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Direito Restaurativo e Reinserção Social - Apostila

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DIREITO RESTAURATIVO E REINSERÇÃO SOCIAL 
DIREITO RESTAURATIVO E REINSERÇÃO SOCIAL 
 
 
 
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1 
 
Sumário 
DIREITO RESTAURATIVO E REINSERÇÃO SOCIAL ............................... 0 
DIREITO RESTAURATIVO E REINSERÇÃO SOCIAL ............................... 0 
NOSSA HISTÓRIA............................................................................................. 2 
1. INTRODUÇÃO...................................................................................... 3 
2. JUSTIÇA RESTAURATIVA – UMA TRATATIVA HISTÓRICA ..... 7 
3. ENTENDIMENTO DO CONCEITO DE JUSTIÇA 
RESTAURATIVA........................................................................................................ 9 
4. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO CONCEITO DE JUSTIÇA 
RESTAURATIVA...................................................................................................... 11 
5. PRINCÍPIOS E VALORES RESTAURATIVOS................................. 12 
6. APLICAÇÃO DA JUSTIÇA RESTAURATIVA NOS CENÁRIOS 
MUNDIAL E BRASILEIRO ......................................................................................... 14 
7. MARCOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA NO BRASIL .................. 18 
8. JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO MEIO PARA A INCLUSÃO 
SOCIAL 22 
9. BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA .................................. 25 
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 28 
 
 
 
 
 
 
2
 
2 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3
 
3 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Com a globalização e a ampliação de direitos, garantias e medidas 
assecuratórias, conferidos pela constituição federal de 1988, despertando na 
população uma maior conscientização de seus direitos, esta passou a buscar 
com maior intensidade a proteção de seus interesses perante juízes e tribunais. 
Ocorre que nem todos estes direitos encontraram seu regulamento na lei 
ordinária e, ainda quando abarcados pela norma e submetidos à apreciação do 
judiciário, não há garantias de que os conflitos preexistentes tenham se 
liquidado, de modo a se (re) estabelecer o status quo. 
Nas últimas décadas, tem crescido sensivelmente a busca por alternativas 
para a administração de conflitos na sociedade. Ao tutelar uma gama de bens 
jurídicos cada vez maior, o Direito Penal apropria-se, de forma acelerada, de 
espaços que outrora pertenciam a outros ramos do Direito. Em ritmo idêntico, o 
Direito Processual Penal, através dos órgãos de administração da justiça 
criminal, monopoliza a sistemática de resolução dos litígios e o conjunto de toda 
atividade persecutória. 
Neste ambiente, no qual iniciativas democráticas dificilmente ganham 
relevo, o Direito Restaurativo, também chamado de Justiça Restaurativa, emana 
no cenário jurídico como alternativa para a solução de conflitos na atualidade. 
Parte-se do pressuposto de que a justiça criminal tradicional, conhecida como 
retributiva, está em crise, deflagrada principalmente pela falta de legitimidade do 
Estado em recorrer aos institutos penais, via de regra, obsoletos, mesmo em 
face ao expansionismo da legislação. 
Ao propor um encontro entre as partes envolvidas no conflito, a Justiça 
Restaurativa confere prioridade ao “olho no olho”, ao diálogo, à reconciliação e 
até mesmo ao perdão. Por outro lado, a participação da comunidade no processo 
restaurativo, tem o efeito de prevenir a ocorrência de novos ilícitos. 
 
 
 
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4 
Por isso, a busca por um resultado idealizado de forma conjunta, em que 
as partes diretamente envolvidas em um crime podem, com a ajuda de um 
facilitador, chegar a um acordo, objetivando a responsabilização do autor e a 
reparação do delito à vítima, faz da Justiça Restaurativa um importante 
instrumento democrático e de acesso à justiça. 
Ademais, a ruptura com os estereótipos e com a ideia de estigmatização 
do infrator, muito comuns no sistema de justiça criminal tradicional, associada ao 
maior respeito dado à vítima no processo, transformam a proposta restaurativa 
em uma importante alavanca para o fortalecimento do Estado democrático de 
Direito. 
A Justiça Restaurativa é uma proposta de aplicação da justiça na qual se 
busca o atendimento das necessidades da vítima ao mesmo tempo em que o 
agressor é convocado a participar do processo de reparação do dano, visando 
um processo produtivo e de reintegração à sociedade, em lugar da simples pena 
punitiva. 
É possível destacar alguns princípios aplicáveis a Justiça Restaurativa, 
como: Princípio da Voluntariedade; Princípio da Consensualidade; Princípio da 
Confidencialidade; Princípio da Celeridade; Princípio da Urbanidade; Princípio 
da Adaptabilidade; e Princípio da Imparcialidade. 
O moderno movimento da justiça reparativa tem origem nos anos 1970 e 
1980, a partir de referências de tradições pacificadoras antigas e iniciativas no 
Canadá e Nova Zelândia 
Para definir o que é a justiça restaurativa, nada melhor do que a sugestão 
presente na resolução 2002/12 do Conselho Econômico e Social das Nações 
Unidas, quando este faz a recomendação da justiça restaurativa a todos os 
países. De forma bastante redundante, define que: “Programa de Justiça 
Restaurativa significa qualquer programa que use processos restaurativos e 
objetive atingir resultados restaurativos.” e avança, dizendo que esses 
Processos Restaurativos são quaisquer processos onde vítima e ofensor, bem 
como demais outros indivíduos ou membros da comunidade que foram afetados 
 
 
 
