de empuxos laterais de 
terra. Diz-se que estas estruturas são as mais comuns, pois praticamente em 
qualquer bairro de sua cidade você encontrará estruturas como essas em pleno 
funcionamento.
Tipos de estruturas de arrimo
Fundamentalmente, podemos separar as contenções em estruturas de gra-
vidade (ou peso) e estruturas de flexão. A escolha de um tipo de estru-
tura de contenção para uma determinada situação é uma etapa de projeto 
e exige do engenheiro geotécnico habilidade no diagnóstico do problema, 
na funcionalidade da obra e também na viabilidade econômica. Além deste 
fundamental tripé de sustentação de um projeto, acrescenta-se a necessidade 
de durabilidade da obra.
A seguir apresenta-se uma série de tipos de estruturas de contenção bas-
tante comuns e que talvez você já tenha percebido numa viagem ou mesmo 
numa caminhada pelo seu bairro. Os tipos apresentados abaixo não esgotam 
as possibilidades para execução de estruturas de contenção. Atualmente, 
com o advindo de novos materiais e tecnologia industrial surgem diversas 
variações das estruturas de contenção, embora os conceitos fundamentais de 
funcionalidade permaneçam originais. 
Serão abordadas as técnicas específicas de sobresolo grampeado e solo 
reforçado. Elas recaem também na mesma necessidade de estabilidade exter-
nas que as estruturas de gravidade. A grande diferença, no entanto, está no 
dimensionamento interno dos elementos de ancoragem ou reforço. 
Mecânica dos solos aplicada142
Outros tipos de contenção como as de soluções com telas metálicas, bar-
reiras flexíveis, também são tecnologias mais recentes, sendo complementares 
ao propósito deste livro. 
Você sabe a diferença entre um grampo e um tirante ancorado no terreno? 
Os tirantes assim como os grampos são elementos de ancoragem (geralmente 
metálicos). A diferença é que nos tirantes existe um trecho livre (não aderente) e 
um trecho ancorado (aderente). Esta ancoragem deve estar além da cunha ativa e o 
trecho livre deve estar livre de grandes atritos. A ideia da ancoragem com tirante é 
de colocar a face de concreto em carga, ou seja, realizar proteção. Portanto, trata-se 
de uma solução ativa. 
Já os grampos do solo grampeado são ancoragens passivas, pois não se aplica 
protensão. Os elementos grampos não apresentam trecho livre.
Figura 1. Ancoragem ativa x ancoragem passiva.
Fonte: Floriano (2009).
trecho livre trecho ancorado
pré-carga
(zona de reação)(zona de transferência)
tensão na armadura
tensão na a
rmadura
zo
na
 c
isa
lh
an
te
trecho ancorado
(zona passiva)
trecho ancorado
(zona ativa)
ELEMENTO DE ANCORAGEM ATIVO
ELEMENTO DE ANCORAGEM PASSIVO
143Tipos de estruturas de arrimo
Exemplos de estrutura 
de contenção
Esquema geral tridimensional 
da contenção
Muros de gravidade: gabiões, pedra 
arrumada, pedra argamassada, concreto 
ciclópico, crib-wall, muros de enroca-
mento ou solo.
Funcionamento: a estrutura sustenta 
os empuxos laterais através de seu peso 
próprio.
Figura 2. Muro de gabiões.
Figura 4. Muro de gravidade.
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
Figura 3. Muro de pedra arrumada.
Mecânica dos solos aplicada144
Exemplos de estrutura 
de contenção
Esquema geral tridimensional 
da contenção
Muros de flexão: muros de 
concreto armado sem contrafortes 
(pré-moldados ou moldados in 
loco), muros de concreto armado 
com contraforte (elementos 
enriquecedores da estrutura)
Funcionamento: são estruturas 
esbeltas que precisam ser armadas, 
pois suportam momentos fletores 
elevados, especialmente na sua 
base. Nestas estruturas normalmente 
há uma contribuição de peso de 
solo dependendo do seu formato 
(L, por exemplo). No caso dos 
muros contraforte, os elementos 
(contrafortes) aumentam a rigidez 
do muro, aliviando a densidade 
de armadura e ao mesmo 
tempo tornando o muro mais 
valente aos empuxos laterais
Figura 5. Muro de concreto armado. 
