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PROJETO DE 
ARQUITETURA E 
URBANISMO IV
PROJETO DE 
ARQUITETURA E 
URBANISMO IV
Projeto de Arquitetura e Urbanism
o IV
Ana Carolina Carvalho Figueiredo Ana Carolina Carvalho Figueiredo 
GRUPO SER EDUCACIONAL
gente criando o futuro
Caro estudante, entraremos agora no mundo do desenvolvimento de projetos resi-
denciais e comerciais de média complexidade, sendo eles edi� cações de apartamentos 
ou prédios comerciais, como restaurantes. Esses projetos devem ser desenvolvidos 
com base em um anteprojeto e suas relações espaciais, considerando uma adequa-
ção funcional e volumétrica com o entorno edi� cado. Compreenderemos, assim, o que 
fundamenta as análises pré-projetuais e como é possível realizá-las no nível do entor-
no do projeto, da tipologia e da sua função e forma.  
Além disso, exploraremos a importância da criatividade e as metodologias que podem 
ser adotadas para desenvolver qualquer projeto. Para escolhermos os materiais e os 
sistemas construtivos do projeto, identi� caremos a importância da técnica e da tec-
nologia. Todo esse processo perpassa pela apresentação de um conjunto de referên-
cias, para enriquecer nosso “vocabulário” de projeto. Esses estudos de caso apresen-
tarão similaridades com o objeto de estudo de cada unidade, e auxiliarão na de� nição 
do pré-projeto e do anteprojeto de arquitetura. Por � m, seremos capazes de adequar 
os projetos às normas e à legislação.
SER_ARQURB_PAUIV_CAPA.indd 1,3 08/02/2021 14:51:50
© Ser Educacional 2021
Rua Treze de Maio, nº 254, Santo Amaro 
Recife-PE – CEP 50100-160
*Todos os gráficos, tabelas e esquemas são creditados à autoria, salvo quando indicada a referência.
Informamos que é de inteira responsabilidade da autoria a emissão de conceitos. 
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio 
ou forma sem autorização. 
A violação dos direitos autorais é crime estabelecido pela Lei n.º 9.610/98 e punido pelo 
artigo 184 do Código Penal.
Imagens de ícones/capa: © Shutterstock
Presidente do Conselho de Administração 
Diretor-presidente
Diretoria Executiva de Ensino
Diretoria Executiva de Serviços Corporativos
Diretoria de Ensino a Distância
Autoria
Projeto Gráfico e Capa
Janguiê Diniz
Jânyo Diniz 
Adriano Azevedo
Joaldo Diniz
Enzo Moreira
Ana Carolina Carvalho Figueiredo 
DP Content
DADOS DO FORNECEDOR
Análise de Qualidade, Edição de Texto, Design Instrucional, 
Edição de Arte, Diagramação, Design Gráfico e Revisão.
SER_ARQURB_PAUIV_UNID1.indd 2 08/02/2021 13:28:12
Boxes
ASSISTA
Indicação de filmes, vídeos ou similares que trazem informações comple-
mentares ou aprofundadas sobre o conteúdo estudado.
CITANDO
Dados essenciais e pertinentes sobre a vida de uma determinada pessoa 
relevante para o estudo do conteúdo abordado.
CONTEXTUALIZANDO
Dados que retratam onde e quando aconteceu determinado fato;
demonstra-se a situação histórica do assunto.
CURIOSIDADE
Informação que revela algo desconhecido e interessante sobre o assunto 
tratado.
DICA
Um detalhe específico da informação, um breve conselho, um alerta, uma 
informação privilegiada sobre o conteúdo trabalhado.
EXEMPLIFICANDO
Informação que retrata de forma objetiva determinado assunto.
EXPLICANDO
Explicação, elucidação sobre uma palavra ou expressão específica da 
área de conhecimento trabalhada.
SER_ARQURB_PAUIV_UNID1.indd 3 08/02/2021 13:28:12
Unidade 1 - Fundamentação temática e a análise projetual: projetos residenciais
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 12
Análises na arquitetura ....................................................................................................... 13
O exercício de projetar ................................................................................................... 13
Procedimentos de análise de projetos ........................................................................ 16
Estudo da quadra e entorno .......................................................................................... 17
Referências projetuais ................................................................................................... 20
Análise de soluções projetuais ......................................................................................... 23
Projeto de habitação multifamiliar .............................................................................. 24
Habitação de média complexidade .............................................................................. 26
Interferências na elaboração do anteprojeto arquitetônico ....................................... 29
O programa de necessidades ....................................................................................... 30 
Partido arquitetônico de um projeto ............................................................................ 32
Sintetizando ........................................................................................................................... 34
Referências bibliográficas ................................................................................................. 35
Sumário
SER_ARQURB_PAUIV_UNID1.indd 4 08/02/2021 13:28:12
Sumário
Unidade 2 - Aspectos plásticos e escolhas técnicas do projeto arquitetônico
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 38
Aspectos plásticos do projeto de arquitetura ................................................................ 39
Introdução à plasticidade em arquitetura ................................................................... 39
Relação entre volumes na concepção arquitetônica ............................................... 41
Estudo volumétrico: aplicação em projetos residenciais ......................................... 42
Representação da funcionalidade em projetos arquitetônicos .................................. 44
Funcionalidade em arquitetura ..................................................................................... 44
Relação entre forma e função arquitetônica .............................................................. 46
Maquete: representação tridimensional ..................................................................... 47
A tecnologia e os materiais em projeto ........................................................................... 51
Uso dos materiais e sistemas construtivos em projetos residenciais ................... 52
A relação entre partido arquitetônico e materiais de construção ......................... 54
Sintetizando ........................................................................................................................... 61
Referências bibliográficas ................................................................................................. 62
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Sumário
Unidade 3 - Elaboração do anteprojeto de arquitetura: restaurantes
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 64
Estudos referenciais: restaurantes ................................................................................... 65
Projetos comerciais ........................................................................................................ 65
Histórico dos projetos de restaurantes ....................................................................... 70
Referências projetuais de restaurantes ...................................................................... 74
Estudo das condicionantes de projeto ............................................................................. 77
Relação entre espaço urbano e os restaurantes: preexistências .......................... 77
O usuário e o espaço projetado .................................................................................... 80
Desenvolvimento na etapa pré-projetual ........................................................................81
Organograma ................................................................................................................... 82
Fluxograma ....................................................................................................................... 83
Pré-dimensionamento .................................................................................................... 86
Sintetizando ........................................................................................................................... 88
Referências bibliográficas ................................................................................................. 89
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Sumário
Unidade 4 - Desenvolvimento do projeto: restaurantes
Objetivos da unidade ........................................................................................................... 91
Condicionantes naturais: projetos de restaurantes ...................................................... 92
Estudo do lote: aspectos ambientais .......................................................................... 92
Relação entre fachada e entorno ................................................................................. 94
Desenvolvimento do projeto: restaurantes ..................................................................... 96
Representação de projeto: croquis iniciais ................................................................ 97
Plantas e cortes .............................................................................................................. 99
Perspectivas e detalhamento ...................................................................................... 100
Noções de legislação aplicadas à arquitetura ............................................................ 103
Introdução da legislação na arquitetura ................................................................... 103
Plano Diretor e leis de uso e ocupação do solo ....................................................... 104
Normas técnicas ........................................................................................................... 107
Sintetizando ......................................................................................................................... 113
Referências bibliográficas ............................................................................................... 114
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Caro estudante, entraremos agora no mundo do desenvolvimento de pro-
jetos residenciais e comerciais de média complexidade, sendo eles edifi cações 
de apartamentos ou prédios comerciais, como restaurantes. Esses projetos de-
vem ser desenvolvidos com base em um anteprojeto e suas relações espaciais, 
considerando uma adequação funcional e volumétrica com o entorno edifi ca-
do. Compreenderemos, assim, o que fundamenta as análises pré-projetuais e 
como é possível realizá-las no nível do entorno do projeto, da tipologia e da sua 
função e forma. 
Além disso, exploraremos a importância da criatividade e as metodologias 
que podem ser adotadas para desenvolver qualquer projeto. Para escolhermos 
os materiais e os sistemas construtivos do projeto, identifi caremos a importân-
cia da técnica e da tecnologia. Todo esse processo perpassa pela apresentação 
de um conjunto de referências, para enriquecer nosso “vocabulário” de proje-
to. Esses estudos de caso apresentarão similaridades com o objeto de estudo 
de cada unidade, e auxiliarão na defi nição do pré-projeto e do anteprojeto de 
arquitetura. Por fi m, seremos capazes de adequar os projetos às normas e à 
legislação.
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 9
Apresentação
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A todos aqueles que acreditaram na minha trajetória até aqui: aos meus 
pais e irmãos, que sempre me incentivaram e acreditaram em meu 
potencial; aos meus professores; e aos meus alunos, que, na dinâmica 
diária de aulas, sempre têm algo a me ensinar.
