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Gestão de Saúde e Segurança do Trabalho (2)

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GESTÃO DE 
SAÚDE E 
SEGURANÇA DO 
TRABALHO
PROF. FELIPE DELAPRIA
DIAS DOS SANTOS
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA
Prof. Felipe Delapria Dias dos Santos
GESTÃO DE 
SAÚDE E 
SEGURANÇA DO 
TRABALHO
Marília/SP
2023
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma 
ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 Av. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, 
salvo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a 
emissão de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
GESTÃO DE SAÚDE E 
SEGURANÇA DO TRABALHO
PROF. FELIPE DELAPRIA 
DIAS DOS SANTOS
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
SUMÁRIO
CAPÍTULO 01
CAPÍTULO 02
CAPÍTULO 03
CAPÍTULO 04
CAPÍTULO 05
CAPÍTULO 06
CAPÍTULO 07
CAPÍTULO 08
CAPÍTULO 09
CAPÍTULO 10
CAPÍTULO 11
08
15
23
30
37
45
49
57
68
78
87
SERVIÇO EM ELETRICIDADE (NR-10)
SEGURANÇA EM MÁQUINAS E 
EQUIPAMENTOS
A COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE 
TRABALHO
ORGANIZAÇÕES DE PREVENÇÃO AO 
ACIDENTE
SEGURANÇA DO TRABALHO EM ALTURA – 
NR 35
TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO (NR 33) 
E TRABALHO A CÉU ABERTO (NR 21)
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 
AQUAVIÁRIO
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA 
AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, 
EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
RISCOS INERENTES AO TRABALHO NA 
AGRICULTURA, PECUÁRIA, SILVICULTURA, 
EXPLORAÇÃO FLORESTAL E AQUICULTURA
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA 
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL - PARTE I
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO NA 
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL - PARTE II
GESTÃO DE SAÚDE E 
SEGURANÇA DO TRABALHO
PROF. FELIPE DELAPRIA 
DIAS DOS SANTOS
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 6
SUMÁRIO
CAPÍTULO 12
CAPÍTULO 13
CAPÍTULO 14
CAPÍTULO 15
96
106
114
123
SEGURANÇA E SAÚDE EM PLATAFORMAS DE 
PETRÓLEO
ERGONOMIA
NR-26: SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA
INTRODUÇÃO AO CONCEITO DE RISCOS
GESTÃO DE SAÚDE E 
SEGURANÇA DO TRABALHO
PROF. FELIPE DELAPRIA 
DIAS DOS SANTOS
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 7
INTRODUÇÃO
Este livro, que aborda a gestão de saúde e segurança do trabalho, está dividido 
em quinze capítulos com informações iniciais relevantes sobre o tema. Tendo em 
vista a crescente preocupação com a segurança dos trabalhadores em geral, essa 
obra se justifica, pois, de forma introdutória e simplificada, fornece aos leitores 
conhecimento sobre as normas regulamentadoras. Assim, essa obra é dedicada a 
todos que, reconhecendo a importância da segurança do trabalho, desejam aprofundar 
seu conhecimento sobre esse tema.
A abordagem aqui adotada, com apresentação das normas de uma forma geral, é 
um excelente início a estudos mais aprofundados. Isso porque, muitas vezes, estes não 
são entendidos justamente pela falta de base introdutória, que é o enfoque desta obra.
Durante esta obra iremos discutir assuntos relacionados a serviços em eletricidade, 
onde apresentaremos pontos importantes da NR-10, tais como: equipamentos de 
proteção em trabalhos envolver energia elétrica, trabalhos em altura envolvendo 
energização e equipamentos de proteção a serem utilizados.
Estudaremos ainda outras normas como a NR-12 (segurança em máquina e 
equipamentos), NR-35 (Segurança do trabalho em altura), NR-33 (Trabalho em espaço 
confinado), NR-21 (trabalho em céu aberto), NR-31 (segurança e saúde no trabalho na 
agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura), NR-37 (segurança 
e saúde em plataformas de petróleo) e NR-17 (ergonomia), NR-26 (tipos de sinalização 
de segurança). Estudaremos ainda técnicas de investigação de acidentes. 
De forma geral, para cada tema apresentado, iremos discutir os principais pontos 
da norma, metodologias de aplicação, utilização e EPIs recomendados.
Esta obra não tem o intuito de encerrar os assuntos discutidos; em verdade, objetiva 
despertar a curiosidade do leitor para a busca de mais conhecimentos sobre a higiene 
e a segurança do trabalho.
Boa leitura!
GESTÃO DE SAÚDE E 
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PROF. FELIPE DELAPRIA 
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CAPÍTULO 1
SERVIÇO EM 
ELETRICIDADE (NR-10)
1.1 INTRODUÇÃO
A NR-10, como já dito, possui como objetivo estabelecer os requisitos mínimos de 
operação de trabalho, visando a implantação controles e sistemas preventivos visando 
a máxima segurança e saúde dos trabalhadores envolvidos com eletricidade (SESI, 
2008). Sendo uma normativa que deve ser aplicado a todo o processo, iniciando na 
geração de energia, transmissão, distribuição e finalizando no consumo de energia. Além 
disso, etapas intermediárias também devem levar em conta os conceitos apresentados 
na NR-10. Podemos citar como processos intermediários, por exemplo, as diversas 
etapas de criação e desenvolvimento de um projeto. As etapas irão envolver fases 
de construção, montagens, operação e manutenção, que são processos que ocorrem 
próximos à serviços envolvendo eletricidade (SESI, 2008).
1.2 MEDIDAS DE CONTROLE PRIORITARIAS E COLETIVO
De forma prioritária, as medidas de proteção coletiva compreendem, dentre diversas 
medidas disponíveis no item 10.2.8.2 da NR10: “isolação das partes vivas, obstáculos, 
barreiras, sinalização, sistema de seccionamento automático de alimentação, bloqueio 
do religamento automático.” (Ministério do Trabalho e Emprego. NR 10, 2019, P. 2).
Além das medidas de proteção coletiva já citadas, temos ainda outras medidas 
que devem ser tomadas como o aterramento, isolamento de partes vivas, criação 
de obstáculos/barreiras, implantação de sinalizações e sistema de seccionamento 
automático das instalações elétricas que deve ser realizado de acordo normas e 
regulamentos estabelecidos por órgãos competentes e na ausência do mesmo, deve 
ser seguido as normas internacionais (BARROS et al 2017, BOTELHOE e FIGUEIREDO, 
2017). 
O princípio de tudo é realizar a desenergização dos circuitos. Caso não seja possível 
aplicar este procedimento, outros procedimentos podem substituir esta ação, como 
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empregar a “tensão de segurança”. Neste caso, o sistema deverá ser reprogramado 
para atuar com tensões consideradas extrabaixas, ou seja, abaixo de 50 V.
ANOTE ISSO
Obstáculos e barreiras devem ser utilizados para impedir ou dificultar o acesso a 
zona de perigo, pode-se utilizar cercas de madeira, plásticos, cavaletes, faixas de 
atenção, sinalização reflexiva, entre outros.
O seccionamento automático da alimentação do sistema é um procedimento que 
basicamente não existe em instalações mais antigas, contudo, este processo é realizado 
para permitir a manobra de forma remota de dispositivos de seccionamento, como 
disjuntores e chaves seccionadoras, realizando o “desarme” automático por meio de 
relês, aumentando a proteção tanto dos equipamentos quanto para o técnico operante.
1.3 MEDIDAS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Em serviços e trabalhos envolvendo instalações elétricas, cuja proteção coletiva seja 
inviável ou insuficiente para conter todos os riscos envolvidos, faz-se necessário ainda a 
utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) já estudado e disponíveis na NR 
6. As vestimentas de trabalho devem ser adequadas (botas de plástico, luvas e óculos 
de proteção, entre outros), é necessário que os EPIs contemplem a condutibilidade 
elétrica, a inflamabilidade e a influência eletromagnética, sendo proibido o uso de 
adornos pessoais (pulseiras, anéis, brincos, correntes e semelhantes) nas proximidades 
e execução do trabalho (BRASIL, 2016).
1.4 EPIS OBRIGATÓRIOSDA NR 10
Entre os equipamentos de proteção individual previstos para assegurar a integridade 
física do trabalhador que executa serviços elétricos, temos: óculos com proteção contra 
a radiação de Raios Ultravioleta A (UVA), óculos com proteção contra a radiação de 
Raios Ultravioleta B (UVB), capacete classe B, calçados de segurança com solado 
de borracha isolante, luvas e mangas isolantes de borracha, vestimenta condutiva 
de segurança (para trabalhos em linha viva) além de vestimenta resistente ao arco 
elétrico. Há ainda outros equipamentos que podem ser aplicados dependendo do 
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serviço a ser executado, podemos citar: luvas de cobertura (usados acima da luva 
de borracha), máscaras respiradoras, cinto de segurança entre outros (SESI, 2008).
Os calçados de segurança indicados para uso em serviços com eletricidade têm seu 
certificado de aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho, sendo essa a forma 
de caracterizar o equipamento de forma correta. Existem calçados que atendem apenas 
a norma de segurança para eletricidade, existem calçados que atendem apenas a norma 
de segurança para trabalhos mecânicos (com bico de metal) e existem calçados que 
atendem as duas normas ao mesmo tempo, ou seja, possuem a biqueira (de aço) e 
mesmo assim são resistentes a eletricidade. Em caso de dúvida, é recomendado o 
contato com o fabricante ou com o laboratório credenciado que realizou o ensaio de 
proteção (SESI, 2018).
