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FACULDADE REGIONAL DA BAHIA - UNIRB CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FÁBIA LIMA MENEZES CORREIA A IMPORTANCIA DO USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI), NA CONSTRUÇÃO CIVIL Aracaju, SE 2019 FACULDADE REGIONAL DA BAHIA - UNIRB CURSO DE ENGENHARIA CIVIL FÁBIA LIMA MENEZES CORREIA A IMPORTANCIA DO USO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI), NA CONSTRUÇÃO CIVIL. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Graduação em Engenharia Civil da UNIRB como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Engenheira civil. Orientadora: Profa Dra. Graziele da Costa Cunha Aracaju, SE 2019 Fábia Lima Menezes Correia Importância do Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI), na Construçã Civil Trabalho de conclusão de curso (TCC) apresentado á coordenação do curso de Engenharia Civil, da Faculdade Regional na Bahia- UNIRB, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia Civil. Data da aprovação: 12 / 12 / 2019 Banca Examinadora Aracaju/SE-2019 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho em particular a Deus pela saúde, fé e perseverança que tem me dado. A todos os meus familiares, em especial a minha mãe (―Im Memorian‖) que com certeza estaria muito feliz com mais uma conquista em minha vida, ao meu esposo Euton e minha filha Anna Júlia pela paciência, pelo amor, incentivo e apoio incondicional. AGRADECIMENTOS Senhor, foste tu que me ensinaste que nada é impossível, que perante qualquer dificuldade quem acredita no teu amor encontrará o caminho da superação. Assim, meu Deus, a ti dedico e agradeço por mais esta conquista em minha vida. Pela tua graça e infinita generosidade hoje estou aqui celebrando este grande momento. Nunca duvidei que séria capaz, pois em todo instante senti tua mão me amparando e teu amor me guiando. Meu Deus, eu te agradeço com o coração cheio de alegria! Á Universidade quero deixar uma palavra de gratidão por ter me recebido de braços abertos e com todas as condições que me proporcionaram dias de aprendizagem muitos ricos. Aos professores reconheço um esforço gigante com muita paciência e sabedoria. Foram eles que me deram recursos e ferramentas para evoluir um pouco mais todos os dias. Em especial a minha orientadora, Professora Graziele da Costa Cunha, pelo suporte, apoio, amizade e pelo seu empenho dedicado. Meus agradecimentos aos amigos, que fiz durante essa jornada em que passamos juntos, há todos, muito obrigada! A persistência é o caminho do êxito. (Charles Chaplin) LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ilustração dos Capacetes na Construção Civil ................................................. 17 Figura 2: Ilustração de Capacetes confeccionados em diferentes cores .......................... 18 Figura 3: Ilustração dos óculos de segurança .................................................................. 19 Figura 4: Protetor auditivo .............................................................................................. 20 Figura 5: Respirador purificador de ar ............................................................................ 20 Figura 6: Luvas de Proteção ............................................................................................ 22 Figura 7: Cinturão de segurança ..................................................................................... 23 Figura 8: Botas ................................................................................................................ 23 Figura 9: tabela em função dos riscos causados por falta dos EPI´s ............................... 26 Figura 10: Trabalhadores que sabem o que é EPIs ......................................................... 26 Figura 11: Registro de colaboradores fazendo uso dos EPIs na obra ............................. 27 Figura 12: Percentual dos entrevistados que afirmam respeitar a NR- 06 ...................... 27 Figura 13: Descartes de EPIs .......................................................................................... 28 Figura 14: Percentual dos entrevistados que utilizam o EPIs por ser obrigatório ou por achar importante ............................................................................................................... 28 Figura 15: Percentual dos entrevistados que afirmar ter sido treinado sobre a correta utilização dos EPIs ........................................................................................................... 29 Figura 16: Existe cobrança por parte dos responsáveis pela obra quanto o uso dos EPIs? ........................................................................................................................................... 29 Figura 17: Como você reage quando não está usando os EPIs e é orientado a coloca-lo . ........................................................................................................................................... 30 SUMÁRIO 1- INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 7 2- OBJETIVO .................................................................................................................. 8 2.1- OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 8 2.1.1- Objetivo Especifico ............................................................................................ 8 3-PROBLEMÁTICA ....................................................................................................... 9 3.1- QUESTÕES A INVESTIGAR ............................................................................. 9 4-JUSTIFICATIVAS ..................................................................................................... 10 5-METODOLOGIA ....................................................................................................... 11 5.1 - CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .................................................................... 11 6- REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 12 6.1- Gerenciamento de Risco e a Gestão aplicada ......................................................... 12 6.2-Norma Regulamentadora.......................................................................................... 12 6.3-Segurança e Saúde do Trabalhador .......................................................................... 14 6.4-Equipamentos de Proteção individual no ramo da Engenharia Civil ....................... 15 6.4.1-Tipos de EPIs ....................................................................................................... 