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;
Teoria Geral do Direito
PRIMEIRO SEM�TRE DE 2023
INSTRUTOR: Renata Possi Magane
no_reply@example.com
Polissemia do termo direito
● Polissemia: Vários sentidos na língua portuguesa
● seus sentidos vão desde o sentido de algo como reto , até o objeto da ciência do
direito
● Parece impossível, bem como dispensável, uma definição lexical do termo direito,
caberia a nós uma redefinição ou estipulação (sendo esta vaga para com os usos
habituais)
● O entendimento da polissemia do termo direito demonstra como os vários
significados podem ser utilizados, propiciando um bom emprego de seu conceito e
demonstrando a amplitude de seu sentido
Ciência Natural X Ciência do Direito
Enfoque informativo. Ex: utiliza a
linguagem para descrever certo estado
das coisas. Por exemplo, “esta mesa está
quebrada”
Enfoque Diretivo: quando a língua é
utilizada para dirigir o comportamento
de alguém, induzindo-o a adotar uma
ação. Por exemplo, “conserte a mesa”.
Fenômenos naturais Fenômenos jurídico-normativos
Definições lexicais. A definição é superada
porque se tornou falsa
Redefinições. a ciência jurídica não
apenas informa, mas também conforma
o fenômeno que estuda, faz parte
dele.No caso do jurista, porque deixou
1
mailto:renata.magane@direitosbc.br
de ser atuante.
Plano do “ser” plano do “dever ser”
independem da vontade humana dependem da vontade humana
CIÊNCIA DO DIREITO x DIREITO
Coincidir com a realidade incidir na realidade
metodologia científica que visa explicar o
que o direito é (proposições descritivas)
conjunto de normas de caráter impositivo e
coercitivo
teoria pura do direito (afastamento de
outras áreas do conhecimento)
Direito como resultado de disputas políticas,
afirmações de valores e consequência do
convívio em sociedade. Não podendo ser
afastado da esfera política e moral
proposições descritivas- plano do ser
descrever as normas com auxílio de
enunciados fatuais
prescrições normativas- plano do dever ser
Zetética X Dogmática:
parte de uma interrogação, está
preocupado com um problema
especulativo, de questionamento
global e progressivamente infinito
das premissas.
parte de uma solução já dada e
pressuposta, está preocupado com
um problema de ação, de como agir.
2
aspecto pergunta aspecto resposta
têm uma função especulativa
explícita e são infinitas
têm uma função diretiva explícita e
são finitas
o que é uma coisa possibilitar uma decisão e orientar a
ação.
por ex: Deus na filosofia. pode pôr
em dúvida sua existência, pode
questionar até mesmo as premissas
da investigação, perguntando-se
inclusive se a questão sobre Deus
tem algum sentido. Nesses termos,
seu questionamento é infinito, pois
até admite uma questão sobre a
própria questão. a Filosofia se
revela como um saber especulativo,
sem compromissos imediatos com
a ação
Deus na Teologia. parte da
existência de Deus como uma
premissa inatacável. E se for uma
teologia cristã, parte da Bíblia
como fonte que não pode ser
desprezada. Seu questionamento
é, pois, finito com a Teologia, que
tem de estar voltada para a
orientação da ação nos problemas
humanos em relação a Deus.
função informativa da
linguagem.
função informativa e diretiva da
linguagem.
—> DIREITO NATURAL
● o direito é baseado em princípios morais e éticos superiores, que
devem ser aplicados universalmente.
● existência de princípios e valores universais que devem ser a base do
sistema jurídico
● Independe da vontade do homem
● Determina o direito positivo
● o direito à vida, à liberdade, à reprodução e corresponde à ideia de
justiça.
—> DIREITO POSITIVO
3
● As leis e normas são consideradas como fontes primárias do direito e
são aplicadas aos casos específicos.
