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Comentário sobre o caso julgado no Recurso Especial N 1.782.227 - PR

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Nome: Luann Silva de Castro 
Matrícula: 202104020 
 
Comentário sobre o caso julgado no Recurso Especial Nº 1.782.227 - PR 
 
Trata-se do caso julgado pela ministra Nancy Andrighi, no qual negou-se provimento ao 
recurso de um empresário que, no âmbito da justiça estadual, havia tido a 
impenhorabilidade de um imóvel ofertado como garantia afastada. O empresário havia 
oferecido o imóvel como garantia em uma negociação sem invocar o status de bem de 
família, buscando tal proteção somente após a formalização da penhora e a execução da 
expropriação. 
Primeiramente, entende-se como essencial para a análise do caso a revisão da diferença 
entre bem de família voluntário e bem de família legal. Enquanto o último se põe como 
uma proteção patrimonial garantida pelo Estado, com a finalidade de assegurar a 
dignidade humana e o mínimo existencial, o primeiro aparece segundo a vontade daquele 
que o institui, podendo enquadrar-se sob essa proteção qualquer imóvel que observe as 
condições estabelecidas pelo Art. 1.711 do Código Civil, sendo necessária a sua 
instituição através de escritura pública ou testamento do próprio integrante da família ou 
de terceiro. Assim, tem-se como correto o entendimento da relatora de que o proprietário 
que não realizou efetivamente o ato necessário para proteger seu imóvel através desse 
instituto não deve deter esse direito de proteção sobre o referido bem. 
Além disso, no contexto citado, o homem agiu de modo contrário aos ditames do princípio 
da boa-fé objetiva, que estabelece a exigência de conduta leal das partes, por oferecer em 
função de garantia um bem que, posteriormente, afirmaria essencial para a manutenção 
da dignidade de sua família. A partir desse comportamento, é possível também identificar 
na ação do empresário conduta vedada pela proibição de comportamento contraditório, 
venire contra factum proprium, por agir, em um momento posterior, em desacordo com 
a postura apresentada em tempo anterior.

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