17 6.4.2-Capacetes de Proteção .......................................................................................... 17 6.4.3-Óculos de Proteção ............................................................................................... 19 6.4.4-Protetor auditivo ................................................................................................... 20 6.4.5-Respirador purificador de ar .................................................................................21 6.4.6-Luvas de proteção ................................................................................................ 21 6.4.7-Cinto de segurança ............................................................................................... 22 6.4.8-Calçados de segurança ......................................................................................... 23 6.5-O papel do gestor na conscientização do uso de EPI .............................................. 24 7- ANÁLISE E RESULTADO ................................................................................... 25 7.1- Entrevista ................................................................................................................ 25 8 – CONCLUSÃO ........................................................................................................ 31 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 32 ANEXO ........................................................................................................................ 35 APÊNDICE ................................................................................................................. 36 RESUMO Os equipamentos de proteção individual (EPIs) tem o sentido de proteger o trabalhador dos riscos à sua saúde e segurança individual, porém devem ser empregados apenas quando há impossibilidade de um controle mais efetivo que levaria à eliminação de riscos de acidentes de trabalho. Apesar de existir inúmeros riscos vinculados ao ambiente de trabalho, nos canteiros de obra a falta de utilização dos EPIs continua sendo um dos principais fatores que causam maior gravidade aos acidentes de trabalho na construção civil. O estudo procurou analisar os riscos presentes nas atividades desenvolvidas durante a construção de uma obra na cidade de Nossa Senhora do Socorro, além de medidas técnicas os acidentes não venham a acontecer, exaltando a importância do uso de equipamentos de proteção individual durante o desenvolvimento das atividades e as Normas que devem ser seguidas rigorosamente por todos. Para o desenvolvimento desta pesquisa aplicou-se um questionário com 6 questões abordando aspectos relacionados ao uso dos EPIs, e entrevistado 14 trabalhadores do sexo masculino. Constatou-se, que apesar dos treinamentos e capacitações ainda há resistência por parte de alguns profissionais quanto ao uso do EPIs, portando cabe a empresa fiscalizar e concientizar cada vez mais esse uso. Palavras chave: Conscientização, EPIs e construção Civil. 7 1- INTRODUÇÃO O setor da construção civil é conhecido mundialmente pela grande incidência de acidentes de trabalho, já que são muitos os riscos que envolvem tal atividade, o que representa um grande número de perdas de recursos humanos e econômicos, gerando prejuízos não só para os profissionais, mas também para as empresas, apesar de todo o avanço na área. O número de acidentes na construção civil é duas vezes maior, isso falando do pior tipo de acidente, o que leva o trabalhador a morte. De acordo com dados no Ministério Público do Trabalho (MPT), foram registrados 2.022 óbitos, enquanto em 2017, foram computadas 1.992 mortes em ofício. Anteriormente, o último crescimento registrado foi entre 2012 e 2013, quando o índice saltou de 2.561 para 2.675 (GLOBO 2019). São inúmeras as causas dos acidentes de trabalho nos canteiros de obra da construção civil, tais como: falha ou ausência de gestão e investimento em segurança, uso dos EPIs, utilização inadequada de materiais, equipamentos e maquinários, negligência, displicência, entre outras, que acabam culminando em danos aos trabalhadores, rompendo totalmente com o proposito da mão-de-obra qualificada e produtiva, da competitividade do mercado e do sucesso comercial e social das empresas. Indiscutivelmente, cada obra tem seus próprios problemas de segurança e, portanto, cada uma deverá ter elaborado um programa de segurança seguindo as normas legais e de acordo com a sua necessidade, de modo a fornecer as medidas preventivas necessárias. A equipe de trabalhadores desde serventes e técnicos, até engenheiros e médicos tem papel fundamental neste processo e deverá contribuir com o uso dos EPIs, sempre na busca de que não haja uma ocorrência não desejada. 8 2- OBJETIVOS 2.1- OBJETIVO GERAL Identificar o uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs), conforme determina a Norma Regulamentadora (NR 6), em uma obra estrutural da construção civil. 2.1.1- Objetivo específicos  Identificar os motivos que levam à resistência ao uso de EPIs – Equipamentos de Proteção Individual pelos trabalhadores na Construção Civil.  Verificar a disponibilidades de equipamentos individuais nos canteiros de obra.  Constatar se a empresa apresenta um programa de capacitação para os trabalhadores.  Constatar se existe uma cobrança por parte do empregador para o uso correto dos EPIs, com a finalidade evitar acidentes. 9 3- PROBLEMÁTICA Os canteiros de obra expõem os profissionais a infinitas situações de riscos. A NR 6 dispõe entre outras obrigações, a necessidade de planejamento destes locais a fim de garantir a segurança do trabalhador. 3.1- QUESTÕES A INVESTIGAR  Quais os motivos que levam à resistência ao uso de EPIs, pelos trabalhadores na Construção Civil?  Existem disponibilidades de equipamentos de proteção individual nos canteiros de obra?  A empresa apresenta capacitação para os trabalhadores?  O empregador fiscaliza o uso correto dos EPIs, com intuito de evitar eou reduzir acidentes? 10 4- JUSTIFICATIVAS A Indústria da Construção Civil tem uma elevada importância econômica, tratando-se de um dos setores empresariais com maior absorção de mão-de-obra. Sendo assim um setor muito variado em termos de tamanho de empresas e de nível tecnológico e consequentemente, de variadas formas de organização do trabalho, com terceirização de atividades, subcontratação de tarefas e grande participação de autônomos. Por tratar-se de um ramo dependente de muito esforço físico, reúne muitos trabalhadores com baixo nível de instrução que se submetem a desempenhar tarefas desgastantes e perigosas. Neste sentido, a ocorrência de acidentes do trabalho não é rara. Pelo contrário, a Indústria da Construção Civil é vista como uma das áreas em que mais ocorrem acidentes, resultando em lesões temporárias ou permanentes, e eventualmente, levando o trabalhador ao óbito (VOLZ 2017). Portanto, é nesta avaliação junto aos trabalhadores de uma empresa da área da construção civil que se busca a necessidade desta pesquisa, para a partir da investigação deste tema, conhecer a necessidade da empresa em aplicarem e investirem recursos, equipamentos e métodos de trabalho. 