Fonte: eakkachai/Shutterstock
Figura 6.Muro de flexão em “L” 
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
Figura 7. Muro de contrafortes. 
Fonte: Fundação Instituto de Geotécnica do 
Município do Rio de Janeiro (2000)
Figura 8. Muro de contrafortes. 
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
145Tipos de estruturas de arrimo
Exemplos de estrutura 
de contenção
Esquema geral tridimensional 
da contenção
Cortinas: em balanço ou vinculada 
(estroncas ou ancoragens). 
Existem muitas formas de executar 
estruturas como estas, por exemplo: 
concreto armado, diafragma, 
pranchas metálicas, estacas, perfil 
metálico com painel de concreto 
ou de madeira, entre outras.
Funcionamento: quando a 
estrutura não recebe vínculo, e 
fica dependente dos empuxos 
passivos (parte enterrada que se 
chama ficha). Quando os empuxos 
ficam muito elevados insere-se 
vínculos para distribuir os momentos 
fletores ao longo da estrutura. 
São estruturas muito esbeltas. 
Figura 9. Cortina em pranchas metálicas. 
Fonte: Aisyaqilumaranas/Shutterstock
Figura 10. Cortina sem vínculo. 
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
Figura 11. Cortina de múltiplas ancora-
gens (tirantes).
Figura 12. Cortina com um 
vínculo (tirante). 
Fonte: Zern Liew/Shutterstock
Mecânica dos solos aplicada146
Mecanismos de instabilidade nos muros
A instabilidade externa de um muro de gravidade é governada por quatro 
verificações, que nada mais são que modos potenciais de ruptura. Portanto, 
para o dimensionamento externo de um muro, devemos realizar as seguintes 
verificações:
1. Estabilidade ao deslizamento;
2. Estabilidade ao tombamento;
3. Estabilidade à ruptura das fundações;
4. Estabilidade à ruptura global.
Os modos de ruptura externa apresentados podem ser observados na Figura 13.
Figura 13. Modos de ruptura externa de muros de gravidade.
Você deve estar pensando como garantir a segurança de um muro de 
contenção à gravidade com base nessas quatro verificações. Veremos a 
seguir como calcular a segurança em cada uma destas situações, com 
147Tipos de estruturas de arrimo
exceção da estabilidade à ruptura global que é assunto da próxima aula 
(estabilidade de taludes), pois trata-se de análise de estabilidade por equilí-
brio limite, havendo diversos métodos passíveis de serem utilizados, sendo 
bastante comum o uso de softwares, pois os cálculos analíticos acabam 
sendo bastante dispendiosos.
É importante destacar que para tais análises, tomamos a estrutura como 
um corpo rígido. Por isso, chama-se de análise de estabilidade externa. A 
garantia da rigidez ou da capacidade de suportar os esforços externos deste 
corpo é um assunto a parte no campo da análise de estabilidade interna das 
estruturas, o que dependerá do tipo de estrutura projetada, de seus materiais 
e da capacidade de deformabilidade. 
O sistema de drenagem de uma contenção é fundamental para o bom funcionamento 
da contenção, uma vez que os empuxos de água atuantes no tardoz não são desejáveis 
e caso considerado no dimensionamento, verifica-se a necessidade de estruturas muito 
robustas, ou seja, pouco econômicas. Existem diversas formas de aliviarmos os empuxos 
de água do tardoz do solo. Observe, a partir de agora, nas obras de contenção, que 
tipo de dispositivo de drenagem aquela estrutura apresenta. Pesquise mais sobre o 
que são barbacãs e drenos sub-horizontais profundos. 
Verificações de estabilidade de muros de 
gravidade
Verificação ao deslizamento
A segurança ao deslizamento é comandada pela resistência do contato da 
base do muro. Portanto, será a superfície da base do muro que sofrerá este 
potencial deslizamento. Para fazer a verificação em que nível de segurança se 
encontra o seu muro projetado, você precisa saber a magnitude dos empuxos 
laterais que estão atuando no muro, a geometria do muro, bem como o peso 
total dele. Como podemos notar na Figura 14, o diagrama de corpo rígido que 
define o equilíbrio de forças horizontais.