A professora Ana Carolina Carvalho 
Figueiredo é mestre em Arquitetura, 
Urbanismo e Tecnologia (2018) e gra-
duada em Arquitetura e Urbanismo 
(2015), pela Universidade de São Paulo 
(USP). Ministrou aulas de Projeto de Ar-
quitetura, Urbanismo e Conforto Am-
biental Térmico, entre 2019 e 2020.
Currículo Lattes:
http://lattes.cnpq.br/6811483897468144
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 10
A autora
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FUNDAMENTAÇÃO 
TEMÁTICA E A 
ANÁLISE PROJETUAL: 
PROJETOS 
RESIDENCIAIS
1
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Entender como se dá o processo de projeto em arquitetura;
 Desenvolver a análise do local de implantação de um projeto arquitetônico;
 Compreender aspectos do projeto residencial de média complexidade;
 Compreender a importância do programa de necessidades e da definição do 
partido arquitetônico em um projeto de arquitetura.
 Análises na arquitetura
 O exercício de projetar
 Procedimentos de análise de 
projetos
 Estudo da quadra e entorno
 Referências projetuais
 Análise de soluções projetuais
 Projeto de habitação multifa-
miliar 
 Habitação de média complexi-
dade
 Interferências na elaboração 
do anteprojeto arquitetônico
 O programa de necessidades 
 Partido arquitetônico de um 
projeto
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 12
SER_ARQURB_PAUIV_UNID1.indd 12 08/02/2021 13:28:23
Análises na arquitetura
Um dos passos fundamentais 
para o desenvolvimento de um es-
tudo projetual é a compreensão da 
área da cidade onde ele se encontra. 
Se nos atentarmos ao local em que 
vivemos, podemos perceber que ele 
contempla um conjunto de caracte-
rísticas: é residencial ou misto, possui 
edifi cações altas ou apenas casas, é 
de fácil acesso aos transportes públi-
cos ou não, é arborizado ou sem ve-
getação. Assim, a edifi cação terá uma 
relação imediata com o contexto ur-
bano no qual está implantada.
O exercício de projetar
Projetar é um exercício, ao mesmo tempo, de criatividade e de cumpri-
mento de necessidades funcionais. Em arquitetura, o projeto é um processo 
de concepção de um “objeto”, que será ocupado e frequentado, devendo ser 
adequado (do ponto de vista de conforto e ergonomia) e precisando estar em 
consonância com boas práticas ambientais, além de que deve se relacionar 
com o entorno no qual está inserido. Não por acaso, um projeto pode envolver 
diversas etapas. 
Segundo John Christopher Jones, autor de Design Methods (1970), o aluno ou 
profi ssional de arquitetura deve, ao projetar, deixar a mente livre para investi-
gar soluções, intuições e ideias, sem limitações práticas, a qualquer momento. 
Ele estabeleceu uma metodologia com o objetivo de reduzir erros nos projetos 
e torná-los mais avançados. Para isso, Jones estabeleceu a existência de três 
estágios para projetar, sendo eles:
• A análise consiste na listagem das necessidades do projeto, criando com 
ela uma relação de especifi cação de desempenhos;
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 13
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• A síntese é a etapa que busca encontrar soluções possíveis para cada 
especificação que foi detalhada previamente e assinalar o desenvolvimento do 
projeto; 
• A avaliação considera cada uma das soluções de projeto oferecidas na etapa 
de síntese e sua adequação aos requisitos impostos pelas demandas projetuais.
A primeira etapa, de análise, refere-se às questões de forma, material e de-
senho da edificação. Nela, é fundamental entender todas as propostas e infor-
mações iniciais que devem ser incorporadas ao projeto. O segundo momento, 
de síntese, inclui o pensamento criativo, que deve ser aplicado para relacionar 
cada um dos fatores envolvidos na edificação a soluções arquitetônicas capa-
zes de responder às suas necessidades.É possível utilizar, na etapa de síntese, 
técnicas que auxiliam na criatividade, como o brainstorming.
EXPLICANDO
O brainstorming é um método de incentivo à criatividade, que consiste em 
deixar fluir os pensamentos referentes a um problema. Por exemplo, ao 
projetar um restaurante, o que vem à mente? Mesas, cozinhas, pessoas, 
luzes, fluxos. Essas ideias vão ajudar a encontrar soluções para o projeto. 
Para saber mais sobre o uso da criatividade para projetar, leia o primeiro 
capítulo do livro O processo de projeto em arquitetura da teoria à tecnolo-
gia, que apresenta métodos de incentivo à criatividade aplicados à arqui-
tetura e urbanismo (KOWALTOWSKI et al., 2011).
Na última etapa do processo de projeto, a avaliação, poderão ser feitas as 
correções nas soluções apresentadas, caso existam falhas. É importante que 
qualquer problema seja sempre corrigido antes da execução da construção, 
uma vez que é mais simples e barato corrigir qualquer erro durante a etapa 
de projeto. Essas correções podem se tornar mais morosas e caras em fases 
posteriores, como a execução. 
Para Lawson (2011), contudo, projetar não é um processo linear, podendo 
as etapas de análise, síntese e avaliação serem percorridas diversas vezes, em 
vários períodos do desenvolvimento de uma edificação. Em escritórios, nor-
malmente, as etapas principais de um projeto não são denominadas como as 
anteriores, sendo definidas como estudo preliminar, anteprojeto e projeto exe-
cutivo, lembrando que a análise, a síntese e a avaliação podem ser retomadas 
nessas etapas (Diagrama 1).
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 14
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Fonte: JONES, 1970; LAWSON, 2011. (Adaptado).
Na fase do estudo preliminar, as ideias iniciais e de organização dos am-
bientes são apresentadas e desenvolvidas, de acordo com a concepção arqui-
tetônica. A etapa de anteprojeto parte da solução escolhida no estudo preli-
minar e a apresenta com a definição de plantas, cortes e fachadas. Finalmente, 
o projeto executivo é o estágio que traz o projeto completo e detalhado, apto 
para ser encaminhado para a execução. 
Além dessas etapas iniciais, é possível incorporar a esse desenvolvimen-
to projetual os programas de desenho auxiliado por computador (Computer 
Aided Design, ou CAD, na sigla em inglês). Para Kowaltowski et al. (2006), o uso 
das tecnologias e computadores auxilia no estudo do projeto devido a sua 
facilidade em manipular objetos, bem como sua agilidade em criá-los e edi-
tá-los. Além disso, os programas computacionais e a representação por meio 
de modelos virtuais permitem a realização de testes, simulações de conforto 
ambiental, estruturas e sistemas de iluminação, por exemplo. Esses fatores 
contribuem para que o resultado da proposta seja completo e mais eficiente.
Análise Síntese
Estudo preliminar
Avaliação
Análise
Anteprojeto
Síntese Avaliação
Análise
Projeto executivo 
Síntese Avaliação
DIAGRAMA 1. RELAÇÃO ENTRE PROCESSOS DE PROJETO
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 15
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Procedimentos de análise de projetos
Elena F. França (2015) defi ne análise como o processo de decomposição 
de projetos, para que seja possível conhecer cada um de seus componentes. 
Em arquitetura, o ato de analisar implica investigar os elementos que fazem 
parte de um projeto. Outro autor que trabalhou sobre o exercício arquite-
tônico e a importância das análises foi Simon Unwin (2013), que investigou 
os parâmetros de projeto.
EXPLICANDO
Simon Unwin (2013) assinalou a importância de entender as característi-
cas locais de qualquer lugar onde se vá fazer um projeto, reiterando que, 
normalmente, o resultado formal e de implantação são resultantes das 
condições encontradas no terreno. Mas ele não falava apenas de con-
dicionantes físicas, como a topografi a, tratando também das abstratas, 
como cheiro e ruído.
Para Unwin, o processo de concepção em arquitetura acontece como o de 
um escritor que está trabalhando em um livro: enquanto o escritor domina 
as regras de linguagem em geral, a semântica e a gramática, o arquiteto deve 
dominar o “vocabulário” de projeto. Esse vocabulário se refere aos desenhos 
e códigos arquitetônicos, bem como aos padrões, às combinações e às compo-
sições possíveis, de acordo com os elementos disponíveis para a construção. 
Um terceiro autor a trabalhar a questão da análise em arquitetura foi 
Geoff rey H. Baker (1998), que apontou três fatores básicos de serem analisa-
dos em arquitetura: as condições do local, as demandas funcionais e a cultu-
ra. Sendo assim, a proposição arquitetônica depende diretamente de identi-
fi car o local e pensar no programa de necessidades e no contexto cultural na 
qual ela se insere.
Podemos verifi car, a partir da leitura dos três autores apresentados, que a 
fase inicial de leitura das condicionantes de um determinado projeto é fun-
damental para que o seu resultado seja bom e se adeque às demandas. As 
variáveis envolvidas podem ser diferentes, de acordo com: o tipo de projeto no 
qual se está trabalhando, o público alvo, a cultura, o local, os recursos disponí-
veis e os materiais usuais naquela região; contudo, todas estão interligadas e 
nenhuma delas deve ser abandonada ao longo do processo. 