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pelo conflito em questão, participam ativamente na resolução das questões 
oriundas desse conflito, geralmente com a ajuda de um facilitador “Mediador”. 
Essa definição um tanto genérica e, como já dito, tautológica em seu 
enunciado, se faz importante, tendo em vista que a história das práticas 
consideradas restaurativas tem origem em lugares diferentes e também em 
tempos diferentes. Além disso, mostra que, diferente da justiça tradicional 
positivista, não há regras rígidas ou leis que a cerceie; ao contrário disso, trata-
se de um modelo de resolução de conflitos firmado em valores. Na verdade, ao 
mesmo tempo em que dá liberdade a um lastro maior de formas de justiça 
restaurativa, mostra a raiz, mais intuitiva e prática do que teórica, do que vem a 
ser a justiça restaurativa. 
No entanto, apesar da definição ampla, a justiça restaurativa pode ser 
identificada por aspectos comuns aos diversos projetos existentes. Renato 
Gomes Pinto define a justiça restaurativa, dizendo que: “trata-se de um processo 
estritamente voluntário, relativamente informal, com a intervenção de 
mediadores, podendo ser utilizadas técnicas de mediação, conciliação e 
transação para se alcançar o resultado restaurativo, objetivando a reintegração 
social da vítima e do infrator.” 
De modo geral, os aspectos destacados por Gomes Pinto,expressam a 
forma pela qual a justiça restaurativa é operada. Esses aspectos serão, portanto, 
analisados, ao mesmo tempo em que o funcionamento da justiça restaurativa 
será apresentado. 
Embora existam diversas práticas restaurativas ao redor do mundo, os 
princípios fundamentais que embasam a Justiça Restaurativa são comuns e 
universais. 
Os valores que regem a Justiça Restaurativa são: empoderamento, 
participação, autonomia, respeito, busca de sentido e de pertencimento na 
responsabilização pelos danos causados, mas também na satisfação das 
necessidades evidenciadas a partir da situação de conflito. 
 
 
 
6
 
6 
A justiça restaurativa tira o foco de atenção do delito, transferindo-o para 
a solução dos conflitos decorrentes deste delito. 
As partes afetadas pelo conflito devem voluntariamente optar pela justiça 
restaurativa como meio para sua resolução, diferentemente do processo 
tradicional, pois, caso as pessoas não queiram optar pelo modelo restaurativo, o 
Estado não pode intimá-las a utilizar essa via. O fato de ser caracterizado como 
relativamente informal alude à forma como acontecem os procedimentos. As 
partes são consultadas se desejam participar e a solução tida como justa é obtida 
através do diálogo entre elas, nos chamados círculos restaurativos, câmaras 
restaurativas, ou mesmo encontro restaurativo. 
A intervenção de mediadores treinados e habilitados (também chamados 
de facilitadores ou, ainda, conciliadores) marca a viabilidade do procedimento 
restaurativo. O papel da mediação é o de garantir que as partes dialoguem de 
modo a construir conjuntamente um acordo justo para ambos os lados. Ocorre 
que o diálogo entre as pessoas afetadas se torna muito delicado em decorrência 
dos impactos causados pelo conflito. Por isso, a mediação irá primar para que 
esse diálogo não seja mais uma forma de conflito, mas sim um meio para a 
reparação dos danos e restauração das relações sociais. 
O resultado restaurativo diz respeito aos encaminhamentos advindos 
desse encontro entre as partes. O termo resultado restaurativo é mais amplo que 
acordo restaurativo, sendo que este corresponde ao que foi decido entre as 
partes para a reparação dos danos decorrentes do conflito e, aquele, insinua 
também o cumprimento desse acordo e a efetiva restauração das partes. 
Que a Justiça Restaurativa não seja confundida com moleza, bondade, 
permissividade ou tática para reduzir a reincidência criminal. Muitas vezes o 
sistema tradicional de punição é necessário, nem que seja para tirar da 
sociedade alguém que está causando mal aos outros e a si mesmo. 
Mas passada a etapa da punição, ou antes, podemos ter a sorte de 
reconhecer que restaurar é melhor do que simplesmente punir. 
 
 
 
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7 
Que confrontar o criminoso com a vítima oferece a ele a experiência moral 
de tomar contato real com o sofrimento causado. Ou alguém acha que jogá-lo 
num inferno vai fazê-lo refletir sobre algo? 
E também que confrontar a vítima com o criminoso permite a ela a 
experiência do perdão, ou pelo menos, reconhecer que o mal não é algo abstrato 
que pode acontecer sem aviso, algo bem mais assustador do que o mal humano, 
passível de manifestação em todos nós. Basta um momento de descuido. 
2. JUSTIÇA RESTAURATIVA – UMA TRATATIVA 
HISTÓRICA 
O arcabouço histórico da Justiça Restaurativa está atrelado a mais 
longínqua prática de resolver os conflitos nas comunidades primitivas. Os relatos 
de tais práticas se encontram nos mais antigos códigos, antes mesmo da 
primeira era cristã. O resgate histórico que se faz das práticas restaurativas, 
demonstra que no sentido de restabelecer e garantir o equilíbrio nas sociedades 
antepassadas, estas eram eficazes, porque havia o respeito a figura do líder que 
orientava os membros da comunidade. 
Nas comunidades chamadas primitivas, quando surgia uma situação em 
que o convívio pacífico do grupo era ameado por um ato contrário a cultura do 
grupo, a forma de reparação se aplicava com a finalidade de restabelecer o 
equilíbrio afetado. 
Nestas sociedades, onde os interesses coletivos 
superavam os interesses individuais, a transgressão de 
uma norma causava reações orientadas para o 
restabelecimento do equilíbrio rompido e para a busca de 
uma solução rápida para o problema. As formas punitivas 
(vingança ou morte) não foram excluídas, mas as 
sociedades comunais tinham, a tendência de aplicar 
alguns mecanismos capazes de contra toda a 
desestabilização do grupo social. (JACCOUD, 2005, p. 
165) 
O debate acerca do reconhecimento e desenvolvimento das práticas 
restaurativas iniciou-se em meados da década de setenta, no Canadá e Nova 
 
 
 
8
 
8 
Zelândia, fundando-se nos estudos de antigas tradições desses países que 
apregoavam o diálogo pacificador como mecanismo de resolução de conflitos, 
notadamente entre os adolescentes. 
A utilização do termo Justiça Restaurativa é atribuída a Albert Eglast, que, 
em 1977, escreveu um artigo denominado Beryond Restition: 
CreativeRestitution, onde suscitou a existência de três respostas ao crime, quais 
sejam, a retributiva (essencialmente punitiva), a distributiva (visando a 
reeducação) e a restaurativa (buscando a reparação). (PINTO, 2006, p.3) 
Constata-se que as práticas de justiça comunitária eram comuns entre as 
sociedades nativas, onde as formas de negociação eram baseadas nos 
costumes, nas resoluções dos conflitos dentro dos próprios grupos, o que 
poderia incluir a vingança e a morte: 
A justiça comunitária tinha defeitos graves. Os 
métodos para determinar a culpa eram arbitrários e 
imprecisos, e faltavam as devidas salvaguardas. Essa 
forma de justiça funcionava muito bem entre iguais. Mas 
se o ofensor fosse um subordinado, a justiça seria sumária 
e brutal. (ZEHR, 2008, p.102) 
Entretanto, ainda que a justiça comunitária tivesse suas precariedades, 
havia uma preocupação constante com a manutenção dos relacionamentos e a 
reconciliação, oferecendo mais opções de resultados do que oferece o protótipo 
retributivo. 
A partir do século XIX observa-se uma transição das práticas restaurativas 
ou da justiça comunitária para um sistema público de justiça retributiva, que 
acabou se tornando, com o tempo, a única regra aceitável, de onde adveio, por 
consequência, a instituição de um modelo de justiça penal, separado do modelo 
de justiça civil. (KÉPES, 2008, p. 61) 
Os programas de Justiça Restaurativa se disseminaram rapidamente e, 
em meados de noventa, já envolviam países como Austrália, Estados Unidos, 
África do Sul, Argentina, entre outros sendo que, no Brasil, os primeiros estudos 
 
