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FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 16 Roteiro de estudo 2 Assunto: Fatores de formação do solo OBJETIVOS Ao final do assunto o estudante deverá ser capaz de: • Relacionar os fatores responsáveis pela formação do solo • Estabelecer diferenciação entre fatores e processos pedogenéticos • Citar a atuação específica de cada fator na formação do solo NOÇÕES O solo resulta da ação combinada de 5 fatores que são: 1. Material de origem 2. Clima 3.Relevo 4.Organismos 5.Tempo CLIMA E ORGANISMOS RELEVO SOLO ROCHA TEMPO O solo é, portanto, o produto do efeito de todos os fatores de formação. Interpretações equivocadas geralmente são obtidas quando atenção indevida é dada apenas a um dos fatores de formação do solo de forma a se subestimar ou ignorar o efeito combinado de todos. Um exemplo simples deste equívoco é considerar como semelhantes solos derivados de uma mesma rocha. Ao consultar o Mapa de Solos do Paraná pode-se constatar que no terceiro planalto o basalto origina diversos tipos de solos tais como Latossolo Roxo, Latossolo Bruno, Terra Roxa Estruturada, Brunizem, Solos Litólicos, Cambissolos e Solos hidromórficos. Qual seria a causa desta grande variedade de solos embora sejam derivados do mesmo material litológico ? A resposta é que os demais fatores envolvidos variam na região. Um exemplo simples é a variação do relevo que pode apresentar-se plano, íngreme ou deprimido influenciando por conseguinte o produto final a despeito da rocha ser a mesma. Analisando-se separadamente os fatores é praticamente impossível conceber o tipo de solo formado. Por exemplo: o granito daria origem a que tipo de solo ? Qual o solo formado em relevo plano ? Que características teria um solo formado sob floresta ? Como seria um solo com idade de 5.000 anos ? Que tipo de solos teríamos em clima semi-árido ? As respostas a essas perguntas seriam, no máximo, parciais e nunca nos levariam a se ter uma visão adequada do solo formado. Em épocas passadas os solos eram equivocadamente classificados com base em um único fator de formação ou atributo obtendo-se assim classificações do tipo: Solos de campo, solos de granito, solos arenosos, solos jovens, solos de clima temperado, etc. Mesmo conhecendo-se todos os fatores de formação é duvidoso obter-se uma idéia razoável a respeito do solo formado isto porque a interação entre eles é bastante complexa. Isto posto, seria de se perguntar porque devemos então estudar os fatores de formação? Porque, por mais complexo que seja o processo de formação do solo, o conhecimento dos fatores envolvidos nos fornece informações que em muito nos auxiliam no entendimento de suas características e propriedades assim como da variabilidade dos mesmos. FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 17 MATERIAL DE ORIGEM Material de origem é a denominação que se dá ao material mineral ou orgânico a partir dos quais os solos se desenvolvem . Sem dúvida, os materiais rochosos são os mais importantes abrangendo os diversos tipos conhecidos de rochas como magmáticas, metamórficas e sedimentares. Essas rochas diferem amplamente entre si em vários aspectos e certamente irão influenciar com menor ou maior intensidade as características do solo formado. Determinados solos podem ser formados a partir de materiais de origem vegetal acumulados em condições anaeróbicas como nas áreas de várzeas propiciando a formação dos chamados solos orgânicos. Importância da geologia e mineralogia na formação dos solos Embora as rochas sejam os principais materiais a partir dos quais os solos se formam a avaliação da sua influência na formação dos mesmos é uma tarefa nada fácil devido as dificuldades em separar os efeitos dos demais fatores de formação (clima, organismos, relevo, tempo). Uma mesma rocha poderá originar solos bastante diversos dependendo da variação dos demais fatores. Mesmo sendo difícil avaliar a influência do material de origem na formação dos solos algumas generalizações podem ser tentadas. Arenitos em qualquer condição climática originam invariavelmente solos de textura arenosa; são porosos e com pequena capacidade de retenção de