ANOTE ISSO
Para que os funcionários de uma empresa possam realizar seus trabalhos da forma 
mais segura possível, cabe ao EMPREGADOR:
• Fornecer o EPI adequado para seu colaborador, de acordo com o risco presente 
no local;
• Exigir o uso do EPI;
• Comprar e disponibilizar itens de segurança apenas os que foram aprovados 
pelo órgão nacional responsável por esta fiscalização;
• Orientar e fornecer treinamento para a correta forma de utilização do 
equipamento;
• Substituir o equipamento danificado ou em condições de não uso;
• Responsabilizar pela manutenção periódica do equipamento;
• Emitir comunicado ao MTE (Ministério do Trabalho) quando encontrar situações 
de irregularidade. 
Cabe ao EMPREGADO:
• Usar o EPI apenas para a finalidade a qual se destina; 
• Responsabilizar-se pela guarda e conservação; 
• Comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; 
• Cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado. 
Não deve ser permitido a utilização de vestimentas que possam, de alguma forma, 
induzir a riscos devido a condutibilidade elétrica do próprio tecido, sendo, portanto, dever 
da empresa fornece o uniforme correto que não apresentam peças metálicas que possam 
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se tornar um risco como fechos, tachas e outros. Além disso, não pode ser um material 
de fácil condução de fogo (material inflamável), como o caso de materiais sintéticos.
Adornos pessoais como anéis, colares, relógios e pulseiras devem ser evitados 
devido a fácil condução elétrica.
Quanto aos EPI’s que devem ser utilizados, temos:
• Cinto de segurança para eletricista, com talabarte;
• Capacete classe “b”, com aba total para proteção contra tensão de até 30.000 V;
• Botas para proteção contrachoques elétricos que não apresentem bicos metálicos;
• Óculos de proteção e Protetor fácil para assegurar a proteção contra partículas 
volantes, raios luminosos e poeiras.
• Braçadeiras/mangas para garantir a segurança dos braços e antebraços 
contrachoques elétricos;
• Bolsa/mochila/cinto de ferramenta para içamento dos acessórios.
• Luvas de borrachas adequadas de acordo com a tensão que será trabalhada, 
conforma apresenta a Tabela 1 a baixo.
Classe Tensão de trabalho (V)
0 1.000
1 7.500
2 17.500
3 26.500
4 36.500
Tabela 1 – Relação entre classe de perigo e tensão de trabalho.
Fonte: CCSC-USP, 2006, p. 16
A Figura 1 a seguir ilustra alguns dos equipamentos de proteção citados que são 
utilizados em serviços de eletricidade.
Figura 1 – Equipamentos de Proteção Individual para serviços em eletricidade.
Fonte: Instituto SC, 2019.
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1.5 SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES ELÉTRICAS ENERGIZADAS
Até o momento foi apresentado diversos procedimentos que devem ser executados 
em instalações desernegizadas, contudo, existem procedimentos padrões para trabalhos 
em instalações elétricas energizadas.
Os serviços a serem realizados em ambientes com instalações energizadas 
devem obrigatoriamente ser suspensos em caso situações que possam colocar os 
trabalhadores em perigo. Será considerado situações elétricas energizada aquelas 
em que a tensão é superior à tensão de segurança de 50 V para corrente alternada e 
120 V para corrente continua e só poderá ser executado por profissionais treinados 
e autorizados.
Para a atuação do funcionário neste ambiente de risco, procedimentos padrões 
de risco devem ser observados, partes energizadas devem ser isoladas e barreiras 
devem ser dispostas. Além disso, é necessário também realizar uma identificação 
prévia dos riscos presentes para que se possa trabalhar com os equipamentos mais 
adequados possíveis
1.6 TRABALHOS ENVOLVENDO ALTA TENSÃO
Os serviços realizados em instalações elétricas energizadas não podem ser 
executados de forma individual. Além do mais, este tipo de serviço só poderá ser 
realizado em situações bastante especificas, com alto detalhamento e assinado por 
um profissional autorizado.
Para que este serviço seja realizado, deve-se primeiro realizar a desativação de 
itens que religam de forma automática o circuito, sistema e/ou equipamento. Após o 
desativamento, estes equipamentos necessitam de um aviso/sinalização, indicando 
o desativamento. 
Os equipamentos e ferramentas utilizados em trabalhos envolvendo alta tensão 
devem passar por uma vistoria periódica para garantir o isolamento elétrico do 
equipamento
1.7 PROFISSIONAIS QUALIFICADOS PARA TRABALHAR COM A NR-10
A exigência da qualificação dos funcionários para executar trabalhos que envolvam 
a eletricidade encontra-se amparada na própria CLT, em seu artigo 180 (Decreto - Lei 
n o 5.452 de 01/05/1943) que diz: “Somente profissional qualificado poderá instalar, 
operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas”. (BRASIL, 2016)
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A qualificação deve acontecer por meio de cursos reguladores, autorizados e 
reconhecimentos pelo MEC (Ministérios da Educação e Cultura) com carga horaria 
aprovada e mediante comprovação de exames avaliativos, estabelecidos pelo Sistema 
Oficial de Ensino (SESI, 2008).
Toda a exigência e cuidado mencionados nos parágrafos anteriores se deve ao fato 
das atividades exercidas em instalações elétricas envolverem a exposição ao risco e 
a cargas elétricas, podendo causar acidentes graves. Desta forma, o profissional que 
completar com êxito o curso de formação na área elétrica, estará QUALIFICADO para 
executar o serviço. Desta forma, o profissional qualificado será HABILITADO assim que 
realizar sua inscrição no Conselho de Classe, normalmente o CFT – Conselho Federal 
dos Técnicos Industriais. Já um trabalhador no estado de CAPACITADO é aquele que 
foi trinado por um profissional, trabalha no ramo sob a supervisão de um profissional 
habilitado e autorizado. Contudo, está capacitação não apresenta grande valia para 
alguns serviços que exigem o curso técnico concluído.
1.8 SITUAÇÕES DE EMERGENCIA
A série de ações de emergência que envolvem as instalações elétricos ou serviços 
envolvendo eletricidade devem, necessariamente, estar presente no plano de emergência 
da empresa.
Os trabalhadores que irão atuar em casos de emergência deverão ser treinados 
e estaremaptos a realizar os primeiros socorros em caso de acidente, incluindo a 
reanimação cardiorrespiratória. 
Cabe a empresa padronizar métodos e procedimentos de resgato, de acordo com o 
ambiente e os equipamentos disponíveis. Por exemplo, os colaboradores autorizados 
a atuar em situações de emergência deverão conhecer a localização dos extintores 
de incêndio disponibilizado pelo ambiente além de serem capazes de operar tais 
equipamentos.
O plano de emergência, é, portanto, uma ferramenta que deverá atuar de forma 
preventiva que irá permitir uma série de ações rápidas e eficazes que buscam reduzir 
eventos de risco, preservando a saúde e a vida das pessoas envolvidas.
Para que o plano de emergência seja completo, deverá levar em conta as diferentes 
catástrofes que um acidente envolvendo eletricidade pode apresentar como: incêndios, 
queimaduras, paradas respiratórias, regaste em altura, e outros.
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1.9 DISPOSIÇÕES FINAIS
Os trabalhadores podem e devem parar suas atividades profissionais e exercer o 
“Direito de Recusa” sempre que encontrarem a evidência de um possível risco, além 
disso, devem se equipar de forma correta e avisar o superior de forma imediata, 
sempre priorizando a vida.
Além disso, é papel da empresa promover ações, como treinamentos e divulgação 
de situações envolvendo riscos para que as pessoas entendam o quão perigoso é. 
Aquele funcionário que não utilizar os EPIS fornecidos de forma corretam podem 
ser demitidos por justa causa.
Para finalizar nosso conteúdo do tópico 1, observe a Figura 2 a seguir.
Figura 2 – Trabalho envolvendo eletricidade.
Fonte: Freepik, 2021.
Observe que os colabores trabalham em um poste energizado. Este trabalho envolve 
vários pontos abordados ao longo do nosso capítulo. A começar pelos EPIs. Observe 
que estão utilizando uma roupa especial, capacetes, luvas, botas especiais, além 
de equipamentos para segurança em altura que ainda abordaremos no decorrer da 
apostila. Em caso de acidente, se você não for tecnicamente instruído com informações 
de primeiros socorros, então mantenha-se afastado e chame os órgãos responsáveis 
como o corpo de Bombeiros ou ambulância. O ambiente apresenta diversos riscos, o 
risco de queda em altura e o de choque são os mais visíveis e com maior possibilidade 
de acontecer, devido a isso, uma atenção especial deve ser imposta.
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CAPÍTULO 2
SEGURANÇA EM MÁQUINAS 
E EQUIPAMENTOS
2.1 Introdução
A Norma Regulamentadora 12, intitulada “Máquinas e Equipamentos”, estabelece as 
regulamentações de segurança e higiene do trabalho a serem seguidas pelas empresas 
em instalações, operações e manutenção de máquinas e equipamentos com o objetivo 
de evitar acidentes no trabalho. A NR 12 é uma norma assegurada pelos artigos 184 
a 186 da CLT (ARAÚJO, 2012). A norma estabelece parâmetros para a prevenção de 
acidentes e doenças do trabalho a partir de máquinas e equipamentos de todos os 
tipos.
2.2 Cuidados especiais com as máquinas e os equipamentos com dispositivos 
de acionamento e parada 
É importante elencar alguns itens importantes relacionados aos cuidados especiais 
com máquinas e equipamentos com dispositivos de acionamento e parada:
“a) não se localizem em suas zonas perigosas; 
b) possam ser acionados ou desligados em caso de emergência por 
outra pessoa que não seja o operador; 
c) impeçam acionamento ou desligamento involuntário pelo operador 
ou por qualquer outra forma acidental; 
d) não acarretem riscos adicionais.” (Ministério do Trabalho e Emprego. 
NR 12 – Segurança do Trabalho em Máquinas e Equipamentos, 2019. 
