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Atividade 4 Iniciado: 26 nov em 19:54 Instruções do teste Importante: Caso você esteja realizando a atividade através do aplicativo "Canvas Student", é necessário que você clique em "FAZER O QUESTIONÁRIO", no final da página. 0,2 ptsPergunta 1 Leia o texto a seguir: O cinema africano de língua portuguesa surge ainda no período colonial, mas é sobretudo a partir das Independências que se constitui. A criação de espaços culturais pelas novas gestões, principalmente em Angola e Moçambique, possibilitou não apenas a visibilidade da sétima arte nesses territórios, como também a disseminação de narrativas literárias adaptadas ao contexto audiovisual. Uma das medidas dos novos países africanos independentes foi a criação de espaços culturais para a criação e disseminação do cinema. Assinale a alternativa que aponta um dos espaços mais importantes, deste primeiro período de construção nacional Universidade Agostinho Neto Cinemateca de Lisboa Sede do jornal O Brado Africano Instituto Nacional de Cinema de Moçambique Casa dos Estudantes do Império 0,2 ptsPergunta 2 A+ A A- Leia os dois excertos abaixo: Texto I: (...) E é sobre este sepulcro literário da nação imperial fixado na temática da Guerra Colonial que António Lobo Antunes ergue o falso Esplendor de Portugal, revisitando não a Guerra Colonial, mas o mundo colonial que a tinha gerado e o pós-independência em Angola. Partindo da metáfora da casa colonial, a narrativa de Lobo Antunes denuncia a violência e a desumanidade que a sua produtividade gerava, anunciando assim o seu previsível fim do esvaziamento e degradação de seus habitantes e o seu não-lugar nos textos pós-coloniais angolanos (...) (Fonte: Margarida Calafate Ribeiro. As ruínas da Casa portuguesa em Os Cus de Judas e em O Esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes. In: Portugal não é um país pequeno. Contar o império na pós-colonialidade. Manuela Ribeiro Sanches (Org.). Lisboa: Cotovia, 2006, p.45) Texto II: (...) Deito um centímetro mentolado de guerra na escova de dentes matinal, e cuspo no lavatório a espuma verde-escura dos eucaliptos de Ninda, a minha barba é a floresta do Chalala a resistir ao napalm da gillete, um grande rumor de trópicos ensanguentados cresce-me nas vísceras, que protestam (Fonte: Antonio Lobo Antunes. Os cus de Judas. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, p.213.) Considerando os excertos, avalie as afirmações abaixo: I. O texto crítico de Margarida C. Ribeiro demonstra o processo discursivo encontrado no excerto do livro de Lobo Antunes, mas apenas para ilustrar uma parte da obra, não o discurso como um todo. II. Ambos os excertos demonstram as novas experiências literárias pós-75, um através de uma discussão crítica, outro, a partir de uma passagem literária. III. O texto de Lobo Antunes faz uma crítica contundente às experiências literárias pós-75. IV. Ambos os excertos trazem reflexões sobre Angola durante o período colonial, representando a perspectiva discursiva anterior a 75. A+ A A- É correto o que se afirma apenas em: I e III I e IV II IV III 0,2 ptsPergunta 3 Leia o texto a seguir: A antiga e as atuais colônias são convocadas no tecido textual queirosiano para demonstrar que é preciso olhar para dentro da casa do hoje, deixando de parte os quintais míticos do império, cujo cuidar é, para Eça, impossível de ser realizado com êxito. Mesmo Gonçalo Ramires, que abandona a pátria e parte, no paquete Portugal, em busca do “sonho de África”, não é mostrado diretamente na Zambézia, a construir sua grande casa de “vinte janelas pintada de azul” ou a plantar – como diz a carta da prima lida em voz alta pelo mesmo administrador Gouveia que queria leiloar a África – “dois mil coqueiros [...] muito cacau, muita borracha”, além de criar “galinhas [...] aos milhares” (1947, v. VII, p. 410). Para Alberto Costa e Silva (2000), este empreendimento, nos quatro anos vividos por Gonçalo “em seu prazo de Macheque” seria de todo inviável em termos dos lucros que o romance apregoa. Os perigos seriam muitos e as dificuldades maiores ainda, dado o fato de haver, além de vários outros empecilhos, forte impossibilidade de entendimento entre Gonçalo e os chefes locais, o que geraria demasiados confrontos. Só muito dificilmente se ultrapassaria a barreira das duas formas distintas de europeus e africanos verem e pensarem o mundo, formas que sempre os separaram histórica e culturalmente, ainda resgatando o texto de Costa e Silva. Parece não haver africanos no território de Gonçalo, mas eles naturalmente é que teriam construído a casa, feito a plantação e cuidado das galinhas. Tal ausência demonstra que só a terra interessa ao império. Os homens nada representam. (Fonte: PADILHA, Laura Cavalcante. Um império a ruir e a “pena” de Eça de Queiroz. Revistas Letras. Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2012, p.87.) A+ A A- O artigo de Laura Padilha esclarece ao leitor o posicionamento discursivo de Eça de Queirós a partir da construção narrativa do livro A correspondência de Fradique Mendes. Nesse sentido, analise as asserções abaixo e a relação proposta entre elas: l. É possível compreender que ao autor corroborava com a perspectiva colonial através de seus textos, ainda que trouxesse as deficiências do Império naquele período. PORQUE ll. Os textos do escritor são retratos da nova ascensão de Portugal no fim do século XIX, com a efetiva colonização em determinados locais, como Moçambique. A respeito dessas asserções, assinale a alternativa correta A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. As asserções I e II são ambas proposições falsas. 