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Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 INFECÇÃO POR MYCOPLASMA SP. Superfície de hemácias – parasita hemotrófico Por ficar na superfície das hemácias tem tropismo pelos eritrócitos Possui 4 espécies reconhecidas: o Mycoplasma haemofelis (Mhf) Mais patogênico Em infecções experimentais ➝ gerou anemia hemolítica aguda Em infecções naturais ➝ gerou anemia crônica o Candidatus Mycoplasma haemominutum (CMhM) Anemia em gatos suprimidos (+++ FeLV) Em infecção experimental ➝ Baixa hematócrito porém, sem causar anemia significante. Anemia em gatos passando por quimioterapia ( +++ linfomas) É o mais prevalente, mas não é o mais infeccioso. o Candidatus Mycoplasma turicensis (CMt) Em infecção experimental ➝ Baixa hematócrito sem causar anemia Anemia em gatos co-infectados com Mh e Mhm, retrovírus ou neoplasias. o Candidatus Mycoplasha haematoparvum Importância ainda não definida Mht – mais comum na maioria dos estudos Mh – Alta prevalência em regiões específicas (é o que mais vai ter casuística) SINAIS CLÍNICOS Variáveis (depende de estágio da infecção, comorbidades associadas); Sinais ligados à anemia: mucosas pálidas, letargia, anorexia, perda de peso, depressão, desidratação; Febre intermitente – apenas em estágios agudos Esplenomegalia Icterícia – apenas em casos que a hemólise é muito intensa Assintomáticos – até mesmo mais patogênico pode estar lá e o gato não vai apresentar sintomas. TRANSMISSÃO Contato social Vetores: pulgas e carrapatos Transfusão sanguínea Outros: vertical, instrumentais contaminados, etc. PATOGÊNESE Hemólise extravascular – o mais importante de todos Hemólise intravascular Na extravascular: ela dentro da hemácia sofre hemólise e gerando produção de hemoglobina por isso o gato apresenta hemoglobinúria. Por isso que alguns gatos não iremos ver icterícia e sim mucosas mais pálidas. DIAGNÓSTICO PCR para Mycoplasma; Pesquisa de hemoparasita – esfregaço direto de sangue sem EDTA Por ele estar na superfície e não dentro, o EDTA pode fazer com que ele se desprenda dando falso negativo. Deve-se coletar com a lâmina ao lado, no próprio consultório. Demais exames complementares (depende do status retroviral) Na maioria das vezes não sabemos o subtipo da doença. Então deve ver se trata para mycoplasmose ou não. Por isso é importante saber o estado retroviral do paciente. TRATAMENTO Doxicilina: 10mg/kg, SID ou 5mg/kg BID; Quinolonas (enrofloxacino, marbofloxacino, pradofloxacino); Glicocorticóides – é relativo o seu uso. Transfusão – apenas para pacientes descompensados (o quadro clínico irá indicar isso) ou hematócrito abaixo de 10; Tratamento de suporte IMPORTANTE: O paciente tem de 5 a 7 dias para melhorar hemograma (hematócrito), etc. Se nesse período ele não melhorar, pode ser que não seja mycoplasmose ou ela não seja a doença base e sim oportunista. O paciente tem cura CLÍNICA, não parasitária. Muito raro ter cura parasitária. O tratamento tira ele do quadro clínico agudo, e ele se torna paciente portador crônico. PROGNÓSTICO Bom a reservado. Depende se o animal tem alguma doença secundária como AHAI. AHAI – anemia hemolítica autoimune. Válido lembrar: mycoplasma não parasita plaqueta, apenas hemácias. Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 TOXOPLASMOSE FELINA É um protozoário coccídeo intracelular obrigatório. O gato é o único hospedeiro definitivo, onde há reprodução sexual do protozoário nele. INFECÇÃO Ciclo do T. gondii: Rato com infecção latente fica super “corajoso” e aumenta sua exposição a um gato (caçador) → Parasita consegue concluir seu ciclo biológico pois o gato é seu hospedeiro definitivo → 3 a 10 dias APÓS a infecção, o gato elimina oocistos não esporulados no ambiente não sendo a forma infectante AINDA → Após 1-5 dias onde esses oocistos começam a ser esporulados no ambiente é