P. 07)
2.3 Cuidados especiais com as máquinas e equipamentos com acionamento 
repetitivo
A NR12 estabelece que máquinas e equipamentos com acionamento repetitivo e que 
não possuem proteção adequada, oferecem risco ao operado a pessoas que possam 
estar próximos da máquina. O dispositivo de segurança deve evitar o acionamento 
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e não efetivamente o contato com as partes perigosas como contato com prensas, 
cortadores, rolamentos entre outros (SCHNEIDER, 2011).
2.4 Mecanismos de segurança que podem existir nas máquinas e equipamentos
João Neto e Almeida (2018) exemplificam alguns possíveis mecanismos de segurança 
que podem existir nas máquinas e equipamentos de segurança, vejamos alguns:
ANOTE ISSO
• No comando bimanual o acionamento deve, necessariamente, ser realizado 
com ambas as mãos. 
• No acionamento por feixes de luz, como é o caso de dispositivos acionados por 
células fotoelétricas, temos que se algum membro do corpo ultrapassar o feixe 
de luz, então a máquina irá parar de funcionar imediatamente. 
• No enclausuramente realizado por barreiras, a proteção deverá ser ao 
trabalhador devido ao tamanho e posição de abertura da parte de alimentação 
da máquinas.
• Quando tratamentos de zona de perigo, a máquina deverá parar 
automaticamente se alguém invadir o ambiente.
• Dispositivo para afastar as mãos também é um item importante. Este acessório 
deve ser operado por um cabo de aço e é preso no braço ou no pulso do 
funcionário. O dispositivo serve para afastar as mãos em situações de risco.
Pimental (2009) lembra que reparos, limpezas, setup, ajustes, inspeção ou qualquer 
outra atividade semelhante, só poderá ser realizada em máquinas e equipamentos 
com elementos rotativos e sistemas de transmissão se a mesma estiver parada, salvo 
em casos cujo movimento seja indispensável para sua realização.
2.5 Cuidados especiais no uso de ferramentas e equipamentos manuais
Muitos acidentes que acontecem na empresa são devido ao uso incorreto ou 
inadequado de ferramentas e equipamentos, como por exemplo: a troca da chave de 
boca ajustável pela chave de porca fixa, Sesi (2008) cita alguns cuidados especiais 
que podem evitar acidentes:
• Ferramentas de impacto (martelos, talhadeiras e marretas): Devem possuir 
como material em sua cabeça o aço ou algum outro tipo material metálico. Há 
casos em que são elaborados com bronze ou outro material antifaiscante para 
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a utilização em ambiente com risco de explosão. Além disso, as cabeças de 
martelos devem estar bem fixadas para que não se soltem, causando lesões 
ou acidentes.
• Ferramentas com pontas afiadas, como é o caso de facões, facas, machados, 
ferramentas de usinagem, serras e serrotes, devem ser mantidas afiadas. A 
lesão causada por uma ferramenta de ponta afiada, usualmente é pior, quando o 
equipamento contém a ponta cega. O transporte deve ser realizado em cinturões 
de couro; 
• Ferramentas elétricas: Nunca se deve remover as proteções coletivas usadas 
nas lâminas dos serrotes, lixadeiras, esmerilhadeiras e amoladores pois as 
ferramentas elétricas implicam em maiores riscos que as ferramentas manuais. 
ANOTE ISSO
Teixeira (2017) descreve alguns cuidados básicos, porém essenciais a serem 
tomados no local de trabalho e nos equipamentos durante o serviço de manutenção 
como a utilização correta de sinalização de advertência em botões de acionamento 
e placas sinalizando trabalho em andamento ou máquinas com problemas.
2.6 Medidas para evitar acidentes durante os trabalhos de manutenção de máquinas 
e equipamentos
O trabalho de manutenção de máquinas e equipamentos é essencial pois o mesmo 
pode prever e corrigir falhas melhorando o desempenho da máquina, no entanto o 
trabalho de manutenção pode apresentar riscos. Por exemplo, ao colocar placas de 
cuidado próximas ao ambiente de manutenção, elas podem cair ou alguém pode 
retirar por engano, por isso, é recomendado que o interruptor seja travado, para que 
desta forma, não haja a chance realde ligar o sistema/máquina com a mesma em 
manutenção (ARAÚJO, 2014).
2.7 Medidas de proteção do trabalhador
Como já apresentado, as diferentes máquinas e equipamentos necessitam apresentar 
conexões com dispositivos de segurança, devido a alta eficiência uma vez que instalado 
e manuseado de forma correta, contudo, dispositivos de segurança, na maioria das 
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vezes, não são capazes de extinguir o risco, e devido a isso, outras ações devem 
ser realizadas simultaneamente para garantir a eficiência dos dispositivos citados. 
Com base no que foi apresentado, existem três pilares básicos da segurança:
• Proteção adequada
• Procedimento
• Capacitação
Para ampliar ainda mais a margem de “não acidente”, algumas medidas de proteção 
necessitam serem adotas, para isso, podemos seguir a seguinte ordem prioritária 
de medidas: 
1. Medidas de proteção coletiva: são medidas que, como o próprio nome já sugere, 
são de cunho coletivo, ou seja, protegem um grupo de pessoas de uma única vez, 
são exemplos deste tipo de medida as ventilações, proteção de partes móveis 
de máquinas, chuveiros para radiação, chuveiros para lava olho, entre outros.
2. Medidas de proteção administrativas: essas medidas apresentam um caráter 
administrativo e pode-se citar como exemplo a redução de exposição do 
trabalhador, a substituição de produtos tóxicos por outros que não causam 
tantos dados, as mudanças de turnos e horários de trabalhos e assim por diante.
3. Medidas de proteção individual: esta última categoria é referente àquelas medidas 
individuais que só devem serem abordadas quando não for mais possível assumir 
medidas para eliminar ou reduzir os riscos no ambiente. Essas medidas abrangem: 
capacetes, botinas, protetores auriculares, entre outros.
Além das categorias de medidas apresentadas, temos também as medidas de 
proteção de máquinas que são estabelecidas pela normativa. Assim como já discutido, é 
necessário que as zonas de perigo apresentem suas partes protegidas por dispositivos 
de segurança. Tais dispositivos podem ser classificados em:
• Proteções fixas
• Proteções móveis
• Dispositivos de segurança interligados
Tudo isso para amplificar a capacidade de preservação da saúde e da integridade 
física dos colaboradores daquele ambiente.
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As proteções fixas são proteções permanentes que atuam por elementos de fixação 
e que só permitem sua manutenção, abertura ou remoção por meio de ferramentas 
especificas. 
Já as proteções móveis apresentam maior mobilidade e estas podem ser abertas 
com maior facilidade sem a necessidade de uma ferramenta. Contudo, este tipo de 
proteção deve estar sempre acompanhado de outros tipos de dispositivos de proteção, 
como os Inter travamento. 
Por fim, os dispositivos de segurança podem atuar sozinhos ou acompanhados de 
outros elementos e que reduzem os riscos de acidentes.
2.8 Gestão de risco no ambiente de trabalho
Como já sabemos, o dia a dia industrial pode ser bastante severo, tanto que, os riscos 
passam a estar presentes em ambientes que vão além das máquinas e equipamentos, 
devido a isso, todo o ambiente de trabalho deve ser tratado com a NR-12.
Para que possamos trabalhar em cima da aplicação da NR-12 no ambiente de 
trabalho, devemos considerar sua extensão ao arranjo físico, também conhecido como 
layout, que pode ser entendido como o posicionamento físico dos elementos disponíveis 
no chão de fábrica e que, de alguma forma, interfere no trabalho a ser realizado.
Conforme apresentado pelas NR-12, um ambiente com layout adequado deve possuir:
• Ambientes que possuam máquinas e equipamentos, necessitam contém área 
de circulação e movimentação de pessoas demarcado; 
• Vias de circulação devidamente produzidas com base em normas térmicas;
• Manter a área de movimentação e circulação sempre livre;
• Indicar, por meio de diferentes colorações, o caminho que determinado material 
deverá seguir para facilitar o fluxo.
• Delimitar máquinas garantindo uma distância mínima entre máquina e funcionário.
• Manter sempre limpo e organizado tanto as ferramentas como o seu local de 
armazenamento.
2.9 Requisitos mínimos para medidas de proteção
De acordo com a NR-12, máquinas e equipamentos devem apresentar os seguintes 
requisitos mínimos de segurança:
• Cumprimento de suas funções durante a vida útil da máquina;
• Constituídas de materiais resistentes – robustas;
• Fixação firme;
• Não criar pontos de esmagamento ou agarramento;
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• Não possuir extremidades e arestas cortantes;
• Resistir às condições ambientais do local;
• Impedir que possam ser burladas; 
• Proporcionar condições de higiene e limpeza; 
• Impedir o acesso à zona de perigo;
• Ter seus dispositivos de intertravamento protegidos contra sujeira e corrosão, 
se necessário; 
• Ter eficácia positiva; 
• Não acarretar riscos adicionais.
Vale ressaltar que os itens apresentados acima não são dispositivos opcionais de 
segurança, mas sim componentes que devem, obrigatoriamente, estarem presentes 
em máquinas e equipamentos.
Por exemplo, situações de perigo devem ser evitadas utilizando um dispositivo 
específico para de emergência, normalmente sendo apresentado como um botão em 
formato de cogumelo da cor vermelha. É necessário que os colaboradores presentes 
no momento possuam visão ampla e clara do dispositivo de para de emergência 
de forma prática e também de forma rápida, além de que, o seu entendo deve estar 
sempre desobstruído, como ilustra a imagem 3.
Figura 3 – Botão de emergência com facilidade de acesso. 
Fonte: Pixabay, 2017.
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2.10 Capacitação
Para que os funcionários de uma determinada empresa sejam capacitados a atuarem 
de acordo com as regras da NR-12, um treinamento deve ser fornecido. Todas as 
atividades que envolvem manutenção, inspiração ou qualquer tipo de intervenção em 
máquinas e equipamentos, só podem ser realizadas por colaboradores devidamente 
habilitados e autorizados.
