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Unidade 1 - Pessoas com deficiência: 
sua trajetória e perfil
Objetivos de aprendizagem
Ao �nal desta unidade, você será capaz de: 
Comparar o caráter histórico dos conceitos e concepções sobre as
pessoas com de�ciência.
Comparar de�nições com base no paradigma médico e social.
Conhecer o per�l das pessoas com de�ciência no Brasil.
Identi�car mitos que envolvem a condição da de�ciência.
Página 1 de 16
Temas
Nesta unidade, serão tratados os seguintes temas: 
Trajetória histórica da pessoa com de�ciência
O que acontecia no Brasil?
De�nições de de�ciência
Modelo médico
A reabilitação
Integração social
Anos 1980/1990
Modelo social
Inclusão e de�ciência
Como devo designar a pessoa com de�ciência?
De�ciente
Pessoa portadora de de�ciência (PPD)
Pessoa com necessidades especiais
Pessoa com necessidades educacionais especiais
Pessoa com De�ciência (PcD)
Quantos brasileiros têm alguma de�ciência?
Mitos sobre a de�ciência
Introdução
©Elina EJUD2
Esta unidade mostra como a sociedade encarou as pessoas com de�ciência ao
longo da história. A psicóloga Lígia Assumpção Amaral costumava dizer, em suas
palestras, que esses olhares podiam ser comparados a uma gangorra: às vezes a
pessoa com de�ciência estava no alto, pois se considerava que ela tinha poderes e
capacidades sobre-humanos; a de�ciência a aproximava de atributos divinos. Em
outros momentos, quando a gangorra se aproximava do chão, sua condição era
atribuída a falhas de caráter, suas ou de seus antepassados; a de�ciência era vista
como “maldição” ou “castigo”.
Vamos conhecer o modelo (ou paradigma) médico e o social, que expressam
modos diferentes de compreender a condição da de�ciência. Vamos responder,
também, a uma pergunta frequente: quantos brasileiros têm alguma de�ciência? Por
�m, listaremos algumas a�rmações errôneas, mas que, à força de muitas repetições,
adquiriram o status de mitos. Agora é hora de questioná-los.
Página 2 de 16
Trajetória histórica da pessoa com deficiência
Sempre houve pessoas com de�ciência desde o aparecimento dos primeiros seres 
humanos. Embora não haja vestígios de sua existência, podemos supor que essas 
pessoas não sobreviviam por muito tempo no ambiente hostil da Terra (GUGEL).
Durante a Antiguidade a sociedade via as pessoas com de�ciência de diferentes 
formas: no Egito Antigo elas participavam da vida social, ao que tudo indica em 
condições de igualdade, como a estela (placa de pedra) que mostra um homem com 
de�ciência física, sua mulher e �lho levando oferendas a um templo, como era 
costume.
A Grécia até hoje reverencia Homero, o mais famoso de seus poetas, que teria vivido 
antes do século VII a.C e era cego. Por outro lado, em Esparta, terra de guerreiros, 
bebês com alguma de�ciência eram eliminados, por não terem condições de lutar.
Desde a Antiguidade a presença de pessoas com de�ciência estimulou a 
necessidade de desenvolver equipamentos. A cadeira de rodas aparece numa pintura 
etrusca do século VI a.C. como meio de transporte de Hefesto, deus grego que tinha 
de�ciência física.
©Elina EJUD2, Adaptado de: GLIPTOTEKET. Acesso em: 2016.
Página 3 de 16
©Elina EJUD2
Durante a Idade Média (do século V d.C. até o VX), a Igreja preconizava o exercício 
da caridade por meio de esmolas, para manter os “incapazes” e os “indesejáveis” e 
recomendava paciência e resignação, para “carregar o peso da cruz” recebida. Crianças 
com de�ciência sinalizavam castigo de Deus. Eram segregadas em estabelecimentos 
criados para acolhê-las, juntamente com pobres, “loucos” e outros “indesejáveis”. Os 
locais eram cercados por altos muros que, ao mesmo tempo em que protegiam essas 
pessoas (e também protegiam a sociedade delas), retiravam-nas de circulação. Essa 
era uma atitude ambígua: havia proteção, mas com segregação. A rejeição da família e 
da sociedade era coberta com o manto da caridade.