 
 
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9 
acerca do tema se deram em 1999,a cargo do professor Pedro Scuro Neto, no 
Estado do Rio Grande do Sul. (LARA, 2013, pp. 305/308) 
Outros tantos foram sendo iniciados, mas em 2003 com a realização do 
primeiro Seminário sobre Justiça Restaurativa realizado em Brasília, iniciou-se 
mais fortemente outros projetos pelo pais, sendo criados então os chamados 
projetos pilotos da Justiça Restaurativa no Brasil, os que foram implantados em 
São Caetano do Sul - SP, Bandeirantes - DF e Porto Alegre - RS. (PRUDENTE, 
2013, P. 190) 
3. ENTENDIMENTO DO CONCEITO DE JUSTIÇA 
RESTAURATIVA 
Num primeiro momento importa entender o significado da Justiça 
Restaurativa, bem como sua finalidade. Renato Sócrates Gomes Pinto, assim 
sintetizou o conceito de práticas de Justiça Restaurativa e de seu objetivo 
central: 
Trata-se de um processo estritamente 
voluntário, relativamente informal, a ter lugar 
preferencialmente em espaços comunitários, sem o 
peso e o ritual solene da arquitetura do cenário 
judiciário, intervindo um ou mais mediadores ou 
facilitadores, e podendo ser utilizadas técnicas de 
mediação, conciliação e transação para se alcançar 
o resultado restaurativo, ou seja, um acordo 
objetivando suprir as necessidades individuais e 
coletivas das partes e se lograra reintegração 
social da vítima e do infrator. (PINTO, 2006, p. 20). 
A ideia central de Justiça Restaurativa é demonstrar que não há somente 
uma parte lesada pelo surgimento de um conflito, mas a própria coletividade, vez 
que as consequências advindas atingem um número indeterminado de pessoas, 
de modo que a Justiça Restaurativa busca, em síntese, curar e corrigir injustiças, 
reavivando as relações comunitárias. 
As práticas de Justiça Restaurativa vão além da atribuição de “culpados” 
ou “inocentes” na existência de um conflito, buscando o restabelecimento da 
 
 
 
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convivência, a partir da (re) integração dos envolvidos na sociedade. Neste 
sentido, Carolyn Hoyle (2010, p. 2) aduz que “para uma intervenção ser 
considerada restaurativa, as partes devem se juntar para dialogar”. 
Assim, verifica-se que, para a Justiça Restaurativa, não basta que ocorra 
justiça, é preciso ir além, é necessário vivenciá-la. 
(...) o primeiro passo na justiça restaurat iva 
é atender às necessidades imediatas, 
especialmente as da vítima. Depois disso a justiça 
restaurativa deveria buscar identificar 
necessidades e obrigações mais amplas. Para 
tanto, o processo deverá, na medida do possível, 
colocar o poder e a responsabilidade nas mãos dos 
diretamente envolvidos: a vítima e o ofensor. 
(ZEHR, 2008, p. 192) 
Embora sua aplicação, hodiernamente, se dê na esfera penal, sobretudo 
nos crimes de menor potencial ofensivo e quando do cometimento de ato 
infracional, verifica-se a possibilidade de sua aplicação também em ramos do 
direito civil, como nos casos em que houver ofensa à moral, ensejando reparação 
ao dano, quanto em situações que envolvem o direito de família, visando à 
restauração dos vínculos, sobretudo quando houver interesse de incapaz. 
Desta forma, pode-se dizer que, vivenciar a justiça é ser efetivamente um 
ator de sua existência, é fazer com que todos os envolvidos no conflito e pelo 
conflito, independente do ramo do direito, participem ativamente na busca da 
solução. 
Para tanto é imprescindível conhecer os elementos constitutivos do 
conceito de Justiça Restaurativa a fim de que se visualize esta prática como um 
verdadeiro instrumento de inclusão social. 
 
 
 
 
 
 
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4. ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO CONCEITO DE 
JUSTIÇA RESTAURATIVA 
 
A Justiça Restaurativa tem se apresentado como um instrumento de 
transformação da sociedade, ao fornecer elementos fundamentais a partir de seu 
conceito que permitem o estabelecimento de um novo pensamento sobre o 
comportamento humano nas relações sociais. 
Ao viabilizar a participação ativa de todos os envolvidos em uma situação 
de conflito, com o objetivo de solucioná-lo e restabelecer os laços que tenham 
sido quebrados, a Justiça Restaurativa torna-se inovadora, “uma forma de 
perspectivar como é que todos nós, enquanto vítimas, infratores, autoridades 
policiais e judiciárias e a comunidade em geral devemos responder” ao conflito. 
(LÁZARO E MARQUES, 2006, p. 66) 
Diante do contexto em que se se vem aplicando a Justiça Restaurativa, é 
possível elencar três elementos fundamentais a partir do seu conceito já 
elencado acima. Um primeiro elemento que pode ser considerado é o social, que 
compreende o surgimento do conflito a partir da violação de uma norma, 
independentemente de ser necessariamente identificado um crime propriamente 
dito. 
Como segundo elemento que se identifica é a participação, donde só se 
pode falar em Justiça Restaurativa quando esta for de todos os envolvidos no 
conflito, uma vez que: 
os principais méritos da Justiça Restaurativa são, 
ao promover a participação ativa de vítimas, infratores e 
comunidade, permitir às primeiras expressar os 
sentimentos experenciados, as consequência 
decorrentes do crime e as necessidades a suprir para a 
ultrapassagem dos efeitos deste, proporcionar aos 
segundos a possibilidade de compreenderem em 
concreto o impacto que a sua ação teve na vítima, de 
assumirem a responsabilidade pelo ato perpetrado e de 
repararem de alguma forma, total ou ao menos 
 