Para a execução do trabalho, a capacitação deve ocorrer obrigatoriamente antes do 
funcionário exercer a função, deve também estar contida nas 8horas diárias de trabalho 
e ser realizada no turno de trabalho. Além do mais, é necessário que a capacitação 
seja ministrada por profissionais que possuam experiência na atuação, para garantir 
o ensinamento correto. Para finalizar, como existe uma grande variedade de máquinas 
e equipamentos, é necessário que a capacitação seja voltada para a área de atuação 
dos colaboradores, não fazendo sentido, por exemplo, a capacitação em NR-12 abordar 
injetoras plásticas se o funcionário trabalha em uma indústria de fundição (FIBRA, 
2015).
Para finalizar nosso conteúdo deste segundo capítulo, observe a Figura 4 a seguir. 
Figura 4 – Situações de risco com máquinas em funcionamento.
Fonte: Freepik, 2021.
Observe que em ambas as situações apresentadas é necessário do manuseio e 
controle humano para o funcionamento da máquina. Na primeira imagem (Figura 
3-a) é possível observar uma caixa de energia logo na lateral da máquina, onde se 
localizada botão emergência por exemplo, sendo, portanto, de fácil acesso ao operador. 
Observe também a utilização do EPI correto (luvas) devido a proximidade da mão 
com a ferramenta. Agora, observa na Figura 3-b, uma máquina ferramenta pintada 
de laranja, indicando que é uma máquina de corte. É possível observar um botão de 
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emergência de fácil acesso logo acima das mãos do operador que está munido de 
EPIs como óculos de proteção e protetorauricular. 
Em caso de emergência, o botão de emergência deve ser acionado imediatamente, 
que irá parar o funcionamento da máquina e acionar um chamado de ajuda.
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CAPÍTULO 3
A COMUNICAÇÃO DO 
ACIDENTE DE TRABALHO
3.1 INTRODUÇÃO
Segundo o site do INSS (2019), a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) é um 
documento emitido para o reconhecimento de acidentes de trabalho ou até mesmo 
de doenças ocupacionais. 
Ainda de acordo INSS (2019), acidentes de trabalho ou acidentes de trajeto é o 
acidente que ocorre durante o exercício da atividade profissional, podendo este ser a 
serviço da empresa ou até mesmo durante o deslocamento no trajeto casa-trabalho 
ou trabalho-casa, causando lesões corporais, lesões funcionais ou provocando a perda 
ou redução (permanente ou temporária) da capacidade para executar o trabalho ou 
em casos mais extremos, causando a morte. Enquanto que doenças ocupacionais é 
a doença que surgiu ou foi desencadeada devido ao exercício de determinada função 
de forma constante
O documento apresentado acima é bastante conhecido entre profissionais de 
industriais, contudo, pouco sabem de onde vem todo o embasamento teórico desta 
normatiza, tão pouco sabem em qual lei encontrar. Para começarmos nossa discussão, 
utilizaremos a instrução Normativa n° 45 de 2010 que aborda o CAT a partir do artigo 
355 e até o artigo 360. Além disso, o decreto número 3.048 de 1999 também aborda 
o CAT no artigo 336, fazendo algumas determinações. Já a lei 8.213 de 1991 também 
aborda CAT, desta vez do artigo 22 ao 23.
Como podemos observar, a Comunicação em caso de Acidente de Trabalho é 
abordada e discutida por diversas legislações previdenciárias, inclusive, no próprio 
site da previdência social, que iremos abordar logo mais.
3.2 QUANDO REALIZAR O CAT?
Segundo o artigo 22 da lei 8.213/91, já apresentada, é obrigação da empresa informar 
à Previdência Social todo e qualquer tipo de acidentes de trabalho ocorridos com seus 
empregados em suas dependências, mesmo que o acidente ocorrido não provoque 
afastamento das atividades. O aviso deve acontecer até o primeiro dia útil seguinte ao 
da ocorrência e em caso de morte, a comunicação deve acontecer de forma imediata 
(OLIVEIRA, 2018).
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A empresa que não informar à Previdência Social o acidente de trabalho dentro 
do prazo legal, estará sujeita a aplicação da multa prevista pelos artigos 286 e 336 
do Decreto nº 3.048/1999 (INSS, 2019). 
Se a empresa não fizer o registro da CAT, o próprio trabalhador, o 
dependente, a entidade sindical, o médico ou a autoridade pública 
(magistrados, membros do Ministério Público e dos serviços jurídicos da 
União e dos Estados ou do Distrito Federal e comandantes de unidades 
do Exército, da Marinha, da Aeronáutica, do Corpo de Bombeiros e 
da Polícia Militar) poderão efetivar a qualquer tempo o registro deste 
instrumento junto à Previdência Social, o que não exclui a possibilidade 
da aplicação da multa à empresa (Governo Federal, 2021, p. 1).
No Brasil, há um costume/cultura que leva as empresas a emitirem o CAT apenas 
em caso em que é necessário o afastamento por 15 dias ou mais, uma vez que nestes 
casos o trabalhador deverá dar entrada no INSS para que o órgão seja o responsável 
por financiar seus pagamentos, sendo, desta forma, inevitável, que o órgão não tome 
conhecimento do fato.
Para o sistema, esta prática é bastante prejudicial uma vez que está acobertando 
a real situação de acidentes que o ambiente industrial brasileiro se encontra.
3.3 REGISTRO DA CAT ON-LINE
Corrêa (2018) explica que o registro do CAT pode ser realizado de forma on-line 
desde que seja preenchido obrigatoriamente todos os campos requisitados, outra 
opção é gerar o formulário em branco e preencher manualmente.
Há, contudo, diversas dúvidas em relação a emissão do CAT. Uma delas é que 
muitos imaginam que apenas a empresa responsável pode emitir o CAT, entretanto, 
é um pensamento equivocado, pois, o artigo 358 da Instrução Normativa (IN) 45 
apresenta outras possibilidades, são elas:
• O próprio acidento ou seus dependentes;
• O sindicato da função exercida;
• O médico que assistiu ao funcionário;
• Autoridades públicas envolvidas.
Há, entretanto, outra categoria de acidentes que é a categoria do acidente que 
aconteceu em um trabalhador avulso, neste caso, o CAT poderá ser emitido por:
• Empresa responsável pelo serviço;
• Sindicato da categoria;
• Gestor da mão de obra responsável.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm
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ISTO ESTÁ NA REDE
Para realizar um CAT online basta seguir o passa a passo:
1. Acessar o link de cadastro online: https://cadastro-cat.inss.gov.br/
CATInternet/faces/pages/cadastramento/cadastramentoCat.xhtml
2. Uma página semelhante a Imagem 5 deverá aparecer
3. Será necessário entrar com a seguinte informação: tipo de CAT (abertura, 
reabertura ou comunicação de óbito).
4. Em seguida, será necessário inserir o tipo de empregador, o número de CNJP da 
empresa, o PASEP do trabalhador, a data do acidente e último dia de trabalho.
Imagem 5 – Cadastro do CAT online
Fonte: O autor, 2021.
ANOTE ISSO
Um ponto de atenção é que o CAT deve ser aberto em qualquer acidente que 
aconteça durante o período de trabalho, inclusive, tanto o percurso de ida quanto o 
percurso de volta do trabalho estão inclusos. Esse ponto é bastante importante pois 
comumente gera uma dúvida bastante especifica. Digamos que um funcionário que 
trabalha em duas empresas distintas sofre um acidente no percurso de um trabalho 
ao outro, quem deverá acionar o CAT? Neste caso, segundo o parágrafo 1 do artigo 
258 da IN 45, as duas empresas deverão abrir um chamado.
3.4 TIPOS DE CAT
Para facilitar a administração e o controle dos chamados, o CAT se divide em três 
grandes grupos: CAT inicial, CAT de reabertura e CAT de óbito. Vejamos a seguir cada 
um deles:
https://cadastro-cat.inss.gov.br/CATInternet/faces/pages/cadastramento/cadastramentoCat.xhtml
https://cadastro-cat.inss.gov.br/CATInternet/faces/pages/cadastramento/cadastramentoCat.xhtml
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O CAT inicial deve ser aberto para a realização de um acidente de trabalho que 
envolta trajeto, doença profissional ou mesmo um óbito imediato.
Já o CAT de reabertura deverá ser aberto quando ocorrer um agravamento ou uma 
sequela de uma determinada lesão proveniente de um acidente de trabalho que já 
aconteceu e que já foi notificado lá no CAT inicial. Neste CAT de reabertura, deverá 
constar todas as informações já apresentadas anteriormente no CAT inicial exceto 
as seguintes informações: quantidade de tempo de afastamento, data do último dia 
trabalhado, anexo do atestado médico e também a data de emissão uma vez que essas 
informações serão referentes a nova data de reabertura. O texto da instrução normativa 
determina que não serão considerados CAT de reabertura quando o procedimento 
for uma simples consulta médica nem quando exigir afastamento do profissional em 
menos de 15 dias seguidos.
Por fim, o CAT de óbito ou CAT de comunicação de óbito é um chamado que deverá 
ser aberto em caso de falecimento do colaborador por causas que decorreram de 
um acidente que já aconteceu e que já foi realizado o CAT inicial. Lembrando que, 
enquanto que no CAT inicial é registrado a morte IMEDIATA, aqui no CAT de óbito é 
registrado a morte que aconteceu em detrimento a algum evento que já aconteceu.
Por exemplo, um trabalhador se acidentou, bateu a cabeça e ficou em coma. Neste 
caso, deve ser aberto um CAT inicial informando o acidente. Alguns dias após o acidente, 
o estado do funcionário acidentadopiora e o óbito acaba acontecendo, neste momento, 
deverá ser iniciado um CAT de comunicação de óbito.