Outros, especialmente anões e corcundas, eram destinados a divertir os poderosos: 
surge a �gura do “bobo da corte”, que tentava garantir sua sobrevivência divertindo os 
poderosos às custas de sua condição.
©Elina EJUD2
O período que vai do �m da Idade Média até a Revolução Francesa (1789),
caracterizado pelas grandes navegações, pelas Cruzadas e pelo surgimento das
cidades, trouxe mudanças importantes para os surdos: o italiano Gerolamo Cardano
(1501/1576) desenvolveu um código para ensiná-los a ler e escrever. Ele acreditava,
contrariamente ao pensamento da época, que os surdos eram inteligentes e que,
mesmo sem falar, podiam aprender a ler e escrever. Seu trabalho in�uenciou o monge
beneditino Pedro Ponce de León (1520/1584) a desenvolver um método de educação
por meio de sinais.
O século XIX trouxe duas contribuições relevantes para as pessoas com de�ciência:
a criação do sistema braile (1825) e a crença na viabilidade da reabilitação. Napoleão
Bonaparte, por exemplo, recomendava que os soldados mutilados continuassem no
Exército cuidando dos animais, dos arreios e armamentos.
Nos Estados Unidos e na Alemanha a reabilitação para o trabalho começava a ser
desenvolvida, o que demandava conhecer as características de cada grupo de
de�ciência. Esse olhar vai além da caridade, do espetáculo e da zombaria: considera
condições e possibilidades individuais. Foram criados orfanatos, asilos e instituições
para crianças com de�ciência, que ofereciam atenção especializada e cuidados
médicos.
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O que acontecia no Brasil?
 O Imperial Instituto dos Meninos Cegos
O Decreto Imperial nº 1.428, de 1854, assinala a fundação do Imperial Instituto dos
Meninos Cegos, que tinha a função de preparar os alunos para exercer
“ uma arte, um ofício, uma pro�ssão liberal ”
e estava sediado no Rio de Janeiro. Sua criação foi uma decisão de D. Pedro II.
Inicialmente funcionava em regime de internato. Continua ativo atualmente, com o
nome de IBC (Instituto Benjamin Constant): é um externato que acolhe pessoas
com cegueira e baixa visão a partir do seu nascimento (estimulação precoce) e
oferece atividades diversi�cadas.
A primeira Constituição brasileira, outorgada por D. Pedro I em 1824, negava às
pessoas com de�ciência o acesso aos direitos políticos, por sua “incapacidade física ou
moral”.
O Segundo Império trouxe iniciativas que repercutiram no Brasil e na América Latina:
a fundação de institutos educacionais e pro�ssionalizantes.
(LEMOS; FERREIRA, 1995, p. 4)
 Collégio Nacional para Surdos-Mudos
O Collégio Nacional para Surdos-Mudos, nome inicial do INES (Instituto
Nacional de Educação de Surdos) foi criado em 1856 por in�uência do francês
Ernest Huet, que era surdo. Além das disciplinas das escolas regulares, o
currículo tinha Linguagem Articulada, Leitura sobre os Lábios e Doutrina Cristã.
O Collégio começou como um internato que abrigava inicialmente apenas
meninos do Brasil e de outros países; muitos eram rejeitados por suas famílias.
A partir de 1931 as meninas começaram a ser aceitas em regime de externato,
mas somente nas o�cinas de costura e bordado.
A proposta era semelhante à do Instituto Benjamin Constant: educação e
formação pro�ssional – ambas eram consideradas avançadas para a época.
Página 5 de 16
Saiba Mais
 inicia sua pesquisa sobre a presença da pessoa com
de�ciência no Brasil desde o início da colonização portuguesa,
recorrendo a relatos de padres e viajantes que mencionavam, ainda que
de forma super�cial, condições de de�ciência nos indígenas e chega até
o século XX. Os últimos capítulos abordam os movimentos políticos das
pessoas com de�ciência, as representações sociais geradas pelo
movimento e lendas brasileiras.
 traz um panorama abrangente sobre as pessoas com
de�ciência no Brasil e suas participações na vida política do País, desde
o século XIX. Há farto material iconográ�co. O livro é complementado por
vídeos, com recursos de acessibilidade. História do movimento político
das pessoas com de�ciência no Brasil.