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 16
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Um exercício interessante para desenvolvermos a capacidade de análise é 
o de observar projetos já executados e verifi car neles todas essas condicionan-
tes, sabendo como elas foram trabalhadas ali. Isso pode nos ajudar a entender, 
por exemplo, como o autor se apropriou da área que tinha para construir uma 
edifi cação, as soluções adotadas quanto aos materiais, os desafi os encontra-
dos na defi nição da planta, bem como as questões estruturais e as resoluções 
quanto ao conforto ambiental. 
Com isso em mente, devemos sempre procurar trabalhar seguindo esses 
preceitos, investigando a relação de um projeto com o entorno ou o próprio 
terreno, e estudando o desenvolvimento histórico da tipologia trabalhada, 
compreendendo a relação de processos históricos e sociais na sua evolução. 
Por fi m, esses estudos devem ser usados para aprimorar seu programa de ne-
cessidades, ajudando na defi nição de um partido arquitetônico de projeto.
Estudo da quadra e entorno
O projeto de arquitetura resulta não apenas da apropriação do programa 
de necessidades do cliente, mas também da extração das potencialidades da 
área de intervenção. Sendo assim, a análise do contexto urbano é um passo 
importante ao iniciar o processo de projetar. Condicionantes como topogra-
fi a do terreno, sistema viário do entorno, oferta de transporte público, tipos e 
densidade das edifi cações da vizinhança e gabaritos, por exemplo, interferem 
diretamente nas dinâmicas que ocorrem em um determinado local.
Lorraine Farrelly (2013) assinala que a compreensão do terreno pelo ar-
quiteto, quando da proposição de uma edifi cação, é essencial. Vários parâme-
tros que afetam o projeto de arquitetura podem estar interligados ao terreno, 
incluindo a orientação solar e o acesso, por exemplo. Além disso, o 
olhar minucioso sobre o contexto ajuda a defi nir a escala das edifi -
cações e materialidades a serem utilizadas. Desse modo, 
a análise de vias de acesso ao terreno e dos meios de 
transporte prioritários no entorno (identifi cando es-
tações de trem ou metrô e paradas de ônibus) per-
mite, por exemplo, reconhecer a acessibilidade de 
várias regiões da cidade ao seu projeto.
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 17
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Em uma próxima fase da análise, podemos verificar a densidade e o tipo 
da ocupação das áreas no entorno do empreendimento, estudando o mapa 
de cheios e vazios da região. Nele, estão indicadas as áreas desocupadas ou 
subutilizadas, o que pode auxiliar a definir qual o melhorterreno para a loca-
lização de um projeto, caso a área final para a implantação ainda não esteja 
escolhida. Em seguida, é importante estudar o tipo de ocupação do solo no 
entorno do projeto, pela análise do mapa de tipologias (Figura 1). Tal estudo 
permite compreender e caracterizar a economia local (comercial, residencial, 
industrial ou mista), o público (residencial) e as atividades ali desenvolvidas 
(multiuso, institucional). Um mapa da cidade, subprefeitura ou distrito auxilia 
neste processo.
Sem informação
Comércio e serviços
Comércio/serviços + indústria/armazéns
Sem predominância Minhocão + Elevado Pres. João Goulart
Equipamentos públicos
Linha férrea Estações do metrô Estações da CPTM
Escolas Terrenos vagos Outros
Indústria e armazéns Residencial + comércio/serviços Residencial + indústria/armazéns
RH baixo padrão RH médio/alto padrão
Predominância de Uso por quadra
RV baixo padrão RV médio/alto padrão
Figura 1. Mapa de uso e ocupação do solo na região de Higienópolis/Santa Cecília-SP. Fonte: Prefeitura do Município de 
São Paulo, 2019.
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 18
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Uma etapa importante, que deve seguir esse processo, é análise do mapa de 
gabaritos (Figura 2), que indica o número de pavimentos das construções do en-
torno e, assim, pode ajudar na determinação de conexões, escalas e número de 
pavimentos que podemos adotar no edifício, de acordo com a relação que esta-
mos buscando com a área adjacente a ele. Além disso, o estudo dos gabaritos ca-
racteriza os índices urbanísticos de ocupação dos lotes, segundo a legislação local. 
Gabarito das edifi cações
Até 5 metros
Minhocão - Elevado pres. João Goulart Linha férrea Estações do Metrô Estações da CPTM 
5 até 10 metros 10 até 30 metros 30 até 45 metros Maior que 45 metros
Figura 2. Mapa de gabaritos das edifi cações na região de Higienópolis/Santa Cecília-SP. Fonte: Prefeitura do Município 
de São Paulo, 2019.
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 19
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Essa etapa pode ser fi nalizada com a identifi cação 
de áreas de vegetação do local, incluindo cober-
turas vegetais mais densas, como no caso de pra-
ças e parques, e canteiros e arborização das vias. É 
possível, ainda, verifi car informações como a presen-
ça de mobiliários urbanos, pontos de lixeira, bancos e 
iluminação. Todas as condicionantes mencionadas até aqui estão 
ligadas diretamente à análise do entorno. Contudo, para o estudo 
aprofundado do terreno, é importante considerar elementos como a 
topografi a, a orientação solar e os ventos predominantes.
Para entender a topografi a, fazemos alguns cortes na área e analisamos 
suas curvas de nível. Assim, é possível defi nir o perfi l da área e a necessida-
de ou não de realizar movimentos de terra, para a implantação adequada do 
empreendimento. Além disso, podemos nos apropriar dessas características, 
utilizando-as no projeto, para torná-lo único. A caracterização dos ventos e 
orientação solar, por sua vez, pode ser feita a partir de estudos de conforto, 
com uso de arquivos climáticos e da carta solar. 
DICA
O site do Laboratório de Efi ciência Energética em Edifi ca-
ções (LABEEE), da Universidade Federal de Santa Catarina 
(UFSC), em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente 
(MMA), apresenta uma série de informações climáticas de 
várias cidades, em sua plataforma Projeteee, que incluem 
os dados de insolação e ventilação, e podem ser utilizados 
como coadjuvantes nos estudos de terreno para projeto. 
Referências projetuais
O conjunto residencial Prefeito Mendes de Moraes (Pedregulho) foi proje-
tado em 1947, por Aff onso Eduardo Reidy, para abrigar funcionários públicos 
do Rio de Janeiro, então Distrito Federal. Reidy foi um dos maiores nomes da 
arquitetura moderna brasileira e teve grande atuação como urbanista, sen-
do responsável por trabalhos de destaque na capital (FRACALOSSI, 2011). O 
complexo (Figura 3) foi projetado com 328 unidades habitacionais, edifícios pú-
blicos e áreas esportivas.
PROJETO DE ARQUITETURA E URBANISMO IV 20
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Figura 3. Vista aérea do Conjunto Prefeito Mendes de Moraes. Fonte: FRACALOSSI, 2011.
Figura 4. Implantação do Conjunto Prefeito Mendes de Moraes. Fonte: FRACALOSSI, 2011.
Cada uma dessas funções está definida por uma forma: o paralelepípedo 
está ligado à habitação; o prisma trapezoidal é para os edifícios com função 
pública; e as edificações abobadadas são destinadas aos esportes. Uma das 
preocupações de Reidy foi manter a vista da baía de Guanabara, ao mesmo 
tempo em que se apropriava do declive natural do terreno, com pilotis de altu-
ra variáveis. Ele usou passarelas e uma avenida no topo da área que permiti-
ram o acesso ao terreno, eliminando o uso de elevadores. A principal peça do 
complexo é o edifício habitacional serpenteante, que acompanha as condições 
naturais e acidentadas do alto do terreno (Figura 4).
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Claramente, observando todas as questões relativas ao projeto, é possível 
identificar que Reidy se apropriou de condições existentes (por exemplo, a au-
sência de serviços como creches e escolas no entorno) e as utilizou na forma 
arquitetônica final, de modo a se adequar idealmente aos seus usuários. Cer-
tamente, essa apropriação só foi possível com um estudo aprofundado das 
características existentes no entorno e no próprio lote. 
Desse mesmo modo, para entender melhor a importância do estudo do 
contexto urbano, das áreas adjacentes e do terreno no qual a edificação será 
implantada, outro projeto de edificação se torna relevante: a Casa Grelha 
(Figura 4), projeto do escritório FGMF, feito em 2007 e localizado na Serra da 
Mantiqueira, uma região de topografia muito acidentada, com grandes pedras 
e araucárias, mas sem muita mata virgem. Assim, uma das demandas da con-
cepção do projeto foi manter uma relação direta entre a casa, o terreno e a 
natureza ao redor, apropriando-se das características ali existentes. 
Figura 5. Vista aérea do Conjunto Prefeito Mendes de Moraes. Fonte: FRACALOSSI, 2011.