Outra dúvida bastante recorrendo é na abertura de CAT envolvendo doenças. 
Realizar a abertura de um CAT envolvendo acidentes é mais fácil do que realizar a 
abertura de um CAT envolvendo doenças, isso se deve a alguns fatores bastantes 
simples: marcação temporal. Vamos entender? Um acidente, quando ocorre, 
apresenta um horário de ocorrência e uma data, ou seja, tem como realizar a 
localização no tempo. Já uma doença é um pouco mais complicada pois como 
determinar a data e o horário que ela surgiu, por exemplo? Como realizar o 
preenchimento do campo “data”?
Para esclarecer este ponto, devemos buscar a resposta no artigo 23 da lei 8.213 
de 1991. Para responder à questão apresentada, deverá ser considerado a data que 
se deu início a incapacidade de exercer a atividade profissional ou mesmo o dia que 
foi obtido o diagnóstico. 
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3.5 PROCURE UMA AGÊNCIA DO INSS
No site da Justiça do trabalho encontra-se as orientações para caso não seja 
possível a realização do informativo CAT de forma on-line, desta forma, a empresa 
não estará sujeita a aplicação de multa por descumprimento do prazo estabelecido 
pela legislação. O registro do CAT pode ser realizado em agências do INSS, para que 
seja validado, o registro deve estar devidamente preenchido e assinado (JUTIÇA DO 
TRABALHO, 2018).
De acordo informações retiradas do site do INSS, para que o atendimento presencial 
ocorra, será necessário apresentação de documento com foto e o número do CPF. 
3.6 INFORMAÇÕES IMPORTANTES A RESPEITO DO CAT
Em caso da empresa se recusar a emitir o CAT então poderá haver a atuação dos 
órgãos responsável podendo haver a aplicação de multas uma vez que a omissão 
do acidente de trabalho é considerada crime de acordo o artigo 269 do código penal 
juntamente com o artigo 169 das Leis Trabalhistas. Empresas que se recusarem a 
emitir o CAT poderá receber multas com valores variando de 545 reais até 3.689,66 
reais sendo que este valor pode ser ainda maior se a previdência averiguar apresenta 
reincidência em omissão de emissão do CAT.
Além de tudo que já foi apresentado aqui, a emissão do CAT apresenta ainda mais 
vantagens. Sabemos que o mesmo apresenta o papel de registro de doenças e acidentes 
que ocorrem em decorrência das funções e atividades exercidas na/para empresas. 
Contudo, uma informação bastante interessante é que, quando o funcionário ultrapassar 
o período de quinze dias de licença comprovada do acidente de trabalho ocorrido ou 
mesmo da doença de trabalho, então o trabalhador terá direito a receber um auxilio 
doença acidentário, diferente do auxílio doença comum, sendo que o primeiro apresenta 
algumas vantagens, como:
• Depósito do FGTS durante o período de afastamento;
• O período de afastamento será contabilizado para o tempo de aposentadoria;
• Estabilidade de um ano no emprego após o retorno das atividades;
• Dependendo da gravidade do acidente/doença, haverá a possibilidade de receber 
um auxilio indenizatório em caso de sequelas ou lesões que impliquem na redução 
de sua capacidade de trabalho.
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3.7 ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL
Os acidentes de trabalho que ocorrem no brasil resultam em um grande prejuízo 
aos cofres públicos uma vez que os gastos com pensões, aposentadores e auxílios 
para as vítimas são bastante altos.
Para nos ajudar a entender melhor e a quantificar alguns dados, o Ministério da 
Previdência e Assistencial Social divulga quase que anualmente os dados obtidos a 
respeito dos acidentes trabalhistas
Para entendermos melhor os dados disponíveis, observe a Tabela 2 a seguir.
M
ES
ES
QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO
TOTAL
COM CAT REGISTRADO
SEM O CAT 
REGISTRADOTOTAL
MOTIVO
TÍPICO TRAJETO
DOENÇAS DO 
TRABALHO
2015 2016 2017 2015 2016 2017 2015 2016 2017 2015 2016 2017 2015 2016 2017 2015 2016 2017
622.379 585.626 549.405 507.753 478.039 450.614 385.646 355.560 340.229 106.721 108.552 100.685 15.386 13.927 9.700 114.626 107.587 98.791
Tabela 2 - Quantidade mensal de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo.
Fonte: Adaptado de Ministério da Fazenda, 2017, p. 68.
O gráfico retirado do site da Previdência Social nos informa o número total de 
acidentes para os anos de 2015, 2016 e 2017, além de apresentar também os valores 
para os acidentes que não acionaram o CAT. Podemos ver, por exemplo, que para 
todos os anos, o número de acidentes que ocorreu sem o registo de CAT se aproxima 
ou passa dos 100 mil acidentes.
Parra facilitar nossa análise, observe a Tabela 3 onde a tabela foi montada apenas 
com os dados mais recentes do ano de 2017.
MESES
QUANTIDADE DE ACIDENTES DO TRABALHO
TOTAL
COM CAT REGISTRADO
SEM O CAT 
REGISTRADOTOTAL TIPICO TRAJETO
DOENÇAS DO 
TRABALHO
549.405 450.614 340.229 100.685 9.700 98.791
Tabela 3 - Quantidade total de acidentes do trabalho, por situação do registro e motivo.
Fonte: Adaptado de Ministério da Fazenda, 2017, p. 68.
Pela tabela apresentada acima, observamos que dos quase 550 mil casos que 
aconteceram, praticamente 100 mil não apresentaram o CAT registrado. Além disso, 
aproximadamente 340 mil casos registrados foram acidentes que aconteceram na 
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fábrica/local de trabalho, aproximadamente 100 mil acidentes aconteceram no trajeto 
(ida/volta) e aproximadamente 10 mil casos foram registrados como doença.
Para melhor visualização do que foi informado observe a Figura 6 a seguir.
Figura 6 - Distribuição de acidentes do trabalho, por motivo, no Brasil.
Fonte: Adaptado de Ministério da Fazenda, 2017, p. 68.
Quase 20% dos acidentes que ocorreram no Brasil no ano de 2017 não foram 
informados. Da porcentagem de acidentes informados ao CAT, a grande parte 
(aproximadamente 75%) foi referente a acidentes que aconteceram no ambiente de 
trabalho. Com essas informações fica claro que o número de omissões ou de não 
registro ainda é bem alto e esta é uma realidade que precisa ser alterada.
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CAPÍTULO 4
ORGANIZAÇÕES DE 
PREVENÇÃO AO ACIDENTE
4.1 INTRODUÇÃO
Neste tópico apresentaremos e discutiremos dois conceitos muito importantes no 
dia a dia industrial. O primeiro conceito será a respeito da CIPA, este termo será o objeto 
de trabalho principal do nosso capítulo, entenderemos como funciona, qual seu objetivo 
e quem pode participar desta organização que se destina a proteção e preservação da 
vida. Em um segundo momento, abordaremos de forma mais superficial o conceito de 
SESMT, desta vez, será apresentado o que é esta organização e quem poderá participar. 
A Figura 7 a seguir ilustra como ambas as organizações devem ser representadas 
dentro da empresa.
Figura 7 – Símbolo da CIPA e do SESMT
Fonte: adaptado de Saudeevida e Segurancadotrabalho, 2020.
De forma geral, a simbologia é a mesma e quase sempre ocupam o mesmo ambiente 
de trabalho devido a similaridade entre as funções. No decorrer desta unidade veremos 
suas particularidades. Vamos embarcar nesta aventura juntos?
4.2 INTRODUÇÃO À CIPA
A CIPA, abreviação para “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes” é um grupo 
composto por funcionários de uma empresa para representar os funcionários de um 
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modo geral e o empregador em assuntos relacionados a colaboração à prevenção de 
acidentes. A CIPA tem como filosofia que o acidente de trabalho é sempre fruto de 
causas que podem ser evitadas, amenizadas ou eliminadas, (BRASIL, 2019).
De acordo Ferreirae Peixoto (2012), em 1940 o Governo Federal criou a CIPA 
com o intuito de minimizar a grande quantidade de acidentes de trabalho que havia 
acontecendo em empresas, os autores afirmam que o objetivo era encontrar soluções 
que fossem capazes de proporcionar maior segurança ao trabalhador e ao local de 
trabalho. 
4.3 QUEM DEVE POSSUIR A CIPA?
A CIPA deve estar presentem em forma de estabelecimento e deve estar devidamente 
regulamentada e funcionando em: empresas privadas, públicas, sociedades de economia 
mista, órgãos da administração direta e indireta, instituições beneficentes, associações 
recreativas, cooperativas entre outros tipos de instituições que admitam trabalhadores 
como empregados (CIPA, 2013). 
4.4 OBJETIVOS DA CIPA
A CIPA tem como objetivo garantir e representar os interesses dos trabalhadores 
quando relacionados a assuntos de melhoria da segurança do ambiente de trabalho 
e de saúde ocupacional. É também objetivo da CIPA observar e levantar os possíveis 
riscos presentes no ambiente de trabalho bem como exigir medidas a fim de minimizar 
riscos ou até mesmo elimina-los, discutindo e orientando os trabalhadores em relação 
a preservação a vida (LAGOA SECA, 2019).
ANOTE ISSO
O item 5.16 da NR-5 dispõe as diversas atribuições de atividades que cabem a CIPA 
executar:
• Elaboração de mapa de risco;
• Elaboração de um plano de trabalho sendo este, um documento que deverá 
conter o passo a passo do trabalho;
• Ajudar a equipe de segurança a definir processos de melhoria continua no que 
se refere a preservação de vida;
• Realizar um checklist de segurança do ambiente de trabalho.