água e cations e, normalmente, apresentam baixa fertilidade. Por outro lado rochas como o basalto geralmente originam solos de textura argilosa e com altos teores de ferro. Solos originados a partir de argilitos sem dúvida serão de textura argilosa. Outras características como profundidade, cor, composição química e mineralógica dificilmente serão obtidas a partir apenas do conhecimento do material de origem. O material de origem tem papel passivo na formação do solo visto que é sobre ele - a matéria prima - que os demais fatores irão atuar. Os efeitos específicos do material de origem sobre os solos são em número reduzido podendo ser salientado o fato de ser fonte da maioria dos elementos nutrientes de plantas (Quadro 1). Quadro 1. Origem dos nutrientes essenciais às plantas Macronutrientes Micronutrientes Do ar Da água Do solo Carbono Hidrogênio Nitrogênio Ferro Oxigênio Fósforo Manganês Potássio Boro Cálcio Molibdênio Magnésio Cobre Enxofre Zinco Cloro Cobalto Com exceção da hidrogênio, oxigênio, carbono e nitrogênio os demais elementos químicos contidos nos solos provém do material de origem, ou seja dos minerais primários que o constituem. Pela decomposição desses minerais os elementos passam para o solo. Este fato é de grande importância no tipo e quantidade de elementos nutrientes para as plantas que um solo possa ter. Rochas ricas em minerais com elementos nutrientes podem originar solos férteis enquanto que solos derivados de rochas pobres serão inevitavelmente de baixa fertilidade. Deduz-se, então, que o material de origem praticamente condiciona a fertilidade do solo. FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 18 Os principais minerais primários encontrados nos solos e que por alteração fornecem nutrientes para as plantas são os seguintes: Feldspatos (Ortoclase - KAlSi3O8; Plagioclásio-NaAlSi3 O8 .CaAl2 Si2 O8 ): Conforme se nota pela fórmula quando decompostos fornecem principalmente cálcio e potássio. Devido a baixa resistência ao intemperismo não estão presentes ou estão apenas em pequenas quantidades em solos mais desenvolvidos. Micas (Moscovita - K Al2 (Al Si3 O10)(OH2O) - Biotita (K(Mg,Fe)3(AlSi3 O10) (OH)2) Por decomposição fornecem principalmente potássio, magnésio e ferro. Olivina (Mg,Fe)2 SiO4 , Piroxênio (Augita) - (Ca, Mg,Fe,Al)8 O22 (OH)2 . Por decomposição são fornecedores de magnésio, ferro e cálcio. Anfibólio (Hornblenda) - ( NaCa2 (Mg, Fe, Al)5 (Si, Al)8 O22 (OH)2 São fonte de cálcio, magnésio e ferro. Apatita - (Ca10 (PO4)6 (CO)3.H2O É uma das principais fontes de fósforo Calcita - CaCO3 - É fonte de cálcio Nas regiões secas e nos estágios iniciais de desenvolvimento do solo é que o material de origem tem maior influência. Nas regiões úmidas outros fatores podem ofuscar os efeitos do material de origem na formação e nas características dos solos. A inferência dos atributos a serem encontrados nos solos de uma determinada região a partir do conhecimento da geologia é uma prática recomendável. Os desvios observados em relação ao modelo mental inferido são devidos a fatores importantes e são muito úteis na interpretação da gênese de solos. Baseando-se nas características das rochas e seus produtos de alteração pode-se ter uma idéia generalizada em termos de tendências a serem esperadas nas características dos solos. Rochas calcárias As características dos solos desenvolvidos de rochas calcárias depende da natureza e quantidade de impurezas presentes. Calcários ricos em argila proporcionam solos argilosos, pouco permeáveis e não muito lixiviados devido à baixa permeabilidade. Espera-se saturaçãode bases e pH elevados. Calcários com teores elevados de areia originam solos de textura grosseira, com baixa saturação de bases e ácidos. Calcários ricos em ferro tendem a apresentar cores avermelhados ou amareladas dependendo do tipo de óxido formado, o que pode ser influenciado pelo clima ou condições de drenagem do perfil. Na região de Rio Branco do Sul, município vizinho de Curitiba, dependendo do relevo o calcário pode originar solos com profundidades variáveis. Nos mais rasos - do tipo A-R - o horizonte superficial é escuro e rico em matéria orgânica e em bases principalmente