Link: https://www.al.sp.gov.br/alesp/biblioteca-digital/obra/?id=21097 .
Figueira (2008)
Lanna Júnior (2010)
Página 6 de 16
https://www.al.sp.gov.br/alesp/biblioteca-digital/obra/?id=21097Definições de deficiência
A condição da deficiência pode ser entendida com base em duas concepções 
principais: o modelo ou paradigma médico e o modelo ou paradigma social.
Modelo médico
O modelo médico começou a ser esboçado após a Segunda Guerra Mundial 
(1948). Muitos soldados que sobreviveram adquiriram uma deficiência e foram 
tratados como heróis de guerra: a lesão era sinal de coragem e amor à pátria. A 
necessidade de reintegrá-los à sociedade estimulou o estudo de processos de 
reabilitação e o estabelecimento de clínicas para tratamento.
Nessa mesma época houve uma severa epidemia de poliomielite nos Estados 
Unidos, que também chegou ao Brasil e atingiu grande número de pessoas. Assim 
como aconteceu nos Estados Unidos, a sociedade buscou respostas, criando 
associações, como a AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente) em São 
Paulo em 1950 e a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação no Rio de Janeiro 
em 1954. Também foram estabelecidos cursos de Fisioterapia e Terapia Ocupacional 
nas Universidades.
Gradualmente o conceito de reabilitação – a compreensão de que algo poderia ser 
feito para minimizar os efeitos da deficiência e ter uma melhor qualidade de vida - foi 
sendo absorvido pela sociedade até chegar à esfera legislativa com a Lei Orgânica da 
Previdência Social, que incluía a prestação de serviços de Reabilitação Profissional 
como uma de suas obrigações.
 A reabilitação
O conceito de reabilitação física está vinculado ao ,
cujas características podem ser assim resumidas:
as di�culdades podem ser superadas (“curadas”) pela intervenção de
especialistas da área da saúde – médicos, �sioterapeutas, terapeutas
ocupacionais, psicólogos;
os pro�ssionais são os protagonistas do tratamento; os pacientes obedecem
e seguem as orientações passivamente.
modelo médico da de�ciência
A deficiência era vista como um “problema” da própria pessoa e, no máximo, de sua 
família: como inválida ela dependia do cuidado de outros. Caso pudesse ser 
reabilitada, então poderia fazer parte da sociedade, desde que conseguisse lidar com a 
sociedade do jeito que esta era. A iniciativa e a responsabilidade de se integrar eram 
dela e da família.
O foco do modelo médico estava no distúrbio, no que faltava, na doença, que 
deveriam ser “resolvidos” pela atuação médica. Embora hoje a nossa compreensão 
seja diferente, esse modelo representou um avanço, em relação às concepções 
anteriores.
Página 7 de 16
Você tinha informações sobre a trajetória histórica das pessoas com
de�ciência no Brasil ou em outros países?
A sociedade brasileira tem preconceitos contra a pessoa com
de�ciência, em sua opinião?
Para refletir
©Elina EJUD2
 Anos 1980/1990
Essa década assinala a fase de transição da integração para a inclusão, que se
caracteriza pelas modi�cações na sociedade que se prepara para oferecer condições
de modo que qualquer pessoa possa buscar seu desenvolvimento e exercer sua
cidadania.
Os conceitos que começam a se esboçar referem-se à vida independente,
equiparação de oportunidades e empoderamento, que impulsionam o surgimento do
modelo social.