11 5- METODOLOGIA A metodologia utilizada baseia-se em pesquisa bibliográfica, descritiva e pesquisa de campo, delimitada obra de construção civil no condomínio Vila Formosa Residencial Club, localizado na Rua sete, Nº 44, Nossa Senhora do Socorro – SE, conformemostra no google maps abaixo, onde foi realizada as observações, registros, análises de fatos, aplicações de questionário e elaboração dos gráficos. 5.1-Classificação da pesquisa Os recente dados terão como metodologia uma análise de bibliografias, informações e estudos de campo para analisar do conteúdo em seu contexto real. Por meio de análises desenvolvidas a partir de objetos já criados, especialmente livros e artigos importantes, abordando-os de forma avaliativa e então, observando, entendendo e compreendendo as diferentes situações sobre o tema, para, por término, se chegar a uma questão citada. Ainda, do levantamento de dados, foi elaborado um questionário com seis perguntas curtas e diretas, foram entrevistado 14 funcionários do sexo masculino que dividem-se : 01 Encarregado, 01 Betoneiro, 01 Encanador, 04 Pedreiro, 07 Servente. Durante a visita, constatou-se a presença de outros profissionais, porém não foram entrevistados por estarem participando de uma reunião com seus superiores que eram (02 Engenheiros Civis, 01 Eletricista, 01 Técnico de Segurança, 01 Almoxarife, 01 Porteiro). Foram coletado também, análise de relatórios do tipo controle de entrega de matérias e lista de presença de treinamento, após o termino da coleta de dados, iniciou-se fase e análises dos dados coletados, para tanto utilizou-se do Excel para elaboração dos gráficos. 12 6 - REFERENCIAL TEÓRICO 6.1- Gerenciamento de Risco e a Gestão aplicada A gestão de riscos pode ser aplicável a qualquer situação, atividade, projeto ou processo no âmbito de uma organização, pois risco é toda incerteza que pode afetar o atingimento dos objetivos do que se pretende realizar, seja de forma positiva, seja de forma negativa. São eventos que podem aumentar, evitar, reduzir, acelerar ou atrasar a realização dos objetivos (ABNT, 2009). Assim, o aperfeiçoamento dos mecanismos de governança caracteriza-se como um dos grandes desafios enfrentados pelo setor público brasileiro na atualidade. E a gestão de riscos se destaca como um dos principais componentes de governança, uma vez que atua no sentido de aprimorar os processos de tomada de decisão, com reflexos na melhor alocação de recursos e no aumento da eficiência e eficácia no tratamento das incertezas inerentes às atividades organizacionais (TJDFT, 2019). A equipe deverão reunir-se periodicamente a fim de que todos os integrantes participem de todas as fases do processo de gestão de riscos e, assim, legitimar as informações que subsidiarão a tomada de decisões. Afinal, um aspecto determinante para a efetividade da metodologia é o incentivo à participação de pessoas com diferentes especialidades e níveis hierárquicos, a fim de abarcar distintos pontos de vista sobre os riscos do processo (TJDFT, 2019). 6.2- Norma Regulamentadora – NR 06 Segundo a Norma Regulamentadora número 6, Equipamentos de Proteção Individual (EPI) é ―todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde do trabalho‖, ou seja, o uso dos EPIs tem como objetivo proteger os funcionários de riscos do ambiente de trabalho, evitando ou atenuando possíveis lesões que eles podem causar. Por isso, são fundamentais para a segurança do trabalho e devem fazer parte da implementação das técnicas de segurança em qualquer empresa (Port. SIT/DSST 33/07). Protetores auriculares, óculos e viseiras, capacetes, luvas, aventais, cintos de segurança, máscaras, entre outros, são exemplos de EPIs. Para garantir a qualidade do equipamento, é preciso verificar se ele possui o Certificado de Aprovação (CA). Esse documento, emitido por órgãos competentes, garante que o dispositivo foi aprovado em testes e possui os requisitos necessários para ser utilizado. https://conect.online/blog/guia-completo-tudo-sobre-equipamentos-de-seguranca/ https://conect.online/blog/guia-completo-tudo-sobre-equipamentos-de-seguranca/ https://conect.online/blog/epis-certificados/ 13 Para comprovar que os EPIs foram entregues e evitar passivos trabalhistas, as empresas devem elaborar a ficha de entrega. O documento, com dados da empresa, do funcionário e dos EPIs, deve ser assinado pelo trabalhador. Em caso de danos aos equipamentos, a empresa tem obrigação de substituí-los. Por outro lado, a guarda e a conservação dos EPIs são de responsabilidade dos trabalhadores. Para evitar acidentes, é preciso que empresa e os trabalhadores assumam o compromisso da prevenção. Campanhas educativas são importantes para que esse processo aconteça. Cursos, treinamentos, palestras, cartazes, eventos, entre outros, podem ser utilizados pelo departamento de saúde e segurança do trabalho para transmitir informações sobre saúde e segurança no trabalho. A saber:  Treinamento de Integração - feito com os trabalhadores que acabam de entrar na empresa, deve ser o primeiro momento para informá-los sobre a importância da segurança;  Semana Interna de Prevenção de Acidentes (SIPAT) — programação com duração de uma semana sobre diferentes assuntos relacionados à prevenção de acidentes;  Diálogo Diário de Segurança (DDS) - explanação sobre temas específicos de segurança com duração de 5 a 15 minutos antes de o expediente começar;  Placas de Conscientização - cartazes que alertam sobre os riscos de determinadas atividades e medidas preventivas que devem ser adotadas. Caso o funcionário se recuse a usar o EPIs onde passou a ser obrigatório pela a Lei n.º 6.514/77 da CLT e é regulamentado pela NR6, algumas medidas podem ser tomadas pelo empregador.  