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Exercício III semana

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Considerando os processos de construção do Sistema Único de Saúde e de institucionalização da Política Nacional de Promoção da Saúde no Ministério da Saúde, redija um texto fazendo uma análise da construção da promoção da saúde em seu Município e/ou Estado.
Observe os seguintes aspectos em sua reflexão: 
· Sistema de saúde local;
· Atores envolvidos na promoção da saúde e facilitadores/dificultadores.
Antes de adentrarmos no víeis de discussão do processo de construção da promoção da saúde na esfera local, vejamos o que a poeta Andréa Lima diz: 
Todos os dias há uma Maria que labuta e através da sua força e coragem busca o sabor de viver meio a dor, o pranto e a vontade de ser... Na cidade ou no campo há um José que grita contra as injustiças da vida. Quais serão os sonhos de José e Maria? Terra, trabalho, pão, prazer, saúde, educação, alegria?[footnoteRef:2] (LIMA, 2009, n.p). [2: LIMA, Andréa. “Uma atitude: muitos movimentos” Fonte: Agenda 2009 Assistente Social.] 
Nesta direção não podemos ver o indivíduo e suas necessidades de forma segmentada, focalizada, ele é um todo inserido num contexto social, e traz consigo um conjunto de necessidades como bem traduz a poetiza (educação, saúde, trabalho, moradia, lazer, cultura, etc.) que devem ser atendidas de forma integrada. Embora, pensar sobre o atendimento das necessidades do ser humano na sociedade capitalista complexa é desafiador, dadas as ameaças e dificuldades para a concretização dos direitos, sobretudo os direitos sociais. 
Não podemos pensar a saúde como algo dissociado da sociedade, da economia da própria história de um povo e suas condições de vida, trabalho, habitação, lazer, educação, cultura, enfim um conjunto de determinantes sócio-históricos que transcende a esfera individual para a esfera coletiva. 
No Brasil, em meados dos anos 1980 foi o movimento da reforma sanitária[footnoteRef:3] quem melhor traduziu o conceito de Promoção da Saúde comungando dos conceitos e objetivos presentes nos eventos internacionais. Primeiramente, com a Organização Mundial de Saúde[footnoteRef:4] em 1948 que definiu saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. Um outro fato importante para a discussão da questão saúde no país foi a Conferência Internacional sobre os cuidados primários de saúde realizada em Alma Ata, URSS em setembro de 1978 que reafirma a saúde como um “estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade – é um direito humano fundamental, e que a consecução do mais alto nível possível de saúde é a mais importante meta social mundial, cuja realização requer a ação de muitos outros setores sociais e econômicos, além do setor saúde”. (DECLARAÇÃO DE ALMA ATA, 1978)[footnoteRef:5]. [3: O movimento sanitário iniciado na década de 1970 “consiste na organização dos setores progressistas de profissionais de saúde pública, que colocou em debate a relação da prática em saúde com a estrutura de classes da sociedade”. (BRAVO & MATOS, 2006, p, 32). Segundo Bravo, “o projeto de Reforma Sanitária tem como uma de suas estratégias o Sistema Único de Saúde (SUS) e foi fruto de lutas e mobilização dos profissionais de saúde, articulados ao movimento popular. Sua preocupação central é assegurar que o Estado atue em função da sociedade, pautando-se na concepção de Estado democrático e de direito, responsável pelas políticas sociais e, por conseguinte, pela saúde” (2006, p, 101). “Este movimento teve como princípio uma crítica à concepção de saúde restrita à dimensão biológica e individual, bem como a afirmação da relação entre organização social, organização dos serviços de saúde e prática médica, tendo como fundamento a determinação social da doença para se pensar a prática na saúde” (VASCONCELOS, MASSON, MENEZES, VASCONCELOS & FERREIRA, 2006, p. 51). pautando-se na concepç atue em funçlizaç
] [4: A Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma agência especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas. Sua sede é em Genebra, na Suíça. A directora-geral é, desde novembro de 2006, a chinesa Margaret Chan. A OMS tem suas origens nas guerras do fim do século XIX (México, Criméia). Após a Primeira Guerra Mundial, [..]a OMS tem por objetivo desenvolver ao máximo possível o nível de saúde de todos os povos. A OMS foi ainda a primeira organização internacional de saúde a considerar-se responsável pela saúde mental, e não apenas pela saúde do corpo. O Brasil tem participação fundamental na história da Organização Mundial da Saúde, criada pela ONU para elevar os padrões mundiais de saúde. A proposta de criação da OMS foi de autoria dos delegados do Brasil, que propuseram o estabelecimento de um "organismo internacional de saúde pública de alcance mundial". Desde então, Brasil e a OMS desenvolvem intensa cooperação. FONTE: http://pt.wikipedia.org/wiki. Acesso em 10/04/2009.
] [5: Ver Fonte http://www.opas.org.br/coletiva/uploadArq/Alma-Ata.pdf. Acesso em 05/04/2009.] 
Este documento enfatiza os cuidados primários de saúde como a chave para que os povos atinjam um nível de saúde que lhes permitam levar uma vida social e economicamente produtiva, como parte do desenvolvimento, no espírito da justiça social. Fundamenta-se na plena participação dos indivíduos e no território onde as pessoas vivem e trabalham.
O conceito de saúde proposto na referida declaração e adotada no Brasil, coloca a saúde no contexto ampliado, com qualidade de vida e não só ausência de doença; exige ainda uma prática sanitária que tenha a proteção integral à saúde como objetivo e a cidadania como objeto (TEIXEIRA & NUNES, 2006). Os autores complementam ainda que para a viabilidade dessa proposta seja necessária uma ação intersetorial e interdisciplinar visto que os determinantes sociais interferem no processo de adoecimento, logo se faz necessária uma integração de saberes e setores, muito embora esta ação não dependa apenas da vontade dos profissionais de saúde, mas da construção de uma política nacional, macro-estrutural.
Além das supracitadas contribuições, destacamos a I Conferência Internacional de promoção da Saúde, realizada em 1986 que culminou na Carta de Ottawa. Segundo Malta e Castro (p. 63, 2009) o documento propõe a redução das iniqüidades em saúde, garantindo oportunidade a todos os cidadãos para fazer escolhas que sejam mais favoráveis à saúde e serem, portanto protagonistas no processo de produção da saúde e melhoria da qualidade de vida.
Foi destaque no Brasil a 8ª Conferência Nacional de Saúde, em março de 1986, em Brasília, Distrito federal. O tema versou sobre: I - A Saúde como direito inerente à personalidade e a cidadania; II – Reformulação do Sistema Nacional de Saúde, III – Financiamento setorial. 
A “nova promoção da saúde” se configura juntamente com o movimento de reforma sanitária, a Constituição Federal de 1988 e o Sistema Único de Saúde. Universalizou-se a saúde, garantiu-se a gestão democrática dos serviços através da participação popular, possibilitando o controle social. Tudo isso foi regulamentado pelas Leis Ns. 8.080 e 8.142 de 1990. 
Entretanto, a promoção da Saúde[footnoteRef:6] só tornou-se lei em 2006 em uma ação conjunta entre Ministério da Saúde, CONASS e CONASEMS elaboraram e aprovaram a Política nacional de promoção da Saúde. Com a PNPS foi retomado o debate sobre as condições necessárias para que a população seja mais saudável partindo da discussão dos determinantes sociais da saúde. [6: A promoção da Saúde é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como um processo cuja finalidade é ampliar as possibilidades de os indivíduos e suas comunidades possuírem controle crescente sobre os determinantes sociais da saúde e, como consequencia, melhorarem sua qualidade de vida, sua saúde.] 
Como parte do cenário nacional, o município de Salgado/SE se inseriu no processo de implantação da PNPS através de programas como Saúde da Família, Agentes Comunitários de Saúde, Tratamento doTabagismo e mais recentemente o Saúde na escola. Tais programas se constituem como facilitadores desta política que teve como atores a própria população representada pelos movimentos sociais nos espaços de participação e controle social como conselho de saúde, conferências, fóruns de discussão, dentre outros.
É sabido que a gestão das políticas sociais como a saúde foi marcada pela centralização do poder decisório e financeiro na esfera federal, sendo os estados e municípios apenas meros executores das políticas. De forma que os programas, serviços e benefícios eram formulados por lideranças políticas geralmente em períodos eleitorais de maneira fragmentada, desarticulada e sem a participação popular. 
É somente em meados dos anos 1990, década marcada, sobretudo pela força de diversos atores, sobretudo da área sanitária e das pactuações institucionais, que a saúde começa a municipalizar-se inserindo o Programa de Agentes Comunitários de Saúde – PACS e o Programa de Saúde da Família - PSF como carros-chefe desse novo modo de gestão local, como esclarece os autores:
A partir da segunda metade dos anos 1990, o avanço da municipalização caminhou pari passu à adoção, pelo nível federal, de um conjunto de medidas de fortalecimento da atenção básica em saúde e de incentivos à assunção, por parte dos municípios, da responsabilidade plena pelas ações de atenção básica em seu território. Dentro desse contexto, o Programa Saúde da Família (PSF) configura-se como estratégia prioritária para estruturação dos sistemas municipais de saúde com o objetivo de reorientar o modelo de atenção e imprimir uma nova dinâmica de organização dos serviços e ações de saúde. (BRASIL /MINISTÉRIO DA SAÚDE apud MONNERAT, SENNA & SOUZA, 2006, p. 97).
 