o cálcio e o pH se aproxima ou supera a neutralidade. A pouca profundidade e o relevo muito acidentado limitam a utilização agrícola dos mesmos. FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 19 Naqueles solos mais profundos - tipo A-B-C-R - o horizonte superficial também é escuro, espesso e rico em bases e com pH próximo ou pouco superior a 7. O horizonte B é avermelhado e bastante desbasificado e com teores elevados de alumínio trocável. Arenitos A composição do arenito tem grande influência nas características do solo originado. Podem se apresentar cimentados com sílica, ferro, argila ou carbonatos principalmente e podem contem minerais como feldspatos e micas sendo o quartzo predominante. O intemperismo consiste principalmente na decomposição do cimento que une os grãos de quartzo. Os solos formados de arenitos possuem textura grosseira, baixas capacidade de retenção de cations e água, baixa saturação em bases e pequena reserva de nutrientes e pH baixo principalmente se o clima for úmido visto que a alta permeabilidade e drenagem favorecem o processo de lixiviação. Podem ser profundos ou rasos dependendo do clima e tipo de cimento. Arenitos cujos grãos são cimentados por sílica tendem a ser menos profundos devido a maior resistência desse material à dissolução. Arenitos com cimento contendo ferro tem a tendência de apresentar colorações avermelhadas ou amareladas dependendo do composto formado. Arenitos feldspáticos originam solos mais argilosos devido a transformação desse mineral em argila assim como possuem maior quantidade de bases devido à liberação de nutrientes pelos próprios feldspatos. Arenitos cimentados com carbonatos (Arenito Bauru de ocorrência no Estado de São Paulo) também originam solos de boa fertilidade. Os arenitos denominados de Botucatu, Furnas e Caiuá originam inevitavelmente solos muito pobres. No litoral do Paraná (e também do Brasil) ocorrem sedimentos arenosos de restinga predominantemente quartzosos, que originam solos com teores de areia acima de 90% e de baixa fertilidade conhecidos como Areias Quartzosas, Podzol e Podzol Hidromórfico. Argilitos Originam invariavelmente solos argilosos, com drenagem moderada, não muito profundos e de baixa fertilidade. Na região de Curitiba, ocorre o argilito da formação Guabirotuba que é constituído basicamente por esmectita e mica sendo que em algumas áreas ocorre impregnação por carbonatos. Mesmo nas áreas em que o argilito está impregnado por carbonatos os solos são de baixa fertilidade. Além disso são muito argilosos, de drenagem moderada e alta saturação por alumínio e com colorações avermelhadas quando mais desenvolvidos e vermelho-amarelados naqueles estágios mais incipientes de formação. Sob o aspecto mineralógico são constituídos predominantemente por caulinita com teores menores de esmectita, vermiculita com hidroxila interlaminar, ilita e gibbsita. Esses solos pertencem a classe dos Rubrozéns e Cambissolos ambos com altas saturação por alumínio (álicos). Granitos e gnaisses Características morfológicas Em geral solos profundos de textura grosseira a média, com altas porcentagens de cascalho, podendo pertencer à classe dos Podzólicos ou Latossolos. Nos Podzólicos o horizonte superficial invariavelmente apresenta textura com maiores teores de areia comparativamente ao horizonte de subsuperfície. Nos Latossolos, mais intemperizados, a granulometria tende ser uniforme ao longo do perfil. Em climas com menor precipitação ou relevo mais íngreme, originam solos pertencentes FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 20 às classes dos Litólicos ou Cambissolos que são mais rasos e pedregosos que os primeiros. Em todos os casos a coloração tende a vermelho-amarelada. Características químicas e físicas Geralmente são solos ácidos, com baixo suprimento de nutrientes o que implica em caráter distrófico ou mesmo álico caso em os teores de alumínio trocável são bastante elevados. As bases (cálcio, magnésio, potássio) estão em pequenas quantidades. Em climas mais frios ou secos poderão apresentar maior reserva de nutrientes e acidez menos elevada devido ao menor potencial de lixiviação. Devido aos altos de teores