 
 
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parcialmente, o mal causado, e possibilitar às terceiras a 
recuperação da “paz social”.(LÁZARO E MARQUES, 
2006, p. 66) 
Como terceiro elemento fundamental da Justiça Restaurativa, destaca-se 
a reparação. As práticas restaurativas apresentam como finalidade precípua a 
busca do retorno o mais próximo do possível do estado originário, permitindo 
que todos os envolvidos possam continuar convivendo numa mesma 
comunidade. 
A reparação é vista como “a chance de repara o malfeito por meio de 
desculpa, mudança de comportamento, restituição e generosidade, como forma 
de as partes assumirem responsabilidades, reparar e oferecerem alternativas 
para que isso seja realizado”. (SCURO NETO, 2004). 
Partindo-se da análise dos três elementos fundamentais, sendo eles o 
social, a participação e a reparação, é possível a transformação do conflito, e a 
partir de uma mudança geral é possível vislumbrar um caminho para a 
verdadeira inclusão social. 
5. PRINCÍPIOS E VALORES RESTAURATIVOS 
 
O Conselho Social e Econômico da ONU (ECOSOC), através da 
Resolução 2002/12, elaborou uma lista de princípios básicos que trazem 
importantes orientações acerca da implementação da justiça restaurativa para 
os Estados que queiram utilizá-la. 
Tais princípios são referência internacional no âmbito da regulamentação 
da justiça restaurativa e de suas práticas, e objetivam orientar sua utilização em 
casos criminais, através do desenvolvimento de programas que viabilizem a 
consecução de processos e resultados restaurativos. 
A Resolução 2002/12 da ONU define três princípios fundamentais: o 
programa restaurativo, o processo restaurativo e o resultado restaurativo. O 
Programa Restaurativo é qualquer programa utilize processos restaurativos 
buscando um resultado restaurativo. O Processo Restaurativo se dá através do 
 
 
 
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encontro entre vítima, infrator e, quando apropriado, outras pessoas ou membros 
comunidade, tentando solucionar as controvérsias decorrentes de um crime, 
orientados geralmente por um facilitador; e abrange a mediação, a conciliação, 
audiências e círculos de sentença. O Resultado Restaurativo é o acordo 
alcançado durante esse encontro (processo restaurativo), que inclui 
responsabilidades para o autor do ato delitivo, como reparação, restituição, 
prestação de serviços comunitários, intentando satisfazer as necessidades 
individuais e coletivas das partes e almejando a reintegração social da vítima e 
do infrator. 
Saliba ressalta que, apesar da importância da mencionada Resolução 
para a estruturação da justiça restaurativa em todo o mundo, os princípios por 
ela elencados não são taxativos, em razão da mobilidade e da adequação aos 
interesses envolvidos e comunitários que o próprio modelo restaurativo se funda. 
Todavia, servem como delimitadores mínimos para a manutenção das 
características originais e evitam um desvio das ideias sedimentadoras desse 
modelo. 
Assim, encadeamos um breve resumo de valores restaurativos listados 
por Marshall, Boyack e Bowen: a) Participação – dos mais afetados pelo crime 
(vítimas, infratores e suas comunidades de interesse), sendo estes os principais 
tomadores de decisões; b) Respeito – De todos os seres humanos, uns pelos 
outros, independente de raça, cultura, religião, poder econômico, idade, gênero 
e orientação sexual; c) Honestidade – Na fala e nos sentimentos decorrentes do 
fato criminoso; d) Humildade – Para reconhecer a fragilidade e vulnerabilidade 
do ser humano; e) Interconexão – Dos laços que envolvem o relacionamento da 
vítima, infrator e comunidade; f) Responsabilidade – Em assumir os riscos 
decorrentes de uma transgressão e criar meios para reparar os danos causados 
por sua conduta (infrator). g)Empoderamento – Das partes, para livre 
manifestação de suas vontades e satisfação deseus interesses; h) Esperança – 
Da cura das vítimas, da mudança dos infratores, e da maior civilidade da 
sociedade. 
 
 
 
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6. APLICAÇÃO DA JUSTIÇA RESTAURATIVA NOS 
CENÁRIOS MUNDIAL E BRASILEIRO 
 
Pode-se afirmar que a origem do que hoje conhecemos como mediação 
vítimaofensor, uma das espécies mais usuais de prática restaurativa, projeta-se 
para a década de 1970, motivada pelo incidente ocorrido na cidade de Elmira, 
na província de Ontário, no Canadá, onde dois jovens foram acusados de 
praticar atos de vandalismo contra 22 propriedades. Na ocasião, influenciado 
pela proposta feita por Mark Yantzi e Dave Worth, membros de um serviço de 
voluntários do Comitê Central Menonita da cidade de Kitchener, também em 
Ontário, o juiz determinou que se fizessem encontros presenciais entre as 
vítimas e os dois ofensores a fim de se chegar a um acordo de indenização. 
Acompanhados dos oficiais de condicional e do coordenador, os jovens 
visitaram as vítimas, negociaram o ressarcimento, e em poucos meses pagaram 
a dívida. A partir daí, nasceu a expressão VORP‟s (Victim Offender 
Reconciliation Programs/ Programas de Reconciliação Vítima- Ofensor) e várias 
outras práticas começaram a ocorrer de forma estruturada no Canadá. Quando 
essas experiências chegaram aos Estados Unidos, entre anos de 1977 e 1978, 
através de um projeto na cidade de Elkhart, Estado de Indiana, o psicólogo Albert 
Eglash criou a expressão Justiça Restaurativa em um texto que o mesmo 
produzira, fundado na ideia de restituição criativa e que estimulava o ofensor a 
pedir perdão pelos seus atos e reabilitar-se. 
Zehr define o VORP como uma organização independente, externa ao 
sistema de justiça criminal, mas que trabalha em cooperação com ele. O 
procedimento do VORP consiste de encontros presenciais entre vítima e ofensor 
em casos nos quais foi dado início ao processo penal e o ofensor admitiu ser 
autor do dano. Nesses encontros são enfatizados três elementos: os fatos, os 
sentimentos e os acordos. O encontro é facilitado e presidido por um mediador 
treinado, de preferência um voluntário da comunidade. 
 