Mecânica dos solos aplicada148
Figura 14. Forças para verificação ao deslizamento.
O fator de segurança (Fsd) corresponde ao nível de segurança do muro 
projetado e é representado pela seguinte razão:
Onde:
Fsd - é o fator de segurança ao deslizamento.
Fr - é a força resistente (a força a favor da segurança do muro).
Fi - é a força instabilizante (a força que empurra o muro para ele 
deslizar).
A força resistente é definida como a parcela de resistência ao cisalhamento 
na base adicionando o empuxo passivo (quando considerado no cálculo). Assim,
Fr = S + Ψ . EP
Onde:
S - é a resistência ao cisalhamento no contato muro-solo de 
fundação.
Ψ - é um fator redutor ou anulador do empuxo passivo (em 
condições de obras definitivas, geralmente Ψ = 0).
EP - magnitude do empuxo passivo.
149Tipos de estruturas de arrimo
A resistência ao cisalhamento no contato muro-solo é definida segundo a 
equação fundamental de Coulomb. Assim, teremos:
Onde:
N’ - é a reação normal no plano de assentamento do muro.
ℷ - é o ângulo de atrito do contato muro-solo de fundação (valores 
semelhantes ao ângulo de atrito solo-muro, δ, visto nos capítulos 
anteriores podem ser utilizados. Estes valores são menores ou igual 
ao ângulo de atrito interno do solo, ℷ ≤ ∅’). 
Cb - parâmetro de adesão muro-solo de fundação (em condições de 
obras definitivas, geralmente considera-se Cb = 0).
As forças instabilizantes são definidas como:
Fi = EA + U
Onde:
Fi - é a reação normal no plano de assentamento do muro.
EA - é a magnitude do empuxo ativo.
U - é a magnitude do empuxo de água.
Importante lembrar sempre da presença de empuxo de água, este deve ser 
adicionado à parcela de forças instabilizantes.
Por fim, verifica-se que para o muro não sofrer deslizamento, deve-se 
atender a condição de que as forças resistentes serem iguais ou superiores às 
forças instabilizantes multiplicadas por um fator de segurança:
O fator de segurança é uma atribuição do projetista, no entanto, recomenda-se 
utilizar valores mínimos normativos. A ABNT NBR 11682:2009 estabelece que 
o valor mínimo para o fator de segurança ao deslizamento deve ser Fsd ≥ 1,5.
Verificação ao tombamento
A segurança ao tombamento é comandada pela potencial rotação num ponto 
(“o”), que fica no pé do muro de contenção. Portanto, precisa-se saber as mag-
Mecânica dos solos aplicada150
nitudes das forças atuantes e suas posições para poder calcular os momentos 
(força x distância ao ponto de giro, “o”). 
Para fazer a verificação do nível de segurança em que se encontra o seu 
muro projetado, você precisa saber além da magnitude dos empuxos laterais 
que estão atuando no muro, a posição em que atuam estes empuxos, a geometria 
do muro, bem como o peso total dele. Como pode-se notar na Figura 15. o 
diagrama de corpo rígido que define o equilíbrio de forças horizontais e 
verticais com suas devidas posições de aplicação. 
Figura 15. Forças e suas posições para verificação ao tombamento.
O fator de segurança (Fst) corresponde ao nível de segurança do muro 
projetado e é representado pela seguinte razão:
Onde:
Fst - é o fator de segurança ao deslizamento.
Mr - é o momento resistente (as forças que causam giro a favor 
segurança do muro).
Mi - é o momento instabilizante (as forças que causam giros que 
promovem o tombamento).
151Tipos de estruturas de arrimo
O momento resistente é definido como o somatório de pesos multiplicados 
pelas suas distâncias perpendiculares até o ponto de giro, adicionando, quando 
considerado, a contribuição de momento devido ao empuxo passivo. Assim,
Mr = W . xw + Ψ . EP . yP
Onde:
W - é o peso total do muro.
xW - é a distância ortogonal do vetor W ao ponto de giro “o”.
Ψ - é um fator redutor ou anulador do empuxo passivo (em 
condições de obras definitivas, geralmente Ψ = 0).
EP - é a magnitude do empuxo passivo.
yP - é a distância ortogonal do vetor EP ao ponto de giro “o”.