advertência verbal — primeiro tipo de repreensão que deve ser utilizado pela empresa;  advertência escrita — quando, mesmo após algumas advertências verbais, o funcionário continua sem utilizar os EPIs, a empresa pode emitir a advertência escrita;  suspensão — não pode ser maior do que 30 dias e o funcionário não deve ser remunerado nesse período;  demissão por justa causa — se todas as tentativas de fazer o empregado utilizar o EPIs estiverem documentadas e de acordo com a legislação, a demissão é o último recurso. https://conect.online/blog/departamento-de-saude-e-seguranca-do-trabalho-como-implementa-lo/ https://conect.online/blog/departamento-de-saude-e-seguranca-do-trabalho-como-implementa-lo/ 14 6.3- Segurança e Saúde do Trabalhador Chiavenato (2010) explica que segurança no trabalho é a forma utilizada para prevenir acidentes, eliminando condições inseguras e instruindo os funcionários a fazerem o uso dos EPIs. A segurança no trabalho vai além da proteção do funcionário com o uso de equipamentos, pois também atenta-se para o bem estar físico e psicológico dos colaboradores dentro da organização (MINISTERIO DO TRABALHO 2016). Segundo Barbosa Filho (2011), o administrador de todas as atividades de uma empresa precisa estar ciente dos riscos que os colaboradores correm quando expostos à atividades consideradas perigosas, e se estes fatores não forem levados em conta, os funcionários sofrerão perdas na saúde, no rendimento e por consequência na remuneração. Neste sentido, Lacombe (2011), afirma que as condições de trabalho inseguras é que causam os acidentes de trabalho. Em uma de suas obras, o referido autor aborda algumas situações desencadeadoras de acidentes: [...] trabalho perigoso sem equipamentos de proteção; equipamento de proteção defeituoso; iluminação insuficiente. [...] concluir rapidamente o trabalho; o esgotamento físico ou fadiga, causado pelas condições pessoais ou do ambiente de trabalho, provocado não só por motivos físicos, mas também psicológicos, inclusive de relacionamento; os problemas físicos causados por movimentos repetitivos, posições inadequadas de trabalho e outros (LACOMBE, 2011, p. 308). Para que esses acidentes não ocorram, Marras (2011),apresenta soluções como, ―conscientizar o trabalhador a proteger sua própria vida, a dos companheiros por meio de ações mais seguras e de uma reflexão constante‖. É importante ressaltar que, além de afetar a vida de funcionários, a segurança no trabalho, quando não aplicada e exercida, pode trazer prejuízos ás organizações. Conforme as ideias dos autores mencionados, pode-se afirmar que elas refletem as situações rotineiras das empresas que necessitam de tais equipamentos para a proteção dos funcionários, mas que por algum descuido, acaba acarretando nos acidentes e prejuízos relacionados à segurança no trabalho. Nesse contexto, cabe não apenas à organização atender as exigências acerca da segurança e saúde do trabalho, mas também aos colaboradores em cooperar para a efetivação das mesmas, através do comprometimento e responsabilidade na 15 execução de suas atribuições. Quando ambos cumprem com seus deveres, diminuem-se as chances dos acidentes de trabalho. A Segurança do Trabalho precisa ser levada a sério nas organizações, pois o seu descuido gera prejuízos de cunho econômico, social, dentre outras preocupações, conforme entendimento de Bregolin, Moraes e Pandolfo (2010), que afirmam que: ―[...] acidente de trabalho é um dos principais focos do Ministério do Trabalho e Emprego. Preveni-lo, evitá-lo, eliminar a possibilidade de sua ocorrência são prioridades‖ (MARTINS 2010). A segurança no trabalho é importante, além de conservar a vida ocupacional do funcionário, e consequentemente diminuir os riscos de acidentes, a preocupação com a vida do funcionário o torna ativo dentro da organização. É necessário investir nas pessoas, não apenas visando lucros, mas também para que se sintam bem no ambiente laboral, contribuindo assim para uma imagem positiva da empresa. 6.4- Equipamentos de Proteção individual no ramo da Engenharia Civil A construção civil é uma das líderes em acidentes de trabalho no Brasil. A maioria desses casos acontece em decorrência de situações comuns no canteiro de obras, como a falta de treinamentos e a não utilização dos (EPIs). Esse tipo de negligência aumenta as chances de riscos como choques elétricos, quedas de altura, queda de materiais, perdas auditivas, problemas respiratórios e outros acidentes — que em alguns casos podem até ser fatais (CLEITON, 2015). De acordo com Oliveira e Peixoto (2001), os EPIs desempenham importante papel na redução das lesões provocadas pelos acidentes do trabalho e das doenças profissionais. Todos os funcionários da obra devem ser treinados e orientados para utilização adequada dos EPIs e recebê-los gratuitamente em perfeito estado de conservação e funcionamento. De acordo com a lei 6.514/1977, do ministério do trabalho, CLT – Consolidação das Leis de Trabalho / Capítulo V – da segurança e medicina do trabalho / Seção IV - do equipamento de proteção individual - Art.166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Quanto ao sistema de distribuição e fiscalização dos EPIs, as empresas utilizam fichas, não para atender às necessidades de controles administrativas, mas, principalmente, os 16 aspectos legais. Nestas fichas constam além do termo de responsabilidade do empregado e da empresa, os tipos de EPIs requisitados, seus C.A (Certificado de Aprovação) e as datas de entrega e substituição. Todos os EPIs utilizados pelo empregado deverão ser anotados nessa ficha. As fichas de Controle de ficarão arquivadas no setor de Segurança do Trabalho enquanto o empregado estiver trabalhando na empresa, após o desligamento do empregado, sua ficha deverá ser enviada ao setor de RH para arquivamento junto ao prontuário do empregado desligado. Ademais os (EPIs), só podem ser utilizados se possuírem impresso no produto o número de CA (Certificado de Aprovação) fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (ASSIS, 2014). De acordo com Oliveira Ayres e Peixoto Corrêa (2001), é importante que o trabalhador tenha em mente que:  é necessário que o trabalhador participe dos programas de prevenção de sua empresa, a fim de que possa, conscientemente, valorizar o uso dos EPIs;  é desejável que os EPIs seja confortável, que se adapte ao esquema corporal do usuário e tenha semelhança com objetos comuns;  deve-se deixar ao trabalhador a escolha do tipo de sua preferência, até mesmo quando a certa característica, como a cor, quando a empresa tiver selecionado e adquirido mais de um tipo e marca para a mesma finalidade;  a experiência tem demonstrado que se o trabalhador for levado a compreender que os EPIs é um objeto bom para si, destinado a protegê-lo, mudará de atitude, passando a considerá-lo como algo de sua estima e, nesse caso, as perdas ou danos por uso inadequado tendem a desaparecer;  empregador e/ou o supervisor deverão ser tolerantes na fase inicial de adaptação, usando a compreensão e dando as necessárias explicações ao trabalhador, substituindo a coerção pela atenção e esclarecimento, de forma que, aos poucos, vá conscientizando o trabalhador da utilidade do uso dos EPIs. As ameaças e atitudes coercitivas provocarão traumas e revoltas do empregado. Na ICC (Indústria da Construção Civil) onde os acidentes estão em quinto lugar, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, por muitas vezes as empresas apenas fornecem os EPIs, mas não há um treinamento e tão pouco uma reposição dos EPIs quando necessário. Segundo Zanpieri (2012) a segurança para a indústria da construção civil resume em fornecer o EPI sem uma preocupação da sua utilização correta. 