Modelo social
O modelo social da de�ciência, que está em vigência, embora ainda enfrente
di�culdades, discriminações e oposições, baseia-se no conceito de inclusão:
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 Integração social
Aos poucos o conceito de integração social, que é a base do modelo médico, foi 
se configurando. Surgem instituições especializadas com serviços apenas para as 
pessoas com deficiência: escolas, quadras de esporte, oficinas profissionalizantes, 
atividades de lazer. Esse era um mundo separado, mas semelhante ao “mundo lá 
fora” e que, na melhor das hipóteses, permitiria que alguns fizessem a travessia do 
mundo separado para a sociedade “lá fora”.
Como resultado, mais ou menos no fim da década de 1960 as pessoas com
deficiência começaram a ser inseridas na educação, no trabalho e no lazer, desde 
que estivessem “preparadas” para isso.
©Elina EJUD2
A Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, que foi ratificada pelo 
Brasil com status de Emenda Constitucional pelo Decreto Legislativo nº 186/2008, 
define a deficiência de modo abrangente, levando em conta o ambiente social e o 
momento histórico, além da diversidade existente entre as próprias pessoas com
deficiência:
Preâmbulo
e. Reconhecendo que a de�ciência é um conceito em evolução e que a
de�ciência resulta da interação entre pessoas com de�ciência e as barreiras
devidas às atitudes e ao ambiente que impedem a plena e efetiva participação
dessas pessoas na sociedade em igualdade de oportunidades com as demais
pessoas;
i. Reconhecendo a diversidade das pessoas com de�ciência;
Art. 1º - Propósito
Pessoas com de�ciência são aquelas que têm impedimentos de natureza
física, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras,
podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade com as demais
pessoas .(CONVENÇÃO, 2012, p.162 e 164)
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 O conceito de inclusão considera a pessoa, assim como o modelo médico, mas
considera também a sociedade – aí está o diferencial. O foco está na interação entre a
pessoa, as condições do meio e as atitudes da sociedade. A reabilitação continua a 
ser necessária, assim como órteses, próteses, tecnologias assistivas – mas o enfoque é 
diferente.
No modelo social, o meio pode ser limitador ou, ao contrário, pode ser “capacitador”. 
Exempli�cando: o “problema” não é do surdo que não entende o que está sendo 
dito na TV e sim da emissora que não colocou a legenda ou a janela de Libras (Língua 
Brasileira de Sinais) e, portanto, não respeita o direito dele à comunicação e à 
informação.
Inclusão e deficiência
Voltando ao exemplo anterior, se a sociedade oferecer os recursos de
acessibilidade, que garantem a equiparação de oportunidades, o surdo 
acompanhar os programas na TV.
 considera que vivemos uma fase de transição entre o modelo médico
(integração) e o modelo social (inclusão), o que explica a coexistência destes
processos sociais, como veri�camos no cotidiano. Esperamos que, com a vigência da
CDPD (Convenção sobre os Direitos das Pessoas com De�ciência) e da LBI (Lei
Brasileira de Inclusão), que a concretiza, a inclusão se fortaleça cada vez mais,
minimizando posturas e conceitos relacionados ao modelo anterior (da integração) e
que ainda traduzem preconceitos e estereótipos.
pode, sim,
Sassaki (2010)
©Elina EJUD2
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Como devo designar a pessoa com deficiência?
Muitas vezes, as pessoas não sabem que palavras utilizar e recorrem a termos 
como “problema” ou “defeito”: “Ela tem problema nas pernas” ou “O bebê nasceu
com um defeito” ou até mesmo “Ele nasceu defeituoso”.
Por falta de informação, há pessoas que acham que vão causar constrangimento se 
utilizarem o termo “deficiência”.
Não há problema nenhum em utilizar a palavra “deficiência”, como veremos a 
seguir. Esse termo é correto e objetivo, pois descreve uma condição real que não deve 
ser disfarçada, minimizada, ampliada ou ignorada.
Deficiente
Pessoa portadora de deficiência (PPD)
Por volta da década de 1980, surge o termo “pessoa 
portadora de deficiência”. É um avanço, pois reconhece a 
natureza humana dessa pessoa. Como é uma expressão 
longa, logo foi abreviada para PPD. As pessoas passaram 
a ser designadas pela sigla, que se tornou um rótulo, e 
assim perderam sua individualidade.