A casa, formada por uma grelha estrutural em madeira, com módulos de 
5,5×5,5x3 m, está localizada no ponto de encontro dos trajetos naturais do terre-
no, quando acessados por pedestres. Para manter esses caminhos naturais, essa 
grelha estrutural foi construída de forma suspensa (Figura 6), conectando os cami-
nhos existentes a novos acessos. Além disso, o teto-jardim proposto na cobertura 
criou uma continuidade do terreno existente. Alguns módulos da grelha são vaza-
dos, o que permite que as árvores do jardim inferior cresçam além da estrutura. 
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Figura 6. Vista superior da Casa Grelha, projetada pelo FGMF em 2007. Fonte: ArchDaily Brasil, 2012.
Desse modo, após considerarmos as recomendações iniciais 
sobre a proposição de projetos de arquitetura e o estudo de 
suas áreas, podemos nos aprofundar em discussões sobre 
processos de análises, que se adequam à produção de uma 
edifi cação, desde seu início.
Análise de soluções projetuais
Até agora, tivemos contato com metodologias de desenvolvimento de pro-
jetos, com algumas das possíveis análises iniciais, voltadas para característi-
cas do entorno do terreno. Faz-se necessário, então, conhecermos algumas 
características da tipologia residencial e algumas formas de analisar esses 
projetos. É bom que desenvolvamos sempre mais o conhecimento sobre o 
tipo de projeto no qual estamos trabalhando, de forma que uma investigação 
de estudos de casos de habitações de média complexidade pode nos ajudar 
a ampliar nosso repertório.
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Projeto de habitaçãomultifamiliar 
Normalmente, as pessoas moram em casas ou apartamentos. Na formação 
das primeiras cidades, em geral, as casas – ou residências unifamiliares – eram 
as principais formas de moradia. Devido à tecnologia construtiva, inicialmente, 
edifícios altos não eram construídos em larga escala. Com o aumento da de-
manda por moradia nas grandes cidades, devido ao crescimento populacional, 
juntamente à limitação de terras disponíveis, o número de edifícios de aparta-
mentos residenciais cresceu.
Os apartamentos podem ter diversas formas e áreas variáveis, podendo 
ser até maiores que muitas casas unifamiliares. Atualmente, há uma tendência 
de diminuição das áreas privadas da moradia, em detrimento de benefícios 
presentes nas áreas comuns das edifi cações. Enquanto as áreas privadas com-
preendem especifi camente o espaço da habitação (onde você dorme ou toma 
banho, por exemplo), as áreas comuns são aquelas que têm espaços compar-
tilhados com seus vizinhos, como as academias, os salões de festas, o hall, os 
coworkings e as áreas de cozinha coletiva.
CONTEXTUALIZANDO
Apartamentos de apenas 10 m² já são uma tendência no 
Brasil, demonstrando uma tendência do mercado de pro-
duzir imóveis cada vez menores. Segundo Raquel Rolnik, 
no artigo Apartamentos de 10 m²: mínimo necessário ou 
lucro máximo?, o debate não deve ser a metragem míni-
ma de uma habitação ou a possibilidade de se morar em 
espaços tão pequenos, mas quais são as necessidades 
básicas para se viver, e como essa discussão perpassa 
não apenas o ambiente domiciliar, mas o planejamento 
de toda a cidade.
Até chegar em apartamentos com metragens cada vez menores, o hábi-
to de morar em residências multifamiliares passou por um conjunto de 
mudanças, com diminuição progressiva dos espaços íntimos e 
extinção de determinados ambientes. Na Figura 7, podemos 
ver exemplos clássicos dessas mudanças no Brasil, em um 
período de cinquenta anos, começando em 1970, conside-
rando plantas padrão de residências de dois dormitórios.
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Anos 70 – 100 m² Anos 80 – 87,8 m² Anos 90 – 72,85 m²
Anos 2000 – 73,76 m² Anos 2010 – 59,60 m²
Figura 7. Evolução dos apartamentos de dois quartos, de 1970 a 2010. Fonte: REIS, 2016. (Adaptado).
 Se, por volta dos anos 1970 e 1980, ainda era comum ter nas residências 
as chamadas “dependências de empregada”, posteriormente, esse espaço 
deixou de existir. Salas de jantar enormes, quartos e banheiros grandes, 
além de cozinhas separadas dos ambientes de estar, estavam presentes nas 
plantas dos anos 1970 e foram abandonados ao longo dos anos. Além disso, 
pode-se verificar uma diferença na metragem quadrada das unidades habi-
tacionais, com redução de cerca de 40% nesse período. 
Assim, essas mudanças expressam modificações no estilo de vida da 
população e até das suas necessidades e demandas quanto ao morar. Se 
antes o espaço privativo era o primordial, agora podemos compreender 
que a dimensão do morar engloba atividades que podem ser realizadas 
nos espaços coletivos.
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Habitação de média complexidade
Começamos o processo pela defi nição do terreno no qual o projeto do resi-
dencial será instalado e a realização dos primeiros estudos sobre o entorno e o 
local, levantando as características relevantes. Em seguida, pesquisamos sobre a 
tipologia residencial e compreendemos que ela passou por diversas modifi cações 
ao longo dos últimos anos. Desse modo, para as etapas seguintes do projeto, de-
vemos analisar a área que cada unidade residencial pode ter, bem como quais 
equipamentos e espaços podem ser instalados nas áreas comuns da edifi cação.
Para desenvolver melhor esta demanda, é importante estudar outros con-
juntos residenciais, como referência. A partir desse estudo, algumas soluções 
e ideias podem ser encontradas e incorporadas em nossa própria edifi cação. 
Assim, elencamos dois renomados escritórios de arquitetura nacional, que 
conceberam edifícios residenciais interessantes nos últimos anos, selecionan-
do dois projetos que possam ser apresentados a toda a equipe.
O primeiro edifício-referência é o Tetrys (Figura 8), projeto do escritório 
FGMF, de 2013, localizado na cidade de São Paulo e com mais de 6 mil metros 
quadrados. O espaço destinado para a edifi cação era pequeno e a escolha dos 
projetistas foi evitar muros, integrando-o à calçada e à rua por meio de uma 
pequena praça, com bancos, plantas e paraciclo aberto à cidade. A transição 
entre o espaço público e o privado é feito por um espelho d’água.
Figura 8. Edifício Tetrys, projetado pelo FGMF, em 2013. Fonte: ArchDaily Brasil, 2019.
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A equipe do projeto pensou na tipologia residencial não como um agrupa-
mento de apartamentos formando um volume, mas em um espaço que fizesse 
parte da paisagem local. Sendo assim, ele é, ainda, um objeto na paisagem, 
que se difere de outras edificações e cria um marco em meio a prédios monó-
tonos. As formas e cores utilizadas, diferentes das usuais, promovem uma clara 
diferença entre a proposta desta edificação e das pré-existentes.
Do ponto de vista dos apartamentos, o edifício possui unidades de áreas 
pequenas, nos modelos loft ou studio, onde os ambientes de sala, quarto e co-
zinha são integrados (Figura 9), algumas das unidades contando com varandas. 
Além disso, o edifício tem espaços de lazer coletivos, como piscina, academia, 
terraço na cobertura e áreas de convivência para os moradores.
Figura 9. Planta do 2º pavimento do Edifício Tetrys. Fonte: ArchDaily Brasil, 2019.
Nossa segunda referência de projeto é o edifício residencial Pop XYZ (Figura 
10), da Triptyque Arquitetos, projetado em 2016, na Vila Madalena, em São Pau-
lo. O local é rodeado por casas antigas, bares e restaurantes, e foi concebido 
de modo que a sua volumetria pudesse dialogar com o contexto e com o relevo 
existentes. O edifício é composto por oito blocos de habitação e um de serviços 
e circulações independentes, com ângulos que permitem visadas do entorno, 
assim como um aproveitamento adequado da ventilação e da iluminação.
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Figura 10. Edifício Pop XYZ, projetada pela Tryptyque, em 2016. Fonte: ArchDaily Brasil, 2017.
Uma das principais características dessa escolha formal é que, ao fi nal, a 
privacidade dos apartamentos se aproximava daquela existente em casas in-
dependentes, reforçando o caráter de isolamento das unidades residenciais, 
além de suas possíveis posições em relação à orientação solar. Essas residên-
cias são studios, até triplex, e possuem confi gurações diversas, com grandes 
terraços e pé-direito alto. 
Do ponto de vista de materialidades, a proposta do escritório foi englobar 
alguns elementos de memória coletiva do bairro (Figura 11). Entre eles, o uso 
de revestimentos em concreto rugoso e rústico, em referência ao chapisco das 
construções antigas dali, e o uso da cerâmica, por meio de azulejos azuis e 
brancos em algumas fachadas, para referenciar os portugueses. Além disso, o 
gabião, aparente em algumas partes do conjunto, confere aspectos do bruta-
lismo, complementando o referencial histórico.