Os momentos instabilizantes são definidos como: 
Mi = EA . yA + U . yU
Onde:
Mi - é o momento instabilizante.
EA - é a magnitude do empuxo ativo.
yA - é a distância ortogonal do vetor EA ao ponto de giro “o”.
U - é a magnitudedo empuxo de água.
yU - é a distância ortogonal do vetor U ao ponto de giro “o”.
Importante lembrar também sempre da presença de empuxo de água, este 
deve ser adicionado à parcela de momentos instabilizantes.
Por fim, verifica-se que: para o muro não sofrer tombamento, deve-se 
atender a condição de que os momentos resistentes sejam iguais ou superiores 
aos momentos instabilizantes, multiplicado por um fator de segurança:
O fator de segurança aqui também é uma atribuição do projetista, no 
entanto, recomenda-se utilizar valores mínimos normativos. A ABNT NBR 
11682:2009 estabelece que o valor mínimo para o fator de segurança ao tom-
bamento deve ser Fst ≥ 2,0.
Mecânica dos solos aplicada152
Verificação às pressões nas fundações
O cálculo das pressões na base do muro está relacionado à excentricidade 
deste, ou seja, a distância entre o seu centro geométrico e a posição do vetor 
reação normal, como indicado na Figura 16.
Figura 16. Forças e suas posições para verificação da distribuição de pressão na base.
A excentricidade “e”, portanto, pode ser obtida pelo equilíbrio à rotação 
em torno do eixo central da base do muro. O conceito de equilíbrio limite é 
válido para excentricidades positivas e modestas, assim,
onde: 
e - é a excentricidade da reação vertical na base do muro.
B - é a largura da base do muro.
A equação que define a excentricidade é dada da seguinte forma:
153Tipos de estruturas de arrimo
Onde:
Mi - é o momento instabilizante.
Mr - é o momento resistente (as forças que causam giro a favor 
segurança do muro).
N’ - é a reação normal no plano de assentamento do muro.
Assim, temos a seguinte fórmula:
Para a obtenção das pressões atuantes na fundação, assume-se valores 
máximos e mínimos. Este critério é definido numa consideração de solo 
teórico perfeitamente elástico. Sendo assim: 
Onde:
σmáx - é a tensão de valor máximo utilizando o sinal “+” na 
formulação.
σmin - é a tensão de valor mínimo utilizando o sinal “-” na 
formulação.
As tensões obtidas são comparadas com a tensão máxima admissível do 
solo, segundo dois critérios que devem ser atendidos concomitantes:
 e 
Onde:
σadm - é a tensão admissível do solo.
Outra forma de verificar a capacidade de carga é considerando o solo na 
condição puramente plástica. Desta forma, tem-se a seguinte formulação:
Mecânica dos solos aplicada154
O valor da tensão admissível é obtido com base na teoria de capacidade 
de carga. Neste livro não abordaremos este tema, pois pertence ao assunto 
específico de Fundações. Para efeito de magnitude, pode-se indicar que a 
capacidade de carga de solos são inferiores a 1 MPa, valores estes dependentes 
dos parâmetros geotécnicos do solo e da geometria do problema considerado.
Em fundações admite-se fatores de segurança bastante elevados por conta das in-
certezas de interação solo-estrutura. O valor do fator de segurança, para a tensão 
admissível do solo, segundo a ABNT NBR 11682:2009 deve ser de FS = 3. Parece bem 
alto este valor. Você conseguiria pensar uma forma de proporcionar mais segurança 
às fundações durante o assentamento do muro? 
Por exemplo, se em vez de construir o muro diretamente no solo, você fizesse 
um preparo do terreno com uma camada de 30 cm de brita, contribuiria muito no 
assentamento e também o aumento de fator de segurança ao deslizamento, pois o 
ângulo de atrito de contato é melhorado.
Durabilidade das estruturas de contenção
Você já se perguntou quanto tempo uma estrutura de contenção deve durar? 
Existem estruturas de contenção provisórias (temporária) e as definitivas 
(permanentes). O que define esta classificação é a finalidade da estrutura. 