Com o tempo, as pessoas perceberam que esse termo 
não era correto, pois o verbo “portar” significa “carregar”. 
Quem porta (ou carrega) pode deixar de fazê-lo. Ora, não é 
possível fazer isso com uma deficiência.
Encontramos o termo “pessoa portadora de 
deficiência” em leis e textos feitos entre 1980 e o ano 
2000, pois era o que estava em uso.
Página 11 de 16
Este é um termo genérico, que 
designa qualquer tipo de deficiência. 
Não deve ser utilizado, pois reduz a 
pessoa a apenas uma de suas 
características.
©Elina EJUD2
©Elina EJUD2
Pessoa com necessidades especiais
Outrotermo que ainda encontramos com frequência é “necessidades especiais”, que 
não designa especificamente as pessoas com deficiência. Uma criança canhota, por 
exemplo, tem necessidades especiais, como carteira escolar apropriada, tesoura etc., 
mas isso não é uma deficiência. Esse termo inclui qualquer pessoa (obeso, por 
exemplo) que precisa de um tratamento ou uma adaptação específica para sua 
condição.
©Elina EJUD2
Pessoa com necessidades educacionais especiais
 Esse termo foi utilizado pela primeira vez na 
Declaração de Salamanca para 
designar crianças e jovens em desvantagem, 
superdotadas (altas habilidades), em situação de 
rua ou de risco, trabalhadoras, de populações 
remotas ou nômades, pertencentes a minorias 
étnicas ou culturais, que apresentavam problemas 
de conduta, de ordem emocional ou de dificuldades 
de aprendizagem. Ou seja, a expressão 
“necessidades educacionais especiais” abrangia
uma gama de situações que ultrapassava o campo 
da deficiência.
Página 12 de 16
©Elina EJUD2
(UNESCO, 1994)
©Elina
Pessoa com deficiência - PcD
A partir de 2000, o termo “pessoa com deficiência” 
passou a ser aceito e utilizado pela maioria das pessoas 
com deficiência em quase todos os países, pois indica 
que essa condição faz parte da pessoa, assim como 
outras características: altura, cor dos olhos etc.
Este termo tornou-se oficial com a Convenção sobre 
os Direitos das Pessoas com Deficiência (CONVENÇÃO, 
2012), onde consta desde o título.
A grafia correta da sigla correspondente a este termo 
é PcD, sem plural e a preposição “com” escrita em caixa 
baixa (letra minúscula). Sempre que possível, evite usar a 
sigla: ninguém gosta de ser identificado por um rótulo. 
Esse termo possibilita variações: mulher com deficiência, 
meninos com deficiência, trabalhador com deficiência e 
assim por diante. EJUD2
Palavras como “doente”, “inválido”, “excepcional”, “mongoloide”, “retardado” e
diminutivos como “ceguinho”, “surdinho” e outras devem ser evitadas, pois são
pejorativas e não correspondem à realidade.
Página 13 de 16
Você teve colegas com de�ciência na sua formação escolar? Como era
a sua convivência com eles?
Na sua família há pessoas com de�ciência?
Saiba Mais
Sassaki (2011) aborda um tema que ainda suscita dúvidas: qual é a 
nomenclatura adequada para designar pessoas com deficiência? De forma 
objetiva, ele organizou um quadro com três colunas: Época, Termo e 
Significado e a relação com o valor atribuído à pessoa com deficiência. 
Como chamar os que têm deficiência? Link: https://ead.trt2.jus.br/
repository/shared/Cursos/ACINJ/pdfs/Como_chamar.pdf .
Para refletir
https://ead.trt2.jus.br/repository/shared/Cursos/ACINJ/pdfs/Como_chamar.pdf
Quantos brasileiros têm uma deficiência?
O Censo Demográ�co 2010, feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geogra�a e
Estatística), incluiu perguntas especí�cas sobre pessoas com de�ciência. Para
identi�car as condições de de�ciência foram criadas categorias sobre a funcionalidade
das pessoas com de�ciência física, visual e auditiva, organizadas por grau de
severidade, ainda que utilizando óculos, aparelho auditivo ou bengala:
©Elina EJUD2
As perguntas eram:
“Tem di�culdade permanente de enxergar?”