● Dependem da vontade humana
● Dotadas de sanação- constituição, leis e decretos
—> DIREITO POSITIVO X DIREITO NATURAL
● o Direito Natural é considerado como sendo superior ao Direito Positivo
● Enquanto o Direito Positivo é baseado nas leis criadas pelo Estado, o Direito
Natural é considerado como sendo um conjunto de valores universais que
devem ser seguidos, independentemente das leis positivas
● O Direito Positivo é geralmente mais flexível e adaptável do que o Direito
Natural. As leis e normas criadas pelo Direito Positivo podem ser atualizadas
e mudadas conforme as necessidades da sociedade e da política, enquanto o
Direito Natural é considerado como sendo imutável e atemporal.
Zetética Jurídica:
A investigação zetética tem sua característica principal na abertura constante para o
questionamento dos objetos em todas as direções (questões infinitas), levando ao
descompromissamento com a solução de conflitos torna a investigação infinita,
liberando-a para a especulação. Do ângulo zetético, o fenômeno comporta pesquisas de
ordem sociológica, política, econômica, filosófica, histórica etc. Nessa perspectiva, o
investigador preocupa-se em ampliar as dimensões do fenômeno, estudando-o em
profundidade, sem limitar-se a soluções práticas (ação).
4
Dogmática Jurídica
Possui como característica principal a inegabilidade do ponto de partida, ao contrário da
zetética, gerando questões finitas e focando na ação prática, não na pergunta, consistr Por
exemplo, a questão de Deus na Teologia.
—> DOGMÁTICA ANALÍTICA
● Tem como principal objetivo: a identificação do que é Direito
● Por meio dela, o jurista tem conhecimento da norma, para aplica-la
● Jurista sistematiza a compreensão, com a finalidade de ver a norma ser aplicada no
caso concreto, evitando possíveis erros
—> DOGMÁTICA HERMENÊUTICA
● se concentra na interpretação das normas jurídicas, visando fornecer aos
operadores do Direito um conjunto de princípios e regras que possam ser aplicados
na interpretação coerente e consistente do sistema jurídico.
● métodos hermenêuticos da interpretação: gramatical, lógico sistemático, histórico,
sociológico, evolutivo, teleológico e axiológico
—> DOGMÁTICA DA DECISÃO JURÍDICA
● se concentra na análise do processo de tomada de decisão dos juízes e tribunais.
Ela busca entender como os juízes aplicam os princípios e regras do Direito para
solucionar casos concretos, identificando os fatores que influenciam a decisão dos
juízes e analisando os mecanismos de controle das decisões judiciais.
● dimensão pragmática ou empírica do discurso jurídico
Abordagem Teórica
Teoria descritiva: procura descrever e explicar o Direito tal como ele é e funciona
Teoria normativa: procura avaliar e prescrever o Direito tal como ele deveria ser
para corresponder a algum propósito
5
Teoria interpretativa: procura interpretar o Direito que é à luz de como ele deveria
ser, tornando-o o melhor possível
Teoria crítica: procura identificar aspectos em que o Direito oculta, legitima e
reproduz formas de injustiça e opressão
➢ VISÃO OBJETIVISTA
● Se concentra nas características e princípios objetivos da lei e do sistema jurídico,
independentemente das opiniões pessoais ou subjetivas dos indivíduos envolvidos.
● A lei é vista como um conjunto de regras e princípios que podem ser descobertos e
entendidos por meio da análise racional e da observação dos fatos.
● O papel do jurista é interpretar e aplicar as leis objetivamente, sem deixar que suas
próprias preferências ou preconceitos influenciam seu trabalho.
● Enfatiza a importância da precisão e consistência na interpretação da lei
● Sustenta a existência de verdades objetivas na moral
● Fundamenta toda a tradição jusnaturalista
● Platão, até as contribuições teóricas de Kant
➢ VISÃO SUBJETIVISTA
● Se concentra nas experiências e opiniões pessoais dos indivíduos envolvidos na
criação e aplicação da lei.
● O Direito é um produto da sociedade e das relações humanas, e não uma realidade
objetiva e independente da vontade das pessoas que o criam ou aplicam.
● Os juristas são vistos como intérpretes e criadores da lei, que devem levar em
conta as perspectivas dos envolvidos em um caso específico para aplicar a lei de
forma justa e equitativa.
➢ VISÃO INTERSUBJETIVISTA
● Mistura dos dois
6
● se concentranas interações entre os indivíduos e grupos envolvidos na criação e
aplicação das normas jurídicas.