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4.5 A REPRESENTAÇÃO NA CIPA
A CIPA deve ser composta por representantes de ambas as partes (empregado 
e empregador). O representante da parte do empregador é indicado pelo mesmo, 
enquanto que o representante da parte dos empregados deve ser eleito via voto 
popular entre os empregadores presentes na fábrica. O número de pessoas que irão 
compor a CIPA irá variar de acordo o número de funcionários que a empresa possui 
e essa relação está presente no Quadro 1 na NR 5 disposta no site do Ministério do 
Trabalho. Além disso, a CIPA deve ser comportas por membros de diferentes setores 
da empresa, não podendo voltar membros do setor que mais ocorre acidentes dentro 
da empresa (CIPA – USP, 2020).
 
4.6 EMPRESAS QUE NECESSITAM E NÃO NECESSITAM DA CIPA
O item 5.2 da Norma regulamentadora número 5 nos informa que a CIPA deve estar 
presente nas empresas no formato de estabelecimento, devendo estar presente em 
empresas de todos os âmbitos: privadas, públicas, sociedade de econômica mista, 
nos poderes legislativos, instituições beneficentes, cooperativas e todas as outras 
modalidades de empresas.
Em resumo, toda empresa que possui pessoas trabalhando na condição de 
“empregado”, mesmo que voluntário, deverá apresentar a CIPA, sendo raro os casos 
de empresas que não apresentarão a CIPA.
Inclusive, se a sua empresa apresenta menos de 20 empregados, o número mínimo 
de membros da CIPA será “um” e está única pessoa já será considera a CIPA.
A diretoria da empresa deverá indicar um responsável para deixa-lo encarregado 
do cumprimento das atribuições dispostas na NR 5, devendo o mesmo promover 
treinamentos para os outros membros da CIPA (SESI, 2008).
4.7 ELEIÇÃO E MEMBROS ELEITOS
A eleição é um processo que deverá ser realizado durante o expediente normal 
da empresa e deverá também respeitar os turnos e deverá obrigatoriamente ter a 
presença de mais da metade do número de empregados de cada setor (SESI, 2008).
Membros eleitos possuem algumas vantagens profissionais em relação a outros 
funcionários.
https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/748669/mod_resource/content/1/NRs_Comentadas.pdf
https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/748669/mod_resource/content/1/NRs_Comentadas.pdf
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O item 5.8 da NR 5 estabelece que é vedada a dispensa arbitrária 
ou sem justa causa do empregado eleito para cargo de direção de 
CIPA desde o registro de sua candidatura até um ano após o final 
de seu mandato. Os motivos da dispensa arbitrária, apresentados 
anteriormente, estão em conformidade com o Art. 477 da CLT, que 
prevê o rompimento do contrato de trabalho com “demissão por justa 
causa”. O parágrafo único do Art. 165 (CLT) determina que caberá à 
empresa comprovar, em caso de reclamação trabalhista, os motivos 
que levaram à demissão do empregado eleito para a CIPA no período 
da estabilidade (ARAÚJO, p 178, 2014)
O processo de eleição deve ser realizado há um prazo de no mínimo quinze dias 
antes do fim do mandado atual dos membros da CIPA. Contudo, se esse procedimento 
é novo em sua empresa e a CIIPA ainda não existe, então algumas etapas deverão 
ser realizadas:
• Etapa 1: divulgação das vagas abertas possibilitando a candidatura dos 
funcionários da instituição, a divulgação deverá contar com um edital presente 
com as instruções prazos e formas de realização do processo;
• Etapa 2: Divulgação do número de inscritos/nome dos inscritos;
• Etapa 3: Ato de acontecimentos da eleição;
• Etapa 4: Ata de eleição: presença dos dados do presidente, vice-presidente e 
secretário escolhidos via votação popular;
• Etapa 5: Ata de posse dos funcionários da CIPA;
• Etapa 6: Elaboração do calendário de reuniões mensais onde deverá ser decidido 
a sazonalidade (semanal, quinzenal, mensal, etc);
• Etapa 7: Fornecimento de treinamento, por parte do empregador, para os 
membros da CIPA.
Além do mais, em caso de você assumir a presidência, será sua função:
1. Realizar a convocação dos membros da CIPA para reuniões semanais/mensais.
2. Realizar a coordenação das reuniões, conduzindo com eficiência e convocando 
o empregador e o SESMT quando necessário.
3. Realizar relatórios e atas da reunião para manter o empregador informado a 
respeito do assunto.
4. Realizar atividades de supervisão dos planejamentos já implantados.
5. Delegar funções aos membros.
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Em suma, qualquer funcionário poderá fazer parte da comissão da CIPA. Ao 
contrário do SESMT, que veremos ao final deste capítulo, a CIPA deve ser constituída 
por profissionais de todos os setores, não sendo necessário haver formação técnica 
no assunto.
4.8 DIMENSIONAMENTO DA CIPA
Com base na norma (NR-5) podemos realizar a determinação do número de 
colaboradores que irá compor o quadro de funcionários da CIPA, garantindo um número 
mínimo de funcionários efetivos e suplentes para constituir a comissão e seguir o 
trabalho.
Para o dimensionamento correto, é necessário levar em conta três fatores. O primeiro 
fator está relacionado a atividade que a empresa exerce relacionando o risco que a 
empresa apresenta, já o segundo fator diz respeito ao setor econômico da empresa 
enquanto que o terceiro fator está ligado ao número de funcionários que a empresa 
apresenta
Com base no que foi apresenta, três passos podem ser apresentados que irão 
auxiliar no dimensionamento da CIPA:
Passo 1: a primeira decisão a ser tomada apresenta relação com a determinação da 
atividade que a empresa realiza (o que ela faz, o que produz, qual serviço ela presta, 
e assim por diante).
Passo 2: com a determinação da atividade desenvolvida, então o quadro III da NR-5 
deverá ser consultado para se obter um código único referente a atividade/setor de 
atuação da empresa.
Passo 3: com a atividade identificada e o código obtido, agora é o momento de 
realizar a identificação do setor econômica. Para isso, o quadro de número II disposto 
na NR-5 deverá ser consultado Neste quadro será possível identificar o grupo que a 
empresa se encontra na classificação com base na Classificação Nacional de Atividade 
Econômicas.
Passo 4: agora é o momentode determinar o número de colaboradores efetivos e 
suplentes que sua instituição CIPA deverá possuir, para isso, será necessário consultar 
o quadro I presente na NR-5. Este quadro irá relacionar o número de funcionários 
com o setor de atuação e o setor econômica, fornecendo o número de funcionários 
necessários.
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Em suma, três quadros deverão ser consultados para realizar o dimensionamento 
correto da CIPA. Os quadros são:
1. Número de empregados do estabelecimento – Quadro I da NR 5
2. Setor econômico da empresa – Quadro II da NR 5
3. Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE) da empresa – Quadro 
III da NR 5.
4.9 REUNIÕES DA CIPA
A CIPA deverá se reunir com todos os seus membros, pelo menos uma vez por mês, 
durante o expediente normal de seus funcionários e em local apropriado (PIMENTEL, 
2009).
Existem um modelo de reunião conhecido como “reunião extraordinária”. A reunião 
extraordinária da CIPA deverá ocorrer sempre que houver acidentes de trabalho. 
O acidente pode acontecer com ou sem vítima e caberá ao responsável da CIPA, 
dependendo da gravidade do problema, convocar a reunião com urgência ou agendá-
la para um dia próximo (CIPA – USP, 2020).
O responsável pelo CIPA deverá encaminhar o relatório/ata realizado durante a 
reunião extraordinária para o SESMT e ao empregador para que as soluções discutidas 
sejam providenciadas (SESI, 2008).
O empregador, após receber o relatório/ata com as solicitações de melhoria terá 
um prazo de até 08 (oito) dias para responder à CIPA com as medidas adotadas para 
o problema apresentado (BRASIL, 2019).
4.10 CURSO BÁSICO DE CIPEIRO
Cabe à empresa disponibilizar recursos e promover a todos os membros formadores 
da CIPA, inclusive secretários substitutos, cursos relacionados a prevenção de acidentes 
do trabalho sendo que o mesmo deve possuir uma carga horária mínima de 18 horas e 
obedecer a ementas pré-estabelecidas. O curso deve ocorrer em horário de expediente 
norma da empresa (BRASIL, 2019).
O curso deverá ser realizado de preferência pelos SESMT da empresa 
e, na impossibilidade, por entidades especializadas em segurança 
do trabalho, entidades sindicais para a categoria profissional 
correspondente ou ainda por centros e empresas de treinamento, 
todos credenciados, para esse fim, na DRT, órgão regional do MTE. 
(PIMENTEL, p. 59, 2009).
https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/748669/mod_resource/content/1/NRs_Comentadas.pdf
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4.11 EXIGENCIAS LEGAIS - CIPA
Após a efetivação da CIPA dentro da empresa, a mesma não poderá reduzir seu 
número de funcionários, exceto se houver uma redução no quadro de funcionários 
da empresa. Além disso as atividades da CIPA não poderão jamais ser encerradas, a 
menos que a empresa venha a fechar (SESI, 2008).
4.12 O QUE É SESMT?
A sigla “SESMT” significa “Serviços especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho”. Esta instituição, assim como a CIPA, busca garantir um 
ambiente saudável e seguro para que os funcionários possam executar suas funções 
da melhor forma possível.
O SESMT foi criado no ano de 1967 para suprir a necessidade de uma organização 
que se responsabilizasse pelas doenças ocupacionais uma vez que, leis trabalhistas 
relacionadas a segurança do trabalho existem desde 1919, contudo não abrangendo 
as doenças. Logo, até a data citada (1967), pessoas que, porventura, adquirissem 
algum tipo de enfermidade no ambiente de trabalho, acabariam sendo prejudicadas 
uma vez que não iria receber nem possuir nenhum tipo de assistência bem por parte 
do governo nem por parte da empresa.