“Tem di�culdade permanente de ouvir?”
“Tem di�culdade permanente de caminhar ou subir degraus?”
As pessoas com de�ciência intelectual e mental estão numa categoria separada,
pois o conceito de di�culdade adotado não se aplica a elas.
Estas categorias estão fundamentadas no padrão de pesquisa adotado pelo 
(Washington Group on Disability Statistics) e no conceito de “limitação de atividades”
contido na (Classi�cação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde),
desenvolvida pela (Organização Mundial de Saúde).
Segundo essa edição do Censo Demográfico, a população total do Brasil é de
190.755.799 pessoas (100,0%); destas, 45.623.910 pessoas (23,9%) declararam ter pelo
menos uma das de�ciências investigadas ou ter alguma limitação em sua
funcionalidade.
Para identi�car neste grupo tão abrangente quantas pessoas realmente têm uma
de�ciência, criou um �ltro para identi�car somente a pessoa com “grande”
ou “total” di�culdade para enxergar, ouvir, andar ou subir escadas e também as que
declararam possuir de�ciência mental/intelectual. Com essa metodologia ele chegou a
um total de milhões de pessoas, o equivalente da população brasileira total.
Saber as limitações das pessoas é um dado importante para a formulação de
políticas públicas, mas “limitação” não pode ser confundida com “de�ciência”.
GW
CIF
OMS (2004)
Garcia (2010)
12,7 a 6,7%
Página 14 de 16
Mitos sobre a deficiência
Durante anos (ou até séculos) as pessoas por tantas vezes repetiram a�rmações
sobre as condições das pessoas com de�ciência que elas se tornaram certezas
inabaláveis e são aceitas sem nenhum questionamento, por isso são chamadas de
mitos.
É hora de rever esses mitos, à luz dos conhecimentos atuais. Aqui vão alguns:
Pessoas com de�ciência intelectual só se dão bem com trabalhos repetitivos.
Pessoas com de�ciência visual trabalham melhor em ambiente sem
iluminação.
Surdos podem trabalhar em ambientes barulhentos.
Surdos são irritadiços e mal-humorados.
Pessoas com síndrome de Down são especialmente carinhosas, fo�nhas e
eternas crianças.
Pessoas com de�ciência intelectual são doentes, precisam usar remédios
controlados, têm “ataques” e são agressivas.
Pessoas com de�ciência não querem trabalhar porque são acomodadas.
©Elina, @rioblanco EJUD2, 123RF
Você tem mais algum mito para acrescentar?
Você identi�cou algum preconceito seu ao ler o texto?
Para refletir
Página 15 de 16
Fechamento
Esta unidade traçou um panorama abrangente sobre a pessoa com deficiência: 
como foi vista ao longo da história e as primeiras iniciativas na área da Educação, por 
iniciativa de D. Pedro II.
As duas principais concepções sobre a deficiência (modelo médico e modelo social) 
foram apresentadas, assim como seus respectivos conceitos (integração e inclusão, 
respectivamente). A seguir, foram apresentados termos utilizados para designar as 
pessoas com deficiência, até chegar ao atual. Esta é uma pergunta recorrente. Outra 
pergunta frequente é sobre quantas pessoas têm deficiência, respondida com os dados 
do Censo Demográfico 2010. Por fim, o texto abordou alguns mitos sobre a deficiência, 
ou seja, afirmações tão frequentemente repetidas que passaram a ser aceitas como 
“verdades” e, portanto, não são questionadas.
Na próxima unidade você estudará sobre os movimentos das pessoas com 
deficiência, que visavam alcançar seus direitos, com base na legislação brasileira. 
Educação e Trabalho serão o foco da Unidade 2, por sua importância para a inclusão 
social de qualquer pessoa, tenha ou não uma deficiência. Em seguida, serão abordados 
a acessibilidade, em suas várias dimensões, e o conceito de equiparação de 
oportunidades em relação à Educação e ao Trabalho.
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