17 [...] o simples fornecimento de EPIs e exigência de seu uso não podem evitar acidentes se utilizados isoladamente pois, um eficaz sistema de segurança é caracterizado não apenas pelo simples cumprimento de exigências legais, mas, principalmente, pela preocupação em fornecer aos empregados um ambiente seguro, os mais adequados equipamentos de proteção individual e um eficiente treinamento do mesmo, sem levar em conta apenas a minimização dos custos[...] 6.4.1. Tipos de EPIs 6.4.2-Capacetes de Proteção Existem duas classes de capacetes que são divididas de acordo com suas especificações, todas de acordo com a NBR 8221:2003.  Os capacetes da Classe A: indicados para uso geral, mas não devem ser utilizados em trabalhos que envolvam energia elétrica, ver figuras 1, 2 e 3.  Os capacetes da Classe B: possuem isolamento elétrico, podendo ser usado neste tipo de trabalho, ver figura 2. Enquanto a NR-6 (Norma Regulamentadora) classifica os capacetes em três subdivisões conforme os riscos: a) Capacetes de segurança para proteção contra impactos de objetos contra a cabeça; b) Contra choques elétricos; c) Contra riscos provenientes de calor, como trabalhos de combate a incêndio. Figura 1: Ilustração dos Capacetes na Construção Civil. a) Capacete com aba total b) Capacete com aba frontal c) Capacete sem aba CA: 29637. CA:35735. CA:38999. Fonte: Plasctor 2018. O Capacete com aba total, (ver Figura 1ª), Confeccionado com aba em todo o seu perímetro oferecendo assim maior área de proteção. 18 Ele Protege contra radiação solar, escorrimento de líquidos e também proporciona maior afastamento de possíveis contatos com energia elétrica. Sendo ideal para trabalhadores externos que passam a jornada de trabalho em exposição ao sol e variações climáticas como vento e chuva. O capacete com aba frontal, (ver Figura 1b) possui aba somente na região frontal, oferecendo proteção aorosto e olhos. É muito comum ver esses EPIs sendo usado na construção civil. O capacete sem aba, (ver Figura 1c), protege principalmente contra impactos na cabeça. Inicialmente foi desenvolvido para a prática de esportes, mas é utilizado, atualmente, em muitas indústrias por ter um formato compacto. Na confecção dos capacetes é empregado cores diferenciadas, as quais indicam o nível hierarquia e permite também identificar a função de cada um na obra, (Figura 2), a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) padroniza as cores dos capacetes. Lembrando que, por não ter um documento oficial que veta a cor para determinada função, ficam em aberto as empresas escolherem as funções.  Amarelo: O mais utilizado por todos, também o que proporciona maior visibilidade.  Cinza: Engenheiros e Arquitetos.  Branco: Mestre de obras e encarregados.  Azul: Pedreiro.  Verde: Servente e operários  Vermelho: Carpinteiro.  Laranja: Eletricista.  Preto: Técnico em segurança do trabalho.  Marrom: Visitantes Figura 2: Ilustração de capacetes confeccionados em diferentes cores Fonte: Gaveteiro 2017, acessado em 07 de setembro 2019 19 6.4.3-Óculos de Proteção Os olhos estão entre as partes do corpo mais atingidas em acidentes de trabalho, sendo que 39,5% dos casos dos acidentes são causados pela entrada de corpo estranho na conjuntiva (CISZ, 2015). De acordo com a Previdência Social, em relatório divulgado no ano de 2016, a região dos olhos representam 1,9% dos acidentes de trabalho. A utilização dos óculos de segurança é obrigatória para as atividades que possam oferecer algum tipo de risco para o trabalhador, seja ele físico, químico ou biológico. Algumas profissões como soldador, carpinteiro ou profissionais que lidam com produtos químicos e biológicos, devem ficar atentos ao modelo adequado dos óculos para garantir a proteção e segurança no trabalho. Existem diversos tipos de tonalidades de lentes que são desenvolvidas com o intuito de aumentar a percepção visual e aliviar a fadiga dos olhos nas diversas atividades de trabalho existentes. Fazer o uso da tonalidade adequada, aumenta a produtividade, o conforto do trabalhador, além de reduzir as lesões nos olhos e preservar a visão por muito mais tempo. Cada tonalidade de lente irá proteger o usuário em atividades específicas, de acordo com o tipo de exposição e o ambiente de trabalho. O trabalhador irá definir qual lente irá se adaptar melhor, com mais conforto e segurança para a visão (CISZ, 2015). Além de proteger os olhos contra partículas volantes, os óculos de segurança também garante a proteção contra as radiações solares. Todos os óculos que possuem o Certificado de Aprovação, irão garantir a proteção dos olhos do trabalhador contra raios UVA e UVB, filtrando 99,9%. Por isso, na hora de adquirir os seu EPIs, veja se o equipamento contém o CA. De acordo com a NR 6, é obrigatório a presença do CA em todos os EPIs, (CISZ 2015). Figura 3: Ilustração dos óculos de segurança a) Lente incolor b) lente de tonalidade escura Fonte: Wave Poli-Fer CA: 14957 CA: 34653 https://www.prometalepis.com.br/oculos-de-seguranca/ https://www.prometalepis.com.br/blog/65-o-que-e-certificado-de-aprovacao-ca https://www.prometalepis.com.br/blog/65-o-que-e-certificado-de-aprovacao-ca 20 6.4.4-Protetor auditivo Como as obras envolvem trabalhos com equipamentos que emitem ruídos elevados acima de 85 dB, a NR 15 determina o uso obrigatório de protetores auriculares para preservar o sistema auditivo dos funcionários. A melhor opção de protetor auricular é o abafador tipo concha, uma vez que, é bastante recomendado na literatura, é mais fácil de ser colocado, seu grau de proteção é maior, dentre outras características. Lembrando sempre de conferir a atenuação do protetor auricular ou abafador de ruído para garantir a eficácia do equipamento (CISZ 2015). É importante ao colaborador que ira utilizar o EPIs converse com o profissional da segurança do trabalho para identificar qual equipamento se adapta melhor ao usuário. Lembrando que é fundamental o treinamento para a utilização correta dos EPIs, a conscientização de todos é o que fará a diferença na hora de promover a segurança do trabalho (CISZ 