 
 
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 O autor supracitado aponta que a maioria dos casos encaminhados aos 
VORP‟s originam-se da via judicial, sendo alguns, porém, enviados pela via 
policial, e outros que chegam por iniciativa das vítimas ou ofensores. 
Nos EUA, a maioria dos casos originam-se das cortes e o acordo se 
transforma em sentença, ou em parte dela, sendo que, nos casos encaminhados 
pelas cortes, os ofensores ficam em liberdade condicional durante todo operíodo 
de cumprimento do acordo. Nos EUA e Canadá a maioria dos casos são de dano 
patrimonial, com destaque para o furto ou furto qualificado. 
 Pesquisas realizadas nos Estados Unidos demonstraram como positivos 
os resultados das experiências restaurativas envolvendo vítima e ofensor, 
através dos VORP‟s. Praticamente todos os encontros chegaram a um acordo. 
Houve ínfimo percentual de insatisfação das vítimas e mais de 90% delas 
afirmaram que participariam novamente e recomendariam a amigos. A 
satisfação também se estendeu aos ofensores, com percentuais beirando a 
totalidade de envolvidos. 
Constatou-se redução nas taxas de reincidência dos ofensores inseridos 
no programa. Além disso, cerca de 80% das vítimas e ofensores se sentiram 
tratados com justiça no seu caso em particular. Após as experiências VORP‟s, 
que constituem um verdadeiro campo experimental para as práticas 
restaurativas em todo o mundo, a Justiça Restaurativa difundiu-se e ganhou 
delineamentos diferenciados nos locais onde ia sendo implementada. 
Podemos destacar a Nova Zelândia, a Austrália, a África do Sul e países 
da Europa, como Alemanha, Holanda, Inglaterra e Espanha, como bons 
exemplos. A Nova Zelândia pode ser considerada um dos países-piloto a 
introduzir a via restaurativa no seio de sua justiça criminal. A experiência já 
ultrapassa 20 anos, e a instauração de valores e processos de justiça 
restaurativa na justiça juvenil e também na de adultos enfatizam com otimismo 
os resultados que essa prática tem gerado, podendo ainda ampliar-se na medida 
em que vier sendo implantada e aceita de forma mais genérica, trazendo 
benefícios tanto para as vítimas, como para os infratores. 
 
 
 
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 As principais práticas que podemos destacar no âmbito da justiça 
restaurativa na Nova Zelândia são as reuniões de grupos familiares para jovens, 
o encaminhamento alternativo de jovens pela polícia e as reuniões restaurativas 
para adultos. As reuniões de grupos familiares para jovens são uma das 
possibilidades que um agente policial tem quando prende um jovem infrator 
neozelandês. 
Apesar da gravidade da infração e do histórico da mesma serem os 
fatores determinantes para a prática policial, temse buscado conhecer o histórico 
familiar do infrator, e isso se dá justamente através dessas reuniões, que já 
representam 25% das tomadas de decisão e incluem todas as infrações sérias, 
com exceção dos assassinatos e homicídios culposos, que vão diretamente para 
os tribunais regulares. 
 Tais encontros são organizados por coordenadores da justiça juvenil, e 
contam com o apoio de assistentes sociais, cujo papel inclui a preparação e 
presença em reuniões com os participantes, e a tomada de providências 
necessárias para uma reunião restaurativa,organizando sua facilitação e 
relatando os resultados para as partes envolvidas. 
Normalmente comparecem os jovens infratores, suas famílias, membros 
da família estendida e outros partidários, as vítimas e seus partidários, um 
representante da polícia e o facilitador.Estudos realizados entre 1990 e 2004 
com jovens, membros da família, vítimas e profissionais envolvidos nas RGF 
(reuniões de grupos familiares) apontaram as seguintes conclusões: a) os 
resultados das RGF são amplamente restaurativos, uma vez que todos os 
envolvidos participam (apesar de isso só ocorrer com cerca de metade das 
vítimas) e concordam com as decisões, havendo em grande parte a reparação 
do dano e a reintegração do infrator; b) apesar de em alguns casos os jovens e 
as vítimas terem se sentido distantes da tomada de decisão, e de alguns 
resultados apresentarem caráter punitivo e reabilitação do infrator aquém das 
expectativas dos jovens, a aplicação de um tratamento justo e respeitoso para 
todos e a ausência da vergonha estigmatizante foram fatores fundamentais que 
determinaram o êxito em muitas reuniões; c) jovens compreenderam o processo, 
 
 
 
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sentiram-se apoiados, perdoados e arrependidos, e consequentemente, 
capazes de reparar o dano e de não cometer novas infrações. 
 Outra prática recorrente na Nova Zelândia na qual se percebem os 
princípios da justiça restaurativa são os planos de encaminhamento alternativo 
de jovens pela polícia, também chamados de ações alternativas, através do 
Departamento de Auxílio à Juventude, cujos oficiais seguem os princípios do 
Estatuto de Crianças, Jovens e Suas Famílias de 1989. Os objetivos desses 
planos são, segundo Maxwell,reparar o dano causado, responsabilizar os jovens 
por sua infração, envolver os jovens, as famílias e as vítimas no processo de 
tomada de decisão e desviar os jovens do tribunal e da custódia, utilizando o 
menor tempo possível nesses processos. 
Para tanto, após ter ciência do relatório do policial que investiga o caso, o 
oficial geralmente visita a família do jovem infrator e conversa com este e com 
seus pais, a fim de tentar encontrar um plano satisfatório. O mesmo oficial 
também pode visitar as vítimas e a escola do infrator. As ações comumente 
aplicadas são: a) pedido de desculpas (por escrito, pessoalmente ou ambos); b) 
reparação financeira ou doações à caridade; c) trabalhos comunitários; d) toques 
de recolher ou outras restrições; e) outras medidas (como escrever uma 
redação). 
Os resultados dos planos de encaminhamento alternativo sãomuito 
semelhantes aos das reuniões de grupos familiares e, se comparados aos da 
justiça tradicional, são reveladores da eficácia do tratamento de jovens pela via 
restaurativa. 
A reforma ocorrida no âmbito da justiça juvenil na Nova Zelândia, através 
da utilização de procedimentos propriamente restaurativos, propiciou, em 1995, 
a inclusão de práticas restaurativas também na justiça criminal de adultos. 
Através de uma parceria da Unidade Nacional de Prevenção ao Crime, com a 
polícia e os conselhos comunitários do país, naquele ano, três projetos-piloto 
passaram a funcionar no país, como forma de desviar infratores adultos da 
necessidade de se apresentar em tribunais criminais. 
 