da fração mais grosseira a retenção e o armazenamento de água tendem a serem fatores limitantes a menos que estejam localizados em regiões com precipitações elevadas. Devido a baixa fertilidade natural esses solos devem sofrer calagem e adubação. Características mineralógicas O mineral predominante nas frações mais grosseiras - areia e silte - é o quartzo e secundariamente a mica moscovita. Em clima tropical a fração argila é constituída predominante pela caulinita derivada do intemperismo de feldspatos e biotita , podendo, em alguns casos, ocorrer presença de moscovita. A alteração da biotita leva também a formação da vermiculita cloritizada (vermiculita com alumínio interlamelar). Como conseqüência desse mineralogia a retenção de nutrientes é baixa. Em climas frios ou mais áridos além da caulinita poderão estar presentes também vermiculita, ilita e montmorilonita situação em que a CTC é mais elevada. Os teores de óxidos de ferro não são elevados devido à própria constituição rocha que é baixa neste elemento. A coloração é dada pelo mistura de hematita e goetita. Face aos altos teores de areia os riscos de erosão são grandes mesmo em relevos menos movimentados o que implica na adoção de técnicas intensas de conservação. Quartzitos Os quartzitos são rochas muito resistentes à alteração e os solos derivados geralmente são rasos, de baixa fertilidade e de textura grosseira. Na região de Rio Branco do Sul, próximo à Curitiba, os quartzitos ocupam posições de cristas dos morros e os solos originados nesse relevo forte ondulado são do tipo A-C-R. O horizonte A é relativamente espesso ( + ou - 20 cm), rico em matéria orgânica e de textura grosseira. A pequena profundidade, textura grosseira, o relevo acidentado praticamente invalidam a utilização desses solos para a agricultura. Rochas básicas (basalto, diabásios) Os basaltos são encontrados em forma de derrames e os diabásios em sils e diques. Os derrames basálticos ocupam aproximadamente metade do Paraná. No noroeste do Estado os derrames estão atualmente recobertos por sedimentos arenosos (Arenito Caiuá) com cerca de 300 metros de espessura. As rochas básicas são ricas em minerais facilmente intemperizáveis como plagioclásios (albita, anortita), piroxênios (augita), anfibólios (hornblenda) e olivina os quais contém teores elevados em cálcio, magnésio e ferro conferindo-lhes alto potencial de nutrientes a serem transmitidos ao solo. No 3 o planalto do Paraná ocorrem diversos solos derivados de rochas basálticas tais como Latossolo Roxo, Latossolo Bruno, Terra Roxa Estruturada, Terra Bruna Estruturada, Brunizem, Cambissolos e solos Litólicos Os solos mais jovens como Litólicos, Cambissolos e Brunizens são geralmente ricos em bases, argilosos e com alta capacidade de troca de cations. Além da caulinita, que é predominante, encontram-se na fração argila esmectitas. Embora em sua maior parte ocupem relevos bastante desfavoráveis são intensamente cultivados devido a sua alta fertilidade natural. FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 21 Os solos mais desenvolvidoscomo as Terras Roxas Estruturadas solos argilosos e situam-se em relevo mais favorável, geralmente ondulado, e são excelentes solos principalmente quando eutróficos. Altos teores de hematita confere-lhes colorações vermelhas. A fração argila é dominada pela caulinita. As Terras Brunas possuem menor fertilidade (geralmente álicas e distróficas) e localizam-se mais ao sul ocupando também relevos ondulados. Geralmente situados em relevos planos a suaves ondulados e muito profundos, os Latossolos Roxos e os Brunos oferecem condições ótimas para as atividades agrícolas. Quando eutróficos os Latossolos Roxos situam-se entre os melhores solos do país. Apesar da baixa fertilidade (geralmente álicos) os Latossolos Brunos quando corrigidos e adubados também oferecem boas produções. Ambos são muito argilosos e possuem caulinita, gibbsita e óxidos de ferro como minerais dominantes da fração argila o que lhes confere baixa capacidade de troca cationica. A drenagem boa e adequada friabilidade desses solos confere-lhes ótimas condições físicas. Na fração grosseira desses solos predominam magnetita e