ASSISTA
O brutalismo foi um movimento arquitetônico surgido 
na Inglaterra, em meados dos anos 1950 e 1960, como 
parte dos esforços de reconstrução pós-Segunda Guerra 
Mundial. Edifi cações brutalistas privilegiavam deixar os 
elementos estruturais à mostra, deixando aparente o 
concreto armado e os perfi s metálicos de vigas e pilares, 
e utilizando formas geométricas angulares em uma paleta 
monocromática. Em 2018, o Museu Alemão de Arquitetura 
montou uma exposição chamada SOS Brutalismo, alegan-
do que o estilo está ameaçado deextinção.
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Figura 11. Fachada do Edifício Pop XYZ. Fonte: Archdaily Brasil, 2017.
Por meio dessas duas referências, podemos verifi car como podem ser 
apropriadas as características de apartamentos de menor área, 
as condições locais, as materialidades e a constituição do pro-
grama das áreas comuns de um edifício. Essas informações 
são importantes para desenvolver nossos próprios projetos 
e para outras etapas do planejamento arquitetônico.
Interferências na elaboração do anteprojeto arquitetônico
Até agora, focamos em elementos que fazem parte da fase inicial da for-
mulação de um projeto arquitetônico. Contudo, com o intuito de conhecer e 
dominar todas as variáveis com as quais estamos trabalhando em um projeto 
de edifi cação e obter resultado satisfatório, devemos complementar nosso re-
pertório de análises, tornando nosso processo de projeto mais interessante e 
rico. Para isso, veremos a importância de fatores morfológicos e culturais na 
concepção projetual, e como elas infl uenciam no resultado.
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O programa de necessidades 
Conforme vimos em nossa discussão sobre as análises em arquitetura, 
a primeira força relacionada por Baker (1998) é o local e a importância de 
seu estudo na concepção arquitetônica. O segundo elemento do projeto ar-
quitetônico, então, é, para ele, o requisito funcional, que está diretamente 
relacionada ao programa de necessidades. Assim, um ponto fundamental 
para o desenvolvimento do projeto arquitetônico é a defi nição do seu pro-
grama de necessidades.
O programa de necessidades é um roteiro ou listagem de cômodos que 
uma edifi cação deve ter, considerando o anseio e as demandas do cliente, 
bem como a legislação vigente. Ele depende diretamente do uso que será 
dado àquele espaço, como, por exemplo, em edifi cações comerciais, que 
devem conter tanto ambientes destinados ao público quanto ambientes de 
uso particular. Para defi nir com maior precisão o programa de necessida-
des, então, devemos seguir alguns passos básicos, sendo eles (VOORDT; 
WEGEN, 2013):
• A análise das atividades que a edifi cação irá abrigar, recolhendo infor-
mações e experiências dos usuários ou do cliente que irá ocupá-la;
• A tradução espacial das necessidades funcionais e das especifi cações 
de desempenho apontadas nas normas e na legislação vigente;
• A busca por projetos comparáveis, estudando as informações relati-
vas àquela tipologia de projeto e coletando informações dos programas de 
necessidades;
• A avaliação dos precedentes daquele tipo de projeto.
Em seguida, o próximo passo é construir um quadro ou lista que assinale 
o programa de necessidades do edifício e dos apartamentos que 
ele irá conter (Quadro 1). Após listar o programa de necessi-
dades, podemos defi nir a setorização, para iniciar 
a concepção do projeto e transformá-lo em um 
desenho. A setorização se baseia em agrupar 
os ambientes que constituem a lista do pro-
grama de necessidades, pensando na relação 
que existe entre eles.
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LOCAL AMBIENTES
Edifício
Apartamentos
Estacionamento
Hall
Portaria
Salão de festas
Apartamentos
Dois dormitórios
Dois sanitários
Cozinha
Área de serviços
Sala
Varanda
QUADRO 1. PROGRAMA DE NECESSIDADES DE UM EDIFÍCIO RESIDENCIAL
Quando há uma ligação íntima entre dois ou mais cômodos, esse proces-
so de setorização deve garantir que eles estejam próximos. Ao setorizar os 
ambientes, podemos levar em conta os usos e as atividades que ali ocorrem, 
bem como o modo de vida dos usuários daquele espaço e os hábitos que 
eles têm. No caso da Casa Grelha, como podemos ver na Figura 12, os arqui-
tetos optaram por agrupar os ambientes de acordo com seus usos: social; 
para os filhos; serviços; área do casal; decks e coberturas. A partir daí, eles 
foram representados por uma determinada cor, criando agrupamentos de 
determinado uso dentro do projeto.
USOS
Social + serviços + casal
Filhos
Deck + pérgola + cobertura de vidro
Cobertura retrátil 
Figura 12. Setorização da Casa Grelha. Fonte: ArchDaily Brasil, 2012.
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Partido arquitetônico de um projeto
O terceiro elemento ao qual Baker (1998) faz referência, ao tratar dos componen-
tes fundamentais de um projeto, é o contexto cultural. Ao analisarmos a arquite-
tura monumental dos séculos XVI e XVII, percebemos que ela era o refl exo de uma 
determinada época e da intenção de quem solicitou sua construção. Desse modo, 
muitas vezes, os poderes político e religioso se manifestavam através da arquitetura. 
Sendo assim, a monumentalidade fazia sentido naquele período, enquanto 
que um projeto de arquitetura moderna de Le Corbusier, que preza pela funcio-
nalidade e não pretende utilizar elementos rebuscados, não faria sentido algum 
ou nada representaria em séculos anteriores. Da mesma forma, não faria sentido 
esperar que todas as edifi cações do Japão fossem iguais às do Brasil, por exem-
plo. Para aprimorar essa refl exão, observemos a Figura 13, na qual podemos 
verifi car diferentes projetos residenciais, cada um com suas formas particulares. 
Figura 13. Estilos arquitetônicos residenciais. Fonte: AdobeStock. Acesso em: 09 set. 2020.
A forma fi nal de uma edifi cação está relacionada, ainda, ao tipo do empreen-
dimento: se são edifi cações residenciais, comerciais ou de serviços. Além disso, 
devemos considerar suas relações com o contexto, as legislações e o programa de 
necessidades. A partir daí, será possível defi nir o volume da edifi cação de modo 
que ele atenda aos usuários e esteja inserida na linguagem daquele período e lo-
cal. Todas essas relações estão relacionadas com o partido arquitetônico. 
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Laerte P. Neves (1998) aponta que partido arquitetônico é a expressão formal 
da ideia preliminar do projeto. Partimos de conceitos abstratos, 
estudados até aqui, e, então, formalizamos e transformamos 
essas ideias em um objeto habitável e capaz de exercer uma 
determinada função. O partido arquitetônico é, então, um re-
gistro gráfico da ideia, transformando-a na linguagem primor-
dial da arquitetura – o desenho. 
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Sintetizando
Nesta unidade, tivemos contato com a fase inicial de formulação de um 
projeto arquitetônico, focando nas análises. A primeira parte do conteúdo ex-
plicitou as possíveis metodologias a serem adotadas ao pensar um projeto de 
arquitetura, e, em seguida, vimos alguns procedimentos e características que 
podem ser analisadas para enriquecer o estudo preliminar e justificar nossas 
escolhas finais, do ponto de vista da forma, função e implantação, por exemplo.
O primeiro tipo de análise que vimos foi aquele voltado para o local de pro-
jeto, verificando a importância de conhecer o entorno, de acordo com tipolo-
gias, usos, gabaritos, meios de transporte, acessos, e o terreno – com a topo-
grafia, orientação solar e variáveis de conforto, como a ventilação. Em seguida, 
apresentamos projetos residenciais, entendendo a tipologia a ser trabalhada. 
Seguindo o histórico de apartamentos no Brasil e seu desenvolvimento ao lon-
go dos anos, foi possível observar as evoluções desse tipo de projeto, a partir 
do estudo de algumas plantas-chave.
Por fim, apresentamos a incorporação de aspectos morfológicos e cul-
turais ao contexto de desenvolvimento de um projeto, mostrando como a 
definição do programa de necessidades, com sua setorização, e do partido 
arquitetônico são importantes na fase inicial. Com todos esses elementos,então, somos capazes de apresentar estudos preliminares do nosso projeto 
e, assim, avançar ainda mais.
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ASPECTOS 
PLÁSTICOS E 
ESCOLHAS TÉCNICAS 
DO PROJETO 
ARQUITETÔNICO
2
UNIDADE
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Objetivos da unidade
Tópicos de estudo
 Compreender a importância das escolhas plásticas no desenvolvimento do 
projeto;
 Compreender a importância das escolhas plásticas no resultado do projeto;
 Estudar recursos técnicos e tecnológicos disponíveis para projetos de 
arquitetura;
 Estudar materiais que podem ser aplicados às edificações residenciais;
 Compreender formas de representação em projetos residenciais.