2015). Utilizado para proteção dos ouvidos nas atividades e nos locais que apresentem ruídos excessivos para evitar algumas doenças causadas pelo ruído como: perda auditiva, cansaço físico, mental, stress, fadigas, pressão arterial irregular, impotência sexual nos homens e descontrole hormonal nas mulheres e excesso de nervosismo. É recomendada a utilização desta proteção durante todo o período de trabalho, assim causando um maior conforto para os trabalhadores. Na indústria da construção civil existem alguns setores onde a utilização desta proteção torna muito necessária como no caso do operador da betoneira, utilização de ferramentas elétricas como serra circular, serra mármore. Quando não utilizada essa proteção pode gerar doenças ao longo do tempo (CISZ 2015). Figura 4: Protetor auditivo Fonte: 3M CA: 29176 https://enit.trabalho.gov.br/portal/images/Arquivos_SST/SST_NR/NR-15.pdf 21 6.4.5-Respirador purificador de ar Nas muitas atividades de trabalho existem inúmeros e minúsculos contaminantes, que ficam suspensos no ar. O ar que respiramos é composto de aproximadamente 21% de oxigênio, 78% de nitrogênio e 1% de outros gases. Nesta combinação, estes gases mantêm a vida. Sua saúde depende do ar puro que você respira, porém, quando outras substâncias estão presentes, você estará sujeito a irritações, indisposições, problemas de saúde e até mesmo morte. Os riscos em um ambiente de trabalho, muitas vezes, não são percebidos. As empresas deverão inspecionar regularmente os locais de trabalho para identificar e avaliar a natureza dos riscos que podem estar presentes. Também, proporcionar aos seus funcionários a proteção respiratória adequada, bem como informações e treinamento sobre o uso correto dos equipamentos. Você também desempenha um importante papel. Depois de selecionar o respirador apropriado, deve utilizá-lo sempre que estiver em uma área que necessite de proteção respiratória. Para a sua própria segurança, verifique se o seu respirador está se ajustando bem ao rosto e se é necessário algum reparo. Também deve comunicar à sua supervisão se houver problemas com o equipamento ou se você tem alguma enfermidade como asma, alergias ou pressão arterial elevada, que o impeça de usar um respirador. Figura 5: Respirador purificador de ar a) Respirador purificador de ar (com filtro) Fonte: 3M CA: 4115 6.4.6-Luvas de proteção Entre os equipamentos de proteção individual (EPIs) mais respeitáveis estão as luvas, as quais servem, obviamente, para a resguardo das mãos e de partes do braço em situações de perigo real para a saúde, a sanidade e o bem-estar do trabalhador durante a execução de suas atividades no ambiente laboral. Como o dispositivo precisa ser composto e adequado para cada tipo de risco, existem luvas de diversos materiais e tamanhos, conforme as ameaças das 22 quais se espera proteger, podendo ser aquelas mecânicas, químicas, biológicas, térmicas ou elétricas (CASA DO EPI 2018). Quando falamos de tarefas diárias profissionais ou não as mãos estão tão intrinsecamente ligadas à execução dessas que nem pensamos em como elas são importantes em nossa rotina. Seja cortar alimentos, digitar, realizar consertos diversos, carregar peso ou mesmo operar equipamentos, nossas mãos estão sempre na linha de frente da realização do trabalho.É necessariamente por esse motivo que necessitamos sempre pensar no bem-estar das nossas mãos, afinal, isso é o mesmo que dizer que estamos saudáveis e 100% operantes para a execução de nossas atividades. Sendo assim, precisamos nos proteger de riscos tais como infecções, queimaduras, exposição a substâncias químicas, cortes, dentre outros. A proteção da luva está voltada diretamente às mãos e, em alguns casos, também aos membros superiores. O seu uso é individual e cada indivíduo deve usar o seu próprio par para executar suas funções. Figura 6: Luvas de proteção a) Luva de proteção tipo vaqueta b)Luva de proteção de algodão c) Luva de proteção de PVC cano longo Fonte: Luveq, Tsuzaki, Danny CA: 26742 CA: 35643 CA: 16397 6.4.7-Cinto de segurança O Cinto de Segurança é um EPI fundamental para garantir a segurança física dos trabalhadores que atuam com Trabalho em Altura. Isso porque ele garante que o colaborador esteja fixo à algum ponto de ancoragem para que desenvolva suas atividades. De acordo com a NR 35, Trabalho em Altura é toda atividade executada acima de 2 metros do nível inferior, onde haja risco de queda. Os EPIs utilizados pelo profissional que trabalha no alto devem ser selecionados com atenção, levando em consideração os seguintes fatores: conforto, carga aplicada, riscos e o fator de segurança em caso de queda. É um item obrigatório e, segundo a NR 6, o fornecimento é de responsabilidade do empregador, e deve ser feito gratuitamente para https://www.prometalepis.com.br/blog/72-epis-para-trabalho-em-altura/ https://www.prometalepis.com.br/blog/72-epis-para-trabalho-em-altura/ https://www.prometalepis.com.br/blog/nr-6-epi/ 23 o colaborador. Este, por vez, tem como dever utilizar o EPI com responsabilidade e zelar pela guarda e conservação do mesmo (PROMETALEPIS, 2018). Figura 7: Cinturão de segurança a) Cinturão de segurança tipo pára-quedista Fonte: Vicsa CA: 35.613 6.4.8-Calçados de segurança Para combater os riscos, encontramos no mercado diversos tipos de calçados de segurança que irão proteger o trabalhador nas atividades em áreas excessivamente úmidas, pisos irregulares ou escorregadios, choques ou batidas contra objetos, trabalho com manuseio de artefatos pesados ou cortantes, assim como na exposição a produtos químicos, calor excessivo, frio intenso, radiações e risco elétrico. Os calçados são específicos para cada atividade, é fundamental que o usuário entenda quais as necessidades e riscos que ele precisa eliminar. A escolha de um calçado de segurança correto irá refletir diretamente na produtividade do funcionário. Os calçados precisam transpirar, ser confortável, durável e ter um boa absorção de impacto. Sem esquecer que para um calçado seguro, é necessário ter o certificado de aprovação pelo Ministério do Trabalho (PROMETALEPIS, 2018). Figura 8: Botas a) Botina em couro com elástico b)Bota de borracha (cano longo) Fonte: 3 M CA: 12084 CA: 37455 https://www.prometalepis.com.br/calcados-de-seguranca/ https://www.prometalepis.com.br/calcados-de-seguranca/ http://www.mtps.gov.br/ 24 6.5- O papel do gestor na conscientização do uso de EPI Gerir pessoas não é tarefa simples, afinal é de suma importância o papel do gestor no que se refere à conscientização dos funcionários ao uso de equipamentos de proteção. Assim, esse deve estar sempre se atualizando e buscando o melhor para os