Por exemplo, se você executa uma estrutura de contenção para simplesmente 
suportar esforços da escavação de um subsolo de um prédio até que a estru-
tura de pilares, vigas e lajes sejam construídas, você está contando com uma 
estrutura que não tem a necessidade de durabilidade de longo prazo, uma vez 
que ao final das obras (após dois anos, por exemplo) aquela contenção deixa 
de ser necessária para estabilizar os empuxos laterais atuantes. Por outro lado, 
se você executa uma contenção em que suportará o aterro de divisa com um 
passeio público, esta contenção deverá ser definitiva. 
O fato é que a condição de uma estrutura de contenção provisória ou 
definitiva passa por uma série de critérios que discriminam a durabilidade 
da obra de contenção, como: proteção anticorrosiva dos elementos metálicos, 
qualidade do concreto, qualidade dos materiais em geral, adequação de critérios 
de dimensionamento, projeto e execução, cuidados construtivos, entre outros. 
155Tipos de estruturas de arrimo
Fazer esta separação (obra temporária X obra definitiva) é de extrema 
importância, pois as consequências de obras que deveriam ter critérios de-
finitivos e foram construídas sem a rigorosa condução para tal, reduzem 
significativamente a durabilidade. 
Você como um futuro engenheiro terá a responsabilidade de projetar, 
executar e fiscalizar para que os critérios de durabilidade estabelecidos em 
normas sejam atendidos.
A garantia de durabilidade das construções, em destaque para as obras públicas, é 
uma responsabilidade social.
1. Qual destas estruturas não pode 
ser considerada com muro 
de arrimo. 
a) Muro de gabiões caixa.
b) Solo reforçado com raízes.
c) Muro de alvenaria de divisa em 
substituição de cerca metálica.
d) Muro de pedra argamassada.
e) Muro de concreto armado.
2. Quais as verificações necessárias 
que se deve fazer para garantir 
a estabilidade externa de 
um muro de contenção em 
pedra argamassada. 
a) Deslizamento, tombamento, 
pressões nas fundações 
e ruptura global.
b) Distorção, deslizamento e 
tombamento, ruptura global.
c) Distorção, giro no topo 
e ruptura global.
d) Cisalhamento, 
compressão e flexão.
e) Esmagamento, torção e 
compressão e ruptura global.
3. Qual o fator de segurança ao 
deslizamento de um muro cujo 
peso por metro é de 650 KN. O 
empuxo passivo já com as devidas 
ponderações é de 20 kN e o empuxo 
ativo é de 250 kN. Considere que 
a resistência ao cisalhamento 
no contato é de 375 kPa.
 
Mecânica dos solos aplicada156
a) Fsd = 1,28
b) Fsd = 1,38
c) Fsd = 1,48
d) Fsd = 1,58
e) Fsd = 1,68
4. Para as mesmas considerações 
do exercício anterior (3). Qual 
deve ser o fator de segurança ao 
tombamento, sabendo que os 
empuxos passivo e ativo têm origem 
em camadas de solo com espessuras 
de 2 e 5 m, respectivamente. A 
base do muro é de 2,2 m com 
excentricidade da reação normal 
ao peso de 42 cm. 
a) Fs ≥ 1,5
b) Fs ≥ 2,0
c) Fs ≥ 2,5
d) Fs ≥ 3,0
e) Não atende ao valor normativo.
5. Para a mesma figura do exercício 
3, determine a máxima pressão 
que o muro exerce numa condição 
puramente elástica do solo. 
a) 43 kPa
b) 295 kPa
c) 634 kPa
d) 650 kPa
e) 449 kPa
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 11682:2009. Estabilidade 
de Encosta. Rio de Janeiro: ABNT, 2009.
FLORIANO, C. F. Ancoragem em rocha: estudo da adesão nata-solo de dois arenitos da 
Serra do Espigão, SC. 2009. 188 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola de 
Engenharia, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal 
do Rio Grande do Sul,. Porto Alegre, 2009.
FUNDAÇÃO INSTITUTO DE GEOTÉCNICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. Manual 
técnico de encostas. Rio de Janeiro: GeoRio, 2000. v. 2.
Leitura recomendada
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 5629:2006. Execução de 
tirantes ancorados no terreno. Rio de Janeiro: ABNT, 2006.