 
 
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 Destacam-se dois: o Projeto Turnaround (Dar a Volta) e Projeto Te 
WhanauAwbina, realizado em Auckland, maior cidade da Nova Zelândia. Os 
encontros são realizados na forma de painéis comunitários e envolvem infrações 
como roubo qualificado, ameaça de morte, morte causada por direção, crime de 
dirigir embriagado, assim como infrações consideradas mais “rotineiras” de dano 
doloso, furto e invasão de domicílio. 
Estudos realizados em 1997 e 1999 revelam ânimo nos resultados 
alcançados com as experiências restaurativas na justiça de adultos. Concluiu-se 
que a maioria dos participantes estavam satisfeitos com o processo e com os 
resultados. Além disso, a probabilidade de reincidência nos doze meses 
seguintes foi considerada bem inferior se comparada com a de grupos não 
participantes do projeto e, mesmo na hipótese de reincidência, percebeu-se que 
suas infrações eram menos sérias que as dos demais infratores. Outrossim, 
levando-se em conta os custos para o Estado, percebeu-se que as audiências 
dos painéis comunitários traziam bem menos gastos que as penas aplicadas 
pelo tribunal, além de passarem com mais veemência a sensação de inclusão e 
reparação para os envolvidos. 
 
7. MARCOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA NO 
BRASIL 
No Brasil, as primeiras práticas restaurativas se iniciaram há cerca de dez 
anos, através de sua adoção, ainda que tímida nas escolas, como estratégia 
para a solução de problemas disciplinares. Em 1998, no âmbito do Projeto 
Jundiaí, uma pesquisa buscou “identificar mecanismos efetivos de prevenção da 
violência em escolas públicas e que incorporou a realização de câmaras 
restaurativas na resolução de conflitos ocorridos no ambiente escolar”. 
Contudo o grande pontapé se deu em 2003, com a criação da Secretaria 
da Reforma do Judiciário pelo Ministério da Justiça. O desígnio principal deste 
órgão era o de dar mais efetividade às atividades do Judiciário brasileiro, através 
 
 
 
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de uma prestação jurisdicional mais célere e de qualidade, e de uma maior 
abertura à sociedade. 
Nessa ótica, o ideal da Justiça Restaurativa passou a ser amplamente 
defendido pela Secretaria como uma opção dentre as tantas formas alternativas 
de resolução de conflitos, especificamente nas áreas criminal e infracional, como 
“alternativa real para o sistema de justiça criminal”. Como esclarecem Renault e 
Lopes, “não se trata apenas de uma construção teórica, mas de um modelo já 
testado e incorporado por diversos países e, ademais, recomendado pela 
Organização das Nações Unidas”. 
Sendo assim, a partir de 2004, o tema passou a ser discutido em 
seminários e simpósios, em cidades como Porto Alegre, Araçatuba e Brasília, 
encabeçados por organizações e institutos que tinham o interesse de promover 
a disseminação da Justiça Restaurativa no Brasil. Em 2005, uma parceria entre 
o Ministério da Justiça e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
(PNUD), lançou o projeto “Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de 
Justiça Brasileiro”, que consistia em duas dimensões: uma teórica e outra 
prática. 
A dimensão teórica consistiu na realização de seminários e na publicação 
de obras coletivas, com destaque para as obras “Justiça Restaurativa: coletânea 
de artigos”, de 2005, e “Novas Direções na governança da justiça e da 
segurança”, de 2006, ambas na cidade de Brasília. A dimensão prática consistiu 
na implantação de três projetos piloto no Brasil, nas cidades de São Caetano do 
Sul, Porto Alegre e Brasília. Em São Caetano do Sul o programa se estabeleceu 
na Vara da Infância e da Juventude, tendo como público-alvo adolescentes 
autores de atos infracionais, e ocorrendo através da prática do círculo 
restaurativo, de duas maneiras. Na primeira, escolhem-se alguns casos entre os 
encaminhados à Vara e estes são enviados a uma equipe técnica, responsável 
por promover encontros restaurativos no próprio fórum. Os resultados desses 
encontros serão apreciados pelo juiz e pelo promotor público, que passarão a 
fiscalizar seu cumprimento, e poderão cumular a aplicação de medida 
socioeducativa juntamente com o acordo restaurativo. 
 
 
 
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Outra hipótese de ocorrência é a realização dos encontros em três escolas 
públicas da cidade, onde são levados conflitos entre alunos ou problemas de 
disciplina. Nesses casos, os professores assumem a posição de facilitadores, e 
os acordos são encaminhados à Vara da Infância e da Juventude para serem 
registrados, fiscalizados, e após a concessão da remissão, arquivados.[65] Em 
Porto Alegre, o programa é desenvolvido na 3ª vara Regional do Juizado da 
infância e da Juventude, que executa as medidas socioeducativas aplicadas no 
processo de conhecimento através das 1ª e 2ª Varas. Utiliza-se a prática do 
círculo restaurativo. 
Cumpre ressaltar que a aplicação das práticas restaurativas podem 
ocorrer tanto num momento anterior à decisão do juiz, no qual o adolescente 
estará cumprindo internaçãoprovisória, como após a prolação da sentença, 
quando o adolescente já estará a cumprir a medida socioeducativa. 
Em Brasília está o único dos três projetos-piloto que se dá fora do âmbito 
da Justiça da Infância e da Juventude, sendo desenvolvido junto aos 1º e 2º 
Juizados Especiais Criminais localizados na região do Núcleo Bandeirante. A 
prática restaurativa lá estabelecida é a mediação vítima-ofensor. 
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios e o Ministério Público 
são os responsáveis pelo programa, ficando a coordenação do projeto ao juiz do 
Juizado Especial. A participação deve ser voluntária, e os casos devem envolver 
conflitos entre pessoas que possuam vínculo ou relacionamento projetados para 
o futuro e aqueles nos quais há a necessidade de reparação emocional ou 
patrimonial. Estão excluídos os casos de violência doméstica e de uso de 
substância entorpecente. 
Por fim, cumpre destacar que encontra-seem tramitação no Congresso 
Nacional há vários anos um projeto de lei (PL nº 7006/2006), que pretende a 
regulamentação do uso de procedimentos restaurativos no sistema de justiça 
criminal brasileiro. 
Além de estabelecer princípios e regras para os procedimentos 
restaurativos, o projeto contempla a criação de núcleos restaurativos junto a 
varas e juizados especiais criminais, onde possa ocorrer o encaminhamento de 
 