 Aspectos plásticos do projeto 
de arquitetura
 Introdução à plasticidade em 
arquitetura
 Relação entre volumes na con-
cepção arquitetônica
 Estudo volumétrico: aplicação 
em projetos residenciais
 Representação da funcionali-
dade em projetos arquitetônicos 
 Funcionalidade em arquitetura
 Relação entre forma e função 
arquitetônica
 Maquete: representação tridi-
mensional
 A tecnologia e os materiais em 
projeto
 Uso dos materiais e sistemas 
construtivos em projetos resi-
denciais
 A relação entre partido arquite-
tônico e materiais de construção
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Aspectos plásticos do projeto de arquitetura
Como estudante de Arquitetura, você conhece a importância de explorar, 
em seus projetos, as formas e volumes e defi nir como eles ocuparão o espaço 
fi nal que você conceberá. Naturalmente, isso gera alguns questionamentos. 
Necessariamente, essas formas são resultado da função? Ao longo dos anos, 
como os arquitetos têm explorado a volumetria de suas edifi cações? Você 
consegue libertar-se de formas predefi nidas e criar propostas que façam um 
estudo volumétrico fora do comum?
Ao longo desta unidade, você verá um histórico de projetos de arquitetura 
que exploraram sua forma de acordo com a função a ser desempenhada, 
bem como quais as relações entre volumetria e arquitetura e sua aplicação 
em projetos da tipologia residencial.
Vamos trabalhar com a ideia de que você é membro de um escritório de 
arquitetura que está propondo um residencial novo para a sua cidade. Para 
a concepção dessa edifi cação, você deverá passar por uma etapa de explo-
ração formal. Vamos buscar compreender quais serão as características fun-
damentais, para você e sua equipe, nesse desenvolvimento. Vamos começar?
Introdução à plasticidade em arquitetura
Você sabe o que é plástica? E plasticidade? Mais do que isso, sabe a impor-
tância desses termos e como eles podem ser aplicados ao contexto arquite-
tônico? A arquitetura é um tipo de expressão artística e, como tal, concebe 
objetos volumétricos e com algum sentido estético. No entanto, diferente 
de outras expressões artísticas, cuja principal fi nalidade é a contemplação, o 
resultado de um projeto arquitetônico tem funções defi nidas, com usos para 
seus espaços. 
EXPLICANDO
A palavra estética origina-se da palavra grega aisthetiké, que signifi ca co-
nhecimento sensorial, experiência sensível ou sensibilidade (CHAUÍ, 2000). 
Sua principal ideia está em entender que as artes são criações humanas 
capazes de comover e estimular a sensibilidade daqueles que as observam. 
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Já pensou nos edifícios, que são projetados por você, dessa forma? E como a 
arquitetura poderia se relacionar à plástica? A ideia de plástica está vinculada à 
maleabilidade de um determinado meio e/ou material. Quando os materiais utili-
zados em um determinado objeto são mais flexíveis, o nível de plasticidade dele é, 
consequentemente, maior (ALMEIDA, 2011). Você acha que a arquitetura e os ma-
teriais disponíveis em sua concepção são suficientemente plásticos para que o re-
sultado seja maleável e, consequentemente, tenha elevado grau de plasticidade?
Para entender um pouco sobre a ideia de obras arquitetônicas plásticas, obser-
ve a comparação feita por Jatobá (2008). O autor analisa as obras de dois impor-
tantes arquitetos: Frank Gehry e Oscar Niemeyer. Ambos tratavam a arquitetura 
como um volume plástico e de valor escultórico, trabalhando, em alto grau, sua di-
mensão de emocionar as pessoas. Eles utilizavam croquis feitos à mão para traçar 
livremente seus projetos que, posteriormente, recebiam o tratamento da alta tec-
nologia de suas equipes, que utilizavam softwares de ponta para gerar desenhos 
técnicos aptos à construção dessas edificações.O ponto-chave, no entanto, é que ambos os arquitetos não se limitavam, mas 
pensavam sua volumetria da forma mais livre e não convencional possível, utilizan-
do caneta e papel. Apesar disso, suas obras diferenciam-se muito no resultado, uma 
vez que Niemeyer utilizava o concreto e Gehry esculpiam suas obras em metal. 
Nas Figuras 1 e 2, você pode conferir exemplos tradicionais da obra de ambos. 
A primeira apresenta o Museu Guggenheim Bilbao, de Gehry, construído na Espa-
nha, e a segunda traz uma imagem do Museu de Arte Contemporânea de Niterói 
(MAC), localizado no Rio de Janeiro, projetado por Niemeyer: 
Figura 1. Museu Guggenheim Bilbao. Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/01/2021.
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Figura 2. Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/01/2021
Qual é a sua opinião sobre essas obras? Como você poderia agregar essas 
ideias, desenvolvidas por dois grandes arquitetos, em seu próprio projeto? Inspi-
re-se nas obras apresentadas e explore as possibilidades existentes na concepção 
arquitetônica do seu edifício residencial.
Relação entre volumes na concepção arquitetônica
O processo de concepção na arquitetura é aquele no qual as ideias que estão 
na mente do arquiteto são traduzidas a partir de desenhos, transformando-se 
em formas ocupáveis. Esses desenhos podem ser desde croquis até plantas, 
cortes, fachadas e isométricas do projeto. Eles vão auxiliar tanto na execução, 
quanto na compreensão do projeto por parte de todos os agentes envolvidos no 
processo, como os clientes, os engenheiros, os mestres de obra e os pedreiros, 
que precisam compreender a ideia do projeto para que a construção possa gerar 
um resultado compatível com aquilo que foi pensado pelo arquiteto.
Você costuma utilizar todas essas ferramentas desde o início e em todas 
as fases do seu processo de projeto, ou as apresenta como produtos? Já expe-
rimentou criar planos de massas do seu objeto arquitetônico quando o está 
concebendo? O plano de massas nada mais é do que uma leitura do projeto 
(que pode englobar seu terreno e entorno), em que podem ser utilizadas co-
res e apontadas formas, potencialidades, fragilidades e materialidades do seu 
projeto. Nele, sua edifi cação é apresentada como uma volumetria, e ainda não 
existe uma divisão exata das áreas internas dela.
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Nesse momento, você está livre para criar e pode levar seu pensamento além 
das duas dimensões da planta e das fachadas. É possível explorar curvas, inclina-
ções e outras relações que fogem à ortogonalidade comum à arquitetura tradicio-
nal. Que tal aproveitar essa oportunidade para experimentar como sua concepção 
arquitetônica pode resultar em volumes não usuais pela exploração volumétrica?
De acordo com Almeida (2011), você pode utilizar as dinâmicas da ação e da 
maleabilidade formal e gerar um movimento plástico. Utilize sua experiência, ba-
seie-se nas obras apresentadas e em tantas outras disponíveis na internet e im-
prima forma às suas ideias. Seja dinâmico e aberto às possibilidades que o livre 
desenho traz. Não utilize, no primeiro momento, ferramentas digitais.
Embora a tecnologia digital auxilie vários processos durante o projeto e 
apresente incríveis possibilidades de rápida modifi cação e visualização do ob-
jeto projetado, bem como da aplicação de materiais, que tal tentar utilizá-la 
apenas depois que fez os primeiros estudos à mão? Teste a possibilidade de 
relacionar volume e arquitetura pelos desenhos e, até mesmo, por modelos 
físicos (ALMEIDA, 2011).
Estudo volumétrico: aplicação em projetos residenciais
Uma vez que você está trabalhando em um projeto residencial, deve estar 
se perguntando como é possível associar um estudo volumétrico a esse tipo de 
edifi cação. Deve pensar se é necessário recorrer sempre à tradicional forma or-
togonal para solucionar seu projeto, ou se diferentes volumetrias podem ser em-
pregadas para criar um edifício residencial. Que tal buscar projetos de referência 
com boas soluções já empregadas nessa tipologia para lhe inspirar quanto às 
formas do projeto de edifício residêncial?
Você já ouviu falar em Antoni Gaudí? Gaudí foi um arquiteto espanhol que 
viveu entre os séculos XIX e XX, e que projetou diversas obras em Barcelona. Tal-
vez a obra mais conhecida seja, o ainda inacabado, Templo Expiatório da Sagrada 
Família, ou apenas Sagrada Família, como a catedral é popularmente conhecida.
Em 1906, o arquiteto projetou uma edifi cação residencial em Barcelona, que nos 
leva a pensar sobre a forma e a arquitetura empregadas nesse tipo de edifício.
O edifício, feito para a família Batlló (que pretendia morar nos primeiros an-
dares e alugar os demais), pode ser considerado muito artístico. A principal in-
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tervenção foi a reconfiguração da fachada, que se caracteriza pela presença de 
curvas, ossos e por formas de répteis. Além disso, é uma obra colorida e rica, 
em cerâmica e vidro. As formas utilizadas por ele contrastam com a rigidez do 
entorno e afiliam-se ao movimento art nouveau, pelo qual a arquitetura da Euro-
pa passava naquele momento. No interior do edifício, mais uma vez, há formas 
curvas e surpreendentes (FRACALOSSI, 2012).