AZAMBUJA, E. Empuxos, muros e cortinas. [S.l.: s.n.], 2010. Notas de Aula.
BARROS, P. L. A. Obras de contenção: manual técnico. Jundiaí: Maccaferri do Brasil, 2010.
BROOKS, H.; NIEALSEN, J. P. Basic of retaining wall design: a design for earth retaining 
structures. 10. ed. Newport Beach: HBAPuplications, 1992.
157Tipos de estruturas de arrimo
CASTRO, J. L. Tirantes ancorados no terreno. In: WORKSHOP DE GEOTECNIA DA PUCRS, 
1., 2016, Porto Alegre. Trabalho... Porto Alegre: PUCRS, 2016.
EHRLICH,M.; BECKER L. Muros e taludes de solo reforçado: projeto e execução. São 
Paulo: Oficina de Textos, 2009. (Coleção Huesker: Engenharia com Geossintéticos).
FERNANDES M. M. Mecânica dos solos: introdução a engenharia geotécnica. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2014. v. 2.
HACHICH, W. et al.. Fundações: teoria e prática. São Paulo: Pini, 1998. 
MOLITERNO, A. Caderno de muros de arrimo. São Paulo: Edgard Blücher, 1994.
TAYLOR, D. W. Fundamentals of soil mechanics. New York: John Wiley & Sons, 1948.
U.S. ARMY CORPS OF ENGINEERS. Retaining and Flood Walls. Engineer Manual EM 1110-
2-2502. Report No. FHWA/RD-81-184, Federal Highway Administration. Washington: 
FHWA, 1989.
Mecânica dos solos aplicada158
 
Dica do professor
Acompanhe neste vídeo os principais tipos de estruturas de arrimo existentes, as suas principais 
características e aspectos do seu funcionamento. Assista!
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Exercícios
1) 
Qual destas estruturas não pode ser considerada como muro de arrimo?
A) Muro de gabiões caixa.
B) Solo reforçado com raízes.
C) Muro de pedra seca.
D) Muro de pedra argamassada.
E) Muro de concreto armado.
2) 
Quais as verificações necessárias que se deve fazer para garantir a estabilidade externa de 
um muro de contenção em pedra argamassada?
A) Deslizamento, tombamento, pressões nas fundações e ruptura global.
B) Distorção, deslizamento, tombamento e ruptura global.
C) Distorção, giro no topo e ruptura global.
D) Cisalhamento, compressão e flexão.
E) Esmagamento, torção, compressão e ruptura global.
Qual o fator de segurança ao deslizamento de um muro cujo peso por metro é de 650 KN. O 
empuxo passivo já com as devidas ponderações é de 20 kN e o empuxo ativo é de 250 kN. 
Considere que a resistência ao cisalhamento no contato é de 375 kPa. 
3) 
 
A) Fsd = 1,28.
B) Fsd = 1,38.
C) Fsd = 1,48.
D) Fsd = 1,58.
E) Fsd = 1,68.
4) 
Para as mesmas considerações do exercício 3. Qual deve ser o fator de segurança ao 
tombamento, sabendo que os empuxos passivo e ativo têm origem em camadas de solo com 
espessuras de 2m e 5m, respectivamente. A base do muro é de 2,2m com excentricidade da 
reação normal ao peso de 42cm.
A) Fs≥1,5.
B) Fs≥2,0.
C) Fs≥2,5.
D) Fs≥3,0.
E) Não atende ao valor normativo.
5) 
Para a mesma figura do exercício 3, determine a máxima pressão que o muro exerce numa 
condição puramente elástica do solo.
A) 43 kPa.
B) 295 kPa.
C) 634 kPa.
D) 650 kPa.
E) 449 kPa.
Na prática
Você sabe a diferença entre um grampo e um tirante ancorado no terreno? Veja a seguir:
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Estruturas de contenção muros de arrimo.
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Projeto geotécnico de uma estrutura de contenção em concreto.
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Muro de Arrimo, Como Construir - Blender
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Curiosidades Interessantes - Gabião
 
http://www.eng.uerj.br/~denise/pdf/muros.pdf 
 
 
http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10011764.pdf 
 
 
https://www.youtube.com/embed/MmfZja-AWsU?rel=0
 
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