 
 
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casos em que, pela personalidade do agente e circunstâncias do crime, 
recomende-se o uso de práticas restaurativas, por sugestão da polícia ou 
determinação do juiz, com anuência do Ministério Público. 
As vantagens seriam a suspensão do processo durante o procedimento 
restaurativo e a extinção da punibilidade caso fosse cumprido o acordo 
restaurativo, com a interrupção da prescrição da homologação judicial do acordo 
até seu cumprimento. Todavia, até o presente momento, tal projeto é fruto de 
vários arquivamentos, desarquivamentos e mudança de relatores, havendo 
aparentemente falta de empenho no seu andamento. 
Nos dizeres do antigo relator do projeto, o país passa por um sentimento 
de impunidade em que há uma tendência de criminalização de condutas e 
aumento de penas, e a proposta da Justiça Restaurativa passa exatamente por 
uma viacontrária, a da despenalização de condutas. Para ele, os Juizados 
Especiais Criminais já fazem o papel que as práticas restaurativas pretendem, 
através dos institutos da transação penal e da suspensão condicional do 
processo e, além do mais, a inclusão dos procedimentos restaurativos retiraria 
das autoridades diretamente ligadas ao processo o contato direto com o infrator 
durante a persecução penal. 
Sabe-se, porém, que apesar de os JECRIMs terem simbolizado um 
avanço no que diz respeito à flexibilização da justiça e de alguns de seus 
institutos coadunarem-se com os princípios restaurativos, ambas as propostas 
têm vieses completamente opostos, indo a Justiça Restaurativa muito além da 
praxe forense dos juizados em questão. 
 
 
 
 
 
 
 
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8. JUSTIÇA RESTAURATIVA COMO MEIO PARA A 
INCLUSÃO SOCIAL 
Atualmente a Justiça Restaurativa tem sido fonte de inúmeros e 
controvertidos debates, como meio de promover direitos, necessidades e 
interesses das vítimas, ofensores, comunidades e demais envolvidos em 
conflitos, criminais ou não, fomentando a discussão acerca do implemento de 
políticas públicas que contenham práticas restaurativas como forma alternativa 
de resolução de conflitos, buscando uma cultura de paz, onde efetivamente 
todos os cidadãos sejam iguais, em direitos e obrigações, evitando-se, por 
conseguinte, o fenômeno da exclusão social. 
Veja-se que o fenômeno da exclusão social não é mais atrelado ao 
conceito puramente econômico, adotado nas primeiras décadas do século XX, 
assumindo uma conotação marxista, que culminou por associá-la à omissão 
Estatal. Assim, os conceitos acerca da exclusão social apoiavam-se em duas 
premissas: uma advinda das relações de produção e outra de natureza 
sociocultural e de cidadania. (PAULA, 2002, pp. 88/89) 
A exclusão social consiste no afastamento, na segregação, na eliminação 
de determinado indivíduo ou determinado grupo da sociedade ou de benefícios 
conferidos pela ordem política de um povo, seja no contexto cultural, social, 
político ou humano das relações e pode decorrer de fatores diversos. 
Essa exclusão se dá graças à ruptura de três 
principais vínculos: vínculo econômico (o paradigma 
racionalista que incentiva progresso técnico e crescimento 
sem limite é a causa fundamental da exclusão social), 
vínculos sociais (as ligações familiares e as redes de 
aproximação entre as pessoas com a própria dinâmica 
competitiva da sociedade vão se rompendo, deixando as 
pessoas sós, sem proteção) e vínculos simbólicos 
(rupturas do imaginário, do valor imaginário do trabalho, 
da assistência social, etc). (PAULA apud ZARTH, 2002, p. 
90) 
 
 
 
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Em sentido contrário, a inclusão social pode ser conceituada como sendo 
um processo destinado a pôr fim à exclusão de indivíduos dos benefícios 
conferidos pelo sistema político-econômico, de modo que advirá do implemento 
de políticas públicas voltadas a este fim. 
Neste contexto, pode-se dizer que as práticas disseminadas de justiça 
restaurativa na sociedade brasileira, têm o não pequeno mérito de preservar a 
permanência do indivíduo na sociedade, ultrapassando a resolução do conflito 
puramente com a aplicação de técnicas formais de jurisdição, mas ressaltando-
se a importância em se restabelecer os vínculos que foram quebrados entre 
todas as partes envolvidas no conflito, consistindo em verdadeira atividade de 
transformação social. 
Faz-se importante destacar que a Justiça 
Restaurativa não conseguirá por si só todos os efeitos que 
a sociedade clama.Serão em vão todos os esforços para 
sua efetivação sem o devido sistema de apoio, qual seja: 
políticas públicas voltadas para toda a população, que 
deem amparo às necessidades que entrem em questão, 
indo além de uma mera divergência interpessoal, podem 
envolver aspectos que demandarão não apenas a 
compreensão por parte da vítima ou do ofensor, mas com 
reflexos positivos na comunidade do entorno em que se 
dá o conflito. (SANTOS e CAGLIARI, 2011, p. 209) 
Um dos grandes problemas quando se trata de inclusão social está 
relacionado a condição dos presos, que quase nunca conseguem ser reinseridos 
no convívio do seio da sociedade. Em especial nesta esfera pretendia-se que 
ocorresse a ressocialização que “não pode ser resumida apenas na reinserção 
do indivíduo no convívio social, mas na busca consciente de promover ao 
cidadão uma consciência reflexiva para que esse possa se reconhecer como 
sujeito de direitos e deveres”. (PIEDADE e SOVERAL, 2016) 
Para que todos que se encontram em condição de vulnerabilidade social 
possam ser efetivamente incluídos, há a necessidade de que políticas públicas 
efetivas sejam implantadas e que vislumbrem oferecer igualdade de 
oportunidades e condições para asenvolvidos de modo que possam construir 
 