Você pode acompanhar essas características pela observação das Figuras 3 
e 4. A primeira apresenta o exterior, onde é possível perceber diferentes mate-
rialidades, cores e curvas, com grande organicidade. A segunda reproduz mais 
uma vez a riqueza colorida da proposta de Gaudí, em conjunto com suas formas 
inusitadas em um pátio interno coberto de azulejos: 
Figura 3. Casa Batlló (exterior). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/01/2021.
Figura 4. Casa Batlló (interior). Fonte: Shutterstock. Acesso em: 13/01/2021.
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A observação desse projeto lhe permite vislumbrar possibilidades quanto às 
volumetrias, formas e cores. Você já o conhecia? Procure saber um pouco mais 
sobre ele, bem como de outras obras de Gaudí. Em conjunto com as obras de 
Niemeyer e Gehry, apresentadas anteriormente, você já tem três grandes nomes 
capazes de enriquecer seu repertório volumétrico e plástico.
Representação da funcionalidade em projetos 
arquitetônicos
Um projeto de arquitetura gera um conjunto de relações entre formas e 
funções. É possível considerar que as funções se expressam formalmente pelo 
partido arquitetônico e pelas escolhas volumétricas de uma equipe ou arquite-
to. A função, por sua vez, está relacionada ao programa de necessidades. 
Como, porém, é possível relacionar essas condicionantes durante seu pro-
cesso de concepção? Como formular um processo que auxilie você a defi nir 
desenho e forma fi nal do projeto de arquitetura? 
Aqui, você aprenderá um pouco mais sobre a importância da função na 
arquitetura e sua relação com as escolhas formais. Posteriormente, o que 
você acha de começar a praticar essa junção por meio de representações em 
maquete? Acompanhe as páginas a seguir e veja a importância dessa etapa 
desde o início do seu processo de projeto. 
Funcionalidade em arquitetura
Se você é arquiteto, e está trabalhando no projeto de uma edifi cação residen-
cial para um cliente da sua cidade, signifi ca que há uma demanda de moradia no 
local. Assim, aquele que o contratou pretende utilizar seus serviços para conce-
ber uma nova edifi cação que cumpra a função de habitação para aqueles que 
comprarem um imóvel ali.
Pensando nisso, você sabe, de antemão, que sua proposta arquitetônica tem 
uma função bastante defi nida: ela será residência para um conjunto de pessoas. 
Isso leva você a pensar que, dentro da edifi cação e de cada unidade habitacio-nal específi ca, deverá propor espaços que possam ser ocupados e utilizados de 
forma efi ciente.
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Quais são, porém, esses espaços? Lembre-se de que a especificação deles de-
penderá tanto da funcionalidade da arquitetura quanto dos anseios do cliente. 
Nesse caso, a ideia é que a edificação contenha espaços coletivos no térreo, como 
salão de festas, piscina, academia e coworking. Além disso, você pode acompa-
nhar, no Quadro 1, as demandas do cliente com relação a dois tipos de apartamen-
tos que devem compor o edifício residencial que você está projetando: 
Tipo de apartamento Ambientes
Studio (30 m²)
Sala, cozinha e quarto integrados
Banheiro
Varanda gourmet
Dois dormitórios 
(65 m²)
Sala
Cozinha com área de serviços integrada
Dois dormitórios
Banheiro
Varanda gourmet
QUADRO 1. EXEMPLO DE PROGRAMA DE NECESSIDADES DOS 
APARTAMENTOS
Ao analisar o Quadro 1, você vai perceber que existem duas demandas diferen-
tes para apartamentos no seu edifício, além das áreas comuns já citadas. Assim, 
como você organizará a planta tipo da edificação, de forma a conter este conjunto 
de espaços previstos na lista do programa de necessidades? 
EXPLICANDO
Você sabe o que é uma planta tipo? Essa expressão é utilizada para fazer 
referência à planta-padrão de uma edificação, ou seja, ela refere-se à 
planta que se repete pelo maior número de pavimentos dentro do edifício. 
No caso de uma edificação residencial, por exemplo, a planta que contém 
os apartamentos e é replicada por vários pavimentos é a chamada planta 
tipo. Assim, caso sua proposta apresente vários pavimentos iguais, não é 
necessário desenhá-los separadamente.
Para a construção dessa planta tipo, qual será a forma adotada por você, 
pensando que há dois apartamentos de diferentes dimensões e propostas? 
Você pode começar criando setores diversos em uma planta, sendo um deles 
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destinado apenas aos apartamentos do tipo studio e outro para os apartamen-
tos de dois dormitórios (mas não se esqueça de que isso poderá refl etir-se na 
forma fi nal do seu edifício). 
Outra possibilidade disponível é mesclar, em um mesmo pavimento, as di-
ferentes plantas e metragens. Ainda com essa segunda opção, é possível criar 
uma volumetria interessante. Também não se esqueça de pensar em como os 
equipamentos coletivos desse residencial se distribuirão pelo edifício, ao for-
mular seu projeto. 
Relação entre forma e função arquitetônica
Acompanhando o programa de necessidades da edifi cação na qual você 
está trabalhando, é possível perceber que a existência dos dois tipos de resi-
dência demonstra que, embora a função de habitar seja a mesma para am-
bas, ela pode ser feita em espaços com confi gurações e dimensões distintas. 
Dessa forma, uma mesma função não implica homogeneidade formal fi nal 
em seu objeto arquitetônico.
Apartamentos diferentes podem resultar, sim, em locais parecidos que ape-
nas diferem em áreas e, é claro, no público atendido. Sua escolha como arquiteto 
pode ser a de apresentar formalmente essa distinção de necessidades espaciais, 
que cada um desses tipos traz. No entanto, quais as referências formais que você 
tem, e como as explora?
Entre os arquitetos brasileiros mais conhecidos, está Oscar Niemeyer. Você 
já viu uma de suas obras por aqui, mas conhece outras? Niemeyer criou uma 
linguagem arquitetônica própria, ao explorar, diante da arquitetura moderna em 
que a linhas e ângulos retos eram predominantes, as curvas. Segundo o próprio 
Niemeyer (2005), sua inspiração vinha das formas curvilíneas das mulheres e das 
montanhas cariocas. 
ASSISTA
Conheça um pouco mais sobre a obra de Oscar Niemeyer e sua manei-
ra de explorar a forma arquitetônica assistindo ao documentário Oscar 
Niemeyer – a vida é um sopro, dirigido por Fabiano Maciel e lançado em 
2007. O documentário tem 89 minutos e conta com a participação de Chico 
Buarque de Hollanda e Lúcio Costa, entre outras personalidades. 
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As obras fl uidas de Niemeyer são parte de um conjunto arquitetônico que, 
mesmo ao longo dos anos, rompem com a rigidez formal e passam a explorar 
a forma livre na arquitetura como uma expressão necessária. Para arquitetos 
como ele e Frank Gehry, a obra arquitetônica era pensada como uma escultura 
que, posteriormente, assumiria a função à qual estava destinada. Nesse sen-
tido, a plasticidade e a beleza adquirem um sentido ainda mais forte do que o 
comum (JATOBÁ, 2008).
Para você, qual a ordem de pensamento quando se trata do projeto arquite-
tônico? A função aparece em primeira instância, dando sentido à forma poste-
rior, ou a forma é pensada primeiramente, e a função encaixada nela posterior-
mente? Tais questionamentos podem surgir, pois, em arquitetura e projeto, não 
existe uma regra ou metodologia única e totalmente linear no desenvolvimento 
de uma edifi cação.
Entretanto, o ponto-chave é que exista relação entre esses dois fatores – for-
ma e função – e, ainda, que eles possam ser representados de modo que seja 
compreensível para qualquer um que tenha contato com o projeto em todas as 
suas fases. Para tal, você pode utilizar tanto os desenhos, que permeiam todos 
os momentos do projeto, quanto maquetes e modelos tridimensionais. 
No subtópico seguinte, você verá a importância da representação arquitetô-
nica por meio da maquete e como esse recurso pode ser utilizado também na 
determinação da forma da edifi cação, mesmo na fase de projeto. 
Maquete: representação tridimensional
Você já deve saber, empiricamente e pela prática, que, em arquitetura, o 
desenho é uma entidade presente durante todo o processo de projeto. Isso 
acontece independentemente da tipologia que está sendo projetada e, ainda, 
da fase em que se está trabalhando. 
Desde a concepção inicial e esquemática do seu objeto arquitetônico até à 
entrega de um projeto executivo completo com plantas, cortes, fachadas e de-
talhamentos específi cos que nortearão a execução da obra, a comunicação em 
arquitetura passa pela representação das ideias para um determinado espaço. 
Isso, porém, não signifi ca que o desenho deva ou precise ser a única maneira de 
o arquiteto comunicar suas intenções projetuais e resultados. 