ilmenita. Os elevados teores de óxidos de ferro - hematita e goetita - e, em alguns casos, de hidróxido de alumínio - gibbsita -, conferem aos solos derivados de rochas básicas alto potencial para fixação de fosfatos aplicados na forma de adubos reduzindo a solubilidade e conseqüente disponibilidade para as culturas. CLIMA O clima exerce influência na formação do solos através principalmente da precipitação e temperatura. Em ambientes extremos como desertos frios ou quentes, a água está em estado sólido (gelo) ou ausente o que torna impraticável a formação do solo. Há pois necessidade de se ter água em estado líquido. Elevadas precipitações e temperaturas exercem grande energia pedogenética. Climas úmidos e quentes (regiões tropicais) são fatores favoráveis a formação de solos muito intemperizados, profundos e bastante lixiviados o que resulta em acidez e baixa fertilidade. Em regiões de baixa precipitação (áridas e semi-áridas) os solos são menos intemperizados, mais rasos, de melhor fertilidade e geralmente pedregosos. Devido a vegetação escassa a quantidade de matéria orgânica é inferior aos solos de regiões úmidas. RELEVO O relevo influencia a formação do solo principalmente no que diz respeito à dinâmica da água quer no sentido vertical (infiltração) como no lateral (escoamento). Nos relevos pouco movimentados praticamente toda a água de precipitação infiltra-se propiciando condições para formação de solos profundos. Em relevos muito movimentados grande parte da precipitação é perdida por escorrimentos laterais favorecendo processos erosivos e dificultando o desenvolvimento do solo dando origem principalmente a solos rasos. Além da água de precipitação áreas com relevo deprimido recebem também as de vertentes vizinhas tendendo a um acúmulo e favorecendo o aparecimento de solos hidromórficos (Figura 1). PLANO (infiltração) ABACIADO (acumulação água) INCLINADO (escorrimento lateral) A1 A3 B1 B21 B22 C R A Cg R A R SOLOS PROFUNDOS SOLOS HIDROMÓRFICOS SOLOS RASOS FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 22 Figura 1. Influência do relevo na formação dos soloS A tendência demonstrado pelo esquema acima deve ser tomada com cautela pois os demais fatores podem modificá-la. Características do material de origem (maior ou menor facilidade de decomposição), tempo de exposição ao intemperismo e de clima, fazem com que solos rasos também ocorram em relevos planos assim como existem solos profundos em relevos íngremes. ORGANISMOS Compreendem macro e micro fauna e flora. A vegetação exerce marcante influência na formação do solo não só como principal fornecedora de matéria orgânica como também na função de cobertura de forma a atenuar extremos de temperatura e perdas por erosão. A fauna, representada por inúmeras espécies de minhocas, besouros, formigas, cupins atuam na subdivisão de materiais grosseiros, remanejamentos como também na porosidade. Os fungos e bactérias realizam o ataque microbiano decompondo o material vegetal como também na fixação principalmente do nitrogênio elemento essencial na nutrição de plantas. TEMPO É considerado um fator passivo que nada adiciona, exporta ou gera energia. Contudo para que ocorra formação de solos é necessário um determinado tempo para ação dos processos pedogenéticos. É interessante diferenciar entre idade e maturidade dos solos. Idade refere-se ao tempo transcorrido desde o início de formação enquanto que maturidade é expressa pela evolução sofrida pelo solo. Um solo pode ter avançada idade porém ser imaturo. É o caso dos solos pouco desenvolvidos, rasos ou litólicos os quais mostram poucos horizontes. Os solos mais evoluídos (maduros) apresentam-se mais profundos e com horizontes em maior número e diferenciados (Figura 2). A A A A R (B) Bt Bw C R C R C R Litossolo Cambissolo Solo c/ B textural Solo c/ B latossólico TEMPO Figura 2. Seqüência cronológica hipotética de evolução do solo FUNDAMENTOS DE PEDOLOGIA 23 ................................................................................................................................................ Bibliografia: Elementos de Pedologia - pg. 275-287
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