● Enfatiza que o direito é um produto das relações sociais e da comunicação entre as
pessoas, e não apenas das características objetivas da lei ou das opiniões pessoais
dos indivíduos.
● Cujas estruturas condicionam e precedem o conhecimento, por meio da linguagem
onde habita o comum partilhável em cada comunidade e que antecipa qualquer
constituição do sujeito no processo interpretativo
Common Law x Civil Law
origem anglo-saxônica origem romano germânica
Inglaterra, Eua, entre outros países
colonizados pela Inglaterra
Em sua maioria Europeus e
latino-americanos
prevalência da jurisprudência sistema científico e com prevalência da lei
sendo a jurisprudência uma mera
ferramenta
FONTES MATERIAIS
● De onde vem o direito?
○ Investigação zetética
- Apontam a origem cultural, da causa do direito/produzem
- Relações sociais: interações entre indivíduos ou grupos→ debate de
ideias/interesses→ conflitos→ solução de conflitos→ ocasiona direito
- “O direito é o conjunto de regras que regula a vida em sociedade” -
Influência/Temas para discussão
- relações morais: religião, fatos naturais, demográficos, políticos, etc.
- valores (o que a sociedade preza): ordem, segurança, liberdade, paz social,
justiça, etc.
7
FONTES FORMAIS
● Como ele se manifesta?
○ dogmática do direito (perspectiva positivista)
■ Comunicam a sociedade sobre a norma jurídica
■ Cada ordenamento jurídico tem sua própria fonte
■ Dispositivos juridicamente válido
● Quem?: autoridade competente
● Como?: procedimento/ criação
■ Imediata/primária: A LEI→ Dela nascem :
● Direitos
● Deveres
● Obrigações
● Sanções
● Crimes/não crimes
■ Mediata/secundária: Art.4 da LINDB
● Jurisprudência (conjunto de decisões judiciais)
● Doutrinas (conjunto coerente de ideias fundamentais a
serem transmitidas e ensinadas)
● Analogia (relação de semelhança entre duas ou mais
entidades distintas)
● Costumes (ações tidas como regras sociais a partir do
repetitivo processo de suas práticas)→ consciência de
obrigatoriedade
○ Praeter legem: aplicado de forma supletiva à lei
○ Secundum legem: decorre da lei
○ Contra legem: se opõe a lei
8
● Súmula Vinculante 25
○ 1) De acordo com a súmula vinculante 25, aplicada pelo STF, a prisão
civil do depositário infiel foi considerada ilegal. Os ministros decidiram
por conceder habeas corpus a um depositário infiel, ao entenderem
que, nesse caso, os tratados internacionais de Direitos Humanos
reconhecidos pelo Brasil, como o Pacto de São José da Costa Rica, são
hierarquicamente superiores às normas infraconstitucionais.
Entretanto, também ficou em evidência que diante da supremacia da
CF/1988 sobre os atos normativos internacionais, a previsão
constitucional da prisão civil do depositário infiel (art. 5o, LXVII) não foi
revogada, apenas deixou de ter aplicabilidade nesse caso, diante do
efeito paralisante do tratado internacional sobre as leis
infraconstitucionais que dizem respeito à matéria.
1) O que são fontes do direito? Diferencie as fontes materiais das fontes formais do
direito, apontando qual a classificação e natureza jurídica das normas
internacionais no sistema normativo brasileiro. (5,0)
R- As fontes do Direito podem ser tanto de onde surge o direito quanto
como ele se manifesta. No primeiro caso, chamamos de Fonte material, são todos
aqueles fatores que criam o direito dando origem aos dispositivos válidos, logo, são
todas as autoridades, pessoas, grupos, relações sociais e valores que influenciam a
criação do Direito em dada sociedade. Já na segunda afirmativa, refere-se às Fontes
Formais, estas indicam os “lugares” onde podemos encontrar os dispositivos
jurídicos, sendo elas responsáveis por darem forma ao direito, podendo ser estas
Diretas escritas (CF, leis infraconstitucionais, etc,), ou não escritas
9
(costumes,princípios, etc.), como também Indiretas (doutrina, jurisprudência,
súmulas vinculantes, etc.). Dessa forma, as normas internacionais são classificadas
como Fontes Formais do Direito e possuem natureza normativa semelhante a de
emenda constitucional no sistema normativo brasileiro.