 
 
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uma vida pautados no princípio da dignidade da pessoa humana. (PIEDADE e 
SOVERAL, 2016) 
Na visão de Santos e Cagliari (2011) , através da Justiça Restaurativa é 
possível reparar os danos sociais e emocionais do ofendido ao invés de 
simplesmente aplicar uma punição ao transgressor, fazendo com que o impacto 
daquele delito seja diminuído na vida de todos os envolvidos e tornando o 
ofensor um participante ativo na situação de expressar seus sentimentos e 
emoções vivenciados com aquele conflito. 
Assim, há a inclusão social do sujeito na medida em que ele contribuiu 
para a construção de um acordo restaurativo, na qual ele teve a oportunidade de 
se conscientizar acerca dos danos produzidos para a vítima, bem como relatar 
acerca de sua própria versão e até mesmo demonstrar arrependimento quando 
perceber necessário. 
Dessa forma, é possível tornar a Justiça Restaurativa um instrumento de 
consolidação da justiça participativa visando a concretização dos direitos 
humanos, inclusão e paz social, “assim verifica-se a necessidade de interlocução 
com todos os segmentos da sociedade civil e com os Estados, Municípios e 
Governo Federal, a fim de que uma nova forma de tratar conflitos seja 
consolidada por meio de mecanismo de políticas públicas que promovam a 
inclusão social”. (GIMENEZ, 2012, p. 6073) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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9. BENEFÍCIOS DA JUSTIÇA RESTAURATIVA 
 
 
A seguir veremos alguns exemplos de aplicação de Justiça Restaurativa: 
Detentos do RS são contratados por fábrica de estofados por Jorge 
Vasconcellos 
Trinta e quatro detentos de duas unidades prisionais do Rio Grande do 
Sul encontraram, na fabricação de pufes, o caminho da reinserção social. É o 
resultado de convênio entre a Superintendência dos Serviços Penitenciários 
(Susepe) e a MMTA Indústria de Móveis, empresa gaúcha que montou unidades 
fabris no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul e na Colônia Penal Agrícola de 
Charqueadas. A iniciativa vai ao encontro dos princípios do Programa Começar 
de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que busca conscientizar a 
sociedade sobre a importância do acesso de detentos e ex-detentos ao estudo 
e ao trabalho para a prevenção da reincidência criminal. 
Os internos contratados, tanto homens quanto mulheres, cumprem pena 
no regime semiaberto. Dezenove deles são do Presídio de Santa Cruz do Sul, e 
os outros 15, da Colônia Penal de Charqueadas. Desde que a parceria começou, 
em janeiro deste ano, a produção semanal de pufes passou de 1,2 mil unidades 
para 2,5 mil. 
A mão de obra prisional permite que os produtos sejam comercializados 
por um preço mais acessível, tornando-se mais vantajoso para a empresa, já 
que, conforme a legislação penal brasileira, o emprego de detentos isenta o 
contratante do pagamento de encargos sociais. Além disso, os internos são 
remunerados e têm o tempo de duração da pena reduzido em um dia a cada três 
trabalhados. 
O Programa Começar de Novo foi instituído pelo CNJ em outubro de 2009, 
por meio da Resolução n. 96. Essa norma dá aos tribunais deJustiça dos 
estados a atribuição de buscar parceiros públicos e privados dispostos a 
contribuir com a reinserção social de detentos e egressos do sistema carcerário. 
 
 
 
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Diversas parcerias, como a da Susepe do Rio Grande do Sul e a MMTA Indústria 
de Móveis, foram celebradas em todas as regiões brasileiras e têm possibilitado 
que pessoas condenadas reconstruam a vida com trabalho e longe da 
criminalidade. 
TJSP usa Justiça Restaurativa na ressocialização de jovens 
Uma experiência de Justiça Restaurativa no estado de São Paulo 
representa alternativa para jovens em conflito com a lei. O projeto Justiça Juvenil 
Restaurativa em São Caetano do Sul aposta na possibilidade de reabilitação dos 
infratores no lugar da repressão, base da aplicação das medidas 
socioeducativas, sobretudo a internação. A Justiça Restaurativa envolve o autor 
do ato infracional e a vítima dele no processo de solução do conflito, sem precisar 
levá-lo à Justiça. 
O projeto da Vara da Infância e da Juventude da Comarca de São 
Caetano foi premiado em novembro passado pelo Conselho Nacional de Justiça 
(CNJ). O responsável pelo projeto, juiz da Vara da Infância e Juventudo (VIJ) de 
São Caetano, Eduardo Rezende Melo, recebeu o prêmio referente ao segundo 
lugar no I Prêmio CNJ da Infância e da Juventude das mãos do conselheiro 
Jefferson Kravchychyn, em cerimônia realizada no Plenário do CNJ. 
A iniciativa começou em 2005, quando foram capacitados professores, 
funcionários, alunos e familiares de estudantes para resolver os conflitos 
escolares no mesmo ambiente em que surgiam, escolas públicas do município. 
Tendo como base o diálogo, foram aplicadas metodologias como conversas, 
círculos e conferências restaurativas que garantiam responsabilização de quem 
cometeu o ato infracional e, ao mesmo tempo, contemplavam “as necessidades 
e os direitos das vítimas” desses atos. 
Expansão 
Em 2006, a capacitação foi ampliada a outros membros da comunidade, 
em casos de conflitos de menor potencial ofensivo, frequentemente associados 
à violência doméstica, ao alcoolismo e ao consumo de drogas. Em 2011, com 
apoio da Secretaria Especial de Direitos Humanos, o projeto passou a abranger 
 
 
 
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os crimes graves. O processo começa após o Ministério Público representar 
contra o jovem, a quem é proposta a via restaurativa. Caso o adolescente, 
devidamente assistido juridicamente, concorde, o juiz oferece um acordo a quem 
cometeu o ato infracional e a suas vítimas. 
Metodologia 
Em vez de ser internado, o adolescente pode reparar de alguma forma o 
dano que cometeu à família. O acordo também prevê que o jovem tome parte 
em ações que previnam a reincidência dele em atos infracionais e que promovam 
a sua integração social e familiar. “Com isso evita-se maior envolvimento do 
adolescente com o sistema de justiça juvenil e preserva-se sua primariedade, 
sendo-lhe juridicamente vantajoso”, afirmou o magistrado responsável pela 
iniciativa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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