0,2 ptsPergunta 4 Leia o texto abaixo: As pessoas que compõem as Memórias de Isabela Figueiredo, constituem-se, em primeiro lugar, como personagens dotadas de individualidade e de consciência próprias e específicas, com a consequente evolução no decurso da narrativa. Em segundo lugar, e de acordo com as imagens mentais que vão convocando, elas passam a ilustrar as vivências (coloniais e post-coloniais) daqueles que, na ponte aérea de 1975, regressam (de Angola e de Moçambique, respetivamente) a um país ainda em pleno processo revolucionário. Em terceiro lugar, estas personagens, estas pessoas, representam, também e principalmente, os traços A+ A A- psicológicos e as dominantes socioculturais de uma mentalidade que anula, ou, pelo menos, dilui, o caráter idílico e inocente da colonização portuguesa, anulando ou diluindo, em simultâneo, o estereótipo luso-tropicalista do branco. ARNAULT, Ana Paula. (Estereó)tipos (post-)coloniais: o retorno (Dulce Maria Cardoso) e Caderno de Memórias Coloniais (Isabela Figueiredo). Revista de Estudos Literários. Universidade de Coimbra, 2014, p.103-104. A partir das reflexões expostas na citação do artigo de Ana Paula Arnault, além dos seus conhecimentos sobre a obra Caderno de Memórias Coloniais, da escritora moçambicana Isabela Figueiredo, avalie as afirmações abaixo: I. As imagens construídas no romance da escritora, segundo a pesquisadora, diluem uma mentalidade colonial, justamente porque escancaram os conflitos dessas experiências no território moçambicano. II. Segundo a pesquisadora, ainda que o romance traga novas perspectivas sobre o período colonial, é impossível pensá-lo através de uma visão pós-colonial, visto a demarcação do momento em que a narrativa se passa. III. Obras artísticas, como as de Isabela Figueiredo, segundo a pesquisadora, possibilitam compreender o período colonial para além da visão luso-tropicalista. IV. A perspectiva teórica pouco contribui para a discussão pós-colonial comum nos textos literários contemporâneos. É correto o que se afirma apenas em: IV III e II II e IV I e III I e IV 0,2ptsPergunta 5 Leia o texto abaixo: A ideia do filme surge-me, como documentário, a partir de uma foto do meu amigo Ricardo Rangel, o grande fotógrafo moçambicano, da geração do Ruy Guerra, A+ A A- que faleceu há uns cinco anos. Um dia mostrou-me uma foto: uma mulher, prostituta, de minissaia, escoltada por dois militares, guerrilheiros recém-saídos da guerra pela Independência. Era o começo da operação que tinha como objetivo levar todas as prostitutas, símbolo da decadência e exploração colonial, para centros de reeducação no interior do país, no meio da selva, entre animais selvagens, para serem transformadas em “mulheres novas”. Eu próprio, ultra idealista na época, julgava aquele processo algo de positivo. Rangel deu o nome à foto, “A Última Prostituta”, mas de maneira bastante irônica. A foto me inspirou para um documentário que fiz, com o mesmo título, documentário bastante tradicional, baseado em entrevistas com reeducandas e reeducadoras (ex- combatentes) pois o tema, na época, não permitia grandes fantasias. No documentário, com os depoimentos das reeducandas, sobretudo, me dei conta do que realmente havia acontecido em nome das boas intenções, todo o lado machista, etc. Um homem entre 500 mulheres. Elas contaram-me a história de Margarida, uma camponesa adolescente que foi levada por engano para o centro de reeducação. A história de Margarida, para mim, merecia uma ficção e não alguns minutos de documentário (FERREIRA, 2015: 1). (Fonte: Relato de Licínio Ferreira. In: Alex Santana França. As contradições do projeto da nação moçambicana pós-independência no filme Virgem Margarida, de Licínio Azevedo. Revista brasileira de estudos de cinema e audiovisual, 2017, p.4.) Considerando as reflexões apresentadas, assinale a opção correta: O cinema africano de língua portuguesa procurou construir narrativas que ambientassem mais as positividades e experiências frutíferas que os movimentos nacionais construíam, do que críticas, a exemplo do filme Virgem Margarida. O filme Terra Sonâmbula fora construído pelo cineasta Licínio Rodrigues como proposta de reflexão sobre os campos de reeducação de sujeitos desterritorializados, como as prostitutas, no período pós-independência em Moçambique. A experiência do cineasta Licínio Azevedo demonstra a dificultosa tarefa de construir um espaço favorável à disseminação do cinema africano de língua portuguesa, principalmente porque Guiné-Bissau não tinha, até então, nenhum espaço para isso. O filme Virgem Margarida baseia-se na experiência de uma menina, a partir de um relato, para a reconstituição do cenário de reeducação às mulheres prostitutas, durante o período colonial, como proposta política que compreendia a prostituição como resultado dos processos de exploração e violência colonial. Filmes como Virgem Margarida demonstram a importância do cinema africano de língua francesa para a construção de um discurso nacional engajado, porém não alienado, consciente das problemáticas encontradas, também, nos projetos independentes. A+ A A- Salvo em 19:56 Enviar teste A+ A A-
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