2) O tema das fontes do direito se apresenta idêntico nos paradigmas filosóficos
jusnaturalista, positivista e pós-positivista? Fundamente sua resposta. (5,0)
R- O tema das Fontes Formais não se apresenta de forma idêntica
dentre os paradigmas filosóficos. No paradigma jusnaturalista, por exemplo, há
uma vinculação entre Direito e moral, desta forma, a validade de uma norma
jurídica, assim como suas fontes, devem ser conformes aos princípios éticos
universais e imutáveis, assim como uma lei-natural e um sistema moral
pré-estabelecido. Já no Positivismo Jurídico, as Fontes do Direito e o direito em si,
devem estar separados dos valores morais, tendo seu sentido de forma
praticamente exclusiva no sistema legislativo vigente. Enquanto isso, no paradigma
Pós-positivista, temos uma evolução na estrutura das Fontes do Direito, sendo
adicionado ao nos ordenamentos jurídicos os princípios constitucionais e os
direitos fundamentais do cidadão, dessa forma, mantendo parte do “legalismo”
positivista e da aproximação com a justiça e moral do naturalismo.
3) Os atos negociais dos particulares integram as fontes do direito? Explique
fundamentadamente. (5,0)
R- Os atos negociais dos particulares podem integrar as fontes do Direito,
sendo classificadas como Fontes Formais. São considerados assim, pois têm o
poder de criar obrigações jurídicas, ou seja, normas entre as partes.
4) O que são costumes jurídicos? Eles são fontes do direito? Explique como os
costumes jurídicos são reconhecidos no ordenamento jurídico e os seus limites de
aplicação, diferenciando-os dos costumes sociais. (5,0)
10
R- Os costumes jurídicos são regras ou princípios não escritos, que se
introduziram por sua prática reiterada na sociedade, porém, diferentemente dos
costumes sociais, os jurídicos ganham forma normativa no ordenamento jurídico.
Dessa forma, são eles considerados Fontes formais e não escritas do Direito.
Ademais, Os costumes jurídicos podem ser aplicados de duas maneiras, a primeira
como um complemento às normas do Direito escrito, sendo o caso do Costume
Praeter e Secundum legem e como revogadores de normas escritas anteriormente,
como o Costume Contra Legem, sendo este último o seu limite e não podendo ser
aplicado no sistema jurídico brasileiro, por ser considerado inconstitucional.
5) As medidas provisórias e as súmulas vinculantes podem ser equiparadas às leis
infraconstitucionais? Quanto às primeiras, quais são os seus limites materiais?
Disserte a respeito do tema, fundamentando sua resposta. (5,0)
R- Enquanto as medidas provisórias são normas com força de lei editadas
pelo Presidente da República em casos de urgência e relevância, as súmulas
vinculantes são decisões do STF que possuem efeito vinculante sobre os demais
órgãos do Poder Judiciário e a administração pública, já as normas
infraconstitucionais são elaboradas pelo Poder Legislativo (leis) ou pelo Poder
Executivo (decretos, portarias, etc.) seguindo os trâmites previstos na legislação
vigente . Ademais, as súmulas vinculantes e as medidas provisórias estão acima das
normas infraconstitucionais na hierarquia das normas jurídicas no ordenamento
brasileiro Ambas possuem limites materiais específicos em relação ao seu
conteúdo e aplicação. Entretanto, as medidas provisórias têm como limite material
a edição sobre matéria relativa a nacionalidade, cidadania, direitos políticos,
partidos políticos, além de questões já previstas em Lei, visto que violaria a divisão
dos 3 poderes.