funcionários. Ademais, o gestor necessita cumprir com suas obrigações: alertar, cobrar, conscientizar os funcionários em tudo que referir ao trabalho/compromisso com a organização (CHIAVENATO, 2010). Para compreender de fato qual o papel do gestor nas organizações, Xavier (2006) explica de forma clara: Em síntese, um dos desafios primordiais de qualquer gestor é lidar com pessoas de modo eficiente. Organizações eficientes têm uma sólida estrutura de suporte para isso. Por meio da área de RH, ela provê mecanismos de avaliação de desempenho, programas de treinamento, processos de comunicação, sistemas de remuneração e benefícios e outros instrumentos. Mas, o desafio maior está nas mãos daquele que exerce influência direta sobre o colaborador. Tudo o que a empresa oferece vai por água abaixo se esse gestor não fizer o seu papel eficientemente, se não compreender que seu trabalho é primordialmente lidar com gente (XAVIER, 2006, p. 18). A utilização de EPI pode reduzir os acidentes de trabalho. Como já abordado anteriormente no tópico de segurança no trabalho, em que Marras (2011) afirma que o programa de conscientização serve para alertar sobre os riscos e proteger a vida dos funcionários, complementa-se que, este processo, apesar de ser um programa de longo prazo, precisa estar alicerçado em dois fundamentos: o humano, que visa o bem-estar e preservação da vida do colaborador; e o econômico, os gastos que a empresa tem pelo afastamento por conta dos acidentes de trabalho. 25 7- ANÁLISE E RESULTADO Segundo Yin (2001), o estudo de caso é caracterizado pelo estudo profundo e dos fatos e de investigação, permitindo um amplo e pormenorizado conhecimento da realidade e dos fenômenos pesquisados. A fim de conhecer as características do uso de EPIs na obra estudada foi aplicado questionário direcionado. A pesquisa foi desenvolvida através da aplicação de questionário direcionado a 14 colaboradores, em uma obra estrutural da construção civil na cidade de Nossa Senhora do Socorro - SE . O questionário (ver apêndice na pág. 35), foi estruturado com o intuito de se avaliar aspectos referentes ao uso do EPIs, capacitação e treinamento respeitando as normas de segurança pelos trabalhadores na construção civil. 7.1 – Entrevista A pesquisa em campo foi realizada como forma de complementar as informações obtidas na revisão bibliográfica e documental. Durante a visita foi constatado obra limpa e muito bem organizada, com placas sinalizando toda obra, os trabalhadores estavam utilizando fardamentos novos, óculos de proteção com lentes escuras pois o sol estava muito forte, capacetes, luvas, protetor auditivo, respirador purificador de ar, cinturão de segurança e botas, foi verificado também que todos EPIs encontrava-se em ótimo estado de uso. Durante a pesquisa de campo verificou-se que a empresa trabalha respeitando as normas de segurança NR 06, onde além de fiscaliza e cobrar o uso do EPIs, fazem treinamento com ênfase na importância do uso para saúde e preservação da vida dos colaboradores, dados esses constatados pelos documentos apresentados pelo funcionário responsável pelo setor de segurança do trabalho. Durante a entrevista com o Técnico de Segurança coletou-se dados a respeito de não ter acontecido acidentes durante período da obra, o qual mostrou dados assinado pelos trabalhadores sendo treinados e capacitados. A Analise das respostas do questionamento e a visita permitiram obter um diagnóstico do comportamento quanto ao uso do EPIs. 26 Figura 9: Tabela em função dos riscos causados por falta dos EPI´s Tipos de EPI´s Evita os acidentes a partir de tomadas de decisão Capacete Impactos de objetos contra a cabeça, TCE Óculos Entrada de corpo estranho, raios UVA e UVB Protetor Auditivo Perda Auditiva, stress Respirador de ar Contaminação, Proteção Respiratória Luvas de Proteção Agentes químicos, térmicas e elétricas Cinto de Segurança Queda Bota Escorregão,perfurocortante Dados coletados durante a entrevista Figura 10: trabalhadores que sabem o que é EPIs. Fonte: próprio autor (2019). Conforme dados coletados na pesquisa, comprova-se que todos os entrevistados, 100% tem o conhecimento do que é EPIs, e sabem da importância de usa-los durante execução de suas atividades desenvolvidas no canteiro de obra. O resultado do gráfico foi constado durante a visita, uma vez que, todos os trabalhadores estava, fazendo uso dos EPIs, como pode ser visualizado na figura 10. 100% 0% Sim Não 27 Figura 11: registro de colaboradores fazendo uso dos EPIs na obra. Fonte: Próprio autor (2019). Na figura 12, pode-se visualizar que 100% dos entrevistados afirmam respeitar as normas de segurança, isso pode possivelmente está associado a foto que o empregador exige o uso dos EPIs no canteiro de obra, e pelos os trabalhadores terem conhecimento da importância de usa-los para manutenção da saúde. Os mesmos informaram também que quando há necessidade, o equipamento é trocado imediatamente pelo empregador, conforme determina a NR 6. Durante a visita foi constatado o armazenamento dos EPIs que foram substituídos após descartados ou com problemas técnicos, como pode ver na Figura 12, corroborado com dados coletados no questionário. Figura 12: Percentual dos entrevistados que afirmam respeitar as NR-06. Fonte: próprio autor (2019). 100% 0% Sim Não 28 Figura 13: Descartes de EPIs a) descarte de cinto b) descartes de luvas e botas Fonte: próprio autor (2019). Figura 14: Percentual dos entrevistados que utilizam o EPI por ser obrigatório ou por achar importante. Fonte: próprio autor (2019). Quanto à importância, os trabalhadores, em sua maioria reconhece que o Equipamento de Proteção é importante, segundo os próprios entrevistados, sua importância está relacionada à segurança pessoal e a proteção contra acidentes de trabalho; apenas 20% afirmam que os EPIs não é importante só utilizam porque é obrigatório, de acordo com a minoria, o não uso deve-se ao fato dos EPIs para eles serem desconfortáveis ou por eles atrapalharem no desenvolvimento das atividades, enquanto que 80% falaram que utilizam porque acha importante e para preservação da saúde. 20% 80% Porque é obrigatório? porque acho importante para preservação da minha saúde? 