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É possível utilizar o recurso das maquetes mesmo quando a proposta ainda 
não está plenamente definida, ou, ainda, como exploração da forma. Esses pri-
meiros estudos podem estar vinculados aos croquis iniciais do projeto e podem 
ser realizados em diversos materiais, incluindo o papel sulfite e o papelão.
Esses simples papéis podem ser usados para representar planos ou pavi-
mentos de uma edificação. Na Figura 5, você pode observar e se inspirar em 
um modelo de maquete física que é representativa dos estudos iniciais de um 
volume arquitetônico, importante nas fases iniciais do desenvolvimento do 
projeto de uma edificação: 
Figura 5. Representação física, em papelão, de edificação. Fonte: DOMENEGHETTI, 2015.
É importante considerar que esses estudos volumétricos devem ser reali-
zados em escala. A utilização correta dela permite compreender as possibili-
dades funcionais, os acessos, a relação com o terreno e o entorno disponível, 
a insolação de acordo com o posicionamento da edificação no terreno e a for-
ma adotada. Além disso, pode-se, a partir da escala, fazer um estudo das va-
riáveis que destaquem as potencialidades e possíveis modificações a serem 
feitas no projeto. Claro que, se você ainda está na etapa inicial dos estudos, 
as informações encontradas também serão iniciais.
Ao longo do processo de desenvolvimento do projeto, embora não exista 
regra, é interessanteque o conjunto de desenhos feitos por você e sua equi-
pe, e apresentados ao cliente, seja acompanhado de estudos volumétricos. 
Seguindo nosso exemplo, explore algumas alternativas formais, consideran-
do o programa de necessidades que você já conhece. Tente enlaçar as variá-
veis de forma e função que você tem.
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Com os resultados encontrados, faça novos desenhos, desenvolva sua 
ideia. A partir do momento que os desenhos estão mais desenvolvidos, gere 
um novo modelo tridimensional. Lembre-se de que o segundo estudo pro-
porcionará novas variáveis da relação entre objeto arquitetônico e entorno. 
Também é importante salientar que o uso dessas maquetes ajudará tanto 
no seu processo de concepção e aprimoramento do projeto quanto na com-
preensão do cliente sobre ele. Talvez você escolha passar da fase das maque-
tes físicas para as virtuais. Isso também pode acontecer, mas, novamente, 
não é o único modelo a ser seguido. 
Para que você se anime com a possibilidade de trabalhar com maquetes 
físicas, observe as Figuras 6 e 7. Nelas, você vê a representação de projetos 
de arquitetura sem a utilização de recursos virtuais e já com alto grau de de-
talhamento da edificação e do entorno: 
Figura 6. Maquete física de projeto arquitetônico (1). Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 13/01/2021.
Figura 7. Maquete física de projeto arquitetônico (2). Fonte: Adobe Stock. Acesso em: 13/01/2021.
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Considerando as Figuras 6 e 7, veja que as maquetes são modelos que 
podem ser utilizados para facilitar o entendimento, ou mesmo para realizar 
leituras de condicionantes locais em relação à volumetria do projeto. 
É comum trabalhar, também, com essas maquetes físicas para realizar 
testes de conforto. A adequação das edificações, independentemente da sua 
tipologia, às condições de conforto ambiental é essencial para que o proje-
to arquitetônico seja sustentável e adequado para seus usuários. A análise 
pode ser realizada em laboratório e, para tal, os modelos físicos devem ser 
construídos com suas aberturas posicionadas corretamente no terreno, em 
relação à orientação solar e dos ventos.
Isso permite visualizar, por exemplo, o percurso dos ventos no interior 
das edificações, garantindo que a unidade, como um todo, seja ventilada. O 
equipamento utilizado para esse tipo de teste é o túnel de vento.
Há a possibilidade de realizar testes com outro equipamento usual em la-
boratórios de conforto ambiental: o heliodon. Utilizando-o, é possível simular 
a trajetória do sol em relação à maquete de acordo com a posição 
e orientação geográfica dela – relacionando-a à direção norte do 
dispositivo. Assim, é possível verificar como se dá a inso-
lação no edifício projetado ao longo do dia e em datas 
específicas do ano, como os solstícios de verão e in-
verno e os equinócios de primavera e outono. Essa 
operação sempre pode ser feita para unidades separa-
das da edificação ou para a sua totalidade, dependendo da maquete 
realizada. Também é possível verificar a interferência de vegetação e outros 
edifícios do entorno quanto à radiação solar no seu projeto. 
CURIOSIDADE
O solstício representa a data na qual a Terra recebe uma quantidade de 
sol maior em um dos hemisférios. No dia 21 de junho, acontece o solstício 
de inverno no hemisfério sul e o de verão no hemisfério norte; e no dia 
21 de dezembro, acontece o solstício de verão no hemisfério sul e o de 
inverno no hemisfério norte. O equinócio é quando a luz do sol e o calor 
atingem os dois hemisférios da mesma forma. Ele acontece entre os dias 
20 e 21 de março para equinócio de primavera no hemisfério norte e de 
outono no hemisfério sul; em 23 de setembro ocorre o equinócio de outono 
no hemisfério norte e o de primavera no sul.
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Com a utilização cada vez maior de tecnologias computacionais no contex-
to da arquitetura, é comum que os modelos sejam desenvolvidos virtualmen-
te. Uma das vantagens da maquete virtual é o realismo com o qual ela pode 
ser feita. Com uma disponibilidade tecnológica enorme, é possível represen-
tar um projeto arquitetônico de forma bem próxima à realidade. Esse fator 
contribui não apenas para a fácil visualização de fatores, como o partido ar-
quitetônico adotado, as materialidades e espaços, mas também para estudos 
mais aprofundados e complexos.
Com o realismo virtual é possível que os estudos sobre o comportamen-
to térmico e acústico das edifi cações, por exemplo, seja bastante completo, 
antes mesmo de sua construção. Por meio de softwares e plug-ins, o modelo 
desenvolvido pode ser estudado considerando a infl uência da vegetação pre-
sente no entorno, a incidência solar durante os diversos períodos e estações 
do ano e o comportamento dos materiais empregados do ponto de vista tér-
mico e estrutural. 
Esses estudos permitem modifi cações mais rápidas e fáceis, anteriores à 
construção do seu projeto. Isso é importante para corrigir falhas potenciais e 
permitir o melhor desempenho possível para a edifi cação, sem custos extras 
ou elevados, caso o projeto já estivesse efetivamente construído. 
Volte ao exemplo da sua edifi cação com essas informações. Elabore a área 
na qual está trabalhando, incluindo a topografi a, e modele o edifício residen-
cial sobre ela. Comece a explorar alguns fatores relacionados à insolação, ve-
getação e outros volumes edifi cados no entorno, e verifi que a infl uência que 
ocorre entre eles. Isso tornará necessárias mudanças na forma inicial que 
você estava prevendo para o projeto? Pense que seu projeto está ganhando 
forma e mostrando-se mais completo e complexo, com camadas de caracte-
rísticas que o tornarão efi ciente para seu cliente e os usuários futuros. 
A tecnologia e os materiais em projeto
Até agora, você explorou determinantes funcionais e formais no seu proje-
to de edifi cação residencial. É preciso, entretanto, lembrar-se sempre de que 
a arquitetura se compõe de determinados materiais, capazes de suportar as 
cargas e formas defi nidas para a ocupação daquele espaço.
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Dessa maneira, a defi nição dos materiais é um passo fundamental para 
consolidar a caracterização de uma edifi cação. Há diferenças entre projetos 
de acordo com as materialidades dele, e isso é inquestionável. Quais, porém, 
são as variáveis que podem ajudar você a escolher esses materiais? E nos 
projetos residenciais, o que é importante considerar? A partir de agora, você 
verá algumas possibilidades. Não se esqueça de aplicá-las aos seus projetos.
Uso dos materiais e sistemas construtivos em projetos 
residenciais
Você já passou pelas primeiras fases do seu projeto residencial, tendo ago-
ra um conjunto de elementos pronto para ser materializado. No entanto, qual 
será sua escolha do ponto de vista das materialidades? Preferirá trabalhar com 
sistemas construtivos convencionais ou optará por desenvolver seu projeto em 
consonância com novos materiais, sistemas e tecnologias?
Lembre-se, primeiramente, de que o seu edifício terá mais de quatro pavi-
mentos. Para isso, seu sistema estrutural deve ser resistente. Em geral, edifi ca-
ções com vários pavimentos podem usar sistemas construtivos com pré-mol-
dados de concreto compostos por pilares, vigas e elementos de vedação (como 
paredes e lajes). No Brasil, esses sistemas são convencionais.
Esses sistemas, normalmente, são compostos por vigas e pilares metálicos 
ou de concreto; lajes de concreto ou blocos distribuídos em uma rede metálica; 
e, ainda, por paredes de alvenaria, drywall, madeira ou mesmo painéis de vi-
dro. Nesse caso, é possível adotar uma modulação ou coordenação modular

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