O SESMT é abordado e definido pela NR-4 onde é possível obter, de forma gratuita 
pelo site do governo federal, informações como: dimensionamento de um SESMT, 
funções, punições e muito mais.
4.13 QUEM PODE PARTICIPAR DO SESMT?
No item anterior apresentamos o conceito de SESMT, agora iremos apresentar de 
forma bastante objetiva quem pode fazer parte desta instituição.
Poderão constituir o corpo de funcionários do SESMT: médico do trabalho, engenheiro 
de segurança do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico em segurança do trabalho com 
registro no ministério do trabalho e auxiliar de enfermagem. Para o dimensionamento 
do corpo de funcionários deverá ser levado em conta informações como número 
total de funcionários da empresa bem como o nível de risco que a empresa possui. 
Esta última informação pode ser obtida por tabelas dispostas na NR-4, assim como 
o passo a passo para o dimensionamento correto.
https://moodle.ufsc.br/pluginfile.php/748669/mod_resource/content/1/NRs_Comentadas.pdf
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CAPÍTULO 5
SEGURANÇA DO TRABALHO 
EM ALTURA – NR 35
5.1 INTRODUÇÃO
Como já adiantado pelo título, a Norma Regulamentadora número 35 é referente a 
segurança e saúde do trabalhador tratando de serviço em altura. A norma estabelece 
requisitos mínimos para garantir a proteção dos trabalhadores em diferentes níveis 
e é assegurada pela lei 6.514, portaria MTE 593/2014. A normativa abrange diversas 
atividades realizadas em altura, como por exemplo: limpeza de fachadas e janelas, 
limpeza de caixa d’água, construção, reparos, pinturas, instalações em postes e diversos 
outros, como apresentado na Figura 8. 
Figura 8 – Exemplos de trabalhos em altura.
Fonte: Adaptado de Freepik, 2021.
Para que a normativa seja válida, a norma considera que trabalho em altura e todo 
trabalho realizado acima de 2 metros em relação ao chão pois acima desta altura já 
começam a oferecer perigo na queda.
|5.2 RESPONSABILIDADES EMPREGADO/EMPREGADOR
Para começarmos nossa discussão, apresentaremos quais são os direitos e deveres 
do empregado e do empregador quando tratamentos de NR-35.
É obrigação do empregado:
1- Cumprir toda o texto disposto de forma legal pela NR-35;
2- Cumprir os procedimentos expedidos pela empresa contratante desde que 
obedeça às normas;
3- Colaborar com a empresa na implementação e disseminação da NR-35;
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4- Exercer o direito de recusa de execução de atividade sempre que houver a 
constatação de que a atividade apresenta riscos para sua segurança e saúde ou 
mesmo para a segurança e saúde de outras pessoas;
5- Zelar pela segurança dos colegas de trabalho e das pessoas que possam estar 
presentes no local de trabalho.
É obrigação do empregador:
1- Executar a implantação das medidas de proteção de serviço em altura dispostos 
na NR-35;
2- Garantir aplicação de ferramentas como a Análise de Riscos para assegurar o 
levantamento de todos os riscos presentes no local;
3- Buscar pelo desenvolvimento operacional de atividades rotineiras que possam 
auxiliar a garantir a segurança;
4- Assegurar avaliações prévias do local de trabalho pois possibilitam melhor 
planejamento dos itens de segurança;
5- Adotar medidas necessárias para alcançar a implantação de todos os itens da 
NR-35 dentro dos limites do serviço a ser executado;
6- Manter os funcionários sempre atualizados contra a situações do ambiente de 
trabalho que poderão auxiliar nas tomadas de decisões.
7- Garantir que todo e qualquer trabalho envolvendo altura só se inicie após a 
garantia que todas as medidas necessárias foram previamente adotadas.
8- Suspender trabalhos em altura quando perceber possíveis riscos que fogem do 
planejado;
9- Garantir a supervisão dos funcionários na realização de todos os trabalhos em 
altura;
5.3 COMO MINIMIZAR DADOS EM CASO DE ACIDENTE
Eliminar ou, ao menos, minimizar riscos deve ser sempre o foco do líder responsável 
para garantir a total integridade física e mental do seu colaborador, contudo, sabemos 
que situaçõesinesperadas podem acontecer a qualquer momento e devido a isso, é 
necessário estarmos preparados também. 
É necessário analisar cenários em que, caso um acidente aconteça, o que fazer 
para reduzir o impacto do trabalhador? Para isso, existem equipamentos absorvedores 
de choque. O impacto final do funcionário em uma queda será resultado de alguns 
pontos de influência, como: dispositivo trava-quedas, o peso do funcionário, fator de 
queda. Para entendermos melhor este último termo, fator de queda, podemos imaginar 
a relação entre a altura da queda e do comprimento da corda que o trabalhador está 
pendurado, chamado de talabarte, disponível na Figura 9.
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Figura 9– Talabarte em uso em um serviço envolvendo altura.
Fonte: Adaptado de Freepik, 2021.
Podemos, portanto, definir “fator de queda” como sendo a razão entre a altura da 
queda e o comprimento do talabarte que absorve a queda. Para justificarmos melhor 
este exemplo, considere um trabalhador executando trabalho em altura que apresenta 
risco de queda. O trabalhador está utilizando os devidos EPIS (que falaremos mais a 
frente nesta unidade) e seu talabarte apresenta cerca de 1 metro de comprimento. 
Com base nestas informações, podemos ter diferentes cenários de quedas, como 
demonstrado na Figura 10.
Figura 10 – Demonstração de diferentes fatores de queda.
Fonte: TESSEG, 2019, p. 14.
O ideal, para maior segurança do funcionário, é que o fator de queda seja menor 
que 1, ou seja, a razão entre a altura da queda e o comprimento do talabarte será 
menor que 1. Para valores de fatores de queda igual ou maior que 1 já são situações 
de maior risco, devendo, portanto, haver maior supervisão e maiores cuidados.
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5.4 SINDROME DA SUSPENSÃO INERTE
Um dos grandes perigos da queda é a Síndrome de Arnês ou, como é popularmente 
conhecida, Síndrome da Suspensão Inerte. Para que esta doença aconteça, são 
necessários dois fatores: suspensão e imobilidade. 
Neste caso, em caso de acidente, os membros inferiores do corpo do trabalhador que 
ficam suspensos, acabam sofrendo de represamento sanguíneo uma vez que o próprio 
cinto que prende a pessoa no ar acabará prendendo e interrompendo a circulação 
do sangue pelas artérias e veias, provocando um colapso no sistema circulatório. O 
colapso pode estar ligado a falta de oxigenação dos membros inferiores e também 
a deficiência de oxigenação ao cérebro, entre outros fatores como arritmia, pressão 
etc. Para entender melhor este acidente, observe a Figura 11 abaixo. 
Figura 11 – Síndrome da suspensão inerte.
Fonte: TESSEG, 2019, p. 15.
Como consequência desta doença, temos de problemas considerados mais leves 
como formigamento, amortecimento, tonturas e náuseas até problemas mais graves 
como hipertermia, inconsciência, choques circulatórios, traumas irreversíveis, reações 
fisiológicas adversas e até mesmo óbito. 
5.5 INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E COLETIVA
O procedimento padrão inicial para começar a realizar um trabalho em altura é realizar 
a ação de inspeção para assegurar que todos os equipamentos estão de acordo com os 
conformes. A inspeção é um procedimento padrão tão importante que deve ser realizado 
no momento de compra do equipamento e também de forma periódica e rotineira, de 
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acordo as atividades de uso. A ação pode assumir um caráter preventivo e corretivo uma 
vez que previne acidentes e pode eliminar erros assim que detectados. 
ANOTE ISSO
A inspeção é um procedimento que pode se estender a todos os equipamentos, 
sejam eles de proteção individual ou de proteção coletiva. 
Os EPI – Equipamento de Proteção Individual mais populares são: sistema de 
ancoragem, elementos de ligação e equipamentos, cordas, capacetes e outros, como 
ilustra na Figura 12.
Figura 12 – Equipamentos de proteção individual para trabalho em altura.
Fonte: Adaptado de Freepik, 2021. 
Nem toda atividade irá exigir o uso de todos os equipamentos, sendo que caberá 
ao responsável do trabalho determinar o equipamento correto e adequado para o 
serviço que será utilizado.
Além dos EPIs temos também os EPC – Equipamento de Proteção Coletiva que 
protegem um grupo de pessoas simultaneamente e são utilizados para neutralizar ações 
dos agentes ambientes, reduzindo a possibilidade de um acidente. Para representar 
esta categoria, temos os equipamentos demonstrados na Figura 13 a seguir.
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Figura 13- Equipamentos de proteção coletiva envolvendo trabalhos em altura.
Fonte: Adaptado de TESSEG, 2019, p. 19.
O isolamento da área de trabalho deve ser sempre realizado utilizando a sinalização 
correta para evitar que pessoas que transitam pelo local se acidentem.
5.6 PONTO DE ANCORAGEM
Os dispositivos de ancoragens são aqueles elementos definitivos ou mesmo 
temporários que são utilizados para suportar o impacto da quadra, este elemento é 
utilizado pelos funcionários para que os mesmos possam conectar seus equipamentos 
de proteção individual de forma que, em caso de uma queda, ficarão presos a esses 
pontos de ancoragem. 
Os pontos de ancoragem devem ser projetados por profissionais capacidades e 
habilitados. Um exemplo de ponto de ancoragem conectado a um cabo de aço está 
apresentado na Figura 14 a seguir.
Figura 14 – Ponto de ancoragem com cabo de aço conectado.
Fonte: Esperadeamcoragem, 2020
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Além dos pontos de ancoragem, devemos ter também os acessórios para ancoragem, 
o mais comum são as cintas de poliéster (Figura 15) que apresentam fácil transporte 
e suportam cargas de rupturas podendo varias de 18 kN até 35 kN.