6) As súmulas vinculantes apresentaram uma “hibridização” do sistema de civil law
no ordenamento jurídico brasileiro? Podemos afirmar que há verdadeira adoção do
sistema de precedentes no Brasil? Justifique sua resposta. (5,0)
11
R- É possível dizer que as súmulas vinculantes apresentamuma hibridização
do sistema de civil law, tradicionalmente adotado pelo Brasil, e o sistema de
precedentes da common Law, caracterizado pelo protagonismo dos juízes, visto
que, as súmulas vinculantes trazem para o sistema d2a civil law uma maior
participação dos tribunais, visto que esta é uma uniformização de jurisprudências
estabelecidas pelo STF, com caráter constitucional, que obriga todo o Poder
Judiciário e a Administração Pública a seguir o que fora determinado por esta. Essa
abordagem se assemelha ao sistema de precedentes do common law, em que as
decisões judiciais são consideradas fonte de direito e estabelecem jurisprudência a
ser seguida pelos demais tribunais. Entretanto, há ainda importantes diferenças
entre os dois complexos, por exemplo, o fato das súmulas vinculantes serem
adotadas em casos específicos e limitados e o nosso Sistema Jurídico ainda ser
principalmente baseado na legislação escrita, enquanto o sistema de precedentes é
uma característica intrínseca no sistema da Common Law.
7) Disserte sobre as quatro principais diferenças entre as súmulas vinculantes
adotadas no Brasil e os precedentes judiciais da common law. (5,0)
R- Modo de aplicação:
- Súmula: natureza e texto normativo e aplica-se de forma
semelhante à legislação; 2- Alcance: encerra-se da mesma
forma que um texto normativo, que passa a ter validade depois
de sua publicação
- Precedente: não possui uma formulação legislativa predefinida,
o que impede que sua aplicação seja feita da mesma forma que
a lei, sendo feita por analogia; 2- Alcance: precisam ser
identificados com o caso decidido para se concluir qual regra
jurídica formulada pelo tribunal será considerada precedente.
- Quanto à teleologia, por conta das súmulas vinculantes
conduzirem à perda da autonomia e da independência decisória
12
dos juízes, surgiu a doutrina dos precedentes, como um
instrumento para proteção e resguardo da independência
judicial.
- Quanto ao âmbito de vinculação, as súmulas vinculantes são
restritas e não admitem maiores interpretações enquanto os
precedentes são mais flexíveis, permitindo dinamização do
sistema jurídico.
8) Explique o que são os precedentes no sistema da common law, o que significa o
princípio da “stare decisis” e qual a diferença entre os precedentes vinculantes e
persuasivos. (5,0)
R-Os precedentes da common law, são decisões do STF anteriores que
servem como ponto de partida ou modelo para a decisão de novos casos
semelhantes, não possuindo texto normativo pré-definido sendo sempre
obrigatorio e vinculante. Enquanto, o princípio da "stare decisis" exige que os
tribunais sigam as decisões anteriores para manter a coerência e a estabilidade do
direito. Já os precedentes vinculantes são obrigatórios e devem ser seguidos pelos
tribunais, enquanto os precedentes persuasivos têm força persuasiva, mas não são
obrigatórios.
9) Disserte acerca das diversas acepções do conceito de “princípios no direito”,
explicando cada uma delas. (5,0)
R- Os princípios no direito possuem diversas acepções. Eles podem ser
entendidos como Princípios gerais do direito, são responsáveis por fornecer base
para a criação e integração das normas jurídicas, respaldados pelo ideal de justiça;
Os princípios jurídicos epistemológicos, têm como objetivo dirigir e organizar o
estudo de uma disciplina científica particular do direito e os Princípios
13
Constitucionais, sendo estes valores positivados como normas jurídicas na
constituição.
10) A doutrina pode ser considerada fonte do direito? Explique e fundamente sua
resposta. (5,0)
R- A doutrina pode ser caracterizada como Fonte do direito, sendo
classificada como Forte formal e indireta. Isso porque, por mais que não tenham
força vinculante ou obrigatória, é uma fonte considerada interpretativa, onde
pode-se encontrar as opiniões teóricas dos juristas que influenciam a aplicação do
Direito.