quando se torna infectante → Tudo que estiver próximo ou onde esse gato tiver defecado irá ficar contaminado (caixa de areia, água, alimentos, etc.) Infecção por toxoplasma gondii no gato: Após a ingestão dos bradizoítos do rato → Em 3 dias o intestino do gato irá sofrer citólise → Replicação → Liberação dos oocistos pelas fezes → É necessário ter passado de 1 a 3 semanas após a primeira infecção para esse gato começar a infectar com os oocistos! Mesmo se esse gato se infectar novamente, o ciclo intestinal não volta a acontecer mais do que uma vez. Ou seja, ele só contamina e libera oocistos durante essas 3 primeiras semanas após a sua primeira infecção e tem que ser com fezes envelhecidas (1-5 dias) no ambiente. Nem sempre o gato que está apresentando sinais clínicos é aquele que está no período que está infectando! Pode vir três respostas diferentes após contaminação: Boa resposta imune → o sistema imunológico vai neutralizar Desenvolvem uma resposta imune adequada → latência o Cistos latentes ficam reclusos em alguns órgãos: musculatura estriada, cérebro e fígado, etc. o Frente a uma imunossupressão por: se faz reativação não tem eliminação intestinal, fica pelo resto da vida com os cistos lá. E ainda assim não tem a eliminação intestinal. Falha imunológica → doença clínica SINTOMATOLOGIA Sintomatologia multissistêmica: tanto na infecção aguda ou reativação; Inespecíficos: letargia, febre, anorexia, perda de peso, dor muscular, hiperestesia.. Alterações oftálmicas: uveítes e coriorrelinites o Pode evoluir para: Cegueira, hifema, descolamento de retina, neurite óptica, anisocoria; Alterações respiratórias: broncopneumonia, rinite... Meningoencefalite: alterações comportamentais, convulsões (focais ou generalizadas), ataxia, tremores, paresia, déficts em nervos cranianos... Alterações neurológicas geralmente toxoplasma entra como diagnóstico diferenciais. Outros: hepatoesplenomegalia, icterícia, ascite, artrite, claudicação, dermatite priogranulomatosa, linfadenomegalia. DIAGNÓSTICO Exames de rotina: pouco sugestivos o Hepatites e pancreatites: ↑ de ALT, AST, FA; o Miosite: ↑ de CK, ALT, AST; o Hemograma normal ou leve anemia, leucograma inflamatório; o Radiografia de tórax: padrão intersticial, alveolar e/ou efusão pleural; Citologia: efusão pleural, abdominal e lavado traqueal; Análise de LCR (em quadros neurológicos) o Pleocitose variável (geralmente mononuclear) o Detecção de Ac’s Sorologia o IgM (Ac de fase aguda): 2 a 4 semanas após a infecção (muito difícil achar já que a contaminação é de 1-3 semanas); Níveis máximos entre 4 e 6 semanas após a infecção primária; Considerar: imunossuprimidos (ausência), manutenção da infecção ativa (persistência). o IgG: Detectados entre 4 a 6 semanas após infecção; É o menor dos problemas pois ele não pode infectar mais; Detectados isoladamente após a 16ª semana; Colostro: perdurar até 12 semanas de vida o Sorologias pareadas (2 semanas) Detecção de T.gondii em amostras teciduais: Detecção de T.gondii em amostras teciduais: o Histopatológico o Imuno-histoquímicos PCR (pegar de amostras que tenham lesão): o Humor aquoso, secreções respiratórias, líquidos cavitários, eventualmente sangue, raramente fezes (fezes não diz nada para gente). PCR DEVE HAVER SUSPEITA CLÍNICA! TRATAMENTO Tratamento: cura clínica, se possível parasitária. Não há drogas efetivas para os cistos teciduais. Clindamicina 12,5mg/kg – BID – 4 semanas (Cuidado com esofagite) Sulfa + Trimetoprima 15mg/kg – BID – 4 semanas (Resposta mais lenta) Resposta positiva ao tratamento: 2 a 3 dias (caso não haja, iniciar outraabordagem diagnóstica!) Oftalmopatias: colírios midriáticos e glicocorticoides. Resposta lentas: tratamento sistêmico. PROFILAXIA Com os gatos: Remoção e descarte diário das fezes da bandeja sanitária; Utilizar luvas para: limpar as bandejas, cuidar do solo/horta, limpar carne e vegetais; Congelamento de carnes (-15ºC) por 3 dias; Cozimento das carnes: 80ºC por 15 minutos/ Ingerir água apenas de fontes confiáveis; Controlar vetores mecânicos; Pessoas imunossuprimidas: evitar limpar bandeja sanitária e se limpar deve utilizar luvas; Evitar contato com taques de areia de playgrounds. Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 PERITONITE INFECCIOSA FELINA (PIF) Apesar do nome ser PIF, não causa apenas inflamação peritônica. Nem todos os pacientes terão peritonite. Coronavírus felino (FCoV) – agente infeccioso que causa o Coronavírus Entérico Felino (FECV) → tropismo por enterócitos: Quando muito: diarréia ou Assintomáticos; Elevada concorrência (chegando a 100% em ambientes com mais de 6 gatos); o Vírus da Peritonite Infecciosa Felina (FIPV) → tropismo por macrófagos: Infecção sistêmica – cai na circulação e começa a se espalhar; Acomete 1 a cada 10 gatos; Hipóteses: Mutação interna (mais aceita): o Altamente sujeito a mutações (por ser RNA cadeia longa); o FECV → mutação (desconhecida) → FIPV; ou seja, alguns animais que possuem FECV sofre uma série de mutações e se torna o FIPV que é o que vira PIF. E quando ele sofre mutação, ele perde o tropismo por enterócitos e começa a ter tropismo por macrófagos e esses macrófagos irão se espalhar pelos tecidos e corpo desse gato. Nos tecidos começa a ter uma replicação viral. É uma junção de fatores. Nem todo gato que tem contato com FECV irá desenvolver PIF, porém TODO gato que tem PIF teve contato anteriormente com FECV. FIPV patógeno circulante (menos aceita): o Imunidade individual. Explicação: ele já é um patógeno pronto, e em alguns organismos irá encontrar susceptibilidade e fazer as infecções dos macrófagos e outros não. Imunidade dos indivíduos acometidos: o Em todos os gatos acometidos pela PIF ↓ imunidade celular e ↑ capacidade de imunidade humoral, ou seja, a célula dele não trabalha bem para induzir a apoptose das células contaminadas e matar os agentes, mas, produz muito anticorpo. Contaminação: o Fecal-oral o Eliminação viral em gatos sadios: transitória, recorrente ou crônica – meses a anos; Vírus: facilmente inativado por detergentes e desinfetantes. Prevalência: o Idade: jovens (menor de 2 anos) ou idosos; o Raças: raça pura (Persas e Bengals) ? o Condições estressantes – dá pra associar por geralmente ser o estopim para o início dos sintomas Desafios ambientais Co-infecções: FIV, FeLV MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Multissistêmica de curso crônico e progressivo (já vem mostrando que não está bem há um tempo); Duas formas distintas (porém, podem co-existir): o Imunidade celular fraca/inexistente → efusiva (úmida) Aumento da permeabilidade vascular e lesões piogranulomatosas; o Imunidade celular intermediária → não efusiva (seca) Lesões granulomatosas; Sintomas iniciais e comum a ambas as formas: o Perda de peso, baixo desenvolvimento o Febre o Inapetência o Icterícia – até mesmo nas fases iniciais. Forma EFUSIVA (úmida): Distensão abdominal: ascite, organomegalia, espessamento de alças intestinais, aumento de linfonodos mesentéricos Dispnéia: efusão pleural (muito comum!) e pericárdica. Forma NÃO EFUSIVA (seca): Órgão acometido (isolado ou combinado); Olho: uveíte, hifemia, hipópio, miose, precipitados ceráticos; SNC: lesões únicas ou multifocais, envolver nervos cranianos, medula espinhal ou meninges; Pneumonia granulomatosa; o Convulsão, ataxia, nistagmo, tremor, paralisia, paresia, andar em círculos, hiperestesia, incontinência urinária (...) Abdome o Granulomas em linfonodos mesentéricos, fígado, rins, baço e omento; o Colite ACHADOS LABORATORIAIS Hemograma o Sem alterações específicas; o Pode evoluir para anemia arregenerativa leve a moderada o Linfopenia, +/- Neutrofilia +/- desvio a esquerda o +/- Trombocitopenia (é uma causa importante!) o Hiperproteinemia (89%) Bioquímicos o Mais comum: alteração nas transaminases hepáticas; o Renais, são comuns principalmente se tiver acometimento renal importante; o Hiperbilirrubinemia (mais direta) o Relação Albumina:Globulina o ↓ albumina + ↑ globulina → baixa (<0,8) Se < 0,4 – PIF é provável Se > 0,8 – PIF é improvável Análise da Efusão Cor: amarelo palha ou amarelo ouro, viscoso, coagulação; Baixa contagem celular < 5.000 células nucleadas/ml o Neutrófilos e macrófagos. Ausência de bactéria; ↑ Alto teor proteico (>3,5mg/dL) Relação albumina:globulina (do líquido) < 0,4 – PIF É PROVAVEL; o Se > 0,8 – PIF IMPROVÁVEL Teste de Rivalta: Vai colocar uma gota dessa efusão em um líquido, se a gota se dispersa é negativo ou se ela começar a se decantar em forma de gota até o final é positivo. o Valor Preditivo Positivo – 86% o Valor Preditivo Negativo – 96% o Suporta o diagnóstico de PIF, porém não é patognomônico: Linfomas, peritonite bacteriana e piotórax (doenças que podem causar essas mesmas alterações). DIAGNÓSTICO Titulação de Ac’s contra FCoV Nenhum valor diagnóstico! (não diferencia entre FECV e FPIV pois todos eles são apenas para detecção de coronavírus) Alguns casos é possível fechar em PIF, como por exemplo: se coletar conteúdo do olho (paciente com sintomas oftálmicos) e der positivo para FCoV, o FECV que comumente só vive no intestino não iria estar na região ocular. Podendo ir afunilando para PIF nesses casos. Se o FCoV, Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 consegue migrar e ir para outro órgão que não é o intestino, tem grandes chances de ser PIF. Então, localizar coronavírus em lugares que ele geralmente não está é altamente sugestivo para PIF. RT-PCR (FCoV) Não diferencia entre FPIV e FECV; RT-PCR de amostras específicas: efusões, linfonodos, órgãos acometidos (granulomas), humor aquoso, LCR... o PCR positivo → suporta o diagnóstico: 90,4% mais nos gatos com PIF; 7,8% mais não tinha PIF; o Amostras não validadas: sangue e fezes. Histopatológico de onde tem lesão (Fecha diagnóstico!) o Geralmente não acontece pois a cirurgia de biópsia pode ser muito para o animal que já está debilitado. o Reação de Hipersensibilidade do Tipo III (Tipo Arthus) Inflamação intensa mediada por complexos formados pela ligação Ag-Ac Imunohistoquímico ou Inumocitoquímicos o Não diferencia FECV e FPIV! Apenas na PIF ocorre uma replicação viral intensa capaz de gerar uma reação positiva: Positivo – fortemente sugestivo de PIF; Negativo – não exclui. o Na Efusão: VPP – 100% e VPN – 56% Importante: Histórico + achados clínicos + achados laboratoriais + exclusão de outras patologias! PIF é um diagnóstico construído. TRATAMENTO Doença progressiva, óbito provável! Objetivo do tratamento medicamentoso: Para desacelerar as lesões causadas pelo vírus. Inibir imunidade humoral → imunossupressores Estimular imunidade celular → citocinas imunomoduladoras Tratamento inuossupressor: Prednisolona 2 a 4mg/kg SID Ciclofosfamida: associada a prednisolona Tratamento imunológico Propianebacterium acens, tilosina, acemanan, INF alfa, ING ômega.. Estudos invivo sem comprovação Tratamento suporte individual: Fluidoterapia, antibióticos (imunossuprimidos), vitaminas anti- oxidantes. Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 FIV E FeLV Retroviroses Felinas Dentreas duas viroses, o FeLV causa muito mais imunodeficiência nos gatos e nem sempre os gatos têm realmente leucemia, apesar do nome. RNA cadeia simples; Enzimas transcriptase reversa (RT), integrasse e protease; Síntese de DNA a partir dessa cadeia de RNA; Integração ao DNA do hospedeiro – uma vez que consegue, é pra sempre. Não se desfaz! VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA FELINA (FIV) Lentivírus – foi descoberto em 1986 em doenças oportunistas que causavam imunossupressão; TRANSMISSÃO: Horizontal (principal): inoculação de saliva (brigas, mordidas) o Coabitação pacífica (não há brigas) → baixo risco Vertical: o Mãe infectada durante a gestação → podem ter filhotes virêmicos; o Mãe cronicamente infectada → dificilmente ocorre (a carga viral para os filhotes tende a ser muito baixa). Fatores de risco: aumenta com a idade, macho, não-castrado, acesso à rua, agressão entre gatos. Importante: O vírus não tem a capacidade de viver fora do hospedeiro. Então ele não dura muito no ambiente. INFECÇÃO PELO FIV FASE SIDA: depleção linfoide, anemia e leucopenia persistente, infecções oportunistas, doenças FIV-relacionadas. FASE AGUDA: 1 a 3 meses após infecção, animal apresentará febre, neutropenia, linfadenopatia, replicação viral da orofaringe, diminuição os níveis de linfócitos T (CD4+ e CD8+). FASE CRÔNICA: Assintomáticos. Pode durar de meses a anos. Pode até morrer de velhice nessa fase. DIAGNÓSTICO – FIV Point of Care (POC) – Elisa ou imunocromatográfico Detecção de Anticorpos!!!! Até 60 dias após infecção (SE DER POSITIVO ERA PQ JÁ TINHA); Cautelas: o Filhotes de mães positivas podem reagir positivamente até os 6 meses de vida, sem estarem verdadeiramente infectados! Gatos vacinados – testa positivo (gatos que foram vacinados fora do país) Fase terminal: podem ser negativos porque nem anticorpos eles tem mais. Reação em Cadeia Polimerase – PCR Detecção de genoma viral (PCR ou RT-PCR) 5 a 10 dias após a infecção – vai começar a dar positivo; FASE DE INFECÇÃO x DIAGNÓSTICO Fase aguda – 1 a 3 meses: Se fizer teste para detecção de Ac’s (POC): negativo ou positivo Detecção de Genoma Viral (RNA ou DNA): positivo (carga viral alta no momento) Fase crônica – meses a anos: Se fizer teste para detecção de Ac’s (POC): positivo Detecção de Genoma Viral (RNA ou DNA): positivo ou negativo (se a carga viral tiver muito baixa) Fase SIDA – fase terminal: Se fizer teste para detecção de Ac’s (POC): negativo ou positivo Detecção de Genoma Viral (RNA ou DNA): positivo VÍRUS DA LEUCEMIA FELINA (FeLV) Gamaretrovírus – 1964 Subtipos: A, B (linfomas), C (medula óssea) e T Não é porque o gato tem o vírus da leucemia, que ele tem a leucemia propriamente dita, mas é uma das formas que ele pode desenvolver a doença. TRANSMISSÃO: Transmissão mais fácil do que o FIV. Basta estar convivendo no mesmo ambiente com um gato positivo; Eliminação por secreção e fluidos corporais: saliva, secreções respiratórias, fezes, lágrima e leite; Horizontal: lambedura mútua, mordedura; Vertical: transplacentária ocorre! Fômites → risco mínimo Transfusões sanguíneas Não precisa necessariamente ter uma porta de entrada como um trauma como o FIV. Fatores de risco: gatos mais jovens, acesso à rua, contato íntimo com gato infectado, mãe infectada. INFECÇÃO PELO FeLV Estágio 1 Dura: 1 a 4 dias Replicação viral em tecidos da orofaringe – depois esse vírus vai sair da orofaringe em células do sistema mononucelar (células de monócitos e linfócitos) e vão ganhar a circulação Estágio 2 2 a 14 dias Linfócitos e monócitos da circulação – depois que saiu da orofaringe que viram essas células e caem na circulação. Depois é quando o animal começa a demonstrar: Febre, letargia, linfadenopatia, apatia Estágio 3 3 a 21 dias Depois procura os tecidos linfoides: Baço, linfonodos e tecidos linfoides do intestino Até aqui, sem atingir a medula óssea se chama: VIREMIA PRIMÁRIA OU TRANSITÓRIA (6 a 36dias) Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 Estágio 4 Infecção de medula óssea – o intuito da felv é esse tomar a torre de controle (medula óssea). Começa a replicação viral em neutrófilos, linfócitos e plaquetas (tudo que sair da m.o. vai sair com célula infectada); Estágio 5 Disseminação de neutrófilos infectados Estágio 6 Tecidos epiteliais sistêmicos (gl. Salivares, lacrimais e bexiga) Quando atinge a medula óssea: VIREMIA SECUNDÁRIA OU PERSISTENTE! ESTÁGIOS DA INFECÇÃO: viremia primária e secundária Viremia Primária: Exposição → Replicaçãoo viral da orofaringe → Células mononucleares na circulação → Disseminação em tecidos linfoides Viremia Secundária: Infecção da Medula óssea → Disseminação de células infectadas → Replicação em tecidos epiteliais Diferente do FIV, uma vez indo para os tecidos linfoides. Alguns organismos reagem a presença do vírus, conseguindo conter a replicação viral. Por isso que alguns gatos fazem a viremia primária e não vão para viremia secundária. DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO PELO FeLV Point-of-Care (Elisa ou imunocromatográfico) – Antígeno P27 o Gatos em viremia (transitória ou persistente) o Se detecta antiginemia, provável viremia.(ainda não se sabe se é transitório ou persistente). OBS: diferente do FIV, no FeLV a gente está procurando antígeno!!!!! Imunofuorescência (IFA) – detecta em células do sangue ou MO o Detecção de fluorescência viral em células de precursores infectados na corrente sanguínea; o Quando solicitar: Teste rápido + - distinguir entre viremia transitória da persistente. Obs: Se está reagindo a imunofluorescência, já indica que esse vírus já ultrapassou a medula óssea. Consegue dizer se é transitória ou persistente, se é imunofluorescência positiva é um felv persistente. Reação em Cadeia Polimerase (PCR) – qualitativo vs quantitativo o RT-PCR → Rna viral (partícula viral em circulação) – DNA que foi integrado no dna do hospedeiro. o PCR → DNA viral (pró-virus) Teste rápido: pelo menos 30 dias para verificar se tem antígeno em circulação. RNA (partícula viral) – 7 dias a partir da infecção Integração (DNA viral) – 15 dias após a infecção TIPOS DE INFECÇÃO PELO FeLV Infecção Abortiva: Limitam a infecção antes de ocorrer a integração; Aumenta os anticorpos neutralizantes; Negativo em todos os testes que se faça – principalmente se for um gato adulto ; Forma mais comum Infecção Progressiva: Estágio 6 – envolvimento da MO, replicação viral em células precursoras; Sistema imunológico incapaz de conter a infecção: principalmente em filhotes Clinicamente e epidemiologicamente mais importante – eliminam a maior parte das cargas virais em suas secreções Doenças FeLV associadas: bem provável Positivo em todos os testes: cautela infecção inicial (primeiros 40 dias ainda pode ser negativo) Infecção Regressiva: Estágio 3 Sistema imune contém a replicação viral, mas é incapaz de eliminar: o Integração do genoma viral no hospedeiro; Importância: carreadores de pró-vírus: o Reativar a infecção → progressores o Doadores de sangue → fontes de infecção ao receptor Doenças FeLV-associadas: improvável (alguns casos de linfomas e supressões de M.O) Não é positivo em todos os testes o Positivo no PCR (DNA Viral) Infecção atípica – rara o Segundo novo consenso. o Vírus fica sequestrado em lugar específico (ex: se for bexiga só sai célula de vírus apenas na urina); o Resultados de testes discordantes; o É bom ter cuidado, pois, existe possibilidade de o sequestro ser na glândula mamária. E essa gata pode ser uma mãe de leite. ALGORITMO PARA DIAGNÓSTICO FIV E FeLV – NA PRÁTICA Teste Rápido – possibilidades: Se deu FIV + → indica que esse gato já tem anticorpo. Se for um gato de alto risco, como brigar com outros gatos na rua, etc. Talvez já seja possível fechar o diagnóstico. Se quiser confirmar o diagnóstico, pode se realizar: o PCR ou fazer um reteste – se for positivo, infecção está confirmada. Mas se for negativo, status está indefinido. FeLV + → Aqui sempre precisa pensar na possibilidade dele estar em uma viremia transitória ou persistente. Dai, precisará fazer um PCR ou fazer a imunofluorescência. Nesse caso o PCR é melhor pois iremos ter mais informações. Tem a opção também esperar 45 dias e re-testar o gato com teste rápido, se continuou positivo ele é progressor e se deu negativo pode ser uma regressão. FeLV – e FIV - → Como não é uma setença de que ele pode não ter nada. Pode-se retestar. Felv: repetir em 40 dias. FIV: em 60 dias repete o teste. Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 SINDROMES CLÍNICAS QUE POSITIVOS PARA FIV/FeLV PODEM DESENVOLVER ANEMIA Anemias arregenerativas Doenças inflamatórias crônicas Mielossupressão Aplasia medular Doenças mieloproliferativas Anemias regenerativas Anemia hemolítica primária ou secundária (hemácias estão sendo destruídas) Investigação: Contagem de reticulóticos: agregados (regenerativa x arregenerativa) Mielograma (aplasia x hipoplasia x mielofitise) Pesquisa para hemoparasita e PCR para mycoplasma Exames de imagem: RX de tórax e USG abdominal Saber a causa para tratamento adequado! PANCITOPENIA – mais sugestivo de doença medular; DOENÇAS IMUNOMEDIADAS Uveítes; Anemia Hemolítica Primária; Glomerulonefrite (muito comum em FIV+); Poliartrite; Complexo Gengivite Estomatite Felina; DOENÇAS MIELOPROLIFERATIVAS Linfomas: Linfoma mediastinal (mais comum em jovens com FeLV + do que leucemias) Linfoma alimentar Multicêntrico Extranodal (rins, SNC, pele, nasal, laringe...) Leucemias (+FeLV) Aguda ou crônica; Eritróide, granuolícita ou mielocítica DERMATOPATIAS Geralmente associado a outra manifestação clínica; Cornos cutâneos NEUROPATIAS Ação direta do vírus: Anisocoria; Síndrome de Horner; Midríase; Incontinência Urinária; Paresia; Paralisia; Vocalização anormal; Hiperestesia Linfoma: SNC ou Medular (paresia, apatia, perde capacidade de urinar) Infecções secundárias do SNC: Fúngicas (ex: criptococose), bacterianas, toxoplasmose. INFECÇÕES OPORTUNISTAS E SECUNDÁRIAS Muitas infecções recorrentes do trato superior ou do trato inferior pode indicar um gato que vive imunossuprimido. Ex: Democidiose Felina OUTRAS Hepatopatias inflamatórias e degenerativas; Alterações reprodutivas: reabsorção, aborto, morte neonatal; Recém-nascidos: síndrome do definhamento neonatal; Síndrome Panleucopenia-like; TRATAMENTO Direcionamento a síndrome clínica relacionada... Anemia: causa base, suporte, transfusão sanguínea Imunossuprimidos: o Imunoestimulantes e Imunomoduladores – questionável em casos já sintomáticos. o Timomudulina, Propianbacterium acnes, Interferon Felino/humano o Neutropênicos: Filgastrin 5 a 10mg/kg – SID – SC 5 dias Se infecção bacteriana, imunossupressão grave ou risco de sepse: antibióticos. Linfoma ou leucemias – quimioterapias Processos imunomediados – corticoterapia, imunossupressores. TERAPIA ANTI-RETROVIRAIS Ação sobre: Transcriptase reserva, integrasse e protease; FeLV: progressivos FIV: fase crônica – prestes a entrar em fase SIDA. Depleção dos níveis de linfócitos CD8+ e CD4+ Efeitos colaterais: anemia, neutropenia, anorexia e vômito Monitoramento: semanal, quinzenal, mensal!!! Estudos mais promissores In Vitro do que In Vivo pois há pouca interferência na carga viral, sem evidência do aumento da sobrevida, maior incidência de efeitos colaterais. Anemia arregenerativas, neutropenias, anorexia, vômitoSegundo o consenso pode se usar terapia anti-retroviral em: gatos com condições neurológicas relacionadas a multiplicação viral no SNC ou para Complexo Gengitive Estomatite onde já fez a cirurgia e esses pacientes continuam refratários. Principais Doenças Infecciosas de Felinos Vanessa Lima – 2023.2 TRATAMENTO DOS ASSINTOMÁTICOS Vida livre de estresse: o Atender necessidades ambientais; o Ambiente tranquilo, minimizar exposição a fatores estressores; o Equilíbrio emocional; Vacinação: o FIV positivos: V5 o FeLV positivos: V3 ou V4 Controle parasitário: ecto e endoparasitas Acompanhamento veterinário: regular ou mediante qualquer sinal de doença ou modificação de comportamento; Nutrição de qualidade Manutenção da saúde bucal (profilaxia dentária) Castração Sem acesso à rua;
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