Sob esta perspectiva, a atual gestão das políticas sociais engloba “novos” conceitos como descentralização e municipalização. “Descentralizar significa implementar condições básicas e técnicas locais para o desempenho de tarefas de gestão social e, compreendendo-se a descentralização como municipalização, este processo não se realizará dentro de um ideário mágico” (BERETTA & MARTINS, 2004, p. 66).
Descentralizar implica também em municipalizar, mas não acontece sem que haja planejamento e infraestrutura[footnoteRef:7]. É, sobretudo na esfera municipal, que emperra o despreparo técnico e administrativo dos gestores, além das condições estruturais desfavoráveis como espaço físico, equipamentos tecnológicos, e principalmente o quadro de recursos humanos não é efetivo e treinado para que o trabalho seja realizado de forma continua e sistematizada. “As profundas desigualdades do país e a emancipação de muitos municípios pequenos trouxeram ainda mais dificuldades e problemas para a efetivação da municipalização, devido ao despreparo técnico e administrativo dos gestores municipais para dar conta da nova realidade” (ARRETCHE apud BERRETA & MARTINS, 2004, p. 67). [7: “Pensar a municipalização como prefeituralização é um equívoco, em que os mecanismos descentralizadores de gestão servem mais a fins políticos que se utiliza da participação popular para legitimar o poder instituído ou viabilizar as transferências de recursos federais” (BERRETA & MARTINS, 2004, p. 66)] 
Ao passo que os municípios passaram a ter mais responsabilidades e encargos, de outro não tiveram suficientemente a contrapartida do financiamento para gerir as políticas. Esses são dificultadores para a operacionalização da PNPS no município, como antigas práticas de governabilidade que permeiam a administração pública no Brasil.

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