Figura 15 – Variedades e aplicações dos cintos de segurança.
Fonte: TESSEG, 2019, p. 21.
Além das cintas, temos as travas quedas deslizantes que são utilizados em sistemas 
de linhas de vida e impedem a queda pois possui um dispositivo de travamento 
automático em caso de impacto. Podemos citar ainda as travas quedas retrátil, as 
cordas, mosquetões e os talabartes.
5.7 TIPOS DE NÓS
Os nós são técnicas importantes utilizadas por funcionários que trabalham neste 
ramo de serviços em alturas pois auxiliam no transporte de pessoas, pessoas e 
movimentação. Diferentes nós são utilizados em diferentes finalidades. Na imagem 
da Figura 16 observaremos alguns nós bastante populares e na sequência iremos 
comentar cada um deles.
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Figura 16 – Diferentes técnicas para nós.
Fonte: Adaptado de TESSEG, 2019, p. 31.
ANOTE ISSO
A seguir destacaremos cinco nós para vocês:
• Oito duplo: nó utilizado para encordoamento, mais resistente que a volta do fiel.
• Orelha de coelho: nó que é executado no meio de uma corda. Esta alça que se 
forma é utilizada como ponto de ancoragem para outros elementos.
• Borboleta: apresenta a mesma função do nó orelha de coelha além de também 
ser criado no meio da corda, sua utilidade está relacionada a ancoragem. 
• Prussik: este nó, quando submetido a determinada tensão, ele trava, podendo 
ser utilizado para reduzir a tensão de queda.
• Volta do fiel: é um nó de ancoragem que se ajuda à medida que é submetido a 
tração.
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CAPÍTULO 6
TRABALHO EM ESPAÇO 
CONFINADO (NR 33) 
E TRABALHO A CÉU 
ABERTO (NR 21)
6.1 INTRODUÇÃO DA NR 33 TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO
A NR-33 possui como objetivo principal a garantia à vida e a segurançados 
trabalhadores na execução de serviços em espaço confinado. A Norma Regulamentadora 
disposta, foi uma conquista alcançada no ano de 2006, dos trabalhadores que atuam 
em situações de perigo e confinamento. A elaboração da norma aconteceu a partir 
de ocorrência de acidentes em espaços confinados e que para alguns especialistas 
em segurança do trabalho o local era caracterizado como confinado já para outros 
especialistas, o local não era caracterizado como local com trabalho confinado 
(MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR-21).
6.2 PARTICULARIDADES DA NR-33
Para que o espaço de trabalho seja caracterizado como espaço confinado, ele deve 
apresentar três características fundamentais:
ANOTE ISSO
• Possibilidade de haver contaminantes;
• Ambiente não projeto para humanos;
• Dificuldade de acesso (entrada/saída).
Segundo ANAMT (2015), a principal característica do espaço confinado é a atmosfera 
perigosa que o ambiente apresenta. Por atmosfera perigosa entende-se a deficiência 
de oxigênio, presença de toxidade ou gases prejudiciais à saúde ou mesmo inflamável/
explosivo. 
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 O trabalho em espaço confinado pode acontecer em diferentes setores como 
na indústria alimentícia, indústria de borracha, indústria naval, indústria de papel e 
celulose, entre diversas outras. Mas afinal, qual tipo de serviço pode acontecer nesses 
ambientes? Veja bem caro (a) aluno (a), serviços de construção civil é uma grande porta 
de entrada para trabalhos em espaços confinados, além disso, operações de salvamento 
e resgate também são bastante comuns. Outro serviço que pode ocorrer é o trabalho 
de manutenção, reparos, limpeza, inspeção de equipamentos e/ou reservatórios, entre 
diversos outros.
Deve-se haver bastante atenção quanto aos riscos presente no ambiente como 
quedas, afogamentos, choques elétricos, infecções por agentes biológicos como 
picadas de aranhas, escorpiões ou morcegos, cuidados com riscos químicos, e outros.
6.3. EVITAR ACIDENTES EM ESPAÇOS CONFINADOS
Uma forma segura de garantir a preservação à vida é certificar que a NBR 
14.787 está sendo seguida e atendida pela empresa. A NBR citada recebe o título 
de “Espaços Confinados: Prevenção de acidentes, procedimentos e medidas 
de proteção”. Além, é claro, da própria Norma Regulamentadora número 33. 
Além disso, outra norma brasileira importante a ser seguida pelas empresas é a NBR.
Se você é um funcionário prestes a executar algum serviço em espaço confinado, 
alguns pontos de atenção são necessários. O trabalho em espaço confinado só poderá 
ser realizado quando a empresa fornece autorização na permissão de entrada e trabalho 
(PET). O “PET” é um termo exigido por lei e que deve ser executado pelo supervisor de 
entrada, além disso, o serviço deve ser sempre executado com um vigia acompanhando 
o trabalho (CRPM, 2017)
6.4. OBRIGAÇÃO DA EMPRESA
Além dos fatores apresentados, é obrigação da empresa fornece treinamento a 
todos os trabalhadores devido aos riscos presentes, proporcionando conhecimento 
para determinar medidas de controle. Outro ponto que cabe a empresa providenciar 
é a inspeção prévia do local e também a realização de uma APR (Análise Preliminar 
de Riscos).
Cabe ainda a empresa providenciar exames médicos, providenciar o PET, sinalizar 
e isolar a área, supervisionar a entrada e garantir a presença de um vigia, garantir 
a presença de equipamentos para realizar a medição de oxigênio, gases tóxicos ou 
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mesmos inflamáveis, garantir a presença de equipamentos de ventilação, providenciar 
EPIs (Equipamento de Proteção Individual), equipamentos de comunicação como walk 
talk e também equipamentos de iluminação bem como equipamentos de resgate 
(RAMOS, 2019)
6.5. OBRIGAÇÃO DO FUNCIONÁRIO
O funcionário só deverá executar o serviço em espaço confinado após a supervisão 
do responsável de entrada, garantindo a segurança por meio de testes e adotando 
as devidas medidas. 
O item 33.5.1 da NR-33 nos informa que é o empregador tem o direito de interromper 
suas atividades e abandonar o local de trabalho se perceber a presença de algum 
perigo ou risco (MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR-21).
É direito do trabalhador receber o devido treinamento para conhecer os riscos que ele 
irá enfrentar, conhecer o trabalho que irá executar, conhecer os procedimentos em caso 
de emergência e também conhecer a forma correta de utilização dos equipamentos 
(MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR-21).
Além do mais, cabe ao trabalhador a comunicação de possíveis riscos não 
identificados em outras etapas, a utilização correta dos EPIs fornecidos, participar 
atentamente dos treinamentos e comparecer aos exames marcados para garantir 
condições físicas e mentais de execução do serviço (NETO E POSSEBON, 2007).
6.6. INTRODUÇÃO A NR-21: TRABALHO A CÉU ABERTO
A NR-21 apresenta diretrizes que devem ser seguidas por todo tipo de trabalho 
realizado a céu aberto, como é o caso de canteiros de obras. Essa normativa é 
interessante pois, geralmente, quando utilizamos o termo “céu aberto”, o nosso primeiro 
pensamento é em um campo aberto, ventilado. Mas nem sempre esta é a realidade. 
A normativa apresenta itens a serem seguidos em diferentes ambientes como por 
exemplo, situações de temperaturas extremas como frio e calor, sol forte, chuva, vento, 
exposição a poeiras, e outros (MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR-21).
O ambiente que será executado o serviço deverá garantir a segurança do trabalhador. 
Se imaginarmos um canteiro de obra de funcionários da construção civil, devem estar 
presentes todos os equipamentos e itens de segurança que irão garantir a integridade 
física dos mesmos.
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6.7 PONTOS DE DESTAQUE DA NR-21
O primeiro ponto que destacaremos é que, caso o serviço exija a permanência dos 
funcionários no local de trabalho para pouso, ou seja, exija que os funcionários durmam 
no local, como trabalhos executados em alto mar ou no meio do deserto, então os 
mesmos não poderão dormir a céu aberto e cabe a empresa garantir o alojamento 
correto para os mesmos. O objetivo é garantir um local fechado em condições favoráveis 
e humanas de descanso. Este alojamento, de acordo a NR tratada, pode ser em forma 
de tenda, cabine, abrigo, entre outros
Outro ponto importante a ser destacado é a proteção contra clima intenso. A NR 
21 no item 21.2 informa que “Serão exigidas medidas especiais que protejam os 
trabalhadores contra a insolação excessiva, o calor, o frio, a umidade e os ventos 
inconvenientes.”. Vamos imaginar a seguinte situação: a empresa responsável pela 
execução do serviço proporciona uma barra para seus funcionários dormirem no meio 
da neve. Contudo, uma barraca é suficiente para garantir que os colaboradores não 
irão passar frio? Óbvio que não... a empresa deverá fornecer outros equipamentos 
como luvas, toucas, roupas térmicas etc. (MINISTÉRIO DO TRABALHO, NR-21).
Por fim, nosso último ponto de destaque são as condições do alojamento. Regras de 
higiene devem ser atendidas para garantir o mínimo de conforto. As casas sanitárias 
necessitam serem construídas em locais arejados, em lugares que não exista vegetação 
e no mínimo 50 metros afastado de depósitos de esterco, estábulos feno e outros. Outro 
ponto de importância é a presença de dispositivos de travamento em portas e janelas, 
além de haver dispositivo contra contaminação no poço de água. É necessário que o teto 
seja de madeira impermeável para que não apodreça e não seja inflamável. A fossa negra 
deve possuir, no mínimo, quinze metros de poço e serem construídas em lugares livres 
de enchentes. Os locais destinados às privadas (sanitários) deverão ser obrigatoriamente 
arejados, com ventilação excessiva, limpo e em condições adequadas de uso, devidamente

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