● Justiça, Direito e Moral
○ Introdução:
■ O que é o Direito? Não há uma única resposta correta para essa
pergunta (pressupõe antes definir qual perspectiva filosófica
iremos adotar)
■ Tentativa, didática, de uma classificação
● Direito como ciência autônoma: forma autônoma
desvinculada de outras áreas do conhecimento, levando
em conta elementos centrais do universo estritamente
jurídico, não adentrado na moral, sociologia, etc. Vai
apenas extrair daquilo que pertence à própria estrutura
do Direito. (positivismo)
● Direito vinculado à moral: (jusnaturalismo,
pós-positivismo)
● Direito vinculado à sociologia: Fenômeno jurídico como
um grande fenômeno da comunicação, relacionando-se
com a sociedade
14
● Direito vinculado à política: Esta presente em teorias que
de alguma forma expressam a vista mais crítica do
Direito, como uma denúncia (identificação daquilo que o
Direito se torna instrumento de manutenção das
desigualdades e não de emancipação)
○ Direito como fenômeno Moral
■ O conhecimento do direito reconhece a profunda relação dos
fenômenos jurídicos com valores morais→ há no positivismo
um corte entre os dois, mas os estudiosos reconhecem esta
relação
■ Problema central: qual a natureza conceitual da relação entre
direito e moral?
● Para conceituar o que é o direito eu preciso relacioná-lo
com a moral?
● para Kelsen, por exemplo, é possível conceituar o direito
sem levar em conta a moral ou a justiça
■ Principais correntes em torna da questão: Jusnaturalismo e
positivismo jurídico
○ Possíveis abordagens sobre o conhecimento do Direito
■ Relação necessária (tese da vinculação)→ jusnaturalismo
■ Relação independente (tese da separação)→ positivismo
jurídico
■ Relação Contingente (tese da complementariedade)→ pós
positivismo e positivismo inclusivista
○ Direito natural vs. Direito positivo
■ O positivismo jurídico reconhece a discricionariedade judicial,
pela insuficiência da ciência do Direito de descrever proposições
universalmente aceitas quanto à aplicação do Direito.
15
Quarto Bimestre
● Interpretação sistema dinâmico
○ A interpretação das normas vai de um escalão superior para um
inferior de normas
Interpretação na teoria pura do direito
● Introdução:
○ Dupla perspectiva da dinâmica jurídica no ato de aplicação do
direito: produção de uma norma do escalão inferior/execução
de um ato de coerção estatuído na norma superior aplicanda. A
interpretação é, portanto, uma operação mental que
acompanha o processo da aplicação do Direito no seu progredir
de um escalão superior para um escalão inferior.→ Sistema
jurídico
● Interpretar: identificar o sentido e o alcance da norma (o que ela
determina e quais situações ela regula)
○ a) autêntica: aplicador da norma (legislador e juiz)
○ b) não-autêntica: indivíduos e ciência do direito
○ Indeterminação das normas: não há um sentido
○ a) Intencional: aplicador deve continuar o processo
○ b) não-intencional: polissemia ou plurissignificação da
linguagem→ Insuficiência dos métodos de interpretação
tradicionais.
● Como a interpretação se relaciona com o sistema dinâmico
○ Como sistema dinâmico, interpretação acompanha o ato de
aplicação de uma norma superior e a produção de uma norma
inferior, seja o legislador aplicando a Constituição e produzindo
a lei; o administrador aplicando a lei e produzindo o
16
regulamento; seja o juiz aplicando a lei, produzindo norma
individual (decisões judiciais).
● Indeterminação das normas:
○ Intencional: o legislador deixa em aberto no texto normativo,
intencionalmente, para que o aplicador norma continuasse o
processo de determinação. Isso acontece, porque o legislador
não tem conhecimento suficiente.
○ Não intencional (Hans KELSEN se preocupa com as normas não
intencionais): decorre da linguagem da norma. A norma é
vertida de uma linguagem natural que sofre polissemia ou
plurissignificação da linguagem. O direito só não teria esse
problema de polissemia, caso a norma fosse prescrita por uma
linguagem simbólica.
● Os métodos hermenêuticos (interpretação literal, lógica, gramatical,sistemática, histórica) são incapazes de solucionar as normas não
intencionais. - A teoria pura do direito só pode descrever proposições
descritivas da norma sobre questões que são objetivas,
universalmente válidas. - Kelsen não acredita em valores morais
universais (moral relativista). - Ciência do direito não pode descrever
prescrições universalmente válidas A interpretação como ato de
vontade não é ciência do direito (problema de política jurídica), ele
afirmou que essa interpretação, como ato de vontade, é discricionária.