29 Figura 15: Percentual dos entrevistados que afirmar ter sido treinado sobre a correta utilização dos EPIs. Fonte: próprio autor (2019). Na figura 15 observou-se, que 100% dos entrevistados afirmam ter recebido o treinamento adequado estabelecido pela NR-18, que estabelece o treinamento admissional, ministrado dentro do horário de trabalho, antes de o trabalhador iniciar suas atividades, segundo os dados coletados a empresa fornece informações adequadas quanto ao uso dos EPIs, além de informar o trabalhador dos riscos inerentes a função que este exerce e aos possíveis acidentes de trabalho. Dados esse confirmado, pela folha de frequência dos funcionários que receberam capacitação, conforme foto em anexo. Figura 16: Existe cobrança por parte dos responsáveis pela obra quanto o uso dos EPIs? Fonte: próprio autor (2019). O empregador, devido às exigências e normas legais, são obrigados a fornecer o equipamento de proteção individual, de acordo com cada função, além de incentivar o seu uso 100% 0% Sim Não 100% 0% Sim Não 30 por parte dos empregados, conforme explicitado pela CLT e NR 6. Conforme mostra a Figura 16, todos os funcionários entrevistados (100%) afirma que recebeu os EPIs do empregador, conforme determina a NR-6. Ademais, o documento assinado pelos empregados, ver Figura em anexo, confirma a veracidade da referida informação. Figura 17: Como você reage quando não está usando os EPIs e é orientado a coloca-lo. Fonte: próprio autor (2019) Na figura 17, pode visualizar o gráfico que destaca a atitude dos empregados quanto são orientados a utilizar os EPIs, 40% afirmam que colocam o EPI rapidamente quando é cobrado e 60% falaram que nunca precisaram que chamassem a atenção, pois sabem da sua importância e os riscos que podem correr sem o uso dele. Isso demonstra que a maior parte dos funcionários que responderam o questionário tem conhecimento e sabem a importância do uso correto dos EPIs. Enquanto uma pequena parte desses negligenciam o uso e ficam vulnerável a sofrer acidente de trabalho. Logo, faz necessário que empresa desenvolva atividades e capacitação para que esses que tem ainda resistência mudem de ideia e para os que já tem consciência continue usando e ajudem os ostros mudarem de ideia e veja cada dia mais a importância do uso desses EPIs. 60% 0% 40% Nunca precisei que chamassem minha atenção Finjo que não estão falando comigo, e continuo trabalhando Coloco rapidamente e continuo trabalhando 31 8 - CONCLUSÃO Através do estudo de caso com aplicação do questionário, conclui-se que o os dados abordados com relação ao conhecimento sobre NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual mostrou, na prática, como existe a necessidade de se estar falando, expondo, lembrando, relembrando da importância do uso desses EPIs e que pelas respostas percebemos que os trabalhadores estão cada dia mais interessados em seu bem estar e preocupados com sua saúde e até mesmo a vida. Existem respostas positivas por parte dos trabalhadores em aceitar a educação do uso do EPIs, como também a metodologia utilizada que enfoca o relacionamento com a segurança pessoal de cada um e a percepção que cada um é responsável pelo cuidado da atividade que exerce. Com o programa de treinamento implantado e capacitação, favoreceram o desenvolvimento dos trabalhadores em todas as suas dimensões, elevando o nível de consciência e de ação, cujos benefícios serão revertidos para a empresa e trabalhadores. Porém, poderemos salientar que o simples fornecimento dos EPIs e a exigência do seu uso não podem evitar acidentes, pois, um eficaz sistema de segurança é caracterizado não apenas pelo cumprimento das exigências legais, mas principalmente pela preocupação em fornecer aos trabalhadores um ambiente seguro, os mais adequados equipamentos de proteção individual e um eficiente treinamento do mesmo, não levando em conta apenas a minimização dos custos da empresa. Recomenda-se para a construtora, que faça mais treinamento e capacitação para que continue com a obra sem ocorrer nenhum tipo de acidente e que os funcionários entrevistados que não utilizam por acharem ruim ou incômodo mudem de ideia para evitar que acidentes venha acontecer ou levar esses trabalhadores a morte e para aqueles que já tem consciência da importância do uso aprenda cada vez mais e ajude os outros a mudarem de opinião. 32 REFERÊNCIAS CARVALHO, Dayvson. Acidente na Construção Civil – uma infeliz realidade do setor: Disponível em: <https://www.sienge.com.br/blog/acidentes-na-construcao-civil/>. Acesso em: 20 mar. 2019. NR 6 - Equipamento de Proteção Individual – EPI. Normas Regulamentadoras. Disponível em: Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001. Acesso em: 20 de Março de 2019. NBR. Equipamento de proteção Individual - EPI. Disponível em: <https://www.pncq.org.br/uploads/2016/NR_MTE/NR%206%20-%20EPI.pdf>. Acesso em: 22 mar. 2019. VÖLZ,Thaís Emanuela Hinz. Https://wp.ufpel.edu.br/labserg/files/2017/11/o_tcc_volz_2017.pdf. 2017, acessado em 20 de Outubro de 2019. CISZ, Cleiton Rodrigo. Conscientização do Uso de EPI´s, quanto á segurança pessoal e coletiva.Disponívelem:<http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3833/1/CT_CEE ST_XXIX_2015_07.pdf>.Acesso em: 26 de março de 2019 SUL, Universidade Federal do Rio Grande do. Método de pesquisa. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/cursopgdr/downloadsSerie/derad005.pdf>. Acesso em: 20 abr. 2019. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 3 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. Acesso em: 11 de setembro de 2019 MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. Acesso em 11 de setembro de 2019 CISZ, CLEITON RODRIGO. Http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3833/1/CT_CEEST_X XIX_2015_07.pdf, acessado em 02 de agosto de 2019. http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3833/1/CT_CEEST_XXIX_2015_07.pdf http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3833/1/CT_CEEST_XXIX_2015_07.pdf 33 LEGISLAÇÃO, Proteção Individual:Https://margequipamentos.com.br/wp content/uploads/2017/10/legislacao_sobre_equipamentos_de_protecao_individual.pdf. 2017. EPI, Casa do EPI. Https://casadoepi.com.br/2018/08/tipos-de-luvas-de-protecao-. 2018. CHAGAS, Ana Maria; SALIM, Celso Amorim; SERVO, Luciana Mendes. Www.fundacentro.gov.br. 2011, acessado em 5 de dezembro 2019. TJDFT, Https://www.tjdft.jus.br/institucional/governanca-e-gestao-estrategica/gestao- de-riscos/GuiadeGestodeRiscos.pdf. 2019, acessado em 15 de dezembro 2019. LACOMBE, Francisco José Masset. Recursos Humanos: Princípios e tendências. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 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Na obra onde trabalha atualmente, o responsável (engenheiro, mestre de obras, encarregado) exige a utilização de equipamentos de proteção individual? ( ) sim ( ) não 6. Como você reage quando não está usando o EPI e é orientado a colocá-lo? ( ) nunca precisei que chamassem minha atenção ( ) finjo que não estão falando comigo, e continuo trabalhando. ( ) coloco rapidamente o EPI, e continuo trabalhando. 37