Mesmo que decisões contra legem, decisões que não embarcaram na
moldura de sentidos, se tornam formalmente válidas.
● Fases da Interpretação:
○ ato de conhecimento: todos os sentidos semânticos da norma
○ ato de vontade: escolha de um dos sentidos para se aplicar ao
caso
17
● Ronald Dworkin: Crítico do Positivismo Jurídico e Teoria do Direito
como Integridade
● I. Introdução
○ Ronald Dworkin: Filósofo e jurista norte-americano.
○ Crítico do positivismo jurídico, defendeu a teoria do direito
como integridade.
● II. Fases do Pensamento Teórico
○ 1ª Fase (1966-1985): Crítica ao positivismo jurídico e utilitarismo.
○ 2ª Fase (1986-2000): Interpretativismo e igualdade de recursos.
○ 3ª Fase (2011): Unidade do valor.
● III. Reforma do Liberalismo
○ Modelo de regras I: "liberalismo igualitário" buscando conectar
liberalismo e igualdade.
○ Crítica ao positivismo jurídico e utilitarismo por negligenciar a
tese dos direitos.
○ Proposta de adesão limitada ao capitalismo e democracia
majoritária (liberalismo reformado).
● IV. Crítica ao Positivismo Jurídico
○ Análise do positivismo de Hart como dominante no mundo
anglo-saxão.
○ Refutação das três teses principais do positivismo: regras, teste
de pedigree e discricionariedade.
● V. Diferença entre Regras e Princípios
○ Distinção entre regras (tudo ou nada) e princípios (com
dimensão de peso).
○ Resolução de conflitos: regras exigem exceção ou exclusão,
enquanto princípios prevalecem pelo peso.
● VI. Refutação das Teses Positivistas
18
○ Argumento de que o direito vai além de regras explícitas,
incluindo princípios como normas obrigatórias.
○ Identificação de princípios não baseados em fontes formais,
desafiando o teste de pedigree.
○ Princípios resolvem a discricionariedade, favorecendo a tese da
única resposta correta.
● VII. Princípios x Políticas
○ Distinção entre princípios (exigências de justiça) e políticas
(metas desejáveis da comunidade).
● VIII. Interpretativismo e Direito como Integridade
○ O direito como prática argumentativa à luz do que deveria ser.
○ Método de interpretação conversacional e construtiva.
○ Teoria da única resposta correta para resolver casos difíceis,
refutando ceticismo e pluralismo.
Estudo do Ordenamento Jurídico: Antinomias Jurídicas.
I. Contextualização e Definições
Norberto Bobbio sobre a interdependência das normas jurídicas dentro de um
ordenamento.
Problemas decorrentes das relações das normas entre si.
II. Três Espécies de Problemas
Unidade: Hierarquia das normas.
Coerência: Antinomias jurídicas.
Completude: Lacunas no direito.
III. Ordenamento Jurídico como Sistema
19
Sistema como totalidade ordenada e compatibilidade entre normas.
Incompatibilidade entre normas no mesmo ordenamento é inaceitável (dever de
coerência lógica).
IV. Antinomias no Ordenamento
Definição de antinomia: Normas incompatíveis no mesmo contexto jurídico.
Condições necessárias para antinomia entre duas normas.
V. Tipos de Antinomia
Total-total, parcial-parcial e total-parcial.
Antinomias solúveis (aparentes) e insolúveis (reais).
VI. Critérios para Solução de Antinomias Aparentes
Cronológico, hierárquico e de especialidade.
Insuficiência dos critérios e antinomias insolúveis.
VII. Conflito entre Critérios e Soluções
Dilemas entre critérios hierárquicos, cronológicos e de especialidade.
Discricionariedade judicial diante de antinomias insolúveis.
20
VIII. Conclusão sobre Solução de Antinomias
Destaque para antinomias insolúveis e a necessidade de discricionariedade judicial.
21

Outros materiais